aspectos clÍnicos e laboratoriais de cÃes suspeitos de … · avaliação laboratorial...

76
ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE INFECÇÕES CAUSADASPOR Ehrlichia spp. E Anaplasma spp. EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ. MARIA VERÔNICA GALARCE ZAVALA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ JUNHO – 2007

Upload: votu

Post on 16-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE INFECÇÕES CAUSADASPOR Ehrlichia spp. E Anaplasma spp. EM

CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ.

MARIA VERÔNICA GALARCE ZAVALA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

JUNHO – 2007

Page 2: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE INFECÇÕES CAUSADASPOR Ehrlichia spp. E Anaplasma spp. EM

CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ.

MARIA VERÔNICA GALARCE ZAVALA

Orientador: Prof. Antonio Peixoto Albernaz

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ JUNHO – 2007

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Page 3: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE INFECÇÕES CAUSADASPOR Ehrlichia spp. E Anaplasma spp. EM

CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ.

MARIA VERÔNICA GALARCE ZAVALA

Aprovada em 01 de junho de 2007: Comissão Examinadora:

Prof. Clóvis de Paula Santos (D.Sc., Medicina Veterinária, Parasitologia Veterinária – UENF)

Prof. Dalton Garcia de Matos Júnior (Ph.D., Parasitologia) – UFF

Prof. Eulógio Carlos Queiroz de Carvalho (D.Sc., Patologia) – UENF

Prof. Antonio Peixoto Albernaz (D.Sc., Clínica Médica) – UENF (Orientador)

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Page 4: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

ii

Ao

Meu pai e minha mãe que sempre estiveram ao meu lado, me

apoiando e incentivando nos momento importantes e difíceis da minha

vida.

Aos

Meus irmãos, Viviana e Paulo, pelo estimulo e apoio.

Ao

meu Orientador, Antonio Peixoto Albernaz, por todas as vezes

que teve paciência comigo e por todas as vezes que foi amigo, pai e

irmão.

DEDICO

Page 5: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

iii

AGRADECIMENTOS

A Deus, o que há de mais importante na minha vida.

Aos meus pais, pelo exemplo e amor incondicional.

A minha irmã, Viviana Galarce, que sempre acreditou que eu era

capaz.

Ao meu irmão, Paulo Zavala, que abriu meus horizontes para

continuar meus estudos.

Aos meus amigos, Aline Coelho, Fabíola Rangel, Lígia Chagas,

Marcus Crespo, Paula Palmeira, Ricardo Benjamin, Tatiana Marcial,

Thatiana Gomes, pela força, paciência, companheirismo, incentivo,

compreensão, conselhos e ajuda na elaboração deste trabalho.

Ao meu ex-marido, Eduardo César, por me incentivar a fazer a prova

do mestrado.

Ao Prof. Cláudio Baptista, por sempre dar sugestões e incentivos.

Ao Prof. Antonio Peixoto Albernaz, por sempre exigir mais de mim.

Page 6: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

iv

Aos técnicos Orlando Jr. e Josias Machado, pela ajuda, atenção e

paciência, todas as vezes que chegava cheia de exames.

Aos Animais, que permitiram a realização deste estudo.

Aos meus cães, Babi, Clara, Kauan, Bisteca e Matheus, por sempre

me festejar quando chegava em casa cansada e por todas as vezes

que tirei sangue.

A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente na

realização deste sonho.

Page 7: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

v

BIOGRAFIA

Maria Verônica Galarce Zavala, filha de Hernan Andrés Zavala

Venegas e Maria Angélica Galarce Mansuy, nasceu em 18 de agosto

de 1977, na cidade de Rio de janeiro – RJ.

Graduou-se em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual

do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF no ano de 2002.

Foi aprovada, no segundo período de 2004, no curso de pós-

graduação em Produção Animal, mestrado, no Laboratório de

Sanidade Animal do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias

da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF,

em Campos dos Goytacazes – RJ, submentendo-se ‘a defesa de Tese

para conclusão do curso em junho de 2007.

Page 8: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

vi

CONTEÚDO

RESUMO .............................................................................................................................. x ABSTRACT.......................................................................................................................... xii LISTA DE TABELAS E ANEXOS........................................................................................ vii 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 1 2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................... 3 2.1. Histórico das principais Ehrlichioses caninas.......................................................... 3 2.2. Posição sistemática................................................................................................. 4 2.3. Aspectos morfológicos............................................................................................. 5 2.4. Infecção e doença.................................................................................................... 6 2.5. Patogenia................................................................................................................. 7 2.5.1. Ehrlichia spp................................................................................................. 8 2.5.2. Anaplasma spp.....................................................…..................................... 9 2.6. Fases da doença..................................................................................................... 9

2.6.1. A doença na fase aguda............................................................................. 9

2.6.1.1. Ehrlichia spp................................................................................... 9

2.6.1.2. Anaplasma spp.............................................................................. 11

2.6.2.A doença na fase subclínica....................................................................... 11

2.6.2.1. Ehrlichia spp................................................................................... 11

2.6.2.2. Anaplasma spp.............................................................................. 12

2.6.3. A doença na fase crônica........................................................................... 12

2.6.3.1. Ehrlichia spp................................................................................... 12

2.6.3.2. Anaplasma spp.............................................................................. 13

Page 9: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

vii

2.7. Bioquímica Sérica.................................................................................................. 14

2.7.1. Alanina Aminotransferase (ALT)................................................................ 14

2.7.2.Fosfatase Alcalina (FA).............................................................................. 15

2.7.3. Uréia.......................................................................................................... 16

2.7.4. Albumina..................................................................................................... 16

2.7.5.Proteínas totais............................................................................................ 17

2.8. Testes de Coagulação........................................................................................... 17

2.9. Diagnóstico............................................................................................................ 18

3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................... 20

3.1. Amostragem........................................................................................................... 20

3.2. Colheita de material e procedimento laboratorial.................................................. 21

3.2.1. Pesquisa de hemocitozoários..................................................................... 21

3.2.2. Colheita sangüínea para realização dos testes.......................................... 21

3.3. Análise Estatística.................................................................................................. 22

4. RESULTADOS .............................................................................................................. 23

4.1. Pesquisa de Hematozoários.................................................................................. 23

4.2. Hemograma........................................................................................................... 23

4.3. Bioquímica sérica................................................................................................... 24

4.4. Testes de coagulação........................................................................................................... 25

5. DISCUSSÃO................................................................................................................... 26

5.1. Hemograma........................................................................................................... 26

5.2. Bioquímica Sérica.................................................................................................. 29

5.2.1.Avaliação Enzimática do Sistema hepatobiliar (ALT, FA)............................. 29

5.2.2. Proteínas totais............................................................................................ 30

5.2.3. Albumina...................................................................................................... 31

5.2.4. Uréia............................................................................................................ 32

5.3. Testes de coagulação............................................................................................ 32

6. CONCLUSÕES............................................................................................................... 34

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ........................................................................... 35

Page 10: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

viii

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1. Análise descritiva (valores médios e desvios-padrão - X±DP) e

comparação estatística (p≤0,05) do hemograma de caninos assintomáticos (grupo

C) e suspeitos positivos (SP) para Erliquiose em Campos dos Goytacazes, RJ.

................................................................................................................................23

Tabela 2. Análise descritiva (valores médios e desvios-padrão - X±DP) e

comparação estatística (p≤0,05) da bioquímica sérica de caninos assintomáticos

(grupo C) e suspeitos positivos (SP) para Erliquiose em Campos dos Goytacazes,

RJ............................................................................................................................24

Tabela 3. Análise descritiva (valores médios e desvios-padrão = X±DP) e

comparação estatística (p≤0,05) do Tempo de Pro-trombina (TPT) e do Tempo de

Tromboplastina parcial ativada (TTPA) de caninos assintomáticos (grupo C) e

suspeitos positivos (SP) para Erliquiose em Campos dos Goytacazes, RJ.

................................................................................................................................25

Ficha Clínica..........................................................................................................51

Quadro 1. Caracterização dos cães positivos para infecções causadas por

Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes,

RJ............................................................................................................................52

Page 11: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

ix

Quadro 2. Caracterização dos cães assintomáticos (grupo controle).

................................................................................................................................53

Quadro 3. Valores de bioquímica sérica dos cães positivos para infecções

causadas por Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes,

RJ............................................................................................................................54

Quadro 4. Valores de bioquímica sérica dos cães assintomáticos (grupo controle).

................................................................................................................................55

Quadro 5. Valores obtidos nos testes de coagulação e plaquetometria dos cães

positivos para infecções causadas por Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em

Campos dos Goytacazes, RJ. ...............................................................................56

Quadro 6. Valores obtidos nos testes de coagulação e plaquetometria dos cães

assintomáticos (grupo controle). ...................................................... .....................57

Quadro 7. Valores obtidos no eritrograma dos cães positivos para infecções

causadas por Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes, RJ.

................................................................................................................................58

Quadro 8. Valores obtidos no eritrograma dos cães assintomáticos (grupo

controle)..................................................................................................................59

Quadro 9. Valores obtidos no leucograma dos cães positivos para infecções

causadas por Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes, RJ.

................................................................................................................................60

Quadro 10. Valores obtidos no leucograma dos cães assintomáticos (grupo

controle)..................................................................................................................61

Page 12: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

x

RESUMO

ZAVALA, Maria Verônica Galarce; Aspectos clínicos e laboratoriais de cães suspeitos de infecções causadas por Ehrlichia spp. E Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes, RJ.; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; Junho de 2007; Aspectos clínicos e laboratoriais de cães suspeitos de infecções causadas por Ehrlichia spp. E Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes, RJ; Professor orientador: Prof. Antonio Peixoto Albernaz. Professor Conselheiro: Cláudio Baptista.

A Erliquiose canina é uma doença causada por bactérias gram negativas da

ordem rickettsiales. A doença possui três fases clínicas: aguda, sub-aguda e

crônica. No hemograma as alterações comumente observadas são: anemia

normocítica normocrômica, leucocitose neutrofílica com dnne leve e

trombocitopenia. Neste estudo, realizado em caninos residentes na cidade de

Campos dos Goytacazes, RJ, foram observados 30 cães assintomáticos,

formando o grupo “C” e 29 cães positivos, confirmados através do mesmo exame,

formando o grupo “SP”. Foram realizados os seguintes exames laboratoriais:

hemograma, pesquisa de hemocitozoários, mensuração de alanina

aminotransferase (ALT), albumina, fosfatase alcalina (FA), proteínas totais e uréia,

além do tempo de pro-trombina (TPT) e tempo de tromboplastina parcial ativada

(TTPA). Os resultados mostraram diferença significativa (p≤0,05) nos seguintes

parâmetros; hemograma: hematimetria, volume globular, hemoglobinometria e

plaquetometria; bioquímica sérica: ALT, FA, proteínas totais, albumina e uréia;

Page 13: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

xi

testes de coagulação: TTPA. Concluiu-se que a avaliação hematológica foi

fundamental para a avaliação clínica, prognóstica e terapêutica, a avaliação da

capacidade hemostática mostrou-se eficaz na triagem clínica dos pacientes e a

avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica

complementar fundamental, possibilitando evidenciar lesões em sistemas e/ou

órgãos.

Unitermos: Erliquiose, hemostasia e Plaquetometria

Page 14: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

xii

ABSTRACT The canine ehrlichiosis is a disease caused by gram-negative bacteria which

belongs to the Rickettsiales order . Clinically, the disease presents three stages:

acute, sub-acute and chronic. The most commonly observed hematologic changes

are: nonregenerative anemia, neutrofilic leukocitosis with marked mature

neutrophilia left shift and thrombocytopenia. In this study, realized in dogs living in

Campos dos Goytacazes city, RJ, were included 30 assinthomatic individuals,

named as Group "C" and other 29 presenting positive infection, confirmed through

the same laboratory analyses, forming part of the group named "SP". The

laboratory analyses included: hemograms, search of intracellulars parasite,

measure of ALT (Alanine Amine transferase), albumin, AF (alkaline phosphates),

proteins total and urea, besides PT (prothrombin time) and APTT (activated partial

thromboplastin time)

The results achieved presented significative difference (p < 0,05) in the followings

parameters: Hemograms: Haematometry, global volume, hemoglobinemetry and

plaquetometry. Serical biochemical: ALT, FA, totals proteins, albumin and urea

Test of coagulation: TTPA. In this way, it may be concluded that the hematologic

analyses was fundamental for the clinic evaluation, for the prognostic and

therapeutical providences. Besides, the evaluation of the haemostatic capacity of

patients presented large efficiency in the clinical evaluation of patients and the

Page 15: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

xiii

evaluation of the serical biochemical laboratory tests became a valorous and

fundamental skill in the complemental diagnosis, preventing and discovering

lesions in the systems and/or organs.

Key-words: Ehrlichiosis, hemostasia, platelet count

Page 16: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

1

1. INTRODUÇÃO

A Erliquiose canina é uma doença que acomete cães de todas as regiões do

mundo (ALMOSNY et al., 2002), principalmente nas regiões tropicais e subtropicais

(BROUQUI et al., 1991).

O gênero Ehrlichia faz parte de um grupo de microorganismos constituídos por

bactérias intracelulares obrigatórias em vacúolos de células eucarióticas, como

leucócitos (DUMLER et al., 2001), seu desenvolvimento possui 3 estágios: corpúsculo

elementar, corpúsculo inicial e mórula. Individualmente a bactéria é denominada:

corpúsculo elementar, com aspecto cocóide ou elipsóide, porém o pleomorfismo é

notado com freqüência (MCDADE, 1990). Segundo CAMPBELL (1994) e STILES

(2000) a Erliquiose canina é causada por um cocobacilo Gram-negativo, parasita

obrigatório de células mononucleares do sangue, a Ehrlichia canis.

HOSKINS (1991) relatou que a Erliquiose canina é transmitida por carrapatos

Rhipicephalus sanguineus que infectam os hospedeiros quando se alimentam e sua

secreção salivar é inoculada no local da picada (GROVES et al.,1975 e MCDADE,

1990).

De acordo com WOODY & HOSKINS, (1991) o período de incubação da doença

varia entre 8 e 15 dias para os casos agudos ou de meses ou anos nos cursos

crônicos, que geralmente são fatais. Entre as fases agudas e crônicas, ocorre um

período no qual não existem alterações fisiológicas perceptíveis ao exame clínico,

Page 17: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

2

sendo denominada de fase subclínica, pode durar anos até que a doença evolua para a

cronicidade.

As anormalidades hematológicas freqüentemente observadas por TROY &

FORRESTER (1990), HOSKINS (1991) e SKOTARCZAK (2003) são: anemias não

regenerativas, trombocitopenia e leucopenia. A monocitose é um achado freqüente

relatado por HARRUS et al. (1997). MIRANDA et al. (2004), observaram 557 canídeos

suspeitos de Erliquiose na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, dos quais 69

apresentaram-se positivos a partir de avaliação em esfregaço sanguíneo, que

correspondem à ocorrência de 12,4% na área e FAJARDO (2005) estudando 1300

caninos suspeitos constatou que 170 foram positivos ao exame de esfregaço sanguíneo

(pesquisa de hemoparasitas) caracterizando freqüência de 13%.

O exame clínico acompanhado do histórico e de exames complementares

representam a tríade fundamental para uma abordagem inicial segura do paciente.

Exames laboratoriais rotineiros são utilizados como importante ferramenta diagnóstica

(MEYER et al., 1995). Conforme EWING et al.(1996) para se realizar o diagnóstico da

doença o parasita deve ser detectado em microscopia óptica, através de hematoscopia,

utilizando-se esfregaços sangüíneos corados pelo método May-Grunwald-Giemsa.

KAKOMA et al. (2000) consideraram que não existe uma padronização internacional

para o diagnóstico da Erliquiose canina e que o desenvolvimento de novas técnicas,

com baixos custos operacionais e de fácil execução pelo clínico torna-se importante

para a confirmação da doença em sua fase inicial, aumentando as chances de

tratamento e cura dos animais.

O presente estudo objetivou avaliar e caracterizar clinica e laboratorialmente as

infecções determinadas por Erlichia spp. e Anaplasma spp. em cães no Município de

Campos dos Goytacazes, RJ, visando facilitar a conduta do médico veterinário diante

da impossibilidade da realização de um diagnóstico laboratorial complementar,

sorológico e através da pesquisa dos hematozoários em esfregaços sanguíneos,

gerando resultados que possam ser utilizados para melhor avaliação do paciente

canino infectado, melhorando desta forma a conduta terapêutica e o controle da

doença.

Page 18: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

3

2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Histórico das principais Ehrlichioses caninas

Donatien & Lestoquard (1935) apud ALMOSNY (1998) descreveram a

Rickettsiose canina pela primeira vez como Rickettsia canis, na Argélia. Desde então

algumas descrições ocorreram em cães na África (HILDEBRANDT et al., 1972).

Em 1945, Moshkovski renomeou o microorganismo como Ehrlichia canis, em

homenagem a Paul Ehrlich (MCDADE, 1990). Posteriormente, a Ehrlichia canis foi

reconhecida em 1957 em Aruba, região das Antilhas Holandesas, numa infecção

associada à Babesia canis e descrita em Oklahoma, EUA por EWING & PHILIP, em

1966.

A disseminação mundial ocorreu durante a Guerra do Vietnã, através dos cães

militares acometidos com hemorragia severa nas tropas da Inglaterra e dos Estados

Unidos (HUXSOLL, 1976). Segundo HOILIEN et al., (1981) e RIKIHISA et al., (1991)

160 cães pastores foram acometidos pela infecção de E. canis na Guerra do Vietnã.

O primeiro caso no Brasil, ocorreu em Belo Horizonte, MG em 1973, citado por

COSTA et al. Após três anos, em 1976, CARRILO et al. relataram a doença no Rio de

Janeiro, RJ em cães da Polícia Militar.

PAES (1995) postulou que a doença já se encontrava amplamente distribuída no

Brasil. Em 2002, 67 casos foram encontrados e descritos por BULLA et al. (2004) em

Page 19: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

4

um mês na cidade de Botucatu, SP, mostrando que a Ehrlichiose está presente em

várias regiões do Brasil.

A doença foi descrita em todos os continentes por WANER et al., (1996) e foi

reconhecida como ehrlichiose canina ou ehrlichiose monocítica canina por HARRUS et

al., em 1997 e NEER em 1998.

Segundo vários autores como MORAIS et al. (2002), LABARTHE et al. (2003) e

BULLA et al. (2003) a doença no Brasil é considerada enzoótica, conforme estimativas

e dados recentemente obtidos. MORAIS et al. (2002), estimaram a prevalência da

Rickettsiose canina em cerca de 20% em vários estados como, Paraná, Bahia, Rio de

Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará, Alagoas,

Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Já em um estudo retrospectivo

realizado por BULLA et al., em 2003, no interior de São Paulo com 246 amostras,

verificou que 30,9% das amostras tinha a presença de E. canis, sendo considerada um

doença enzoótica na cidade de Botucatu (SP), já que as condições climáticas

favoreceram a disseminação do carrapato R. sanguineus.

Em alguns países, a incidência de Erliquiose é maior no verão, sendo descrita

por DAVOUS et al.(1990), KEYSARY et al. (1996) e HARRUS et al. (1997). Segundo

KEEFE et al. (1982) o stress do calor aumenta a probabilidade do desencadeamento da

doença.

Anaplasma platys é um parasita de plaquetas circulantes em cães, que foi

descrita em 1978 por HARVEY et al.

A primeira detecção de inclusões no Japão de Anaplasma platys foi descrita em

agosto de 2001 por INOKUMA et al.

2.2. Posição sistemática

A classificação taxionômica entrou em conflito nos últimos três anos, pois as

primeiras diferenciações feitas entre as espécies de parasitas foram baseadas no tipo

de células parasitadas, na distribuição geográfica e na severidade da doença

(ALMOSNY, 2002), e com o desenvolvimento científico, a análise de DNA dos parasitas

identificou as semelhanças entre as mesmas, ocorrendo uma nova reestruturação da

classificação em um esquema de genogrupos (DUMLER et al., 2001).

Page 20: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

5

DUMLER et al. (2001) descreveram e reorganizaram os gêneros Ehrlichia e

Anaplasma nas famílias Rickettsiales e Anaplasmataceae dentro da ordem

Rickettsiales. A partir de então, Ehrlichia platys foi renomeada para Anaplasma platys

A posição taxionômica da Ehrlichia canis reformulada a partir de então, passou a

constituir a seguinte forma;

Ordem: Rickettsiales,

Família: Anaplasmataceae,

Gênero: Ehrlichia,

Espécie: Ehrlichia canis.

A posição taxionômica do Anaplasma platys;

Ordem: Rickettsiales,

Família: Anaplasmataceae,

Gênero: Anaplasma,

Espécie: Anaplasma platys.

2.3. Aspectos morfológicos

A Ehrlichia canis é um microorganismo intracelular obrigatório, que pode ser

encontrado isolado, em colônias compactas ou formando mórulas em leucócitos

mononucleares (BULLA et al., 2004), esta bactéria tem tropismo por células

hematopoiéticas (SKOTARCZAK, 2003).

Seu desenvolvimento possui três estágios, quais sejam: corpúsculo elementar,

corpúsculo inicial e mórula. Individualmente a Ehrlichia é denominado corpúsculo

elementar, com aspectos cocóide ou elipsóide não móveis, porém o pleomorfismo é

notado com frequência (ALMOSNY, 1998; MCDADE, 1990).

O número de corpúsculos elementares em cada vacúolo é variável, de 2 a 40

corpúsculos elementares, os quais se multiplicam por fissão binária (HILDEBRANDT et

al., 1972).

A primeira fase do ciclo é caracterizada pela penetração de corpúsculos

elementares em células mononucleares (DAVOUST et al. 1993). Após ocorre a

Page 21: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

6

multiplicação da rickettsia dentro do fagossomo de células mononucleares, onde se

desenvolve em mais dois estágios, em corpúsculo inicial e mórula (MCDADE, 1989).

Estes dois autores concordam que os corpúsculos elementares são fagocitados por

leucócitos mononucleares, porem a fusão fagossomo-lisossomo não ocorre em células

infectadas, permitindo a divisão binária.

NYINDO et al. (1971) afirmaram que os corpúsculos elementares aumentam em

número e se agrupam formando incluções denominadas corpúsculos iniciais. Nos sete

a doze dias posteriores ocorre a multiplicação dos corpúsculos e formação de mórulas

(SIMPSON, 1972).

As mórulas são estruturas com coloração semelhante a dos corpúsculos iniciais

e são constituídos por um a três vacúolos contendo de um a quarenta corpúsculos

elementares, que podem estar compactos ou difusos em seu interior (HUXSOLL et al.,

1970; DAVOUST, 1993; BEAUFILS et al., 1995). Após 12 a 18 dias de incubação, as

mórulas se dissociam do citoplasma e podem liberar corpúsculos iniciais ao se

romperem, que irão infectar outras células sanguíneas (NYINDO et al., 1971;

CAMPBELL,1994).

O parasito se localiza nas células reticuloendoteliais do fígado, baço, e nódulos

linfáticos, onde ocorre a replicação primária em macrófagos mononucleares e linfócitos

(SWANGO et al., 1989).

A Anaplasma platys é uma rickettsia específica de plaquetas de cães que causa

trombocitopenia cíclica canina (HARVEY et al., 1978 citado por INOKUMA et al., 2002).

A. platys, um microorganismo antigenicamente não relacionado com E. canis ou E.

equi, consiste no agente causador da Trombocitopenia cíclica infecciosa dos cães

(SWANGO et al., 1989).

Segundo WOODY & HOSKINS, (1991), A. Platys foram observados apenas em

plaquetas, podendo ocorrer com uma, duas ou três inclusões. De coloração basofílica

em esfregaços corados pelo Giemsa, mede entre 0.4 a 1.2 µm, podendo ser

arredondada, oval ou achatada. É rodeada por membrana dupla e se reproduz por

fissão binária.(RISTIC et. al.,1984).

Os cães infectados não apresentam enfermidade clínica e raramente mostram

sinais de hemorragia significativa, mesmo tendo plaquetopenias pronunciadas. As

Page 22: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

7

infecções associadas de A. platys e E. canis são comuns (HOSKINS, 1991 e HARRUS

et al., 1997).

Existem dificuldades no diagnóstico de A. platys através da observação de

mórulas devido ao caráter cíclico da trombocitopenia e o teste de imunofluorescência

indireta detecta anticorpos para E. platys durante um curto período após o

aparecimento de plaquetas parasitadas (FRENCH & HARVEY, 1983 e WOODY &

HOSKINS, 1991).

2.4. Infecção e doença

A Ehrlichia canis é a mais importante espécie de ehrlichia em cães

(SKOTARCZAK, 2003), sendo uma doença emergente em todo o mundo (INOKUMA et

al., 2000). Porém, as manifestações clínicas podem variar conforme a região geográfica

(DAGNONE et al., 2003).

A infecção canina por Anaplasma platys foi descrita nos EUA, Itália, França,

Grécia, Espanha, Taiwan, Thailândia e Venezuela (INOKUMA et al., 2002).

O carrapato marrom Rhipicephalus sanguineus é o vetor de rickettsiose canina,

causada pela Ehrlichia canis e Anaplasma platys (INOKUMA et al., 2000). A infecção

dos hospedeiros ocorre quando os carrapatos contaminados se alimentam e sua

secreção salivar é inoculada no local da picada, podendo transmitir a rickettsia por 155

dias (ALMOSNY, 2002).

Entre animais, EWING & BUCKNER (1965) constataram que o principal

mecanismo de transmissão da infecção natural se dá pela picada do R. sanguineus em

qualquer estágio.

GROVES et al. (1975) afirmaram que a transmissão da rickettsia entre

carrapatos ocorre de forma trans-estadial sem que haja passagem trans-ovariana, e

SMITH et al. em 1976 confirmaram a afirmativa, observando que após a ingestão de

sangue de um animal infectado. A multiplicação de E. canis ocorreu nas glândulas

salivares e nas células intestinais do carrapato R. sanguineus, mas não foi encontrado

nenhuma evidencia ou estrutura de E. canis nos ovários do carrapato.

A passagem de E. canis para o carrapato ocorre duas a três semanas após o

cão ser inoculado com a bactéria (WOODY & HOSKINS, 1991). Nos casos de cães na

Page 23: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

8

fase crônica é pouco provável a transmissão do agente para o seu vetor biológico

(LEWIS Jr. et al., 1977)

Os fatores que podem afetar a severidade clínica e a progressão da doença nos

cães podem estar ligados a raça, diferenças individuais na resposta imune, carga

infectante e a patogenicidade da linhagem (RIKIHISA et al., 1991), além disso, deve-se

levar em consideração a idade e a possibilidade de doença concomitante (WOODY &

HOSKINS, 1991). O quadro clínico do animal pode ser agravado com co-infecções, que

podem ocorrer com Anaplasma platys, Babesia canis, Hepatozoon canis ( EWING &

BUCKNER, 1965; PRICE et al., 1987; MATTHEWMAN et al., 1993).

HARRUS et al. (1997) afirmaram que em relação ao sexo dos animais, não

existe predisposição para infecção por E. canis.

2.5. Patogenia

2.5.1. Ehrlichia spp.

A Ehrliquiose canina é considerada uma síndrome altamente variável em suas

alterações clínicas e hematológicas, mimetizando doenças metabólicas e infecciosas

(KAKOMA et al., 2000), como Trombocitopenia auto-imune idiopática ou secundária,

doenças causadas por hematozoários, Lupus eritematoso sistêmico, Leucemias,

Coagulação intravascular disseminada (CID), Neoplasia esplênica e Esplenite, o que

dificulta seu diagnóstico diferencial ( HARRUS et al., 1999), duração e severidade dos

sinais clínicos (HUXSOLL et al., 1972).

Os animais com Ehrliquiose monocítica canina (EMC) apresentam sinais clínicos

severos que podem variar conforme o estágio da doença. Os sintomas mais frequentes

são febre alta, anorexia, magreza, hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenopatia,

distúrbios cardíacos, respiratórios, nervosos e oftalmopatias (WALKER et al., 1970;

TROY & FORRESTER, 1990 apud CASTRO et al., 2003).

Segundo HARRUS et al. (1996 e 2001) os sinais mais freqüentes apresentados

pela doença são depressão, letargia, anorexia, febre, linfadenomegalia,

esplenomegalia, trombocitopenia e hemorragias associadas e hipergamaglobulinemia

Page 24: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

9

(RISTIC & HOLLAND, 1993). Outros autores também incluem a pancitopenia como um

achado comum (WOODY & HOSKINS, 1991; HARRUS et al., 1996).

O período de incubação da Erliquiose canina segundo PRICE et al. (1987) varia

de uma a três semanas e a doença pode apresentar três fases, de acordo com as

alterações clínicas e hematológicas. As três fases da doença são: fase aguda, fase

subclínica e fase crônica (SKOTARCZAK, 2003).

2.5.2. Anaplasma spp.

Segundo ARRAGA-ALVARADO et al. (1996), a infecção por A. Platys não é

considerada um microorganismo muito patogênico ou um importante causador da

doença. As inclusões ou mórulas de A. Platys geralmente são um achado acidental na

amostra de esfregaço sangüíneo (BREITSCHWERDT et al., 1997)

2.6. Fases da doença

2.6.1. A doença na fase aguda

2.6.1.1. Ehrlichia spp.

Na fase aguda, que pode durar de duas a quatro semanas, o agente se multiplica

em leucócitos mononucleares, disseminando-se para órgãos como fígado, baço e

linfonodos (NEER, 1998). Nesse período, é mais comum a detecção de mórulas de E.

canis em esfregaço sanguineo e a presença de carrapatos nos cães (WALKER et al.,

1970).

Segundo SKOTARCZAK (2003), O primeiro é o estágio agudo, com período

entre 8 e 20 dias após infecção, manifestando-se com febre, depressão, dispnéia,

anorexia e pequenos prejuízos. Apresenta também trombocitopenia, leucopenia, leve

anemia e hipergamaglobulinemia.

Em animais experimentalmente infectados o aparecimento dos sinais clínicos

pode variar entre o décimo e o décimo quarto dia (HUXSOLL et al., 1972; PIERCE et

Page 25: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

10

al., 1977 e CASTRO, 1997), ou no décimo quinto dia (KEYSARY et al., 1996 e

HARRUS et al., 1996).

Os principais achados clínicos na fase aguda de acordo com HUXSOLL et al.

(1969), WALKER et al. (1970), HUXSOLL et al. (1972), HARRUS et al. (1996),

HARRUS et al. (1997), ALMOSNY (1998) e FRANK& BREITSCHWERDT (1999), são

febre, letargia e apatia.

WALKER et al., em 1970 afirmaram que a anorexia e a perda de peso ocorrem

sete dias após a infecção do animal e de acordo com ALLSOPP & ALLSOPP (2001), a

anorexia e a debilidade generalizada podem ser sugestivas de Erliquiose quando não

existem outros sinais.

Em 373 cães estudados por PRICE et al. (1987) foram encontrados sinais

clínicos como emaciação, febre, depressão, anorexia, vômito, esplenomegalia e palidez

de mucosas, assim como no estudo de HARRUS et al. (1997) e CASTRO (1997).

Uma conseqüência da Erliquiose canina ao organismo do animal é a constatação

de Hepatomegalia e linfadenomegalia por causa da multiplicação da ricketsia e da

hiperplasia linforeticular (WALKER et al., 1970; CASTRO, 1997; HARRUS et al., 1997;

ALMOSNY, 1998 e ALMOSNY et al., 2002).

A anemia caracteriza-se pela redução no número de hemácias, ou no teor de

hemoglobina, ou em ambos. É um reflexo de um estado patológico. A anemia ocorre

em razão a uma excessiva perda de sangue (hemorragias), destruição (hemólise), ou

queda na produção de eritrócitos (BIRCHARD & SHERDING, 2003).

Durante a fase aguda pode haver um aumento no seqüestro e destruição de

células sanguíneas provocando uma pancitopenia transitória, já que a medula óssea

continua a função de produção normalmente (BUHLES Jr. et al., 1975 e PRICE et al.,

1987).

Trombocitopenia é o mais proeminente e consistente achado hematológico que

ocorre na EMC (HARRUS et al., 1997). De acordo com MEYER et al., (1995) a

trombocitopenia é clinicamente seguida pelo achado de hemorragias petequiais e

equimóticas nas membranas, mucosas ou pele, sendo confirmada pela contagem de

plaquetas.

Page 26: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

11

A presença contínua de trombocitopenia em animais com Erliquiose canina é

considerada alta por NEER (1998) e descrita como alteração em 100% dos animais por

TROY et al. (1980).

A trombocitopenia também tem sido associada a trombocitopatias funcionais

como consumo plaquetário (SMITH et al., 1975), redução da meia vida (SMITH et al.,

1975; PIERCE et al., 1977), da adesão (LOVERING et al., 1980) e da agregação

plaquetária (HARRUS et al., 1996; VARELA et al., 1997; HARRUS et al., 2001)

WOODY & HOSKINS (1991) relataram outros achados na fase aguda, como

anemia e leucopenia, devido ao sequestro e destruição de células sanguíneas.

Hiperproteinemia, decorrente da elevação de gamaglobulinas (HOSKINS et al., 1983;

RIKIHISA et al., 1994; HARRUS et al., 1996), em resposta ao estímulo antigênico e/ou

uma hipersensibilização provocada pela E. canis (BURGHEN et al., 1971)

MCBRIDE et al. (2003) afirmou que cães que apresentam a fase aguda podem

eliminar a infecção ou desenvolver uma infecção crônica assintomática.

2.6.1.2. Anaplasma spp.

Segundo FELDMAN et al. (2000) durante a fase aguda, observa-se parasitemia

cíclica das plaquetas, seguida de trombocitopenia cíclica em intervalos de7 a 14 dias, o

que sugere reação imunológica. Após um período de trombocitopenia, as plaquetas

tendem a retornar a valores normais após 3 a 4 dias (ALMOSNY et al., 2002).

HUANG et al. (2005) relataram que cães infectados com Anaplasma Platys que

se apresentavam na faes aguda das doença não apresentavam alterações severas e

hemorragias significativas.

2.6.2. A doença na fase subclínica

2.6.2.1. Ehrlichia spp.

A fase subclínica ocorre entre 40 e 120 dias, podendo durar até alguns anos sem

sinais clínicos ou com leve trombocitopenia (SKOTARCZAK, 2003).

A fase subclínica pode durar até 6 a 9 semanas (WOODY e HOSKINS, 1991),

Page 27: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

12

podendo persistir por 4 a 5 anos em áreas enzoóticas (CODNER e FARRIS-SMITH,

1986 e WANER et al., 1997)

Embora os animais não apresentem sinais clínicos, pode-se observar

emaciação, apetite seletivo e letargia intermitente (PRICE et al., 1987).

As alterações hematológicas são semelhantes ‘as ocorridas na fase aguda,

podendo apresentar uma hipoplasia medular, assim como, trombocitopenias,

linfocitose, neutropenia e hiperglobulinemia (CODNER e FARRIS-SMITH, 1986).

Segundo WANER et al. (1997) há redução do número de plaquetas, aumento do

seu tamanho, e redução da contagem leucocitária e neutrofílica, mas sem

ultrapassagem do limite inferior de referências adotadas pelo autor.

ALMOSNY et al. (2002) afirmaram que cães imunocompetentes são capazes de

eliminar a infecção na fase subclínica que pode persistir por 4 a 5 anos, ou passar para

a fase crônica da doença (WOODY & HOSKINS, 1991).

2.6.2.2. Anaplasma spp.

Nesta fase da doença ALMOSNY et al., (2002) descreve que ocorre uma

alteração na função plaquetária , hiperplasia megacariocítica e dificilmente as inclusões

são observadas no esfregaço sanguineo , porem os valores do eritrograma e do

leucograma permanecem normais.

2.6.3.A doença na fase crônica

2.6.3.1. Ehrlichia spp.

A fase crônica segundo WOODY & HOSKINS (1991) e MATTHEWMAN et al.

(1993), pode ocorrer a partir de meses ou até 4 a 5 anos após a infecção do animal,

podendo promover uma doença moderada, com sinais atenuados da fase aguda, ou

promover uma doença severa que pode levar a óbito.

O último estágio é a fase crônica, caracterizada por hemorragias, epistaxis,

petéquias e edema, e os achados laboratoriais semelhante à fase aguda,

Page 28: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

13

(SKOTARCZAK, 2003) levando à pancitopenia e maior destruição das plaquetas

(SWANGO et al.,1989).

Os sinais clínicos da Erliquiose canina crônica são semelhantes aos de uma

doença imunomediada (TROY & FORREST, 1990). Geralmente os animais

apresentam-se caquéticos, apáticos e com suscetibilidade a infecções secundárias pelo

comprometimento da imunidade do animal (WOODY & HOSKINS, 1991).

De acordo com NEER (1998) os animais apresentam distúrbios hemostáticos,

oftalmopatias e nefropatias, em decorrência de trombocitopenias, disfunção plaquetária

e vasculite (CODNER et al., 1985).

Animais com Erliquiose canina que apresentaram trombocitopenia acentuada

possuíram tendências hemorrágicas de acordo com WOODY & HOSKINS (1991),

sendo observado epistaxe e/ou rinorragia por HUXSOLL et al. (1970), PRICE et al.

(1987), HARRUS et al. (1987). Outros sinais de hemorragia foram descritas por

WOODY & HOSKINS (1991) como petéquias, equimoses, melena e sangramentos

prolongados. Hematúria, hifema, hemorragia retinal, hemoptise e hematemese foram

menos freqüentes.

Nesta fase comumente ocorre pancitopenia, sendo uma conseqüência da

hipoplasia medular (SMITH et al., 1974; BUHLES Jr. et al., 1975; PRICE et al., 1987 e

HARRUS et al., 1999). Porém as concentrações de gamaglobulinas em animais

pancitopênicos foram menores que ‘as obtidas em cães sem pancitopenia. Segundo

HARRUS et al. (1996) a combinação de hipogamaglobulinemia e neutropenia permite

que os animais com pancitopenia sejam mais suscetíveis ‘as infecções secundárias.

Alterações clínicas como febre, anorexia, petéquias hemorrágicas e uveíte são

observadas na infecção por Anaplasma platys (INOKUMA et al., 2002).

2.6.3.2. Anaplasma spp.

Segundo HARRUS et al (1996) na fase crônica o ciclo parasitemia-

trombocitopenia diminui ocorrendo lenta resolução da trombocitpenia e da parisitemia

esporádica, podendo ocorrer anemia e/ou leucopenia.

Page 29: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

14

2.7. Bioquímica Sérica

A avaliação bioquímica sérica vem sendo utilizada extensivamente em Medicina

Veterinária, não somente para avaliação clínica individual, como também para avaliar

populações de animais (PAYNE & PAYNE, 1987). Quando interpretados

adequadamente, os resultados fornecem importantes informações em relação ao

estado clínico do paciente, ao balanço nutricional, a situações deficitárias, a

monitorações de tratamento e a prognóstico (GONZALES et al., 2001)

A maioria dos valores de referência disponível na literatura é de autores

estrangeiros (KELLER, 1981; FUKUDA et al., 1989; LUMSDEN & JACOBS, 1989;

MATSUZAWA et al., 1993; KANEKO et al., 1997) o que limita a adequada interpretação

do perfil bioquímico sanguíneo de caninos criados no Brasil (GONZALES et al., 2001)

Os parâmetros clinicopatológicos usados para avaliar o fígado refletem estes

componentes estruturais e podem ser divididos em testes de enzimas séricas; alanina

aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), e testes funcionais;

albumina, uréia e fatores de coagulação (MEYER et al.,1995).

2.7.1. Alanina Aminotransferase (ALT)

A Alanina Aminotransferase é uma das enzimas que podem ser mensurada no

soro, e está em altas concentrações no fígado. Em injúrias hepáticas esta enzima está

aumentada, sendo um valor útil no diagnóstico (KANEKO et al., 1997).

Em casos de lesão hepática aguda ou crônica de animais domésticos, a

atividade da ALT no soro está aumentada. Essa atividade é grande no pâncreas, rim,

eritrócito e quando há injúrias a atividade enzimática no soro é esperada aumentada

(KANEKO et al., 1997).

Um significativo aumento da atividade sérica indicada pela degeneração ou

necrose hepatocelular, sendo que uma necrose muscular severa pode elevar os valores

em cães sem que ocorra doença hepática concomitante, não obstante degenerações

ou necrose focal da massa muscular não elevam sua atividade sérica (GELLA, 1994).

Page 30: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

15

Segundo AMARAL et al. (1996) a pequena quantidade de ALT existente no soro,

é decorrente da substituição fisiológica de algumas células do tecido hepático, pela

liberação da enzima. De acordo co MEYER et al. (1992) ALT estará aumentada no soro

quando ocorrerem alterações na permeabilidade da membrana dos hepatócitos, como

agressões por toxinas e hipóxia.

A atividade plasmática da ALT é citada como dentro da média normal ou

levemente maior para cães adultos (CENTER et al., 1993).

2.7.2.Fosfatase Alcalina (FA)

A fosfatase alcalina também é uma enzima presente no fígado, que demonstra a

atividade hepática (KANEKO et al., 1997). Conforme MEYER et al. (1992) a fosfatase

alcalina é ligada ‘a membrana celular e pode ser encontrada em uma variedade de

tecidos, sendo que cada tecido produz uma diferente izoenzima.

A atividade da FA no soro total, consiste na combinação de izoenzimas

produzidas no fígado, ossos, rins, placenta e intestino, sendo que as maiores frações

são representadas pelas izoenzimas do fígado e ossos (KANEKO et al., 1997).

Segundo KRAMER & HOFFMANN (1997), ainda existe uma enzima induzida por

corticosteróide. Outras drogas podem induzir a hiperatividade da FA, como esteróides,

barbitúricos, cefalosporinas, fenobarbital, fenotiazinas, fenilbutazona, tetraciclinas,

tiabendazol e halotano (WILLARD et al., 1993).

Geralmente os aumentos da atividade sérica da FA são de origem hepatobiliar,

com exceção de animais em crescimento ou com doenças ósseas (MEYER et al.,

1992).

A isoenzima óssea FA, derivada da atividade osteoblástica, pode aumentar a

atividade sérica da FA dos animais em desenvolvimento, a magnitude desse aumento

chega a cerca de 2-3 vezes o normal. Indicando que a FA não pode ser utilizada no

diagnóstico de disfunções hepáticas durante o período de crescimento (CENTER et al.,

1993).

A alteração da fosfatase alcalina está ligada a ingestão de uma dieta rica em

farinha de trigo, causando uma diminuição e perda da atividade de FA (BATT et al.,

Page 31: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

16

1987). Portanto a alimentação do animal também pode interferir nos resultados das

alterções nos níveis séricos de FA.

2.7.3. Uréia

A uréia é um soluto permeável sintetizada no fígado a partir da amônia, sendo

transportado do fígado e se difunde passivamente a todos os compartimentos líquidos

do organismo (OLIVEIRA, 2004).

A uréia é excretada principalmente pelos rins, mas nem toda a uréia filtrada é

excretada na urina, devido a reabsorção passiva nos túbulos renais, a concentração

sérica de uréia é dependente da velocidade de filtração glomerular e alterações na

velocidade do fluxo urinário (OLIVEIRA, 2004).

A avaliação da função renal rotineiramente utiliza a dosagem de uréia no soro,

tendo pouca ou nenhuma toxicidade até que as concentrações no sangue excedam os

limites normais detectados pela falência renal (KANEKO et al., 1997). Este autor ainda

cita que uma grande variedade de alterações bioquímicas existentes no fluido

extracelular durante a falência renal suscita metabolismo celular anormal o qual é

manifestado com sinais urêmicos.

2.7.4. Albumina

A albumina é uma proteína de relativo baixo peso molecular e que contribui em

cerca de 75% para a pressão coloidosmótica plasmática, mesmo somando apenas 50%

da concentração protéica total do plasma. A albumina é sintetizada no fígado e sua

produção é regulada pela pressão osmótica e osmolaridade do espaço extravascular

intra-hepático. Depois é lançada à circulação, cumprindo um ciclo de meia vida de 16

horas, em que sai do espaço intravascular para o interstício, retornando através da

circulação linfática (VIEIRA et al., 2004).

A albumina não é armazenada no fígado. Ela é imediatamente excretada no

sistema linfático hepático ou nos sinusóides. A meia-vida da circulação da albumina é

de aproximadamente 16 horas (MARGANSON et al. 1998).

Page 32: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

17

O fator primário que regula a síntese é a pressão osmótica e osmolaridade do

espaço extravascular intra-hepático (PIETRANGELO et al., 1992; YAMAUCHI et al.,

1992). Outros fatores que regulam a síntese são a disponibilidade de alguns

aminoácidos essenciais e hormônios (ROTHSCHILD et al., 1988; HUTSON et al.,

1987).

Uma das importantes funções da albumina é o seu papel na manutenção do

volume plasmático circulante, devido ao seu peso molecular relativamente baixo e ‘a

sua alta concentração (DOWEIKO et al., 1991).

2.7.5.Proteínas totais

As proteínas são compostos indispensáveis ‘a vida, representando a base da

estrutura de células, tecidos e órgãos. Funcionam como catalisadores enzimáticos nas

reações bioquímicas, carreadores de muitos constituintes do plasma e na defesa

orgânica como anticorpos (KANEKO et al., 1997).

A proteínas plasmáticas representam um grupo heterogêneo, de diferentes

pesos moleculares. Consistem basicamente albumina, globulinas e fibrinogênio

(COLES, 1986).

Alterações nos padrões das frações protéicas não são características de uma

doença em particular, mas podem trazer importantes informações diagnósticas, quando

usadas em conjunto com outros achados clínicos e laboratoriais (FELDMAN et al.,

2000).

2.8. Testes de Coagulação

A coagulação pode ser ativada pelas vias intrínseca, extrínseca e comum. A via

intrínseca é avaliada pelo tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA); a via

intrínseca é avaliada pelo tempo de protombina (PTT), e a via comum pode ser avaliada

pelos dois parâmetros, TTPA e PTT (MEYER et al.,1995).

A integridade da cascata de coagulação é importante para a hemostasia perfeita

e a deficiência de qualquer um dos fatores da coagulação pode resultar em

Page 33: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

18

hemorragias (GUYTON & HALL, 2002).

O sangramento espontâneo, de surgimento mais tardio, e de duração mais

prolongada, causando hematomas, hemartrose ou hemorragia nos tecidos profundos

ou cavidades corporais está ligado a distúrbios da formação do tampão hemostático

secundário, que ocorre em pacientes com deficiências de fatores da coagulação

(GREEN & THOMAS, 1997).

BIRCHARD & SHERDING (2003) afirmaram que as deficiências de fator de

coagulação tendem a causar sangramentos espontâneos no tórax, abdômen ou

músculos, predispondo a uma formação de hematocistos subcutâneos.

De acordo com MEYER et al, (1995), a infecção por rickettsia pode alterar a

hemostasia. Os três principais componentes da hemostasia são, a integridade vascular,

as plaquetas e a coagulação do sangue. Os mesmos autores relataram ainda que as

alterações dos fatores vasculares causam prejuízos à integridade do endotélio podendo

ocasionar descoloração cutânea difusa. Van- Lue et al, (2006) afirmaram que os testes

necessários para o estudo de parâmetros hemostáticos incluem os testes de Tempo de

Pro-trombina (TPT) e do Tempo de Tromboplastina parcial ativada (TTPA).

3.9. Diagnóstico

A doença é diagnosticada pelos sinais clínicos e hematológicos, demonstração

da mórula em monócitos periféricos e detecção de anticorpos para E. canis pela técnica

de imunofluorescência indireta de anticorpos (IFA). Nos EUA, a técnica de cultivo in

vitro é muito utilizada (RISTIC & HOLLAND, 1993). Também inclui isolação sorológica e

técnicas moleculares (INOKUMA et al., 2001).

ALMOSNY et al. (2002) afirmou que o diagnóstico laboratorial mais comum é

baseado na observação de mórulas em esfregaços de sangue periférico, feitos com a

primeira gota de sangue da ponta de orelha.

A mórula é encontrada principalmente durante a fase aguda da doença, porém a

dificuldade em encontrá-la limita o diagnóstico a 4% dos casos (BULLA et al., 2004). Os

mesmos autores citaram que foram encontrados 5,23% de infecções concomitantes

com Anaplasma platys e 2,63% com Babesia canis.

Page 34: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

19

Uma vantagem do método de diagnóstico molecular sobre as outras técnicas é a

sensibilidade e especificidade na detecção do patógeno no sangue periférico ou no

vetor artrópode (INOKUMA et al., 2003).

Análise de materiais aspirados de pulmão, linfonodos e baço são descritos como

métodos poucos eficientes (IQBAL & RIKIHISA, 1994).

Segundo ALMOSNY et al. (2002), os Testes ELISA são utilizados no diagnóstico

de Rickettsiose subclínica ou crônica pela baixa freqüência de mórulas nestas fases.

Page 35: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

20

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Amostragem

Foram utilizados 29 cães suspeitos de Erliquiose canina e 30 cães assintomáticos

(sadios), todos adultos (idade variando entre um e sete anos), sem definição de raça,

de ambos os sexos, domiciliados em Campos dos Goytacazes, RJ.

Foram divididos em três grupos

• Suspeitos e positivos, composto de 29 animais, denominado grupo

SP;

• Animais assintomáticos, composto de 30 animais, caracterizando o

grupo controle, denominado grupo C.

Todos os animais possuíram uma ficha clínica individual com seus dados e

possíveis alterações clínicas como no anexo (pág 52)

Foram considerados suspeitos os cães onde foram constatados pelo menos dois

sinais clínicos relacionados por KAKOMA et al. (2000): apatia, anorexia, emaciação,

letargia, sinais de depressão, febre, palidez de mucosas, ou sinais de distúrbios de

coagulação como epistaxe, petéquias, sufusões, melena, hematúria ou hifema.

A positividade para a doença foi definida a partir da avaliação do esfregaço

sangüíneo dos animais, ou seja, aqueles que apresentaram alterações clínicas e

formas reprodutivas da ordem Ricketsialles observadas ao exame laboratorial foram

incluídos no grupo SP.

Page 36: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

21

Foram considerados assintomáticos os cães que foram avaliados e não

apresentaram nenhuma alteração clínica nem suspeita clínica evidente, portanto

clinicamente hígidos, todos triados na Veterinária São Francisco de Assis, no Município

de Campos dos Goytacazes, RJ, esses cães foram incluídos no grupo C.

3.2. Colheita de material e procedimento laboratorial

3.2.1. Pesquisa de hemocitozoários

Foi realizada pesquisa de hemocitozoários em esfregaço sangüíneo

confeccionado com uma gota de sangue periférico. As lâminas foram coradas

utilizando-se corante Panótico NEWPROV e avaliadas à microscopia óptica, em

objetiva de imersão.

3.2.2. Colheita sangüínea para realização dos testes

Foram coletados 6ml de sangue total da veia cefálica de cada animal com a

utilização de agulha hipodérmica (25 x 7 mm) e seringas descartáveis (10 ml) e

distribuídos em 3 frascos:

• Com anticoagulante EDTA para realização de hemograma em equipamento

automatizado da modelo MS4, marca Melet Schloesing Laboratoires;

• Sem anticoagulante com gel separador de coágulo para realização de provas

bioquímicas séricas, onde foram mensurados os seguintes elementos:

� Uréia, creatinina, fosfatase alcalina, alanina aminotransferase,

proteínas totais e albumina. A análise foi realizada em equipamento

semi-automatizado da marca Merck, modelo Microlab 200/Merck®,

com kits reagentes da marca LABTEST.;

• Com citrato de sódio à 3,2% visando realização de testes de coagulação:

Page 37: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

22

� Tempo de Pro-trombina (APT Test);

� Tempo de Tromboplastina parcial ativada (Soluplastin), ambos

utilizando kits da marca Wiener Lab.

3.3. Análise Estatística.

Os resultados foram tabulados em “EXCEL”. Foram realizadas análises preliminares

das informações visando obter valores médios, desvios-padrão e coeficiente de

variação (SAS, 1996). Na avaliação final dos resultados referentes à bioquímica sérica

utilizou-se análise de variância, este teste foi realizado com o PROC GLM. As médias

referentes às outras análises realizadas foram comparadas pelo teste “t” ao 5% (SAS,

1996).

Page 38: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

23

4. RESULTADOS

Os resultados dos exames realizados e a estatística descritiva dos elementos

estudados são demonstrados abaixo, nas tabelas 1, 2 e 3.

4.1. Pesquisa de Hematozoários

Os resultados das lâminas dos cães apresentaram estruturas com a seguinte

morfologia: mórula e/ou corpúsculo inicial, que podem ser Ehrlichia spp. e Anaplasma

spp., ocorrendo em infecções simples ou múltiplas.

4.2. Hemograma

Tabela 1 – Análise descritiva (valores médios e desvios-padrão - X±DP) e comparação

estatística (p≤0,05) do hemograma de caninos assintomáticos (grupo C) e suspeitos

positivos (SP) para Erliquiose em Campos dos Goytacazes, RJ.

Grupo SP n=29

x ± D.P

Grupo C n=30 x ± D.P

Hematimetria (X x 106)

5,20 ± 1,33 A 6,45 ± 0,77 B

Volume globular (%)

36,95 ± 10,59 A 44,63 ±4,35 B

Page 39: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

24

Hemoglobinometria (g/dL)

11,66 ± 3,09 A 15,02 ± 1,54 B

Volume Corpuscular Médio (fL)

68,62 ± 5,75 A 69,55 ± 3,59 A

Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média

(%) 32,76±2,77A 33,61 ± 1,13 A

Leucometria Global

9841,66 ± 9457,74 A 8890,00 ±2782,87 A

Eosinófilos (valores absolutos)

331,74±335,49A 699,63 ±855,01 A

Neutrófilos em bastão (valores absolutos)

181,86±309,66 A 110,31±60,18 A

Neutrófilos segmentados (valores absolutos)

7359,52±8114,41A 6297,50±1999,03 A

Linfócitos (valores absolutos)

1173,26±739,01 A 1466,26±732,72 A

Monócitos (valores absolutos)

775,56±1133,37 A 414,30±285,19 A

Plaquetas (x 103/ µl )

140,0±99,0 A 277,0±91,9 B

Letras diferentes na mesma linha indicam diferença significativa.

4.3. Bioquímica sérica

Tabela 2 – Análise descritiva (valores médios e desvios-padrão - X±DP) e comparação

estatística (p≤0,05) da bioquímica sérica de caninos assintomáticos (grupo C) e

suspeitos positivos (SP) para Erliquiose em Campos dos Goytacazes, RJ.

Grupo SP n=29

x ± D.P

Grupo C n=30 x ± D.P

Alanina aminotransferase (UI/L)

66,72 ± 54,49 A 43,46 ± 30,19 B

Fosfatase alcalina (UI/L)

45,23 ± 47,64 A 29,27 ± 44,93 B

Proteínas totais (g/dl)

7,38 ± 1,61 A 7,42 ± 1,57 A

Albumina (g/dl)

4,09 ± 2,97 A 4,00 ± 1,49 B

Uréia (mg/dl)

51,00 ± 27,53 A 36,32 ± 23,85 B

Letras diferentes na mesma linha indicam diferença significativa.

Page 40: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

25

4.4. Testes de coagulação

Tabela 3 – Análise descritiva (valores médios e desvios-padrão = X±DP) e comparação

estatística (p≤0,05) do Tempo de Pro-trombina (TPT) e do Tempo de Tromboplastina

parcial ativada (TTPA) de caninos assintomáticos (grupo C) e suspeitos positivos (SP)

para Erliquiose em Campos dos Goytacazes, RJ.

Grupo SP n=29 x ± D.P

Grupo C n=30 x ± D.P

TTPA* (segundos)

11,20 ± 2,46 A 9,07 ± 3,11 B

TPT** (segundos)

25,72 ± 4,82A 23,66 ± 4,82 A

Letras diferentes na mesma linha indicam diferença significativa.

* Tempo de tromboplastina parcial ativada

** Tempo de Pró-Trombina

Page 41: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

26

5. DISCUSSÃO

5.1. Hemograma

Conforme mostra a Tabela 1, as médias obtidas na hematimetria, no volume

globular e na hemoglobinometria apresentaram diferença significativa entre os grupos

estudados.

Os resultados de acordo com a tabela 1 mostraram que na hematimetria o grupo

C apresentou uma média maior do que o grupo SP. Já o volume globular apresentou

diferença significativa somente entre o grupo C e o grupo SP, e a hemoglobinometria

não apresentou diferença entre o grupo C e o grupo SP.

De acordo com ALMOSNY (1998), em cães experimentalmente infectados, os

valores de Volume Globular, hematimetria e hemoglobinometria, apresentaram uma

redução bastante acentuada a partir da primeira semana, e em alguns animais, a

desidratação observada oculta os reais valores de volume globular devido ‘a

hemoconcentração, diferenciando do resultado apresentado neste estudo, além disso,

ALMOSNY et al., (2002) relataram ainda que a anemia, quando presente, geralmente é

arregenerativa, porém, a anemia pode ser regenerativa quando houver hemólise

concomitante como no caso de infecção com Babesia canis ou ocorrência de

hemorragia (NELSON & COUTO, 2001; BIRCHARD & SHERDING, 2003).

Os resultados de acordo com a tabela 1 mostram que não houve diferença

significativa entre os grupos estudados em relação ao volume corpuscular médio, a

Page 42: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

27

concentração de hemoglobina corpuscular média, a leucometria global, eosinófilos,

neutrófilos em bastão e segmentados, linfócitos e monócitos. Apesar de não ter sido

encontrada diferença significativa nestes parâmetros, alguns autores descreveram

alterações leucocitárias importantes, segundo HARRUS et al.,(1997), a monocitose é

um achado freqüente e é um forte indicativo da possibilidade de uma erliquiose mesmo

antes da observação das mórulas, CODNER et al., (1985), afirmaram que a monocitose

nem sempre é observada em animais com erliquiose canina.

Contudo, BULLA et al., (2004) demonstraram que em 24% dos casos positivos o

número de monócitos se encontrou aumentado, em 64% dos casos os monócitos se

apresentaram normais, demonstrando que a alteração do número de monócitos ou a

ativação não são achados muitos freqüentes na fase aguda da doença. Com a indução

do seqüestro por mecanismos imunológicos ou utilização inflamatória, o número de

leucócitos pode ser diminuído.

Em poucos animais observa-se leucopenia durante a fase aguda, estando ela

presente na fase crônica da Erliquiose canina (ALMOSNY, 1998). Miranda et al. (2004)

estudaram 557 caninos do Município de Campos dos Goytacazes, RJ, encontrando 69

(12,4%) animais positivos em pesquisa de esfregaço sanguineo, observaram-se anemia

normocítica normocrômica, leucocitose neutrofilica com DNNE leve, linfopenia e

eosinopenia absolutas, as mesmas alterações foram descritas por Fajardo (2005), que

avaliando 1300 caninos suspeitos para a doença, constatou uma freqüência de 13%

(170 caninos) de positividade para a Erliquiose canina em Campos dos Goytacazes,

RJ, ressaltando a ocorrência de anemia normocítica normocrômica em 70 pacientes

caninos (41,2%).

Os resultados de acordo com a tabela 1 mostram que em relação as plaquetas,

houve diferença significativa entre o grupo C e o grupos SP, apresentando valor inferior

nos animais suspeitos, destarte, evidencia-se a trombocitopenia como um achado

hematológico comum, mesmo porque, ALMOSNY et al., (2002) descreveram que a

trombocitopenia que se desenvolve durante a fase aguda é atribuída ao decréscimo da

meia vida das plaquetas circulantes, o que pode ser caracterizado como um mecanismo

imunomediado (MEYER et al., 1995), entretanto, também foi demonstrada ausência de

trombocitopenia em alguns cães positivos (SMITH et al., 1975; PIERCE et al., 1977).

vale ressaltar que WANER et al. (1997) postularam que há redução do número de

Page 43: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

28

plaquetas, aumento do seu tamanho, e redução da contagem leucocitária e neutrofílica,

mas sem ultrapassagem do limite inferior referencial adotado pelo autor.

Mendonça et al. (2002) no Hospital Veterinário da Universidade Federal de

Uberlândia com 109 animais naturalmente infectados, houve uma grande amplitude de

variação nos valores dos constituintes do eritrograma e do leucograma, embora

inespecíficos, os pacientes apresentaram trombocitopenia, anemia arregenativa,

eosinopenia, desvio nuclear de neutrófilos à esquerda, estes autores afirmaram que a

amplitude das variações ocorreram pelos fatores inerentes a patogenicidade da cepa,

curso da infecção, resposta individual dos animais e a presença de agentes infecciosos

concomitantes, não obstante, em estudo feito por Faria et al. (2005) no Hospital

Veterinário da UNESP/ Jaboticabal com 31 animais suspeitos de erliquiose, todos

apresentaram trombocitopenia, 80% apresentaram anemia e 35% apresentaram

leucopenia.

Hooskins (1991) observou que cães com problemas hemorrágicos e com tempo

de sangramento prolongado são observados com freqüência, relatou ainda que o

prolongamento do tempo de sangramento ocorre por conta de trombocitopenia ou má

função plaquetária, além disso Ewing et al. (1966) e Almosny et al. (2002), em animais

que apresentaram leucopenia e trombocitopenia na fase aguda da doença,

descreveram que os tempos de coagulação e de protrombina estavam normais, já Neer

(1998), estudando animais com trombocitopenias, disfunção plaquetária e vasculite

(CODNER et al., 1985) percebeu que estes apresentaram distúrbios hemostáticos,

oftalmopatias e nefropatias, por conseguinte, Takahira et al. (2003), enfatizaram que a

trombocitopenia é o principal fator causador de distúrbios hemostáticos, lembrando que

na erliquiose há importantes alterações morfológicas e funcionais nas plaquetas,

postulou ainda que eventos fisiológicos e bioquímicos envolvendo a dinâmica do fluxo

sanguineo, componentes do endotélio vascular, fatores de coagulação, plaquetas e os

mecanismos fibrinolíticos interagem para minimizar a perda de sangue e promover a

subseqüente reparação tecidual.

Na leucometria global Fajardo (2005) descreveu um caso de Leucocitose, 17

casos de leucopenia e 152 casos sem alteração na leucometria global, 38 animais

positivos, apresentaram eosinopenia relativa e absoluta, 42 apresentaram neutrofilia

relativa, Ocorreu leucocitose neutrofílica com DNNE leve e monocitose em 27 casos,

Page 44: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

29

sendo 10 animais com monocitose relativa, 6 apresentando monocitose absoluta e 11

com monocitose relativa e absoluta, em 42 casos de monocitopenia, um foi de

monocitopenia absoluta, 14 de monocitopenia relativa e absoluta, e 27 caninos

apresentando monocitopenia relativa.

Miranda et al. (2004) estudaram 557 canídeos do Município de Campos dos

Goytacazes, RJ, encontrando 69 animais positivos em pesquisa de esfregaço

sanguineo, cerca de 12,4% dos animais. As principais alterações hematológicas

encontradas neste estudo foram: trombocitopenia, anemia normocítica normocrômica,

leucocitose neutrofilica com DNNE leve, linfopenia e eosinopenia absolutas.

Segundo Sainz et al. (2000), a erliquiose canina denominava-se Pancitopenia

Tropical Canina, tanto que nos resultados do autor 15% dos cães doentes

apresentaram uma queda na hematimetria, leucometria e plaquetometria.

Fajardo (2005) também observou Pancitopenia em 17 casos, ou seja, em 10%

dos animais positivos para a Erliquiose canina. A prevalência de 76,4%

trombocitopenia, 1,8% de Trombocitose e 21,8% de casos positivos sem alterações na

plaquetometria foi constatado por Fajardo (2005).

A pancitopenia, segundo HARRUS et al. (1997) é característica da fase crônica

da doença e é conseqüente a supressão de medula óssea observada.

5.2. Bioquímica Sérica

5.2.1.Avaliação Enzimática do Sistema hepatobiliar (ALT, FA)

Os resultados de acordo com a tabela 2 mostram que houve diferença

significativa entre os grupos SP e C em relação a ALT.

A elevação da atividade sérica da ALT indica dano hepático (ALMOSNY et al.,

2002), enquanto que a diminuição da concentração de albumina evidenciaria processo

inflamatório, já que a mesma é caracterizada como uma proteína de fase aguda

negativa (KANEKO et al., 1997), quanto ao aumento da uréia é aceitável que essa

alteração seja de origem pré-renal, conseqüência da diminuição da perfusão renal e

Page 45: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

30

certamente da velocidade de filtração glomerular (MEYER et al., 1995; LOPES et al.,

1996; KANEKO et al., 1997).

Na avaliação da atividade enzimática sérica, há elevação da concentração da

alanina aminotransferase (ALT) e fosfatase alcalina nos animais suspeitos. As

atividades de ALT e fosfatase alcalina elevam-se de forma mais efetiva que AST.

Atividade de AST eleva-se mais tardiamente e os níveis máximos são inferiores aos de

ALT na maioria dos cães. Em alguns animais, a elevação acentuada da atividade sérica

destas enzimas sugere lesão hepatocelular associada a lesão biliar (colestase)(MEYER

et al., 1995).

Os resultados de acordo com a tabela 2 mostram que houve diferença

significativa entre os grupos SP e C em relação a FA. A elevação da atividade de FA

sugere dano hepático. Porém, existem casos em que a atividade da enzima hepática,

assim como os níveis de uréia estão normais (TROY 1990).

Em infecção experimental, as atividades séricas de ALT, FA elevaram-se,

significativa e progressiva, entre a 1ª e a 10ª semana e decresceram até níveis

próximos aos da normalidade na 14ª semana (KANEKO 1977).

Em um estudo no Hospital Veterinário Governador Laudo Natel, da Universidade

Estadual Paulista – UNESP, campus Jaboticabal (SOUSA et al., 2005), no período de

agosto a dezembro de 2001, com 9 cães divididos em 2 grupos, e a dosagem de ALT,

FA e creatinina séricas feitas antes e depois do tratamento da Erliquiose mostrou que

tais parâmetros bioquímicos encontravam-se dentro da faixa de normalidade.

5.2.2. Proteínas totais

Os resultados de acordo com a tabela 2 mostram que nas proteínas totais entre o

grupo SP e C não houve diferença significativa. Entre os Grupos SP e SN só ocorreu

diferença significativa entre proteínas totais.

Inicialmente a hiperproteinemia é relativa a hipergamaglobulinemia devido a má

nutrição, causa renal, doença hepática associada e devido ao edema secundário a

vasculite (HOOSKINS, 1991).

A mensuração de proteínas séricas totais é importante, observa-se no início da

doença uma hiperproteinemia devido a uma hipergamaglobulinemia responsiva à

Page 46: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

31

inoculação do hemoparasita no hospedeiro, posteriormente ocorre uma hipoalbunemia

devido à má nutrição, possível disfunção renal ou ainda devido à doença hepática

associada, o que suscita processos edematosos (MEYER et al., 1995).

A concentração plasmática de proteínas é o maior determinante do aumento da

viscosidade. A hiperproteinemia também esta relacionada ‘a redução da função

plaquetária (ALMOSNY et al, 2002).

5.2.3. Albumina

Os resultados de acordo com a tabela 2 mostram que houve diferença

significativa entre os grupos SP e C em relação a albumina.

A concentração media de albumina foi significativamente baixa quando

comparados nos grupos de animais doentes ou não com o grupo controle do estudo de

HARRUS et al., (1996), não tendo diferença significativa mesmo em animais que se

encontram muitos debilitados (ALMOSNY, 2002)

A hipoalbuminemia vista no estudo de HARRUS et al., (1996), pode ser

conseqüência de outros fatores, como anorexia e outras doenças associadas, já

CODNER et al., (1992) relataram albuminuria transitória durante a fase aguda de

ehrliquiose em 6 beagles experimentalmente infectados.

Uma diminuição na concentração sérica da albumina pode atuar como um

mecanismo compensatório para manter o estado hiperglobulinemico em ordem da

pressão oncótica e prevenir inclusive a viscosidade do sangue (WOODY & HOSKINS,

1991)

A hipoalbuminemia em pacientes criticamente doentes (pacientes críticos) está

mais freqüentemente relacionada a um aumento da permeabilidade capilar e alteração

da distribuição da albumina. Nesses pacientes a síntese de albumina está aumentada

em comparação a adultos saudáveis, mas a correlação entre pressão coloidosmótica e

níveis de albumina sérica é baixa. Isso pode explicar porque a suplementação de

albumina para o tratamento de hipoalbuminemia apenas é ineficaz (VIEIRA et al., 2004)

Segundo BULA et al. (2004) 54% dos animais acometidos com a Erliquiose

canina apresentaram hipoproteinemia. Este achado pode estar associado ‘a

Page 47: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

32

concentração de albumina diminuída, provavelmente causada pela diminuição de

ingestão alimentar e/ou pela perda por hemorragia, ou ainda, pela perda da urina.

5.2.4. Uréia

Os resultados de acordo com a tabela 2 mostram que houve diferença

significativa entre os grupos SP e C em relação a uréia.

Os testes de função renal podem ser usados para monitorar o avanço da

erliquiose canina, rotineiramente mensuram-se uréia (MEYER et al., 1995; LOPES et

al., 1996; KANEKO et al., 1997). Nesta doença, na fase aguda, é possível verificar

elevação na concentração sérica da uréia, devido ao dano glomerular (MEYER et al.,

1995).

Na fase aguda, elevações séricas dos valores de uréia, é atribuídas a azotemia

pré-renal, pois a densidade elevada seria um indicativo de habilidade em concentrar

líquidos (HOSKINS, 1991).

Não são raros os casos de erliquiose em animais nos quais os valores de uréia

estão dentro dos parâmetros de normalidade (ALMOSNY et al., 2002)

Os casos de elevação acentuadas de uréia estão relacionadas a casos

avançados na erliquiose crônica. As lesões renais agudas caracterizam-se,

primeiramente, por proteinúria (KANEKO, 1977).

5.3. Testes de coagulação

Os resultados de acordo com a tabela 3 mostram que as médias obtidas no

TTPA apresentaram diferença significativa entre o grupo C e o grupo SP, sendo menor

no grupo controle, formado por cães assintomáticos, o que sugere a caracterização

laboratorial da doença (HOSKINS, 1991), não houve diferença significativa em relação

ao TPT, neste, quando os valores são confrontados com aqueles descritos por Kaneko

(1997) e Lopes (2005), os mesmos apresentam-se elevados, certamente, há que se

valorizar a caracterização regional dos grupos estudados (GREENE et al, 1981;

DUNCAN et al, 1994; MONCE et al, 1995; TSENG, 2001).

Page 48: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

33

No Estudo realizado por Lopes et al. (2005) foram utilizados 40 cães

clinicamente sadios, sem raça definida, machos ou fêmeas, de diferentes idades. Da

cidade de Santa Maria, RS. Os resultados obtidos das médias foram de 6,87 ± 1,4

segundos para TP e 15,10 ± 1,6 segundos para TTPa. Os valores de tempo de

protombina e de tempo de tromboplastina parcial ativada obtidos no trabalho podem ser

utilizados como referência na região e no Brasil. Os autores ressaltaram que os

reagentes humanos utilizados no estudo podem ser empregados para o plasma de

cães, diante da inexistência destes reagentes específicos para uso veterinário.

Hooskins (1991) observou que cães portadores de erliquiose freqüentemente

apresentam problemas hemorrágicos e tempo de sangramento prolongado, relatou

ainda que o prolongamento do tempo de sangramento ocorre por conta de

trombocitopenia ou má função plaquetária, Neer (1998), estudando animais

trombocitopênicos, com disfunção plaquetária e vasculite (CODNER et al., 1985)

percebeu que estes apresentaram distúrbios hemostáticos, oftalmopatias e nefropatias,

já Takahira et al. (2003), enfatizaram que a trombocitopenia é o principal fator causador

de distúrbios hemostáticos, lembrando inclusive que na erliquiose há importantes

alterações morfológicas e funcionais nas plaquetas, postularam ainda que eventos

fisiológicos e bioquímicos envolvendo a dinâmica do fluxo sanguineo, componentes do

endotélio vascular, fatores de coagulação, plaquetas e os mecanismos fibrinolíticos

interagem para minimizar a perda de sangue e promover a subseqüente reparação

tecidual, todavia, também foi demonstrada ausência de trombocitopenia em alguns

cães positivos (SMITH et al., 1975; PIERCE et al., 1977), além disso, Ewing et al.

(1996) e Almosny et al. (2002), relataram que animais leucopênicos e

trombocitopênicos na fase aguda da doença, podem apresentar tempos de coagulação

e de protrombina normais

Page 49: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

34

6. CONCLUSÕES

A avaliação hematológica de pacientes caninos, em Campos dos Goytacazes,

RJ, suspeitos ou positivos para Ehrlichia spp e Anaplasma spp, evidenciou alterações

eritrocitárias e plaquetárias, sendo capaz de sedimentar a avaliação clínica, prognóstica

e terapêutica.

A avaliação laboratorial referente a observação da capacidade hemostática de

pacientes caninos, em Campos dos Goytacazes, RJ, suspeitos ou positivos para

Ehrlichia spp e Anaplasma spp demonstra eficácia na triagem clínica destes pacientes.

A observação laboratorial bioquímica sérica em pacientes caninos, em Campos

dos Goytacazes, RJ, suspeitos ou positivos para Ehrlichia spp e Anaplasma spp deve

ser encarada como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental,

possibilitando evidenciar lesões em sistemas e/ou órgãos fundamentais para a

manutenção da homeostase.

Page 50: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

35

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALLSOPP, M.T.E.; ALSOPP, B.A. (2001).Novel Ehrlichia genotype detected in dogs in

South África. J. Clin. Microbiol., Washington, v. 39, p.4204-4207,.

ALMOSNY, N.R.P. (1998). Ehrlichia canis (DONATIEN & LESTOQUARD, 1935):

Avaliação Parasitológica, Hematológica e bioquímica Sérica da fase Aguda de Cães

e Gatos Experimentalmente Infectados. U.F.R.R.J. , Faculdade de Medicina

Veterinária, Rio de Janeiro -Tese de Doutorado, p.202,.

ALMOSNY, N.R.P.; MASSARD, C. L., (2002). Erliquiose em pequenos animais

domésticos e como zoonose. Rio de Janeiro. L. F. Livros de Veterinária Ltda. p.174.

AMARAL A.S.; GASPAR L.F.J.; HENNEMANN C.R.A. (1996). Valores de Referência de

Constituintes Bioquímicos Séricos para Cães da Região de Santa Maria, RS.

Uruguaiana: Revista Fac. Zootec. Vet. Agro. 2(1):81-86.

ARRAGA-ALVARADO, C.; MONTERO-OJEDA, M.; BERNARDONI, A.; ANDERSON,

B.E. & PARRA, O. (1996). Human ehrlichiosis: report of the 1st case in Venezuela.

Investigative clinic. V.37, n.1, p.35-49.

Page 51: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

36

BATT R.M.; MCLEAN L.; CARTER N.W. (1987). Sequential morphologic and

biochemical studies of naturally occurring wheat-sensitive enteropathy in Irish setter

dogs. Dig Dis Sci. 32(2):184-94.

BEAUFILS, J.; MARTIN-GRANEL, J.; JUMELLE, P. (1995). Intérêt des corps d’inclusion

dans le diagnostic cytologique de l’ehrlichiose canine. Bull. Acad. Vet. De France.,

Paris, v.68, p.57-62.

BIRCHARD, S. J. & SHERDING, R. G., (2003). Manual Saunders - Clínica de Pequenos

Animais. São Paulo. Roca. p.1591.

BREITSCHWERDT, E. B; HEGARTY, B. C. & HANCOCK, S.I., (1997). Doxycycline

hyclate treatment of experimental canine ehrlichiosis followed by challenge

inoculation with two Ehrlichia canis strains. American Society for Microbiology, v.42,

(2), p.362-368.

BROUQUI, P.; DAVOUST, B.; HADDAD, S.; VIDOR, E.; RAOULT, D., (1991).

Serological evaluation of Ehrlichia canis infection in military dogs in Africa and

Reunion Island. Vet. Microbiol. v.26, p. 103-105.

BUHLES Jr., W.C.; HUXSOLL, D.L.; HILDEBRANT, P.K. (1975). Tropical canine

pancytopenia: role of aplastic anemia in the pathogenesis of severe disease. J.

Comp. Pathol., Edinburgh, v.85, p.511-521.

BULLA, C. (2003). Contagem de plaquetas como um teste de triagem para o

diagnóstico da infecção por Ehrlichia canis. Dissertação ( Mestrado em Medicina

Veterinária) Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia, Botucatu, p. 65.

BULLA, C.; TAKAHIRA, R. K.; PAPAROTTO, T.; LANGRAFE, L.; PAES, P. R. O.;

LOPES, R. S., (2004). Fase aguda da Ehrlichiose monocítica canina: um estudo

Page 52: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

37

restrospectivo de 10 anos. Medvep – Revista Científica de Medicina Veterinária,

pequenos animais; v.2 (6). p. 82-85.

BURGHEN, G.A.; BEISEL, W.R.; WALKER, J.S.; NIMS, R.N.; HUXSOLL, D.L.;

HILDEBRANDT, P.K. (1971). Development of hypergammaglobulinemia in Tropical

Canine Pancytopenia. Am. J. Vet. Res., Schaumburg, v. 32, p. 749-759.

CAMPBELL, H.F.; KELLY, P.J.; MATHEWMAN, L.A.; AHOU, R.; MASON, P.R. (1994).

Comparison of the dot-blot enzyme linked immunoassay with immunofluorescence

for detecting antibodies to Ehrlichia canis. Vet. Rec., London, v.135, p.362.

CARRILLO, B.J.; RESENDE, H.E.B. & MASSARD, C.L., (1976). Erliquiose canina no

Estado do Rio de Janeiro, Brasil. XV Congresso Brasileiro de medicina Veterinária.

Rio de Janeiro. Anais. p. 162.

CASTRO, M.B. (1997). Avaliação das alterações hematológicas, imunológicas e

anatomopatológicas na infecção aguda experimental de cães por Ehrlichia canis (

Donatien & Lestoquard, 1935) moshkovsky, 1945. Dissertação ( Mestrado em

Medicina Veterinária ) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências

Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal, p.67.

CASTRO, M.B.; MACHADO, R.Z.; AQUINO, L.P.C.T.; ALESSI, A.C.; COSTA, M.T.,

(2003). Experimental acute canine monocytic ehrlichiosis: clinicopathological and

immunopathological findings. Veterinary Parasitology. v. 119, p. 73-86.

CENTER, S.A.; HORNBUCKLE, W.E.; HOSKINS, J.D (1993). O Figado e o Pancreas.

In: HOSKINS J.D. (ed.) Pediatria veterinária: cães e agtos até 6 meses de idade. 1

ed. São Paulo: Editora Manole, p.223-227.

CODNER, E.C.; ROBERTS, R.E.; AINSWORTH, A.G. (1985). Atypical finding in 16

cases of canine ehlichiosis. J. Am. Vet. Med. Assoc., Schaumburg, v.186, p. 166-

169.

Page 53: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

38

CODNER, E.C.: FARRIS-SMITH, L.L. (1986). Characterization of the subclinical phase

of ehrlichiose in dogs. J.Am. Vet. Med. Assoc., Schaumburg, v.189, p.47-50.

COSTA, J.O.; BATISTA Jr, J.A.; SILVA, M & GUIMARÃES, M. P., (1973). Ehrlichia

canis infection in dog in Belo Horizonte - Brazil. Arquivos da Escola Veterinária, v.

25, (2): p. 199-200.

DAGNONE, A.S.; MORAIS, H.S.A.; VIDOTTO, M.C; JOJIMA, F.S.;VIDOTTO, O.,

(2003). Ehrlichiosis in anemic, thrombocytopenic, or tick – infested dogs from a

hospital population in South Brazil. Veterinary Parasitology. v.117, p. 285-290.

DAVOUST, B.; BROUQUI, P.; RAFFI, A.; RAOULT, D. (1990). L’erlichiose Canine dans

les chenils militaries du Sud-Est: ‘a propos de 14 cas. Point Vet., Maison Alfort, v.21,

p.63-67.

DAVOUST, B. (1993). L’erlichiose Canine. Point Vet., Maison Alfort, v.25, p.43-51.

DOWEIKO J.P.; NOMPLEGGI D.J., (1991). Role of albumin in human physiology and

pathophysiology. JPEN vol 15(2):207-11.

DUMLER, J.S.; BARBET, A.F.; BEKKER,C.P.J.; DASCH,G.A.; PALMER,G.H.;

RAY,S.C.; RIKIHISA,Y., (2001). Reorganization of genera in the families

Rickettsiaceae and Anaplasmataceae in the order Rickettsiales: unification of some

species of Ehrlichia with Neorickettsia, descriptions of six new species combinations

and designations of Ehrlichia equi and ‘’HGE agent’’ as subjective synonyms of

Ehrlichia phagocytophyla. International journal of systematic and evolutionary

microbiology. v. 51, p 2145-2165.

DUNCAN, J.R., et al. (1994).Quality control, test validity, and reference values. In:____.

Veterinary laboratory medicine-clinical pathology. 3.ed. Iowa: Iowa state University,

1994. Cap. 13, p.229-234.

Page 54: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

39

EWING, S.A; BUCKNER, R.G. (1965). Manifestation of babesiosis, ehrlichiosis, and

combined infections in the dogs. Am. J. Vet. Res., Schaumburg, v.26, p. 815-828.

EWING, S.A; & PHILIP, C.B., (1966). Ehrlichia - Like Rickettsiosis in dog in Oklahoma

and its relations to Neorickettsia helminthoeca. American Journal of Veterinary

Association, v.27, (116): p. 67-69.

EWING, S.A; DAWSON, J.E.; PANCIERA, R.J; MATHEW, J.S; PRATT, K.W;

KATAVOLOS, P & TELFORD, S.R., (1996). Dogs infected with a human granulocitic

Ehrlichia spp. (Rickettsiales: Ehrlichieae).Med Entomol. v.34, (6), p.710-718.

FAJARDO, H. V. (2005). Aspectos hematológicos das rickettsioses caninas

diagnosticadas na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ. Monografia – Campos

dos Goytacazes – RJ, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro –

UENF, p.49.

FELDMAN, B.V.; ZINK, J.G. & JAIN, N.C. (2000). Schalm’s veterinary hematology. 5 ed.

Philadelphia. Lippincott Willians & Wilkins. 1344p.

FRANK, J.R.; BREITSCHWERDT, E.B. (1999). A retrospective study of ehrlichiosis in

62 dogs from North Carolina and Virginia. J. Vet. Intern. Med., Philadelphia, v.13,

p.194-201.

FRENCH, T.W & HARVEY, J.W. (1993). Serologic diagnosis of infections cyclic

thrombocytopenia in dogs using an indirect fluorescent antibody test. American

Journal of Veterinary Research, v.44, n.12: p. 2407-2411.

FUKUDA S., KAWASHIMA N., IIDA H., AOKI J., TOKITA K. (1989). Age dependency of

hematological values and concentration of serum biochemical constituents in normal

Beagles from 1 to 14 years of age. Japonese Journal of veterinary Science 51, p.

636-641.

Page 55: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

40

GELLA, J. (1994). Enzimologia clínica. In: SASTRE, F. G. (ed) Bioquímica clínica.

Barcelona: barcanova, p.113-124.

GONZALES F.H.D., CARVALHO V., MOLLER V.A. & DUARTE F.R. (2001). Perfil

Bioquímico sanguineo de cães e gatos na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do

Sul, Brasil. Arq. Fac. Vet. UFRGS, 29:p.1-6.

GREENE, C.E. et al. (1981). Coagulation studies of plasmas from healthy domesticated

animals and persons. Am. J. Vet. Res. V.42, n. 12, p. 2170-2177.

GROVES,M.G.; DENNIS,G.L.; AMYX,H.L. & HUXSOLL,D.L., (1975). Transmission of

Ehrlichia canis to dogs by Tics (Rhipicephalus sanguineus) Am. J. Vet. Res. v.36,(7).

p.937- 941.

HARRUS, S ; WANER, T.; AVIDAR, Y.; BOGIN, E.; PEH, H.; BARK, H., (1996). Serum

protein alterations in canine ehrlichiosis. Veterinary Parasitology. v.66, p. 241-249.

HARRUS, S ; WANER, T.; AIZENBERG, I.; FOLEY, J. E.; POLAND, A. M.; BARK, H.,

(1997). Amplification of Ehrlichial DNA from dogs 34 months after infection with

Ehrlichia canis. Journal of Clinical Microbiology. v.36, (1), p. 73-76.

HARRUS, S ; WANER, T.; BARK, H. (1997). Canine monocytic ehrlichiosis: an update.

Compend. Contin. Educ. Pract. Vet., Priceton Junction, v. 19, p. 431-447.

HARRUS, S ; WANER, T.; AIZENBERG, I.; BARK, H., (1998). Therapeutic effect of

doxycycline in experimental subclinical Canine Monocytic Ehrlichiosis: evaluation of

a 6-week course. Journal of Clinical Microbiology. v.36, (7), p. 2140-2142.

HARRUS, S ; WANER, T.; BARK, H.; JONGEJAN, F.; CORNELISSEN, A.W.C.A.

(1999). Recents advances in determining the pathogenesis of canine monocytic

ehrlichiosis. J. Clin. Microbiol., Washington, v. 37, p.2745-2749.

Page 56: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

41

HARRUS, S ; WANER, T.; AYALI, D. S.; BARK, H.; JONGEJAN, F.; HECHT, G.;

BANETH, G., (2001). Dynamics of IgG1 and IgG2 subclass response in dogs

naturally and experimentally infected with Ehrlichia canis. Veterinary Parasitology. v.

99, p. 63-71.

HARVEY, J.W; SIMPSON, C.F.; GASKIN, J.M., (1978). Cyclic thombocitopenia induced

by a Rickettsia like agent in dogs. Journal Infectious Disease, v. 137, (2), p. 182-188.

HILDEBRANDT, P. K.; CONROY, J. D.; MCKEE, A. E.; NYINDO, M. B. A.; HUXSOLL,

D. L., (1972). Ultrastructure of Ehrlichia canis. J. Clin. Microbiol. v. 7, (2), p. 265-271.

HOILIEN, C. A.; RISTIC, M.; HUXSOLL, D.L.;RAPMUND, G., (1981). Rickettsia

sennetsu in human bloodmonocyte cultures: Similarities to the browth cycle of

Ehrlichia canis. Infection and Immunity. v. 35, (1), p. 314-319.

HOSKINS, J.D.; BARTA, O& ROTHSCHMITT, J. (1983). Serum hiperviscosity

syndrome associated with Ehrlichia canis infection in a dog. Journal of the American

Veterinary Medical Association, v. 183, n.9, p.1011-1013.

HOSKINS, J.D. (1991). Tick-Borne Zoonoses: Lyme Disease, Ehrlichiosis, and Rocky

Montain Spotted Fever. Small Anim. v. 6, (3), p.236-243.

HUANG, H.; UNVER, A.; PEREZ, M.J.; ORELLANA, N.G.; RIKIHISA, Y. (2005).

Prevalence and molecular análisis of Anaplasma Platys in dogs in Lara, Venezuela.

Brazilian Journal of Microbiology v. 36, p. 211-216.

HUTSON S.M.; STINSON-FISHER C.; SHIMAN R.; JEFFERSON L.S. (1987).

Regulation of albumin synthesis by hormones and amino acids in primary cultures of

rat hepatocytes. Am J Physiol , vol.252, p.291– 298.

Page 57: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

42

HUXSOLL, D. L., HILDEBRANDT, P. K.; NIMS, R.M.; FERGUNSON, J.A.; WALKER,

J.S. (1969). Ehrlichia canis. The causative agent of a hemorrhagic disease of dogs.

Vet. Rec., London, v. 85, p. 587.

HUXSOLL, D. L., HILDEBRANDT, P. K.; NIMS, R.M.; WALKER, J.S. (1970). Ehrlichia

canis. Tropical Canine Pancytopenia. J. Am. Vet. Med. Assoc. v. 157, p.1627-1632.

HUXSOLL, D. L.: AMYX, H.L.; HEMELT, I.E.; HILDEBRANDT, P. K.; NIMS, R.M.;

GOCHENOUR Jr., W.S. (1972). Laboratory studies of tropical canine pancytopenia.

Exp. Parasitol., San Diego, v. 31, p. 53-59.

HUXSOLL, D.L., (1976). Canine Ehrlichiosis (Tropical canine Pancytopenia) : A Review.

Veterinary Parasitology, v. 2, p. 49-60.

INOKUMA, H.;OHNO, K.; ONISHI, T., (2000). Is the detection of anti- Rhipicephalus

sanguineus (Rs24p) antibodies a valuable epidemiological tool of tick infestation in

dogs? Vet. Res. v. 31, Short note, p. 365-369.

INOKUMA, H.; RAOULT, D.; BROUQUI, P., (2000). Detection of Ehrlichia platys DNA in

brown dog ticks ( Rhipicephalus sanguineus ) in Okinawa Island, Japan. Journal of

Clinical Microbiology, v. 38, (11) p. 4219-4221.

INOKUMA, H.; BROUQUI, P..; DRANCOURT, M.; RAOULT, D., (2001). Citrate

synthase gene sequence: a new toll for phylogenetic analysis and identification of

Ehrlichia. Journal of Clinical Microbiology , v. 39, (9), p. 3031-3039.

INOKUMA, H.; FUJII, K.; MATSUMOTO, K.; OKUDA, M.; NAKAGOME, K.; KOSUGI, R.;

HIRAKAWA, M.; ONISHI, T., (2002). Demonstration of Anaplasma (Ehrlichia) platys

inclusions in peripheral blood platelets of a dog in Japan. Veterinary Parasitology. v.

110, p. 145-152.

Page 58: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

43

INOKUMA, H.;FUJII, K.; OKUDA, M.; ONISHI, T.; BEAUFILS, J. P.; RAOULT, D.;

BROUQUI, P., (2002). Determination of the nucleotide sequences of heat shock

operon groESL and the citrate synthase gene (gltA) of Anaplasma (Ehrlichia) platys

for phylogenetic and diagnostic studies. Clinical and Diagnostic Laboratory

Immunology. v. 9, (5), p. 1132-1136.

INOKUMA, H.; BEPPU, T.; OKUDA, M.; SHIMATA, Y.; SAKATA, Y., (2003).

Epidemological survey of Anaplasma platys and Ehrlichia canis using ticks collected

from dogs in Japan. Veterinary Parasitology. v .115, p. 343–348

IQBAL, Z. & RIKIHISA., (1994). Reisolation of ehrlichia canis from blood and tissues of

dogs after doxycycline treatment. J. Clin. Microbiol, v. 32, (7), p. 1644-1649.

KAKOMA, I.; SAINZ, A.; TESOURO, M.; AMUSATEGUI, I.; KIM, C.; BIGGERSTAFF, J.;

McPEAK, J.; LEVY, M.G. (2000). Standardization of the diagnostic criteria for canine

ehrlichiosis: towards a universal case definition. Ann. N. Y. Acad. Sc., New York, v.

916, p. 396-403.

KANEKO J.J., HARVEY J.W., BRUSS M.L. (1997). Clinical Biochemistry of Domestic

Animals. 5 ed. San Diego: Academic Press, p. 932.

KEEFE, T.J.; HOLLAND, C.J.; SALYER, P.E.; RISTIC, M. (1982). Distribution of

Ehrlichia canis among military working dogs in the world and selected civilian dogs in

the United State. J. Am. Vet. Med. Ass., Schaumburg, v. 181, p. 236-238.

KELLER P. (1981). Enzyme activities in the dog: tissue analysis, plasma values and

intracellular distribution. American Journal of Veterinary Research v. 42, 575-582.

KEYSARY, A.; WANER, T.; ROSNER, M.; WARNER, C.K.; DAWSON, J.E.; ZASS, R.;

BIGGIE, K.L.; HARRUS, S. (1996). The First isolation, in vitro propagation, and

Page 59: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

44

genetic characterization of ehrlichia canis in Israel. Vet Parasitol., Amsterdam, v. 62,

p. 331-340.

KRAMER, J.W.; HOFFMANN, W.E. (1997) Clinical enzymology. In: KANEKO, J.J.:

HARVEY J.W., BRUSS M.L. (1997). Clinical Biochemistry of Domestic Animals. 5

ed. San Diego: Academic Press, v. 12, p.303-325.

LABARTHE, N.; CAMPOS PEREIRA, M. de; BALBARINI, O.; McKEE, W.; COIMBRA,

C.A.; HOSKINS, J. (2003). Serologic prevalence of Dirofilaria immitis, Ehrlichia canis,

and Borrelia burgdorferi infections in Brazil. Vet Ther., Trenton, v. 4, p. 67-75.

LEWIS Jr., G.E.; RISTIC, M.; SMITH, R.D.; LINCOLN, T.; STEPHENSON, E.H. (1977).

The brown dog tick Rhipicephalus sanguineus and the dog as experimental hosts of

Ehrlichia canis. Am. J. Vet. Res., Schaumburg, v. 38, p. 1953-1955.

LOPES, S.T.A.; CUNHA, C.M.S.; BIONDO, A.W.; FAN, L.C. (1996) Patologia Clínica. UFSM, Santa Maria, p.160.

LOPES S.T.A.; EMANUELLI M.P.; SCHMIDT C.; RAISER A. G.; MAZZANTI A.; ALVES

A.S. (2005). Valores de Referência do Tempo de Protombina (TP) e Tempo de

Tromboplastina Parcial Ativada (TTPa) em cães. Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.

2. p. 381-384.

LOVERING, S.L.; PIERCE, K.R.; ADAMS, L.G. (1980). Serum complement and blood

platelets adhesiveness in acute canine ehrlichiosis. Am. J. Vet. Res., Schaumburg, v.

41, p. 1266-1271.

LUMSDEN J.H. & JACOBS R.M. (1989). Clinical chemistry: in-clinic analysis, quality

control, references values and system selection. Veterinary Clinics of North America:

Small Animal Pratice 19, p. 875-897.

Page 60: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

45

MARGARSON M.P., SONI N. (1998). Serum albumin: touchstone or totem?

Anaesthesia 53(8), p.789-897.

MATSUZAWA T., NOMURA M., UNNO T. (1993). Clinical pathology reference ranges of

laboratory animals. Japonese journal of veterinary Science, v. 55, p. 351-362.

MATTHEWMANN, L.A.; KELLY, P.J.; BOBADE, P.A.; TAGWIRA, M.; MASON, P.R.;

MAJOK, A.; BROUQUI, P.; RAOULT, D. (1993). Infections with Babesia canis and

Ehrlichia canis in dogs in Zimbabwe. Vet. Rec., London, v. 133, p. 344-346.

MCBRIDE, J. W; CORSTVET, R. E.; GAUNT, S.D.; BOUDREAUX, C.; GUEDRY, T.;

WALKER, D. H., (2003). Kinetics of antibodies response to Ehrlichia canis

immunoreactive proteins. J. Clin. Microbiol. v.71, (5), p. 2516-2524.

McDADE, J. E, (1990). Ehrlichiosis - A disease of Animals and Humans. J. Inf. Dis.

v.161: p. 609-617.

MEYER, D.; COLES, H. E.; RICH, L.J., (1992). Hepatic test abnormalities In: Veterinary

Laboratory Medicine. Philadelphia: W.B. Saunders, p. 55-70.

MEYER, D.; COLES, H. E.; RICH, L. J., (1995). Medicina de Laboratório Veterinária:

interpretação e diagnóstico. São Paulo. ROCA, p.308.

MIRANDA, F. J. B.; FAJARDO, H. V.; ALBERNAZ, A. P.; MELO Jr., O. A.; MACHADO,

J. A., (2004). Abordagem hematológica de canídeos portadores de Erliquiose canina

no município de Campos dos Goytacazes, RJ. Anais do XIII Congresso Brasileiro de

Parasitologia Veterinária e I Simpósio Latino-Americano de Rickettsioses. Revista

Brasileira de Parasitologia Veterinária. v. 13 p. 396.

MONCE, K.A. et al. (1995). Evaluation of a commercially available prothorombin time

assay kit for use in dogs and cats. J. Am. Vet. Med. Assoc. v.207, p.581-584.

Page 61: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

46

MOTTA V.T. (2000). Bioquímica clínica: Princípio e Interpretação. Porto Alegre: Ed.

Médica Missou, p. 234-246.

MORAIS, H.A.; HOSKINS, J.; ALMOSNY, N.R.P.; LABARTHE, N. (2002). Erliquiose In:

CONGRESSO ESTADUAL DE CLÍNICOS VETERINÁRIOS DE PEQUENOS

ANIMAIS DO RIO DE JANEIRO, v.4., Rio de Janeiro. Resumos, Anclivepa.

NEER, T.M. (1998) Erlichiosis: Canine Monocytic and granulocytic ehrlichiosis. In:

GREENE, C.E. (Org.). Infectious diseases of the dog and cat. 2nd ed. Philadelphia:

W. b. Saunders., p. 139-154.

NELSON R.W., COUTO C.G., 2001. Medicina Interna de Pequenos Animais. 2 ed. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan. p.377-404, e p.453-479.

NYINDO, M.B.A.; RISTIC, M.; HUXSOLL, D.L. & SMITH, A.R. (1971). Tropical canine

pancytopenia: In vitro cultivation of the causative agent-Ehrlichia canis. American

Journal of Veterrinary Research, v.32, n.11, p. 1651-1658.

OLIVEIRA S.T. (2004). Alterações de Compostos Nitrogenados Nçao-Proteicos em

Cães e gatos; www6.ufrgs.br/bioquímica/posgrad/TMAD/alterações –nnp.pdf. em

06/02/06, página mantida pela UFRGS.

PAES, P. R. (1995). Ehrlichiose canina: Avaliação hematológica e ocorrência nas

cidades do Rio de Janeiro e Niterói. UFF. Monografia da disciplina de estágio

supervisionado apresentada ao curso de graduação em Medicina Veterinária da

Universidade Federal Fluminense,53 p.

Page 62: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

47

PAYNE J.M. & PAYNE S. (1987). The Metabolic Profile Test. New York: Oxford

University Press, 179p.

PIERCE, K.R; MARS, G.E.; HIGHTOWER, D. (1977).Acute canine ehrlichiosis: platelet

survival and factor 3 assay. Am. J. Vet. Res., Schaumburg, v. 5, p. 185-198.

PIETRANGELO A, PANDURO A, CHOWDHURY JR, SHAFRITZ DA. (1992). Albumin

gene expression is downregulatedby albumin or macromolecule infusion in the rat. J

Clin Invest vol.89(6) p.1755–60.

PRICE, J.E.; SAYER, P.D.; DOLAN, T.T. (1987). Improved clinical approach to the

diagnosis of canine ehrlichiosis. Trop. Anim. Hlth. Pord., Edinburgh, v. 19, p. 1-8.

RIKIHISA,Y.; EWING, S. A.; FOX, J. C.; SIREGAR, A. G.; PASARIBU, F. H.; MALOLE,

M.B., (1991). Analyses of Ehrlichia canis and a canine granulocytic Ehrlichia

infection. J. Clin. Microbiol, v.30, (1), p. 143-148.

RIKIHISA,Y.; YAMOTO, S.; KWAK, I.; IQBAL, Z.; KOCIBA, G.; MOTT, J.;

CHICHANASIRIWITHAYA, W. (1994). C-reative protein and α 1-acid glycoprotein

levels in dogs infected with Ehrlichia canis. J. Clin. Microbiol, v.32, (1), p. 912-917.

RISTIC, M. & HUXSOLL, D.L. (1984). Tribe EHRLICHIAE (Philip, 1957). In: Bergey’s

Manual of Systematic Bacterology, 1:p. 704-709.

RISTIC, M.; HOLLAND, C.J. (1993). Canine ehrlichiosis. In: Woldehiwet, Z., RISTIC, M.

(Eds.), Rickettsial and Chlamydial Diseases of Domestic Animals. Pergamon Press,

Oxford, p. 169-186.

Page 63: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

48

ROTHSCHILD M.A.; ORATZ M.; SCHREIBER S.S. (1988). Serum albumin. Hepatology

vol. 8(2), p.385– 401.

SANTOS, A.P. (2005). Avaliação da hemostasia e distúrbios da coagulação. In:

Gonzáles, FH.D., Santos, A.P. (eds.): Anais do II Simpósio de Patologia Clínica

Veterinária da Região Sul do Brasil. Porto Alegre: Universidade federal do Rio

Grande do Sul, p. 46-61.

SOUZA, A.M.;BACELLAR, D.T.L.; AMARAL, J.O.; SANTOS, R.C.S. (2005). Anaplama

Platys: Alterações hematológicas observadas em cães (canis familiaris)

naturalmente infectados. Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Vida. Seropédica, Rj, EDUR,

v.25.

SAS (1996) Statistical Analysis System. Inc, Cary, NY.

SIMPSOM, R.V. (1972). Canine Ehrlichiosis - A contrast of the domestic Disease and

tropical canine pancytopenia. The Soutnwestern veterinary, v.3: p. 31-33.

SKOTARCZAK, B., (2003). Canine ehrlichiosis. Ann Agric Environ Med. v. 10, p.137-

141.

SMITH, R.D,; RISTIC, M.; HUXSOLL, D.L.; BAYLOR, R.A. (1975). Platelet Kinetics in

canine ehrlichiosis: evidence for incresead platelet destruction as the cause of

thrombocytopenia. Infect. Immun., Washington, v.11, p. 1216-1221.

STILES, J. (2000). Canine rickettsial infectious. Vet. Clin. North Am. Small Anim. Pract.,

Philadelphia, v. 30, p. 1135-1150.

SWANGO, L.J.; BANKEMPER.K.W & KONG,L.I. (1989).: Bacterial, Rickettsial,

Protozoal and Miscelalaneous infections. In: Ettinger.S.J.(ed): Textbook of Veterinary

Internal Medicine. Philadelphia, W,b. Saunders Co, p. 265-297.

Page 64: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

49

TAKAGI M, OGATA K. (1968). Direct evidence for albumin biosynthesis by membrane

bound polysomesin rat liver. Biochem Biophys Res Commun vol. 33(1) p.55 –60.

TAKAHIRA, R. (2003). Hemostasia Veterinária. In: Gonzales, FH.D., Campos. R. (eds.):

Anais do I Simpósio de Patologia Veterinária da região Sul di Brasil. Porto Alegre;

Gráfica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. p. 49-64.

TSENG, L.W et al. (2001). Evaluation of a poit-of-care coagulation analyzer for

measurement of prothombin time, activated partial thromboplastin time, and

activated clotting time in dogs. Am. J. Vet. Res. V.62, n.9, p. 1455-1460.

TROY, G.C.; VULGAMMOTT, J.C.; TURNWALD, G.H., (1980). Canine Ehrlichiosis: a

retrospective study of 30 naturally occurring cases. J. Am. Anim. Hosp. Assoc.,

Denver, v. 6, p. 181-187.

TROY, G.C. & FORRESTER, S. D. (1990). Canine Ehrlichiosis. In: GREENE, C.E.

Clinical Microbiology Infectious Diseases of the Dog and Cat, Philadelphia. WB

Saunders Company, p. 404-417.

VAN-LUE, A.P.; JENSEN, A.L.; STROM, H.; KRISTENSEN A.T. 2006.Comparative

análisis of haematological, haemostatic, and inflammatory parameters in canine

venous and arterial blood samples. The Vet. Journal. Disponível em

www.sciencedirect.com. Acesso em 12 /03/06.

VARELA, F.; FONT, X.; VALLADARES, J.E; & ALBEROLA, J. (1997).

Thrombocytopathia and light-chain proteinúria in a dog naturally infected with

Ehrlichia canis. Veterinary Internal Medicine, v.11, n.5, p. 309-311.

WALKER, J.S.; RUNDQUIST, J.D.; TAYLOR, R.; WILSON, B.L.; ANDEWS, M.R.;

BARCK, J.; HOGGE Jr.; A.L.; HUXSOLL, D.L.; HILDEBRANT, P.K.; NIMS, R.M.

Page 65: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

50

(1970). Clinical and clinicopathologic findings in Tropical Cainine Pancitopenia. J.

Am. Vet. Med. Assoc., Schaumburg, v.157, p. 43-55.

WANER, T.; ROSNER, M.; HARRUS, S.;NAVEH, A.; ZASS, R.; KEYSARY, A. (1996).

Detection of ehrlichial antigen in plasma of beagle dogs with experimental acute

Ehrlichia canis infection. Vet. Parasitol., Amsterdam, v. 63, p. 331-335.

WEN, B.; RIKIHISA, Y. MOTT, J. M.; GREENE, R.; KIM, H. Y.; ZHI, N.; COUTO, G.C.;

UNVER, A.; BARTSCH, R., (1997). Comparison of nested PCR with

imunofluorescent-antibody assay for detection of Ehrlichia canis infection in dogs

treated with doxycycline. J. Clin. Microbiol. v.35 (7): p. 1852-1855.

WILLARD, M.; TVEDTEN, H.; TURNWALD, G.H. (1993). Diagnóstico clínico patológico

practico en los animals pequeños. Buenos Aires: ed. Intermedica .

WOODY, B.J. & HOSKINS, J.D. (1991). Ehrlichial diseases of dogs. Veterinary Clinical

of North American Small Animal Practice, v. 21, (1): p. 75-97.

YAMAUCHI A.; FUKUHARA Y.; YAMAMOTO S.; YANO F.; TAKENAKA M.; IMAI E.

(1992). Oncotic pressure regulates gene transcriptions of albumin and apolipoprotein

B in cultured rat hepatoma cells. Am. J. Physiol., vol.263, p.397–404.

Page 66: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

51

Ficha clínica Número: Animal Assintomático ( ) Suspeito ( ) Proprietário: Endereço: Telefone: e-mail: Nome: Espécie: Nascimento: Peso: Raça: Sexo: Histórico: Alterações clínicas:

Hemorragia

a) Petéquia ( ) b) Equimose ( ) c) Sufusão ( ) d) Epistaxe ( ) e) Outras ( )_______________________________________________________ Tratamento:

Page 67: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

52

Quadro 1 – Caracterização dos cães positivos para infecções causadas por Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes, RJ.

N˚ animal Raça Idade Sexo 01 SRD 4 anos F 02 Pastor Alemão 2 anos F 03 SRD 5 anos F 04 Dalmata 1 ano M 05 Poodle 4 anos F 06 Cocker spaniel 7 anos M 07 SRD 2 anos M 08 Labrador 7 anos F 09 Pastor Belga 4 anos F 10 Poodle 3 anos M 11 SRD 1 ano M 12 SRD 3 anos M 13 Poodle 5 anos F 14 Dog Alemão 4 anos M 15 Cocker spaniel 2 anos M 16 Rottweiler 6 anos F 17 Shit zu 1 Ano F 18 SRD 2 anos M 19 Poodle 5 anos F 20 Pit Bull 4 anos M 21 Labrador 4 anos M 22 Labrador 2 anos F 23 Poodle 6 anos M 24 Poodle 1 ano F 25 Basset Hound 7 anos F 26 SRD 3 anos F 27 Poodle 2 anos M 28 Pit Bull 3 anos M 29 SRD 4 anos F

Page 68: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

53

Quadro 2 – Caracterização dos cães assintomáticos (grupo controle).

N˚ animal Raça Idade Sexo 01 Poodle 4 anos F 02 Labrador 2 anos M 03 SRD 6 anos F 04 SRD 1 ano M 05 Basset Hound 2 anos M 06 Poodle 5 anos F 07 Poodle 4 anos F 08 SRD 1 ano F 09 Pastor Alemão 7 anos F 10 SRD 3 anos F 11 Poodle 4 anos F 12 Pit Bull 2 anos M 13 Poodle 5 anos M 14 SRD 1 ano F 15 Weimaranner 4 anos F 16 SRD 7 anos M 17 Poodle 2 anos F 18 SRD 7 anos F 19 SRD 3 anos F 20 Labrador 2 anos F 21 Puit Bull 2 anos M 22 Dachshund 7 anos F 23 SRD 4 anos M 24 Poodle 3 anos F 25 SRD 6 anos F 26 Poodle 2 anos M 27 SRD 1 ano F 28 Labrador 7 anos M 29 SRD 3 anos F 30 Pit Bull 4 anos M

Page 69: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

54

Quadro 3 – Valores de bioquímica sérica dos cães positivos para infecções causadas por Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes, RJ.

N˚ animal ALT FA Ptns Totais Albumina Uréia 01 99 123 8,85 4,8 48 02 28 83 5,28 3,48 55 03 78 142 3,99 1,89 31 04 120 43 5,57 2,15 36 05 25 65 7,71 2,33 38 06 28 96 7,85 1,23 80 07 69 163 6,51 4,5 68 08 212 19 5,93 3,11 95 09 59 78 7,16 4,09 73 10 23 12 6,83 3,98 39 11 34 38 9,09 2,2 45 12 47 73 6,45 4,52 97 13 184 40 10,38 4,62 59 14 141 73 10,51 5,79 93 15 184 20 10,38 4,62 104 16 115 0,7 7,22 3,45 52 17 62 1,5 8,6 4 41,1 18 50 1,4 6,9 2,4 15,8 19 43 1,7 7,8 4,9 15,8 20 37 0,6 6 17,9 6,3 21 77 1 8 3,2 22 22 17 18 6,8 2,7 32 23 39 20 7,7 2,6 33 24 26 6 5,4 2,9 45 25 32 12 5,6 2,55 * 26 26 * 8,2 5,31 * 27 23 * 6,7 7,17 * 28 23 * 7,6 4,29 * 29 34 * 9,09 2,2 *

* parcela perdida

Page 70: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

55

Quadro 4 – Valores de bioquímica sérica dos cães assintomáticos (grupo controle).

N˚ animal ALT FA Ptns Totais Albumina Uréia 01 20 56 6,99 4,5 61 02 25 4 4,99 2,92 49 03 8 3 8,3 4,77 43 04 28 38 6,6 5,79 51 05 15 69 6,4 4,32 51 06 118 35 6,28 4,64 21 07 28 38 6,6 5,79 27 08 49 26 8,6 6,49 42 09 26 18 8,2 5,31 22 10 23 20 6,7 7,17 32 11 23 6 7,6 4,29 33 12 31 224 7,42 4,13 66 13 24 22 5,28 3,17 41 14 25 18 7,28 3,42 37 15 36 53 8,3 2,4 9,5 16 55 25 7,28 2,97 40 17 82 36 7,54 4,79 70 18 116 20 13,09 6,12 84 19 96 17 6,7 4,46 70 20 93 1,1 9,73 4,62 57 21 31 0,3 6,1 3,2 3,2 22 45 0,2 6,8 0,6 12,7 23 31 1,2 7,2 2,8 63 24 22 0,2 9 2,5 12,6 25 57 0,9 5,7 2,6 6,3 26 48 * 8,5 2,4 3,2 27 39 * 6,5 3,1 3,2 28 23 * 8,1 2,8 6,3 29 * * * * * 30 * * * * *

* parcela perdida

Page 71: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

56

Quadro 5 – Valores obtidos nos testes de coagulação e plaquetometria dos cães positivos para infecções causadas por Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes, RJ.

N˚ animal TTPA TPT Plaquetas / µL

01 8 21 12000 02 9 18 * 03 * * * 04 8 22 56000 05 * * 430000 06 15 31 172000 07 12 32 36000 08 9 22 220000 09 13 20 95000 10 9 37 31000 11 11 26 129000 12 * * 210000 13 9 31 39000 14 * * 237000 15 11 31 78000 16 11 21 276000 17 13 22 146000 18 14 26 114000 19 16 29 64000 20 17 26 113000 21 11 23 136000 22 9 20 191000 23 9 31 152000 24 10 29 12000 25 11 26 * 26 9 22 * 27 11 29 56000 28 13 26 430000 29 12 22 172000

* parcela perdida

Page 72: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

57

Quadro 6 – Valores obtidos nos testes de coagulação e plaquetometria dos cães assintomáticos (grupo controle).

N˚ animal TTPA TPT Plaquetas / µL

01 8 21 178000 02 8 13 263000 03 6 19 320000 04 6 20 519000 05 6 23 266000 06 6 19 346000 07 * * 336000 08 5 24 79000 09 8 26 * 10 8 28 412000 11 7 26 290000 12 * * 408000 13 7 22 364000 14 * * 110000 15 7 26 294000 16 8 28 369000 17 10 25 322000 18 16 40 229000 19 13 24 200000 20 13 24 226000 21 7 28 175000 22 9 21 273000 23 15 25 253000 24 14 26 260000 25 8 24 263000 26 14 22 235000 27 8 18 321000 28 11 26 198000 29 10 22 217000 30 7 19 308000

* parcela perdida

Page 73: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

58

Quadro 7 – Valores obtidos no eritrograma dos cães positivos para infecções causadas por Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes, RJ.

N˚ animal Hemácias Hematócrito Hemoglobinometria VCM CHCM

01 4,62 67,2 10,5 67,6 4,62 02 5,93 40,7 14,5 68,7 5,93 03 4,3 32 10,5 74,5 4,3 04 2,42 16,1 5,8 66,6 2,42 05 3,75 27 9,3 72,1 3,75 06 5,45 36,2 11,7 66,6 5,45 07 3,03 20,2 6,8 66,7 3,03 08 3,3 30 10 90,91 3,3 09 6,23 39,9 9,2 64,1 6,23 10 3,73 24,7 7,5 66,3 3,73 11 6,61 44,1 14,3 66,8 6,61 12 6,88 45,7 15,9 66,5 6,88 13 5,31 33,9 10,1 63,9 5,31 14 4,67 33,5 10,5 66,6 4,67 15 4,01 26,07 7,6 66,6 4,01 16 5,22 37,2 12,4 71,3 5,22 17 6,23 43,9 15,8 70,6 6,23 18 6,1 43 15,2 71,4 6,1 19 5,8 39,3 13,6 67,8 5,8 20 4,62 31,5 10,5 68,3 4,62 21 6,67 47,8 16,4 71,8 6,67 22 6,59 44,2 14,3 67,2 6,59 23 6,59 38,8 13,3 58,9 6,59 24 6,75 43,8 14,3 65 6,75 25 5,28 38,3 11,1 72,7 28,9 26 6,59 38,8 13,3 58,9 34,2 27 6,45 41,0 13,1 63,6 31,9 28 5,11 32,4 9,3 63,3 28,7 29 5,8 39,3 13,6 67,8 34,8

Page 74: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

59

Quadro 8 – Valores obtidos no eritrograma dos cães assintomáticos (grupo controle).

N˚ animal Hemácias Hematócrito Hemoglobinometria VCM CHCM 01 5,89 45,1 15,7 76,6 34,8 02 5,56 40,6 13,9 73,2 34,2 03 6,17 46 16,5 74,6 35,8 04 5,51 38,6 12,9 72,8 33,4 05 6,25 44,9 16 71,9 35,6 06 5,67 38,4 13,1 67,8 34,1 07 6,62 43,9 14,7 66,4 33,4 08 6,64 47 15,7 70,9 33,4 09 5,95 44,9 15 75,5 33,4 10 5,52 39,2 13 71,1 33,1 11 7,15 46,8 15 65,5 32 12 6,93 48,2 16,2 69,6 33,6 13 5,51 38 13,3 69,1 35 14 6,16 42 13,2 68,2 31,4 15 6,42 44,1 14,9 68,7 33,7 16 6,08 41,3 14,5 68 35,1 17 6,96 52 17,6 74,8 33,8 18 6,08 42,1 14,1 69,4 33,4 19 6,09 43,6 15,2 71,7 34,8 20 5,39 38,9 12,6 72,3 32,3 21 5,65 39,2 13,1 69,5 33,4 22 6,62 45 15,4 68 34,2 23 7,62 47,9 16,1 62,9 33,6 24 7,87 53,8 17,5 68,7 32,5 25 7,2 45,2 14,2 62,8 31,4 26 6,34 43,8 14 69,1 31,9 27 7,17 50,2 16,8 70,1 33,4 28 6,71 45,9 15,2 68,5 33,1 29 8,33 51,8 17,7 62,3 34,1 30 7,61 50,6 17,5 66,5 34,5

Page 75: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

60

Quadro 9 – Valores obtidos no leucograma dos cães positivos para infecções causadas por Ehrlichia spp. e Anaplasma spp. em Campos dos Goytacazes, RJ.

N˚ animal Leucometria

global Eosinófilos Bastão Segmentado Linfócitos Monócitos

01 7800 78 78 6006 702 932 02 9500 950 0 6365 1615 570 03 13900 278 139 11815 1112 556 04 7500 75 75 6000 750 600 05 9300 930 93 6138 1023 1116 06 6200 186 62 4712 1116 124 07 650 * * * * * 08 6350 0 127 4508 1524 190 09 6100 183 61 4575 1220 61 10 5200 52 52 4056 936 104 11 9000 540 90 7020 990 360 12 6300 315 63 5040 693 189 13 5400 162 216 2646 1256 1080 14 8700 348 174 7047 870 261 15 8400 504 168 6048 756 924 16 4600 184 46 2944 874 552 17 7800 156 234 5616 1092 702 18 9000 360 270 5940 1530 900 19 10100 101 202 5050 4141 606 20 13200 1320 132 9504 1320 924 21 4800 240 48 3312 1008 192 22 15100 151 302 12533 906 1208 23 51700 517 1551 42394 1551 5687 24 9600 960 96 6336 1056 1156 25 14400 288 144 10368 2150 1450 26 7200 72 72 5760 720 576 27 6300 126 63 4410 63 1638 28 11700 1170 117 8424 1170 819 29 8300 83 166 4150 3403 498 * parcela perdida

Page 76: ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE CÃES SUSPEITOS DE … · avaliação laboratorial bioquímica sérica figurou como uma ferramenta diagnóstica complementar fundamental, possibilitando

61

Quadro 10 – Valores obtidos no leucograma dos cães assintomáticos (grupo controle).

N˚ animal Leucometria global Eosinófilos Bastão Segmentado Linfócitos Monócitos

01 11400 228 114 9006 1482 570 02 8900 267 89 7120 1246 178 03 8200 1968 82 4838 1148 164 04 7900 711 79 4819 2054 237 05 7200 216 72 5184 1584 144 06 10600 318 106 6996 2438 742 07 7000 350 140 4200 1820 490 08 4600 92 138 3680 506 184 09 7500 975 150 5250 900 225 10 13000 390 260 9620 2470 260 11 9900 198 99 7029 2475 99 12 8200 164 82 5658 2050 246 13 10100 404 101 6060 3333 202 14 7300 73 73 6497 584 73 15 5500 55 55 4895 440 55 16 8400 1428 84 5628 924 336 17 10600 530 106 8586 1166 212 18 6600 462 66 4620 792 660 19 6200 124 62 3844 1612 558 20 6900 690 138 4278 1311 483 21 6500 455 65 4745 650 585 22 6000 420 60 4380 900 240 23 10400 312 * 6864 2496 728 24 13000 4160 130 6760 1430 520 25 17000 1020 340 11900 2550 1020 26 13600 544 136 10200 1496 1224 27 7000 840 70 5110 770 210 28 9100 728 91 6734 910 637 29 9200 368 92 6808 1380 552 30 11900 2499 119 7616 1071 595

• parcela perdida