«as serviçais», reflexão crítica por joão mêda 1

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Vimos, ouvimos, refletimos e escrevemos sobre um filme: As Serviçais (The Help). A turma do 10ºA1, e sobre os temas filosóficos, mostra como vale a pena ter sempre presente o que foi o passado e é a atualidade. O racismo é uma realidade.Professora Maria Alberta FitasTexto redigido por João Mêda – 10º A1, sob orientação da professora de Filosofia, Maria Alberta FitasMaio de 2014, e disponibilizado parta a Biblioteca ESJAC

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  • ESCOLA SECUNDRIA 3EB DR. JORGE AUGUSTO CORREIA, TAVIRA _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________ Disciplina: Filosofia Disponibilizado para a Biblioteca para publicao e divulgao

    Skeeter, uma jovem que ambiciona ser

    jornalista, decide escrever uma histria sobre as

    criadas negras e a sua vida ao servio dos brancos. Esta

    conta com a ajuda de Aibileen e, mais tarde, muitas

    outras empregadas domsticas. Este o princpio do

    filme.

    A pelcula gira em torno do racismo, no sul dos

    Estados Unidos. Nos estados sulistas, o racismo

    sempre esteve presente na vida da populao, o que

    acabou por se tornar normal/moral. A mentalidade da

    poca via o negro como algo que apenas serve para

    trabalhar, como uma espcie de animal. A histria

    passa-se em Jackson, Mississpi, um dos estados mais racistas e preconceituosos da

    Amria e que ainda hoje o .

    O racismo est presente em todas as situaes do dia- a- dia, desde a situao

    laboral a coisas to mesquinhas como, casas de banho, bancos e roupa. At a prpria

    lei, quer pelo que diz, quer pela interpretao, considera os negros como uma fora de

    trabalho, fora essa sem qualquer direito. O dio dos brancos visvel atravs das

    operaes dos Ku Klux Klan que desencadeava o medo entre a populao negra.

    Alm do racismo fala-se tambm, embora muito levemente, da relao marido-

    esposa/homem-mulher, e como consequncia da violncia domstica. A mulher, aos

    olhos do homem e da sociedade sulista, tem apenas duas funes: ter filhos e ter uma

    boa imagem perante a comunidade. Esta a clssica famlia norte-americana da alta

    sociedade no sul: o homem ganha o sustento, a mulher faz boa figura e a criada faz os

    afazeres da casa e educa as crianas.

    As crianas so criadas pelas serviais. Essas so como as suas verdadeiras

    mes, tratando delas toda a vida e, afinal, so encaradas como a real famlia das

    crianas. Infelizmente, muitas dessas crianas crescem e tornam-se no mesmo que os

    pais, salvo honrosas excees.

    A relao entre as mulheres tambm contribui para o desenrolar da histria.

    Hilly no se d com Celia Foote. Celia uma mulher extremamente divertida e

    simptica que ignora os preconceitos da poca, chegando a comer na mesma mesa

    que a crida Minny. Ao longo de todo o filme, existem conflitos entre Hilly e as amigas e

    Celia.

    O filme conta com um elenco que foi capaz de nos transmitir sentimentos e que

    esteve altura do papel. A histria tem por base o livro da autora Kathryn Stockett e

    est muito bem escrita. Um filme emotivo e cmico. A tristeza dos acontecimentos, de

    certo modo, foi crucial para a sensibilizao do espectador. Por exemplo, quando

    Aibileen conta a morte cruel do seu filho. J os momentos cmicos, de certo modo,

    contriburam para a descontrao e boa disposio do pblico. O humor caracterstico

    dos negros tambm est presente, e atravs desse humor que os negros

  • ESCOLA SECUNDRIA 3EB DR. JORGE AUGUSTO CORREIA, TAVIRA _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________ Disciplina: Filosofia Disponibilizado para a Biblioteca para publicao e divulgao

    descontraam e faziam troa da sua situao e dos brancos. Um dos momentos mais

    cmicos foi a cena da tarde de Minny, para Hilly. Um daqueles momentos que nunca

    esquecerei.

    O povo sulista acredita no

    racismo e em outros preconceitos

    porque incapaz de pensar pela

    prpria cabea, fazendo tudo o que os

    outros fazem e dizendo tudo o que os

    outros dizem. Exemplo disso Miss

    Hilly e as suas amigas. Se Hilly decide

    que Aibileen tem de ser despedida,

    embora no trabalhe para si, as amigas concordam. Se o mdico diz que os negros tm

    doenas diferentes das dos brancos porque verdade. Se no jornal se diz que existe

    um ch que cura a homossexualidade, que uma doena, ento verdade. O norte

    sabia que os negros eram normais, a Europa sabia que os negros eram normais,

    mas os sulistas continuavam a acreditar na inferioridade negra - reflexo de anos e

    anos de uma cultura racista. Celia, embora parea um bocado cabea de vento, o

    exemplo perfeito de como o branco e o negro se podem dar bem. Tenho pena que a

    rapariga de Sugar Ditch seja to maltratada por aquela comunidade.

    Na minha opinio, Celia a menos preconceituosa, mesmo menos do que

    Skeeter, que claramente se esfora para no o ser. Celia ignora todos os protocolos

    da poca. uma pssima dona de casa, faz imensas figuras tristes nos encontros da

    comunidade, no consegue engravidar talvez devido ao lcool-, amiga de negros,

    etc. Skeeter, embora seja amiga dos negros, esfora-se para cumprir os protocolos da

    poca e da sua amiga Hilly.

    Hilly representa toda a populao branca preconceituosa, cheia de manias e

    tiques. Embora no goste da personagem, gostei muito do desempenho da atriz e da

    sua funo em toda a histria. Miss Hilly no passava de uma cobra venenosa

    inofensiva que controlava as amigas e as manipulava. No fim, teve o que mereceu.

    Por falar em fim, um dos melhores que j vi. Triste mas, de certo modo, feliz.

    No fim, Aibileen acaba por se libertar, mas a pobre criana com o nome mais

    esquisito que j vi acabou por ficar de rastos, como uma criana a quem lhe

    retirada a me. Elizabeth podia ser a me biolgica, mas era Aibileen a me

    verdadeira, a me dos afetos. E h uma mensagem que espero nunca esquecer e que

    devia ser ensinada a toda a populao: Tu s boa. Tu s inteligente. Tu s

    importante. Porque a vida no se baseia em coisas materiais e em aspetos fsicos.

    Joo Eduardo Mestre Mda, n 16,10A1

    Trabalho orientado pela professora de Filosofia, Maria Alberta Fitas

    Maio de 2014