Árvore das competÊncias em criatividade

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ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS EM CRIATIVIDADE (Maria Rita Gramigna) Nos diversos seminários e palestras que tenho ministrado sobre o tema “criatividade e inovação profissional”, sempre faço uma sondagem, através de perguntas ou vivências iniciais, para descobrir “quem se julga uma pessoa criativa?”. O percentual de afirmações é, geralmente, muito baixo. Ha um mito em torno da criatividade que nos leva a enxergar como criativos somente aqueles grandes gênios que se destacam ou se imortalizaram nas artes e na ciências. Na realidade, muitos de nós acreditamos que não somos criativos. Que motivos nos levaram a tal crença? Herdamos alguns comportamentos padronizados e formamos um sistema de valores, baseados na educação dos nãos ( “não faça isto!”, “não faça aquilo”), perpetuada geração após geração. Crescemos cultivando o medo da crítica, o medo de errar. Com a autoconfiança e auto-estima abaladas, tendemos a não enfrentar aos desafios com criatividade. Certamente há os grandes gênios. Porém, todos nós somos criativos, em níveis diferentes. Podemos demonstrar nosso potencial de três maneiras: 1. criatividade genial: demonstrada através das grande invenções que modificam e melhoram a qualidade de vida de um grande número de pessoas, em qualquer área da atividade humana. 2. criatividade autêntica: expressa através de inovações e melhorias nos sistemas que já existem. O fax e a internet, por exemplo, são criações autênticas que melhoraram as comunicações à distância 3. criatividade cotidiana: presente nas pequenas ações do dia-a-dia, quando nos deparamos com problemas e os resolvemos de forma original. Uma dona de casa que recebe visitas de última hora e aproveita as sobras do almoço para preparar um delicioso quitute, está sendo criativa. Uma família que resolve seus

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Page 1: ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS EM CRIATIVIDADE

ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS EM CRIATIVIDADE(Maria Rita Gramigna)

Nos diversos seminários e palestras que tenho ministrado sobre o tema “criatividade e inovação profissional”, sempre faço uma sondagem, através de perguntas ou vivências iniciais, para descobrir “quem se julga uma pessoa criativa?”.

O percentual de afirmações é, geralmente, muito baixo.

Ha um mito em torno da criatividade que nos leva a enxergar como criativos somente aqueles grandes gênios que se destacam ou se imortalizaram nas artes e na ciências. Na realidade, muitos de nós acreditamos que não somos criativos. Que motivos nos levaram a tal crença?

Herdamos alguns comportamentos padronizados e formamos um sistema de valores, baseados na educação dos nãos ( “não faça isto!”, “não faça aquilo”), perpetuada geração após geração. Crescemos cultivando o medo da crítica, o medo de errar.

Com a autoconfiança e auto-estima abaladas, tendemos a não enfrentar aos desafios com criatividade.

Certamente há os grandes gênios. Porém, todos nós somos criativos, em níveis diferentes.

Podemos demonstrar nosso potencial de três maneiras:

1. criatividade genial: demonstrada através das grande invenções que modificam e melhoram a qualidade de vida de um grande número de pessoas, em qualquer área da atividade humana.

2. criatividade autêntica: expressa através de inovações e melhorias nos sistemas que já existem. O fax e a internet, por exemplo, são criações autênticas que melhoraram as comunicações à distância

3. criatividade cotidiana: presente nas pequenas ações do dia-a-dia, quando nos deparamos com problemas e os resolvemos de forma original. Uma dona de casa que recebe visitas de última hora e aproveita as sobras do almoço para preparar um delicioso quitute, está sendo criativa. Uma família que resolve seus problemas de caixa através de um replanejamento financeiro está usando a criatividade. Um empregado com salário defasado que busca outra alternativa de aumentar seus ganhos também pode ser considerado criativo.

CRIATIVIDADE É AÇÃO

É importante ressaltar que estamos em plena era da criatividade.

Colocar novas idéias em ação e oferecer produtos e serviços diferenciados são as novas exigências de mercado.

Hoje, a criatividade e a inovação profissional fazem a diferença.

Page 2: ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS EM CRIATIVIDADE

MONTANDO A ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS PESSOAIS EM CRIATIVIDADE

Das diversas definições de competências, adotamos a de Claude Lévy-Leboyer, que permite ao leitor compreender o atual enfoque de competências: “um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que algumas pessoas, grupos ou organizações dominam melhor do que outras, o que as faz se destacar em determinados contextos.”

COMO USAR A ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS?

Dr. Helbert Kellner, detentor da metodologia STAR de avaliação em vendas, usa a metáfora da árvore.

Para traçá-la é necessário compreender cada um dos componentes de uma competência, a saber:

1. AS ATITUDES (representadas pelas raízes):

Um dos indicadores de impacto e que dá distinção ao profissional é o conjunto de atitudes agregadas à sua ação cotidiana.

As atitudes determinam o grau de comprometimento e envolvimento no processo criativo pessoal.

Hoje, mais do que nunca, o mercado vêm reforçando a idéia de mudanças comportamentais.

Vejamos algumas atitudes criativas, reflexos de nossos valores e crenças, que fazem a diferença na ação criativa:

1. CURIOSIDADE: cultivar o hábito de ler, viajar, estabelecer redes de contatos, utilizar as tecnologias disponíveis para pesquisa.

2. OUSADIA: correr riscos calculados, inovar, sair do padrão, fazer acontecer, superar o medo de errar e aprender com os erros (próprios e dos outros).

3. QUESTIONAMENTO: capacidade para substituir a pergunta “por quê?” pela indagação “por que não? “

4. INCONFORMISMO: atitude constante de busca; certeza que algo mais vai acontecer e que nada é definitivo.

5. PERSISTÊNCIA: capacidade de superar fracassos e começar de novo.

6. IMAGINAÇÃO: sonhar com o futuro, formar imagens mentais, perseguir os sonhos transformando-os em metas

7. LUDICIDADE: cultivar o bom humor, brincar e se divertir com idéias

O CONHECIMENTO (representado pelo tronco):

Os processos criativos são afetados pelo nível de conhecimentos essenciais - aqueles que fazem parte do rol de informações necessárias ao desenvolvimento de habilidades.

O domínio de procedimentos, conceitos, fatos e informações relevantes interfere diretamente na qualidade desses processos.

Na árvore das competências pessoais em criatividade é essencial conhecer:

Page 3: ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS EM CRIATIVIDADE

1. CONCEITOS: de criatividade, inovação e inventiva.

2. INFORMAÇÕES SOBRE PENSAMENTO CRIATIVO (Edward de Bono)

3. METODOLOGIAS DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS.

4. PRINCIPAIS TÉCNICAS DE GERAÇÃO DE IDÉIAS E TOMADA DE DECISÃO.

5. TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS (Gardner),

6. TEORIA DA QUADRATIVIDADE CEREBRAL (Ned Herrmann)

7. MOVIMENTOS CRIATIVOS: Os principais centros de desenvolvimento e pesquisa em criatividade encontram-se na Universidade Fernando pessoa (Portugal) no IACAT (instituto Avançado de Criatividade Aplicada Total sob a direção do Prof. David de Prado Diéz - Espanha), na Universidade de Buffalo e Stanford (Estados Unidos).

AS HABILIDADES (representadas pela copa e seus frutos):

Usar o conhecimento de forma adequada é o que chamamos de “habilidade”.

Algumas pessoas, acumulam um baú de informações teóricas e têm dificuldade de abri-lo para uso. Com o tempo, o baú é esquecido e ninguém se beneficiou de seu conteúdo.

As habilidades precisam ser demonstradas na prática. O criativo, além de possuir a competência, precisa demonstrar suas habilidades através das ações.

De nada adianta colecionar cursos, leituras e informações em geral, se estas não são úteis e trazem algum benefício para a coletividade na qual o profissional está inserido.

Eis um elenco de habilidades que compõem a árvore das competências pessoais em criatividade:

1. USAR ATIVADORES DA CRIATIVIDADE: adotar de forma sistematizada os principais ativadores da criatividade que têm conhecimento.

2. GERAR IDÉIAS (fluidez) VARIADAS (flexibilidade), frente a um desafio.

3. TRANSFORMAR IDÉIAS EM AÇÃO: colocar em prática as ferramentas aprendidas, criando produtos e serviços inovadores.

4. APRESENTAR AS IDÉIAS GERADAS DE FORMA CONVINCENTE

5. AGIR COM FLEXIBILIDADE: habilidade para exercer papéis aparentemente opostos: liderar e ser liderado, ensinar e aprender com o outro. Estar em constante processo de mudança.

6. POSSUIR VISÃO DE FUTURO: habilidade para descortinar cenários e perceber tendências.

7. ENXERGAR O MUNDO COM AS LENTES DA VISÃO SISTÊMICA: facilidade para ver e compreender os fenômenos como um todo, porém percebendo detalhes e partes.

E então, que tal montar sua árvore de competências pessoais em criatividade e elaborar um plano de desenvolvimento?

Maria Rita Gramigna

Mestre em Criatividade Aplicada Total pela Universidade de Santiago de Compostela / ES

Page 4: ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS EM CRIATIVIDADE

Diretora Presidente da MRG – Consultoria e Treinamento Empresarial.

Autora diversos livros sobre os temas Jogos de Empresa, Competências e Criatividade.

Contatos: 55-71-33585971

E-mail: [email protected] e [email protected] www.mrg.com.br

3º ciclo de formación en Creatividad acorde con la C.U.E.

> Programa profesional (abierto a todos)> Master (para titulados)> Doctorado (para masters)

Julio 2005. INTENSIVO. www.micat.net