as enzimas são proteínas especializadas na catálise de reações biológicas
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As enzimas são proteínas especializadas na catálise de reações biológicas, ou seja, elasproporcionam que as reações químicas tornem-se muito mais rápidas que a reação não catilada (a enzima nuclease estafilocócia acelera a reação em 5,6x1014 vezes!),o que as coloca entre as biomoléculas mais importantes para o ser vivo havendo situações onde uma pequena queda ou aumento na atividade enzimática acarreta problemas fisiológicos sérios.
A própria evolução do conhecimento
bioquímico tem nas enzimas sua gênese, com
a descoberta do poder catalítico do suco gástrico
sobre as proteínas e da saliva sobre o
amido no início do século XIX. Louis Pasteur,
em 1850, postulou que as reações fermentativas
do levedo, convertendo açúcar em
álcool, eram devidas a substâncias existentes
dentro do levedo, as quais foram posteriormente
denominadas de enzimas (derivado do
latim en = dentro + zima = levedo).
Com o isolamento das enzimas fermentativas
do levedo em 1897, teve início a
era mais produtiva da pesquisa em bioquímica
surgindo as principais hipóteses do funcionamento
das enzimas dentro da célula. Em
1926, o isolamento da enzima urease, estabeleceu
a natureza protéica das enzimas, criando-
se o conceito de que todas as enzimas são
proteínas, mas nem todas as proteínas são enzimas.
Na década de 80, entretanto, foram
identificadas moléculas de RNA que possuem
atividade catalítica, as ribozimas, o que pôs
abaixo aquele conceito quase que dogmático.
As enzimas, entretanto, são um capítulo
à parte no estudo das proteínas e, sem dúvida
nenhuma, possuem suas bases de conhecimento
voltadas para a compreensão da estrutura
tridimensional protéica.
Como uma proteína, uma enzima depende
da estrutura terciária (ou quaternária)
para exercer sua função catalisadora, uma vez
que tem que interagir com as moléculas dos
reagentes (aqui denominados de substrato)
para convertê-las nos produtos, de uma maneira
a diminuir a energia necessária para levar
estes substratos ao estado de ativação energética
caracterizado por uma molécula em
transição entre o substrato e o produto.
Freqüentemente, utiliza-se a analogia
da chave-e-fechadura para designar a especificidade
de uma enzima para seu substrato.
Porém esta comparação perde força quando se
conhece enzimas que possuem mais de um
tipo de substrato ou substratos que sofrem ação
enzimática por mais de uma enzima. Além
disso, o próprio espaço existente para a
realização da ação enzimática não é tão “apertado”
quanto pode sugerir uma chave-efechadura.
Entretanto o encaixe espacial entre
a molécula do substrato com a enzima demonstra
um preciosismo próprio das melhores
chaves-e-fechaduras, abrindo as portas para as
reações bioquímicas.
A ligação entre uma enzima a outra
molécula se dá de maneira complexa, uma
vez que há a formação de muitas ligações fracas
entre os átomos componentes das moléculas.
As únicas ligações fortes que ocorrem
nesta interação enzimática são as que ocorrem
entre partes das moléculas que se encaixam
perfeitamente no plano tridimensional.
A região da enzima onde ocorre este
encaixe é denominada de sítio de ligação ou
sítio catalítico e corresponde, geralmente, a
um entalhe na estrutura da molécula da enzima
formado por uma seqüência de aminoácidos
que garante a forma de uma cavidade (Figura
5-1). Os demais aminoácidos da enzima
são responsáveis por manter a forma deste
sítio de ligação, havendo um ou mais sítios de
posicionamento que facilitam a ligação com
a molécula de substrato formando um complexo
reversível enzima-substrato. No substrato,
há sempre um grupamento que favorece
uma ligação suscetível com o sítio catalítico
da enzima.