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As normativas que incentivam o descarte Coordenadoria técnica Fernando Pinto das Neves Março/2013

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Page 1: As normativas que incentivam o descarte Coordenadoria técnica Fernando Pinto das Neves Março/2013

As normativas que incentivam o descarte

Coordenadoria técnicaFernando Pinto das Neves

Março/2013

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Instrução Normativa Interministerial 14/2012

• Mantém a proibição da prática do finning no Brasil.

• A novidade é a obrigação de desembarcar tubarões e raias com todas as suas barbatanas naturalmente aderidas ao corpo do animal.

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Instrução Normativa Interministerial 14/2012

• Foi elaborada sem conhecimento do setor produtivo, que foi surpreendido pela sua publicação.

• Ambientalistas comemoraram a “vitória”, e enviaram correspondências elogiosas ao sr. Ministro da Pesca

• O seu cumprimento trouxe aumento de custos e dificuldades operacionais em cortar nadadeiras após a descarga

• Não se aceita a inclusão das raias, porque as suas nadadeiras não são usadas para fazer sopa de barbatanas. Não existe possibilidade de finning em raias....

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Produção de Raias

• Raias fazem parte da produção de centenas de embarcações da frota industrial de arrasto e emalhe de fundo, nas pescarias multiespecíficas na Região Sudeste/Sul

• Raias já foram descartadas ao mar por não ter valor comercial. Hoje, ocorre o aproveitamento de raias, que são valorizadas no mercado nacional e internacional

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Produção de Raias• De acordo com o MDIC, em 2012 o Brasil

exportou 1100 toneladas que renderam US$ 3,1 milhões para nossa balança comercial.

• No mercado interno, somente a cidade de Salvador consome 2000 toneladas por ano de raias oriundas do Sul e Sudeste do Brasil

• Considerando registros feitos por técnicos embarcados em 3 viagens de arrasteiros na costa do RS em 2012, a produção aproveitada de raias (processadas) totalizou 15,1 toneladas, ou R$ 42,5 mil.

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Ameaças à Produção de Raias

• A INI 14/2012 altera a forma de corte do peixe a bordo. A manutenção da cauda traz riscos de acidentes aos pescadores na manipulação a bordo e ainda desvaloriza em 50% o produto

• A queda no preço de 1ª comercialização e os riscos à segurança poderá incentivar novamente o seu descarte ao mar

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Descartes de raias e cações• Espécies como a “raia-viola” e

“cação-anjo” são descartadas desde 2004, quando o MMA proibiu a captura de forma autoritária, surpreendendo o setor pesqueiro.

• Até então, essas espécies eram capturadas livremente, sem qualquer tipo de gestão dos seus estoques.

• As pescarias dirigidas a essas espécies foram extintas, e hoje se observa a recuperação dos seus estoques.

• Porém, essa recuperação carece de validação científica, o que mantém essas espécies na Lista Nacional de Peixes Ameaçados de Extinção.

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Descartes de raias e cações• Os descartes dessas espécies está

aumentando, à medida que aumenta a abundância

• Registros feitos a bordo de arrasteiros por técnicos embarcados (3 viagens em 2012):

Espécie Peso descartado

Valor estimado

Viola 9.785 kg R$ 48.900,00 Cação-anjo 2.479 kg R$ 12.400,00 Total 12.264 kg R$ 61.300,00

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Estimativas de Descartes• Nestas mesmas 3 viagens, se as raias fossem

descartadas, o valor desperdiçado passaria de R$ 100 mil.

• Anualmente, somente a frota de arrasto de peixes demersais sediada em SC realiza em torno de 1000 viagens de pesca por ano.

• Ou seja, a cada ano estamos descartando R$ 20 milhões em violas e anjos, e poderemos ter que descartar agora mais R$ 14 milhões em raias, todos os anos.

• As perdas impactam pescadores, armadores, indústrias e toda a cadeia de insumos à cadeia produtiva

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Sistema de Gestão Compartilhada

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Decisão Sem Consulta

Normativas publicadas sem passar pelas instâncias do Sistema de Gestão Compartilhada:– INI 14/2012 (desembarque com nadadeiras aderidas)– INI 01/2013 (proteção do tubarão galha-branca)– INI 02/2013 (proteção das raias-jamanta)– Qual será a próxima ????

A falta de participação da sociedade organizada, representante do setor produtivo da pesca, resulta em normativas distantes da REALIDADE.

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O que precisamos é ....

• Revisão de normativas que incentivam o descarte, começando pela retirada das caudas de raias (INI 14/2012)

• Pesquisa sobre o estado populacional das espécies de tubarões e raias, para embasar o seu uso sustentável ao invés da total proibição de captura (o extremo da precaução)

• Respeito aos procedimentos de tomada de decisão com participação da Sociedade, e o efetivo funcionamento dos CPGs