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ENTREVISTA ENTREVISTA www.ps.pt N. O 1367 DIRETOR MARCOS Sá MARÇO 2012 LIPP Um movimento amplo e aberto de debate EM DEFESA DO INTERIOR E DA SAúDE CLARO QUE Há ALTERNATIVAS à POLíTICA DESTE GOVERNO // PÁG. 4 // PÁG. 6 // PÁG. 3 // PÁG. 8 // PÁG. 14 RUI SOLHEIRO, PRESIDENTE DA ANA-PS “Refundação do PS é o que está a acontecer” Com a liderança de António José Seguro iniciou-se um ciclo de mudanças no seio do PS que está, desde já, a marcar a diferença e a mobilizar bases, dirigentes e independentes em torno de propostas sérias para o partido e para o país. CATARINA MARCELINO, PRESIDENTE DO DNMS “NãO QUEREMOS SER APARTE, QUEREMOS SER PARTE DO PARTIDO” O Departamento Nacional de Mulheres Socialistas não é um reduto de chá das tias, mas uma estrutura de discriminação positiva que existe para fazer política, para ser útil e ajudar o partido, sendo parte dele. REGULAMENTOS ELEITORAIS PARA ELEIÇÃO DOS DELEGADOS AO CONGRESSO DA FEDERAÇÃO E PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO PRAZOS E PROCEDIMENTOS LEGAIS PARA CONGRESSOS FEDERATIVOS // PÁG. 10 A 13 OPINIÃO RAMOS PRETO // MANUEL PIZARRO // IDáLIA SALVADOR SERRÃO JOSé JUNQUEIRO // CARLOS ZORRINHO COMISSÃO NACIONAL APROVA NOVOS ESTATUTOS POR LARGA MAIORIA A PROPOSTA DE REVISãO DOS ESTATUTOS OBTEVE 91% DE VOTOS FAVORáVEIS E NENHUM CONTRA

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Na sua mais recente edição, o "Acção Socialista" destaca a aprovação por larga maioria, em votação final global, dos novos estatutos do partido na última Comissão Nacional realizada na Guarda. A apresentação pública do Conselho Coordenador do LIPP - Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal – e o roteiro do secretário-geral pelo interior do país são também temas de destaque neste número do órgão oficial, no qual os leitores poderão ainda ler duas entrevistas concedidas pelo presidente da ANA-PS, Rui Solheiro, e pela presidente do Departamento Nacional de Mulheres Socialistas, Catarina Marcelino. Também nesta edição se podem encontrar os regulamentos para eleição dos delegados aos congressos federativos e presidentes de federação, bem como a calendarização dos atos relativos aos congressos federativos.

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ENTREVISTA ENTREVISTA

www.ps.pt

N.o 1367 diretor mARcoS SáMARÇO 2012

LIPP Um movimento amplo e aberto de debate

em defesa do interior e da saúde

Claro qUe há alternativas à polítiCa desteGoverno// PÁG. 4 // PÁG. 6

// PÁG. 3

// PÁG. 8 // PÁG. 14

RuI SoLhEIRo, PRESIdENTE dA ANA-PS

“refundação do ps é o que está a acontecer”

Com a liderança de António José Seguro iniciou-se um ciclo de mudanças no seio do PS que está, desde já, a marcar a diferença e a mobilizar bases, dirigentes e independentes em torno de propostas sérias para o partido e para o país.

Catarina marCelino, presidente do dnms

“Não quEREmoS SER APARTE, quEREmoS SER PARTE do PARTIdo”O Departamento Nacional de Mulheres Socialistas não é um reduto de chá das tias, mas uma estrutura de discriminação positiva que existe para fazer política, para ser útil e ajudar o partido, sendo parte dele.

REGULAMENTOS ELEITORAIS PARA eleiÇÃo dos deleGados ao ConGresso da federaÇÃo e

presidente da federaÇÃoPRAZOS E PROCEDIMENTOS LEGAIS PARA

CONGRESSOS FEDERATIVOS// PÁG. 10 A 13

opiniÃoramos preto // manUel pizarro // idália salvador serrÃo

José JUnqUeiro // Carlos zorrinho

ComissÃo naCional aprova novos estatUtos por larGa maioriaA PROPOSTA DE REVISãO DOS ESTATUTOS ObTEVE 91% DE VOTOS FAVORáVEIS E NENhUM CONTRA

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EDITORIAL

JUventUde:

devastados

pela poBreza

siGa-nos no tWitter @PSOCIALISTAsiGa-nos no tWitter @PSOCIALISTA

Quero partilhar com os leitores um dos problemas que mais me preocupam no contexto económico e social que somos obriga-dos a reviver todos os dias: o emprego e o desemprego jovem.

Dos 441 mil jovens ativos, 156 mil estão desempregados. Dos que têm trabalho, 60% ganham menos de 600 euros por mês. O orde-nado médio dos jovens empregados por conta de outrem é cerca de 540 euros. E só um em cada 40 jovens ganha mais do que 900 euros por mês.

Este é o estado em que nos encontramos. Os números são preocu-pantes, mas por trás dos números estão pessoas, o futuro do nosso país e a realização de muitos milhares de jovens portugueses que es-tão desolados e sem esperança.

Sem juventude motivada e realizada não teremos futuro enquanto país. Esta é a minha convicção.

A nossa juventude está a ser abruptamente empurrada para o de-semprego. E, mesmo quando tem emprego, para a pobreza!

É revoltante verificar que a geração mais qualificada de sempre terá dificuldades em ganhar tanto como os pais. Terá que sair cada vez mais tarde de casa dos pais, tratar os recibos verdes por tu e até vol-tar a estudar porque o trabalho desistiu deles. Sem emprego e sem o apoio do Estado, os jovens do nosso país estão a ser verdadeiramente devastados pela pobreza.

Esta realidade é assustadora. São jovens, mas não podem sonhar. Es-tão proibidos de se realizarem profissionalmente. Proibidos de cons-truir uma família. Proibidos de se tornarem independentes. Proibidos de serem felizes.

E o PS tem que marcar a diferença, lançando ideias e políticas que voltem a dar esperança à nossa juventude, porque sem a sua força, energia e determinação não seremos capazes de construir um país equilibrado e com futuro. Esta realidade precisa de soluções urgen-tes e por isso é um bom tema para o Laboratório de Ideias aprofun-dar e discutir em conjunto com a sociedade civil.

A União Europeia calculou que só iríamos regressar a níveis de emprego pré-crise em 2025. Nessa altura o mais provável é já os considerarem velhos para trabalhar. Lá fora eles derrubaram dita-dores. Que papel vamos dar a esta geração no desenvolvimento do nosso país? Temos a obrigação de salvar esta geração! Com novas políticas e ideias.

Marcos Sá[email protected]

“A nossa juventude está a ser abruptamente empurrada para o desemprego. E, mesmo quando tem emprego, para a pobreza!”

Desde a apresentação da can-didatura de François Hollande que as sondagens continuam a dar-lhe uma quase igualdade com Sarkozy na primeira volta mas uma sólida vantagem à se-gunda (55% vs. 45%).Vive-se a expectativa de que a França pode mudar já no pró-ximo dia 6 de maio, dando for-ça ao “slogan” da campanha do candidato socialista: “Le chan-gement c’est maintenant”. O que pode mudar em França?François Hollande centra a sua campanha interna na procura de soluções para a crise econó-mica e financeira, o desempre-go, a recessão e a austeridade.A França sente hoje o aumento do custo de vida, a insegurança e o ambiente degradado. O futuro dos jovens e o financiamento das reformas é incerto. A deslocaliza-ção de indústrias e a falta de ren-tabilidade da agricultura agra-vam o desemprego e a economia. A responsabilidade desta situa-ção é atribuída pelo candidato, ao capital financeiro que tomou o controlo da economia, da so-ciedade e das vidas dos france-ses. Resulta igualmente das po-líticas injustas, ineficazes e imo-rais que foram implementadas nos últimos dez anos.Concluindo que o que está em causa é a soberania da Repúbli-ca Francesa face aos mercados, François Hollande propõe me-

didas para reorientar a Fran-ça, das quais se salientam as da área económica e financeira: instituir um banco público de investimentos; colocar os ban-cos ao serviço da economia, se-parando as atividades que são úteis ao investimento e ao em-prego daquelas que são pura-mente especulativas; propor a criação de uma taxa sobre todas as transações financeiras; ini-ciar uma grande reforma fiscal, invertendo as taxas favoráveis às grandes fortunas instituídas em 2011 pela direita; preservar o estatuto público das empresas detidas maioritariamente pelo Estado; combater o desempre-go e lutar contra a precariedade.

Apostar no crescimento e empregoÉ também na área económica e financeira que o candidato se compromete a lutar por propos-tas de maior rotura com o pas-sado, nomeadamente: renego-ciar o tratado europeu, privile-

giando o crescimento e o em-prego e reorientando o papel do banco europeu nessa dire-ção; propor aos parceiros ale-mães a elaboração de um novo tratado franco-alemão, 50 anos após o tratado do Eliseu; criar uma agência de notação pública europeia; e promover a criação dos eurobonds.A vitória de Hollande e a imple-mentação das medidas anuncia-das para a Europa podem ser decisivas para a inversão do ci-clo de crise, recessão e austeri-dade provocadas pela submis-são das democracias ao poder financeiro internacional. Em Paris, no pavilhão Jean Jau-rés, repleto de concidadãos ori-ginários dos territórios ultrama-rinos franceses, Hollande afir-mou que quando for Presiden-te vai propor a extinção da pala-vra raça na Constituição france-sa, pelo sentido pejorativo que a mesma adquiriu. O seu discur-so é o de unir todos os franceses independentemente da cor da pele ou do local de nascimento. Unir todos os povos que fazem parte da República Francesa. Será ele também capaz de se tornar o líder de um novo im-pulso histórico em que se unam os povos da Europa e as democracias voltem a ser so-beranas face aos mercados? É essa a esperança de muitos eu-ropeus. Vitor Miranda

FRANçoIS hoLLANdE

o candidato da mudança

EcoNomIAinternacionalização é fundamental para o crescimento económicoA prioridade da consolidação orçamental não é incompatível com medidas de apoio ao cres-cimento económico que devem passar pela aposta na interna-cionalização da nossa economia. Esta é a ideia transmitida pelo deputado socialista Rui Paulo Figueiredo, membro da Comis-são Parlamentar de Economia e Obras Públicas, que aponta ca-minhos alternativos de cresci-mento económico à atual política do Governo baseada na “austeri-dade” e “empobrecimento”. Este é, na opinião do deputado do PS, “um paradigma de desenvolvi-mento profundamente errado e injusto que conduz, como esta-mos a ver, pelo crescente núme-ro do desemprego, falências de empresas e agravamento do cli-ma económico”.

Segundo Rui Paulo Figueiredo, é “preocupante” a “falta de estra-tégia, visão e ambição” do Execu-tivo de direita em relação às em-presas exportadoras, sublinhan-do, a propósito, que “as exporta-ções têm sido o pilar fundamen-tal da economia portuguesa”.E, por isso, Rui Paulo Figueire-do não tem qualquer dúvida em classificar de “desastre” a políti-ca do ministro da Economia.Quanto a medidas que pode-riam ajudar as empresas expor-tadoras, o deputado do PS de-fende a criação de “um Fundo

de Capitalização das PME parti-cipado pelo Estado e pelas prin-cipais instituições financeiras portuguesas”, a “negociação do alargamento da linha de crédi-to do Banco Europeu de Inves-timento prevista no Orçamen-to de Estado para 2012” e ain-da a criação de “condições de pré-financiamento das exporta-ções através de empresas que prestam o serviço de seguro de crédito”.Rui Paulo Figueiredo traça uma linha de demarcação clara quan-to às opções económico-finan-ceiras do Governo de direita, rei-terando que “a prioridade in-contornável da consolidação or-çamental não substitui o apoio ao crescimento económico, pelo contrário, articula-se com este”. J. C. Castelo BranCo

rui paulo figueiredo

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estatutos reforçam participação dos militantesA Comissão Nacional do PS, reunida na Guarda, aprovou, no dia 31de março, em votação final global, a proposta de revisão dos estatutos, que obteve 91% de votos favoráveis e nenhum contra.

Com estas alterações estatu-tárias, que resultam de um in-tenso debate interno em que os militantes tiveram forte parti-cipação, os candidatos do PS a deputados e presidentes de câ-maras vão passar a ser esco-lhidos por eleições diretas dos militantes.Outra das novidades dos novos estatutos, que configuram uma modernização do partido, é que

os mandatos dos órgãos nacio-nais passam a ter a duração das legislaturas, tendo o líder socia-lista de se sujeitar a congres-so três meses após as eleições legislativas.Falando aos jornalistas no fi-nal do órgão máximo ente con-gressos, António José Segu-ro considerou que a “estraté-gia” da sua direção saiu refor-çada. “Há uma grande adesão

por parte dos dirigentes do PS. Fui eleito (secretário-geral) com 68% e hoje houve vota-ções próximas dos 90%. Isto é um sinal de que estamos a unir o PS”, defendeu.O secretário-geral do PS salien-tou ainda que, “pela primei-ra vez em Portugal, há um par-tido que vai utilizar as diretas para a escolha dos candidatos a presidentes de câmaras e dos

candidatos a deputados. É uma inovação”. Já o secretário nacional para a Organização, Miguel Laranjei-ro, afirmou que “este resulta-do, que não registou qualquer voto contra, significa que o lon-go trabalho de seis meses que foi feito junto dos militantes teve aqui uma resultado muito significativo”.E acrescentou: “Fica aprovada

uma abertura do partido aos mi-litantes, quer na escolha do pri-meiro candidato às autarquias, quer na escolha pelas federações dos candidatos a deputados”.Miguel Laranjeiro considerou ainda que o PS “deu um passo em torno de participação cívica dos militantes”, sublinhando que “é um grande momento de abertura e que ficará na história da demo-cracia portuguesa”. J.C.C.B.

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ESTATUTÁRIAS APROVADASvalorização da participação dos militantes nos processos de designação do primeiro candidato ao município e da aprovação da lista de candidatos a deputados a serem designados pelas federações, com respeito pelo princípio da proporcionalidade e paridade

uniformização dos mecanismos de comunicação, das convocatórias e das reuniões

todas as estruturas têm de organizar anualmente, pelo menos, uma iniciativa de receção aos novos militantes e uma iniciativa com convocatória de todos os militantes

todos os cidadãos a residir legalmente em Portugal podem aderir ao PS

valorização da implantação eleitoral autárquica do PS: um concelho com a Presidência no Município ou a maioria das Presidências das Juntas de Freguesia acresce mais um delegado à secção com maior número de militantes, por cada critério.

todas as estruturas têm de organizar anualmente, pelo menos, uma iniciativa com convocatória de todos os simpatizantes inscritos e uma iniciativa de interação com as populações dos respectivos territórios

os membros dos órgãos de Jurisdição e de Fiscalização Económica e Financeira não podem acumular com o exercício de qualquer outro mandato no partido

criação de estruturas de militância digital

obrigatoriedade dos Secretariados das secções e das concelhias designarem um membro responsável pelas contas

consagração de congresso extraordinário da federação ou nacional antecedido da eleição do Presidente da federação e do Secretário-Geral

realização das eleições dos delegados aos congressos, do Presidente da Federação e do Secretário-Geral num só dia

possibilidade de criação estruturas de acção política regional (regionalização)

atualização geral do ficheiro é uma obrigação permanente de todos

os mandatos dos órgãos do partido estão sintonizados com os ciclos políticos: as secções e concelhias realizam eleições após as eleições autárquicas (90 dias); as federações e os órgãos nacionais realizam eleições após as eleições para a Assembleia da República (120 dias).

criação do cargo de Secretário-Geral Adjunto e da Comissão Permanente, que, no quadro de vitória nas eleições legislativas, serão preenchidos por militantes sem responsabilidades governativas

ato de adesão como militante faz-se com preenchimento de ficha acompanhada de fotocópia do cartão de cidadão, do bilhete de identidade, carta de condução, do passaporte ou do título de residência

os militantes titulares de cargo em representação ao partido ou titular de cargo de nomeação política devem contribuir financeiramente para a o partido

aumento da capacidade eleitoral ativa para doze meses e obrigação de pagamento da quota de militante até um mês antes do dia da eleição

os cadernos eleitorais são fechados um mês antes dos atos eleitorais

limitação de mandatos a 2 por um período máximo de 8 anos

obrigatoriedade das candidaturas internas apresentarem orçamento e contas das campanhas internas podendo o incumprimento ter como consequência a perda de mandato

consagração da autonomia do exercício de mandato de deputado à Assembleia da República através da definição da liberdade de voto nos termos e com as exceções definidos no Regulamento do Grupo Parlamentar

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4 aCompanhe-nos no faCeBooK SEDENACIONALPARTIDOSOCIALISTAaCompanhe-nos no faCeBooK SEDENACIONALPARTIDOSOCIALISTA

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“ O LIPP é uma nova etapa na construção de uma alternativa com as pessoas e para as pessoas em Portugal. Só um país mobilizado pode enfrentar as dificuldades e vencer”

“O LIPP não é criado em véspera de eleições para ‘eleitor ver’. É uma proposta a pensar em 2024. Será apresentada aos portugueses em 2015 para executar em duas legislaturas. Três anos de preparação e nove anos de execução”

“Aos braços caídos de quem nos governa contrapomos a responsabilidade de fazer melhor”

“As sociedades ocidentais permitiram a construção de uma nova tirania: a tirania do dinheiro e dos mercados”

“Esta receita liberal continua a provocar o empobrecimento da maior parte da população, dizimando a classe média, criando uma nova classe de precários e provocando a acumulação de lucros colossais para uns poucos”

LIPP

nova etapa na construção de uma alternativaO Conselho Coordenador do Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal (LIPP) foi apresentado no Museu da Eletricidade, em Lisboa, numa sessão que contou com a presença de António José Seguro. J. C. Castelo BranCo

O LIPP, que tem como objeti-vo preparar um programa po-lítico para apresentar nas elei-ções legislativas de 2015, ten-do como horizonte de aplicação 2024, conta no seu conselho co-ordenador com Alfredo Bruto da Costa, Gustavo Cardoso, He-lena Freitas, João Cardoso Ro-sas, Júlio Pedrosa, Sara Medina, Francisco Assis, Maria João Ro-drigues e Rui Grilo.Na sua intervenção, o secretá-rio-geral do PS afirmou que o LIPP “é uma nova etapa na cons-trução de uma alternativa com as pessoas e para as pessoas”, porque, frisou, “só um país mo-bilizado pode enfrentar as difi-culdades e vencer”.

Seguro definiu o LIPP como “um movimento amplo, aberto e que funciona como uma platafor-ma que contagie e envolva mais pessoas na discussão que vão realizar”.“É uma nova cultura que se apresenta, é uma renovação do contrato social que vá muito para além da circunstância po-lítica e das presentes gerações. É um compromisso com todos os portugueses e com as futuras gerações”, disse.O secretário-geral do PS fez um violento discurso contra a “receita neoliberal” assente na “tirania do dinheiro e dos mer-cados” que no nosso país tem um fiel seguidor, o primeiro-

-ministro, “um líder de braços caídos”, que aponta aos por-tugueses como saídas para a crise “o empobrecimento e a emigração”.Perante o cortejo de horrores que está a provocar a ideologia neoliberal dominante, “reces-são económica, mais desempre-gados, mais precariedade, mais pobreza e mais exclusão social”, Seguro considerou que “a demo-cracia não pode sobreviver pe-rante tamanhas injustiças, face a tantas desigualdades, perante o declínio da classe média, face a partidos distantes dos proble-mas das pessoas e confrontada com a geração mais qualificada de jovens portugueses cujo de-

semprego atinge os 35%”.Por isso, sublinhou, chegou a hora de afirmar que “há outro caminho, que coloca as pessoas em primeiro lugar” e que apos-ta, nomeadamente, na qualifi-cação, criatividade, inovação, investigação e inteligência dos portugueses.Defendendo um “Estado estra-tega, regulador e solidário”, Se-guro voltou a zurzir forte na di-reita ao reafirmar que “sectores como a saúde, a educação, a Se-gurança Social e a Justiça não podem estar sujeitos aos crité-rios do mercado ou funciona-rem como assistencialismo ou caridade, apanágio do atual Go-verno”.

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alfredo BrUto da Costa Investigador

GUstavo CardosoProfessor universitário

helena freitasProfessora na Univ. de Coimbra

JoÃo Cardoso rosas Docente na Univ. do Minho

Júlio pedrosa Ex-ministro da Educação

sara medinaAdm. da Soc. Portuguesa da Inovação

franCisCo assis Deputado

maria JoÃo rodriGUes Ex-ministra do Emprego

rUi Grilo Gestor

Em tempos de crise e de forte austeridade económica, o país não necessita de mais perturbação social, mas sim de motivação e de esperança num futuro melhor.

Precisa de mais investimento e de um Governo que promova uma justa concertação dos interesses em presença, em todos os sectores da ati-vidade económica nacional.Uma boa política de reabilitação urbana tem de ser conjugada com uma reforma da lei do arrendamento urbano, gradualista e reformista. Lei que equilibre os direitos dos inquilinos e dos senhorios, sem que da mes-ma resulte animosidade entre uns e outros, nem uma revanche social que venha exacerbar conflitos desnecessários.A proposta do Governo, neste tempo de angústia social, acentua o ca-ráter depressivo que resulta da grande maioria das medidas que está a impor aos portugueses, demonstrando uma enorme insensibilidade so-cial e um caminho que só nos leva a uma austeridade ainda mais severa.O Governo aproveita o memorando de entendimento para violar e viciar o contrato político que o PSD apresentou ao eleitorado e para ignorar o Programa de Governo que foi aprovado pela Assembleia da República.Nesse Programa eleitoral e de Governo é claramente referido que os contratos de arrendamento anteriores a 1990 passariam por um regime transitório de 15 anos, findos os quais se aplicariam as regras do Novo Regime de Arrendamento Urbano.Sendo certo que, de 2010 a 2011, os contratos anteriores a 1990 dimi-nuíram de 440.410 para os atuais 255.536, é bem possível que daqui a 15 anos, a manter-se o mesmo ritmo de cessação, este tipo de contra-tos seja muitíssimo residual no mercado de arrendamento.O Governo, à revelia de todos os seus compromissos políticos, quis ir para lá do seu próprio programa, violando-o e promovendo uma acele-ração insensível da transição desses contratos, anteriores a 1990, para um regime jurídico que vai fazer aumentar as rendas de forma desmedi-da, extemporânea, insensível e que já está a criar fortíssima angústia e medo e pode transformar muitos dos mais carenciados em verdadeiros sem-abrigo.O Partido Socialista, com o seu projeto, protege os inquilinos mais ca-renciados, salvaguarda uma classe média cada vez mais empobrecida, reequilibra os interesses dos senhorios e protege os dos pequenos e mé-dios comerciantes das grandes cidades.A concertação económica e social não pode ser só uma figura de retórica. Neste particular da lei das rendas, o Governo de direita optou pela des-concertação social, apontando para o lado mais negro do caminho.Optou pelo lado errado da estrada.O projeto de lei do Partido Socialista, que é um projeto gradualista e re-formista, vem demonstrar, à evidência, que, com um Governo socialista, o caminho para cumprir o Memorando de Entendimento promoveria a transição do regime das rendas antigas para o novo regime num clima de compromisso e salvaguarda da estabilidade económica e emocional tão necessária ao progresso e ao desenvolvimento do nosso país.

“Uma boa política de reabilitação urbana tem de ser conjugada com uma reforma da lei do arrendamento urbano, gradualista e reformista. Lei que equilibre os direitos dos inquilinos e dos senhorios”

nova lei do arrendamento: o lado errado da estrada

Ramos [email protected]

Um projeto para apresentar propostas e ideias

António José Seguro manifes-tou grande satisfação por mais de 1500 portugueses já te-rem aderido ao Laboratório de Ideias e Propostas para Portu-gal (LIPP), um projeto do PS para refletir sobre o país e pre-parar propostas de governa-ção progressistas, com espe-cial enfoque nos cidadãos mais vulneráveis.“É muito gratificante saber que num momento da vida nacional neste momento já há mais de 1500 portugueses que se inscreveram neste pro-jeto”, afirmou o secretário-ge-ral, em Coimbra, no final da primeira reunião do Conselho Coordenador do LIPP.

Segundo sublinhou António José Seguro, este é um proje-to “aberto à participação dos portugueses”, para “pensar o pais, para refletir sobre Portu-gal, para apresentar propos-

tas e ideias” que “possam mi-norar as dificuldades” e “pos-sam resolver muitos proble-mas” que o país enfrenta.“Trata-se de uma forma dife-rente de pensar o país, tam-bém para agir de modo dife-rente e com novas soluções para os problemas dos portu-gueses, que estão tão caren-ciados”, disse.O Laboratório de Ideias e Pro-postas para Portugal tem como objetivo preparar um pro-grama político para apresen-tar nas eleições legislativas de 2015, tendo como horizonte de aplicação 2024 – quando se assinalam os 50 anos do 25 de Abril. J.C.C.B.

1500É o número de portugueses que já se inscreveram no LIPP, dispostos a dar o seu contributo para pensar e refletir sobre Portugal e apresentar propostas e ideias para uma governação assente nos valores progressistas.

Um Conselho Coordenador de exCelênCia

Presidido pelo secretário-geral do PS, António José Seguro, o LIPP tem no seu Conselho Coordenador um conjunto de personalidades de excelência em diversas áreas e com um elevado sentido de defesa do bem comum.

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siGa-nos no tWitter @PSOCIALISTAsiGa-nos no tWitter @PSOCIALISTA

douTRINA LIbERAL ESTá A ESPALhAR dESIguALdAdE

há outras soluções políticas para portugalPor mais que a maioria de direita insista em pregar as virtudes da sua política, o país já compreendeu que há mais vida e melhores alternativas para lá das suas propostas. Isto mesmo tem vindo a provar o PS com um conjunto vastíssimo de outras propostas e caminhos que desmentem por completo esta obsessão da direita. Os recentes fóruns sobre o interior e a saúde confirmam isso mesmo: que o país podia ter outro presente e, sobretudo, outro futuro. rUi solano de almeida

“Em Defesa da Saúde”Sob o lema “Avaliar o presente, perspetivar o futuro” o PS orga-nizou entre 12 e 17 de março, a semana da saúde com o objeti-vo de defender o que o secretá-rio nacional do PS Álvaro Beleza classificou como a defesa da “he-rança” dos anteriores governos socialistas e mostrar que é pos-sível fazer reformas mantendo o acesso universal ao Serviço Na-cional de Saúde (SNS).Para Beleza, esta iniciativa veio demonstrar que o SNS tem pas-sado, presente mas sobretudo futuro, e que o PS está aberto a cooperar numa reforma cons-trutiva, não deixando de criti-car o aumento “brutal” das taxas

moderadoras e do transporte de doentes, recentemente aprova-das pelo Governo, e que, na pers-petiva do PS, estão a prejudicar o acesso ao SNS.Também António José Segu-ro acusou o Governo de estar a “afastar os portugueses dos cui-dados de saúde”, indicando a este propósito, as menos 150 mil consultas no SNS em janeiro em relação a igual mês de 2001, cul-pando o Executivo por não ter uma estratégia para o sector.Depois de defender que “é possí-vel reduzir custos mantendo ou aumentando os cuidados de saú-de” no âmbito do SNS, o líder do PS apontou como uma das so-luções as unidades de saúde fa-

miliares que “são um caso muito positivo e que devem continuar”.Lamentou que existam unidades de cuidados continuados pron-tas para abrir e acolher doen-tes em condições mais económi-cas para o Estado, mas que o Go-verno persista em não concluir os contratos.Para Seguro, será necessário con-tinuar a investir na inteligência nacional, considerando “crimino-so” desinvestir na área da investi-gação ligada à saúde.Esta semana arrancou na Cidade Invicta, com uma visita ao Institu-to de Patologia e Imunologia Mo-lecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), dirigido pelo investi-gador Manuel Sobrinho Simões, a

que se seguiu uma deslocação ao IPO e um encontro com a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos. A noite ficou reservada para um debate sobre o SNS na Federação do PS/Porto.No IPATIMUP, um dos dois cen-tros mais avançados do mundo na investigação do cancro, o ou-tro está em Filadélfia, o secretário nacional Álvaro Beleza, lamentou que o Governo ainda nada tenha dito aos laboratórios de investi-gação se vai ou não desbloquear os oito milhões de euros neces-sários para projetos de investi-mento comunitário oriundos do QREN, sublinhando que com este dinheiro o Estado só precisa de gastar oito milhões de euros por

ano para todos os laboratórios de investigação em Portugal. Depois de recordar que a área mais desenvolvida em Portugal em termos de investigação são as áreas da saúde, Beleza salien-tou que este seria um tema que o “país devia olhar com alguma atenção e cuidado”.Desta semana em defesa da saúde fizeram ainda parte visitas ao cen-tro de saúde de Alfândega da Fé, no distrito de Bragança, em que participou a presidente do PS, Ma-ria de Belém, e o deputado e vice--presidente da bancada parlamen-tar socialista Mota Andrade, uma deslocação do secretário-geral à unidade de cuidados continuados integrados em Portimão, à urgên-

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álvaro BelezaSeguro tem “um sentido da História que é fundamental num governante”. “O Serviço Nacional de Saúde é uma bandeira socialista”

está tUdo a ser feito ao ContrárioAntónio José Seguro acusou o Governo de estar a transferir custos elevadíssimos para as pessoas e a dificultar o seu acesso a cuidados essenciais de saúde.No Porto, o líder do PS mostrou-se preocupado com os cortes cegos na área da saúde que “estão a pôr em causa o acesso básico ao SNS”.

Um relato pUnGente“É inadmissível” que se deixe um doente sem uma transfusão de sangue por falta de transporte, acusou Álvaro Beleza, depois de ouvir o relato de Carolino Leitão, um idoso de 78 anos de Alfândega da Fé.Para o presidente do PS/Bragança, Diamantino Lopes, são casos como estes que “levam a especular que o Governo tem como objetivo provocar a morte de pessoas com idade avançada para não pagar reformas”.

antónio José seGUroSeria “criminoso” desinvestir na investigação da saúde. Quanto à alegada falta de verbas para futuros apoios do Estado a projetos de investigação na área da saúde, Seguro defendeu que “se a Lusoponte devolver o dinheiro ao Estado, este já tem uma boa comparticipação para responder a uma parte da componente nacional para a investigação”.

por Um país Coeso e solidário O PS irá realizar uma conferência sobre o interior todos os anos, garantiu o líder socialista, que testemunhou as enormes dificuldades por que passam as populações do interior, resultantes dos cortes nos investimentos por parte do Governo.

seGUros de ColheitaEm Moimenta da Beira, o líder do PS ouviu os agricultores queixarem-se da alteração do modelo dos seguros de colheita que estava em vigor desde 1996.

passos foGe à responsaBilidade“Está na altura de Passos Coelho parar de se desculpar com o anterior Governo do PS e assumir as suas próprias responsabilidades”.

“O acesso universal aos cuidados de saúde está em grave risco e a sua defesa exige que todos nos mobilizemos para o combate em defesa do SNS”

aCesso à

saúde está

em Grave risCo

Manuel [email protected]

Ao longo dos oito meses do seu consulado, o ministro da Saúde do Governo PSD/PP tem alimentado uma contradição de consequên-cias funestas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para os portugueses.

Afirma, em todas as ocasiões, o seu apego ao SNS e a sua deter-minação em defender o serviço público de saúde. Mas, na prática, assistimos a um conjunto de decisões avulsas, tecnicamente mal sustentadas, com avanços e recuos constantes.

É ainda cedo para avaliar, em toda a sua extensão, as consequên-cias dessas medidas. Mas há já elementos muito preocupantes. Em janeiro de 2012 verificaram-se menos 150 mil atendimentos nos serviços de saúde em relação ao mesmo mês do ano anterior. Isto é, numa época do ano marcada pelo frio e pelo início da epide-mia sazonal de gripe, o recurso aos serviços baixou.

A redução das consultas reflete o impacto da subida colossal das taxas moderadoras, da limitação do acesso aos transportes, da degradação das condições de vida de cada vez mais pessoas.

Também no mês de janeiro, o SNS realizou menos 1190 cirurgias do que em 2011, aprofundando uma tendência de redução de ati-vidade que já vem dos meses finais do ano. Temos fundadas ra-zões para temer que esteja em causa a melhoria conseguida entre 2005 e 2010, quando a mediana do tempo de espera se reduziu de 8,6 para 3,3 meses.

O recuo do SNS verifica-se noutros domínios. A criação de novas Unidades de Saúde Familiar está quase parada. Novas Unidades de Cuidados Continuados estão prontas mas não recebem luz ver-de do Governo para entrarem em funcionamento. Quase termina-do o primeiro trimestre, a contratualização com os hospitais e as USF nem sequer começou.

Esta situação caótica revela impreparação do Ministério, incapaz de lidar com a complexidade dos problemas no domínio da saúde, mas denuncia também um plano para desvalorizar o SNS e uma profunda insensibilidade para com as consequências sociais e hu-manas que a redução da capacidade de resposta acarreta para as pessoas.

O acesso universal aos cuidados de saúde está em grave risco e a sua defesa exige que todos nos mobilizemos para o combate em defesa do SNS.

cia do hospital de Faro e ao la-boratório de saúde pública, igualmente na capital algar-via, e às unidades de saúde fa-miliar em Olhão.A iniciativa contou ainda com uma reunião, em Lisboa, com a União das Misericórdias Portuguesas, uma visita à ur-gência do hospital São José, tendo a semana em defesa da saúde terminado em Coim-bra com intervenções do de-putado António Serrano e de Adalberto Fernandes e Cons-tantino Sakellarides, da Esco-la Nacional de Saúde Pública.O fórum contou ainda com a presença do fundador do SNS, António Arnaut, ten-do o líder socialista encerra-do o encontro com uma inter-venção onde revelou que o PS está a estudar novas formas de financiamento do Serviço Nacional de Saúde.

“Em Defesa do Interior”O interior foi desde sempre para o PS uma das bandeiras fundamentais em defesa do progresso e bem-estar eco-nómico e social de Portugal.Com estas jornadas, onde se debateram os caminhos para a revitalização do interior, os socialistas demonstraram, também pela enorme adesão e participação das comunida-des locais, agentes económi-cos, académicos e culturais,

que um interior forte e dinâ-mico não constitui um cus-to mas antes uma mais-valia para o país.Estas jornadas, que se pro-longaram por sete dias, le-varam o secretário-geral so-cialista, António José Segu-ro, a percorrer os distritos de Bragança, Guarda, Vila Real, Portalegre, Beja, Évora, Vi-seu, terminando numa con-ferência nacional em Castelo Branco.Um périplo onde o líder do PS alertou para as dificulda-des por que passam as pesso-as e as empresas do interior, tendo acusado repetidamen-te o Governo de ser o princi-pal responsável pelo afasta-mento das pessoas que vivem e trabalham nestas zonas do país, reclamando maior pro-ximidade entre serviços pú-blicos e as populações.Seguro lembrou os “cortes cegos” que o Governo tem vindo a fazer no interior em áreas como a Saúde, Justiça ou aplicando custos eleva-díssimos aos transportes ou, ainda, na eventual extinção de freguesias “a régua e es-quadro”, uma iniciativa que para Seguro é elucidativa da expressão de “quem não co-nhece o interior e a impor-tância que uma junta de fre-guesia desempenha nesses locais”.

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8 aCompanhe-nos no faCeBooK SEDENACIONALPARTIDOSOCIALISTAaCompanhe-nos no faCeBooK SEDENACIONALPARTIDOSOCIALISTA

secção

na qualidade de autarca com quase 30 anos de experiência, como descreve o atual panora-ma autárquico nacional?Esta é, sem dúvida, a fase mais difícil do poder local democráti-co em Portugal desde a sua cria-ção em 1976. O poder local está a ser vítima de um ataque sem precedentes. Está a ser pos-ta em causa a capacidade finan-ceira dos municípios para pode-rem executar bem as suas com-petências e as políticas de proxi-midade. Ao mesmo tempo, e em muitos casos, está também a ser posta em causa a sua autonomia. Entre 2010 e 2011 houve uma diminuição de 25% nas transfe-rências do Orçamento de Estado para os orçamentos municipais e uma redução também significati-va das receitas próprias em con-sequência da crise económica.A nova lei dos compromissos, além de pôr em causa a autono-mia do poder local, vai paralisar o funcionamento das autarquias, criando grandes dificuldades à prestação de serviços essenciais às populações.

Quais são as principais di-ficuldades com que se de-frontam hoje os municípios portugueses?O estrangulamento financeiro das autarquias é um dos seus principais problemas. Além de sofrer uma quebra nas receitas próprias e nas transferências do

Orçamento de Estado, os muni-cípios veem também paralisado o QREN, que é uma fonte impor-tante de financiamento.É preciso destacar que o QREN, apesar de não afetar o Orçamen-to de Estado, está paralisado, de uma forma incompreensível, há oito meses, mais precisamen-te desde a posse do atual Gover-no. Há todo um conjunto de con-dicionalismos, a nível financeiro, que estrangulam, de facto, a vida das autarquias. Tem havido cor-tes sucessivos por parte do Es-tado, perda de receitas próprias e não tem havido uma fonte fi-nanceira alternativa que ajude os municípios nesta conjuntura. Isto é insuportável.

o Ps considera que a reforma do poder local deve iniciar-se pela aprovação de uma nova lei eleitoral autárquica. Que mudanças precisam de ser fei-tas a esse nível?Uma lei eleitoral autárquica é, de facto, a grande base para se ini-ciar a reforma do poder local.À volta desta legislação devem surgir de forma concertada pro-postas de lei relativas aos diver-sos setores relacionados com a vida dos municípios que de-vem ser tratados de uma forma conjunta.No que diz respeito à lei eleito-ral autárquica, o PS defende uma eleição única para a Assembleia Municipal, órgão deliberativo,

sendo o primeiro da lista mais votada o candidato eleito para presidente de Câmara e poden-do este constituir um Executi-vo homogéneo, isto é, um gover-no local. Devem ser reforçados os poderes da Assembleia Muni-cipal, que será o verdadeiro ór-gão deliberativo e fiscalizador. Isto permite manter a transpa-rência, criar condições de gover-nabilidade, garantir os direitos

da oposição, diminuir o número de eleitos e tornar o poder local mais ágil no seu funcionamento.

Com a reforma administrati-va do país virada para a extin-ção/fusão de freguesias com base em critérios numéricos e a reorganização da estrutura judiciária nacional, ambas fei-tas à revelia das reais necessi-dades das populações e sem ouvir os municípios, que pa-pel resta às autarquias locais?O PS é completamente contra a proposta da extinção de fregue-sias avançada pelo Governo na fi-gura do ministro Relvas. As fre-guesias rurais e urbanas devem ser tratadas de uma forma dife-renciada. O PS entende que nas áreas urbanas pode haver uma

racionalização do número de freguesias. Já nas áreas rurais, e uma vez que muitas vezes as fre-guesias são o único elo de ligação entre os cidadãos e o Estado, elas devem ser preservadas.Por outro lado, a proposta do Executivo nem sequer respeita o memorando da troika, na me-dida em que nele se estabelece a obrigatoriedade de assegurar os serviços de qualidade e de proxi-

midade junto das populações.Importa frisar aqui que a pro-posta do Governo Passos/Portas é uma imposição feita aos muni-cípios, pretendendo-se que a re-forma obedeça a uma lógica de cima para baixo. Em contrapar-tida, o PS defende que sejam os municípios, através dos seus ór-gãos, a aprovarem as propostas para a reorganização do seu ter-ritório. Acresce a isto a proposta de encerramento dos tribunais, que constitui mais uma ataque às zonas do país com menor den-sidade populacional, que veem a presença do Estado e a da Justiça de proximidade a afastarem-se, perigosamente, das populações.

a macrocefalia vai acentuar-se?Estamos perante um proble-

ma de desenvolvimento nacio-nal. Temos hoje um país macro-céfalo, onde grande parte do ter-ritório está a despovoar-se. Isto é mais preocupante, ainda, após terem sido utilizados quatro quadros comunitários de apoio e pouco ou nada se ter avança-do no sentido de um desenvolvi-mento mais equilibrado entre as diversas regiões do país.Assim, entendo que a reorgani-

zação do território deve entron-car com a criação de regiões ad-ministrativas, que serão instru-mento fundamental ao servi-ço de um modelo de desenvolvi-mento mais solidário de todo o território nacional.Com as regiões, com os municí-pios e com as freguesias, é ne-cessário descentralizar em ter-mos de competências e fazer o acompanhamento desta des-centralização com mais meios financeiros.É inaceitável que 90% das recei-tas públicas nacionais sejam ad-ministrados pelo Estado e ape-nas 10% pelo poder local, como acontece no nosso país.

a política de austeridade do Governo de direita tem con-

“o poder local está a ser vítima de um ataque sem precedentes”Nunca como agora as autarquias portuguesas padeceram um estrangula mento financeiro tão grave, ao ponto de estarem à beira da ingovernabilidade, avisa Rui Solheiro, vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses e presidente da ANA-PS. marY rodriGUes

“A reorganização do território deve entroncar com a criação de regiões administrativas”

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“Por onde andarão os 50 milhões de euros anunciados em dezembro de 2011 pelo ministro Mota Soares, para apoio às organizações do terceiro sector da economia, que até à data não saíram do seu gabinete em Lisboa?”

traBalhar

para a

fotoGrafia

Idália Salvador Serrão [email protected]

Quis o Governo de coligação PSD-CDS, em agosto de 2011, lançar um “Plano de Emergência Social”.

Matriz estratégica do PES? Não se consegue encontrar. Tão pouco Pedro Mota Soares nos dá pistas ou fornece o documento. Após várias diligências verificamos que não existe qualquer docu-mento conceptual e metodológico que enquadre o PES. Apenas uma nota de imprensa que contém a intervenção proferida pelo ministro numa cerimónia pública.

Sem conhecermos o custo desagregado de cada medida, a trans-versalidade da sua implementação, o número de cidadãos que delas irão beneficiar e os recursos que lhe são dedicados, como vamos medir a sua eficiência, condição fundamental para fazer a avaliação política do Governo? Medidas avulsas, ideologicamente marcadas pelo assistencialismo, sem uma estratégia definida e muito pouco compromisso para quem se diz tão justo, exigente e assertivo. Das duas, uma: ou se trabalha para as pessoas ou se tenta ficar bem na fotografia.

Os problemas das famílias continuam a existir. Quanto pagarão es-tas por cada um dos anunciados 20 mil novos lugares em creche se a Segurança Social assume que os não irá comparticipar? Será que a colocação de mais crianças, no mesmo espaço e com as mesmas equipas, salvaguarda projetos pedagógicos com qualidade?

Quanto aos anunciados novos 10 mil lugares em lares de idosos, quem os vai pagar? Vai manter-se o número de técnicos e de fun-cionários para um maior número de idosos, muitos em situação de grande dependência? Se no mesmo espaço passam a estar mais idosos, dar-se-á a mesma atenção às condições de segurança?

E por onde andarão os 50 milhões de euros anunciados em dezem-bro de 2011 pelo ministro Mota Soares, para apoio às organizações do terceiro setor da economia, que até à data não saíram do seu ga-binete em Lisboa? Quando e como serão distribuídos? Onde podem as organizações encontrar as regras para a sua atribuição?

Decidir pressupõe conhecimento, determinação e capacidade de planeamento. Pressupõe definir os destinatários das políticas pú-blicas, propor objetivos, proceder à sua implementação e avaliar em que medida estes objetivos foram atingidos, mas acima de tudo, pressupõe trabalhar para as pessoas. Com respeito e com res-ponsabilidade. Por tudo aquilo a que vamos assistindo, das duas, uma: ou o Governo trabalha para as pessoas e não seria mau que se mostrasse mais responsável, ou está apenas a “trabalhar para a fotografia”.

tribuído para o agravamen-to da situação do poder local. Já apontou um cenário de in-governabilidade autárquica. Quer explicar?Tendo em conta a radiografia dos recursos financeiros do po-der local, se o Governo mantiver a sua política de abandono dos municípios, sem dúvida que cai-remos numa situação de ingo-vernabilidade muito prejudicial e perigosa.Não reivindicamos mais do que aquilo que está a acontecer no país ao nível da Administração Central e Regional. Para resol-ver os problemas financeiros dos municípios reivindicamos um apoio financeiro correspon-dente ao peso da divida dos mu-nicípios na dívida pública nacio-nal, ou seja, o correspondente a 4,6% do apoio financeiro que o país recebe do exterior.

Na questão do financiamento autárquico, quais são, na sua

opinião, os modelos alterna-tivos desejáveis e os mecanis-mos de controlo mais eficien-tes e aplicáveis ao nosso país?Temos, desde logo, que caminhar para uma nova lei das finanças locais, tendo como objetivo o re-forço das competências e do fi-nanciamento dos municípios.Os municípios portugueses têm que ter uma participação em tudo o que são impostos nacio-nais, em particular nas receitas provenientes dos seus recursos endógenos.Recentemente o Governo anun-ciou a criação de uma comissão para implementar esta refor-ma. É de todo incompreensível que ao PS, enquanto principal partido da oposição, não tenha sido dado espaço de participa-ção neste processo de elabora-ção de propostas que, estou con-vencido, carece do envolvimen-to, além do Executivo, de todos os partidos e das instituições re-presentativos dos municípios e das freguesias.Mais uma vez, como vimos até agora, o Governo, nesta questão da lei das finanças locais, está fe-chado sobre si próprio.

tendo em conta a situação de estrangulamento que o poder local atravessa, o que será preciso/possível fazer para que o interior não per-maneça condenado à total desertificação?

Bem, eu acho que o PS está a se-guir o caminho certo. O secre-tário-geral fez, há pouco tem-po, um roteiro pelo interior para auscultar e dialogar com as ins-tituições e as pessoas e ouvir os problemas do interior de modo a poder elaborar e apresentar propostas concretas e adequa-das. E no âmbito do LIPP – La-boratório de Ideias e Propostas para Portugal, existe uma área específica para tratar dos pro-blemas do interior com o objeti-vo de vir a apresentar propostas de políticas para inverter a atu-al situação.Agora, julgo que é óbvio que es-tas políticas devem passar pela criação das regiões administra-tivas, com legitimidade demo-crática, que planeiem e execu-tem verdadeiras políticas de de-senvolvimento regional.São necessárias, também, novas medidas nacionais de incentivo ao investimento no interior, de apoio à deslocalização das em-

presas, à inovação, ao aproveita-mento de recursos próprios, de forma a começar a inverter este plano inclinado do interior para o litoral e começarmos a criar condições para que as popula-ções regressem, permitindo um desenvolvimento do país mais equilibrado e mais solidário.

está em discussão uma nova lei do arrendamento urba-no. as alterações pretendi-das abrem ou fecham janelas de oportunidades para o po-der local?Eu penso que, se houver políti-cas de incentivo e de apoio ao arrendamento urbano, ao nível nacional, num período de cri-se do sector da construção ci-vil, naturalmente que estas aju-darão a dar respostas às neces-sidades de habitação das nossas populações.

2013 é ano de autárquicas. Como presidente da ana-Ps, pode adiantar quais são as metas socialistas para essa próxima batalha eleitoral?Naturalmente que o objetivo do Partido Socialista é vencer as eleições autárquicas de 2013.

Com que trunfos contam os candidatos socialistas para a reconquista de câmaras-cha-ve do nosso mapa autárqui-co, como Porto e sintra, por exemplo?

Em todos os municípios do país, e os dois referidos não são ex-ceção, o PS tem a central preo-cupação de escolher os melho-res protagonistas para liderar as suas listas, procurando ainda constituir equipas de qualida-de que apresentem propostas e projetos sérios, credíveis e exe-quíveis, que sirvam as reais ne-cessidades das populações, ca-pazes de mobilizar a sociedade civil e, desse modo, (re)conquis-tar a confiança dos eleitores.

Considera que é chegado o momento de avançar final-mente com a regionalização?Sim, e até por maioria de razão porque o país está a negociar o próximo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) para o período 2014-2020.Julgo que se o próximo quadro comunitário fosse gerido com a participação das regiões admi-nistrativas teria, com toda a cer-teza, uma utilização dos fundos

europeus ao serviço do desen-volvimento regional no sentido de tornar Portugal um país mais equilibrado em termos demo-gráficos, económicos e sociais.

Muito se tem falado na “re-fundação do Ps”. o que tem a dizer sobre isto?Não sou propriamente um uti-lizador da expressão refunda-ção do PS. Mas se devolver o partido aos militantes, se mo-bilizar os militantes para par-ticipar na definição das polí-ticas, se trabalhar em equipa para que as políticas definidas pelo PS para as diferentes áre-as de intervenção do Estado re-presentem a opinião de todo o partido, se isto é refundação, então é o que está a acontecer no PS com a liderança de Antó-nio José Seguro.

Como descreve a liderança de antónio José seguro e que expectativas tem em relação a ela?António José Seguro é, antes de mais, um exemplo de socialista, um grande humanista, um ho-mem de grande estatura moral e política, com enorme capaci-dade de trabalho e liderança.Estou certo de que vai demons-trar ao país que o PS por ele li-derado é capaz de mobilizar os portugueses à volta de uma al-ternativa séria à política de di-reita deste Governo.

“O QREN para as autarquias está paralisado há oito meses, desde a posse do atual Governo”

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secção

ELEIÇÕES NAS FEDERAÇÕES PS

30 de novembro 2011

Data de inscriçãoÉ necessário ter, no mínimo, 6 meses de militância para poder votar

30 de junho ou 1 de julho 2012

CONGRESSOS FEDERATIVOS

1 ou 2 de junho 2012

Data recomendada para realização das eleições concelhias

31 de maio 2012

Limite para apresentação de candidaturas

15 ou 16 de junho 2012

para delegados aos congressos e presidentes de federação

2 de maio 2012

Limite para pagamento de quotas para ter capacidade eleitoral

DEPÓSITO BANCÁRIO

NIB: 0033 0000 4523 4162 8730 5

MULTIBANCOSeleccione: Pagamento de Serviços

Referência: (0000...+nº de militante), num total de 9 dígitosMontante: mínimo aceite: € 6,00

EXCECIONALMENTE E APENAS POR CHEQUE, na sua Secção. (A secção enviará a totalidade do montante à Sede Nacional) Para qualquer questão, ligue para a

LINHA AZUL PS: 808 201 695

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11

secção

ELEIÇÕES NAS FEDERAÇÕES PS

REguLAmENTo ELEIToRAL eleiÇÃo do presidente da federaÇÃo

Comissão Nacional de 31 de março de 2012

CapítUlo i

dISPoSIçÕES gERAIS

artiGo 1º

ÂmbITo do PRESENTE REguLAmENTo

O presente regulamento regula a eleição do Presi-dente da Federação.

artiGo 2º

do PRESIdENTE dA FEdERAção

O Presidente da Federação coordena e assegura a orientação política do Partido na área da Federa-ção e vela pela aplicação das deliberações dos ór-gãos federativos (n.º 1 do artigo 55.º dos Estatu-tos do Partido Socialista).

artiGo 3º

comISSão oRgANIZAdoRA do coNgRESSo

– coc

1. Até 60 dias antes da data prevista para a rea-lização do Congresso da Federação (até 2 de maio), a Comissão Política da Federação (ór-gão deliberativo), elege, sob proposta do Se-cretariado da Federação, a Comissão Organi-zadora do Congresso (COC), nos termos do n.º 2, do artigo 50.º, e da alínea d), do n.º 2, do ar-tigo 53.º, dos Estatutos do Partido Socialista.

2. A COC será composta por um número ímpar de cinco a nove militantes.

3. As deliberações da COC serão tomadas por maioria simples.

4. Compete à COC em especial:a) Assegurar a regularidade de todo o pro-

cesso organizativo do Congresso da Federação;

b) Elaborar o Regimento do Congresso da Federação, a distribuir por todos os de-legados antes do início dos Trabalhos do Congresso;

c) Proceder à receção das Moções, textos de orientação política e outros documentos que devam ser apresentados ao Congres-so da Federação;

d) Determinar o local de realização do Con-gresso da Federação;

e) Preparar e organizar o processo eleitoral do Presidente da Federação.

artiGo 4º

cAdERNoS ELEIToRAIS PRoVISÓRIoS

1. Até 44 ou 45 dias anteriores ao ato eleitoral (até 2 de maio), o Secretariado Nacional, atra-vés do Departamento Nacional de Dados, emi-te os cadernos eleitorais provisórios, reme-tendo-os para todas as Secções do Partido So-cialista e COC.

2. Após a sua receção, a Mesa da Assembleia Geral ou no seu impedimento o Secretariado da Secção deverá afixar de imediato e em lo-cal bem visível, uma cópia do caderno eleito-ral provisório, com indicação da data em que procedeu à sua afixação.

3. Não existindo sede própria, a Mesa da As-sembleia Geral ou no seu impedimento o Se-cretariado da Secção deverá afixar o caderno eleitoral provisório na sede da Concelhia ou Federação.

4. Até 5 dias após a sua afixação (até 7 de maio), qualquer militante da Secção, poderá recla-

mar do caderno eleitoral provisório, para o Secretariado Nacional, que decidirá no prazo de 3 dias, efetuando as retificações que julgar procedentes e dando conhecimento à COC.

5. As reclamações referidas no número anterior devem dar entrada, na Sede Nacional do Parti-do Socialista, dentro do prazo referido no nú-mero anterior (até 7 de maio).

6. Para garantia da publicidade do caderno elei-toral provisório para além de afixado, este deve estar disponível para consulta pelos mi-litantes da secção.

artiGo 5º

cAPAcIdAdE ELEIToRAL ATIVA

E PASSIVA

1. Têm capacidade eleitoral ativa e passiva, os militantes inscritos até seis meses antes do ato eleitoral (14 de dezembro de 2011), que tenham as quotas pagas até, pelo menos, o segundo semestre de 2011, nos termos do artigo 7.º do Regulamento de Quotização e como tal constem nos cadernos eleitorais definitivos.

2. Para efeitos do número anterior, os militan-tes terão que ter as quotas regularizadas até ao 44º ou 45º dia anterior ao ato eleitoral (até 2 maio).

3. Até ao 5.º dia após o prazo de regularização previsto no número anterior, as secções terão que enviar para a Sede Nacional, todos os do-cumentos referentes ao pagamento de quotas (7 de maio).

artiGo 6º

cAdERNoS ELEIToRAIS dEFINITIVoS

1. Até ao 24.º ou 25º dia anterior ao ato eleitoral (até 22 maio), o Secretariado Nacional, atra-vés do Departamento Nacional de Dados, emi-te o caderno eleitoral definitivo, remetendo para todas Secções do Partido Socialista, bem como à respetiva COC, devendo ser este o úni-co a ser utilizado no decorrer de todo o pro-cesso eleitoral.

2. Após a sua receção, a Mesa da Assembleia Ge-ral ou no seu impedimento o Secretariado da Secção, deverá afixar nos termos do n.ºs 2 e 3 do artigo 4.º do presente Regulamento.

3. Até 3 dias após a sua afixação (até 25 maio), qualquer militante da Secção, poderá recla-mar do caderno eleitoral, nos termos do n.º 5 do artigo 4.º do presente Regulamento, para o Secretariado Nacional, que as decidirá no prazo de 2 dias, efetuando as retificações que julgar procedentes e dando conhecimento à COC.

4. Para garantia da publicidade do caderno elei-toral para além de afixado, este deve estar dis-ponível para consulta pelos militantes da Sec-ção até ao final do ato eleitoral.

artiGo 7º

REgImE dA ELEIção do PRESIdENTE dA

FEdERAção

1. O Presidente da Federação é eleito pelos mi-litantes inscritos na área da Federação, com base em Programas ou Moções de Orientação Política.

2. O Presidente da Federação é eleito por siste-

ma de lista uninominal e sufrágio direto, con-siderando-se eleito, o candidato que obtenha maioria absoluta dos votos expressos nos ter-mos do n.º5, do artigo 47.º, dos Estatutos do Partido Socialista.

3. Quando não se verificar a maioria exigida no número anterior, realiza-se nova Assembleia Eleitoral, nos 13 dias posteriores (até 28 de junho), entre os dois candidatos mais votados.

artiGo 8º

APRESENTAção dE cANdIdATuRA

1. A candidatura a Presidente de Federação, com indicação do respetivo mandatário, deve ser entregue à Comissão Organizadora do Con-gresso (COC), até ao 15º ou 16º dia anterior ao ato eleitoral (até 31 de maio), contra entre-ga de recibo.

2. A candidatura a Presidente da Federação deve ser proposta por um número mínimo de 2% ou no mínimo por 80 militantes inscritos na área da Federação, nos termos do disposto no n.º 5 do artigo 47.º, dos Estatutos do Partido Socialista.

3. A apresentação do processo de candidatura, deve ser entregue em formato de papel e dele deve constar:a) Indicação da eleição em causa;b) Declaração de aceitação do candidato; c) A Declaração de aceitação do Mandatário,

na qual devem constar os elementos de identificação (nome completo, número de militante, secção em que se encontra ins-crito), para futuras notificações sobre pro-cedimentos eleitorais ou irregularidades;

d) Lista de proponentes, na qual devem constar os elementos de identificação (nome completo, número de militante, secção onde se encontra inscrito);

e) Programa eleitoral ou Moção de Orienta-ção Política.

4. A Comissão Organizadora do Congresso (COC) se verificar irregularidades processu-ais, notifica o mandatário, para que no prazo de 24 horas, possa sanar as irregularidades.

5. Decorrido o prazo de suprimento, as candida-turas aprovadas pela Comissão Organizadora do Congresso (COC), devem ser remetidas ao Secretariado Nacional para publicação no sí-tio: www.ps.pt e/ou Acção Socialista.

6. A COC enviará a todas as secções os boletins de voto a utilizar no ato eleitoral, bem como, a(s) candidatura(s), com a finalidade de ser(em) afixada(s) imediatamente pela Mesa da Assembleia Geral ou no seu impedimento pelo Secretariado da Secção.

7. Até 2 dias antes do ato eleitoral, cada candida-tura poderá realizar sessões de apresentação na sede da Federação, Concelhia ou Secções da Federação, devendo os Secretariados colo-car à disposição da(s) candidatura(s) as insta-lações necessárias para o efeito.

CapítUlo ii

ASSEmbLEIA ELEIToRAL

artiGo 9º

coNVocATÓRIA

1. A Assembleia Eleitoral para a Eleição do Pre-

sidente da Federação é convocada pelo Presi-dente da Comissão Política da Federação, ou quem este delegar, mediante aviso enviado a todos os militantes constantes do caderno eleitoral definitivo, até ao 8º dia anterior ao ato eleitoral (7 ou 8 de junho), devendo tam-bém, ser afixada na secção.

2. No referido aviso deve constar obrigatoriamente:a) Ordem de Trabalho, tendo como pontos

“Eleição do Presidente da Federação e Eleição dos Delegados ao Congresso”;

b) Dia, local, período de funcionamento e horário da Assembleia Eleitoral.

3. A Assembleia Eleitoral deve realizar-se no dia 15 ou 16 de Junho de 2012.

4. O período de votação deve ser consecutivo, por um período mínimo de 4 e um máximo de 6 horas, no local habitual de reunião dos militantes da Secção.

artiGo 10º

ATo ELEIToRAL

1. A Assembleia Eleitoral será presidida pela Mesa da Assembleia Geral da Secção, ou no seu impedimento, pelo Secretariado da Secção.

2. Cada candidatura poderá designar um repre-sentante efetivo e um suplente para fiscalizar a Assembleia Eleitoral.

3. A eleição do Presidente da Federação efetuar--se-á por escrutínio secreto em urna própria para o efeito.

4. Para exercer o direito de voto deverá ser apresentado o cartão de militante, acompa-nhado de bilhete de identidade/cartão de ci-dadão, carta de condução, passaporte ou dois militantes devidamente identificados que procedem identificação sob registo em ata.

5. No decorrer do ato eleitoral, podem ser apre-sentados protestos, reclamações e requeri-mentos, lavrados em ata, que devem ser, obri-gatoriamente, apensos à ata eleitoral.

artiGo 11º

APuRAmENTo, ATA E REcuRSoS dA

ASSEmbLEIA ELEIToRAL

1. Encerrada a votação, o Presidente da Assem-bleia Eleitoral procede à contagem dos bole-tins que não foram utilizados e dos que foram inutilizados pelos eleitores e encerra-os num subscrito próprio.

2. Concluída a operação preliminar, o apura-mento dos resultados deve ser efetuado nos seguintes termos:a) Contagem do número de votantes pelas

descargas efetuadas no caderno eleitoral;b) Abertura da urna, a fim de se conferir o

número de boletins de voto entrados;c) Contagem dos votos.

3. Realizado o apuramento, deve ser lavra-da ata, na qual devem constar todos os ele-mentos relevantes da Assembleia Eleitoral, nomeadamente:a) Identificação da(s) candidatura(s) a

sufrágio;b) Nomes e números dos militantes, mem-

bros da mesa e do(s) delegado(s) das candidaturas que participaram no ato

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secção

ELEIÇÕES NAS FEDERAÇÕES PS

REguLAmENTo ELEIToRAL | eleiÇÃo dos deleGados ao ConGresso da federaÇÃocomissão Nacional de 31 de março de 2012

eleitoral;c) Deliberações relativas aos protestos, re-

clamações e requerimentos apresenta-dos durante a votação;

d) Resultados finais da votação (número de inscritos no caderno, número de votos entrados na urna, número de votos atri-buídos a cada candidatura, número de vo-tos em branco, número de votos nulos);

e) Relação das reclamações, requerimentos ou declarações apresentadas e identifica-ção dos signatários.

4. A ata deve ser assinada pela Mesa Elei-toral, pelo(s) representante(s) da(s) candidatura(s) e afixada uma cópia de ime-diato no local da Assembleia.

5. A ata, a convocatória do ato eleitoral, os bo-letins de voto utilizados, as eventuais recla-mações, requerimentos ou declarações apre-sentadas por escrito e o caderno eleitoral ru-bricado pelos votantes serão entregues à Co-missão Organizadora do Congresso (COC), no prazo de 24 horas após o encerramento da mesma.

6. Das deliberações da Mesa da Assembleia Eleitoral cabe recurso para a Comissão Orga-nizadora do Congresso (COC) no prazo de 2 dias após o encerramento da urna (18 ou 19 junho).

7. Os recursos das referidas deliberações de-vem ser decididos pela Comissão Organiza-dora do Congresso (COC), no prazo máximo de 2 dias, sobre o fim do prazo do recurso (20 ou 21 de junho).

8. Das deliberações da Comissão Organizadora do Congresso (COC), cabe recurso a interpor no prazo de 24 horas, para a Comissão Fede-rativa de Jurisdição, a qual deve decidir no prazo de 24 horas.

9. Das deliberações da Comissão Federativa de Jurisdição cabe recurso para a Comissão Na-cional de Jurisdição, a interpor no prazo de 24 horas, a qual deve decidir no prazo de 24 horas.

10. A Comissão Organizadora do Congresso (COC) procederá ao apuramento final e fixa-rá os resultados no prazo máximo de 2 dias úteis, sobre o fim do prazo de recurso (20 ou 21 de junho)

CapítUlo iii

dISPoSIçÕES FINAIS

artiGo 12º

PRAZoS

1. Os prazos constantes do presente regula-mento são seguidos, prorrogando-se para o primeiro dia útil seguinte sempre que termi-nem num sábado, domingo ou feriado.

2. Com as exceções expressamente assinaladas no presente regulamento todas as diligên-cias, reclamações e recursos e efetuar junto da COC terão de ser efetuadas no horário de funcionamento da sede da Federação.

artiGo 13º

INTERPRETAção E INTEgRAção

A interpretação e integração de lacunas do pre-sente regulamento, cabem à Comissão Organiza-dora do Congresso (COC) de cada Federação, ten-do em conta o estabelecido nos Estatutos do Par-tido Socialista.

reGUlamento eleitoral dos ConGressos das federaÇÕes

CapítUlo i

dISPoSIçÕES gERAIS

artiGo 1º

ÂmbITo do PRESENTE REguLAmENTo

O presente regulamento regula a eleição dos De-legados ao Congresso da Federação.

artiGo 2º

do coNgRESSo dA FEdERAção

O Congresso da Federação é o órgão de aprecia-ção política do Partido Socialista na área geográfi-ca abrangida, competindo-lhe, por um lado, deba-ter programas ou moções de orientação política e questões políticas de âmbito distrital ou regional, gerais ou sectoriais e, por outro, eleger a Comis-são Política da Federação, a Comissão Federativa de Jurisdição, a Comissão de Fiscalização Econó-mica e Financeira e militantes honorários.

artiGo 3º

comISSão oRgANIZAdoRA do coNgRESSo

– coc

1. Até 60 dias antes da data prevista para a rea-lização do Congresso da Federação (até 2 de maio) a Comissão Política da Federação (ór-gão deliberativo), elege, sob proposta do Se-cretariado da Federação, a Comissão Organi-zadora do Congresso (COC), nos termos do n.º 2, do artigo 50.º, e da alínea d), do n.º 2, do ar-tigo 53.º, dos Estatutos do Partido Socialista.

2. A COC será composta por um número ímpar de cinco a nove militantes.

3. As deliberações da Comissão Organizadora do Congresso (COC), serão tomadas por maio-ria simples.

4. Compete à COC em especial:a) Assegurar a regularidade de todo o pro-

cesso organizativo do Congresso da Federação;

b) Elaboração do Regimento do Congresso da Federação, a distribuir por todos os de-legados antes do início dos Trabalhos do Congresso;

c) Proceder à receção das Moções, textos de orientação política e outros documentos que devam ser apresentados ao Congres-so da Federação;

d) Determinar o local de realização do Con-gresso da Federação;

e) Preparação e organização do proces-so eleitoral dos Delegados ao Congresso Federativo.

artiGo 4º

cAdERNoS ELEIToRAIS PRoVISÓRIoS

1. Até 44 ou 45 dias anteriores ao ato eleitoral (até 2 de maio), o Secretariado Nacional, atra-vés do Departamento Nacional de Dados, emi-te os cadernos eleitorais provisórios, reme-tendo-os para todas as Secções do Partido So-cialista e COC.

2. Após a sua receção, a Mesa da Assembleia Geral ou no seu impedimento o Secretariado da Secção deverá afixar de imediato e em lo-cal bem visível, uma cópia de caderno eleito-ral provisório, com indicação da data em que procedeu à sua afixação.

3. Não existindo sede própria, a Mesa da As-sembleia Geral ou no seu impedimento o Se-cretariado da Secção deverá afixar o caderno eleitoral provisório na sede da Concelhia ou Federação.

4. Até 5 dias após a sua afixação (até 7 de maio), qualquer militante da Secção, poderá recla-mar do caderno eleitoral provisório, para o Se-cretariado Nacional, que as decidirá no prazo de 3 dias, efetuando as retificações que julgar procedentes e dando conhecimento à COC.

5. As reclamações referidas no número ante-rior devem ser entregues, presencialmente, na Sede Nacional por correio eletrónico ou via fax.

6. Para garantia da publicidade do caderno elei-toral provisório, cópia do mesmo deve es-tar afixada, para consulta dos militantes da Secção.

artiGo 5º

cAPAcIdAdE ELEIToRAL ATIVA E PASSIVA

1. Têm capacidade eleitoral ativa e passiva, os militantes inscritos até seis meses antes do ato eleitoral (14 de dezembro de 2011), que tenham as quotas pagas até, pelo menos, o segundo semestre de 2011, nos termos do artigo 7.º do Regulamento de Quotização e como tal constem nos cadernos eleitorais definitivos.

2. Para efeitos do número anterior, os militan-tes terão que ter as quotas regularizadas até ao 44º ou 45º dia anterior ao ato eleitoral (até 2 maio).

3. Até ao 5.º dia após o prazo de regularização previsto no número anterior, as Secções terão que enviar para a Sede Nacional, todos os do-cumentos referentes ao pagamento de quotas (7 de maio).

artiGo 6º

cAdERNoS ELEIToRAIS dEFINITIVoS

1. Até ao 24.º ou 25º dia anterior ao ato eleitoral (até 22 maio) o Secretariado Nacional, através do Departamento Nacional de Dados, emite o caderno eleitoral definitivo, remetendo para todas as Secções do Partido Socialista, bem como à respetiva COC, devendo ser este o úni-co a ser utilizado no decorrer de todo o pro-cesso eleitoral.

2. Após a sua receção, a Mesa da Assembleia Ge-ral ou no seu impedimento o Secretariado da Secção deverá afixar nos termos do n.ºs 2 e 3 do artigo 4.º do presente Regulamento.

3. Até 3 dias após a sua afixação (até 25 de maio), qualquer militante da Secção, poderá recla-mar do caderno eleitoral, nos termos do n.º 5 do artigo 4.º do presente Regulamento, para o Secretariado Nacional, que as decidirá no pra-zo de 2 dias, efetuando as retificações que jul-gar procedentes e dando conhecimento à COC.

4. Para garantia da publicidade do caderno elei-toral provisório, cópia do mesmo deve estar afixada, até ao final do ato eleitoral para con-sulta dos militantes da Secção.

artiGo 7º

REgImE dA ELEIção doS dELEgAdoS Ao

coNgRESSo

1. Os Delegados ao Congresso da Federação são eleitos pelos militantes inscritos nas Secções de Residência e de Ação Sectorial da área da

Federação, com base em Programas ou Mo-ções de Orientação Política.

2. O número de delegados a eleger por cada Sec-ção, a definir pela Comissão Organizadora do Congresso (COC), será proporcional ao núme-ro de militantes inscritos em cada Secção e constantes do caderno eleitoral definitivo.

3. Os Delegados ao Congresso são eleitos atra-vés do sistema de representação proporcio-nal pelo método da média mais alta de Hondt.

artiGo 8º

APRESENTAção dAS LISTAS

1. As listas de candidatura a Delegados ao Con-gresso da Federação devem ser entregues à Comissão Organizadora do Congresso (COC), até ao 4º ou 5º dia anterior ao ato eleitoral (11 de junho), na Sede da Federação, contra entre-ga de recibo.

2. A apresentação das listas de candidatura, deve ser entregue em formato de papel e dela deve constar:a) Indicação da eleição em causa;b) Declaração de aceitação individual dos

candidatos, na qual devem constar os ele-mentos de identificação (nome completo, número de militante, secção em que se en-contra inscrito).

3. Cada delegado ao Congresso da Federação só pode ser proponente e candidato de uma lista.

4. As listas de candidatos a delegados ao Con-gresso da Federação, para além dos candida-tos efetivos, devem indicar os candidatos su-plentes em número não inferior a metade mais um dos efetivos.

5. A Comissão Organizadora do Congresso (COC) se verificar irregularidades proces-suais, notifica o primeiro candidato da lista, para que no prazo de 24 horas, possa sanar as irregularidades.

6. A COC enviará a todas as Secções os boletins de voto a utilizar no ato eleitoral, bem como, as listas de delegados, com a finalidade de se-rem afixadas imediatamente pela Mesa da As-sembleia Geral ou no seu impedimento pelo Secretariado da Secção.

7. As listas de candidatos a delegados ao Con-gresso da Federação, deve obedecer ao dis-posto no n.º4, do artigo 116º, dos Estatutos do Partido Socialista e às disposições do n.º 2, do artigo 2, da Lei Orgânica n.º 3/2006 de 21 de Agosto, Lei da Paridade: “as listas não po-dem conter mais de dois candidatos do mes-mo sexo, colocados, consecutivamente, na or-denação da lista”.

CapítUlo ii

ASSEmbLEIA ELEIToRAL

artiGo 9º

coNVocATÓRIA

1. A Assembleia Eleitoral para a Eleição dos De-legados ao Congresso decorre em simultâneo com a Eleição do Presidente da Federação e é convocada pelo Presidente da Comissão Po-lítica da Federação, mediante aviso enviado a todos os militantes constantes do caderno eleitoral definitivo, até ao 8º dia anterior ao ato eleitoral (7 ou 8 de junho), devendo tam-bém, ser afixado na Secção.

2. No referido aviso deverá constar

Page 13: AS n.º 1367

1313

secção

ELEIÇÕES NAS FEDERAÇÕES PS

REguLAmENTo ELEIToRAL | eleiÇÃo dos deleGados ao ConGresso da federaÇÃocomissão Nacional de 31 de março de 2012

mAPA cRoNoLÓgIcoPRAZOS E PROCEDIMENTOS ELEITORAIS - CONGRESSOS FEDERATIVOS E ELEIÇÃO DE DELEGADOS E PRESIDENTE DE FEDERAÇÃO E ELEIÇÃO CPC

mero de votos em branco, número de vo-tos nulos);

e) Identificação dos delegados ao Congresso da Federação eleitos;

f) Relação das reclamações, requerimentos ou declarações apresentadas e identifica-ção dos signatários.

4. A ata deve ser assinada pela Mesa Eleitoral, pelo(s) representante(s) da(s) candidatura(s) e afixada uma cópia de imediato no local da Assembleia Eleitoral.

5. A ata, a convocatória do ato eleitoral, os bole-tins de voto utilizados, as eventuais reclama-ções, requerimentos ou declarações apresen-tadas por escrito e o caderno eleitoral rubrica-do pelos votantes serão entregues à Comissão Organizadora do Congresso (COC), no prazo de 24 horas após o encerramento da mesma.

6. Das deliberações da Mesa da Assembleia Elei-toral cabe recurso para a Comissão Organiza-dora do Congresso (COC) no prazo de 2 dias após o encerramento da urna (18 ou 19 de junho).

7. Os recursos das referidas deliberações devem ser decididos pela Comissão Organizadora do Congresso (COC), no prazo máximo de 2 dias, sobre o fim do prazo do recurso (20 ou 21 de junho).

8. Das deliberações da Comissão Organizado-ra do Congresso (COC), cabe recurso a inter-por no prazo de 24 horas, para a Comissão Fe-derativa de Jurisdição, a qual deve decidir no prazo de 24 horas.

9. Das deliberações da Comissão Federativa de Jurisdição cabe recurso para a Comissão Na-cional de Jurisdição, a interpor no prazo de 24h horas, a qual deve decidir no prazo de 24 horas.

10. A Comissão Organizadora do Congresso (COC) procederá ao apuramento final e fixará os resultados no prazo máximo de 2 dias úteis (20 ou 21 de junho), sobre o fim do prazo de recurso.

CapítUlo iii

do coNgRESSo dA FEdERAção

artiGo 12º

coNVocATÓRIA

O Congresso da Federação é convocado pela Co-missão Organizadora do Congresso (COC).

artiGo 13º

cANdIdATuRAS AoS ÓRgãoS dA FEdERAção

As listas de candidatos aos Órgãos da Federação, com exceção das candidaturas a Presidente da

Federação, devem ser apresentadas no Congres-so, no prazo e nos termos do Regimento e subs-critas pelo número de delegados exigido estatuta-riamente, de acordo com o n.º 3 e 4, do artigo 47.º, dos Estatutos do Partido Socialista.

CapítUlo iv

dISPoSIçÕES FINAIS

artiGo 14º

PRAZoS

1. Os prazos constantes do presente regulamen-to são seguidos, prorrogando-se para o pri-meiro dia útil seguinte sempre que terminem num sábado, domingo ou feriado.

2. Com as exceções expressamente assinaladas no presente regulamento todas as diligências, reclamações e recursos a efetuar junto da COC terão de ser efetuadas no horário de funciona-mento da sede da Federação.

artiGo 15º

INTERPRETAção E INTEgRAção

A interpretação e integração de lacunas do pre-sente regulamento, cabem à Comissão Organiza-dora do Congresso (COC) de cada Federação, ten-do em conta o estabelecido nos Estatutos do Par-tido Socialista.

obrigatoriamente:a) Ordem de Trabalho, tendo como pontos

“Eleição do Presidente da Federação e Eleição dos Delegados ao Congresso”;

b) Dia, local, período de funcionamento e ho-rário da Assembleia Eleitoral.

3. A Assembleia Eleitoral deve realizar-se no dia 15 ou 16 de Junho de 2012.

4. O período de votação deve ser consecutivo, por um período mínimo de 4 e um máximo de 6 horas, no local habitual de reunião dos mili-tantes da Secção.

artiGo 10º

ATo ELEIToRAL

1. A Assembleia Eleitoral será presidida pela Mesa da Assembleia Geral da Secção, ou no seu impedimento, pelo Secretariado da Secção.

2. Cada lista de delegados poderá designar um representante efetivo e um suplente para fis-calizar a Assembleia Eleitoral.

3. A eleição de delegados ao Congresso efetuar--se-á por escrutínio secreto em urna própria para o efeito.

4. Para exercer o direito de voto deverá ser apre-sentado o cartão de militante, acompanhado de bilhete de identidade/cartão de cidadão, passaporte, carta de condução ou dois mili-tantes devidamente identificados que proce-dam à identificação sob registo em ata.

5. No decorrer do ato eleitoral, podem ser apre-sentados protestos, reclamações, requeri-mentos, lavrados em ata, que devem ser, obri-gatoriamente, apensos à ata eleitoral.

artiGo 11º

APuRAmENTo, ATAS E REcuRSoS dA

ASSEmbLEIA ELEIToRAL

1. Encerrada a votação, o Presidente da Assem-bleia Eleitoral procede à contagem dos bole-tins que não foram utilizados e dos que foram inutilizados pelos eleitores e encerra-os num subscrito próprio fechado.

2. Concluída a operação preliminar, o apura-mento dos resultados deve ser efetuado nos seguintes termos:a) Contagem do número de votantes pelas

descargas efetuadas no caderno eleitoral;b) Abertura da urna, a fim de se conferir o

número de boletins de voto entrados;c) Contagem dos votos.

3. Realizado o apuramento, deve ser lavra-da ata, na qual devem constar todos os ele-mentos relevantes da Assembleia Eleitoral, nomeadamente:a) Identificação nominal da(s) lista(s) de

candidato(s) a delegados ao Congresso e respetivo(s) programa(s) ou moções de orientação política;

b) Nome e números dos militantes, mem-bros da mesa e dos delegados das listas de candidatos que participaram no ato eleitoral;

c) Deliberações relativas aos protestos, re-clamações e requerimentos apresentados durante de votação;

d) Resultados finais da votação (número de votos entrados nas urnas, número de vo-tos atribuídos a cada lista de candidatos a delegados ao Congresso da Federação, nú-

DATAS PRINCIPAIS DEZEMBRO MARÇO ABRIL JULHO

14militantes com mais de 6 meses de inscrição

31

2260 dias após carta (22.02)

244 ou 45 dias anteriores ao ato eleitoral

2até 44 ou 45 dias antes ato eleitoral p/Federações

Reunião da CP Federação/eleição COC/Marcação Congresso, das assemb. eleitorais para Delegados e Pres. Fed. 2

7até ao 5º dia após o prazo previsto para os militantes regularizarem as quotas para o Ato Eleitoral

10

22

25

27

31Até ao 15º ou 16º dia anterior ao ato eleitoral

7 ou 8ate 8.º dia anterior ao ato eleitoral

11Até ao 4º ou 5º dia anterior ao ato eleitoral

15 ou 16

16 ou 1724 horas após o término das Assembleias Eleitorais

18 ou 19

20 ou 21

21 ou 22

22 ou 23

25 ou 26

26 ou 27

2813 dias após a realização do 1º ato eleitoral

Eleição do Presidente da Federação e Delegados ao Congresso

JUNHO

2 dias após reclamação

até 24.º ou 25º dia anterior eleições Federações

até 60 dias antes Congresso

CONGRESSOS FEDERATIVOS

Apresentação de candidaturas a Presidente da Federação

Decisão dos Recursos pela Comissão Nacional de Jurisdição (CNJ)

Apresentação de Reclamações/Recursos das Deliberações da Assembleia Eleitoral para a COC

Deliberação das reclamações apresentados à COC

Envio convocatórias para eleição do Presidente Federação e Delegados Congresso

Envio da ata das Assembleias Eleitorais à COC

Apresentação de Listas de Candidatos a Delegados ao Congresso

MAIO

3 dias após reclamação

Envio para a Sede Nacional todos os doc ref. ao pagamento de quotas eleições Federações

O DND envia os Cadernos Eleitorais Provisórios Eleições Federações

Pagamento de quotas eleições Federações

Marcação Comissão Nacional eleições Federações

Regularização quotas em atraso Federações

30 ou 1

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14 siGa-nos no tWitter @PSOCIALISTAsiGa-nos no tWitter @PSOCIALISTA

secção

cATARINA mARcELINo, PRESIdENTE do dNmS

“lei da paridade não resolve tudo”

o que mudou no departamen-to nacional das Mulheres so-cialistas desde que foi eleita presidente desta estrutura?Estamos a executar um plano de atividades muito virado para a formação e para a capacitação das mulheres para a política que está a ser articulado com os de-partamentos federativos.Em novembro passado fizemos uma ação de formação de for-madoras, com base no projeto das dinamarquesas do Women Can Do It, que envolveu mais de 20 formandas de todo o país, in-cluindo a Região Autónoma da Madeira.Estamos, pois, a preparar mulhe-res para participar de uma forma mais ativa e efetiva nas listas das autárquicas que se realizarão no próximo ano. É um investimento que, acreditamos, terá repercus-sões nas eleições de 2013.

Quais os principais projetos e iniciativas do dnMs neste 2012 de todas as dificuldades?O DNMS está a participar ativa-mente na revisão dos Estatutos e lançou um debate amplo sobre esta estrutura, que precisa de ser repensada e melhorada, do pon-to de vista do seu funcionamen-to, para que possa ser mais útil ao partido.Após uma discussão muito plural e participada, chegámos a um do-cumento final que traduz a vonta-de maioritária de manter vivo o Departamento, com algumas mu-danças, nomeadamente na sua

designação e missão: propomos chamar-se Departamento Nacio-nal das Mulheres Socialistas e da Igualdade de Género.Assim, propomo-nos ter uma missão mais abrangente, mas continuaremos a trabalhar em defesa da igualdade entre ho-mens e mulheres, porque na so-ciedade e na política continuam a ser evidentes as desigualdades.

sente preconceitos no Ps rela-tivamente ao departamento?Não de uma forma objetiva, mas, subjetivamente, há de fac-to preconceito relativamente ao DNMS. É preciso não esque-cer que esta estrutura é aquilo a que se chama discriminação po-sitiva. Ele não é para ser o redu-to do chá das tias. Estamos aqui para fazer política, para sermos úteis e ajudar o partido. Eu cos-tumo dizer que não queremos ser aparte, queremos ser parte do partido.

Como descreve a relação en-tre o dnMs e a atual direção do Ps no ciclo encetado com a sua liderança?A nossa relação é muito boa e po-sitiva. Aliás, temos a certeza de que o secretário-geral tem genu-ínas preocupações nesta área, tal como ficou patente nas ativida-des do 8 de março na qual Antó-nio José Seguro tomou parte.

o que falta fazer para ope-rar a mudança de paradigma que tornará a sociedade do

século XXi efetivamente mais paritária?É precisamente isso: mudar o pa-radigma. Até agora avançámos muito a nível legal, mas, a lei da paridade não resolve tudo.Ainda vivemos no paradigma do início do século XX, com um mo-delo no qual as mulheres desem-penham um papel reprodutor e os homens um papel produtor.O que é preciso é olhar para elas também como produtoras e que eles assumam mais o seu papel no seio familiar e em casa.Portanto, a mudança necessária deve operar-se ao nível da conci-liação da vida familiar com a vida profissional e no aceso das mu-lheres ao poder e à tomada de de-cisão. É nesta arena que tudo se joga e não apenas na esfera da legislação.

Como pode operar-se, na práti-ca, essa mudança?No curto prazo teremos de ir mais longe e operar outra mu-dança legislativa, nomeadamente no que diz respeito à licença pa-rental, no sentido de que ela seja verdadeiramente partilhada por homens e mulheres, ficando am-bos em casa com os bebés o mes-mo tempo. Assim, com a legis-lação a dar direitos aos pais e às mães em igualdade, os emprega-dores serão obrigados, na prática, a olhar para homens e mulheres da mesma maneira.

receia que a crise que vivemos, agravada pela austeridade im-

posta pelo executivo de direita, anule os avanços alcançados e promova um retrocesso nesta área?Até ao momento não há propos-tas em cima da mesa, quer da parte do Governo, quer na As-sembleia da República, que po-nham causa o nosso, dos socialis-tas, grande avanço nas políticas de igualdade: a lei da paridade, a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, a licen-ça de paternidade, o programa PARES, a lei do divórcio, a aten-ção dada à violência doméstica. Mas, a agenda política e gover-nativa não contemplam as ques-tões da igualdade, estando exclu-sivamente centradas nas ques-tões económicas e isso é perigo-so e estou convencida de que po-derá haver retrocessos nesta área se partidos como o PS não estive-rem muito vigilantes.

Perante os números negros do desemprego nacional, qual é a situação das mulheres?A situação das mulheres é bem pior do que a dos homens, não só no número de ativas desempre-gadas, mas também no que se re-fere ao desemprego de longa du-ração. Além disto, há muitas mu-lheres incluídas nos processos de despedimento coletivo e com contratos a termo a acabar. Ainda no desemprego jovem, as rapari-gas são mais afetadas também.

o que deve fazer o Ps?O PS já está a fazer. No dia 8 de

março apresentou uma reco-mendação e uma resolução na Assembleia da República para que o Governo levasse à Con-certação Social um pacto para a igualdade, tendo em conta esta situação, mas a maioria de direi-ta chumbou a iniciativa. Agora, é preciso continuar a apresentar propostas no Parlamento, des-tacar esta questão na sua agen-da política e não se calar, alertan-do a sociedade portuguesa.

Considera que na frequente-mente invocada necessidade de refundar o Ps há um papel central a desempenhar pelas mulheres?Não me parece que o PS, a sua ideologia, os seus valores ou princípios precisem de ser re-fundados. Precisamos é de achar formas criativas de operacionali-zar a ideologia socialista.Sabemos que a sustentabilida-de do Estado Social está em ris-co com o envelhecimento da po-pulação e que é preciso que as mulheres tenham mais filhos, pelo que é urgente apostar em políticas públicas que promo-vam a natalidade. Não se tra-ta de uma despesa, mas de um investimento.Por outro lado, se o PS integrar de forma equitativa mais mulhe-res e mais homens, a pensarem e agirem enquanto partido, mais experiências e realidades espe-lhará nas suas propostas, indo mais e melhor ao encontro do que as pessoas precisam.

As alterações legais no âmbito da igualdade de género e da paridade são vitórias dos governos do PS que devem orgulhar-nos, como socialistas, mas não são a solução para tudo, alerta Catarina Marcelino, presidente do Departamento Nacional de Mulheres Socialistas (DNMS), nesta entrevista ao “Acção Socialista”. marY rodriGUes

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15

O POEMA DA VIDA DE...

secção

ANTÓNIo coSTA LANçA “cAmINho AbERTo”

a política ao serviço do bem comumAntónio Costa afirmou, no dia 15 de Março, que gosta de ser político, “porque a política é uma forma honrada e digna de viver e servir a comunidade”. J. C. Castelo BranCo

amar! Florbela Espanca

Eu quero amar, amar, perdidamente!Amar só por amar: Aqui … além …Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente …Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente! …Prender ou desprender? É mal? É bem?Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente!

há uma Primavera em cada vida:É preciso cantá-la assim florida,Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nadaQue seja a minha noite uma alvorada,Que me saiba perder… pra me encontrar…

As palavras de António Costa fo-ram proferidas na sessão de lan-çamento do seu livro “Caminho aberto”, que decorreu na estação do Rossio. Uma obra dividida em 11 capítulos onde são abordados temas como, por exemplo, a imi-gração, a Europa, a justiça, a se-gurança interna, o sistema polí-tico e judicial e uma questão re-corrente, Lisboa, que é uma mar-ca indelével do seu percurso po-lítico ao serviço de causas e do bem comum.Numa intervenção que se seguiu à apresentação do seu livro pelo ex-presidente da Assembleia da República Jaime Gama, António Costa referiu que o seu livro “não é de memórias, nem de balanço da sua atividade política”, mas antes “um prestar de contas” do que tem feito nestes primeiros 20 anos de percurso.É um livro que, segundo o presi-dente da Câmara de Lisboa, con-tém “textos de intervenção polí-tica, marcados por valores, ideais e por vontade de prosseguir pro-jetos e objetivos”.António Costa fez um particular enfoque na sua condição de po-lítico, dizendo que cada vez mais se sente desconfortável quando no preenchimento de impressos

“A atividade política motiva-se por ideais, pela ambição de os realizar, a determinação de resolver problemas, o gosto de conceber projetos e criar equipas para o executar e uma forte vontade de fazer”

António Costa“Caminho aberto”

escreve advogado como sendo a sua profissão. “Cada vez me sinto menos advogado e cada vez me sinto mais político e, sobretudo nos últimos tempos, tenho von-tade de pôr um cartão de visita a dizer político”.E acrescentou na parte final da sua intervenção que foi “muito importante” para a sua forma-ção “ter sido militante da JS”, cri-ticando o facto de hoje ser moda dizer-se mal das organizações de juventude.Antes, Jaime Gama, a quem cou-be a apresentação do livro, pe-rante uma multidão de ami-gos de jornada e de partido, ex-

-presidentes da República, ex--governantes, deputados e per-sonalidades da cultura e de vá-rios quadrantes político-ideo-lógicos, elogiou o percurso po-lítico de António Costa, marca-do por “um reformismo prag-mático com valores” e pela “transformação e reformas com resultados”.Para o ex-presidente da Assem-bleia da República, António Cos-ta tem ainda um particular gosto pelas “disputas políticas que se saldam por um risco. Gosta de se confrontar com o risco eleitoral”, já que, frisou, “é aí que encontra força para realizar obra”.

“Como se os excessos de austeridade já não fossem por si só suficientes, a maioria dá, entre os seus protagonistas, claros sinais de desentendimento”

Nas últimas semanas o Governo tem acrescentado tensão social a uma opinião pública que há muito não conhece uma palavra de esperança!

O aumento exponencial do desemprego, a inexistência de opor-tunidades de um primeiro trabalho para os jovens ou a ausência de medidas concretas para estimular o crescimento e o emprego têm defraudado expetativas e provocado quebras máximas, his-tóricas, na economia e no índice de confiança dos consumidores.

Como se os excessos de austeridade já não fossem por si só sufi-cientes, a maioria dá, entre os seus protagonistas, claros sinais de desentendimento, seja na intendência dos lugares, na privatiza-ção da RTP, na extinção de freguesias ou numa exposição política mínima do responsável máximo do CDS.

Constatamos que a este cenário se soma agora uma relação mais difícil entre o Executivo de Passos Coelho e o Presidente da Repú-blica. Entre os esforços para negar este ambiente e as afirmações que o confirmam, todos concluem pelo menos uma coisa: esta co-operação institucional já conheceu dias melhores!

Por outro lado, um primeiro-ministro que afirmou, aquando do en-tendimento final com o CDS, “não usaremos nunca a situação que herdámos como desculpa para o que tivermos que fazer… Portu-gal terá um governo que nunca se irá desculpar com o passado”, não para de se desdizer. Tem explorado ao máximo esse passado, já julgado pelo eleitorado, procurando mesmo uma imagem nega-tiva de tudo aquilo que internacionalmente foi considerado bom: saúde, educação, segurança social, acesso à internet, banda larga, massificação de equipamentos informáticos, “Novas Oportunida-des”, energias renováveis, seja lá o que for, tudo está mal. Tudo é transformado em mais uma desculpa indevida!

Não é uma atitude avisada para o Governo e muito menos para o país. Para o Governo, porque a última novidade que temos é sobre a sua desagregação, como se percebeu pelo “apagar da luz” ao findo secretário de Estado da Energia. E para o país, porque todos damos conta que só se concentra no passado quem nada tem para dizer sobre o futuro!

José [email protected]

qUem nada tem a dizer soBre o fUtUro!

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16

última

aCompanhe-nos no faCeBooK SEDENACIONALPARTIDOSOCIALISTAaCompanhe-nos no faCeBooK SEDENACIONALPARTIDOSOCIALISTA

o Presidente da repúbli-ca enviou para o tribunal Constitucional o projecto de lei que criminalizava o en-riquecimento ilícito. Qual é a sua opinião sobre este diploma?Tenho uma visão diferente da visão do PSD/CDS relativa-mente à criminalização do en-riquecimento não transparen-te ou não justificado de funcio-nários públicos, como tal de-finidos em legislação penal. A minha abordagem não levan-ta qualquer espécie de incons-titucionalidade. O Presidente da Republica fez bem em man-dar o diploma para o tribunal constitucional, consideran-do as falhas que lhe são impu-tadas ao diploma, designada-mente, pelo principal partido da oposição. o Partido socialista apre-sentou recentemente um conjunto de iniciativas legis-lativas no sentido de comba-ter a corrupção e aumentar a transparência, iniciativas essas que foram chumbadas pela maioria Psd/Cds-PP. depois desta atitude, como é que vê a posição da maio-ria de direita no combate à corrupção?O chamado pacote da trans-parência proposto pelo PS foi chumbado na totalidade. Al-gumas das propostas têm mé-rito, por exemplo, a extensão do acesso às contas bancá-rias e a adoção de um princí-pio de pro-actividade por par-te da Administração em ma-téria do acesso dos cidadãos à informação. Estranho que o PSD/CDS não as tenham viabi-lizado, com manifesto prejuízo da sua coerência no campo do combate contra a corrupção e a favor da transparência.Mas para nós, socialistas, o grande problema de fundo de-verá ser que o seu chumbo te-

nha acontecido sem que tal te-nha chocado profundamen-te a opinião pública e publica-da. Mesmo a própria comuni-cação social limitou-se a fazer do caso um relato factual des-valorizado. Porquê? A respos-ta é simples mas terrível: tudo se passou como se o PS não ti-vesse a credibilidade mínima para apresentar propostas vá-lidas e importantes de com-bate à corrupção. Como se só pudesse propor lateralidades. É a consequência natural da desastrosa postura assumida desde 2006 até ao início desta legislatura. Também não aju-da nada o facto de aqueles que hoje se apresentam como os credibilizadores da dedicação do PS ao combate à corrupção sejam exatamente os mesmos que a opinião pública identifi-ca inequivocamente com a de-sastrosa orientação de 2006 e anos seguintes.O comportamento recente do PS quanto à criminalização do enriquecimento não transpa-rente só podia reforçar essa desconfiança. Compreende--se perfeitamente que o PS não tenha dado o seu acordo à criminalização do enrique-cimento ilícito, tal como pro-posto pelo PSD e CDS. O que não se compreende é que os preâmbulos das propostas do PS sejam a exaltação mais ex-pressiva possível do excecio-

nal primado do princípio da transparência como condição sine qua non da credibilida-de das instituições democráti-cas para daí se tirar a conclu-são de que o enriquecimen-to não transparente não justi-ficado não tem a menor rele-vância criminal autónoma, fi-cando-se por mero ilícito fis-cal. Maior incoerência não é possível. Já é preciso ter muita vontade de chutar a bola para o pinhal. E todos se apercebe-ram disso, parece.

em termos de luta contra a corrupção e contra o enri-quecimento ilícito, a sua po-sição é largamente conheci-da. tendo em conta existên-cia de uma vontade politica da direcção do Ps e do Gru-po Parlamentar de lutar por uma maior transparência, qual é que é a questão fun-damental que urge resol-ver de forma a debelar estes flagelos?A linha-mestra das minhas propostas é a prevenção, aci-ma de tudo, e a severa puni-ção da corrupção, em senti-do lato, incluindo o tráfico de influências, como grave ofen-sa ao bem jurídico constitu-cionalmente garantido da cre-dibilidade das instituições de-mocráticas. O PS e o seu Grupo Parlamentar conhecem muito bem essas propostas.

TRÊS PERguNTAS A JoÃo Cravinho

“Temos que ser percepcionados na sociedade portuguesa como um partido credível e efectivamente aberto à participação cívica dos militantes e dos simpatizantes”

alternativa

Carlos [email protected]

Termina no final deste mês o processo de debate interno e com a sociedade civil com vista à modernização dos Esta-tutos do PS. Os Estatutos são uma peça meramente ins-

trumental no funcionamento de um partido, mas definem uma matriz de relacionamento interno e externo determinantes para o seu sucesso. Num momento em que a crise económica e social tem muito de crise de representação, é a partir dum novo e moderno quadro de funcionamento que o nosso partido pode consolidar a alternativa política que tem vindo a construir no novo ciclo e de que a socie-dade portuguesa tanto necessita.Temos que ser percepcionados na sociedade portuguesa como um partido credível e efectivamente aberto à participação cívica dos militantes e dos simpatizantes. Neste contexto, os processos de escolha e de decisão têm que ser absolutamente transparentes e têm que ser criados patamares de participação flexível com direi-tos e deveres bem definidos.Uma gestão adequada das bases de dados e o uso das novas ferra-mentas tecnológicas de participação interactiva podem e devem complementar os mecanismos de militância directa.O LIPP – Laboratório de Ideias e Projetos para Portugal terá nes-te domínio um papel decisivo e deverá multiplicar-se em redes de formação de propostas e soluções sectoriais ou territoriais, arti-culando com as estruturas do partido e com o Grupo Parlamentar.O Grupo Parlamentar do PS tem hoje um regulamento propos-to pelo secretário-geral, António José Seguro, e aprovado pelos seus membros que é um exemplo de máxima liberdade e máxima responsabilidade.Ser pioneiro nem sempre é um caminho fácil. O pioneirismo na relação aberta com a sociedade civil tem no entanto feito do PS o partido mais forte e socialmente enraizado da nossa democracia e conduzir-nos-á a um novo ciclo de vitórias eleitorais.Um novo ciclo de políticas e de vitórias para o qual o Grupo Par-lamentar do PS, com a riqueza da sua diversidade e a solidez dos valores e das competências que o estruturam, dará um contributo solidário e determinante.

diretor Marcos Sá // conselho editorial Joel hasse Ferreira, Carlos Petronilho Oliveira, Paula Esteves, Paulo Noguês // chefe de redação Paulo Ferreira // redação J.C. Castelo branco, Mary Rodrigues, Rui Solano de Almeida // colunistas permanentes Maria de belém presideNte do ps, Carlos César presideNte do ps açores, Jacinto Serrão presideNte do ps madeira, Carlos Zorrinho presideNte do grupo parlameNtar do ps, Rui Solheiro presideNte da aNa ps, Ferro Rodrigues deputado, Catarina Marcelino presideNte das mulheres socialistas, João Proença teNdêNcia siNdical socialista, Jamila Madeira secretariado NacioNal, Eurico Dias secretariado NacioNal, álvaro beleza secretariado NacioNal, Pedro Alves secretário-geral da juveNtude socialista // secretariado Ana Maria Santos // layout, paginação e edição internet Gabinete de Comunicação do Partido Socialista - Francisco Sandoval // redação, administração e expedição Partido Socialista, Largo do Rato 2, 1269-143 Lisboa; Telefone 21 382 20 00, Fax 21 382 20 33 // [email protected] // depósito legal 21339/88 // issn 0871-102Ximpressão Mirandela, Artes Gráficas SA

Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos autores. O “Acção Socialista“ já adotou as normas do novo Acordo Ortográfico.

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Nº 77 • MARÇO DE 2012Suplemento Informativo dos Deputados Socialistas no Parlamento Europeu

Grécia: já basta!

Agir contra a seca

Elisa Ferreira

Os Socialistas no Parlamento Europeu resol-veram dizer “basta!” ao poder descontrolado de uma “troika” que, sem aparentemente prestar contas a ninguém, vai traçando o destino dos Gregos, dos Irlandeses e dos Portugueses, ameaçando ainda alargar o seu poder à Itália, à Espanha, à França... É que, amarrados como estamos todos ao mesmo barco, a ideia de que a Grécia pode ser em-purrada borda fora enquanto todos os outros passageiros se mantêm a bordo é, porque errada e ilusória, terrivelmente perigosa. Se a Grécia cair, o efeito dominó é mais do que provável…Merecerá a Grécia cair? Fomos todos (refi-ro-me aos países com problemas) convenci-dos de que pecámos, é-nos depois oferecida uma penitência que, se adequadamente cumprida, nos levará à salvação. Nesta nar-rativa, é verdade que algumas característi-cas da história grega – como a fragilidade das estatísticas ou a ausência de eficácia do sistema fiscal – ilustram a caricatura que tantos lhe querem colar; mas será que a ruína de mais de onze milhões de cidadãos

europeus é o castigo adequado para tais erros? E quanto à narrativa de fundo: será que, ao longo da década de funcionamento do Euro, o empobrecimento progressivo do “Sul” com o “Norte” a acumular ganhos se explica apenas pelo pecado de uns e pela virtude de outros? Será que também não será “pecado” ter criado uma moeda única partilhada por dezassete países sem ne-nhum instrumento sério para a defender em tempo de crise? Este é um debate que, a seu tempo, terá de ser feito.De momento, é outra a questão preocupan-te: debaixo da tutela da troika, a “penitência” grega instalou no país um inferno económi-co e social sem fim à vista no lugar da pro-metida salvação: o esmagamento de salá-rios e pensões, combinado com um aumento brutal dos impostos (há 32 novos impostos) e acrescido dos despedimentos no setor pú-blico, reduziram para metade o rendimento disponível da maioria dos gregos; sem pro-cura interna, generalizou-se a falência de empresas (200.000 desde 2009), ademais precipitada pela inexistência de crédito em resultado da fuga de capitais justificada pela ameaça de regresso ao dracma; o de-

semprego já afeta 20% da população e 48% dos jovens; o PIB reduziu-se em quase 7% em 2011 e, no ano corrente, atingir-se-á o recorde (para países da Zona Euro) de uma recessão que se mantém pelo quinto ano consecutivo, tendo-se perdido, em termos cumulativos, 20% do PIB; a dívida explodiu e o recente acordo de credores pouco mais fez do que abrir um curto espaço de respi-ração, com consequências ainda por avaliar.

Criámos, nós PSE, uma “troika para o cresci-mento e o emprego”. Com dois objetivos: em primeiro lugar, propor elementos para uma agenda alternativa; em segundo lugar, per-guntar à verdadeira troika de onde lhe vem a legitimidade e quem responde pelos erros clamorosos da sua receita? E, pela primeira vez, no próximo dia 27 a troika prestará con-tas públicas no Parlamento Europeu. Talvez possa ser o princípio de qualquer coisa...

Capoulas Santos Portugal e outros Estados membros da UE estão a sofrer um novo ciclo de seca. Um fe-nómeno que é recorrente nos países do sul e que há bastante tempo se tornara evidente que ganhava forma em Portugal, neste ano de 2012. Este vai ser um teste decisivo para o governo. É que agora já não se trata de no-mear grupos de trabalho ou de encomendar estudos. Trata-se de agir e depressa.Penso que seria de bom-tom alguma conten-ção verbal e a ausência de recurso a expe-dientes demagógicos, pelo respeito mínimo que os agricultores merecem. Sei que quem no passado usou a “lavoura” e os “lavrado-res” como arma de arremesso político tem agora mais dificuldades em fazê-lo mas, precisamente por isso, exige-se coerência e ação.Assisti a deputados dos partidos que apoiam o governo a responsabilizarem, na comuni-cação social, a União Europeia e a exigirem apoios financeiros excecionais para acudir à situação. O governo, reconheça-se, não o fez explicitamente, mas também não se demar-cou com clareza.Ora, quem conhece minimamente a regu-

lamentação comunitária e os respetivos instrumentos financeiros, sabe que, neste momento, Bruxelas só pode ajudar de duas formas e nenhuma delas permite a mobiliza-ção de um único euro adicional que seja para este fim. A primeira, consiste no pedido de antecipação dos pagamentos diretos, a que os agricultores já têm direito, em dois meses, isto é, pagar em outubro, o que só deveria ser

pago em dezembro. É pouco, mas é uma aju-dinha para as depauperadas tesourarias de muitos agricultores. Constato que o governo fez esse pedido, e bem. Contudo, parece que o facto de não ter concluído o parcelário até ao final do ano, como se comprometera, vai impedir que os agricultores possam benefi-ciar de 20% dos pagamentos que lhes eram já devidos pelo ano de 2011, o que poderá também comprometer qualquer pedido de adiantamento.A segunda, consiste em autorizar o aumento do limite financeiro que cada Estado-mem-bro pode atribuir aos seus agricultores, do seu próprio orçamento, sem que tal seja con-siderado uma ajuda incompatível com o direi-to comunitário. Esse limite é atualmente de 7500€ por exploração e, no caso português, alguns agricultores já não poderão beneficiar de qualquer apoio adicional se este montante não for elevado, uma vez que algumas aju-das, como o gasóleo verde, já estão sob a aplicação deste mecanismo legal.Neste momento é necessário, como sempre se fez no passado em situações idênticas, atribuir alguma ajuda financeira para a ali-mentação animal, para evitar abates indiscri-minados, incluindo de efetivos reprodutores.

O regulamento que permite o acionamento desta medida (Reg. 1896/2006), e apoiar até 90% das perdas sofridas, exige que “a calamidade” tenha destruído mais de 30% da produção anual média dos últimos 3 anos, ou dos últimos 5, excluindo os anos com os valores mais alto e mais baixo. Isto, caso os agricultores tenham feito seguro de metade da sua produção. Em caso negativo, essa aju-da só pode ir até 50%. Apesar de ignorar se esta situação se verifi-cava ou não em Portugal, tomei a iniciativa de propor, no Parlamento Europeu, no passa-do dia 7 de março, a inclusão deste tema na agenda de uma das suas próximas sessões plenárias e fiquei satisfeito quando constatei que, no dia seguinte, a ministra da agricul-tura, fez idêntico pedido à Comissão, o que comprova que esta situação já se confirma, caso contrário, o governo não se sujeitaria a formular um pedido para o ver rejeitado. De-sejemos pois que o Ministério da Agricultura, neste contexto difícil que o país vive, tenha força politica suficiente, no seio do gover-no, para mobilizar urgentemente apoios e, ao mesmo tempo comprovar que a amiza-de pela “lavoura” não era um mero slogan eleitoral.

Elisa Ferreira integrou troika socialista que se deslocou a Atenas

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ACtuAlidAdENº 77 | MARÇO 2012 | 2

A importância de umas eleições

Como romper com a insularidade energética?

António Correia de Campos Nunca como agora as eleições num estado--membro são tão importantes para o futuro da Europa, como acontece com as eleições francesas. Desde logo por os temas euro-peus (crise, Shengen, mercado único, ener-gia, ambiente) terem entrado definitivamen-te na agenda política interna; depois, porque os dois principais candidatos, Sarkozy e Hollande tiram meças de europeismo. Mas sobretudo porque o futuro económico dos 27 está altamente dependente da posição de cada contendor e estas são ideologica-mente muito diversas, se não opostas. Mas vejamos: o candidato Sarkozy que já se ha-via manifestado, não sabemos se genuina-mente, a favor da taxa sobre as transações financeiras e as obrigações de estabilidade (Eurobonds) quando lhe interessava seduzir o centro, neste momento, carecendo de vo-tos da direita, não recua no instinto xenófobo e no protecionismo. No gigantesco comício de Villepinte (Paris), a 11 de março, admi-tiu uma eventual saída da França do Espa-ço Shengen, o que significaria o regresso do controlo de fronteiras e de passaportes para quem viaje para a doce França e manifestou--se a favor do protecionismo no mercado eu-ropeu, em concursos públicos, para prevenir a concorrência de países que não cumpram

regras ambientais nem de proteção social, a saber, a Índia, a Rússia e a China. As reações europeias não se fizeram esperar. Da Alema-nha, um porta-voz de Merkel lembrou que “a livre circulação na UE era um bem precioso (...) e uma das suas realizações mais concre-tas”. De Bruxelas, a Comissária Malmström explicou que as regras de Shengen são par-te integrante do Tratado da UE. Quanto aos

concursos públicos, o Comissário Barnier deu uma “mãozinha” a Sarkozy, prometendo a apresentação em 21 de março de um novo regulamento que sem ser protecionista, per-mitiria afastar dos concursos públicos as empresas dos países terceiros que não apli-quem as regras de reciprocidade para com a Europa.Hollande, por seu turno, havia declarado

uma semana antes, que o tratado sobre a “Estabilidade, Coordenação e Governança na UEM”, conhecido por Fiscal Compact, rubri-cado no Conselho Europeu do início de mar-ço, veria a sua revisão proposta pela França caso ele vencesse as eleições. E para fechar o ciclo das afirmações sonantes, declarou que pretendia subir para a taxa de 75% o im-posto sobre o rendimento dos Franceses a partir de um milhão de Euros de rendimento anual.Mas o mais importante destas eleições é que elas colocam a ideologia no centro da deci-são. Sarkozy, pela sua simbiose com Angela Merkel, tornou-se um executante da direita europeia e no principal apoio da Chancele-rina. A anunciada recusa de alguns chefes de governo em receber Hollande durante a campanha, enquadra-se num pelo menos inicial cerrar de fileiras contra a esquerda. (Inicial, apenas, porque tudo pode mudar se as sondagens confirmarem uma poten-cial derrota de Sarkozy). O futuro econó-mico da Europa nunca esteve, como agora, tão dependente da ideologia. Se Hollande for derrotado, tudo continua como está e a esquerda vê adiada por longos anos um re-gresso aos palcos do poder em vários Esta-dos-membros. Se Sarkozy for vencido pelo candidato socialista, nem tudo serão rosas, mas tudo será diferente. Para a Europa e para Portugal.

luís Paulo Alves A energia é um fator estratégico para o desenvolvimento. Se numa região con-tinental a questão do futuro energético constitui um desafio de elevada comple-xidade, numa região insular isolada, esse desafio exponencia-se. Neste domínio, o desafio que enfrentam as ilhas europeias, e particularmente as das regiões ultra-periféricas, é mais complexo, porquanto a sua localização e características geo-gráficas determinam sistemas fechados sem ligação física a redes de energia, de transportes, gasodutos ou oleodutos, utilizados nas regiões continentais.Mas, é possível responder à insularida-de energética. A melhor resposta é, sem dúvida, romper com a dependência ener-gética. E os Açores têm um plano: Green Islands.O Green Islands é um projeto bandeira do MIT-Portugal que envolve o Governo Regional, a Universidade dos Açores e a Fundação para a Ciência e Tecnologia, e que tem objetivos ambiciosos: alcançar 75% de produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis em 2018, quando hoje já se atinge 28% e na ener-gia primária alcançar nessa data os 40% a partir das renováveis, estando hoje ao nível de 13%. Os Açores têm trabalhado no seu poten-cial para usar os seus recursos endóge-nos de modo a produzir energia geotér-

mica, do vento, solar, hídrica, biomassa e marinha.O Green Islands está a desenvolver nos Açores ferramentas inovadoras que per-mitam satisfazer as necessidades ener-géticas através de recursos locais. A par disto procuram-se desenhar micro-redes

inteligentes e outras opções para a rede energética, que permitam a coexistência de procura e oferta de energia dinâmicas, para aplicar em ilhas isoladas bem como para ilhas “urbanas” interligadas. O Green Islands tem 18 equipas de tra-balho a promover a utilização de redes

inteligentes de energia, a criação de ce-nários integrados para as ilhas, a utili-zação inteligente de energia, uma nova dinâmica dos recursos renováveis e uma mobilidade sustentável.As ilhas como os Açores constituem im-portantes laboratórios, situados no meio dos oceanos. Também no campo energé-tico, são enormes as suas possibilidades e as condições favoráveis para ações de desenvolvimento e de demonstração de novas tecnologias, porque, para além do facto de apresentarem condições natu-rais favoráveis para as energia renová-veis, a sua pequena dimensão e o seu iso-lamento físico permitem ser laboratório real, onde é possível um melhor controlo das variáveis dos sistemas energéticos, com um potencial elevado de desenvol-vimento tecnológico e aplicação noutros contextos.Assim, a procura de soluções especificas no domínio da energia, poderá dar uma preciosa contribuição para o desenvol-vimento tecnológico da União Europeia, em particular, em certos domínios emer-gentes, como as energias renováveis, as pilhas de combustível, a gestão das re-des elétricas isoladas, que constituem formas de romper com o isolamento energético e com o paradigma energético do carbono. É por isso que uma politica energética na UE não pode deixar de in-cluir nas suas prioridades todo este po-tencial em desenvolvimento.

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ACtuAlidAdE Nº 77 | MARÇO 2012 | 3

Atacar irão não trava programa nuclear

desigualdade salarial

Ana Gomes Bombardear o Irão, a pretexto de acabar com o programa nuclear - ainda que civil, mas facilmente convertível em militar - não seria “trigo limpo” para Israel, como foi a destruição da central nuclear de Osiraq, no Iraque, em 1981, ou a de Al Ki-bar, na Síria, em 2007: não só as centrais nucleares iranianas estão disseminadas e junto a aglomerados populacionais, como um ataque instigaria Teerão a acelerar o enriquecimento de urânio. O Primeiro-Mi-nistro Benjamin Netanyahu esteve no iní-cio deste mês em Washington para evocar a ameaça existencial que o Irão de Ah-madinejad coloca a Israel e agitar a pos-sibilidade de um ataque militar ao Irão. Mas, por muito que precise de agradar à comunidade judaica em ano de eleições, o Presidente Obama sabe que um ataque militar unirá o povo iraniano em torno do regime dos ayatollahs e justificará que o Irão passe a investir abertamente em ca-pacidades nucleares militares, a pretexto de se defender. A verdade é que, se o re-gime iraniano desejar mesmo ter a bomba nuclear, vai tê-la, mais cedo ou mais tar-de, com ou sem bombardeamento - como avisam especialistas israelitas militares e dos serviços secretos, procurando dissu-adir os “falcões” de Israel e EUA de apro-veitar este ano para precipitar um ataque. Esses mesmos especialistas avisam para a vulnerabilidade em que se acharia a se-gurança de Israel na região se não conse-guisse destroçar completamente o arse-

nal nuclear iraniano. Além de que Teerão teria sempre capacidade de retaliar por meios convencionais...Uma das mais graves consequências do jogo de rato e gato para que Teerão con-tinua a desafiar a comunidade internacio-nal, por interposta AIEA e em violação dos seus deveres como membro do Trata-do de Não Proliferação Nuclear, respeita à corrida ao armamento nuclear a que incita outros países da região. Egito, Jordânia e sobretudo Arábia Saudita sentem-se tão

ameaçados como Israel com a perspetiva do poder nuclear iraniano (ou mais ainda, pois Israel, embora não o declare, há mui-to que tem a proteção de o possuir...). Nos confrontos assassinos que hoje se travam na Siria está bem presente esta dimensão de conflito sunita/chiita que opõe o Irão à Arábia Saudita e outros regimes do Golfo.Para evitar a catástrofe para a região (e não só, até porque o preço do petróleo se ressentiria imediatamente) que um ata-que militar israelita a Teerão certamen-

te implicaria, como deve posicionar-se a União Europeia?Deve, antes de mais, reforçar a pressão diplomática sobre Teerão e garantir que são rigorosamente obedecidas por todos os Estados Membros as sanções econó-micas e financeiras decretadas. Que, jun-tamente com as americanas, já estão a ter impacto, até nas dissensões dentro do regime iraniano, a ponto de se especular que o Supremo Líder Khamenei se apres-ta a por na rua Ahmadinejad e que muitos altos quadros ponderam a vantagem de comprar o reconhecimento americano, em troca de largar as veleidades do pode-rio nuclear. A Alta Representante Catherine Ashton deve também esforçar-se, no contexto do diálogo transatlântico, por alinhar a Administração Obama num esforço diplo-mático que afaste a intervenção militar - neste sentido é fundamental demons-trar que a UE, designadamente no qua-dro das conversações 3+3 (Reino Unido, França, Alemanha + EUA, China, Rússia), está disponível para explorar todas as oportunidades de negociação com Teerão sobre o respetivo programa nuclear. E, finalmente, cabe à UE redobrar esforços no apoio concreto às forças da sociedade civil iraniana que continuam a lutar contra o regime opressivo e intolerante dos aya-tollahs, encorajando-as a organizar-se e mandando-lhes sinais inequívocos de que a UE não venderá o apoio aos direitos hu-manos no Irão por um qualquer negócio no dossier nuclear.

Edite Estrela Lilly Ledbetter era supervisora de uma empresa de pneus no Estado de Alabama. Pouco antes de se reformar, tomou co-nhecimento de que, durante quinze anos, recebera 40% menos do que os colegas homens, pelo mesmo tipo de trabalho. A trabalhadora decidiu, então, avançar com um processo na Justiça e ganhou. Tendo em conta que em muitos Estados as mu-lheres recebiam menos que os homens pelo mesmo tipo de funções, o presidente Barak Obama, no início do seu mandato, decidiu alterar a legislação e promulgou a lei para a igualdade salarial, a Lilly Le-dbetter Fair Pay Act, em homenagem a esta trabalhadora.O caso de Lilly Ledbetter é revelador das desigualdades persistentes a que as mu-lheres estão sujeitas, mesmo nas regiões mais desenvolvidas do planeta. É evidente que não é a mesma coisa ser-se mulher num país desenvolvido ou num país em desenvolvimento, num Estado laico ou num país islâmico… Mesmo na Europa, as mulheres continuam a ser confronta-das com diferentes discriminações: ter de escolher entre ser mãe ou manter o lugar de chefia; escolher entre acompanhar os filhos na doença ou progredir na carreira; ganhar menos que os homens ou ir para o

desemprego.Na União Europeia, o princípio da igualda-de de oportunidades e de tratamento en-tre homens e mulheres em domínios liga-dos ao emprego e à atividade profissional consta nos Tratados, desde 1957. Apesar da legislação, as mulheres europeias ganham atualmente, em média, menos 16,4% que os homens para trabalho igual ou de igual valor. Há Estados-membros que apresentam ligeiras melhorias, como a Eslovénia e a Polónia. Os maus exem-

plos vêm da Áustria e da República Checa, onde o fosso salarial é superior a 25% . Em alguns países - Hungria, Letónia, Malta, Portugal e Roménia – as diferenças sala-riais aumentaram nos últimos anos. Por-tugal foi onde se verificou o maior aumen-to (8,3% em 2007, 9,2% em 2008, 10% em 2009 e 12,8% em 2010). E, no entanto, as mulheres estão já em maioria nas Univer-sidades, são 60% dos licenciados e 55% dos doutorados.No passado dia 8 de março, comemorou-

-se mais um dia internacional da mulher. Muitas pessoas perguntam se tal faz ain-da sentido? Infelizmente, faz. A luta pela igualdade entre homens e mulheres é um processo feito de avanços e recuos, mas é evidente que colocar a metade feminina da sociedade ao mesmo nível da metade masculina exige muito mais do que um dia comemorativo. Tem um valor simbólico. O mesmo acontece com o dia europeu da igualdade salarial, uma iniciativa da Co-missária Vivianne Reding. O dia europeu da igualdade salarial varia, todos os anos, em função do fosso salarial: 5 de março, em 2011 e 2 de março, este ano. Significa que as mulheres europeias tiveram de tra-balhar, em média, mais dois meses que os homens para ganharem o mesmo que eles.As políticas de igualdade de género não são políticas menores nem assunto exclu-sivo das mulheres. Pelo contrário, dizem respeito a toda a sociedade e influenciam toda a organização social. As sociedades mais evoluídas são aquelas em que ho-mens e mulheres partilham igualmente o espaço público e o privado. Tendo o mes-mo direito que os homens à realização profissional, à progressão na carreira e a salário igual para trabalho igual, as mu-lheres não podem, por isso, trabalhar o mesmo que os homens fora de casa e o triplo dentro de casa.

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FICHATÉCNICA

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ACtuAlidAdENº 77 | MARÇO 2012 | 4

ACtA Vital Moreira Corre uma grande controvérsia na União Europeia e em alguns Estados-membros sobre o Acordo Comercial Anticontra-facção -- ACTA na sigla inglesa (Anti--counterfeiting Trade Agreement) --, uma convenção internacional negociada entre a UE e um pequeno número de pa-íses, quase todos países desenvolvidos. Mas a maior parte das críticas não tem o mínimo fundamento no texto do Acordo.Como o próprio nome diz, trata-se de um acordo cujo objetivo é combater o comér-cio internacional em bens ou serviços que violem os direitos de propriedade inte-lectual (DPI), desde os direitos de autor (copyright) às denominações de origem geográfica, passando pelas marcas e pe-las patentes, entre outros. O objetivo do Acordo é harmonizar e reforçar uma luta comum contra a pirataria, a contrafação e a falsificação com escala comercial.Uma economia como a da UE, baseada no conhecimento, na investigação e na inovação, não pode dispensar um ele-vado nível de proteção dos direitos de propriedade intelectual, bem como a efetivação dessa proteção no terreno. Os direitos de propriedade intelectual são a principal matéria-prima de que se

faz a competitividade da economia eu-ropeia, que não pode competir de outra maneira com economias de baixos salá-rios e de baixos níveis de proteção social e ambiental. Todos os anos, a economia europeia perde milhões e milhões de eu-ros em resultado da invasão de pirataria e da contrafação no mercado da União, com origem especialmente da China. Os principais beneficiários do ACTA são os criadores, os artistas, os investigadores, os inventores, as empresas que investem em inovação, os trabalhadores que nelas trabalham, os consumidores que são ví-timas de produtos falsificados, incluindo medicamentos.O ACTA é somente um acordo de “en-forcement” internacional dos DPI. Não altera o objeto nem o âmbito da sua pro-teção, quer a nível internacional (nomea-damente o Acordo TRIPS da OMC), nem a nível da UE, nem a nível nacional. O que era permitido antes do ACTA continua a ser permitido; só o que era proibido con-tinua a ser proibido. Do que se trata é de tornar essa proteção mais efetiva na prá-tica, a nível internacional.A maior polémica foi levantada a propó-sito da proteção dos DPI no ambiente digital, ou seja, na Internet. Mas, se bem interpretado o ACTA, não têm fundamen-

to as objeções contra ele. Ele não afeta o direito individual dos utentes a fazerem “download” ilegal de material protegido disponibilizado na Internet nem o direi-to de o compartilharem com amigos ou conhecidos. O ACTA também não impõe nenhuma obrigação de vigilância dos ISP sobre os seus utentes, tampouco per-mite a interdição de acesso à Internet por motivo de dowload ilegal. Os únicos alvos da ACTA na Internet são os web-sites que proporcionam acesso ilegal, à escala comercial, a material protegido. O ACTA prevê que a identificação dos res-ponsáveis por esses websites pode ser ordenada por autoridade pública compe-tente, a pedido dos titulares de direitos de propriedade intelectual violados, para efeitos de julgamento civil ou penal. Não se vê em que é que isso infringe o direi-to de acesso à Internet ou a privacidade dos seus utilizadores.A verdade é que há na Internet muitos fornecedores de acesso a material ilegal (música, espetáculos, literatura, progra-mas de computador, artigos contrafei-tos, produtos falsificados) que ganham milhões de euros à custa dos direitos de prioridade intelectual dos seus cria-dores, que assim são privados do rendi-mento das suas criações. Ora, não se vê

nenhuma razão para distinguir entre uma loja aberta ao público que venda material pirateado ou contrafeito (que obviamen-te é ilegal e pode ser punida) e uma loja virtual que ofereça os mesmos produtos na Internet.Compreende-se que os partidos “piratas” e seus apoiantes sejam contra o ACTA, visto que defendem o livre acesso gra-tuito e sem imites às criações alheias na Internet. Compreende-se também que os partidos da esquerda radical sejam contra o ACTA, visto que para eles toda a proprie-dade, incluindo a propriedade intelectual, é um “roubo”, não merecendo portanto ne-nhum respeito. Todavia, os partidos res-ponsáveis, que defendam os direitos dos criadores bem como a competitividade e o emprego na União, não podem deixar de apoiar o ACTA.A verdade é que os DPI são direitos fun-damentais, protegidos tanto pela CRP e pela Carta de Direitos Fundamentais da UE, além de serem direitos humanos dos artistas, criadores, inventores e investi-gadores. Em contrapartida, não existe nenhum direito à pirataria nem à contra-fação de obras protegidas por DPI de ou-trem, não merecendo qualquer respeito ou proteção.

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Director Igor Carvalho Directores-Adjuntos André Valentim, João Correia e Susana GuimarãesEquipa Responsável Alexandra Domingos, Bruno Domingos, Guido Teles, Mariana Burguette, Marta Pereira, Richad Majid e Vasco Casimiro

ÓRGÃO OFICIAL DA JUVENTUDE SOCIALISTA

SocıalistaJovem nº 509 MARço 2012

Semanas FederativasAveiro + Viana de Castelo

educaçãodefender a

ENSINO SUPERIOR>JS formulou 35 perguntas ao Governo sobre processamento de bolsas>JS apresentou na assembleia da república um projecto de resolução sobre acção social >JS vai aposta no reforço da participação democrática dos estudantes na gestão

BÁSICO E SECUNDÁRIO> JS recusa reforma curricular contrária aos fins escola pública

>JS não quer recuos na requalificação das escolas

>JS em defesa da presença dos estudantes nos Conselhos Pedagógicos

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SocıalistaJovem

por andré Valentim›› [email protected]

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a PS em defesa do SNSO Partido Socialista saiu em defesa do Sistema Nacional de Saúde, do qual, com orgulho, somos os fundadores, e percorreu o país, visitando várias unidades de saúde, com vista a conhecer as várias realidades e desta forma poder defender melhor os interesses dos portugueses.

Rui Rio e a homofobiaA Câmara Municipal do Porto cobrava, até este ano, taxa de ruído à Marcha do Orgulho LGBT. Foi preciso a situação ser denunciada na imprensa e um Vereador da oposição ter proposto a suspensão da cobrança de multas para a situação ser normalizada. A organização, à imprensa, afirmou que “a Câmara (do Porto) nunca apoiou a MOP, ao contrário de Lisboa. E é dos eventos que mais pessoas leva às ruas, tendo a adesão crescido 10 vezes em cinco anos”

Mais Despesa, Menos ReceitaO consumo diminuiu e como tal a receita de IVA também. Mais grave ainda é o efeito bola de neve que se gera, com as empresas a vender menos, o que além de todo o prejuízo para o setor gera também uma quebra acentuada da receita de IRC. Ou seja, o resultado de tanta austeridade, que tem asfixiado os portugueses é apenas um: uma quebra de 4,3% na receita fiscal, face ao período homólogo.

Curto-circuitoO Secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, é a primeira baixa do governo. Henrique Gomes estava a preparar um plano de renegociação dos subsídios e tarifas fixas a pagar ao setor elétrico, cerca de 600 M€. Estava assim declarada “guerra aberta” à EDP de António Mexia, que parece não ter gostado. Os pratos da balança ditaram o vencedor, e o Secretário de Estado acabou por se demitir.

›› O ínicio do ano de 2012 tem sido marcado por intensa actividade no plano da educação, depois de um mês de Dezembro em que ONESES e ONSEBS promoveram o debate interno e a difusão de propostas políticas fundamentais para a garantia da aposta no ensino.

enSino SuperiorNo plano do ensino superior, depois de uma insuficiente

prestação de esclarecimentos pelo Secretário de Estado

do Ensino Superior na Comissão parlamentar de Edu-

caçao, a JS formulou 35 perguntas ao Governo (um para

cada instituição, escola não integrada e para o ensino

particular e cooperativo) solicitando 14 itens relativos a

candidaturas a bolsas, pagamentos, valores médios e

dados quanto a propinas, ainda aguardando resposta no

momento do fecho desta edição.

Paralelamente, perante o relato de inúmeros casos de

atrasos e indeferimento de pedidos de bolsas, a JS promo-

veu com o PS a apresentação de uma resolução com inúme-

ras recomendações ao Governo para correcção de injustiças

e ineficiências,

Finalmente, para assinalar os 50 anos da crise académica

de 1962, a JS vai apresentar um projecto de lei de revisão do

Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES),

com vista a reforçar a presença dos estudantes e funcioná-

rios não-docentes e a assegurar a representatividade das

associações de estudantes nos órgãos.

enSino BáSico e SecundárioA JS tem vindo a acompanhar, através da ONESEBS, as prin-

cipais reformas curriculares propostas pelo actual executivo

PSD-CDS e produziu um extenso documento de contritbu-

tos para a discussão pública sobre o novo plano curricular,

em que enfatizou a necessidade de salvaguardar a forma-

ção cívica como componente essencial da oferta formativa

e em que recusou a pouco estruturada proposta apresen-

tada pelo Governo. Mais recentemente, a JS tomou posi-

ção contra a projectada exclusão dos alunos dos Conselhos

Pedagógicos das escolas, medida destinada a reduzir ainda

mais a participação democrática na escola e a tornar mais

opaca a gestão dos estabelecimentos. Na frente parlamen-

tar, a JS promoveu a apresentação de uma resolução sobre

pequenos-almoços nas escolas, para os alunos mais caren-

ciados, que aguarda discussão em plenário.

início de 2012 marcado por iniciativas na área da educação

repreSentanteS da JS eleitoS no cnJDiogo Leão, Secretário Nacional para os Mo-vimentos Sociais e presidente da Concelhia de Lisboa, foi reeleito membro da direcção do Conselho Nacional de Juventude, na Assembleia-Geral realizada nos dias 24, 25 e 26 de Março, em Braga, tendo também sido eleito como Presidente da Mesa da Assembleia-Geral do CNJ o Secretário Nacional Ricardo Lino.

comiSSão nacional reúne em Vila franca de XiraA Comissão Nacional reuniu no passado dia 4 de Março no Palácio do Sobralinho, em Vila Franca de Xira, tendo debruçado a sua análise na situaçao das bolsas de acção social no ensino superior e no aumento galopante do desemprego jovem, tendo para o efeito acolhido a ideia de realização de uma Conferência sobre Emprego Jovem e Combate à Precariedade. A Comissão Nacional pronunciou-se ainda sobre a revisão em curso dos estatutos do PS e ratificou os Estautos da JS-Açores.

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Quem tem acompanhado de perto as eleições presidenciais francesas talvez se tenha aper-cebido da retórica política que tem primado na campanha das últimas semanas.

É facilmente percetível que a radicalização do discurso por parte do ainda Presidente e can-didato ao Eliseu, Nicolas Sarkozy, tem sido uma constante e que a estratégia de inverter a tendência eleitoral da extrema direita a seu favor, ganhando terreno a Marine Le Pen e consequentemente a François Hollande, tem efeitos muito nocivos num contexto político e social que por si só é já bastante tenso. Os ataques aos imigrantes, aos seus hábitos e culturas, além de constantes, do ponto de vista ético têm sido do mais ferozes e agressivos que Europa tem assistido por parte de um Chefe de Estado. Importa não esquecer que muito embora Sarkozy tenha o estatuto de candidato presidencial tem outro que acumula quer queira quer não, o de atual Presidente de França.

Apontar as comunidades imigrantes como parte do problema da economia francesa, reprovar o consumo de carne halal (carne preparada segundo um método tradicional islâmico) e ameaçar suspender a França do tratado de Schengen são apenas alguns dos pontos da agenda política da direita francesa.Causa-me algum transtorno observar este extremar de posições por parte de dirigentes políticos oriundos de um país que esteve no centro de uma das revoluções mais marcantes e que tem uma importância his-tórica indubitável. Estranha-me sobretudo esta tónica num país cujo lema é liberdade, igualdade e fraternidade. Estar consciente disto e fazer discursos com laivos xenófobos não é apenas contraditório é lamentável.Impõe-se uma questão por agora, será esta a verdadeira matriz ideológica de Sarkozy ou será apenas uma manobra política subjacen-te ao extremar de posições com fins mera-mente eleitorais? Seja como for, não posso deixar de repudiar qualquer uma das duas...

igor carvalhoDIRECTOR DO JOVEM SOCIALISTA

›› igorcarvalho

@juventudesocialista.org

EDIToRIAluma viragem à extrema--direita

›› Nos dias 24, 25 e 26 de Fevereiro decorreu a Semana Federativa de Viana do Castelo da Juventude Socialista, que contemplou uma agenda heterogénea de visitas institucionais da comitiva da JS pelos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, abrangendo diversos temas de atualidade política da nossa região mas havendo espaço também para as área da cultura e para a confraternização dos jovens socialistas alto-minhotos com o Secretário-Geral da Juventude Socialista Pedro Delgado Alves.

E stas jornadas iniciaram-se no dia 24 de Fevereiro em

Valença com a recepção do Secretário-Geral da JS a

comitiva nacional na Sede do PS Valença onde após

uma curta conversa seguimos para a primeira visita

institucional que sucedeu no Centro de Novas Oportunidades da

ETAP Valença. Para finalizar este primeiro dia da Semana Federa-

tiva realizou-se um jantar de confraternização entre os militantes

da JS Valença seguindo-se a entrega da Moção Global de Estratégia

da Concelhia de Valença da JS e a Edição 1 da Newsletter Oficial da

JS Valença “eJovem”.

No dia seguinte, 25 de Fevereiro, o longo mas proveitoso dia da

Semana Federativa de Viana do Castelo da JS iniciou-se em Vila

Nova de Cerveira, onde após breves palavras de um membro em

representação da CPC do PS VN Cerveira e do Secretário-Geral da

JS, seguimos numa visita pedonal pela vila.

Prosseguindo o evento da JS, a comitiva deslocou-se para Sul do

distrito ao longo do Litoral até ao concelho de Caminha. Após uma

breve passagem pela zona histórica de Caminha, a JS deslocou-se

até à Feira Stock-Off de Caminha, onde se estabeleceu um contac-

to próximo com os comerciantes locais. Durante o almoço a JS Con-

celhia de Caminha apresentou, através do seu coordenador Vítor

Brás, o seu plano de atividades para o ano de 2012, a par das inter-

venções do Secretário-Geral da JS e do Presidente da Federação de

Viana do Castelo da JS Nuno Silva.

A longa jornada prosseguiu em Viana do Castelo com um jantar

da Federação Distrital da JS que reuniu todas as concelhias da JS do

distrito e onde ocorreram intervenções de Pedro Delgado Alves, do

Presidente da Federação Distrital da JS Nuno Silva, do Coordena-

dor Concelhio da JS Viana do Castelo Tiago Martins e do Presidente

da Câmara Municipal de Viana do Castelo e autarca socialista José

Maria Costa.

No Domingo, dia 26 de Fevereiro, a Semana Federativa de Viana

do Castelo da Juventude Socialista deslocou-se até Ponte de Lima

onde decorreu uma reunião de trabalho entre a CPC do PS Ponte de

Lima e a comitiva da JS, onde se discutiram vários assuntos relacio-

nados com as políticas locais e com o lançamento das bases para a

reativação da JS no concelho de Ponte de Lima.

De seguida, a comitiva da JS deslocou-se até Paredes de Cou-

ra onde foi realizada uma visita ao Centro Cultural de Paredes de

Coura.. Seguiu-se uma reunião com a CPC do PS Paredes de Coura

e com o Presidente da Câmara e autarca socialista Pereira Júnior,

analisando vários temas da política local e nacional e a possibilidade

da reativação da JS no concelho de Paredes de Coura.

Prosseguindo este roteiro na visita de todos os concelhos do

Alto-Minho a comitiva da JS deslocou-se até Melgaço onde se re-

alizou um jantar com os militantes da JS presentes e uma breve

conversa com o Presidente da Câmara de Melgaço e autarca socia-

lista Rui Solheiro.

Para finalizar a jornada, a comitiva visitou o centro histórico no-

meadamente a Praça Deu-la-Deu em que houve oportunidade para

fazer um balanço da atividade realizada no âmbito desta 1ª Semana

Federativa de Viana do Castelo da JS, que se revelou um sucesso

pela diversidade temática da agenda cumprida e pela mobilização

dos militantes da JS do distrito de Viana do Castelo.

por nuno Silva›› Presidente da Federação de Viana do Castelo

Semana federativa de Viana do castelo

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SocıalistaJovem

federações da JS elegem novos órgãos

calendário das convenções federativas data federação local preSidente eleito preSidente ceSSante

14-Jan Vila real montalegre nuno chaves ivo oliveira

28-Jan porto paredes João torres João torres

28-Jan Bragança mirandela nuno miranda nuno miranda

04-fev aveiro anadia João Silva João Silva

11-fev Santarém rio maior Hugo costa Hugo costa

11-fev fro torres Vedras carlos Granadas carlos Granadas

11-fev leiria pedrogão Grande diogo coelho diogo coelho

11-fev Guarda pinhel pedro rebelo pedro rebelo

11/12 fevereiro Viseu resende rafael Guimarães rafael Guimarães

18-fev faul mafra João antónio João antónio

03-mar algarve lagos José pedro cardoso márcio Viegas

03-mar Évora Évora Sílvia Gomes carlos Bacalhau

10-mar portalegre crato antónio pista comissão administrativa

17-mar coimbra Góis mário paiva rui duarte

24-mar Braga Guimarães pedro Sousa pedro Sousa

24-mar castelo Branco penamacor João Geraldes artur patuleia

O primeiro trimestre do ano de 2012 tem sido marcado pela realização de Convenções Federativas para eleição dos novos órgãos das estruturas federativas da JS. Para além da recondução de vários presidentes de Federação e da passagem do testemunho nalguns distritos, que podes consultar na tabela que se segue, é ainda de assinalar a reactivação da Federação de Portalegre, assegurando a existência de órgãos eleitos em todas as 21 Federações, o que não ocorria há pelo menos dez anos. Nas próximas semanas realizar-se-ão ainda as Convenções de Setúbal, Baixo Alentejo e Viana do Castelo.

›› Decorreu nos dias 9, 10e 11 de Março, a Semana Federativa de Aveiro. Mais um dos muitos eventos que a JS tem organizado de norte a sul do país.

N o dia 9 de março a Federação da

JS Aveiro presidida por João Silva,

recebeu o Secretário-Geral ,Pedro

Delgado Alves, em Oliveiro do Bair-

ro para dar inicio ao evento, com uma visita à loca-

lidade. De seguida, teve lugar um jantar em Anadia

em que houve espaço para muita discussão política,

mais concretamente sobre o fim dos Centros de

Novas Oportunidades.No sábado, dia 10, a comitiva

da JS deslocou-se até à praia da Vagueira em Vagos

para observar e debater o problema da erosão cos-

teira. Ainda em Vagos, decorreu um visita ao Centro

de Educação e Recreio. Mais tarde, a JS dirigiu-se até

à Mata Nacional do Buçaco para uma visita com o

Presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Car-

los Cabral. O almoço decorreu em Águeda e contou

com a presença do Presidente da Câmara Gil Nadais,

em que o centro da discussão foram as políticas au-

tárquicas para a juventude.

Outro dos pontos altos da Semana Federativa foi

o jantar em Aveiro que contou a presença do Depu-

tado Filipe Neto Brandão, com enfâse na discussão

sobre a reforma da administração local.

No terceiro e último dia de visita, decorreu uma

visita à praia da Barra para uma análise da situação

costeira e ainda uma visita à Santa Casa da Miseri-

córdia de Albergaria-a-Velha.

O almoço decorreu na localidade de Murtosa, na

praia da Torreira, e de seguida a comitiva da JS se-

guiu para mais uma visita, desta vez ao Centro So-

cial de Avanca, em Estarreja.

O balanço da Semana Federativa de Aveiro foi

muito positivo e demonstrou que os novos órgãos

federativos reeleitos estão prontos para mais um

mandato com muito trabalho pela frente.

Semana federativa de aveiro