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ASPECTOS FILOSFICOS DA EDUCAO

ALGUMAS QUESTES BSICAS:Quem somos? O que queremos? Por qu educamos? Ensinar e educar so a mesma coisa? Em favor de quem estamos? Qual a nossa concepo de sociedade? Que realidade enfrentamos? Sou professor ou um educador?

PRECISO SABER QUE:O ser humano um ser poltico; As relaes humanas esto permeadas por relaes de poder; A educao nunca deve ser entendida por meio de uma possvel neutralidade.

A escola tem a sua prpria cultura. Mas, afinal o que cultura escolar? o conjunto dos contedos cognitivos e simblicos que selecionados, organizados, normalizados, rotinizados, sob efeito dos imperativos de didatizao, constituem habitualmente o objeto de uma transmisso deliberada no contexto das escolas.FORQUIN, Jean-Claude. Escola e Cultura: as bases sociais e epistemolgicas do conhecimento escolar. Porto Alegre : Artes Mdicas, 1993, p. 167

CONCEPES DE ESCOLA E DE CULTURA ESCOLARExistem trs grupos de entendimento do sentido da educao na sociedade: - Educao como REDENO da sociedade; - Educao como REPRODUO sociedade; - Educao como TRANSFORMAO da sociedade.

EDUCAO REDENTORA- Volta-se para a formao das personalidades, com o objetivo de integrar harmonicamente os indivduos no todo social j existente;

- A escola interfere de forma absoluta nos destinos do todo social. A escola est parte da sociedade;- Teoria no crtica da educao (Saviani).

EDUCAO REPRODUTORA- Sociedade necessita reproduzir-se para perenizar-se; - A escola garante o saber fazer e o saber comportar-se;- Prende-se somente crtica da escola a servio das classes dominantes; - Teoria crtico-reprodutivista (Saviani).

EDUCAO TRANSFORMADORA- A tendncia redentora excessivamente otimista. A tendncia reprodutora excessivamente pessimista; - Nem redime, nem reproduz a sociedade, mas serve de meio, ao lado de outros meios; Compreende a educao como mediao de um projeto social; - Teoria crtica da educao (Saviani).

TEORIAS NO CRTICAS DE EDUCAO(RELACIONADAS CONCEPO REDENTORA)

- Pedagogia Tradicional/Conservadora; - Pedagogia da Escola Nova; - Pedagogia Tecnicista.

TRADICIONAL/CONSERVADORA* objetivos: preparar intelectual e moralmente os alunos para a vida em sociedade; *contedos: saberes e valores sociais repassados aos alunos como verdades absolutas;

* metodologia: exposio e demonstrao verbal da matria;* relaes humanas: autoridade do professor que exige atitude receptiva do aluno; * aprendizagem: receptiva e mecnica.

ESCOLA NOVA* objetivo: adequar o indivduo ao meio social e formar atitudes; * contedos: busca dos prprios alunos; * metodologia: experincias e pesquisas; * relaes humanas: o centro o aluno; o professor um facilitador; * aprendizagem: aprender modificar as percepes da realidade.

TECNICISTA* objetivo: modelar o comportamento humano atravs de tcnicas especficas; * contedos: informaes ordenadas numa sequncia lgica e psicolgica; * metodologia: procedimentos e tcnicas para a transmisso e recepo de informaes;

* relaes humanas: o professor (instrutor) transmite informaes e o aluno deve fix-las;* aprendizagem: a base o desempenho.

TEORIAS CRTICOREPRODUTIVISTAS DE EDUCAO(RELACIONADAS CONCEPO REPRODUTORA)

- Aparelho Ideolgico de Estado; - Violncia Simblica; - Escola Dualista.

APARELHO IDEOLGICO DO ESTADOH um aparelho repressivo, que funciona atravs do emprego da fora (violncia). O papel do aparelho repressivo do Estado consiste em garantir pela fora (fsica ou no) as condies polticas das reprodues das relaes de produo, que so em ltima instncia relaes de exploraes. O aparelho de Estado contribui para sua prpria reproduo e tambm assegura pela represso as condies polticas do exerccio dos Aparelhos Ideolgicos do Estado (AIE). E h muitos Aparelhos Ideolgicos do Estado, como a religio, a moral, a justia, a poltica e a educao.

Acreditamos, portanto, ter boas razes para

afirmar que, por trs dos jogos de seu Aparelho Ideolgico de Estado poltico, que ocupava o primeiro plano do palco, a burguesia estabeleceu como seu Aparelho de Estado n 1, e, logo, dominante, o aparelho escolar, que, na realidade, substitui o antigo Aparelho Ideolgico de Estado dominante, a Igreja, em suas funes. Podemos acrescentar: o par EscolaFamlia substitui o par IgrejaFamlia.ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideolgicos de Estado. Rio de Janeiro: Graal, 1998.

VIOLNCIA SIMBLICAH, basicamente, duas formas de violncia:

- fsica: a que pode matar: ferimentos, golpes, roubos, crimes, vandalismo, droga, trfico, violncia sexual...- simblica ou institucional: a que se mostra nas relaes de poder, na violncia verbal entre professores e alunos, na discriminao indireta de gnero e de raa nas relaes de trabalho, na adoo de polticas de Estado legitimadoras da excluso, na imposio pela mdia de padres culturais, na imposio da linguagem e do sotaque...

O processo de reproduo social no acontece apenas sob a forma de coero; instaurado, buscado e vivenciado com o consentimento dos agentes nele envolvidos: embora no de forma consciente, dominados e dominantes envolvem-se consentindo a dominao, estabelecendo uma relao permeada pela no conscincia que oculta a violncia simblica. A dominao acontece por meio da violncia camuflada, dissimulada e, portanto, simblica, e sua eficincia ser maior quanto menor for a conscincia dos agentes nela envolvidos.

A escola meio mais eficaz de validar esse processo de dominao. Os agentes (emissores pedaggicos) so incumbidos de transmitir a cultura dominante como algo natural e inconcebvel de se acontecer de outra maneira, utilizando-se da autoridade pedaggica e, assim, formam os indivduos de acordo com o que est estabelecido pela cultura dominante. As resistncias resultantes desse processo so aplacadas com sanes, para que a adaptao acontea e o indivduo se conscientize, mesmo que sob coero, de seu papel e da aceitao do arbitrrio cultural.BOURDIEU, Pierre. A Reproduo: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Lisboa: Editorial Vega, 1978.

A ESCOLA DUALISTAA escola est em dividida em duas grandes redes, que correspondem, na sociedade capitalista, s duas classes fundamentais: a burguesia e o proletariado. A misso da escola impedir o desenvolvimento da ideologia do proletariado e a luta revolucionaria, qualificando o trabalho intelectual e desqualificando o trabalho manual.

Seu papel no de incluso ou igualdade social, mas de marginalizao tanto em relao cultura burguesa como ao prprio movimento proletrio, uma vez que arranca desse movimento todos aqueles que nela ingressarem.

Primria Profissional (PP) para as classes dominadas Contedo: noes adquiridas no ensino primrio, sempre revistas e repetidas; ligada ao concreto. Contedos culturais: mesma cultura, mas de forma empobrecida e vulgarizada o que d ideologia SS o carter dominante.Secundria Superior (SS) para a classe dominante Contedo: preparao para o ensino superior; preserva a abstrao. Contedos culturais: os da prpria classe dominante; prepara os futuros agentes intrpretes dessa ideologia.BAUDELOT, C.; ESTABLET, R. La escuela capitalista. Mxico: Siglo Veintiuno, 1975.

TEORIAS CRTICAS DE EDUCAO(RELACIONADAS CONCEPO TRANSFORMADORA)

- Pedagogia Libertria;- Pedagogia Libertadora; - Pedagogia Histrico-crtica.

PEDAGOGIA LIBERTRIA* objetivo: fortalecer o sujeito, visando a construo da individualidade; * contedos: apresentados, mas no exigidos; * metodologia: sempre em grupo, visando a autogesto; * relaes humanas: o professor orientador, os alunos so livres; * aprendizagem: informal; aprende-se atravs da vivncia grupal.

PEDAGOGIA LIBERTADORA* objetivo: busca a transformao social;

* contedos: temas geradores;* metodologia: grupos de discusso; * relaes humanas: relao de horizontalidade;

* aprendizagem: resoluo da situaoproblema.

PEDAGOGIA HISTRICO CRTICA* objetivo: difuso dos contedos; * contedos: cultura universal sem desconsiderar a atual realidade social; * metodologia: experincia e saberes do aluno; * relaes humanas: o professor mediador entre os saberes e o aluno confrontados com os saberes sistematizados; * aprendizagem: a partir das estruturas cognitivas dos alunos.

De acordo com os PCN, o papel da escola e de quem trabalha nela apontar a necessidade de transformao das relaes sociais nas dimenses econmica, poltica e cultural, para garantir a todos a efetivao do direito de ser cidado.

AS TENDNCIAS PEDAGGICAS NA PRTICA ESCOLAR EM SEUS DOIS GRANDES BLOCOS:- Liberais; - Progressistas.(Segundo Luckesi e Libneo)

GRANDES FINS DOS BLOCOS DE TENDNCIAS PEDAGGICAS:- Liberais: Manuteno do status quo, das estruturas da sociedade; - Progressistas: Transformao da sociedade.

TENDNCIAS LIBERAIS OU ACRTICAS:- Liberal Tradicional; - Liberal Renovada Progressivista;- Liberal Renovada No-diretiva; - Liberal Renovada Tecnicista.

TENDNCIAS PROGRESSISTAS OU CRTICAS:- Progressista Libertria; - Progressista Libertadora; - Progressista Crtico-social dos Contedos (ou Histrico-crtica).

A ESCOLA E O PROJETO PEDAGGICOA relao educativa uma relao poltica, que se define na vivncia da escolaridade em sua forma mais ampla:- estrutura escolar; - como a escola se insere e se relaciona com a comunidade; - relao entre trabalhadores da escola; - distribuio de responsabilidade e poder de deciso; - relao entre professor e aluno; - reconhecimento dos alunos como cidados;

- relao com o conhecimento.

ALGUMAS REFERNCIASARANHA, Maria Lcia de Arruda. Filosofia da educao. So Paulo: Editora Moderna, 1998.

CHAUI, Marilena. Convite filosofia. 13.ed. So Paulo: tica, 2003.COSTA, Marisa Vorraber et al. O Currculo nos limiares do contemporneo. Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999.

GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedaggico Brasileiro. So Paulo: tica, 1988.LIBNEO, Jos Carlos. Democratizao da escola pblica: a pedagogia crtico-social dos contedos. So Paulo: Edies Loyola, 2002. LUCKESI, Cipriano. Filosofia da educao. So Paulo: Cortez, 1994. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educao, curvatura da vara, onze teses sobre educao e poltica. 33. ed. Campinas: Autores Associados, 2000.