as cartas pastorais

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Introdução à primeira carta a Timóteo. Disponível em :http://www.hagnos.com.br/imgextras/1-timoteo_1-cap.pdf ( fala sobre as cartas pastorais) As epistolas pastorais foram assim chamadas pela primeira vez por Tomás de Aquino em 1274. Escrevendo acerca de 1 Timóteo, o teólogo afirmou: É como se está carta fosse uma regra pastoral que o apóstolo deu a Timóteo”. Depois, no século XVIII mais precisamente no ano de 1726, o grande erudito Paul Anton, em uma série de palestras chamou as três cartas de Paulo a Timóteo e Tito de epístolas pastorais. Wiliam Barclay diz que as cartas pastorais nos dão uma imagem tão vívida da igreja como nenhuma outra carta do Novo Testamento. Nelas podemos ver os problemas de uma igreja que se apresenta como uma pequena ilha de cristianismo cercada por um mar de paganismo. Essas cartas são úteis aos obreiros contemporâneos, porque os problemas do passado abordados ali são basicamente os mesmos enfrentados hoje. Os tempos mudam, mas o coração humano é o mesmo. As pastorais são cartas dirigidas a obreiros individuais. A autoria das pastorais Há robustas evidências internas e externas acerca da autoria paulina destas epístolas. Em primeiro lugar, as epístolas de Paulo a Timóteo reivindicam elas próprias a autoria paulina, fato declarado abertamente na saudação da carta e desde assim

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Introduo primeira carta a Timteo. Disponvel em :http://www.hagnos.com.br/imgextras/1-timoteo_1-cap.pdf ( fala sobre as cartas pastorais)

As epistolas pastorais foram assim chamadas pela primeira vez por Toms de Aquino em 1274. Escrevendo acerca de 1 Timteo, o telogo afirmou: como se est carta fosse uma regra pastoral que o apstolo deu a Timteo.

Depois, no sculo XVIII mais precisamente no ano de 1726, o grande erudito Paul Anton, em uma srie de palestras chamou as trs cartas de Paulo a Timteo e Tito de epstolas pastorais.

Wiliam Barclay diz que as cartas pastorais nos do uma imagem to vvida da igreja como nenhuma outra carta do Novo Testamento. Nelas podemos ver os problemas de uma igreja que se apresenta como uma pequena ilha de cristianismo cercada por um mar de paganismo.

Essas cartas so teis aos obreiros contemporneos, porque os problemas do passado abordados ali so basicamente os mesmos enfrentados hoje. Os tempos mudam, mas o corao humano o mesmo.

As pastorais so cartas dirigidas a obreiros individuais.

A autoria das pastorais

H robustas evidncias internas e externas acerca da autoria paulina destas epstolas. Em primeiro lugar, as epstolas de Paulo a Timteo reivindicam elas prprias a autoria paulina, fato declarado abertamente na saudao da carta e desde assim tm sido confirmado tanto pela igreja primitiva, pais da igreja como pelos escolsticos, Reformadores e cristos contemporneos.

Alfred Plumer assim se expressa acerca disso: As evidncias concernentes aceitao geral da autoria paulina dessas cartas so abundantes e positivas, vm desde os tempos antigos.

O cnon muratoriano (170 d.C) incluiu as pastorais e as atribui a Paulo.

Irineu(178 d.C), citou nominalmente as trs epstola, diversas vezes em seu Contra as heresias.

Tertuliano ( 200 d.C), extraiu vrias citaes de 1 e 2 Timteo em seu Prescrio dos hereges.

Clemente de Alexandria ( 194 d.C), mencionou repetidas vezes as trs epstolas como de autoria de Paulo.

Eusbio ( 325 d.C) referiu-se s cartas pastorais como manifestas e certas

So testemunhas externas favor da autoria paulina das cartas pastorais.

No sculo XIX, entretanto, os telogos liberais colocaram em dvida essas evidncias.

Em 1807, Schleiermacher rejeitou a autenticidade de 1 Timteo com base em 75 palavras que ele no encontrou em nenhum outro lugar do Novo Testamento.

Em 1885, H. J Holtzmann apresentou o que se considera a declarao clssica contra a autoria paulina. A ltima adio notvel evidncia antipaulina foi efetuada por P.N. Harrison em 1921. Desde ento, uma torrente d livros segue este vis, questionando e at mesmo negando peremptoriamente a autoria paulina.

J. Glenn Gould esclarece que o ataque autenticidade das epstolas pastorais efetivado em pelo menos, quatro frentes:

1) dificuldades em ajust-las carreira de Paulo conforme nos mostra a literatura do Novo Testamento.

2) a incompatibilidade com a avanada organizao das igrejas na poca.

3) os temas doutrinrios que, conforme se diz, diferem radicalmente dos ensinos presentes nas outras epstolas de Paulo.

4) as supostas diferenas de vocbulos existentes entre as epstolas pastorais e as cartas de Paulo s igrejas.

Os ataques so, portanto, de natureza histrica, eclesistica, doutrinria e lingstica.Refutao dos questionamentos que atacam autoria paulina das pastorais.1) Quanto ao ataque histrico- H evidncias abundantes de que Paulo saiu da primeira priso em Roma e assim no h nenhum embarao nos registros contidos nas epstolas pastorais.

2) Quanto ao ataque eclesistico- Desde a primeira viagem missionria Paulo j constitua presbteros nas igrejas (Atos 14.23), da mesma forma que na igreja de Filipos havia presbteros e diconos (Fp 1.1)

3) Quanto ao aspecto doutrinrio- o propsito de Paulo nas epstolas pastorais diferia da finalidade das demais cartas. Seu objetivo nessas missivas se concentrava mais na estratgia e na direo, enquanto naquelas tinha carter mais teolgico.

4) Quanto ao ataque lingstico as diferenas de vocabulrio existentes entre as epstolas pastorais e as cartas de Paulo s igrejas so suficientes para enfraquecer a tese de que as epstolas pastorais no so de origem paulina.

A rea mais contundente dos crticos reside na autoria paulina. Suas tentativas, porm, no lograram xito. As supostas evidncias apresentadas contra autoria paulina foram amplamente derrubadas por estudiosos srios das Escrituras, como Donald Guthrie; E.C.H Lenski; William Hendriksen entre outros.Para os crticos, a principal dificuldade de aceitar a autoria paulina das pastorais fazer correspondncia entre os fatos registrados nessas epstolas e o livros de Atos, o qual termina com o relato da primeira priso de Paulo em Roma. Esses crticos acreditam que Paulo foi martirizado durante essa primeira priso. Mas isso no encontra apoio bblico muito menos histrico. Carl Spain argumenta que no h nenhuma evidncia de que Paulo tivesse sido executado no final dos dois anos mencionados em Atos 28.30-31.

perfeitamente razovel concluir que ele foi libertado e que sua vida se prolongou a ponto de incluir os acontecimentos mencionados nessas cartas (1 Tm 1.3; 2Tm 1.8, 16,17; 4.13-20; Tt 1.5; 3.12).

sabido que Paulo alimentou vividamente a expectativa de ser libertado da primeira priso ( Fm 22; Fp 1.12-14,19,20; 2.24). Alm do mais, Lucas incluiu vrias declaraes apontando a inocncia de Paulo e um resultado favorvel a seu caso (Atos 23.29; 26.32; 28. 21,31).

Destacamos, ainda, que Paulo demonstrou seu desejo de ir Espanha aps visitar Roma (Rm 15.24,28); e Clemente de Roma, escrevendo a respeito dessa cidade, por volta do ano 96. d.C diz que Paulo seguiu para o extremo ocidente, o que interpretado pela maioria como sendo a Espanha.

Na poca em que Clemente escreveu sua carta, ainda viviam em Roma cristos em nmero suficientes que podiam ter por experincia pessoal, conhecimento da libertao e das subseqentes viagens de Paulo.

O cnon muratoriano confirma a viagem de Paulo Espanha. Jernimo repete o mesmo testemunho.

Eusbio tinha certeza da soltura de Paulo: ....... depois de haver feito sua defesa... saiu uma vez mais em seu ministrio de pregao, e que ao retorna mesma cidade pela segunda vez sofreu o martrio.No sculo V dois grandes pais da igreja confirmam a existncia da viagem de Paulo Espanha. Crisstomo, em seu sermo sobre 2 Timteo 4.20, registra : So Paulo, aps sua estada em Roma, partiu para a Espanha.

Jernimo, em seu Catlogo de escritos declara que Paulo foi solto por Nero para que pregasse o Evangelho de Cristo no Ocidente.( terminou aqui)Abaixo comea outra referencia

Twomey, Jay. The pastoral epistles through the centuries. Disponvel em: http://books.google.com.br/books?id=SQ3j93_b5lgC&pg=PR4&lpg=PR4&dq=pastorals+epistles+blackwell+bible&source=bl&ots=16N-R5WS8h&sig=qzArUMr6iYnX_hfY0-9xx0Cfgt0&hl=pt-BR&sa=X&ei=ry9pU-bdM46MyATooYHADw&ved=0CHIQ6AEwCQ#v=onepage&q&f=false

As epstolas pastorais so tambm, na opinio de um consenso acadmico que este comentrio aceita, pseudepgrafe. Ou seja, eles so documentos ps-paulinas, escritas na mesma gerao que se deu a morte do apstolo Paulo. Estas cartas parecem refletir um senso de estrutura da igreja e da tradio e da poltica bem diferente do que se encontra nas comunidades prprias de Paulo (por exemplo, Tessalnica, Corinto, o igrejas da Galcia). As sees introdutrias dentro do comentrio ir discutir mais especificamente o que essas diferenas so, pelo menos, medida que so interpretados pelos comentaristas modernos. A recusa em conceder moderno autenticidade s pastorais vale a pena considerar aqui, no entanto, principalmente como forma de enquadrar a histria de recepo desses textos, para que liga o nosso momento com uma das primeiras respostas s pastorais. Em meados do sculo II, o "paulinismo radicalizado" de um gnstico, ou pseudo-gnstico, telogo chamado Marcio, levou criao de um dos primeiros canhes de Escritura crist. Marcio, trabalhando, em parte, a partir de reflexo aparente de Paulo sobre a lei e as prticas cerimoniais judaicos, acreditava que Deus da Bblia hebraica foi uma menor, e sem piedade, deith, e que um Deus superior, benevolente que tinha tido pena humanidade estava agora oferecendo salvao em Jesus Cristo. Assim sendo, ele compilou sua bblia de um punhado de textos: o evangelho de Lucas e vrios das cartas de Paulo, das quais ele purgou qualquer influncia de material judaico. O corpus paulinium no cnon de Marcio tambm incluiu as epstolas pastorais; porque os marcionistas evitavam a materialidade da existncia humana (eram docticos na prtica eram

ascticos). T

na teologia e na prtica asctica), um pai cedo, como Tertuliano ter precisado assumir que Marcio deixou as pastorais fora intencionalmente porque incentivam marrige e educao dos filhos. As principais figuras da tradio interpretativa levaram Marcio e excises escrituras rigorosos, como um ponto de partida na construo de ortodoxia mais contra as heresias do gnsticos. Se Marcio, tem-se argumentado, no era um gnsticos profundas. Mas os leitores patrsticos poderia Nevertheles cit-lo ea ameaa que ele representava a Igreja, em suas reponses aos gnsticos (e maniquestas, e ascetas de todas as faixas) As epstolas pastorais, aparentemente exclued por Marciom, tornam-se textos-chave nesses debates. Contra o "Conhecimento gnosis falsa" dos herectics (veja 1 Tm. 6,20), Irineu, Tertuliano, Orgenes, e outros poderiam se opor a passagens das pastorais em que Paulo insiste na bondade da realidade material, ou parece repudiar a ideia de um ensinamento gnstico-crist secreta. No outro extremo da sua histria recepo das cartas so rejeitados mais uma vez, e para a razo no totalmente ao contrrio daqueles imputada a Marcion. verdade que alguns estudiosos do sculo XIX, assumindo uma data relativamente tardia de composio para pastorais, na verdade sugeriu que o pastor escreveu esses documentos em resposta heresia Marcionita. A maioria dos estudiosos consideram agora a carta pastoral a ser mais cedo do que Marcio, e simplesmente rejeitar a autenticidade dessas cartas, com base em seu estilo, divergncia eclesiolgico, social e thelogical dos prprios escritos de Paulo. Um nmero de estudiosos do sculo XX afirmam que o autor das epstolas pastorais apresentar um, no-carismtico, grande parte da igreja no-escatolgico institucionalizada bastante diferente da situao nas primeiras comunidades crists autnticas. E de acordo com essa viso, defendida por Rudolf Bultmann entre outros, o Cristianismo das pastorais um paulinismo um pouco desbotada. Leituras feministas contemporneas de 1 e 2 Timteo e Tito pode ainda mais acentuada lamentar o fracasso dessas cartas para manter o que alguns vem como agenda de Paulo comparativamente radical sociais (ver, por exemplo, os remarkes de Jouette Bassler, citados ao longo do comentrio). Enquanto eu tendo a concordar com a rejeio crtica das pastorais como textos paulinos autnticos, no entanto eu tambm tenho que reconhecer uma semelhana histrico curioso: tanto o Marcionita ea rejeio erudita moderna das pastorais marcar as duas extremidades de um mesmo espectro interpretativo. Por razes completamente diferentes, com certeza, os leitores em cada plo tm favorecido o que eles vem como a newsness strikiling de Paul, com seu ambicioso e absolutamente radical projeto anunciando-a previamente indito savation, em Marcion; estabelecimento de um novo igualitarismo com base paleta compartilhada dos dons espirituais, em estudos modernos. Eles compararam a inovao ao tradicionalismo do pastor, e eles encontraram o pastor querendo