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Caderno Discente do Instituto Superior de Educação Ano 2, n. 2 Aparecida de Goiânia 2008 105 TRÂNSITO E EDUCAÇÃO NUMA PROPOSTA TRANSVERSAL Marilene de Sousa Maciel Resumo: Este artigo tem por finalidade despertar, por meio de reflexões, para a importância do trabalho educativo junto às questões sociais que estão presentes no cotidiano das pessoas e não estão dispostos nas áreas do ensino convencional. Estudos revelam que uma das questões sociais que, no momento, necessitam de uma atuação mais efetiva é o trânsito, por vitimar inúmeras vidas a cada segundo. Mediante a essa problemática, a Educação é considerada fator determinante na construção de uma sociedade crítica, humana e democrática, devido ao seu poder social que exerce. Intenta apresentar de forma clara, objetiva e abrangente as possibilidades das instituições escolares transversalizarem a questão do trânsito de modo a torná-lo eixo norteador junto às áreas curriculares do ensino tradicional, ressaltando a importância de se educar para o trânsito, a partir das séries iniciais, haja vista que a necessidade desse tipo de educação está disposto no Código de Trânsito Brasileiro e no volume oito dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Palavras-chave: Tema transversal. Educação. Trânsito. INTRODUÇÃO Os indivíduos têm convivido com questões sociais, que muitas vezes geram conflitos, capazes de interferir no bem estar de uma sociedade. Nota-se que entre muitas questões que perpassam a sociedade brasileira e que são evidentes no cotidiano das pessoas, de forma coletiva, é o trânsito. O transitar, tanto de pedestres quanto de motoristas, tornou-se um problema social e grave. Este artigo busca retratar a importância do ambiente escolar para contribuir para a minimização dos problemas advindos de um trânsito agressivo e “mal educado”. O trabalho contido neste artigo tem como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica, composto em tópicos e subtópicos, embasado no estudo de texto de autores como Mantovani (2003), Martins (2004) e Vasconcelos (1998), que discutem as possibilidades das instituições escolares trabalharem questões relacionadas ao trânsito de forma transversal, tornando-o o eixo norteador, junto às disciplinas do currículo convencional. Busquetes (2001), Moreno (2001) e PCN’s (1998) em seus textos, procuram mostrar como o trabalho nas escolas, através da transversalidade pode contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e organizada. As instituições de ensino devem trabalhar em seus conteúdos, tanto valores quanto conhecimentos. Assim, tentarão desenvolver nos indivíduos a capacidade necessária para uma participação social e efetiva. Artigo apresentado ao Instituto Superior de Educação, da Faculdade Alfredo Nasser, como requisito parcial para conclusão do curso de Pedagogia, sob orientação da Profª. Ms. Fernanda Laura Costa.

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  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

    105

    TRNSITO E EDUCAO NUMA PROPOSTA TRANSVERSAL

    Marilene de Sousa Maciel

    Resumo: Este artigo tem por finalidade despertar, por meio de reflexes, para a

    importncia do trabalho educativo junto s questes sociais que esto presentes no

    cotidiano das pessoas e no esto dispostos nas reas do ensino convencional.

    Estudos revelam que uma das questes sociais que, no momento, necessitam de uma

    atuao mais efetiva o trnsito, por vitimar inmeras vidas a cada segundo.

    Mediante a essa problemtica, a Educao considerada fator determinante na

    construo de uma sociedade crtica, humana e democrtica, devido ao seu poder

    social que exerce. Intenta apresentar de forma clara, objetiva e abrangente as

    possibilidades das instituies escolares transversalizarem a questo do trnsito de

    modo a torn-lo eixo norteador junto s reas curriculares do ensino tradicional,

    ressaltando a importncia de se educar para o trnsito, a partir das sries iniciais,

    haja vista que a necessidade desse tipo de educao est disposto no Cdigo de

    Trnsito Brasileiro e no volume oito dos Parmetros Curriculares Nacionais.

    Palavras-chave: Tema transversal. Educao. Trnsito.

    INTRODUO

    Os indivduos tm convivido com questes sociais, que muitas vezes geram conflitos,

    capazes de interferir no bem estar de uma sociedade. Nota-se que entre muitas questes que

    perpassam a sociedade brasileira e que so evidentes no cotidiano das pessoas, de forma

    coletiva, o trnsito. O transitar, tanto de pedestres quanto de motoristas, tornou-se um

    problema social e grave. Este artigo busca retratar a importncia do ambiente escolar para

    contribuir para a minimizao dos problemas advindos de um trnsito agressivo e mal

    educado.

    O trabalho contido neste artigo tem como procedimento metodolgico a pesquisa

    bibliogrfica, composto em tpicos e subtpicos, embasado no estudo de texto de autores

    como Mantovani (2003), Martins (2004) e Vasconcelos (1998), que discutem as

    possibilidades das instituies escolares trabalharem questes relacionadas ao trnsito de

    forma transversal, tornando-o o eixo norteador, junto s disciplinas do currculo convencional.

    Busquetes (2001), Moreno (2001) e PCNs (1998) em seus textos, procuram mostrar como o

    trabalho nas escolas, atravs da transversalidade pode contribuir para a construo de uma

    sociedade mais justa e organizada. As instituies de ensino devem trabalhar em seus

    contedos, tanto valores quanto conhecimentos. Assim, tentaro desenvolver nos indivduos a

    capacidade necessria para uma participao social e efetiva.

    Artigo apresentado ao Instituto Superior de Educao, da Faculdade Alfredo Nasser, como requisito parcial

    para concluso do curso de Pedagogia, sob orientao da Prof. Ms. Fernanda Laura Costa.

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    Objetiva-se despertar nos educadores, atravs de reflexes, a importncia da educao

    e do seu trabalho, na formao de indivduos crticos, desde as sries iniciais do ensino

    fundamental, para que sejam capazes de posicionar-se conscientemente e positivamente, nas

    situaes reais em que estejam inseridos. Sua atuao fator determinante para a formao de

    indivduos interessados na construo de um trnsito melhor para todos.

    EDUCAO PARA O TRNSITO NO CONTEXTO DA TRANSVERSALIDADE

    A introduo de temas transversais no sistema educacional brasileiro surgiu da

    necessidade de se trabalhar nas escolas contedos mais vinculados ao cotidiano real da

    maioria da populao e que no esto dispostos nas matrias do currculo regular de ensino.

    A observao das relaes que os indivduos realizam entre si foram fatores

    determinantes para a insero da transversalidade no ensino convencional, haja vista que

    nessas relaes, os conflitos so constantes e que, de certo modo, contribui negativamente na

    vida de toda uma sociedade. Diante de uma realidade to conflituosa percebe-se a necessidade

    de dar destaque junto aos educadores a aspectos muitas vezes relegados a segundo plano, ou

    nem mesmo includos em suas atividades propostas. A incluso dos temas transversais exige

    a tomada de posio diante de problemas fundamentais e urgentes da vida social (PCN,

    1998, p. 43).

    O ensino no pode ficar alheio a essa nova forma de conceber a cincia e o mundo. As

    mudanas a serem feitas nas instituies de ensino devem seguir o mesmo sentindo desta

    nova maneira de cincia.

    No podemos esperar que os campos de pensamento que se iniciaram com a cincia

    clssica, de cuja vigncia atual ningum duvida proporcionem conhecimentos sobre

    tudo aquilo que os homens e as mulheres do presente precisam saber, porque

    vivemos em uma sociedade que est clamando pela paz, pela igualdade de direitos e

    oportunidades, pela melhora do meio ambiente, por uma vida mais saudvel, pelo

    desenvolvimento da afetividade e da sexualidade que permita melhorar as relaes

    interpessoais. (BUSQUETS, 2001, p. 12).

    Nesse sentido, foi criado em 1998, no Brasil, os temas transversais em educao,

    como caderno integrante dos PCNs (Parmetros Curriculares Nacionais), elaborados pelo

    MEC (Ministrio da Educao e do Desporto) com a finalidade de expressar conceitos e

    valores fundamentais democracia e cidadania. Questes essas que esto presentes sob vrias

    formas na vida cotidiana e real da sociedade brasileira. Assim, os temas propostos pelos

    PCNs como: tica, cidadania, meio ambiente, pluralidade cultural, sade, orientao sexual e

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

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    social, trabalho, consumo e temas locais, devem ser trabalhados nas escolas, com a finalidade

    de expressar conceitos e valores, necessrios construo de uma sociedade mais organizada.

    Nessa linha de pensamento, percebe-se que o trnsito brasileiro est inserido,

    cotidianamente e coletivamente, na vida das pessoas, e o pior, de forma grave. Nesse sentido

    v-se a importncia de trabalhar-se nas escolas a educao para o trnsito. A princpio, a

    questo do trnsito no indicada como tema transversal nos documentos dos Parmetros

    Curriculares Nacionais, ele considerado como tema local, isto quer dizer que ele deve ser

    trabalhado apenas em regies brasileiras onde o transitar, tanto de pedestres quanto de

    motoristas, constitui um problema urgente e grave, capaz de afetar a ordem social. Por outro

    lado, concebem a necessidade de um trnsito seguro perpassa por todos os territrios

    brasileiros, at mesmo porque aquele que s vai cidade de vez em quando, preocupa-se em

    transitar com segurana.

    Dentre os diversos acontecimentos que causam intranquilidade sociedade, os

    acidentes de trnsito com vtimas, envolvendo no s motoristas, mas tambm

    pedestres vm se destacando. Trata-se de um problema preocupante cuja soluo

    complicada, por envolver muitos fatores de ordem social e jurdica (MARTINS,

    2004, p. 17).

    Sendo assim, o trnsito um grande palco das relaes sociais, que precisa,

    urgentemente, de atitudes que visem uma melhor convivncia do indivduo em sociedade. E a

    educao, nesse sentido, pode contribuir, possibilitando aos educandos, conhecimentos

    capazes de desenvolver sua capacidade de posicionar-se e intervir no meio social, de forma

    crtica e consciente, ressaltando que uma das funes da educao contribuir para o

    crescimento social de uma nao.

    Histrico dos temas transversais em educao

    A idia de transversalidade em educao teve origem na Espanha em 1989, onde

    grupos, politicamente organizados, propuseram uma reforma educacional naquele pas, com a

    inteno de promover aes que eliminasse a lacuna existente entre o desenvolvimento

    cientfico e o desenvolvimento social. Uma das formas propostas de se evoluir nesse

    processo de transformao da sociedade, sem abrir mo dos contedos circulares da escola

    por meio de temas. (BUSQUETS, 2001, p. 12).

    Para isso, temas como educao ambiental, educao para a sade e sexual, educao

    para o trnsito, educao para a paz, educao para a igualdade de oportunidades, educao

    do consumidor e educao multicultural passaram a integrar o currculo de ensino daquelas

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

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    escolas. Tais temas perpassaram os contedos cientificamente tradicionais de modo a no

    existir distines claras entre os cientficos e os sociais.

    Nesse sentido foram criados os temas transversais em educao, como forma de

    organizar o trabalho didtico entre ensino cientfico e social. Os acontecimentos e fatos do

    mundo atual mostram que as disciplinas curriculares tradicionais do campo cientfico

    tornaram-se incapazes de atuar isoladamente no que se refere s questes de convvio social.

    A questo dos temas transversais proporciona a ponte de uno entre o cientfico e o

    cotidiano, desde que proponha como finalidade os temas que levanta e como meios

    as matrias curriculares que adquirem assim a qualidade de instrumentos cujo uso e

    domnio levam a obteno de resultados claramente perceptveis. (MORENO, 2001,

    p. 46).

    Trabalhar de forma transversal possibilita a compreenso e a crtica da realidade, ao

    invs de tratar as questes sociais como dados abstratos a serem apreendidos apenas para

    passar de ano; oferece aos educandos a oportunidade de se apropriarem delas como

    instrumentos para refletir e mudar suas aes, visando assim uma nova leitura de mundo.

    As instituies escolares tm por compromisso, alm de ensinar a ler e escrever, a

    rdua tarefa de formar os indivduos em cidados ativos capazes de conhecer e praticar seus

    direitos e deveres com responsabilidades, baseados em alguns princpios bsicos propostos

    nos PCNs: dignidade da pessoa humana, igualdades de direitos e oportunidades, visando uma

    melhoria da vida educacional e social. A escola precisa se preocupar em tratar tanto valores,

    quanto conhecimentos que permitam desenvolver a capacidade necessria para a participao

    social e efetiva. (PCN, 2001, p. 23).

    A transversalidade como contedo integrado s disciplinas tradicionais do currculo

    brasileiro ainda encontra dificuldades de adaptao, talvez por resistncia ou falta de

    compromisso das partes por ela responsvel. certo que a escola por si s no muda a

    sociedade, mas se partilhar a idia de possibilitar os indivduos a uma reflexo sobre suas

    relaes e suas atuaes na vida cotidiana da comunidade a qual est inserida, com segmentos

    sociais que assumem princpios democrticos, se fortalecer e ser vista no apenas como

    espao de reproduo, mas tambm como espao de transformao para a construo de um

    mundo melhor, onde o respeito ao outro seja o norte para uma vida em sociedade mais

    organizada.

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    A transversalidade e as matrias curriculares do ensino brasileiro

    A insero de contedos que esto sendo vividos intensamente pela sociedade atual de

    um determinado lugar s matrias cientificamente tradicionais, de forma a estar presente em

    todas elas chama transversalidade. A transversalidade a responsabilidade de se estabelecer

    na prtica educativa uma relao entre o aprender na realidade e da realidade, conhecimentos

    teoricamente sistematizados e questes sociais vividas no momento real.

    No se pode esperar que os campos de pensamento que se iniciaram com a cincia

    clssica de cuja vigncia ningum duvida proporcionem conhecimentos, sobretudo aquele que os homens e as mulheres do presente precisam saber, porque

    vivemos em uma sociedade que est chamando pela paz, pela igualdade de direitos e

    oportunidades entre o homem e a mulher, pela preservao e melhoria do meio

    ambiente, por uma vida mais saudvel, pelo desenvolvimento da afetividade e da

    sexualidade que permita melhorar as relaes interpessoais. Capazes de respeitar a

    opinio dos demais e defender os seus direitos, ao mesmo tempo. Estas questes no

    so contempladas na problemtica da cincia clssica. (MORENO, 2001, p. 36).

    A sociedade atual vem revelando, a cada dia, uma extrema necessidade de anlise dos

    problemas cientficos e sociais. Nesse contexto, percebe-se que as matrias cientficas por si

    s tornaram-se incapazes de atuar isoladamente nestas questes. Assim, surgiu a necessidade

    de criao de novas especialidades educacionais, capazes de compreender e transformar o

    mundo, dissolvendo as fronteiras existentes entre o saber cientfico e o social. Os temas

    transversais devem ser abordados como parte integrante das reas de ensino. Devem ser

    discutidos, debatidos e analisados corretamente, de modo a promover uma aprendizagem

    significativa para melhoria da qualidade de vida do individual ao social. Introduzir no ensino

    escolar, preocupaes mais agudas inerentes sociedade atual no significa deslocar as

    matrias curriculares e muito menos tratar os temas transversais como novos contedos, a

    acrescentar aos j existentes. (MORENO, 2001, p. 36).

    Nesse sentido para que questes sociais relevantes recebam nas escolas um tratamento

    mais profundo, seriam necessrios que as instituies escolares considerassem os temas

    transversais, como eixos norteadores de todas as disciplinas, tornando-os como fios

    condutores das atividades escolares e as matrias curriculares.

    Os temas transversais que constituem o centro das atuais preocupaes sociais,

    devem ser o eixo em torno do qual deve girar a temtica das reas curriculares que

    adquirem assim, tanto para o corpo docente como para os educando, o valor de

    instrumentos necessrios para a obteno da finalidade desejada. (BUSQUETS,

    2001, p. 37).

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

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    Isso no significa que as matrias curriculares devam subordinar-se rigorosamente aos

    temas transversais, mas t-los como ponto de partida evitar a aprender por aprender. A

    ligao entre teoria e prtica, dar sentido aquisio de conhecimentos necessrios para uma

    nova conscincia social. Seria difcil imaginar que hoje em dia seja possvel fazer os

    educandos compreenderem qualquer conhecimento cientfico, sem torn-lo por sua vez,

    partcipe dos raciocnios e atitudes que os originaram. A transversalidade servir como

    valioso instrumento que permitir desenvolver uma srie de atividades que, por sua vez,

    levaro a novos conhecimentos capazes de propor e resolver problemas. (BUSQUETS, 2001,

    p. 53).

    No entanto, para que a transversalidade trabalhada nas escolas possibilite os

    indivduos uma reflexo sobre questes voltadas para as relaes interpessoais, sociais e tica

    de respeito s outras pessoas, diversidade e ao meio ambiente, exigir dos ambientes

    escolares uma nova viso do ato de ensinar.

    As transformaes da realidade escolar precisam passar necessariamente por uma

    mudana de perspectiva, em que os contedos escolares tradicionais deixem de ser

    encarados como fim na Educao. Eles devem ser meio para a construo da cidadania e de uma sociedade mais justa. (MORENO, 2001, p. 15).

    Seja qual for o caso, aprender sempre requer um esforo tanto de quem aprende

    quanto de quem ensina. A pessoa que aprende deve conhecer o que se aprende e para que se

    aprende, descobrindo sua utilidade e ser capaz de reconstru-lo em seu pensamento no

    momento em que dele precisar num fato real. A transversalidade abre espao para a incluso

    de saberes extra-escolares, possibilitando a referncia a sistemas de significados construdos

    na realidade dos alunos. (PCN, 1998, p. 40).

    Nessa perspectiva, aprender fatos sociais de forma real e construtiva, desencadear no

    indivduo processos mentais capazes de ampliar a sua compreenso atravs da capacidade

    intelectual. Assim, tanto as matrias curriculares quanto os temas transversais serviro de

    instrumentos necessrios ao desenvolvimento da capacidade de pensar, compreender e

    manejar adequadamente situaes pertinentes do mundo que os rodeiam, todos os dias.

    A construo de um mundo melhor, se d quando todos os indivduos nele presentes

    entenderem que a realidade social formada por princpios e valores que permitam uma

    melhor qualidade de vida a todos. Essa a proposta de se trabalhar transversalmente.

    O trnsito na sociedade atual faz parte do cotidiano da maioria da populao, estando

    presente de diversas formas na vida social dos indivduos. Nesse sentido, a sociedade

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    brasileira convocada a contribuir com aes que visem a mudana dessa problemtica

    catica. Para tanto, necessrio lanar um novo olhar, possibilitando argumentaes

    consistentes, favorecendo debates que mergulhem com maior profundidade nos diferentes

    aspectos que envolvem as pessoas e suas relaes sociais, seu comportamento enquanto

    pedestre, motorista, passageiro, ciclista, motociclista.

    Para que o indivduo possa considerar-se uma pessoa educada, socializada e que

    pratica comportamento humano no trnsito necessrio consenso e demonstrar

    entender que a liberdade de cada um termina onde comea a liberdade do outro.

    (MARTINS, 2004, p. 49).

    Circular pelas ruas, rodovias, avenidas das grandes cidades tornou-se para a maioria

    da populao brasileira um emaranhado de problemas devido ao caos que se encontra o

    trnsito, atualmente. Os grandes acidentes, envolvendo seus participantes, com vtimas fatais

    ou no, tm provocado situaes incmodas, congestionamentos, gastos desnecessrios de

    tempo e dinheiro, indignao, revolta e insegurana.

    Em todas as situaes envolvendo o trnsito, o ser humano o elemento mais

    importante, pois sem ele o prprio trnsito no existiria; a via e os veculos so apenas

    instrumentos que realizam ou facilitam o ato de transitar. Portanto, o comportamento humano

    no trnsito, tanto para pedestre quanto motoristas, ou qualquer outro tipo de locomoo

    fundamental para o entendimento da dinmica e ocorrncia dos acidentes: os envolvidos no

    so s mquinas, so principalmente seres humanos e, portanto, falhos no mais alto grau. Da

    a importncia de conscientizao e responsabilidade de cada um.

    A perspectiva de formar pessoas mais conscientes no trnsito. A educao escolar foi

    considerada como um dos principais pontos estratgicos para solucionar mais essa

    problemtica da sociedade contempornea. necessrio que os cidados conheam e

    obedeam lei de trnsito, exercendo a cidadania por meio da adoo de atitudes de respeito

    s diferenas entre as pessoas em circulao. Acredita-se que tais atitudes podem ser

    apreendidas por meio da educao. Obedecendo legislao de trnsito, o homem demonstra

    est exercendo a sua cidadania, ter boa educao, pacincia e prudncia. (MARTINS, 2004,

    p. 18).

    Uma das formas encontradas nas escolas para trabalhar a questo do trnsito foi a

    implantao dos temas transversais, por ser o mesmo uma temtica relacionada sociedade.

    Contedos relacionados ao trnsito podem ser includos em todas as reas curriculares do

    ensino. Tudo depender do conceito que se quer trabalhar sobre o trnsito. Qualquer

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

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    metodologia de qualquer rea curricular e de qualquer tema transversal deve incluir em sua

    realizao elementos necessrios que permitam aos estudantes uma anlise de sua realidade,

    aceitando ou rejeitando sua forma de atuao. (BUSQUETES, 2001, p. 107).

    Contudo, para se trabalhar o tema trnsito nas escolas, requer das partes envolvidas,

    uma viso ampla e consistente da realidade brasileira para assim propiciar um trabalho

    educativo que possibilite e estimule os educandos a uma participao social e ativa.

    O ensino de qualidade que a sociedade demanda atualmente, expressa-se aqui como

    a possibilidade de o sistema educacional vir a propor uma prtica educativa

    adequada s necessidades sociais, polticas, econmicas e culturais das sociedade

    brasileira, que considere os interesses e as motivaes dos alunos e garanta as

    aprendizagens essenciais para a formao de cidados autnomos, crticos e

    participativos, capazes de atuar com competncia, dignidade e responsabilidade na

    sociedade em que vivem. (MANTOVANI, 2003, p. 16).

    Segundo o Cdigo de Trnsito Brasileiro, nos artigos 74 a 79 a Educao de Trnsito

    direito de todos e constitui dever prioritrio do Estado em garantir a todos um espao de

    circulao mais equitativo, mais humano e mais seguro. Expresso na Constituio Federal de

    1988, ttulo II, Artigo 5, inciso XV que zela pelo direito de ir e vir com liberdade e

    segurana.

    Com bases nesses elementos, nota-se a importncia de uma educao para o trnsito

    nas instituies escolares pautada na integrao s disciplinas curriculares, onde articula-se de

    forma a aliar conhecimento j produzido com novos conhecimentos, com o intuito de

    contribuir com a problemtica de trnsito, que tanto interfere na qualidade de vida tanto

    individual quanto social.

    O Cdigo de Trnsito Brasileiro e as Campanhas Educativas

    A educao fator preponderante na mudana de comportamentos inadequados. Nesse

    sentido, o atual Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB, 1997) formulou um captulo dedicado

    exclusivamente educao para o trnsito. No captulo VI do Artigo 74 a 79, ressaltada a

    educao para o trnsito como direito e dever de todos. Essa educao foi ento proposta para

    fazer parte do ensino de uma forma transversal. As administraes municipais e estaduais

    passaram a implantar programas scio-educativos de trnsito em vrios segmentos da

    sociedade (escolas, televiso, rdio, jornal, outdoor) com o objetivo de promover uma

    educao para um trnsito mais seguro, com pessoas mais conscientes de suas

    responsabilidades no compartilhamento do espao virio.

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

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    Alertar e, principalmente, orientar sobre comportamentos seguros e solidrios que

    todos devem adotar ao circular pelas ruas, especialmente como pedestres, precisam fazer parte

    dos contedos abordados, cotidianamente, nos ambientes sociais e, principalmente, no

    ambiente escolar. A ao educativa que humaniza capaz de motivar o indivduo para o

    exerccio da tica e da cidadania, atravs da auto-estima que, fortalecida, torna-se capaz de

    mudar comportamentos inadequados em relao ao sistema trnsito, no qual somos

    participantes, desde a mais tenra idade.

    Tornar o trnsito mais humano requer motivao na perspectiva educativa que

    refletir na motivao da escola, da famlia e de todo o espao do trnsito,

    estendendo-a transversalidade a muito alm da alfabetizao e do Ensino

    Fundamental e Mdio, ou seja, na dimenso do ser humano de forma totalitria,

    atingindo-o no que ele tem de mais importante: cidadania, tica e respeito, que so

    elementos organizadores de uma instituio social. (MARTINS, 2004, p. 106).

    Em todo o territrio brasileiro, o cumprimento das leis existentes no Cdigo de

    Trnsito vem acontecendo de forma gradativa, isto , lenta, devido a vrios fatores, entre eles,

    a no aceitao de algumas alteraes necessrias do cdigo anterior para o atual, o descaso

    de algumas autoridades e o no cumprimento do modo correto da lei. Mudanas demandam

    tempo para que ocorram, adequadamente, trazendo melhoria sociedade, sendo as condies

    de trnsito, uma delas.

    importante salientar que o Cdigo de Trnsito nada resolve sozinho. necessrio

    haver um envolvimento de toda a sociedade para que aes educativas de trnsito aconteam

    de fato. preciso que as campanhas educativas ocorram de forma planejada e acompanhadas

    em sua execuo. Os rgos que a executam devem assegurar-se no somente da qualidade de

    seus contedos programticos, mas tambm da eficincia de sua transmisso. Essa uma das

    alternativas encontradas para a realizao de um trabalho eficiente, e voltada para a

    construo da cidadania, elemento fundamental para a reduo dos inmeros acidentes de

    trnsito que tanto ceifam vidas. Para que se torne possvel a convivncia harmnica entre os

    indivduos, necessrio haver organizao e respeito aos direitos e deveres individuais e do

    grupo. (MARTINS, 2004, p. 47).

    Ter acesso s informaes sobre o C.T.B. e s normas de trnsito nele contidas

    primordial para garantir que o correto seja feito e obedecido, no como uma imposio, mas

    como hbito formado por uma educao contnua e de qualidade.

    Estudos que comentam sobre o cdigo, indicam que no h necessidade de se criar

    mais legislao. Bastando aplicar com seriedade a que j existe, sendo, para isso,

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

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    indispensvel uma campanha nacional de educao para o trnsito, comeando nas

    escolas, mediante campanhas publicitrias e tantos outros meios. (MARTINS, 2004,

    p. 83).

    Assim, entende-se que a constante divulgao de regras e normas de trnsito pelos

    meios de comunicao, comeando pela educao da sociedade, constitui um investimento

    que, em no to longo prazo, resolveria a problemtica do trnsito catico que se tem na

    atualidade.

    Implantar aes educativas de trnsito nas escolas tornou-se, hoje, um grande desafio,

    tanto para os rgos gestores de trnsito quanto para os rgos escolares. A concretizao de

    uma educao para o trnsito nas escolas poder contribuir para uma prtica social, orientada

    para uma tica no trnsito, preparando o cidado para o exerccio da cidadania, para a

    valorizao e a promoo da vida.

    Nesse sentido, os profissionais de educao envolvidos em prticas educativas de

    trnsito, procuram promover nos ambientes escolares a construo de identidades capazes de

    preparar os educandos para agir com mais autonomia na circulao. As questes relacionadas

    ao trnsito devem fazer parte da proposta curricular das escolas, sendo trabalhados junto s

    disciplinas curriculares, conforme j foi afirmado anteriormente.

    O trabalho de questes referentes ao trnsito deve acontecer de forma permanente nas

    escolas. Ningum apreende valores como: tica e cidadania, em um dia ou em uma semana.

    Este trabalho requer a elaborao de projetos srios, objetivos, bem definidos, recursos

    educativos de qualidade, acompanhamento e avaliao permanente do corpo tcnico

    capacitado.

    Nesse contexto, encontra-se o papel fundamental do professor, pessoa responsvel na

    mediao de conhecimentos sistematizados. necessrio que esses profissionais participem,

    constantemente, de cursos de formao, realizem pesquisas para exercer melhor essa funo.

    Dessa forma, estaro atuando e ministrando suas aulas baseadas sobre questes sociais e

    problemas que possam surgir relacionados ao trnsito. indispensvel um maior

    envolvimento dos rgos responsveis, para qualificar os profissionais, que devem atender

    demanda e s expectativas que envolvem os rgos responsveis pelo trnsito. (MARTINS,

    2004, p. 110).

    Em suas prticas educativas de trnsito, se faz necessrio que as escolas preparem o

    cidado no s para conhecer sinais e regras de trnsito, mas tambm na medida do possvel,

    as formas de aplicao da lei, quando o nvel de instruo permitir aquisio de tais

    conhecimentos.

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

    115

    Mudanas de comportamentos sejam em qualquer situao, demandam tempo, boa

    vontade e compromisso de todos os envolvidos no processo. A educao, que seria a soluo

    para muito de nossos problemas, infelizmente, semente que demora dar frutos. Assim,

    educar para o trnsito requer do professor a capacidade para apreender e articular uma cultura

    geral s metodologias de ensino. Tarefa essa, rdua e difcil, porm no impossvel.

    Da importncia de um comportamento adequado, surge a necessidade de uma

    educao para o trnsito, no sentido de as pessoas em qualquer posio que

    assumam na circulao, terem atitudes compatveis com as necessidades de

    segurana de todos. A educao deve ser vista como um processo contnuo, para que

    tenha efetividade real. (VASCONCELLOS, 1998, p. 87).

    Portanto, a tarefa de se educar para o trnsito consiste em lutas permanentes. Da a

    necessidade de parceria entre escola e comunidade para a elaborao de propostas capazes de

    conscientizar as pessoas sobre a importncia de suas atitudes na construo de um trnsito

    mais seguro.

    Aes educativas de trnsito no ensino fundamental

    Entende-se por ensino fundamental uma das etapas da educao bsica e tem como

    princpio a formao do cidado com base no desenvolvimento da capacidade de aprender na

    compreenso do ambiente social e natural, na aquisio de conhecimentos e habilidades, na

    formao de atitudes e valores, no fortalecimento dos vnculos familiares e nos laos de

    solidariedade humana. Da a necessidade de um currculo baseado no domnio de

    competncias bsicas e no somente no acmulo de informaes. Nesse sentido, para que toda

    e qualquer ao educativa no ensino fundamental tenha sucesso necessrio que as

    instituies escolares propiciem uma aprendizagem contextualizada, de modo a compreender

    a realidade social, posicionando e intervindo frente s questes que interferem na vida

    coletiva da comunidade.

    A efetivao da educao para o trnsito em instituies escolares, surge com base na

    funo social que elas detm e, portanto, no seu potencial para formar geraes capazes de

    uma participao consciente, crtica e responsvel na circulao, que se tornou um dos

    maiores obstculos na construo da cidadania, afrontando a dignidade das pessoas,

    impedindo a incluso social e afetando a qualidade de vida de todos os seus participantes.

    O captulo VI do C.T.B. (Cdigo de Trnsito Brasileiro) em seu artigo 76, estabelece

    que a educao para o trnsito dar-se- na pr-escola e nas escolas de Educao Bsica e

    Ensino Superior. Nesse sentido, o enfoque principal de educao para o trnsito tornar a

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

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    criana um pedestre responsvel e ciente de seus direitos e deveres, de modo que, quando

    chegar idade adulta e for circular como condutores, de veculos esteja preocupado com a

    segurana de todos que trafegam pelas vias de trnsito.

    A partir da condio inicial de pedestre, o ser humano vai assumindo outros papis

    na circulao, como os de ciclista, passageiro de transportes individuais e coletivos,

    motorista, motociclista, etc. papis estes fundamentados nos princpios ticos

    iniciais, construdos desde a primeira infncia na condio de pedestre e que vo se

    estruturando no decorrer da vida, na medida em que novas experincias,

    conhecimentos e desafios so enfrentados. (MANTOVANI, 2003, p. 51).

    Porm, tais atitudes s sero possveis mediante a formao de cidados com uma

    viso crtica e reflexiva, adquiridas por meio de vivncias pautadas na cooperao,

    solidariedade e responsabilidades, tanto na escola, quanto em situaes prticas do cotidiano

    social. Isso permite haver uma construo gradual de conceitos. Estes iro se aprimorando

    gradativamente, formando cidados capazes de realizar escolhas menos individualizadas e

    mais coletivas, com uma viso mais ampla do que significativa circular e compartilhar

    espaos.

    preciso ressaltar que a necessidade de circulao, inata ao ser humano, parte do

    cotidiano real da populao, ponto fundamental para que os interesses da coletividade sejam

    compatveis com os interesses de cada um. As crianas, desde muito pequenas, estaro

    inseridas nesse processo: assumem papis, tm competncias desenvolvidas e,

    principalmente, podem participar assumindo, a cada etapa do ensino, novas responsabilidades.

    Nessa linha de pensamento, cabe educao de trnsito, o papel de proporcionar

    situaes de ensino-aprendizagem que sensibilizem, preparem e promovam uma participao

    responsvel reflexo e construo de cidadania, de tal modo que crianas e adolescentes

    construam conhecimentos e capacidades que permitam uma atuao mais consciente e

    responsvel na circulao, sejam motoristas ou no, no futuro.

    Quanto mais cedo se tem contato com a legislao de trnsito e as normas gerais de

    circulao e conduta, mais fcil formar hbitos civilizados compatvel com o que a nossa

    sociedade clama. Para conhecer o C.T.B., no necessrio ser condutor habilitado e nem

    maior de idade. As normas de trnsito foram feitas para todos, portanto, todas as pessoas

    devem entrar na luta pela paz no trnsito, embasado nas conquistas de todos, no direito de ir e

    vir com liberdade e segurana.

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

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    CONSIDERAES FINAIS

    Atualmente, as populaes das grandes cidades mundiais, em especial no Brasil, tm

    no trnsito um dos seus maiores problemas. A ateno, o cuidado e o conhecimento de sua

    realidade e seus riscos precisam fazer parte da conduta de cada cidado. Haja vista que

    nesse espao de relaes sociais, to disputado por pedestres e motoristas, que se tem

    revelado uma triste realidade, ocasionada por acidentes, que, muitas vezes, deixam sequelas

    fsicas e psicolgicas nos envolvidos, chegando at o extremo da perda de muitas vidas.

    Acredita-se que, atravs da funo social que exerce, a educao pode contribuir para

    que prticas inadequadas no trnsito sejam eliminadas ou ao menos reduzidas. As instituies

    de ensino so um verdadeiro palco de relaes sociais e nelas os indivduos, tanto no

    individual quanto no coletivo, atravs de prticas educativas, adquirem conhecimento,

    formam comportamentos e aprendem a praticar hbitos que internalizados, positivamente,

    remetem reflexo sobre o quanto modo de vida, as aes e atitudes contribuem para a

    realidade catica em que se encontra o trnsito brasileiro e qual o papel de cada um, na

    construo de um trnsito mais humano, baseado em atitudes de cidadania, tica e

    responsabilidade, visando valorizao da vida, o bem maior de todos os seres humanos.

    Um dos maiores desafios da sociedade na atualidade, em relao ao tema aqui

    abordado, o de conhecer os preceitos legais do C.T.B. O conhecimento permitiria s pessoas

    mais informaes necessrias para que talvez os hbitos e costumes errados relacionados ao

    trnsito fossem superados. Assim, praticando hbitos corretos, segundo seus direitos e

    deveres, o cidado teria mais condio de fiscalizar o cumprimento das normas legais do

    C.T.B., e no s deixando que os rgos do governo faam todo o trabalho, que, muitas vezes,

    se torna ineficiente, contribuindo para a continuao de um trnsito precrio e inseguro.

    Prticas educativas envolvendo o trnsito devem consistir em um trabalho contnuo e

    sistemtico, em que o exerccio da cidadania seja construdo diariamente. Desse modo, quanto

    maior for a conscientizao, mais qualitativa ser a participao dos indivduos no uso dos

    espaos pblicos, atingindo assim, o verdadeiro sentido de cidadania.

    ROAD TRAFFIC AND EDUCATION ON A TRANSVERSAL PROPOSAL

    Abstract: This article aims to call up attention, through reflections, towards the

    importance of educational work among the social issues that are present in the daily

    lives of people and are not prepared in the areas of conventional education. Studies

    show that one of the social issues which currently need a more efective work is road

  • Caderno Discente do Instituto Superior de Educao Ano 2, n. 2 Aparecida de Goinia 2008

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    traffic, which affects many lives and makes many victims every second. In front of

    what, education is to be taken as a core issue in the construction of a critical, human

    and democratic society, due to its social power. It intends to clearly, objetively and

    widely present the possibilities of school institutions to crosswise the road traffic

    issue in such a way that it is made into an orienting axis among the curriculum

    niches of the traditional education, boldfacing the importance of an education for

    traffic, cince inicial grades, as the need of such education is even previewed in the

    Brazilian Traffic Code and in the eighth volume of the Nacional Curriculum

    Parameters.

    Key-words: Transverse theme. Education. Traffic.

    REFERNCIAS

    BRASIL. Secretaria da Educao Fundamental. Parmetros Curriculares Nacionais: Temas

    transversais em educao. Braslia: MEC/SEF, 1998.

    BUSQUETS, Maria Dolores et al. Temas transversais em educao: bases para uma

    formao integral. So Paulo: tica, 2001.

    MANTOVANI, Roberta. Vida em trnsito. So Paulo: Lemos, 2003.

    MARTINS, Joo Pedro. A educao de trnsito: campanhas educativas nas escolas. Belo

    Horizonte: Autntica, 2004.

    MORENO, Montserrat. Temas transversais: um ensino voltado para o futuro. So Paulo:

    tica, 2001.

    VASCONCELLOS, Eduardo Alcntara. O que trnsito. So Paulo: Brasiliense, 1998.

    (Coleo Primeiros Passos, n. 162).