Page 2
As vezes me pergunto
Porque que vivo
Se o destino é tão cruel
Encargo, inútil, sofrimento
Page 3
Mas me convenço que tenhoUma missão a cumprirMas qual será ela?Que não se mostra a mim
Page 4
Penso demais, dói a cabeçaMas não chego a uma conclusãoSerá tão complicada assimA terna e bela filosofia
Page 5
Fiz a lista dos meus afazeres
Com carinho e amor
Mas como comprir a todos
O tempo é tão fugaz...
Page 6
Tomei banho de água fria
Esquecerei agora d'água morna
Está me deixando acostumada
A apenas um clima unitário
Page 7
Todo dia essa maquiagemE a consciência dizPra ir de leve, não exagerarÉ escola, não ser demais...
Page 8
Meu cabelo, coitado...
Não sei o que fazer
Já vem a minha tia
Um penteado bacana
Page 9
Confesso, me senti estranha
Algo novo e diferente
As vezes incomoda
Mesmo sendo tão belo
Page 10
Perfumes de rosas
São os meus preferidos
Suave como momentos
Que gostaria de passar
Page 11
Agora só me restaria esperar
A chegada do motorista
Para me levar
Ao meu desejado destino
Page 12
Talvez já a comentar
A minha tão estranha demora
Mas está no horário
Chego a tempo
Page 13
Me perguntam se está tudo bem
E eu digo que sim
Mas não sei o que sinto
Somente respondo por responder
Page 14
Vou direto pra sala
Já quase cheia
Como são rápidos
Ao se acomodarem
Page 15
A caneta e caderno
Já se habitam bem
Escrever um soneto agora
Nada é melhor
Page 16
Depois é no conto e cordelQue a imaginação Irá fecundar amoresEm versos e trechos
Page 17
Nada de professor
Meia hora só pro aluno
E zoada total
A conversa nem se fala
Page 18
Depois vem o diretor
Avisar que é vai ser história
Mas o que que há
Essa aula não é hoje
Page 19
Lá vem elePegar os cadernosDá pontuaçãoAqueles que trabalharam
Page 20
Levei o meu
Mas era tão novo
Só havia a metade
Daqueles assuntos
Page 21
Mas ele disse que não havia problema
Sabia que eu estudava
Já estava bem ciente
Da minha certa nota
Page 22
Foi um grande alívio
Não poderia ser melhor
Não poderia perder
Em uma matéria querida
Page 23
Depois ciências
Acho bom
Completar a atividade
E já fiz tudo
Page 24
Mas quero esperar mais um pouco
Não quero ir embora agora
O fim do intervalo
Não está tão longe
Page 25
Lá vem o diretor
Pensamos pra ser liberados
Mas não foi
Que nada!
Page 26
Foi para proibir a menina
Que vendia bombons
Lá no colégio
Agora sim é tédio
Page 27
Finalmente vem alguémPra liberar a genteTodos em filaPede o moço
Page 28
Vou pra biblioteca
Devolver dois livros
Agora me sinto tão triste
Não vou levar outro não
Page 29
Sentei-me numa cadeira
Perto da biblioteca
Terminar o conto
De um romance irônico
Page 30
Logo o motorista chega
E me interrompe outra vez
Parei quase no fim
De grande e linda emoção
Page 31
Pai, tios, mãe esperam
Sentados juntos
Parece uma reunião
O que conversam?
Page 32
Entre para o quarto
Fazer o que der vontade
Não há atividade de casa
Vou fazer o que?
Page 33
Conversar com a mãe
Sobre o assunto da diretora
Pediu xerox de documentos
O que posso fazer?
Page 34
Se reta, chinga e brigaPor um concurso que vou fazerNão é nada de erradoÉ de poesia...
Page 35
O que há demaisÉ tão normalOs documentos excessivossão comprovantes de autoria
Page 36
Mas parece que não entende
Somente resmunga
Agora saiu
Pra onde não sei
Page 37
Me culpa por ter entregado
Aquelo poema valendo pontos
Na mão do professor
Que me indicou ao diretor
Page 38
Vou pintar agora
Só isso pra me sentir melhor
Flores de um jardim
Agora eu pinto
Page 39
Escutar músicas românticas
Internacionais e brasileiras
As de rock também faz bem
São minhas preferidas
Page 40
Pensar na vida
Na culpa que não tenho
Neste dia tão abalado
Page 41
Esperar o amanhãAgora no meio da noiteEm que eu dou fimÀ este livro de embalos!