as possibilidades de abordagens do ciclo trigonomÉtrico...
TRANSCRIPT
AS POSSIBILIDADES DE ABORDAGENS DO CICLO
TRIGONOMÉTRICO E DISCUSSÃO DAS FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS POR MEIO DA MÍDIA INFORMÁTICA
SOFTWARE GEOGEBRA
Donizete Gonçalves da Cruz [email protected]
Eixo Temático: Educação Matemática Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Através deste artigo, pretende-se relatar um trabalho realizado no Núcleo Regional de Educação de Curitiba (NREC), com professores (as) da educação básica, no segundo semestre do ano de 2009. Trata-se de minicursos realizados sobre o ensino e a aprendizagem de conceitos, sobre o ciclo trigonométrico e as funções trigonométricas por meio do software geogebra, e para isso foi utilizado a sala do Paraná Digital e também a TV laranja. A intenção foi apresentar aos (as) professores (as) as possibilidades de abordagens do ciclo trigonométrico e das funções trigonométricas no ambiente computacional, com uma metodologia que se diferencia da tradicional abordagem por meio do quadro negro e do giz. Parte-se do pressuposto que os recursos tecnológicos são ferramentas e a base teórica são os estudos sistematizados que defendem e amparam o uso das mídias tecnológicas no campo da educação matemática. Assim, foram fundamentais as produções de autores que investigam, no contexto das mídias tecnológicas aplicadas ao ensino e à aprendizagem matemática, no âmbito de abrangência ou que possuem pontos de contatos com a educação matemática.
Palavras-chave: Software Geogebra. Educação Matemática. Ciclo Trigonométrico. Funções Trigonométricas.
Introdução
A sociedade tecnológica passa por contínuas transformações, em uma velocidade
surpreendente. Fazendo parte de uma sociedade em mudança, os professores sentem, muitas
vezes, angústias e preocupações, pois tem que se atualizar constantemente para acompanhar,
13207
estudar e filtrar aquilo que é necessário, abordando em sala de aula, mediado pelo acervo de
recursos tecnológicos que diariamente aparecem em nosso meio.
Ora, a sociedade muda e com ela as suas demandas. Então, está posto o desafio, ou
seja, preparar os alunos para a mobilidade em uma sociedade otimizada pelas tecnologias.
Nos últimos anos, vem ocorrendo o surgimento de vários softwares educacionais que
possibilitam aos alunos o trabalho com conceitos matemáticos, sem a necessidade de
conhecimentos da linguagem de programação. Estes, sem dúvida, compõem-se de um
poderoso ambiente de aprendizagem, no qual é possível trabalhar em uma perspectiva que
incorpora a construção de conhecimentos relacionados aos conteúdos específicos da Educação
Matemática.
Presume-se que a prática docente possa melhorar significativamente, quando os
profissionais dessa área se empenharem em buscar processos adequados para o exercício
profissional, tendo como ferramenta o recurso tecnológico: computador.
Os softwares de geometria dinâmica, entre os quais se insere o software geogebra,
instalados nas salas do Paraná Digital1, que apresentam estrutura, funcionamento e
características de fácil domínio, sendo explorados por uma proposta condizente, e podendo
possibilitar a postura autônoma de aprendizagem. Mais ainda, conjectura-se em favor da ideia
que por meio deles os alunos têm a possibilidade de apropriar de conhecimento matemático,
bem como de construir conhecimento matemático.
Partindo de tal conjectura, no segundo semestre do ano de 2009, realizou-se um
trabalho com os (as) professores (as) de Matemática das escolas estaduais do NREC, cuja
delimitação do problema apontou para as possibilidades de abordagens do ciclo
trigonométrico e discussão das funções trigonométricas por meio da mídia informática
software geogebra.
O NREC está dividido em 08 setores e abrange 168 escolas localizadas no âmbito do
território geográfico do município de Curitiba, sendo que em cada setor existem
aproximadamente 20 escolas. No segundo semestre de 2009 existia aproximadamente 740
professores (as) de Matemática atuando no NREC.
1 O Paraná Digital é um projeto de inclusão digital das escolas da rede pública do Estado do Paraná. Tem o
objetivo de melhorar a qualidade do ensino e encontra-se fundamentado na disponibilidade de meios educacionais através de computadores e da Internet. Nos computadores estão instalados o software geogebra.
13208
O trabalho realizado com os (as) professores (as) de Matemática do NREC
caracterizou-se em uma atividade de formação que teve como objetivo instrumentalizá-los,
tanto teoricamente como metodologicamente, para atuar nas salas do Paraná Digital e explorar
conceitos matemáticos por meio das mídias software geogebra, internet e TV Pendrive. Os
(as) professores (as) foram convidados por meio de e-mails e por meio de comunicados por
escrito enviados às escolas. Em cada setor ocorreram dois encontros de 04 horas de duração,
um no período da manhã e o outro no período da tarde, sendo que os (as) professores (as)
tiveram a liberdade de optar por um dos horários.
Os encontros foram pensados, organizados, sistematizados e executados segundo
uma metodologia que permitisse ao (a) professor (a) conhecer a mídia ou as mídias (para
aqueles que ainda não haviam tido contato com as mídias envolvidas) até a situação que
possibilitasse aos (as) professores (as) explorar, por meio da construção, visualização e
movimentação, os conceitos matemáticos em foco. Desta forma, utilizou-se a seguinte
metodologia2: Organização da interface, construção no geogebra do ciclo trigonométrico com
recursos para a movimentação e manipulação, inserção no ciclo trigonométrico de ações que
possibilitasse a realização de análises por meio do gráfico, discussão sobre os conceitos e
conclusão em que os (as) professores (as) foram solicitados a responder aos seguintes itens:
domínio, imagem, periodicidade, limitação, sinal e monotonicidade.
Ainda sugeriu-se aos professores que ao realizarem tais atividades com os alunos,
poderiam salvá-las e utilizá-las como meio para avaliação. Da mesma forma, poderiam, no
caso de realizar a discussão com os alunos sobre os conceitos envolvidos, lançarem mão da
internet e em sites confiáveis buscarem o conceito, por exemplo, de domínio e imagem.
Justificou-se essa atividade de formação partindo do princípio que os computadores e
os softwares instalados em seu disco rígido, assim como a internet e a TV, são ferramentas
que contribuem para abordar os conteúdos da disciplina de matemática com os alunos, em
uma perspectiva crítica de aprendizagem. Da mesma forma, esclarece que este trabalho foi de
cunho teórico e prático e, sendo assim, a fundamentação foi baseada em autores que
investigam sobre mídias informáticas no cenário da educação matemática e/ou que possuem
pontos de contatos com a educação matemática. Com isso, adotou-se a mesma visão de
2 No final deste artigo há, no tópico operacionalização, uma das atividades desenvolvidas com os professores.
13209
Penteado e Borba (2001) que defendem o computador e os softwares como um novo ator que
se faz presente na ação docente. Os autores assumem uma postura:
[...] que o conhecimento é produzido por um coletivo formado por seres-humanos-com-mídias, ou seres-humanos-com-tecnologias e não, como sugerem outras posturas, por seres humanos solitários ou coletivos formados apenas por seres humanos. (BORBA e PENTEADO, 2001, p. 46).
Nesta visão, há a interação entre humanos e não humanos. Assim, os computadores,
os softwares, a internet e a TV devem ser usados como extensão do pensamento das pessoas
e, desta forma, caracterizam-se como meios que contribuem significativamente para a
abordagem de conteúdos matemáticos.
Ainda, do ponto de vista de metodologia, se fez necessário abordar com os
professores (não em momentos específicos, mas durante o decurso do encontro) pontos
importantes tais como: software geogebra, educação matemática, uma concepção para
computadores, softwares, internet e TV. Diante disso, abaixo será descrita a fundamentação
do ponto de vista de concepção.
Software geogebra
O geogebra é um programa livre de geometria dinâmica para ser utilizado em sala de
aula. Permite que os alunos construam figuras, realizem investigações sobre propriedades e
conceitos matemáticos, manipulando o objeto e os seus elementos dinamicamente na tela do
computador, identificando especialmente as características das construções realizadas, por
isso pode-se caracterizá-lo como um ambiente dinâmico e interativo.
Os softwares de geometria dinâmica dispõem de vários recursos, partindo dos mais
simples como as cores, até alguns mais sofisticados como a calculadora interna e as macro
construções. Aliados aos recursos, eles apresentam uma vantagem muito importante, ou seja,
quando o usuário abre um desses aplicativos se depara com uma tela branca e, diante da gama
de opções, tem a possibilidade de usufruir dos mecanismos que possibilitam a efetivação da
construção de conhecimentos matemáticos.
Geometria dinâmica
13210
Parafraseando Cruz (2005, p. 72), a geometria dinâmica é aquela que permite sua
exploração por meio do movimento de figuras geométricas na tela de um computador, em um
ambiente dinâmico e interativo, cujas características estabelecem condições para que o
usuário (aluno) manuseie seus componentes e realize conjecturas, atendendo aos requisitos
necessários para que se observem regularidades. Em outras palavras, é a geometria factível no
ambiente dinâmico e interativo.
Educação matemática
Compreende-se a Educação Matemática como campo de estudo no qual professores e
investigadores encontram fundamentação teórica e metodológica para direcionar a sua prática
docente e realizar as suas pesquisas.
A Educação Matemática é "o estudo de todos os fatores que influem, direta ou
indiretamente, sobre todos os processos de ensino-aprendizagem em Matemática e a atuação
sobre estes fatores." (PITOMBEIRA, 1991, p. 18).
Considera-se também que:
[...] a educação matemática realiza-se numa prática, numa ação de comprometimento e vinculação com mundo, o que, no senso comum, chamamos de ‘o mundo real’ [...] é uma área de conhecimento teórico-prático, que ocorre exatamente no campo de interseção dos avanços teóricos que visam à prática e são possíveis a partir dessa mesma prática, num processo de retroalimentação. (GARNICA, 2001, p. 52).
Ainda não há consenso sobre a configuração do objeto de estudo da Educação
Matemática, de modo que os investigadores da área preferem dizer que se encontra em
construção. De outra forma, é bem claro que ele está centrado na prática pedagógica e
trabalha com as relações entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático.
Torna-se assim, bem claro que os objetivos básicos da Educação Matemática consistem em
desenvolvê-la como campo de investigação e de produção de conhecimento, em sua natureza
científica; e na melhoria da qualidade de ensino, em sua natureza pragmática.
A Educação Matemática é ampla e isto exige que o educador matemático tenha a
capacidade de exercer a docência articulando ensino, aprendizagem e conhecimento
matemático. Com isso, pode-se dizer que o educador matemático deve estar atento aos
diferentes aspectos que vão desde a vida escolar do aluno, à vida familiar, à vida social,
13211
até o desenvolvimento tecnológico. Da mesma forma, é necessário que se busque leituras
em outros campos do conhecimento, tais como: na Psicologia, na Sociologia, na História
e na Filosofia. Assim, os professores devem atuar profissionalmente com uma visão
ampla dos acontecimentos e do mundo, de forma a discernir, filtrar e pensar
metodologias de abordagens a tal ponto de formar o aluno para uma atuação crítica no
meio em que ele está inserido. O professor deve ver o conhecimento como uma atividade
humana em que todas as pessoas conseguem produzi-lo.
Em razão disso, surgiram tendências no âmbito da Educação Matemática, tais
como filosofia da educação matemática, sociologia da educação matemática, psicologia
da educação matemática, história da matemática, modelagem matemática,
etnomatemática, investigações matemáticas, resolução de problemas e mídias
tecnológicas aplicadas ao ensino e à aprendizagem matemática.
Aqui, é importante ressaltar, sucintamente, que a produção bibliográfica e a
práxis de sala de aula, no cenário da tendência de tecnologias aplicadas ao ensino e à
aprendizagem matemática, propicia a base teórica e metodológica para o exercício
docente, por meio de tecnologias, tais como: os softwares de geometria dinâmica, no qual
o geogebra é um deles. Entretanto, é necessário discutir uma concepção para computador
e softwares.
Concepção para computadores, softwares, internet e tv
Não se tem dúvidas que computadores e softwares são fundamentais para se abordar
os conteúdos de Matemática, entretanto, uma concepção coerente a ser adotada por
professores é compreender tais recursos como ferramentas que organizam e reorganizam a
atividade matemática com vistas à produção de conhecimentos. O foco principal é o conteúdo
matemático, e as ferramentas são meios que contribuem na resolução do problema
matemático.
Pode-se alegar que o ser humano não pensa por si só, ou seja, ele precisa
fundamentalmente das tecnologias para processar o seu pensamento. É interessante conceber
as ferramentas como extensão da memória. Tal idéia fundamenta-se no fato que o homem
altera a natureza e, ao alterá-la, está alterando o seu modo de pensar e, conseqüentemente,
mudando a si próprio. Na medida em que o homem resolve os problemas, cria tecnologias,
13212
insere-as no acervo das ferramentas que irão mediar soluções aos problemas que ele enfrenta
no seu dia a dia.
Na tentativa de respaldar teoricamente, buscou-se dar a fundamentação em autores
que ao investigar sobre o uso dos recursos tecnológicos em salas de aulas, no cenário de
integração de novas mídias e a relação com o conhecimento, adotam:
[...] uma perspectiva teórica que se apóia na noção de que o conhecimento é produzido por um coletivo formado por seres-humanos-com-mídias, ou seres-humanos-com-tecnologias e não, como sugerem outras teorias, por seres humanos solitários ou coletivos formados apenas por seres humanos. (BORBA, 2002, p. 139).
Contribuindo com esta maneira de conceber as mídias no meio educacional, assume-
se o pensamento como realizações de um coletivo que inclui seres humanos, mídias e
tecnologias intelectuais, que se entrecruzam no âmbito de seus relacionamentos. É possível
conceber que as máquinas informáticas tanto podem ser consideradas dispositivos de
inteligência, atuando em interface com os humanos, como também podem estabelecer redes
de subjetividades, cuja produção é uma inteligência coletiva.
Nesta direção:
É impossível separar o humano de seu ambiente material, assim como dos signos e das imagens por meio dos quais ele atribui sentido à vida e ao mundo. Da mesma forma, não podemos separar o mundo material – e menos ainda sua parte artificial – das idéias por meio das quais os objetos técnicos são concebidos e utilizados, nem dos humanos que os inventam, produzem e utilizam. Acrescentamos, enfim, que as imagens, as palavras, as construções de linguagem entranham-se nas almas humanas, fornecem meios e razões de viver aos homens e suas instituições, são recebidas por grupos organizados e instrumentalizados, como também por circuitos de comunicação e memórias artificiais. (LÉVY, 1999, p. 22).
É válido realizar pesquisas no sentido de que computadores, softwares e outras
mídias tecnológicas sejam utilizadas em processos de formação em que as pessoas sejam
capazes de criar e pensar.
Os computadores e o software geogebra podem ser considerados instrumentos de
mediação. Ainda é importante ressaltar que o aprendizado se dá por meio de ações
concretizadas nas relações entre as pessoas, cujas intermediações podem ocorrer por meios
artificiais. Estes meios podem ser denominados instrumentos, são criados e recriados pelos
13213
sujeitos, com o objetivo de transmitir e construir conhecimentos. Desse modo, eles
influenciam na maneira de pensar e organizar as ações.
Em relação à internet, adota-se a postura que enfatiza a contrariedade da dicotomia
ser humano versus tecnologia, e entende-se que o conhecimento pode ser concebido como
uma elaboração coletiva de seres humanos com mídias. Nesta direção, a internet condiciona a
forma como se conhece e insere um grande acervo de produções à nossa disposição, para ser
consultado, lido e analisado, contribuindo para a construção de conhecimento. (BORBA,
MALHEIROS e ZULATTO, 2008, p. 87).
Da mesma forma, a TV é uma ótima ferramenta que se utiliza para mediar a ação
docente. Em especial, cita-se aqui a TV como um instrumento onde se pode ligá-la a um
computador e, por meio da visualização, ampliar as possibilidades de discussão e análises
sobre o conteúdo matemático. No caso do trabalho desenvolvido, foi ligado o notebook na TV
laranja e assim, juntamente com o grupo de professores (as), falou-se sobre os conceitos
matemáticos no sentido de organização, reorganização e conclusão de idéias.
Nesse sentido, o amparo para a ação realizada está no fato que:
[...] a função do instrumento é servir como um condutor da influência humana sobre o objeto da atividade; ele é orientado externamente; deve necessariamente levar a mudanças nos objetos. Constitui um meio pelo qual a atividade humana externa é dirigida para o controle e domínio da natureza. (VYGOTSKY, 1994, p. 72).
Entretanto, é necessário deixar claro que não se podem fixar crenças, pura e
estritamente no ensino, por meio dos instrumentos aqui abordados, acreditando serem estes,
um meio suficiente para superar problemas que perpassam as instâncias do fazer educação.
Reconhece-se que não se pode dar a tais instrumentos o caráter de mitos tecnológicos que
solucionam problemas educacionais crônicos.
Operacionalização
Abaixo consta uma das atividades desenvolvidas ao longo dos encontros. Todos os
presentes receberam um material impresso e, mediados por este material, realizaram suas
construções. Defende-se que, em encontros de formação, os participantes levem para si algum
material escrito, pois estes se configuram como documentos e apoio para sua ação docente,
tornando-se um meio para a crítica e o aprimoramento de nossas elaborações.
13214
Abordando a função y = a . sen(x). Explorando amplitude: altura máxima e altura mínima
a) Mude o eixo x para radianos. Clique com o botão contrário (direito) do mouse sobre o eixo
x e clique em propriedades. Abrirá uma janela. No meio desta janela há a palavra distância.
Marque-a e abra-a e mude de π a π ou de 2
π a
2
π. Clique em fechar.
b) Faça um seletor de -3,14 a 3,14. Acione a ferramenta seletor (janela 9). Clique na tela
e digite para mínimo -3.14 e para máximo 3.14. Clique em aplicar.
c) Digite, no campo de entrada, a*sin (x).
d) Faça a edição: mude cor e estilo. Para isso clique com o botão contrário (direito) do mouse
em cima do gráfico. Clique em propriedades e, ao abrir a janela, acione as opções cor e estilo
e faça alterações. Em seguida clique em fechar.
Investigando
Movimente o seletor a, anote suas observações e discuta com os colegas.
Concluindo
Discuta: domínio, imagem, periodicidade, limitação, sinal e monotonicidade.
Conclusão
Embora a inserção das mídias tecnológicas no ensino e na aprendizagem da
matemática, inserindo-se também a abordagem de conteúdos matemáticos com o uso do
geogebra, não é um fato novo, pode-se dizer que na rede pública estadual se encontra o seu
estágio inicial. Tem-se, portanto, desafios pela frente, ou seja, buscar pela investigação
matemática e no contexto da Educação Matemática, buscar pela sistematização de materiais
de cunhos teóricos e didático-pedagógico, para que os professores e os alunos tenham, em seu
alcance, meios para se apropriarem do conhecimento matemático por meio desta mídia, que às
vezes amedronta, mas por outro lado é muito fascinante.
Os encontros foram importantes, pois refletiu-se sobre a prática pedagógica usada em
sala e, por meio dessa reflexão, discutiu-se também sobre os conceitos matemáticos. Segundo
13215
os comentários dos 227 professores (as) participantes, os encontros foram de grande valia,
pois passaram a ter em mãos um material que permite uma abordagem diferente,
acompanhada de uma ferramenta única e diferenciada sobre um importante conteúdo
matemático.
Ao concluir este artigo, acredita-se que as idéias apresentadas poderão se configurar
como ponto de partida para outras investigações e, desta forma, contribuir para consolidar a
educação matemática como uma prática social dos conteúdos matemáticos.
REFERÊNCIAS
BORBA, M. C. Coletivos seres-humanos-com-mídias e a produção de Matemática. In: Simpósio Brasileiro de psicologia da Educação Matemática. 1. 2002. Curitiba - PR., 2002. Anais... Curitiba – PR: UTP, 2002. p. 135- 146. BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e educação matemática. 1. ed. Belo Horizonte – MG: Autêntica, 2001. BORBA, M. C.; MALHEIROS, A. P. S. ; ZULATTO, R. B. A. Educação a distância online. 2. ed. Belo Horizonte – MG: Autêntica, 2008. CRUZ, D. G. A utilização do ambiente dinâmico e interativo na construção de conhecimento distribuído. Curitiba – PR, 2005. 169 f. Dissertação (Mestrado em Educação – linha de pesquisa educação matemática). Setor de Educação. UFPR. FIORENTINI, D.; LORENZATO, S. O profissional em educação matemática. Disponível em: <http://sites.unisanta.br/teiadosaber/apostila/matematica/O_profissional _em_Educacao_Matematica-Erica2108.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2006. GARNICA, A. V. M. É necessário ser preciso? É preciso ser exato? Um estudo sobre argumentação matemática ou uma investigação sobre a possibilidade de investigação. In: CURY, H. N. (org). Formação de professores de Matemática: uma visão multifacetada. Porto Alegre – RS: EDIPUCRS, 2001. p. 49-87. LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática . 7. ed. Rio de Janeiro – RJ: Editora 34, 1993.
13216
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente - o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Tradução de: José Cipolla Neto, Luis Silveira Menna Barreto e Solange Castro Afeche. 5. ed. São Paulo – SP: Martins Fontes, 1994.