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1 Boletim 1019/2016 – Ano VIII – 12/07/2016 As medidas que vão gerar empregos José Pastore* O presidente em exercício Michel Temer e sua equipe econômica decidiram dar prioridade à ativação de obras de infraestrutura. Isso traz boas perspectivas de empregos. Como o Brasil necessita dessas obras e possui projetos para entrar em execução imediata, poderemos ter uma boa surpresa ainda em 2017 com a criação de muitos postos de trabalho ligados a rodovias, armazéns, portos, aeroportos, metrôs, redes de esgoto e obras desse tipo. É claro que a derrubada da alta taxa de desemprego de mais de 11% para um patamar de 5% ou 6% vai demorar dois ou três anos. Mas, com a ativação das referidas obras, o desemprego pode parar de aumentar já no segundo semestre de 2016 e começar a recuar lentamente no próximo ano em vista de medidas já tomadas pelo governo, dentre as quais, destaco: - Criação do Programa de Parcerias de Investimentos voltado para a execução de obras de infraestrutura e promoção da desestatização. - Revisão das regras de concessão de obras públicas de modo a garantir segurança jurídica e lucratividade aos investidores. - Reativação de obras inacabadas que necessitam de poucos recursos para a sua conclusão como postos de saúde, creches, escolas, armazéns agrícolas e outras. - Encaminhamento de proposta para simplificar as regras de concessão de licenças ambientais, para a execução de obras de infraestrutura. - Reformulação das regras de leniência de modo a regularizar a situação das construtoras envolvidas em ações judiciais. - Decisão de atrair o capital estrangeiro para obras de infraestrutura e para o setor de transporte, como é o caso das empresas aéreas.

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Boletim 1019/2016 – Ano VIII – 12/07/2016

As medidas que vão gerar empregos

José Pastore*

O presidente em exercício Michel Temer e sua equipe econômica decidiram dar prioridade à ativação de obras de infraestrutura. Isso traz boas perspectivas de empregos. Como o Brasil necessita dessas obras e possui projetos para entrar em execução imediata, poderemos ter uma boa surpresa ainda em 2017 com a criação de muitos postos de trabalho ligados a rodovias, armazéns, portos, aeroportos, metrôs, redes de esgoto e obras desse tipo.

É claro que a derrubada da alta taxa de desemprego de mais de 11% para um patamar de 5% ou 6% vai demorar dois ou três anos. Mas, com a ativação das referidas obras, o desemprego pode parar de aumentar já no segundo semestre de 2016 e começar a recuar lentamente no próximo ano em vista de medidas já tomadas pelo governo, dentre as quais, destaco:

- Criação do Programa de Parcerias de Investimentos voltado para a execução de obras de infraestrutura e promoção da desestatização.

- Revisão das regras de concessão de obras públicas de modo a garantir segurança jurídica e lucratividade aos investidores.

- Reativação de obras inacabadas que necessitam de poucos recursos para a sua conclusão como postos de saúde, creches, escolas, armazéns agrícolas e outras.

- Encaminhamento de proposta para simplificar as regras de concessão de licenças ambientais, para a execução de obras de infraestrutura.

- Reformulação das regras de leniência de modo a regularizar a situação das construtoras envolvidas em ações judiciais.

- Decisão de atrair o capital estrangeiro para obras de infraestrutura e para o setor de transporte, como é o caso das empresas aéreas.

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A esse conjunto de medidas se soma uma série de providências que garantem mais transparência e eficiência às empresas estatais a serem geridas daqui para a frente por pessoas de comprovada competência e distantes das indicações de compadrio. As primeiras providências de Michel Temer nesse campo incluíram a nomeação de Pedro Parente e de Maria Silvia Bastos para a Petrobrás e para o BNDES, respectivamente.

Com esse conjunto de medidas, forma-se no Brasil um novo ambiente para os negócios em infraestrutura, o que deve atrair os investidores estrangeiros que hoje amargam a falta de projetos rentáveis e taxas de juros negativas em seus países. Sabedores da necessidade do Brasil nesse campo, eles tenderão a se juntar aos empresários brasileiros para ativar o setor de infraestrutura e, com isso, gerar os empregos que o Brasil precisa.

Não menos importante é a reestruturação das finanças públicas e o arrefecimento da inflação já registrado. Isso é de crucial importância para os empreendedores se animarem a investir e para os consumidores voltarem a consumir.

Ao longo das medidas voltadas para a infraestrutura, o atual governo já sinalizou ter uma clara disposição de reformar as regras de aposentadoria e pensão, apoiar a aprovação do projeto de lei sobre terceirização e a ideia de fortalecer a negociação coletiva para, com isso, reduzir a interferência do Estado nas relações de trabalho.

É claro, essas medidas dependem de uma complexa negociação com os parlamentares. Mas o relacionamento do atual presidente da República com o Congresso Nacional é infinitamente melhor do que no governo anterior. Se as mudanças nas áreas previdenciária e trabalhista ocorrerem depois das eleições municipais, elas ajudarão ainda mais o processo de retomada da geração de emprego em 2017.

Em suma. O foco na infraestrutura foi bem escolhido. O impulso das obras nesse setor em pouco tempo se irradiará para as atividades dos outros setores da economia onde, aos poucos, voltará a geração de empregos. Mas, é claro, tudo isso depende da continuidade do governo e da equipe econômica atuais.

*É professor da Universidade de São Paulo, presiden te do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomercio-SP e membro da Academia Paul ista de Letras.

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VW quer reduzir mão de obra em 34%

Empresa alega ter 3,6 mil funcionários excedentes n o ABC paulista e propõe medidas como corte de salários e benefícios, além de PDV

Cleide Silva, O Estado de S.Paulo A Volkswagen informou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC ter 3,6 mil trabalhadores excedentes na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), ou 34% de seu efetivo, de 10,5 mil funcionários.

Para evitar demissões aleatórias, a empresa propõe várias medidas, como abertura de novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), redução de salários para novos funcionários, corte no adicional noturno e nos benefícios (inclusive do serviço de chá e café) e fim da estabilidade para acidentados.

Entre os excedentes, 2,5 mil são da área de produção e 1,1 mil do setor administrativo. As propostas ainda serão discutidas entre as partes e depois levadas para avaliação dos trabalhadores em assembleia. Em maio, a empresa havia informado o sindicato que tinha um excedente de 1.060 empregados na unidade.

A nova proposta da empresa altera acordo fechado com o sindicato em 2015, que previa o congelamento dos salários até 2017. A intenção agora é estender a medida até 2019 e em 2020 e 2021 aplicar apenas o repasse da inflação (INPC).

Em nota, a Volkswagen justificou que as projeções do setor são diferentes hoje e indicam que o mercado brasileiro deve consumir 2 milhões de veículos neste ano, 20% menos que em 2015 e 40% inferior a 2014.

“Por essa razão, a empresa retomou as discussões com o sindicato para que nas próximas semanas sejam construídas alternativas para o novo cenário que se impõe, além de outras medidas de eficiência e organização para a fábrica”, informou a nota. A unidade produz atualmente os modelos Gol, Saveiro e Jetta.

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Nuvens e raios. O secretário-geral do sindicato, Wagner Santana, disse que “a situação atual exige um processo de reflexão coletiva para que busquemos uma negociação capaz de dar soluções que interessem aos trabalhadores”. Santana ressaltou, contudo, esperar que a empresa “abra mão de cláusulas apresentadas e que consigamos chegar a uma negociação que atenda as expectativas dos trabalhadores”.

Na capa do boletim distribuído nesta segunda-feira, 11, aos trabalhadores há uma foto da fábrica na via Anchieta em meio a nuvens escuras, sendo atingida por raios. Em letras garrafais, a frase “O tempo fechou”.

A Volkswagen disse que pretende continuar com programas como o lay-off (suspensão de contratos) e o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), mas em bases diferentes, com corte maior dos salários e menor participação na parte que lhe cabe na complementação salarial.

Hoje, a empresa tem 8,4 mil funcionários em PPE, com jornada e salários reduzidos em 20%, e 610 em lay-off.

Propostas semelhantes já foram feitas por outras montadoras, como a General Motors de São Caetano do Sul (SP), mas medidas como redução de adicional noturno e fim da estabilidade para acidentados não foram aceitas.

Por enquanto, a proposta é válida só para a fábrica do ABC. O grupo também produz carros em Taubaté (SP) e em São José dos Pinhais (PR) e motores em São Carlos (SP).

Tanto na fábrica de Taubaté quanto em São Bernardo, a Volks suspendeu o PPE em junho e neste mês, para compensar dias parados por causa da falta de bancos.

As férias coletivas previstas nas duas unidades para junho estão sem data definida. Para o ABC, quando novo grupo entrar em PPE, a Volks quer ampliar de 20% para 30% redução da jornada e de salários.

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Auditores da Receita aprovam greve de dois dias por semana

Categoria fará paralisação a partir da próxima quin ta-feira em protesto à demora do governo para encaminhar ao Congresso o projeto de lei que t rata do reajuste salarial Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo

Os auditores fiscais da Receita Federal aprovaram em assembleia a realização de uma paralisação em protesto à demora do governo para encaminhar ao Congresso o projeto de lei que trata do reajuste salarial da categoria.

Com isso, os auditores vão cruzar os braços dois dias por semana, começando na próxima quinta-feira. Nas aduanas, será adotada operação padrão.

Desde a semana passada, um clima de rebelião tomou conta dos servidores da Receita Federal e se estendeu até a cúpula do órgão, em meio à insatisfação com a postura do governo, que já deu andamento a projetos de reajustes de outras categorias, mas ainda não encaminhou o texto que trata do acordo com os auditores.

Em uma ação sem precedentes, a cúpula do Fisco em Brasília e as 10 superintendências espalhadas pelo Brasil alertaram em carta o secretário do órgão, Jorge Rachid, para os riscos graves à arrecadação.

No Rio Grande do Sul, 46 delegados, inspetores e chefes de divisão entregaram os cargos em protesto à postura do governo.

Arrecadação. A paralisação tem potencial para reduzir drasticamente os esforços em prol da arrecadação justamente em um momento de crise fiscal. Além disso, pode impactar o comércio exterior. Esta não é a primeira vez que a Receita Federal usa seu poder sobre os cofres do governo para barganhar sobre os acordos.

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Os auditores estão revoltados com o "descaso" do governo federal, que fechou acordo com a categoria em março, mas até agora não encaminhou ao Congresso o projeto de lei necessário para colocar o acordo em vigor.

Enquanto isso, outras categorias já foram contempladas e estão com suas demandas sob avaliação do Legislativo, criticam.

Em reunião na última quarta-feira, 6, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse não haver prazo para o envio da matéria e, segundo o sindicato, alegou "dificuldade política" para encaminhar a questão. A versão é questionada pelos auditores, que apontam que outras categorias estão sendo contempladas com reajustes e bonificações.

Pelo acordo, o governo iria conceder um reajuste de 21,3% na remuneração básica dos auditores ao longo de quatro anos, além de uma bonificação fixa de R$ 3 mil até o fim do ano. A partir de janeiro de 2017, o benefício salarial passaria a ser vinculado ao desempenho e às metas da produtividade global da Receita.

Com remuneração variável, o bônus iria beneficiar até mesmo servidores aposentados, que começariam recebendo 100% da gratificação e, em ritmo decrescente, passariam a receber 35% do valor após dez anos.

Os recursos para o pagamento do bônus viriam de multas e leilões de mercadorias, valores que fazem parte do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf).

A informação do sindicato é de que o governo estaria reavaliando a extensão do bônus aos servidores inativos, mas a categoria diz que não aceitará rever questões já acertadas e superadas anteriormente. Por enquanto, não há nenhuma nova reunião agendada com representantes do governo. (FONTE: Estado de SP dia 12/07/2016)

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