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PROCAM e PPGE – Aula Inaugural: 1º semestre de 2016 Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo
As diretrizes da Secretaria do Meio Ambiente e as possibilidades de pesquisa na área ambiental
Patrícia Iglecias
Políticas Públicas Ambientais
• “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Constituição Federal, art. 225 caput
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Conceito de Políticas Públicas • Ações, medidas regulatórias, leis e atividades desenvolvidas por entidades
governamentais ou seus representantes que visam assegurar determinado direito do cidadão, de forma difusa ou para determinado segmento da sociedade
KILPATRICK, D. Definitions of Public Policy and Law. In A Brief Look on Policy, Typology of Policy, and Its Related
Affairs. International Journal of Business and Social Science Vol. 2 No. 11. Special Issue - June 2011
• O que o governo decide ou não fazer
DYE, T. Understanding public policy. Upper Saddle River, N.J. : Pearson Prentice Hall. 2008
• Soma das atividades dos governos que influenciam as vidas dos cidadãos
PETERS apud SOUZA, C. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, v. 8, n. 16, jul-dez, p. 20–45, 2006
• Programa de ação governamental em um setor da sociedade ou espaço geográfico
MÉNY & THOENIG apud MULLER, P. Les politiques publiques. 6ed. Paris: Presses universitaires de France, 2006
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Instrumentos de Políticas Públicas • Formação da agenda (desafios): definição de uma lista de temas que
são alvo de atenção por parte das autoridades em um dado momento
KINGDON, J. Juntando as coisas. In: SARAIVA, E.; FERRAREZI, E. (Eds.). Políticas Públicas: Coletânea
- Vol. 1. Brasília: ENAP, 2006. p. 225–245.
• Formulação:
•Escolha entre alternativas disponíveis para solução de um problema
SUBIRATS, J. Definición del Problema. Relevancia Pública y Formación de la Agenda de Actuación de
los Poderes Públicos. In: SARAIVA, E.; FERRAREZI, E. (Eds.). . Políticas Públicas: Coletânea - Volume 1. Brasília: ENAP, 2006. v. 1p. 199–218.
SIMON, H. Administrative behaviour: a study of decision-making processes in administrative organizations. 4th. ed. New York: The Free Press, 1997.
•Definição de metas, atividades, indicadores e prazos
VIANA, Ana Luiza. Abordagens metodológicas em políticas públicas. RAP. RIO DE JANEIRO 30 (2): 543. mar/abr. 1996
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• Implementação:
• Execução pelo governo, com participação de atores não-governamentais.
SPINK, P. Parcerias e Alianças com Organizações Não-estatais. In: SPINK, P.; BAVA, S. C.; PAULICS, V. (Eds.). . Novos Contornos da gestão local: conceitos em construção. São Paulo: Pólis; Programa Gestão Pública e Cidadania/EAESP/FGV, 2002b. p. 141–173.
• Contribuição da discricionariedade de burocratas (alterações à formulação inicial)
MAJONE, G.; WILDAVSKY, A. Implementation as Evolution. In: Public Policy: the essential readings. Upper Saddle River: Prentice Hall, 1995. p. 140–153.
• Monitoramento (em paralelo à implementação)
• Avaliação:
• Verificação da eficiência na aplicação dos recursos e as transformações que tal
política gerou na realidade (aperfeiçoamento)
VIANA, Ana Luiza. Abordagens metodológicas em políticas públicas. RAP. RIO DE JANEIRO 30 (2): 543. mar/abr. 1996
Instrumentos de Políticas Públicas
Instrumentos Jurídicos da Política Nacional de Meio Ambiente
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental II - o zoneamento ambiental III - a avaliação de impactos ambientais IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros
Instrumentos Jurídicos da Política Nacional de Meio Ambiente
Gestão Ambiental
• Processo participativo, integrado e contínuo, que visa promover a compatibilização das atividades humanas com a qualidade e a preservação do patrimônio
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Gestão Ambiental. Cadernos de Educação Ambiental – Caderno 16, 2011, pp. 84-85.
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Compatibilização das atividades humanas com a qualidade e a preservação do patrimônio ambiental
“Uma nação está no caminho certo quando trata os recursos naturais como bens que devem ser entregues à próxima geração com valor maior, ao invés de debilitados. A conservação implica tanto em desenvolvimento quanto em proteção.”
Theodore Roosevelt, discurso proferido na Associação de Agropecuária do Colorado, Denver, 29 de agosto de 1910. Disponível em: American Museum of Natural History website, Theodore Roosevel Quotes. <www.amnh.org/theodore-roosevelt-quotes>. Acesso em 04/03/2016.
O desafio
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Paradigma de uma sociedade sustentável
• Bens e serviços ambientais como um potencial produtivo
• Limites físicos e escassez de recursos
• Estratégias sociais que administrem os potenciais ecológicos
• Sustentabilidade como questão de grau e perspectiva
BRASIL. Secretaria Nacional do Consumidor. Consumo sustentável. Patrícia Faga Iglecias Lemos et al.; Coord. de Patrícia Faga Iglecias Lemos, Juliana Pereira da Silva e Amaury Martins Oliva. Brasília: Ministério da Justiça, 2013. pp. 59-60.
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Equacionamento
• Pessoa humana como eixo das preocupações
• Meio ambiente
• Atividade econômica
• Inclusão social
Controle dos impactos ambientais, em especial da produção e do consumo
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Análise contemporânea das Políticas Públicas
• Aspectos racionais e procedimentais
• Aspectos conflituosos e os limites
• Cooperação entre os envolvidos
• Construção da consciência coletiva sobre a necessidade de enfrentar um problema: “[...] a ação do Estado pode ser considerada como o lugar privilegiado em que as sociedades modernas, enquanto sociedades complexas, vão colocar o problema crucial de sua relação com o mundo através da construção de paradigmas ou de referenciais, sendo que este conjunto de matrizes cognitivas e normativas intelectuais determina, ao mesmo tempo, os instrumentos graças aos quais as sociedades agem sobre elas mesmas e os espaços de sentido no interior das quais os grupos sociais vão interagir.” MULLER, P.; SUREL, Y. A análise das políticas públicas. Pelotas: Educat, 2004, p. 50.
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Os desafios da Gestão Pública
• Escolher as medidas que mais se adequam, com maior eficiência e eficácia
• Orientar a ação do Estado para resultados
• Atuação preventiva, antecipando-se a problemas
Necessidade de subsídios, na forma de estudos e pesquisas
MEIER, Kenneth J. O’TOOLE JR, Laurence. The Proverbs of New Public Management. Lessons From an Evidence-Based Research Agenda. The American Review of Public Administration January 2009, vol. 39. Disponível em <http://arp.sagepub.com/content/39/1/4.full.pdf+html>. Acesso em 04/03/2016
Aproximação Academia – Setor Público
Interface maior entre a produção de conhecimento científico e a gestão pública
• Pesquisa com propósito: direcionada a resolver desafios reais enfrentados pela sociedade
• Possibilidade de uso concreto dos resultados dos estudos
KELMAN, Steve. Public Management Needs Help! Academy of Management. Harvard University Journal 2005, Vol. 48, No. 6, pp. 967–969. Disponível em <http://www.hks.harvard.edu/fs/skelman/Public_Management_Needs_Help__Kelman_AMJ_v48-no6-Dec2005.pdf>. Acesso em 29/02/2016.
Benefícios para o pesquisador
• Instigante: Possibilidade de pesquisa interdisciplinar. A produção de ciência orientada para afetar tomadores de decisão estimula o estabelecimento de novas relações entre cientistas, a criação de novos bancos de dados e o desenvolvimento de novos métodos científicos.
PALMER, M. Socioenvironmental Sustainability and Actionable Science. BioScience, v. 62, n. 1, jan, p. 5, 2012.
• Motivador: Oportunidade de contribuição significativa para a sociedade; aplicação direta dos resultados
• Gratificante: Chance de ver efeitos concretos dos seus esforços
Aumento do diálogo entre ciência e política
• Exemplos internacionais:
– Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC)
– Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services (IPBES)
– Future Earth
PROCAM/PPGE e Sistema Ambiental Paulista
Oportunidades:
– USP e SMA são ambas instituições do Estado de São Paulo
– Proximidade física
– Técnicos e pesquisadores altamente qualificados
– Significativo trânsito de profissionais entre ambas as instituições, histórico de atuação conjunta
PROCAM/PPGE e Sistema Ambiental Paulista
Premissas:
– Conhecimento acerca da estrutura do Sistema Ambiental (Organização e Instituições)
– Entendimento dos desafios e das necessidades específicas do Sistema Ambiental Paulista (Diretrizes)
Sistema Ambiental Paulista www.ambiente.sp.gov.br/quem-somos/o-sistema/
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE
COORDENADORIAS
BIODIVERSIDADE E RECURSOS NATURAIS
(CBRN)
PLANEJAMENTO AMBIENTAL (CPLA)
EDUCAÇÃO AMBIENTAL (CEA)
PARQUES URBANOS (CPU)
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL (CFA)
ENTIDADES
VINCULADAS
CIA. AMBIENTAL DO ESTADO DE SP
(CETESB)
FUNDAÇÃO FLORESTAL (FF)
FUNDAÇÃO ZOOLÓGICO DE SÃO
PAULO (FZSP)
INSTITUTOS
INSTITUTO FLORESTAL (IF)
INSTITUTO GEOLÓGICO (IG)
INSTITUTO DE BOTÂNICA (IBt)
CONSEMA - CONSELHO DE MEIO
AMBIENTE
POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL
COOPERAÇÃO
1. • Conservação Ambiental e Restauração Ecológica
2. • Redução da Pegada Ambiental
3. • Vulnerabilidade Ambiental e Mudanças Climáticas
4. • Gestão e Conservação da Fauna Silvestre
5. • Licenciamento Ambiental
Diretrizes do Sistema Ambiental Paulista – 2015/2018 www.ambiente.sp.gov.br/o-que-fazemos/diretrizes-2015-2018
Diretriz 1 - Conservação Ambiental e Restauração Ecológica
Objetivo: Ampliar as áreas conservadas e em processo de restauração ecológica
Programas:
I. Adequação Ambiental dos Imóveis Rurais Paulistas
II. Restauração Ecológica
Destaque para o Programa Nascentes
III. Consolidação e Ampliação de Áreas Protegidas
IV. Produção de Informações sobre os Biomas Paulistas
Diretriz 2 - Redução da Pegada Ambiental
Objetivo: Aprimorar a gestão de resíduos sólidos com foco não só na reciclagem e na disposição final, mas e também na produção e no consumo sustentáveis, de modo a atender às Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos.
Programas:
I. Otimização da Gestão Municipal de Resíduos Sólidos no Estado
II. Programa de Logística Reversa
III. Programa de Monitoramento da Gestão de Resíduos Sólidos
IV. Programa de Estímulo à Produção Sustentável e Consumo Consciente
V. Programa de Educação Ambiental para a Gestão de Resíduos Sólidos
Diretriz 3 - Vulnerabilidade Ambiental e Mudanças Climáticas
Objetivo: Reduzir as vulnerabilidades ambientais por meio da proteção e recuperação de mananciais e dos recursos hídricos, da redução de risco de desastres, da mitigação das emissões atmosféricas e do planejamento ambiental territorial.
Programas:
I. Adaptação às Mudanças Climáticas e Gestão de Risco de Desastres
II. Mitigação de Emissões Atmosféricas
III. Monitoramento e Fiscalização das Áreas de Risco e Desastres Naturais
IV. Desenvolvimento Sustentável do Litoral Paulista/Litoral Sustentável
V. Prevenção e Combate a Incêndios Florestais
VI. Zoneamento Ecológico-Econômico
VII. Fortalecimento da Gestão dos Recursos Hídricos
Diretriz 4 - Gestão e Conservação da Fauna Silvestre
Objetivo: Contribuir para a conservação integrada (in situ e ex situ) e para o manejo e uso sustentável da fauna silvestre no estado de São Paulo, por meio do aprimoramento de instrumentos normativos, de gestão e da instituição de uma política pública estadual para conservação de fauna silvestre.
Programa:
I. Programa de Gestão e Conservação Integrada de Fauna Silvestre
Diretriz 5 - Licenciamento Ambiental
Objetivo: Aprimorar a eficácia do sistema de licenciamento ambiental paulista tendo como premissas a criação, o melhoramento e a implementação de novas ferramentas de avaliação, de modo a simplificar e a reduzir os prazos de análise dos pedidos de licenciamento, sem prejuízo ao meio ambiente e melhorando as relações institucionais com os órgãos que participam do licenciamento ambiental.
Programa
I. Programa de Aumento da Eficácia do Licenciamento Ambiental
Desenvolver ferramentas para agilizar o licenciamento ambiental, destacando a Sala de Cenários, o Sistema de Licenciamento Ambiental (SLA) e o Via Rápida Ambiental (VRA).
Interfaces com linhas de pesquisa PROCAM – Pós-Graduação em Ciência Ambiental – Diretrizes 1-5 www.iee.usp.br/pos/?q=procam
• Conservação e Desenvolvimento Socioambiental
– Estudar políticas públicas ambientais, incluindo Educação Ambiental;
– Analisar ambientes rurais e urbanos na perspectiva do planejamento e desenvolvimento socioambiental;
– Caracterizar ecossistemas, propor formas de manejo e controle ambiental.
• Governança, Impacto e Modelagem Socioambiental – Analisar impactos ambientais e seu potencial gerador de problemas de
saúde; – Investigar a acumulação de materiais e suas implicações socioambientais; – Analisar as mudanças climáticas e seus impactos em diversas escalas; – Analisar modelos socioambientais.
Interfaces com linhas de pesquisa
PPGE – Pós-Graduação em Energia www.iee.usp.br/pos/?q=ppge – em especial, Diretrizes 2 e 3
• Energia e Meio Ambiente
• Energia e Sociedade: Análise Econômica, Histórica, Política e Institucional dos Sistemas Energéticos
• Fontes Renováveis de Energia
• Planejamento Integrado de Recursos: Oferta, Demanda e Qualidade de Energia
• Desenvolvimento e Aplicações de Tecnologias Energéticas
Exemplos concretos: oportunidades de pesquisa
1) Programa Nascentes e restauração ecológica
• Programa Nascentes: iniciativa de Governo (12 Secretarias) para a restauração de cerca de 20 mil hectares no Estado de São Paulo. Reúne diferentes atores, como empresas públicas e privadas, poder público e sociedade civil, o programa otimiza e direciona investimentos públicos e privados para proteção e recuperação
• Faz uso de uma nova visão sobre a restauração ecológica, adotada pelo Sistema Ambiental Paulista a partir da consideração de que a verificação de cumprimento dos compromissos de restauração deve se basear nos resultados atingidos, e não nas ações planejadas.
Resolução SMA 32/2014: Artigo 16 - O restaurador deverá monitorar periodicamente as áreas em restauração, até que a recomposição tenha sido atingida, por meio dos seguintes indicadores ecológicos: I - cobertura do solo com vegetação nativa, em porcentagem; II - densidade de indivíduos nativos regenerantes, em indivíduos por hectare; III - número de espécies nativas regenerantes.
1) Programa Nascentes e restauração ecológica
• A nova visão sobre a restauração ecológica foi adotado após amplas discussões com a comunidade científica, com base nos resultados de pesquisas recentes sobre o assunto, consolidadas pela Sociedade Internacional para a Restauração Ecológica:
“Um ecossistema é considerado recuperado – e restaurado – quando contém recursos bióticos e abióticos suficientes para continuar seu desenvolvimento sem auxílio ou subsídios adicionais. Tal subsistema será capaz de se manter tanto estruturalmente quanto funcionalmente. Demonstrará resiliência normal aos limites normais de estresse e distúrbio ambientais. Interagirá com ecossistemas contíguos em termos de fluxos bióticos e abióticos e interações culturais.”
SER (Society for Ecological Restoration International). Princípios da SER International sobre a restauração ecológica, p. 4. Disponível em <http://www.ser.org/docs/default-document-library/ser-primer-portuguese.pdf>. Acesso em 04/03/2016.
Pesquisa necessária: soluções para dar escala à restauração ecológica, novas técnicas de restauro, avaliação dos esforços empreendidos
Exemplos concretos: oportunidades de pesquisa
2) Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) • Uma das ferramentas mais poderosas que temos para reverter a lógica
cultural de que vale a pena devastar:
“O pagamento por serviços ambientais apresenta-se como um instrumento promissor para uma gestão ambiental exitosa e que ao mesmo tempo gera novas fontes de renda para avançar na proteção do meio ambiente”. DIAS, Bráulio. Em: Pagamentos por Serviços Ambientais na Mata Atlântica: lições aprendidas e desafios / Fátima Becker Guedes e Susan Edda Seehusen; Organizadoras. – Brasília: MMA, 2011.
• Em São Paulo, o Programa de PSA foi instituído pela Política Estadual de Mudanças Climáticas (Lei Estadual nº 13.798/09):
Art. 23 - O Poder Executivo instituirá, mediante decreto, o Programa de Remanescentes Florestais (...), podendo prever, para consecução de suas finalidades, o pagamento por serviços ambientais aos proprietários rurais conservacionistas, bem como incentivos econômicos a políticas voluntárias de redução de desmatamento e proteção ambiental.
Exemplos concretos: oportunidades de pesquisa
2) Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) • Alguns projetos piloto executados até agora no Estado de São
Paulo: – Mina d’Água: proteção de nascentes e aumento da área de
proteção e restauração ecológica, incluindo também as áreas ciliares.
– Crédito Ambiental Paulista para RPPN: Instituído pela Resolução SMA nº 89/2013 e executado pela Fundação Florestal em parceria com a Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN).
– PSA Mata Ciliar: lançado pela Resolução SMA nº 19/2015 com o propósito de proteger, restaurar e ampliar áreas ciliares e fragmentos de vegetação nativa com resiliência ecológica.
Pesquisa necessária: modelos de PSA que superem os desafios encontrados, novos estudos comparativos, entre outros.
Exemplos concretos: oportunidades de pesquisa
3) Unidades de Conservação
• Sistema Ambiental Paulista gerencia 179 Unidades de Conservação, além dos inúmeros Parques Urbanos espalhados pelo Estado - cerca de 4,6 milhões de hectares (incluindo as áreas marinhas) Secretaria do Meio Ambiente. Relatório de Qualidade Ambiental 2015, pp. 199-200. Disponível em <www.ambiente.sp.gov.br/cpla/files/2015/06/RQA_2015.pdf>. Acesso 03/03/2016.)
• Gerenciadas pela Fundação Florestal e pelo Instituto Florestal: esforços de preservação precisam ser viáveis também do ponto de vista econômico
Exemplos concretos: oportunidades de pesquisa
3) Unidades de Conservação A qualidade da valoração econômica do serviço ambiental depende do conhecimento da dinâmica ecossistêmica em termos físicos e naturais, e a ausência desse conhecimento (“para que serve esse serviço?”) inviabiliza o cálculo econômico, por mais forte que seja a intuição de que o recurso “tem valor” (...), como o impacto econômico da visitação sobre a economia local ou a redução de emissões de gases de efeito estufa por conta do desmatamento evitado pela criação e manutenção da UC. (...) Mas mesmo nessas situações a explicitação do serviço ambiental em unidades físicas, sem a conversão para valores monetários, já indicam a significativa importância das UCs: pode‐se incluir nesse caso a própria biodiversidade, objetivo maior do SNUC, mas para a qual as técnicas de valoração ainda encontram enorme dificuldade para obter resultados robustos.
Pesquisa necessária: modelos de concessão de parques, soluções de gestão sustentável a longo prazo, valoração econômica dos serviços ambientais das Unidades de Conservação
Medeiros, R. & Young; C.E.F. 2011. Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia nacional: Relatório Final. Brasília: UNEP‐WCMC, pp. 21-22. Disponível em <http://www.mma.gov.br/ estruturas/240/_arquivos/relatorio_final_contribuio_uc_para_a_economia_nacional_reduzido_240.pdf>. Acesso em 02/03/2015.
Exemplos concretos: oportunidades de pesquisa
Exemplos concretos: oportunidades de pesquisa
4) Mudanças climáticas • São Paulo – precursor no tema, 1º estado a instituir política própria
sobre o tema (Lei Estadual nº 13.798/09)
• Protocolo Climático do Estado de São Paulo lançado na Conferência de Paris e assinado por mais de 30 empresas/entidades www.ambiente.sp.gov.br/spclima/
• Hoje: desenvolvimento de estratégias para os próximos passos, como a adequação de prédios públicos juntamente com a Secretaria de Energia
Pesquisa necessária: modelos de redução das emissões do Estado de São Paulo que sejam viáveis do ponto de vista ambiental e econômico, eficiência energética em prédios públicos
Obrigada!
Patrícia Iglecias [email protected]