Árvores de natal recicladas

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Árvores de Natal Recicladas • Comércio Justo • As Empresas e a Qualidade Ambiental número 20 | Dezembro 2009 REVISTA DE AMBIENTE DO CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA MATA NACIONAL DA MACHADA E SAPAL DO RIO COINA Impresso em papel reciclado

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Page 1: Árvores de Natal Recicladas

Árvores de Natal Recicladas• Comércio Justo

• As Empresas e a Qualidade Ambiental

número 20 | Dezembro 2009REVISTA DE AMBIENTE DO CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA MATA NACIONAL DA MACHADAE SAPAL DO RIO COINA

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2 caminhos

Novo mandatocom novos desafios!A recta final de 2009 fica marcada com a mudança de alguns membros do executivo municipal, decorrente das eleições que tive-ram lugar no passado mês de Outubro. Desta forma, o Pelouro do Ambiente inicia um novo mandato, sob a minha responsabilidade. Este novo desafio por mim assumido, surge como uma oportunidade para repensar os objectivos e metas estabelecidas até aqui, permitindo igualmente redefinir uma estratégia de de-senvolvimento sustentável para o concelho.

O Barreiro encontra-se hoje num momento decisivo da sua História. Foram tomadas de-cisões vitais para afirmar o concelho como pólo central da Área Metropolitana de Lisboa e dinamizador da Margem Sul do Tejo. O Barreiro foi desde sempre um pólo de desenvolvimen-to económico, intimamente associado à sua localização geográfica privilegiada. Esta loca-lização sairá no entanto, ainda mais reforçada através da futura ligação directa à capital - a Terceira Travessia sobre o Tejo Barreiro-Chelas, apesar de alguns aspectos menos positivos, trará também bastantes benefícios ambien-tais, sociais e económicos.

O concelho do Barreiro foi muitas vezes re-legado para segundo plano nas opções po-líticas, o que se revê no isolamento, face à quase total inexistência de ligações com os concelhos vizinhos. Esta situação pode ver uma evolução positiva com a ligação ao Seixal e a futura extensão do Metro de Ligeiro Superfície até à freguesia do Lavradio. Estão ainda a ser dados passos vitais para o desenvolvimento ambiental do concelho, com o projecto de reconversão da sua frente ribeirinha e através da reabilitação do espaço do Parque Industrial da Quimiparque.

Estes projectos devem ser encarados como oportunidades, no sentido de desafiar a ca-

pacidade dos au-tarcas e dos cida-dãos, a privilegiar tomadas de deci-são que garantam uma melhoria da qualidade de vida e saúde de quem escolhe o Barreiro para viver, traba-lhar ou simples-mente para lazer. É prioritário valorizar os nossos recursos naturais e criar estruturas de salvaguarda do património. A integração destes princípios orientadores irá promover o Desenvolvimento Sustentável do concelho.

Estou ciente do desafio que é trabalhar pela melhoria ambiental do meu concelho, e por isso aceitei o repto que me foi lançado. Este trabalho concretiza-se em questões funda-mentais como a Qualificação do Espaço Público, criando condições para a sua plena utilização pelos munícipes; a aposta em Modos de Mo-bilidade Suaves, promovendo o uso do trans-porte público e da bicicleta; sensibilizar para a conservação do património natural, dando prioridade aos espaços da Mata Nacional da Machada e Sapal do Rio Coina; fomentar a Educação Ambiental e valorizar a cidadania. Estes são os meus compromissos com o Bar-reiro para os próximos 4 anos.

Conto convosco,Podem contar comigo!

Nuno BanzaVereador do Ambiente da

Câmara Municipal do BarreiroPresidente do Conselho

de Administração da [email protected]

Almanaque

NOVEMBRO

Lua Cheia – 02 Novembro 2009 às 19h14m Quarto Minguante – 09 Novembro 2009 às 15h56m Lua Nova – 16 Novembro 2009 às 19h14m Quarto Crescente – 24 Novembro 2009 às 21h39m

Novembro põe tudo a secar, pode o sol não tornar.

DEZEMBRO

Lua Cheia – 02 Dezembro 2009 às 07h30m

Quarto Minguante – 09 Dezembro 2009 às 00h13m

Lua Nova – 16 Dezembro 2009 às 12h02m

Quarto Crescente – 24 Dezembro 2009 às 17h36m

Lua Cheia – 31 Dezembro 2009 às 19h13m

Não há em Dezembro valente que não trema.

JANEIRO

Quarto Minguante – 07 Janeiro 2009 às 10h39m

Lua Nova – 15 Janeiro 2009 às 07h11m

Quarto Crescente – 2 Janeiro 2009 às 10h53m

Lua Cheia – 30 Janeiro 2009 às 06h17m

Quem em Janeiro lavrar, tem sete pães para o jantar.

PARA APRENDER…

A água chega à atmosfera através de processos de evaporação e de transpiração, com origem nos lagos, rios e mares, e também nas plantas, e volta à terra, sob a forma de precipitação, completando-se assim o ciclo da água. De uma forma geral, a temperatura do ar vai diminuindo à medida que a altitude aumen-ta. Assim, a água em estado gasoso conden-sa e forma as nuvens. As gotículas de água nas nuvens, encontram-se em movimen-to, juntando-se e formando gotas de água maiores, que caiem sobre a forma de chuva. Se a temperatura for mesmo muito baixa, a água pode congelar e cair sob a forma de granizo ou mesmo neve.

FICHA TÉCNICA

Câmara Municipal do BarreiroRua Miguel Bombarda2830-355 Barreiro

Divisão de Sustentabilidade AmbientalRua Stinville nº142830-144 BarreiroTel.: 212 068 042 – Fax: 212 068 248Linha Verde: 800 205 681

Centro de Educação Ambientalda Mata Nacional da Machadae Sapal do Rio CoinaTel.: 212 153 114 - Tel./Fax: 212 141 186E-mail: [email protected]

Coordenação de Edição e Redacção:Divisão de Sustentabilidade Ambiental

Design e Paginação:Rostos da Cidade

Impressão: BelgráficaRua da Corça - Alhos Vedros

Depósito legal n.º: 288714/09

Data de Edição: Dezembro de 2009

Page 3: Árvores de Natal Recicladas

paisagens 3

CLICK ! – FOTOREPORTAGEM

Árvores de Natal RecicladasMais uma vez, a Divisão de Sustentabilidade Ambiental da Câmara Municipal do Barreiro promoveu o concurso “Árvores de Natal Re-cicladas”, destinado à Comunidade Educativa do Concelho.O objectivo principal da iniciativa é a sensibi-lização dos munícipes em geral, e da comuni-dade escolar em particular, para a importân-cia e necessidade da reutilização de materiais na criação de novos objectos.Este ano aderiram cerca de 30 instituições, dos diferentes níveis de ensino, quer da rede pú-blica, quer privados. Contámos também com a participação do Serviço de Pediatria do Hospi-tal Nossa Senhora do Rosário, Instituições de Ensino Especial e Agrupamentos de Escuteiros.Os três melhores trabalhos serão reconheci-

dos com prémios no valor de €1000, €750 e €500, de acordo com a classificação, havendo ainda lugar para Menções Honrosas, caso o júri assim o entenda.A exposição dos trabalhos terá lugar de 18 a 20 de Dezembro no Auditório Municipal Augusto Cabrita (AMAC), e de 21 de Dezembro a 10 de Janeiro no Hospital Nossa Senhora do Rosário.No âmbito desta exposição, será ainda apre-sentado no AMAC, no dia 20 de Dezembro, o espectáculo musical infantil “Mica & Amigos”, que pretende alertar os mais novos para a preservação do meio ambiente. A Mica é uma personagem que narra histórias conhecidas, cantando-as de forma muito original, que fazem sonhar os mais novos e trazem boas memórias aos mais velhos.

Visite a exposição e assista ao espectáculo que lhe propomos. Tenha um Feliz Natal Eco-lógico!

Enfeites coloridos.

Tampas de mil cores.

Árvore de rolos.

Bolas tetra pak.

Árvore rica em cálcio.

Pintar o Natal.

Anjo de iogurte.

Mãos à obra!

É Natal!

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4 projecto na escola

No dia 11 de Novembro, a EB 2/3 Álvaro Ve-lho hasteou a Bandeira Verde Eco-Escolas, que recebeu na cerimónia de entrega de Galar-dões, em Santa Maria da Feira. Esta iniciativa coincidiu com as comemorações do Dia Inter-nacional da Ciência e Dia Internacional da Paz, pela relação que estas têm com a sustentabi-lidade e defesa ambientais.

Durante a cerimónia foi declamado um poema escrito pelos alunos da escola, sobre o am-biente e a importância deste para as gerações vindouras, e foi largada uma pomba branca, símbolo da Paz. Um grupo de alunos hasteou, com muito orgulho, a Bandeira Verde, enquan-to o grupo de Batuqueiros da escola animava a festa. Esteve também presente o Vereador do Ambiente, Nuno Banza, que não quis dei-xar de congratular a EB 2/3 Álvaro Velho pelo galardão conquistado, reconhecendo o traba-lho que a escola tem desenvolvido na área do ambiente e das energias renováveis.

O Programa Eco-Escolas, implementado em Portugal desde o ano lectivo 1996/1997, des-tina-se às escolas do ensino básico, embora possa ser implementado em qualquer grau de ensino.Através da abordagem de temáticas como a água, os resíduos, a energia e as alterações climáticas, e ainda, complementarmente a biodiversidade, a agricultura biológica, os es-paços exteriores, o ruído e os transportes, este programa pretende encorajar acções desen-

volvidas nas escolas, no sentido de melhorar o desempenho ambiental destas.

Pretende ainda estimular para a participação, através do envolvimento activo das crianças e jovens na tomada de decisões, implemen-tação de acções e mudança de atitudes que passem pela adopção de comportamentos sustentáveis no quotidiano, ao nível pessoal, familiar e comunitário.Através das acções e trabalhos desenvolvidos, as boas práticas são divulgadas, quer a nível nacional, como a nível internacional, sensibi-lizando a comunidade para um bom desem-penho ambiental.O trabalho levado a cabo pela escola será re-conhecido com a Bandeira Verde Eco-Escolas, um galardão que é atribuído anualmente às escolas que apresentaram a sua candidatura

e demonstraram ter seguido a metodologia proposta, bem como actividades no âmbito dos temas propostos.

Para mais informações, contacte a Divisão de Sustentabilidade Ambiental ou consulte os sites www.abae.pt ou www.eco-schools.org.

PROGRAMA ECO-ESCOLASBandeira Verde na EB 2/3 Álvaro Velho

CEF de Jardinagem - EB 2/3 Padre Abílio Mendes

Curso de Educação e Formação de Jardinagem… um curso especial para alunos especiais que, aos poucos, vão descobrindo capacidades escondi-das para aprenderem a arte de embelezar um espaço, tornando-o atractivo e acolhedor. É com algum prazer e interesse pela natureza que se vão gradualmente adquirindo conhecimentos com o objectivo de, no final, estes alunos fica-rem com uma especialidade profissional e pre-parados para iniciar o mundo activo do trabalho.

Seja Verão, seja Inverno, actividades não escas-seiam neste curso. Desde a plantação de flores, árvores e arbustos à construção de cascatas, muros, vedações, pirâmides e degraus em terra, passando por todo o embelezamento implícito...

nada escapa a estes jovens “jardineiros”.Desde o início do curso, na Escola Padre Abílio Mendes, qualquer visitante, funcionário, profes-sor ou aluno da escola, certamente já observou belos canteiros de flores coloridas que propor-cionam uma visão idílica aos olhos de quem os vê. Estética exemplar de um espaço outrora adormecido ou, até mesmo, estéril. Depois, pro-gressivamente, se observa um evoluir nos tra-balhos de jardinagem com resultados deveras satisfatórios.

Todos sabemos que, na maioria das vezes, as nossas sensações visuais e olfactivas dependem e são influenciadas por aquilo que se nos oferece a esses sentidos. Assim, um espaço agradável proporciona-nos boas sensações... muito dife-rentes daquelas que o mesmo espaço, se não estiver cuidado com algum amor, dedicação e carinho, não nos poderá proporcionar.

Desta vontade de querer envolver sempre mais e mais os nossos alunos, nasceu a Horta Pedagógica que está a dar os primeiros passos através do Clube de Ciências. Pretende-se que seja um projecto para continuar, já que somos uma Eco-escola e queremos incutir nos alunos a necessidade de promover a sustentabilidade

ambiental. A pouco e pouco, com o conhecimen-to de uns e a vontade de todos já temos o ter-reno preparado para podermos começar a fazer as primeiras plantações e esperar que elas dêem fruto… Vale o esforço, vale o resultado! Louvam--se os alunos, louvam-se os professores!

Maria João Grilo, Prof.ªEscola Básica 2/3 Padre Abílio Mendes

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impressões coloridas 5

A questão da água e da sua correcta gestão é um tema da actualidade, discutido ao nível da agenda política nacional e internacional. O Folha Viva conversou com o Eng. Rui Teixeira, Chefe da Divisão de Exploração, sobre este recurso essen-cial à vida, que faz parte do nosso dia-a-dia, mas que tantas vezes não recebe a atenção merecida. É imprescindível reconhecer a sua importância e assumir a responsabilidade de utilizar de forma racional este recurso tão limitado.

Folha Viva – Qual a função da Divisão de Ex-ploração da Autarquia?

Rui Teixeira – A Divisão de Exploração está inte-grada no Departamento de Águas e Saneamento e tem como função gerir, manter e explorar as infra-estruturas de águas e saneamento no con-celho do Barreiro.

FV – De onde vem a água que chega às nossas casas?

RT – A água que chega às nossas torneiras pro-vém do aquífero Tejo-Sado, que é uma das maio-res e mais importantes reservas de água do País e até mesmo da Península Ibérica, não só pela quantidade mas também pela qualidade da pró-pria água, sendo captada, a cerca de 300 metros de profundidade. Para isso existem, no concelho, 11 captações que captam e bombeiam a água para os reservatórios, para depois entrarem na

rede de distribuição, chegando finalmente às nossas casas.

FV – Como é garantida a qualidade da água?

RT – A qualidade da água para consumo humano é garantida através de 2 programas de controlo: o Programa de Controlo da Qualidade da Água (P.C.Q.A.) e o Programa de Controlo Operacional (P.C.O.). Nestes programas são feitas colheitas de água em vários pontos da rede de águas do concelho, de forma a abranger toda a rede, nas captações e reservatórios, sendo posteriormen-te analisadas por um laboratório acreditado e certificado. No ano de 2008, foram efectuadas 783 colheitas de água, efectuadas 5425 aná-lises, sendo que apenas menos de 1% dessas análises não cumpriam os valores paramétricos que a legislação obriga, mas que foram todas regularizadas na contra-análise.Convém referir que o P.C.Q.A. é também apro-vado e controlado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), que tem como competência regular todas as entidades gestoras de águas e resíduos, bem como pela Delegação de Saúde do Barreiro.

FV – Onde e como é feito o tratamento da água?

RT – O tratamento de água no concelho do Bar-reiro é feito nas captações e reservatórios de água, através da injecção de hipoclorito de só-dio, que é um desinfectante. Convém referir que a qualidade da nossa água é muito boa, não sendo necessário qualquer tipo de tratamento a não ser a desinfecção para combate de algumas contaminações que possam surgir, resultantes de roturas na rede de abastecimento, por exemplo.

FV – Como tem sido a classificada a qualidade da água no nosso concelho?

RT – A qualidade da água é classificada segundo o Índice de Potabilidade, que pode ser: não sa-tisfatório, pouco satisfatório, satisfatório, bom e muito bom. No concelho do Barreiro, na década de 2000, o índice de potabilidade andou sempre acima dos 95%, que corresponde a uma quali-dade de água muito boa, sendo que em 2008 o índice se fixou em 97,8%.

FV – Para quando está prevista a entrada em funcionamento da ETAR?

RT – Prevê-se a entrada em funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais em 2010, talvez ainda no 1º semestre.

FV – Quais os benefícios que podemos esperar com a instalação desta infra-estrutura?

RT – Os benefícios serão imensos, uma vez que não tratávamos o nosso “esgoto”, ou seja, o único tipo de tratamento que fazíamos era um pré-tratamento apenas físico, que consistia na decantação e gradagem para recolha de sólidos grosseiros e areias, e que era feito nas estações elevatórias.Com a entrada em funcionamento da ETAR, vamos passar a fazer tratamento biológico das nossas águas residuais, o que se vai traduzir numa gradual e muito significativa melhoria da qualidade da água dos nossos rios. Esse será sem dúvida o grande benefício! No futuro, outras van-tagens poderão também ser equacionadas, tais como a reutilização das águas residuais tratadas para regas e lavagens, a produção de energia eléctrica e a utilização das lamas resultantes do tratamento como compostos a serem utilizados na agricultura.

FV – Existe algum estudo em curso, relativa-mente às Redes de Águas e Saneamento?

RT – Neste momento está a ser elaborado, ao nível do Departamento de Águas e Saneamento, o Plano Geral de Águas e Saneamento. Este será um plano com muitas vertentes, sendo que a principal visa a remodelação das redes de abas-tecimento de águas e saneamento. Também se encontra em fase de elaboração a remodelação do regulamento municipal para as águas e sa-neamento.

FV – Para terminar, que mensagem deixa aos leitores do FV, relativamente à utilização mais correcta da água?

RT – A problemática da água é mundial, para tal basta-nos recordar que, em alguns pontos do mundo, as pessoas não têm ou têm em muito pouca quantidade e com má qualidade, água para beber.A água é um bem único e precioso, mas também finito, e como tal deve ser poupado. Existem mui-tas formas de poupar água, que podem ser feitas por todos nós, como tomar banho rápido, não deixar a água a correr sem necessidade, utilizar as máquinas de lavar roupa e loiça só quando estiverem cheias, utilizar os sistemas de rega de forma correcta e lavar o carro com um balde, em vez de mangueira.Por último, gostaria de referir, que na última dé-cada a água tem-se tornado num negócio, talvez no negócio mais apetecível dos últimos tempos. Na minha opinião, a água é um bem da huma-nidade, é um bem público, por isso cabe a todos nós não deixar que isso seja alterado, como tem acontecido, um pouco por todo o mundo e tam-bém aqui em alguns locais do nosso País.

Uns minutos com…

Rui Teixeira, Chefe daDivisão de Exploração da CMB

Reservatório elevado de água para consumo humano de Coina

Reservatório apoiado de água para consumo humano da Penalva

Estação elevatória de águas residuais domésticas na Vila Chã

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6 impressões coloridas

“O Comércio Justo é uma parceria comercial ba-seada no diálogo, na transparência e no respei-to, que procura uma maior justiça no comércio internacional. Contribui para o desenvolvimento sustentável ao oferecer melhores condições co-merciais e ao garantir os direitos dos produtores e dos trabalhadores marginalizados — especial-mente dos países do Sul. As organizações de Comércio Justo (secundadas pelos consumidores) estão activamente empenhadas no apoio aos produtores, no aumento da consciencialização e na campanha pela alteração das regras e práticas do comércio internacional convencional” (defini-ção da FINE)

O Comércio Justo assenta num conjunto de prin-cípios, tais como: • O respeito e a preocupação pelas pessoas e ambiente, colocando as pessoas acima do lucro (“people before profit”);• A criação de meios e oportunidades para os produtores melhorarem as suas condições de vida e de trabalho, incluindo o pagamento de um preço justo (um preço que cubra os custos de um rendimento aceitável, da protecção ambien-tal e da segurança económica);• A abertura e transparência quanto à estrutu-ra das organizações e todos os aspectos da sua actividade, e informação mútua entre todos os intervenientes na cadeia comercial sobre os seus produtos e métodos de comercialização;• O envolvimento dos produtores, voluntários e empregados nas tomadas de decisão que os afectam;• A protecção dos direitos humanos, nomeada-mente os das mulheres, crianças e povos indí-genas;• A consciencialização para a situação das mu-lheres e dos homens enquanto produtores e comerciantes, e a promoção da igualdade de oportunidades;• A promoção da sustentabilidade através do es-tabelecimento de relações comerciais estáveis de longo prazo;• A educação e a participação em campanhas de sensibilização;• A produção tão completa quanto possível dos produtos comercializados no país de origem.

No circuito do Comércio Justo, são quatro os actores principais: os produtores dos produtos do Comércio Justo (alimentares, têxteis e arte-sanato), que se encontram dispersos por mais de 800 cooperativas localizadas em cerca de 50 países do Sul do Mundo. Estas cooperativas já re-presentam mais de 1 milhão de trabalhadores e estima-se que 5 milhões de pessoas beneficiem com a justiça que o movimento promove. As organizações importadoras, actualmente são já cerca de 100 e revestem-se, com frequência, na forma de Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD), estando es-palhadas pela maioria dos países da UE, Japão, Canadá, EUA e Austrália. As Lojas do Comércio Justo, que na Europa são cerca de 3000. As pla-taformas internacionais de certificação – a Fair Labelling Organization (FLO) para os produtos e a International Fair Trade Association (IFAT) para as organizações – e plataformas internacionais

de representação – o Network of European World Shops (NEWS) que reúne as Lojas europeias de Comércio Justo e a European Fair Trade Associa-tion (EFTA) que reúne os principais importadores europeus de Comércio Justo.

Os produtos do Comércio Justo agrupam-se em três categorias: alimentares (chá, cacau, açú-car, compotas, bolachas, caju, mel, guaraná, especiarias, café,...), têxteis (t-shirts, camisas, calças, tapetes, lenços, mantas,...) e artesanato (bijutaria, artigos para casa ou cozinha, cestaria, jogos educativos, carteiras, espanta-espíritos, velas, papel e vidro reciclado,...). Recentemen-te, o Comércio Justo começou a comercializar produtos cosméticos naturais com base nas ma-

térias-primas que vende, acrescentando valor e aumentando as margens de rendimento dos produtores.

Mas para além dos números, do crescimento quantitativo, o mais importante é sem dúvida a consciência de que numa Loja do Mundo não se vende um produto mas sim uma história.Quando se entra numa Loja do Mundo fica-se imediatamente conquistado pela beleza das cores, pela variedade das formas, pela multipli-cidade das peças de artesanato. E o que surpre-ende o cliente é o facto de estes produtos não serem propagandeados pelos voluntários pela relação preço/qualidade, pelas excepcionais promoções, pela conveniência ou necessidade, mas sim pelo significado que transportam. O potencial comprador descobre que por detrás duma estatueta, duma carteira, dum pacote de café ou chá existe uma história: onde nasce, quem fez, com que matérias-primas, etc..

O Comércio Justo não se baseia somente no facto de pagar um preço mais alto aos produto-res do Sul do Mundo. A força do Comércio Justo vem sobretudo das novas relações sociais entre produtores do Sul e consumidores do Norte, da criação de redes internacionais que abordam a problemática Norte/Sul duma forma global, da denúncia e consciencialização através da parti-cipação em campanhas em defesa dos direitos dos trabalhadores do Sul.É então correcto afirmar que o Comércio Justo representa uma das tentativas mais significati-vas para responder aos desafios do Capitalismo global através da criação de espaços de trabalho e consumo alternativos.

O slogan “Comércio e não ajuda” com que o Comércio Justo partiu há mais de 40 anos mos-trou-se vencedor. O que poderia parecer um gesto de boa vontade ou de puro testemunho, transformou-se numa organização moderna, dotada de grande flexibilidade e capacidade de inovação. É certo que, em relação aos números do Comércio Internacional a facturação do Co-mércio Justo, numa escala mundial, pode pa-recer uma gota no oceano. Mas, só o facto de que na era da globalização se tenha aberto uma janela para oferecer uma alternativa prática ao predomínio do capital internacional, demonstra as potencialidades que se abrem hoje, na aldeia global, para todas as organizações sociais que defendem o primado da dignidade humana, so-cial e cultural.

Equação, Cooperativa de Comércio Justo, CRL

A Equação é a primeira importadora e distribui-dora portuguesa de produtos de Comércio Justo e foi fundada em 2006 por diversas organiza-ções de base, sem fins lucrativos, que promo-vem este movimento em diversas cidades de Portugal.

Actualmente existe um grande esforço por parte dos cooperantes da Equação em resistir à crise económica que afectou gravemente o sector co-mercial. A aposta tem sido na divulgação do mo-vimento através de acções em escolas (existindo cada vez mais procura neste sentido) e da par-ticipação e projectos de educação e cooperação para o desenvolvimento com parceiros nacionais e europeus.

Para mais informações, poderá contactar www.equacao.comercio-justo.org

Equação, CRLMiguel Pinto

[email protected]

Nota: No Barreiro, os produtos do Comércio Justopoderão ser encontrados nas lojas da Pluricoop.

Comércio Justo

Page 7: Árvores de Natal Recicladas

observatório 7

O pisco-de-peito-ruivo é um pequeno passe-riforme tipicamente europeu, imediatamente reconhecido através da grande mancha cor--de-laranja que lhe ornamenta o peito e se estende até à face. Desta mancha, que con-trasta com o abdómen branco e com o dorso e a nuca acastanhados, deriva o seu nome comum, embora também seja apelidado de “papoilo” nos Açores ou de “papinho” na Madeira. Os machos e fêmeas são bastante semelhantes, sendo muito difícil distingui- -los. Enquanto juvenis são maioritariamente castanhos, faltando-lhes a mancha laranja e adquirindo a plumagem de adulto apenas ao fim de um ano.

Esta pequena ave mede cerca de 14 cm de comprimento e pesa entre 15 e 20 gramas. O seu canto é muito melodioso, variado e per-sistente e é um dos poucos passeriformes que podemos ouvir cantar no Inverno. Para além do canto, já conhecido de muitos amantes de pássaros, vocaliza um pequeno tic–tic-tic como chamamento ou um sziiiiiiiii.

Trata-se de uma ave bastante comum na Eu-ropa, chegando a registar-se a sua presença até à parte central da Sibéria, e encontrando--se também na Turquia e em algumas partes do norte de África. A sua distribuição em Portugal é muito variá-vel, mas podemos avistá-lo mais facilmente

por esta altura do ano, na época fria do Ou-tono/Inverno.

Embora os elementos que nidificam em Portu-gal sejam praticamente todos sedentários, a partir da última semana de Setembro muitos migradores se deslocam para cá, vindos de países europeus mais frios, para invernarem. Nesta altura, encontram-se por todo o País, nos mais variados habitats. Embora usual-mente requeiram a presença tanto de vegeta-ção densa, como de áreas abertas, podemos encontrá-los desde a zona de montanha, até às grandes cidades. Durante a Primavera/Ve-rão, a sua presença escasseia a sul do Tejo, mas regista-se ainda em algumas regiões mais húmidas e próximas do litoral, como é o caso das serras da Arrábida, Grândola e Mon-chique.

A sua dieta é maioritariamente constituída por invertebrados tais como aranhas, insectos, minhocas e caracóis. Durante o Outono e In-verno, alimenta-se também de frutos macios e sementes. Grande parte da comida é cap-turada no solo, onde é visto frequentemente, ora numa postura muito erecta, ora saltitando, imobilizando-se por vezes com uma pequena “vénia”.

Relativamente à reprodução, sabe-se que a maioria cria de Abril a Julho, altura em que

colocam 4 a 6 ovos de cor branca ou ligeira-mente azulada, salpicada de pequenas man-chas avermelhadas. Estes são incubados pela fêmea durante 15 dias. O ninho pode localizar-se em locais variados, como em buracos no solo, muros, raízes de árvores ou em casas abandonadas. Normal-mente é constituído por folhas secas e uma “tigela” central de musgo, ervas e pequenas folhas, revestida de material mais fino como cabelos ou penas.

Como a maioria dos pequenos passeriformes, o pisco-de-peito-ruivo é uma espécie protegi-da por lei, no entanto, o seu estado de conser-vação não apresenta grandes preocupações, pois encontra-se em abundância por toda a Europa.

Pisco-de-peito-ruivoErithacus rubecula

Curiosidades

• É uma espécie bastante territorial ao longo de todo o ano. No Inverno, tanto os machos como as fêmeas defendem o seu território cantando muito regularmente com vocalizações muito semelhantes e afastando intrusos com uma atitude bas-tante agressiva. Nesta época as fêmeas registam níveis de hormonas muito ele-vados.

• Uma pequena proporção de fêmeas desta espécie pratica bigamia simultânea (vários parceiros reprodutivos).

• Após o nascimento, os juvenis são sa-rapintados e podem ser confundidos com juvenis de rouxinol.

Classificação Científica

Pisco-de-peito-ruivo

ReinoAnimalia

FiloChordata

ClasseAves

OrdemPasseriformes

FamíliaTurdidae

GéneroErithacus

EspécieErithacus rubecula

Foto de: Joaquim Pedro Ferreira

Page 8: Árvores de Natal Recicladas

8 eco-paginas

Quando pensamos no Natal, lembramo-nos da árvore enfeitada, cheia de cor, nas luzes que decoram as nossas casas e as ruas, nos presentes que gostaríamos de receber, mas também de oferecer, na ceia de Natal, mo-mento em que toda a família estará reunida… mas será que, por algum instante pensamos no ambiente?

Se no nosso dia-a-dia são já tantos os nossos gestos que prejudicam a natureza, nesta épo-ca natalícia, eles intensificam-me. E isto por-que, pelo instinto consumista, acabamos por comprar decorações, prendas e tantas outras coisas sem sequer pensarmos na verdadeira necessidade que delas temos, sem sequer nos consciencializarmos no impacto ambien-tal que tais gestos têm.

Assim, o Folha Viva resolveu propor uma série de ideias que poderão ajudar a que este Natal seja mais amigo do ambiente e, porque não, mais económico também…Na altura de comprar as prendas, procure ofe-recer algo com utilidade, de preferência durá-vel e reparável. As embalagens das mesmas não deverão ser excessivas, pois misturam vários materiais e dificultam a reciclagem. No entanto pode sempre optar por cheques-brinde. E porque não ser original e oferecer bilhetes para aquele espectáculo de que o seu amigo tanto gosta? Ou aulas de dança, de surf, ou de mergulho? Um tratamento naque-le spa ou um passeio de balão? Um curso de

fotografia, de mergulho ou de maquilhagem serão certamente presentes inesquecíveis, e amigos do ambiente.Não ofereça animais. Certifique-se primeiro de que quem os vai receber tem condições e amor para lhes oferecer, e nunca escolha uma espécie exótica e/ou em vias de extinção. Opte pela adopção.E quando for às compras, para que este seja um comportamento verdadeiramente ecoló-gico, opte pelos transportes públicos e leve sacos que possa reutilizar, ou utilize o menor

número de sacos possível. Já agora, porque não oferecer sacos de pano reutilizáveis como prenda?E opte por produtos nacionais: não só estará a ajudar a nossa economia como estará a con-tribuir para reduzir o impacto ambiental asso-ciado ao transporte dos produtos. Pode ainda oferecer uma prenda àqueles que têm mais dificuldades, associando-se a uma campanha de solidariedade das que habitualmente de-correm nesta quadra.

Para a ceia, evite o bacalhau; lembre-se que é uma espécie em vias de extinção. Mas se é fiel às tradições e não dispensa mesmo esta iguaria, opte pelos de tamanho grande. Tam-

bém o azevinho é uma espécie prote-gida, pelo que deverá procurar uma imitação, ou usar a imaginação e criar um arranjo diferente. Esco-lha luzes energeticamente efi-cientes e divirta-se a fazer os seus próprios enfeites, atra-vés do reaproveitamento de materiais. E para um Natal quentinho, lem-bre-se de isolar portas e janelas, para que a eficiência energética seja maior e o calor não se perca pelas frestas.

E depois do Natal? Ainda podemos ser ecológicos? Claro!! Podemos reapro-veitar os laços e papéis de em-brulho em bom estado para usar noutras prendas, ao longo do ano. Quanto aos des-perdícios, sepa-

re todos os materiais e deposite correctamente no ecoponto mais próximo. Assim também es-tará a evitar o amontoado de lixo que tantas vezes vemos nas ruas, nesta época.

Se seguir estes conselhos, agindo como um cidadão consciente e responsável, pode estar certo que o maior presente será para o am-biente. Afinal, ele também merece.

Natal Ecológico

Use um saco reutilizável

Arranjo feito com embalagens pet

Uma coroa original... Vamos pintar

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eco-páginas 9

Vamos cantarConheces as canções de Natal? Comprova os teus conhecimentos e completa os espaços em branco com as seguintes palavras:

mãos sinos ouvir Natal descalços manhã verdade países prendas nós

A TODOS UM BOM NATAL

Refrão: A todos um Bom ____1____ A todos um Bom NatalQue seja um Bom Natal Para todos ____2____

No Natal pela ____3____Ouvem-se os ____4____ tocarHá uma grande alegriaNo ar

Refrão

Nesta manhã de NatalHá em todos os ____5____Muitos milhões de meninosFelizes

Refrão:

Vão aos saltos pela casa____6____ ou em chinelasProcurar as suas ____7____Tão belas

Refrão:

Depois há danças de rodaAs crianças dão as ____8____No Natal todos se sentemIrmãos

Refrão:

Se isto fosse ____9____Para todos os meninosEra bom ____10____ os sinosCantar

PREPARAÇÃO:

1. Pede ajuda a um adulto para descascar e partir a abóbora em pedaços.2. De seguida, coloca a abóbora num ta-cho, juntamente com o açúcar, a água e o pau de canela.3. Leva ao lume brando, para cozer len-tamente.4. Vai mexendo com uma colher de pau (cuidado porque tem tendência a salpicar) para não pegar ao fundo. 5. Deixa o doce atingir o ponto de estrada (quando se deita um pouco de doce num prato e ao passar com a colher de pau,

forma-se uma “estrada”). Com a cozedu-ra, a abóbora começará a desfazer-se. Se tal não acontecer, pede a um adulto que triture o doce com uma varinha mágica.6. Quando estiver pronto, retira do lume e deixa arrefecer.

7. Adicionalmente, podes juntar pedaci-nhos de noz, que fica uma delícia.

Podes barrar este doce no pão, comê-lo com requeijão ou oferecê-lo no Natal, em frasquinhos decorados por ti!

Vamos cozinharNesta época natalícia, ensinamos-te a fazer doce de abóbora. Vais ver que é muito fácil!

INGREDIENTES: 1kg de abóbora 750g de açúcar 3 colheres sopa de água 1 pau de canela

Soluções: Natal; 2. nós; 3. manhã; 4. sinos; 5. países; 6. descalços; 7. prendas; 8. mãos; 9. verdade; 10. ouvir

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Page 10: Árvores de Natal Recicladas

10 perfil

A chamada “evolução” das sociedades modernas e a busca da “qualidade de vida” tem sido acompanha-da por soluções de conforto baseadas no consumo, muitas vezes pouco regrado, e na utilização massiva de recursos. Deste modelo de desenvolvimento têm resultado pressões consideráveis sobre os espaços, ecossistemas e infra-estruturas. Assim, a problemática da qualidade de vida assume uma dimensão marca-damente ambiental. O tipo de “conforto” que temos escolhido é fortemente responsável pelas emissões

das fontes domésticas, industriais e do tráfego mo-torizado, pelo ruído, pelos resíduos, pelos efluen-tes poluentes… todo um conjunto de aspectos que comprometem decisivamente a sustentabilidade da nossa sociedade.A melhoria da qualidade ambiental passa, não só, pela implementação de políticas adequadas a nível nacional e internacional, mas também por uma nova consciência por parte dos cidadãos e das empresas.Os estados, particularmente os europeus, têm im-plementado legislação cada vez mais restritiva em termos ambientais. Os cidadãos têm desenvolvido e aperfeiçoado a sua consciência ambiental. As em-presas têm procurado implementar sistemas de ges-tão ambiental que as dotem de capacidade de dar resposta aos requisitos legais e às expectativas das restantes partes interessadas (clientes, accionistas, colaboradores e comunidade envolvente).

As questões ambientais têm assumido um papel cada vez mais relevante na gestão das empresas. Estas estão cada vez mais empenhadas em atingir e demonstrar um desempenho ambiental sólido. No passado, as empresas tinham posturas essencialmente reactivas face ao ambiente - actuavam apenas no sentido de não ultrapassarem os limites fixados pelos diversos diplomas legais e utilizando essencialmente tecnologias de fim-de-linha.Actualmente, entramos numa fase de gestão proac-tiva, em que o ambiente é considerado como parte integrante da gestão das organizações e em que as empresas controlam as actividades susceptíveis de causar impactes ambientais com o objectivo de os minimizar - as actuações passam a incidir sobre a optimização dos processos. Esta abordagem de gestão procura levar as organizações a uma atitude de ante-cipação face às definições legislativas e a melhorar o seu desempenho global através do aumento do seu desempenho ambiental suportado no conceito de melhoria contínua.

Este tipo de abordagem tem diversas vantagens a começar pela melhoria do desempenho ambiental mas não se esgotando neste. São identificáveis outros tipos de vantagens:VANTAGENS ECONÓMICAS, que se traduzem na re-dução de custos decorrentes da optimização dos pro-cessos, redução do consumo de energia, redução das perdas de materiais, redução da produção de resíduos, seguros mais baratos e redução das taxas a pagar

pelas descargas poluentes;VANTAGENS COMPETITIVAS, que resultam da melho-ria da imagem e aspectos de marketing associados; aumento da confiança por parte dos clientes e outras partes interessadas.Para além de tudo isto as empresas podem e devem ser inovadoras e criativas transformando as preo-cupações da sociedade com a qualidade ambiental em oportunidades de negócio. Referimo-nos não só às empresas que desenvolvem actividades directa-

mente ligadas aos temas ambientais (tratamento de resíduos e outras) mas também às empresas de diversos ramos de actividade.

As empresas, nas mais diversas actividades, podem conceber os seus produtos de forma a reduzir o im-pacte destes ao longo do seu ciclo de vida e dessa forma contribuir para reduzir a pegada ecológica e aumentar a sustentabilidade da nossa sociedade. Vis-to desta forma, as empresas ao desenvolverem um novo projecto, devem assegurar o equilíbrio entre quatro atributos:- ecologicamente correcto; - economicamente viável; - socialmente justo;- culturalmente aceite.Desta forma é possível atingir o paradigma apontado no Relatório Brundtland (“O Nosso Futuro Comum” - 1987) - “…satisfazer as necessidades da geração actual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cul-tural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.”

Este paradigma reconhece implicitamente a comple-xidade e a inter-relação de questões críticas como pobreza, desperdício, degradação ambiental, deca-dência urbana, crescimento populacional, igualdade de géneros, saúde e direitos humanos. Torna-se necessário que a sociedade em geral e as empresas em particular alterem a sua visão estratégi-ca. A qualidade ambiental não deve ser vista como um custo ou um problema adicional, mas sim como uma forma de aliar bom senso a bons negócios, de forma a contribuir para o sucesso empresarial a longo prazo.A resposta a estes desafios passa pela aposta na eco-eficiência. Em termos simples, significa criar mais produtos e serviços, reduzindo os impactes da utilização de recursos, da produção de desperdícios e da existência de emissões. Para isso é fundamen-tal o recurso à criatividade e inovação, de forma a encontrar soluções mais fáceis, mais baratas e mais amigas do ambiente. Assim, alguns objectivos devem estar sempre presentes na abordagem estratégica das empresas:

- Redução do consumo de recursos - inclui minimi-zar a utilização de energia, materiais, água e solo, favorecendo a reciclagem e aumentando o ciclo de vida do produto;

- Redução do impacte no ambiente - inclui a mini-mização das emissões gasosas, descargas líquidas, eliminação de desperdícios e assim como promover a utilização sustentável de recursos renováveis;

- Melhoria do valor do produto ou serviço - o que significa focar-se em fornecer ao cliente mais funcio-nalidades, flexibilidade, modularidade do produto e fornecendo serviços adicionais, o que se traduz em dar resposta aos requisitos do cliente com menos materiais e menor utilização de recursos.

A aplicação deste conceito, pelas empresas, passa pela identificação de oportunidades a diversos níveis:

- Inovação e optimização de processos que abre caminhos para a redução do consumo de recursos, minimização dos riscos e redução do impacte das actividades reduzindo custos;

- Valorização dos subprodutos aproveitando des-perdícios dos processos para obter outros produtos ainda que de menor valor ou promovendo parcerias com outras empresas que possam valorizar esses subprodutos;

- Reformulação / desenvolvimento de produtos (re)desenhando produtos para os tornar mais eficientes ou concebendo produtos que reduzam o impacte das actividades dos clientes;

- Novas estratégias de produto / mercado procuran-do novas formas de satisfazer as necessidades dos clientes, reduzindo o consumo de materiais e energia;

- Formação dos colaboradores transmitindo uma cultura e uma forma de estar mais focada na sus-tentabilidade.

Jorge Regino, Eng.Gestor do Sistema Integrado da Qualidade,

Ambiente e Segurança - Fisipe

As empresas e aqualidade ambiental

As boas práticas das empresas podem induzir comportamentos ambientalmente mais adequados nos seus colaboradores.

O desenvolvimento de novas tecnologias pode re-duzir a produção de resíduos e a perda de materiais.

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síntese 11Conferência Climáticade Copenhaga

Em 2012 termina o Protocolo de Quioto, o tratado internacional cujo compromisso visa a redução das emissões de gases com efeito estufa, prevenindo as alterações climáticas e o aquecimento global.Para manter todo o processo, surge a neces-sidade urgente de um novo protocolo sobre o clima. Na Conferência Climática de Copen-haga de 2009 (COP15), que decorreu de 7 a 18 de Dezembro, os membros da UNFCCC

(Convenção das Nações Unidas Sobre Alterações Climáticas) reuniram, procurando soluções para o mundo, na prevenção do aquecimento global e alterações climáticas, respectivos custos e riscos.

Esta Conferência Climática foi a 15.ª Conferência das Partes, isto é, reuniram todos os países que, desde 1992 foram aderindo à UNFCCC, e teve lugar no Centro de Bella. Representantes governamentais de cerca de 170 países compareceram, juntamente com representantes de ONG’s, cientistas e jornalistas, entre outros.

Problema do aquecimento global

O aquecimento global é um fenómeno climático de larga extensão, que consiste num aumento da temperatura média da superfície ter-restre, e que se tem verificado nos últimos 150 anos.A Terra recebe radiações solares e devolve grande parte destas para o espaço, através de radiação de calor. Os poluentes atmosféricos, no-meadamente o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os CFCs (clorofluorcarbonetos) retêm uma parte dessa radiação que seria reflectida, em condições normais, causando um au-mento significativo da temperatura. A este fenómeno dá-se o nome de efeito de estufa.

O problema surge do facto da concentração destes gases estar aumen-tar progressivamente, devido à acção humana, a par da desflorestação que reduz a retenção de dióxido de carbono da atmosfera.O aumento médio da temperatura foi de 0.5ºC durante o século XX, sendo que os maiores aumentos foram em dois períodos: de 1910 a

1945 e de 1976 a 2000.São notórias as variações da cobertura de neve nas montanhas e das áreas geladas, que estão a diminuir, o aumento do nível global dos mares, dos furacões como o El Niño e outros eventos extremos de tempestades e mau tempo. São cada vez mais frequentes grandes períodos de seca, furacões mais intensos e inundações.Está nas nossas mãos agir para evitar um desequilíbrio irreversível da situação. Todos devemos contribuir para reduzir as emissões de gases com efeito estufa.

No próximo Folha Viva, daremos a conhecer as principais conclusões que saíram da Conferência Climática de Copenhaga.

Esmiuçar CopenhagaAlterações Climáticas em concurso aberto à participação de todos

“Esmiuçar Copenhaga” é um concurso pro-movido pela Agência Portuguesa do Am-biente (APA), que coloca aos participantes o desafio de apresentar num videoclip, uma reflexão crítica sobre a Conferência de Co-penhaga.O primeiro passo é ter estado atento ao de-senrolar da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. Depois trata-se

de debater e ter uma posição crítica fundamentada sobre este tema, que conduza a alterações dos padrões de desenvolvimento global e dos comportamentos pessoais, tornando-os mais sustentáveis.

O concurso tem 2 escalões:A. Escolas do ensino básico e secundário;B. Outros: alunos universitários; ONGA; público em geral.

Relativamente aos prémios do concurso, para cada escalão:1º Prémio – material fotográfico, vídeo ou livros no valor de 3000€

2º Prémio – material fotográfico, vídeo ou livros no valor de 2000€3º Prémio – material fotográfico, vídeo ou livros no valor de 1000€Os filmes vencedores serão publicados no site da APA.

A inscrição deve ser feita até 27 de Janeiro de 2010 e a apresentação do videoclips até 20 Março de 2010.O júri do concurso será composto por elementos a designar pela APA, com competências de avaliação científica, jornalística, técnica e peda-gógica dos trabalhos.Tendo como objectivo disponibilizar mais recursos e informação relati-va ao tema em debate, foi criado um blog em: http://esmiucarcope-nhaga.blogspot.com/

Para mais informação, contactar:Agência Portuguesa do AmbienteDepartamento de Promoção da Cidadania AmbientalTel: 21 472 82 00 Site: http://www.apambiente.ptE-mail: [email protected]

Calote de gelo Larson B, com mais de 3000km2, que se separou em 2002 da península Antártida, com tamanho semelhante à ilha grega de Rhodes

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12 dicas e sugestões

Para receber o seu Folha Viva, ligue grátis para a Linha Verde: 800 205 681Ou envie os seus dados (nome, morada e e-mail) para [email protected]

Seja Ecológico Escolha BiológicoSheherazade GoldsmithCivilização

Um livro para as famílias que an-seiam por uma vida mais limpa, mais ecológica e mais saudável. Seja qual for o ta-manho do jardim – mesmo na cida-de – este livro está

cheio de ideias brilhantes e de soluções simples que encaminharão as pessoas para um estilo de vida mais sustentável.Entre muitas outras coisas, incentiva e ensina a cozer pão, a plantar uma ma-cieira, a comprar localmente, a criar ga-linhas, a cultivar verduras numa floreira, a procurar cogumelos, a colher bagas, a recolher água da chuva, a fazer compo-ta, a criar um porco, a poupar energia, a fazer compostagem, a planear um jardim de ervas, a conservar as colheitas e a fa-zer vinho biológico.

Sugestões

Agenda de Actividades

CASA SER CRIANÇA

A Associação Abraço encontra-se a desenvolver uma Campanha de Recolha de Cabos Eléctricos, que reverterá a favor da reconstrução da Casa Ser Criança, que se destina a acolher crianças afectadas pelo VIH/SIDA, na Madeira. Todos podem ajudar, através do envio ou entrega directa de cabos eléc-tricos que já não são utilizados e que podem ser reciclados.Para participar, basta entregar nos CTT, os cabos eléctricos (extensões eléctricas, cabos de TV, som, telefone, de computador) que já não utiliza ou que estejam danificados. O objectivo da Campanha passa pela entrega de 400 toneladas de cabos.

Para mais informações, consultar o site www.abra-co.pt/casasercrianca.

PROJECTO COASTWATCH

O “Coastwatch Europe” é um projecto de âmbi-to europeu, que tem como objectivo alertar para os principais problemas do litoral, através da sua observação directa. No presente ano lectivo de 2009/2010, o seu arranque sofreu um ligeiro atraso, estando previsto para o mês de Março.

No concelho do Barreiro, que apresenta uma fren-te ribeirinha com cerca de 20km, este projecto as-

sume extrema importância, por isso queremos contar com a participação de todos: alunos, professores, escuteiros e restantes munícipes.

Para mais informações, contactar Divisão de Sustentabilidade Ambiental ou consultar o site www.geota.com.

A AVENTURA DA TERRAUM PLANETA EM EVOLUÇÃO

Esta exposição tem lugar no Museu Nacional de História Natural e relata a história e evolução da Terra ao longo dos últimos 4 600 milhões de anos.A história desenrola-se ao longo de um friso cro-nológico de aproximadamente de cem metros, no qual se sucedem os eventos geológicos e biológi-cos mais marcantes da história da Terra. Como cada

metro representa 50 milhões de anos, o público é levado a compreender a história do planeta e a evolução da vida na sua verdadeira relação temporal.Globos terrestres representando diferentes idades do planeta, módulos interactivos, fós-seis e modelos tridimensionais de seres vivos do passado, complementam este friso cro-nológico, convidando a uma verdadeira aventura interactiva sobre a evolução do nosso planeta.Para mais informações, contactar [email protected].

Folha Viva

Estamos a pensar em melhorar o nosso boletim informativo e como este espa-ço também é seu, envie-nos sugestões, críticas ou responda-nos às seguintes questões:

A) O que acha do aspecto geral do FV, no que diz respeito ao design, cores ou organização da informação?

B) Que temas gostaria de ver tratados no FV?

C) Qual a secção de informação que mais interesse lhe desperta?

D) No que diz respeito à agenda, que tipo de eventos gostaria de ver referi-dos?

Envie o seu e-mail para [email protected]. A sua colaboração é fun-damental!