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As minhas razões Há toda aquela poesia presa dentro de mim. Mimis Silva

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As minhas razões

Há toda aquela poesia presa dentro de mim.

Mimis Silva

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As minhas razões do amor ............................................... 8

Nada vai mudar ................................................................... 9

Somos totalmente inocentes ........................................ 10

Olhos .................................................................................... 11

Adolescente ........................................................................ 12

Dois lados ........................................................................... 13

Fim de festa........................................................................ 14

Tentando explicar esse amor ........................................ 15

Fusão .................................................................................... 16

No cais ................................................................................. 17

Não vale a pena ................................................................ 18

Cores .................................................................................... 19

Sentidos .............................................................................. 20

Essa força ............................................................................ 21

Astro ..................................................................................... 22

Os meus e os teus ............................................................ 23

Combustível de relógio ................................................... 24

Soneto de infelicidade .................................................... 25

Urgência .............................................................................. 26

Paixão .................................................................................. 27

Fogo ...................................................................................... 28

Inspiração do belo ........................................................... 29

Depois do fim ..................................................................... 30

Conto sobre o engano ..................................................... 31

Algo como o amor ............................................................ 32

As minhas razões

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Para meu pai e minha mãe, por tudo.

Para Clara, meu tudo.

As minhas razões

8

As minhas razões do amor Te amo no silêncio do tempo. no espaço das eras, na beleza das ninfas. Amo na ausência dos abraços. Na loucura dos insanos, na saudade dos perdidos. Te amo na luz do luar, na certeza do errar, na previsibilidade do sol das próximas manhãs. Eu amo no descaso do destino, na grandeza do infinito, nas limitações dos átomos. E nos percalços do caminho eu te amo. Na verdade das crianças, na inteligência dos velhos, na negligência dos homens, na piedade das mães. E não te amo apenas no sol, mas nas tempestades também. Amo nas contestações e naqueles que dizem amém. Eu te amo no amor, puro por natureza; E na tristeza da ausência e na alegria da presença. No dilúvio das bocas e na secura das escolhas. Eu te amo, e amo, e te amo. Até toda e qualquer palavra perder seu significado.

As minhas razões

9

Nada vai mudar Nada vai mudar A menos que o chão rache e as nuvens dominem. Nada vai passar A menos que borboletas caminhem e o silêncio assovie. Nada vai continuar Ao menos que Pinocchio se delate e sabiá se cale. E que eu te esqueça e o amor e meu coração se separem. E mesmo que o mundo apodreça e Deus desmaie. Nada vai mudar isso.

As minhas razões

10

Somos totalmente inocentes Vontade de ser inocente, tremer por dentro quando se é beijada, o coração quase explodir quando se é tocada, querer de novo esperar algum amor. Ás vezes, a vida volta a ser cinza, o coração vira então uma morada vazia, mesmo amando loucamente alguém. A perfeição é tediosa; e então se descobre que nada é tão perfeito assim. A loucura é aprisionada, a razão é predominante. Queria a loucura solta, tudo como antes. Se bem que de repente a loucura escapa, mesmo sendo inocente, faz coisas erradas, mas não sente culpa de nada... É emocionante começar tudo outra vez! Todos devem viver a vida que lhes foi dada; lutei tanto para fazer dessa vida sossegada, mas parece que todos nós procuramos preocupações. E então o sorriso vem aos lábios, os olhos brilham, certos e práticos. Mas, por todo sempre, permaneceremos com a face calma, com a certeza de que seremos eternamente inocentes.

As minhas razões

11

Olhos Bom são olhos assim, semicerrados. Fechados, então, ficam excelentes! Ocupados em olhar alma que desabrocha, Se colore, se enfeita e se mostra. E é toda plena com um simples beijo.

As minhas razões

12

Adolescente No breve espaço da espera eu fiquei. Me demorei nos olhos teus. Enquanto você subia as escadas te amei. Me dei aos beijos, seus lábios eram meus. Sorri devagar, quis minha vida terminar, dizer pra algum pintor nos eternizar. Suas mãos grandes esconderam as minhas, eu tive certeza de que não ficaria sozinha. Que você me fez acreditar, Que o amor é doce na arte de beijar.

As minhas razões

13

Dois lados O amor é grande e divino, amaldiçoado e pequenino. Depende de que lado você está: Se dentro de alguém bem confortável, Se fora e sozinho, no vazio inabitável. Não há meio-termo para o amor.

As minhas razões

14

Fim de festa Quando todo mundo vai embora, você fica. Quando alguém me ignora, você me faz companhia. Quando sinto tristeza, você me abraça. Quando preciso de descanso, você para. Quando quero carinho, você me beija. Quando tenho medo, você não me deixa.

As minhas razões

15

Tentando explicar esse amor Os pássaros, o poente, o céu, o chão, o abraço, o beijo, o adeus, o não. O começo, o fim, o retorno, o sim. Tantas vezes e palavras e gestos e razões, Milhares de eternidades, segundos e decepções. Vontade onipresente, solitária e carente. Tudo é tão cheio e suficiente que quase me esqueço... Do amor, que simplifica teoremas, destrói filosofias, constrói fantasias, tudo que se tem que fazer é sonhar. E nada mais é explicado, nem mesmo entendido ou válido. Apenas o amor, que me faz acreditar que o destino do homem é amar.

As minhas razões

16

Fusão Teus lábios e meus beijos: combinação perfeita. Explosões, furacões, calmaria, fantasia e o silêncio. Um mundo parado só para nos ver beijar. E mesmo se ninguém puder nos ver, vou deixar esse beijo continuar. Se ele for instante ou eternidade. Tanto faz, Deus nos fez para amar.

As minhas razões

17

No cais E na espera eu fiquei, Desejei ter o tempo dos deuses. Eu fiquei em alerta, e sempre certo de que você voltará outras vezes. Não importa se há sol ou lua, qualquer astro serve de inspiração. Se houver seca ou chuva, voltará para o meu coração. Mas se tiver tristeza na partida, vou pedir pra ficar um pouco mais. E se você voltar trazendo alegria, venha me abraçar que deixo o mundo em paz.

As minhas razões

18

Não vale a pena Eu sei que não vale a pena derramar esse choro sentido se não haverá você para enxuga-lo e me der ao menos um motivo para não ter chorado. Eu já sabia que não valia a pena me agarrar à palavras enganosas que me fizeram criança tendo de crescer abandonando suas certezas fantasiosas não tendo graça nenhuma amadurecer. Eu te disse que não valeria a pena ver seus olhos e tentar enxergar seu coração, procurar certo sentimento dentro de ti e perceber que nada existia não algo que existe até demais dentro de mim.

As minhas razões

19

Cores Seus olhos: um mundo atemporal. São segundos, são milênios, Eternidades inteiras só para te olhar. Ora castanhos, bem melados refletem o açúcar dos lábios. Ora claros, esverdeados profundos, serenos, perturbadores. Que não me deixam ficar indiferente. Eu quero rir, quero chorar, Ficar muito perto e me perder para longe.

As minhas razões

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Sentidos É um gosto dourado, faceiro, molhado e seco; de bala, de fruta, de água gelada. Se fecha os olhos com medo, um cheiro próprio de lábios, que dá frio, dá vontade, dá receio de mergulhar no sonho, no desejo e sentir saudade. É um gosto macio, devagar, meio sombrio, Meio urgência e perigo, intensa felicidade. São corpos de olhos abertos pra tudo: mãos ensaiadas para dançarem sozinhas, para virarem vilãs e heroínas enquanto o resto fica mudo. É um gosto de sobremesa, doce e salgada De banquetes e sobras, de colher bem melada, que brilham os olhos e de sorrisos são feitos. São tão garotos e homens e desejos. Mulheres e meninas, goiabada e queijo. Segundos e segundos, olhos fechados pro mundo, Forças que se aproximam e se adoram, são santos e demônios quando se beijam.

As minhas razões

21

Essa força Te amo não sei porque, não sei como, não sei por onde Porque quando me encontro você se esconde e quando afirmo, você duvida. Eu não te amo apenas quando as nuvens são brancas, quando o sol se põe laranja, quando a chuva acalma a terra, mas te amo quando a tempestade escurece o céu, o calor atormenta os sedentos e as águas afogam os homens. E te amo mais que as negações que escuto, que a distância que cresce, que o olhar desvia. Amo quando não há mais terreno para o amor habitar. Aguento quando tudo expira e para e continuo quando o tempo cansa e o espaço acaba. Te amo quando sua existência virar lembrança e a lembrança ser esquecida por não haver nenhuma mente para lembrar. Não havendo nem mais amor eu continuarei te amando e por si só o amor dará um jeito de continuar, agora e por todo o sempre.

As minhas razões

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Astro Semicírculo ou circulado completo, anel sem dedo de compromisso com ninguém. Que nasce do nada e morre de suicídio. Renasce em tempo contado, Refaz seu calvário e acaba sumindo.

As minhas razões

23

Os meus e os teus Olhos de chocalho, me deixa confusa de olhos de medo e musa E museu novo, mofado Cristão, ateu; safado. Olhos de doce, melado trufa e sonho, fel caramelado. Puxado; de gato, de nada De passarada, enamorado. Olhos de mata, Curupira Yara, Saci, conto da Carochinha Reprimida, danada, ‘condida Perfeito conto de Lobato. Olhos abertos, ausentes e bom de olhos, bem quentes do tipo suor gelado que arranca paixão da gente. Olhos e olhos, aos pares espelhos de mentiras e verdades. Mel e mata dizendo adeus Bem como os meus e os teus.

As minhas razões

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Combustível de relógio Tempo agora se utiliza de conta-gotas: Passa segundo e para, Minuto escorre e não passa. Meus pensamentos velozes e angustiados se formam e desformam e se transformam, e o tempo continua em doses homeopáticas. Os dias correm parados E quando chegam, o instante o levam Quem eu quero eu vejo e beijo tão rápido, sumindo na primeira curva do destino. Culpa do tempo!

As minhas razões

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Soneto de Infelicidade Do olhar do riso fez-se a lágrima e o pranto E tanto que de repente não fez-se nada. Molhada e seca fez-se a face calada, Lábios mudos que bradam o encanto. Da paz dos braços fez-se o vazio do desespero E o medo abraçou corpo inerte de felicidade. Coube aos sonhos gritar pela realidade Sussurros da solidão em tentativa e erro. Fez-se do amor uma tortura necessitada. Aprovada pelas vítimas e carrascos presentes, que usam e desusam desse sentimento onipresente. Fez-se da verdade a real vassala. Dona dos caminhos e de destinos amantes, Que não mentem, não amam nem nada.

As minhas razões

26

Urgência Há de ser agora, Bem mais que todo o passado. Há de ser sem demora, Mais eterno que acerto errado. Que não haverá de acontecer se não for completo, Transpor o tempo e o espaço e as ideias, que congela e cala primaveras, amanhecer com a possibilidade e o veto. Há de ser na hora, cujo atraso assassina o momento. Há de ser na aurora, o nascer do amor, destino do tempo.

As minhas razões

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Paixão Luz que envolve meus braços, abraços que Deus me deu. Entre perdão e pecados, Versos mal acabados, entre todos os seres você, meu amor, me escolheu. Me acolheu com beijos, me mostrou teus desejos. Sussurros da alma, sonhos e pesadelos. Do medo à loucura, da morte à doçura. Corpo ausente, segurança de ventre materno. Que a noite vire dia; que tudo seja eterno. Quero ser vida, vontade louca de ser despida. Às vezes, um instante pode ser maior que o infinito.

As minhas razões

28

Fogo

Paixão essa sem serventia. Que queima e arde e mais nada. Me encanta, me enamora e me mata. Com um beijo renasce e me acolhe; ardor esse que me ignora e me escolhe.

As minhas razões

29

Inspiração do belo É tão lindo, De uma beleza que não nasceu pra ser. Que não quis parecer, sem sequer notar. O belo é belo, sem saber porque e fica ainda mais belo por ser você.

As minhas razões

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Depois do fim Quis nos teus lábios me esconder, nos teus olhos me envolver, nos teus lábios me encontrar. Quis no silêncio ser ouvida, pela sua pele ser consumida, nas tuas palavras. E de querer em querer nada tive – ilusão! Aos abrir os olhos fui entregue a solidão. Eu te fiz poesia, inventei a agonia; conheci a dor. Suportei a saudade, ignorei verdades; morri de amor.

As minhas razões

31

Conto sobre o engano Quero sair para contar estrelas, ter o céu como minha melhor certeza, esquecer que sou apenas uma entre um milhão. Deitar no grama e namorar a lua, Sonhar que você era meu e eu só sua. Ver que a noite é minha cúmplice na solidão. Ele então disse sim, ele me deu a mão. Ele sorriu enfim, Ele roubou meu coração. Me fez chorar com poemas de amor. Eu lhe mostrei o céu, eu esqueci a lua. Eu não contei mais estrelas, eu me tornei apenas sua. E você se esqueceu de ser só meu.

As minhas razões

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Algo como o amor Eu sofro de amor. Que consome a razão e trança as pernas, resiste a eras e cria em mim furação. E se eu escolhesse morreria de paixão. Eu morro de amor. Padeço de loucura e envenenada de fantasia, anestesiada de alegria e vítima de doçura. Amor com um gosto bom como beijo na chuva. Eu preciso de amor. E dos seus braços pra chorar e do seu peito pra dormir. Não tenho mais pra onde ir nem ninguém pra encontrar. Só versos e versos com meu pranto por te amar.