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17 As paisagens e o processo de degradaçªo do semi-Ærido nordestino IŒdo Bezerra SÆ Pesquisador EMBRAPA Semi-Ærido Gilles Robert RichØ Pesquisador convŒnio EMBRAPA/ORSTOM Georges AndrØ Fotius Pesquisador convŒnio EMBRAPA/ORSTOM

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As paisagens e oprocesso de

degradação dosemi-árido nordestino

Iêdo Bezerra Sá

Pesquisador EMBRAPA Semi-árido

Gilles Robert RichéPesquisador convênio EMBRAPA/ORSTOM

Georges André FotiusPesquisador convênio EMBRAPA/ORSTOM

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O presente capítulo apresenta umadescrição da diversidade de macro-paisagens do nordeste brasileiro, comênfase na região semi-árida, demonstrandoque, ao invés de ser uma paisagemmonótona e pouco diversificada, o semi-árido nordestino é extremamente diverso,tanto do ponto de vista de seus recursosnaturais como da sua dinâmica social.

Para tal, são apresentadas as etapasmetodológicas principais do ZoneamentoAgroecológico do Nordeste Brasileiro �ZANE (Silva et al. 1994), um sistemaproduzido pela EMBRAPA, que visacaracterizar e espacializar os diversosambientes em função da diversidade dosrecursos naturais e agrossocioeconômicos.Dentre outras aplicações, esse novoenfoque pretende fornecer melhororientação às ações de planejamentogovernamental, resultando, dessa forma,na racionalização da aplicação dosinvestimentos para conservação erecuperação do meio ambiente.

Além disso, este capítulo apresenta,a partir dos dados obtidos e organizadosno ZANE, uma estimativa, por sub-regiãoe por Estado, do processo de degradaçãoambiental do semi-árido nordestino.

INTRODUÇÃOA

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Cactáceas da Caatinga

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Considerando que as ações depesquisa e de desenvolvimento ruralnecessitam da integração das investigaçõesinterdisciplinares de natureza agroeco-lógica e agrossocioeconômica, foidesenvolvida e aprimorada umametodologia de diagnóstico do meionatural e agrossocioeconômico, tendocomo base a Unidade Geoambiental � UG.

O conceito de UG compreenderealidades diversas, de acordo com asdisciplinas contempladas (geografia,ecologia, pedologia, etc.), porém aqueleque melhor se adapta às metas dodesenvolvimento rural, define a UG comouma entidade espacializada, na qual osubstrato (material de origem do solo), avegetação natural, o modelado (relevo) e anatureza e distribuição dos solos napaisagem constituem um conjunto cujavariabilidade é mínima, de acordo com aescala cartográfica. A ausência dereferência quanto às condições climáticas,deve-se ao fato de que a vegetação naturalfoi utilizada como indicador climático, umavez que reflete as condições dedisponibilidade hídrica do ambienteestudado.

As classes de solos e a disposiçãodestas na paisagem constituem a espinhadorsal da UG. Com efeito, as característicasdo solo e sua distribuição, principalmenteno contexto do clima semi-árido, sãofundamentais no que diz respeito àdinâmica da água (drenagem, retenção,resposta ao tipo de chuva, volume de soloexplorado pelo sistema radicular, etc.) e,condicionam, em grande parte, aintrodução de inovações tecnológicas oualterações nos sistemas de produção.

A caracterização das UGs foirealizada por meio de critérios deidentificação e de agregação. Os critériosde identificação, por ordem hierárquica,foram determinados segundo a vegetaçãonatural, o relevo e a seqüência dos solosna paisagem. Esses critérios foramconsiderados suficientes para caracterizaro potencial de ocupação do meioambiente. Os critérios de agregação �clima, recursos hídricos e quadroagrossocioeconômico � foram utilizadospara fortalecer a caracterização das UGs.

Considerando a extensão territorialda região e visando a melhor com-preensão do documento, as UGs foramagrupadas em unidades maiores. Paraisso, a região foi dividida em GrandesUnidades de Paisagem, baseando-se nascaracterísticas morfoestruturais e/ougeomorfológicas e geográficas tra-dicionalmente utilizadas.

Na denominação dessas unidades,procurou-se usar nomes já consagrados,que expressam o ambiente de maneirasimples e objetiva, como, por exemplo,Depressão Sertaneja, Chapadas Altas,Chapada Diamantina, Tabuleiros Lito-râneos, dentre outros.

A hierarquização das unidadesgeoambientais foi realizada a partir dasGrandes Unidades de Paisagem,ordenadas, preferencialmente, por níveldecrescente de altitude e de expressãogeográfica. Por sua vez, as UGs foramsequenciadas de acordo com a vegetaçãonatural, indo das regiões mais úmidas paraas mais secas, e das mais elevadas para asmais baixas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Diagnóstico do meio natural e agrossocioeconômico

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Roteiro de Trabalho

Com a finalidade de caracterizar asUGs e as Grandes Unidades de Paisagem,adotou-se um roteiro de trabalho quepermitiu fazer inter-relações entre as váriasinformações disponíveis a cerca dosrecursos naturais e agrossocioeco-nômicos.

Solo e Vegetação

O documento base utilizado pararealização deste trabalho foi o Mapa desolos do Nordeste, na escala 1:2.000.000,elaborado pela Coordenadoria RegionalNordeste da Embrapa - SNLCS (1973,1975a, 1975b,1976a, 1976b, 1977/79,1979, 1986a,1986b), e que apresenta umaescala compatível com a precisão desejadapara um zoneamento generalizado.

Para descrição das UGs foramconsultados, basicamente, os relatórios emapas da Embrapa - SNLCS referentes aoslevantamentos de solos em nívelexploratório-reconhecimento dos estadosdo Nordeste e do norte de Minas Gerais.Esses levantamentos contêm muitasinformações sobre os solos e sobre outrosparâmetros do meio natural. Documentosde sensoriamento remoto, como imagensde radar e de satélite, foram tambémutilizados em algumas áreas consideradasproblemáticas.

O relevo e os solos associados foramrepresentados em forma de perfismorfopedológicos (topossequências), demodo a oferecer um quadro o maisrepresentativo possível da UG. A vegetaçãonatural, utilizada no primeiro nível parasubdivisão das UGs, corresponde aosgrandes ambientes edafoclimáticos doNordeste, de acordo com os levantamentosrealizados pela Embrapa - SNLCS,Coordenadoria Nordeste: florestaperenifólia, floresta subperenifólia, florestacaducifólia, floresta subcaducifólia,cerrado, caatinga hipoxerófila e caatingahiperxerófila.

Clima

As informações sobre as condiçõespluviais representativas de cada UG foramobtidas do acervo informatizado de dadospluviais mensais do Nordeste (SUDENE1990a, 1990b, 1990c, 1990d, 1990e,1990f, 1990g). Cada uma das unidades foicaracterizada por um posto pluviométricorepresentativo, aqui considerado comosendo aquele que não apresentou valoresextremos nas médias pluviais mensais eanuais.

A visualização da distribuição dachuva foi feita na forma de histograma,indicando-se, ainda, o tipo climático e oinício e o fim do período chuvoso.

Recursos Hídricos

A estimativa do potencial emrecursos hídricos de cada UG foi realizadapor meio do levantamento de informaçõesrelativas aos recursos hídricos superficiaise sub-superficiais, tendo por base ostrabalhos da SUDENE (1969, 1977, 1978a,1978b, 1978c, 1978d, 1988).

Para a estimativa dos recursoshídricos superficiais foram considerados osdados disponíveis das vazões médias dosprincipais rios. Foram também acres-centados outros rios e/ou riachos quecortam as UGs, mas cujos dados dasvazões médias não estão disponíveis.A capacidade máxima de armazenamentodos açudes públicos foi indicada. Não foipossível incluir a potencialidade dos açudes

Serra Branca, Jeremoabo - BA

Zig

Koch

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particulares, que, apesar de teremcapacidade de armazenamento menorquando comparados com os açudespúblicos, ocorrem em maior número(superior a 70.000), e estão espalhados portoda a região semi-árida.

A qualidade da água foi classificadade acordo Holanda et al. (2001),considerando-se a concentração em sais(C) e a taxa relativa de sódio (S), segundoos níveis abaixo:

(a) Risco de salinização: C1 � baixo; C2 �médio; C3 � alto; C4 � muito alto.

(b) Risco de alcalinização: S1 � baixo;S2 � médio; S3 � alto; S4 � muito alto.

Para a estimativa dos recursoshídricos sub-superficiais avaliou-se, paracada UG, o potencial hidrogeológico e foirealizado um inventário sobre os poçosexistentes (quantidade, profundidade,vazão e qualidade da água).

Recursos agrossocioeconômicos

O zoneamento é um instrumentoutilizado para elaborar um prognósticocapaz de gerir melhor o aproveitamentodos recursos naturais. Esse aproveitamentovai depender das potencialidades elimitações dos recursos naturais, dasituação de ocupação do espaço e dosobjetivos e estratégias de agentes sociais.O segmento de recursos agrossocio-econômicos caracteriza estes dois últimosaspectos.

O sistema agrário visa caracterizar asgrandes coerências e características deuma UG. Discorre-se sobre a zonacacaueira, a zona da cana, etc. O sistemade produção, próximo do conceito deunidade de produção, tenta identificar asdiferentes estruturas de produção de base:produção, empresas rurais, plantaçõestradicionais e agroindústria.

A integração no mercado, que setraduz em nível de intensificação demodernização, foi o critério principal.

A apreciação foi qualitativa e procurou-seagregar a esse aspecto dados quantitativosreferentes às principais produções eatividades, à densidade demográfica e àestrutura fundiária. Esses dados foramlevantados para os municípios localizadosdentro de cada UG. Como produçãoprincipal foram considerados aquelesprodutos com maior abrangência emtermos de área, dentro dos municípios.

No cálculo da densidade demo-gráfica, dividiu-se o número de habitantesdos municípios localizados dentro de cadaUG pela área total, classificando-se,posteriormente, o número de habitantes/km2 em: < 10 � muito fraca; 10-20 � fraca;20-50 � média; 50-100 � forte; > 100 �muito forte. Na estrutura fundiária, osestabelecimentos foram estratificados emtrês categorias: < 50 hectares; 50-500hectares; > 500 hectares. Foramcalculados o percentual das propriedadese a área ocupada dentro de cada estrato.A distribuição dos estabelecimentos e aárea explorada em relação à condição doprodutor (proprietário, arrendatário,parceiro e ocupante) também foramlevantadas.

Organização do mapa

O mapa foi elaborado na escala1:2.000.000, onde os padrões de coresrepresentam as 20 Grandes Unidades dePaisagem, que, por sua vez, são divididasem 172 UGs. Estas são delimitadas portraços simples e identificadas por notaçãoalfanumérica, onde a letra maiúscularepresenta a Grande Unidade de Paisageme o número subscrito, o seqüencial da UG.

Zoneamento das áreas emprocesso de degradação ambientalno trópico semi-árido do Brasil

Com base no diagnóstico ambientale agrossocioeconômico da região foipossível desenvolver um estudo sobre as

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áreas que se encontram em processo dedegradação ambiental no Nordeste semi-árido, evidenciando uma escala dedegradação que vai desde as áreas combaixo nível de degradação até aquelas comnível severo, com ênfase na porção maisseca, que é o ambiente mais frágil (Sá etal. 1994, Riché et al. 1994a). Esse estudovisa contribuir com os setores deplanejamento nos níveis regional, estaduale municipal, como uma nova forma deplanejamento estratégico para a região.

Os critérios utilizados levam emconta as características dos solos e oimpacto do manejo sobre os mesmos.

Critérios edáficos

O componente solo constitui-se emum dos parâmetros essenciais para odiagnóstico da degradação ambiental notrópico semi-árido - TSA. Dentre os fatoresassociados às alterações ambientais, osmais importantes são a susceptibilidade àerosão e o tipo e a intensidade deexploração. Esse conjunto determina ograu de resistência às ações agropastorispredatórias.

O Zoneamento Agroecológico doNordeste (Silva et al. 1994) tem enfatizado

a grande diversidade de solos queocorrem no TSA, mostrando, con-sequentemente, um comportamentobastante diferenciado em relação àsusceptibilidade à erosão. A aplicação daEquação Universal de Perda de Solo(USLE) de Wischmeier (Wischmeier &Smith 1978) permite avaliar a quantidadede terra arrastada por ano em função dotipo de solo (Tabela 1).

Estes dados, associados a resultadosobtidos por métodos diretos e indiretos daavaliação da sensibilidade do solo à erosão,como grau de floculação, permeabilidade,evolução micromorfológica e topografia,permitem uma classificação da ero-dibilidade dos solos.

A escala de erodibilidade, segundo(Wischmeier & Smith 1978), é a seguinte:

(a) Erodibilidade baixa - latossolosamarelos e vermelho-amarelos,podzólicos distróficos, solos litólicos,solos aluviais e areias quartzosas;

(b) Erodibilidade moderada - latossolosvermelhos escuros, rendzinas eregossolos;

(c) Erodibilidade alta - podzólicoseutróficos, terras roxas estruturadas,planossolos e solonetz solodizados.

AQ = Areias quar tzosasLA = Latossolos amarelosPV = Podzólicos vermelho-amareloPE = Podzólicos eutróficosTRE =Ter ras roxas estruturadas

Tabela 1 - Erosão em solos do trópico semi-árido.(Parcelas padrão de 22,1m de comprimento, declive de 9%, mantidas aradas no sentido do declive)

Erosão Tipos e associações de solos(t/ha/ano) AQ LA PV PE TRE CE V BNC RE LI PL SS

Mínimo 0,01 2,5 12,5 2,5 37,5 25,0 12,5 5,0 12,5 25,0 50,0 87,5

Máximo 0,50 25,0 50,0 62,5 87,5 75,0 50,0 62,5 37,5 75,0 100,0 125,0

Média 0,25 13,7 31,2 32,5 62,5 50,0 31,5 33,5 25,0 37,5 75,0 105,0

CE = CambissolosV = Ver tissolosBNC =Bruno não cálcicosRE = Regossolos

LI = Litól icosPL = PlanossolosSS = Solonetz solodizados

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Critérios sobre o grau de manejo e deintensidade de exploração

A degradação ambiental não só semanifesta pela sensibilidade do solo à erosãomas, sobretudo, pelo uso a ele imposto.As observações de campo e a análise visualde documentos satelitários demonstram,nitidamente, que as áreas mais devastadascomportam solos de alta fertilidade que forame/ou estão sendo intensivamente explorados.Neste contexto, estão incluídos os solosbruno não cálcicos, sobretudo pelo cultivodo algodão, os solos podzólicos eutróficos esimilares, pelos cultivos de subsistência ecomerciais, principalmente a mamona, e osplanossolos, que embora sejam solos demédia a baixa fertilidade natural, por teremtextura leve e ocuparem relevos predo-minantemente planos e suavementeondulados, são bastante cultivados, inclusivecom uso de tração animal.

Qualificação da degradação ambientalO cruzamento dos dados associados

aos critérios acima expostos, estabelecemuma escala de quatro níveis de degradaçãoambiental para o TSA em sua porção maisseca: baixo, moderado, acentuado e severo(Sá et al. 1994, Riché et al. 1994b).

Espacialização das áreas atingidas pordegradação ambiental

Utilizando as informações temáticase a base cartográfica do ZoneamentoAgroecológico do Nordeste, foi elaboradoum documento gráfico, na escala de1:2.000.000, das áreas atingidas peladegradação ambiental. Também foramquantificadas estas áreas para cada estadodo Nordeste e para o Nordeste como umtodo, assim como a repartição nas micro-regiões homogêneas do IBGE (1981a,1981b, 1981c, 1981d, 1981e, 1981f, 1981g,1981h, 1981i, 1981j, 1982a, 1982b, 1982c,1982d, 1982e, 1982f), com seus respectivosmunicípios, unidades geoambientais e graude degradação ambiental.

Cultivo de palmas na Caatinga

Ad

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A diversidade de paisagensno bioma Caatinga

A geografia convencional divide oNordeste brasileiro nas zonas litorânea,agreste e sertão. Estas duas últimasformam, essencialmente, a região semi-árida, abrangendo 70% da área doNordeste e 13% do Brasil, e comportando63% da população nordestina e 18% dapopulação brasileira. Apesar da idéia daexistência de uma região Nordestecastigada por repetidas secas, os estudos

mais detalhados têm demonstrado que aregião apresenta uma grande diversidadede quadros naturais e socioeconômicos.

A região semi-árida (ou domínio daCaatinga) compreende 925.043km2, ouseja, 55,6% do Nordeste brasileiro. Combase na interação entre vegetação e solo, aregião pode ser dividida nas seguintes zonas:domínio da vegetação hiperxerófila (34,3%);domínio da vegetação hipoxerófila (43,2%);ilhas úmidas (9,0%); e, agreste e área detransição (13,4%) (Figura 1) e (Tabela 2).

Figura 1Região semi-áridado NordesteBrasileiro

Ilhas úmidas

Escala Gráfica0 100 200 300 400 km

48º 44º 40º 36º

10º

14º

18º

ConvençõesCapitalLimite interestadual

LegendaDomínio davegetação hiperxerófila

Domínio davegetação hipoxerófila

Agreste e áreasde trânsição

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As ecorregiões do bioma Caatinga ouas Grandes Unidades de Paisagem,conforme estabelece o ZANE (Silva et al.1994), são as seguintes: Chapadas Altas;Chapada Diamantina; Planalto daBorborema; Superfícies Retrabalhadas;Depressão Sertaneja; Superfícies Dis-secadas dos Vales do Gurguéia, Parnaíba,Itapecuru e Tocantins; Bacias Sedimentares;Superfícies Cársticas; Áreas de DunasContinentais; e Maciços e Serras Baixas.

A Tabela 3 apresenta as GrandesUnidades de Paisagem com suasrespectivas áreas e o quanto representamno contexto do Nordeste.

Tabela 2 - Compartimentação ambiental do trópico semi-árido � TSA.

AgresteVegetação Vegetação Ilhas úmidas e área de Totalhiperxerófila hipoxerófila transição

Área (km2) 317.608 399.777 83.234 124.424 925.043

% Nordeste 19,09 24,04 5,00 7,48 55,61

% TSA 34,33 43,21 9,00 13,45 -

Segue uma breve descrição destasGrandes Unidades de Paisagem, com suascaracterísticas mais marcantes.

CHAPADAS ALTAS

Com altitude superior a 800 metros,as Chapadas Altas são formadas por platôsaltos e extensos, apresentando encostasíngremes e vales abertos. Têm grandeextensão no extremo oeste do estado daBahia (Gerais) e na região de Pirapora(MG), com solos profundos e pobrescobertos por vegetação de cerrado, ecortadas por veredas de rios perenes coma presença de burit izais nos soloshidromórficos.

De menor expressão, as chapadas doAraripe (PE/CE) e da Ibiapaba (CE)possuem solos profundos de baixafertilidade nos topos, com vegetaçãoflorestal de porte e caducidade variáveis,em transição para a caatinga. Nas encostaspredominam solos mais férteis sobvegetação natural de caatinga.

Nessa unidade ocorrem trêsregimes climáticos relativamente se-melhantes: o primeiro, com maiorpredominância, ocorre no oeste da Bahiae norte de Minas Gerais, com precipitaçãomédia anual superior a 1.000mm eperíodo chuvoso de outubro a abril; osegundo, na Serra da Ibiapaba (CE),também com precipitação média anualsuperior a 1.000mm e período chuvosode dezembro a junho; e o terceiro, noPlanalto da Borborema e na Chapada doAraripe (CE/PE), com precipitação médiaanual de 600 a 900mm e período chuvosode dezembro a maio.

A rede fluvial é formada por rios degrande potencial hídrico. Importantesafluentes do rio São Francisco cortamessa unidade de oeste para leste,sobretudo aqueles localizados nos Gerais,como os rios Branco, Grande, Corrente,Formoso e Carinhanha.

Tabela 3 - Grandes Unidades de Paisagem do semi-árido.

Grandes Unidades de Paisagem Área (km²) % do Nordeste

Depressão Ser taneja 368.216 22,16

Chapadas Altas 147.059 8,84

Superfícies Dissecadas dos Vales doGurguéia,Parnaíba, Itapecuru e Tocantins 110.782 6,66Superfícies Retrabalhadas 110.120 6,63

Chapada Diamantina 91.199 5,48

Superfícies Cársticas 76.917 4,62

Planalto da Borborema 43.460 2,61

Bacias Sedimentares 40.262 2,42

Maciços e Serras Baixas 35.439 2,13

Áreas de Dunas Continentais 9.846 0,59

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CHAPADA DIAMANTINA

Essa unidade forma um conjuntocontínuo de extensos platôs, com altitudesvariando de 600 a 1.300 metros. Ocupauma faixa de orientação norte-sul, indo docentro da Bahia até o norte de MinasGerais. O relevo é geralmente acidentado,porém com grandes superfícies planas dealtitude. Os solos são profundos e muitopobres nos topos dos platôs, e bastanterasos e pedregosos nas áreas de relevoacidentado. A vegetação varia bastante,sendo a maior parte recoberta pelacaatinga hipoxerófila, embora em MinasGerais predomine o cerrado. Na Bahia, afloresta ocupa trechos importantes naregião de Wagner e nos planaltos de Vitóriada Conquista, Poções e Planaltina.

Apresenta dois regimes climáticosdistintos: o primeiro ocorre no norte deMinas e na região de Seabra (BA), comperíodo chuvoso de altitude (outubro aabril) e precipitações médias anuais de 700a 1.100mm; o segundo ocorre na regiãode Apiramutá (BA), também com períodochuvoso de altitude, mas comprecipitações médias mensais superioresa 60mm � com médias anuais em tornode 1.100mm � não havendo período secocaracterístico. Esta Grande Unidade dePaisagem não apresenta rede fluvialorganizada, destacando-se apenas o rioPardo, cuja nascente está localizada naparte sul da mesma.

PLANALTO DABORBOREMA

Essa unidade é formada por maciçose outeiros altos, com altitudes variando de650 a 1.000 metros. Ocupa uma área emforma de arco, que se estende do sul deAlagoas até o Rio Grande do Norte.O relevo é geralmente movimentado, comvales profundos e estreitos. Os solos sãopouco profundos e de fertilidade bastantevariada, predominando, no entanto, ossolos de fertilidade média e alta.

A maior parte do planalto apresentavegetação de caatinga hipoxerófila, porémcom grandes áreas de caatinga bastanteseca nos Cariris e no Curimataú (PB).Trechos de florestas perenifólia, subca-ducifólia e caducifólia são observados nosbrejos de altitude dos contrafortes da parteleste do Planalto da Borborema.

A região é agreste no seu conjunto,sendo caracterizada por clima seco, muitoquente e semi-árido. A estação chuvosaadianta-se para o outono (fevereiro/março)e o período seco inicia-se em junho/julho.A precipitação média anual varia de 400 a650mm. Existem áreas com diferentesmicroclimas, como no município de Areia(PB), onde a precipitação média anual ésuperior a 1.300mm e o período chuvosoestende-se de janeiro a setembro.

A área é recortada por rios perenes,porém de pequena vazão, como os riosParaíba e Capibaribe, além de outros demenor expressão como o Ipojuca e oTracunhaém. Os açudes são numerosos,tendo sido levantados um total de 83, esão, na sua maioria, de tamanho médio epequeno, totalizando uma capacidade dearmazenamento de cerca de 962,4 milhõesde metros cúbicos. O potencial de águassubterrâneas é baixo, com predominânciade águas salinas.

SUPERFÍCIESRETRABALHADAS

Essa unidade é formada por áreasque têm sofrido retrabalhamento intenso,com relevo bastante dissecado e valesprofundos. Tem grande expressão naBahia, acompanhando a encosta orientalda Chapada Diamantina, com altitudevariando de 300 metros, próximo ao litoral,até 1.000 metros, na região de Brumado.Os solos são geralmente férteis nasencostas e pobres nos topos.

A vegetação é de floresta subpe-renifólia perto do litoral e na encosta doplanalto de Vitória da Conquista, e de

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caatinga hipoxerófila na região do rio deContas, com grandes trechos de florestacaducifólia no restante da área. Do ladoocidental da Chapada Diamantina, essaunidade ocupa uma faixa de menorextensão na divisa Bahia/Minas Gerais, comsolos férteis e vegetação de caatingahipoxerófila.

Ocorre também na região litorâneade Alagoas e Pernambuco, com altitudevariando entre 100 e 600 metros. EmPernambuco e no norte de Alagoas, éformada pelo �mar de morros� queantecede a chapada da Borborema, comsolos pobres e vegetação de florestasubperenifólia. Na calha do rio SãoFrancisco e na parte central de Sergipe,predominam solos mais férteis e vegetaçãode florestas subcaducifólia e caducifólia.

Os regimes climáticos são diferentesem função da posição geográfica. Noestado da Bahia, em áreas próximas aolitoral, o clima é quente e chuvoso, tendoo mês mais seco precipitação médiamensal superior a 60mm e média anual emtorno de 1.500mm. Na região da Zona da

Mata, o período chuvoso ocorre de janeiroa setembro com média anual em torno de1.200mm. Na região da bacia do rio deContas, a precipitação média anual é daordem de 650mm, com período chuvosode novembro a abril. No norte de MinasGerais, o clima é mais ameno, comprecipitação média anual em torno de850mm e período chuvoso de outubro aabril.

O potencial hídrico dessa unidade éconsiderado bom, sendo que a área écortada por alguns rios perenes, como osrios Cachoeira e Jequitinhonha, que sãoos de maior vazão, além de outros demenor porte, como os rios Paraguaçu ePardo.

O potencial de águas subterrâneasé alto em grande parte da área da unidade,com águas de qualidade regular.

DEPRESSÃO SERTANEJA

Trata-se de paisagem típica do semi-árido nordestino, caracterizada por umasuperfície de pediplanação bastante

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Dunas do São Francisco, BA

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monótona, com relevo predominante-mente suave ondulado, e cortada por valesestreitos com vertentes dissecadas.Elevações redisuais, cristas e/ou outeirospontuam a linha do horizonte. Esses relevosisolados testemunham os ciclos intensosde erosão que atingiram grande parte dosertão nordestino.

Em função da baixa pluviosidade, avegetação predominante é a caatingahipoxerófila nas área menos secas, e acaatinga hiperxerófila nas áreas de secamais acentuada.

Essa Grande Unidade de Paisagemocupa grande parte do estado do Ceará egrandes trechos nos estados do Rio Grandedo Norte, Paraíba e Pernambuco. Na Bahia,chega até Feira de Santana e, a leste, ocupatoda calha do rio São Francisco, até aregião de Pirapora (MG).

Na Depressão São-franciscana, aosul do lago de Sobradinho, predominamos solos arenosos, profundos e de baixafertilidade natural, com vegetação decaatinga hipoxerófila e trechos de florestacaducifólia em Santa Maria da Vitória eBom Jesus da Lapa (BA).

Na região do médio e baixo SãoFrancisco, o relevo é pouco dissecado, compequenas elevações residuais disse-minadas na paisagem. Os solos são de altafertilidade natural, mas geralmente sãocascalhentos e muito susceptíveis à erosão,e a vegetação é de caatinga muito seca(hiperxerófila).

Na região de Petrolina (PE), margemesquerda do rio São Francisco, predo-minam solos mais profundos de fertilidadenatural baixa e também com vegetação decaatinga hiperxerófila.

No sertão central da Bahia e nos sertõesde Alagoas e Sergipe o modelado é poucodissecado, com ocorrência de solos rasos, queapresentam problemas de salinidade.A vegetação é de caatinga hipoxerófila, comtrechos de floresta caducifólia.

Em parte do sertão central e leste doCeará e nos sertões de Piranhas (PB) e Itaú(RN), observam-se, em relevo poucomovimentado, solos rasos e pedregosos,porém de alta fertilidade natural e comvegetação de caatinga hiperxerófila.

No piemonte do norte do Araripe enos sertões das encostas das serras daIbiapaba e do alto Jaguaribe, predominarelevo bastante movimentado, com solosmedianamente profundos e de altafertilidade natural. A vegetação é decaatinga hipoxerófila com grandeocorrência de caatinga hiperxerófila nasdivisas do Rio Grande do Norte, Paraíba eCeará.

Nas regiões de Quixadá, GeneralSampaio, sudeste de Santa Quitéria eCrateús (CE), sertão centro-norte do RioGrande do Norte e parte do litoral norte doCeará, são observados, em relevo poucomovimentado, solos bastante erodidos,rasos e sujeitos a salinização. A vegetaçãoé de caatinga hiperxerófila e rala, passandoa predominar os carnaubais próximos aolitoral do Ceará. No agreste de Riachuelo(RN) a vegetação é de caatinga hipoxerófila.

Por toda essa Grande Unidade dePaisagem estão disseminados grandesafloramentos de granitos, em cujos sopésocorrem solos arenosos. A maiorconcentração desses afloramentoslocaliza-se nos sertões de Pernambuco eda Bahia.

O clima dessa unidade é quente,semi-árido e apresenta dois períodoschuvosos distintos: o primeiro, em maiorproporção, ocorre na região mais seca(sertão), com período chuvoso de outubroa abril; e o segundo ocorre na região declima mais ameno (agreste), com períodochuvoso de janeiro a junho. De modo geral,a precipitação média anual de toda a áreaé da ordem de 500 a 800mm.

O rio São Francisco e seus afluentes,além de outros rios de menor importância,cortam praticamente toda a unidade. Assim

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o potencial hídrico da área é elevado nasáreas marginais do rio São Francisco e seusafluentes perenes, e dos rios que formamoutras bacias menores (Jaguaribe, Pinhão,Açu, Paraguaçu, etc.).

O potencial hidrogeológico é baixona maior parte da área da unidade.Informações indicam que alguns poçostêm profundidade média de 60 metros evazão de 1,3 litros por segundo, sendo aságuas carregadas de sais, na maioria doscasos.

SUPERFÍCIES DISSECADASDOS VALES DO GURGUÉIA,PARNAÍBA, ITAPECURU ETOCANTINS

Essa unidade incorpora áreasdissecadas acompanhando os vales doGurguéia, do médio e baixo Parnaíba, doalto e médio Itapecuru e do médioTocantins, com altitudes variando entre300 e 560 metros. É formada por relevoondulado associado a áreas rebaixadase, em grande parte, com solos de baixafertilidade natural, concrecionários ounão. A vegetação é de mata sub-úmida(floresta subperenifólia) com e sembabaçuais.

Em trechos relativamente pequenos,são observados solos de fertilidade alta, emárea de relevo plano, suave ondulado eondulado, próximos aos rios Parnaíba eGurguéia (aluviões), nos municípios deElesbão Veloso, Esperantina, Miguel Leão,Joaquim Pires, Eliseu Martins e Redençãodo Gurguéia (PI), bem como no médioTocantins, nos municípios de Porto Francoe Imperatriz (MA).

O clima da área da unidade é do tipochuvoso, com período seco de cincomeses. As precipitações médias anuaisvariam de 900 a 1.500mm, ocorrendo, noestado do Piauí, as mais baixasprecipitações médias anuais. Em ambosestados, o período chuvoso concentra-sede outubro a maio.

O potencial hídrico dessa unidade éalto. Os rios Parnaíba, Itapecuru eTocantins, que constituem a espinha dorsaldessa unidade, são rios perenes e de vazãoelevada, e a estes juntam-se rios de menorexpressão, também perenes, como oGurguéia e outros importantes afluentesdos rios Itapecuru, Tocantins e Parnaíba.

O potencial das águas subterrâneasé geralmente alto, com água de boaqualidade. Entretanto, em alguns casos, opotencial mostrou-se baixo, com águascarregadas de sais.

BACIAS SEDIMENTARES

Essa unidade ocupa uma faixa deorientação sul-norte, de Salvador até acalha do rio São Francisco, tomando orumo nordeste já em Pernambuco, alémde pequenas áreas nos estados do Ceará,Pernambuco e Sergipe.

A bacia do Recôncavo Baiano, comrelevo ondulado, tem altitude entre 150 e300 metros, e solos de baixa fertilidadenatural, exceto pequenas áreas no extremosul, que são ocupadas por solos férteis(massapês). A vegetação é de florestaúmida (perenefólia).

A bacia do Tucano é formada porgrandes superfícies aplainadas, emaltitudes que variam de 400 a 600 metros,cujo trecho mais conhecido é o Raso daCatarina. Essas superfícies apresentamsolos profundos, bastantes arenosos e defertilidade natural muito baixa, sobvegetação de caatinga hiperxerófila ouhipoxerófila. O relevo tabular apresenta-serecortado por entalhes profundos em cujasbaixas encostas encontram-se solos maisférteis.

A bacia do Jatobá, em Pernambuco,tem relevo suave ondulado com altitudesentre 350 e 700 metros. Observa-segrande espalhamento de material arenosodando origem a solos profundos e muitopobres. Nas vertentes dos vales pre-

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dominam os solos cascalhentos, porém,mais férteis. A vegetação é de caatingahiperxerófila.

As �areias� de Mauriti, no Ceará,têm relevo pouco movimentado, comsolos bastante arenosos e pobres.A vegetação é de caatinga hipoxerófila,com trechos de mata seca (florestacaducifólia).

Os regimes climáticos são seg-mentados e bastantes distintos emfunção da localização dessas áreas.Na região do Recôncavo, o clima équente e chuvoso, com precipitaçãomédia mensal superior a 60mm e médiaanual de 1.450 a 1.800mm. Nas áreassemi-áridas da Bahia (Raso da Catarina),o clima é bastante quente e seco, commédia anual das precipitações em tornode 650mm e período chuvoso dedezembro a julho. Em Pernambuco (baciado Jatobá), o clima é mais seco ainda,com precipitação média anual em tornode 450mm e período chuvoso de janeiroa abril.

Esta unidade é cortada por riosimportantes como o Pojuca, o Itapecuru eo Vaza-Barris, na Bahia, e o Moxotó, emPernambuco.

O potencial de água subterrânea émuito variável em toda a unidade. Foramanalisados 249 poços, que apresentamprofundidade média de 45 metros e vazãomédia de 1,6 litros por segundo.A qualidade da água é, quase sempre, deboa a regular.

SUPERFÍCIES CÁRSTICAS

Essa unidade é formada por umagrande faixa descontínua, relacionada aocorrência de calcários, que recorta oNordeste desde Natal (RN) até Pirapora(MG), constituindo-se, ora em áreas dechapadas e chapadões, ora em relevo maisacidentado. Os solos nessas áreas são dealta fertilidade natural.

A chapada do Apodi (RN) apresentarelevo suave ondulado, com solos profundosou não, de alta fertilidade natural, sendo avegetação de caatinga hiperxerófila.

O chapadão de Irecê (BA) éconstituído por um vasto platô, comaltitudes que variam de 500 a 800 metros.Os solos nessa área são de alta fertilidadenatural, sob vegetação de caatingahiperxerófila. Esse platô prolonga-se paraoeste, em área plana de menor altitude(baixio de Irecê), onde aparecem solosprofundos, porém menos férteis, sobvegetação de caatinga hiperxerófila.

Com altitudes entre 400 e 900metros, as áreas dissecadas das encostasorientais dos Gerais (BA) e da bordaocidental do planalto do São Francisco(MG) apresentam solos de fertilidade alta,apesar de serem pouco espessos esuscetíveis à erosão, e vegetação de mataseca (floresta caducifólia).

Além dessas três áreas cársticas,existem outras pequenas áreas deafloramentos de calcário, todas com solosde alta fertilidade natural. As mais notáveisestão localizadas nas regiões de Juazeiro(BA), com vegetação de caatinga hiper-xerófila, e de Euclides da Cunha,Paripiranga, Rio Salitre e Malhada (BA), ePedra Mole (SE), com vegetação decaatinga hipoxerófila, além de Itaeté,Wagner e Utinga (BA), com vegetação defloresta caducifólia.

Em função de sua localizaçãogeográfica, essa unidade apresentapequena distinção climática. Assim, naregião norte de Minas Gerais, o períodochuvoso ocorre de outubro a abril, comprecipitação anual em torno de 1.000mm.Em Irecê, na Bahia, as chuvas têm inícioem novembro, com término em abril, emédia anual em torno de 650mm. Nachapada do Apodi (RN), o clima é maisseco, com período chuvoso de janeiro ajunho (550mm/ano). Nas áreas do sertãoda Bahia (Curaçá, Juazeiro, etc.) o clima

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é muito árido, com cerca de 450mm dechuva por ano ocorrendo entre os mesesde dezembro a abril.

Como é típico de áreas calcárias,essa unidade não apresenta rede fluvial or-ganizada, com exceção de alguns rioslocalizados em vales encaixados na regiãode Irecê (rios Verde e Jacaré) e no norte deMinas.

ÁREAS DE DUNASCONTINENTAIS

Essa unidade forma os �campos dedunas� de Casa Nova e Pilão Arcado, naBahia. São extensas formações dedepósitos eólicos, cuja altura podeultrapassar os 100 metros. Os solos,bastante arenosos, têm fertilidade naturalmuito baixa. Nas depressões interdunaresobservam-se, frequentemente, solos de

características hídricas mais favoráveis(veredas). A vegetação é de caatingahipoxerófila, com trechos de caatingamuito seca (hiperxerófila) na região deCasa Nova.

O clima é muito quente e semi-árido,com estação chuvosa de outubro a abril eprecipitação média anual em torno de800mm.

Pequenos e efêmeros riachosnascem e cortam as áreas dessa unidade,em direção ao rio São Francisco. Narealidade, as águas provenientes dasescassas chuvas e dos riachos constituemos únicos recursos hídricos da área.

O potencial hidrogeológico éconsiderado baixo e médio, e éinexpressivo o número de poçosatualmente existentes.

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Parque Nacional Serra das Confusões - PI

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MACIÇOS E SERRAS BAIXAS

Com altitude entre 300 e 800 metros,essa unidade ocupa área expressiva nosestados do Ceará, Pernambuco, Paraíba eRio Grande do Norte. É formada pormaciços imponentes que se caracterizampor relevo pouco acidentado, com solosde alta fertilidade, os quais são bastanteaproveitados. A vegetação primitiva, hojemuito degradada, é variada, podendo serde florestas ou de caatingas.

Na Bahia, observam-se serrasbastante estreitas e compridas, deorientação geral norte-sul, que rompem amonotonia da vasta planície da DepressãoSertaneja. É o caso das serras do Estreitoe de Itiúba. Esses relevos são tambémnotados em outras regiões do Nordeste,como no alto do Jaguaribe, no Ceará, enos sertões paraibano e norte-rio-grandense. Os solos são geralmentepobres e com vegetação predominante decaatinga.

A área dessa unidade apresentadistinção climática em função da altitude,ou seja, áreas de clima mais ameno nascotas mais altas e de clima mais quente

nos sopés e encostas das serras emaciços. Essas áreas, no entanto,apresentam período chuvoso de janeiro amaio e precipitação média anual de 700a 900mm.

O relevo favorece bastante aimplantação de pequenas barragens.Foram levantados 62 açudes comcapacidade de armazenamento em tornode 736,2 milhões de metros cúbicos deágua de qualidade regular. O potencial deágua subterrânea é baixo, exceto empequenas áreas da Bahia, e as águas sãogeralmente bastante salinas e sódicas.

Características das áreas degradadase considerações sobre a dinâmicadas comunidades vegetais

Segundo os critérios utilizados, a áreado trópico semi-árido (TSA) afetada pordegradação ambiental é de mais de 20milhões de hectares, ou seja, cerca de 22%da área e 12% da região Nordeste (Tabela 4).Porém, o mais preocupante é que esta áreacrítica abrange quase 66% da região maisseca do TSA.

Tabela 4 - Escala de degradação ambiental e áreas atingidas na região Nordeste.

BNC = Bruno não cálcicosLI = Litólicos

Níveis de Tipos eSensibilidade Tempo de

Área mais NEdegradação associações Relevo à erosão ocupação seca do TSA (%) (%)ambiental de solos TSA (%)

Severo BNC Suave ondulado, ondulado For te Longo (algodão) 38,42 12,80 7,15

Acentuado LI Ondulado, for te Muito For te Recente cultura 10,23 3,40 1,90ondulado, montanha de subsistência

Moderado PE, Ondulado e for te Moderado Longo 10,21 3,40 1,89TRE, CE ondulado Cultivo comercial

MédioBaixo PL Plano e suave ondulado Moderado Pastagem e cultivo 7,07 2,35 1,89

de subsistência

TOTAL (20.364.900 hectares) 65,93 21,95 12,25

PE = Podzólicos eutróficosTRE = Terras roxas estruturadas

CE = CambissolosPL = Planossolos

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Para efeito de simplificação esseestudo baseou-se nos tipos de solospredominantes, que são os bruno nãocálcicos, litólicos, podzólicos eutróficos,terras roxas estruturadas, cambissolos eplanossolos.

Áreas de solos bruno não cálcicosAs áreas de solos bruno não cálcicos

com relevos ondulado e suave ondulado ecom grau de degradação severorepresentam mais de 38% da área maisseca do TSA. Embora nos dias atuais, hajadificuldade de se encontrar remanescentesda vegetação nativa em estágio clímax,vários são os indícios de que no passadoexistia uma mata seca de alto porte,dominada por baraúnas, aroeiras, pereirose catingueiras-verdadeiras. Num estado dedegradação acentuado, esta mata secareduziu-se a uma vegetação rala de juremassobre uma relva de capim-panasco.Quando em solos vérticos, observa-se,principalmente, uma ocupação maciça decatingueiras-verdadeiras e pereiros. Emcondições mais favoráveis, a vegetação ésemi-aberta com dominância dacatingueira-verdadeira, pinhão, favela-de-cachorro e pereiro.

Áreas de solos litólicosAs áreas de solos litólicos, em relevo

ondulado e forte ondulado, ocupam cercade 10% da zona mais seca do TSA eapresentam acentuado grau dedegradação. Dentre as formações vegetaisda caatinga hiperxerófila, a vegetação dosrelevos é, de modo geral, a menosdegradada. Porém, nos solos litólicos dosrelevos residuais que apresentamcondições climáticas mais amenas, avegetação sofre mais intensamente a açãodos cultivos.

Nos relevos de rochas cristalinas,desenvolve-se uma mata seca dominadapelo angico-brabo. As outras espécies

ocorrentes são, às vezes, esparsas, emfunção dos desmatamentos seletivos. Soba mata residual fechada, o estrato arbustivoé inexpressivo, contudo, qualquer tipo dedegradação acarreta o aparecimento domarmeleiro-preto, que se torna invasorquando a cobertura do estrato lenhoso altodiminui, e ao mesmo tempo, multiplicam-se os angicos, as favelas e, principalmente,a catingueira-verdadeira.

Devido à dificuldade de acesso àsáreas de solos litólicos em relevos residuais,os cultivos tradicionais nessas áreasprovocam riscos muito baixos dedegradação ambiental, salvo nas regiõesmuito povoadas, onde o abandono dasterras esgotadas das áreas baixas exige aexploração de novas áreas, trazendoconseqüências desastrosas, em função dosprocessos erosivos.

Áreas de solos podzólicos eutróficos,cambissolos e terras roxas estruturadas

Essas áreas ocupam cerca de 10%da região mais seca do TSA e apresentamum grau de degradação moderado. Ossolos possuem características físicas equímicas mais favoráveis que os demais,traduzindo-se pela dominância dacatingueira-rasteira no estrato arbustivo(boa drenagem), embora com ocorrência,às vezes significativa, da catingueira-verdadeira. Via de regra, a cobertura vegetalé densa e bastante diversificada, mesmoonde a degradação ambiental é acentuadae há predominância do estrato herbáceo.Em caso extremo de degradação, adiversidade florística é dramaticamentereduzida, chegando-se a ter apenas duasespécies.

Áreas de planossolosAs áreas de planossolos, em relevo

plano e suave ondulado, com grau dedegradação baixo, perfazem cerca de 7%da área mais seca do TSA. Por serem solos

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particularmente desfavoráveis aocrescimento das plantas, a caatinga nelesinstalada apresenta-se bastante rarefeita,embora condicionada pela espessura dohorizonte arenoso superficial. No caso dehorizonte espesso, cultivam-se plantasalimentícias pouco exigentes, em funçãoda sua fácil trabalhabilidade em sistemasde cultivo tradicionais. Sobre osplanossolos, a vegetação de caatinga nãoapresenta plantas lenhosas características,mas uma forte diminuição do número deespécies, cujos indivíduos encontram-sebastante espaçados e/ou agrupados empequenos bosques, com três ou quatroespécies básicas. No estrato herbáceo, aocontrário do que acontece nos outros tiposde caatinga, observa-se uma composiçãoflorística muito diversificada, emborafisionomicamente apareçam ciperáceasanuais e perenes e, principalmente, umrelva contínua de capim-panasco.

Distribuição das áreas comdegradação ambiental nos estadosdo Nordeste (TSA mais seco)

Os estados da Paraíba e do Cearátêm mais da metade das suas áreas comproblemas graves de degradaçãoambiental. Rio Grande do Norte ePernambuco vêm a seguir, com mais de25% das suas áreas atingidas, enquanto osestados de Sergipe, Bahia, Piauí e Alagoasapresentam valores inferiores (Tabela 5).

É importante destacar que as áreasde solos bruno não cálcicos, comdegradação ambiental severa, predominamem todos os estados. As áreas comdegradação ambiental moderada alcançamvalores baixos no Ceará, Rio Grande doNorte e Paraíba. As áreas de solos litólicos,com degradação ambiental acentuada,estão bem representadas no estado daParaíba (Tabela 5).

Tabela 5 - Áreas com degradação ambiental nos estados do Nordeste (hectares).

BNC = Bruno não cálcicosLI = Litólicos

Níveis de Tiposdegradação associações Alagoas Bahia Ceará Paraíba Pernambuco Piauí Rio Grande Sergipeambiental de solos do Norte

Severo BNC 90.400 2.031.300 4.253.000 2.106.100 2.629.800 588.700 896.200 271.2003,26% 3,63% 28,98% 37,36% 16,58% 2,34% 16,92% 12,29%

Acentuado LI � 667.300 885.600 692.500 721.100 54.000 141.100 �1,19% 6,03% 12,28% 7,34% 0,21% 2,66%

Moderado PE, TRE, � 163.200 509.900 298.500 154.400 792.300 265.800 �CE 0,29% 3,47% 5,29% 1,57% 3,17% 5,01%

Baixo PL � � 2.060.000 429.300 � 61.100 602.100 �14,03% 8,62% 0,24% 11,35%

Total 90.400 2.861.800 7.708.500 3.526.400 2.505.300 1.496.100 1.905.200 271.2003,26% 5,11% 52,51% 63,55% 25,49% 5,96% 35,94% 12,29%

PE = Podzólicos eutróficosTRE = Ter ras roxas estruturadas

CE = CambissolosPL = Planossolos

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EMBRAPA - SNLCS. 1986b. Levantamentoexploratório-reconhecimento de solos doEstado do Piauí. EMBRAPA-SNLCS/SUDENE-DRN, Rio de Janeiro. 2 v. (EMBRAPA-SNLCS,Boletim de Pesquisa, 36; SUDENE, SérieRecursos de Solos, 18).

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