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Page 1: ARTIGO TÉCNICO CARACTERIZAÇÃO DA MICROFAUNA EM … · ciliados fixos, mostraram-se eficientes para o diagnóstico das con- ... ca dos compostos orgânicos e inorgânicos presentes

Eng. sanit. ambient. 329 Vol.10 - Nº 4 - out/dez 2005, 329-338

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CARACTERIZAÇÃO DA MICROFAUNA EM ESTAÇÃO DE

TRATAMENTO DE ESGOTOS DO TIPO LODOS ATIVADOS: UM

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO E CONTROLE DO PROCESSO

MICROFAUNA CHARACTERIZATION IN ACTIVATED SLUDGE

WASTEWATER TREATMENT PLANT: AN INSTRUMENT OF ASSESSMENT

AND CONTROL OF PROCESS

ALESSANDRA PELLIZZARO BENTO

Bióloga e Doutora em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com DoutoradoSanduíche na Universidade Técnica de Munique (TUM – Alemanha)

PABLO HELENO SEZERINO

Engenheiro Sanitarista e Doutorando em Engenharia Ambiental na UFSC

LUIZ SERGIO PHILIPPI

Doutor em Saneamento Ambiental pela Université de Montpellier I (França) e Professor Titular do Departamento deEngenharia Sanitária e Ambiental da UFSC

VALERIA REGINATTO

Bioquímica pela UFSC. Doutora em Ciências pela UNICAMP com Doutorado Sanduíche na Universidadede Hanover (Alemanha)

FLAVIO RUBENS LAPOLLI

Engenheiro Civil pela UFSC. Doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela USP (São Carlos) e ProfessorTitular do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC

Recebido: 07/01/05 Aceito: 29/09/05

RESUMO

A microfauna presente em uma ETE por lodos ativados foicaracterizada, correlacionada com parâmetros físico-químicos eutilizada em modelos existentes de avaliação de sistemas. Duran-te 351 dias o lodo ativado manteve-se estável com flocos com-pactos, pequenos e com poucos filamentos. Os protozoários pre-dominantes no lodo foram as tecamebas e os ciliados predadoresde flocos, indicando estabilidade do sistema. Os métodos pro-postos em literatura, baseados no IBL, na densidade total damicrofauna e na relação entre ciliados predadores de flocos eciliados fixos, mostraram-se eficientes para o diagnóstico das con-dições depurativas do sistema. A análise qualitativa do lodo, en-globando o tamanho, quantidade de filamentos, compactação ea identificação das espécies dominantes, foi suficiente para umacaracterização imediata das condições depurativas do sistema detratamento.

PALAVRAS-CHAVE: Microfauna, lodo ativado, esgoto domés-tico, microscopia, diagnóstico do tratamento.

ABSTRACT

Microfauna found in an activated sludge WTP was characterized,correlated to the physical-chemical parameters and used in existingassessment models. During 351 days, the activated sludge remainedstable with compacted and small poorly filamentous flocs. It wascomposed mainly by testate amoebas and crawling ciliates thatindicated the stability of the system. The application of the existentsystem evaluation models to microfauna (SBI, crawling ciliate/attached ciliate relation and total density) was found to be efficientfor the assessment of the system depurative conditions. The sludgequalitative analysis, which included the flocs size, amount offilaments, compacting and the identification of the dominantmicrofauna species, was enough to an immediate diagnosis of thetreatment system depurative conditions.

KEYWORDS: Microfauna, activated sludge, domestic wastewater,microscopy, treatment diagnosis

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Eng. sanit. ambient. 330 Vol.10 - Nº 4 - out/dez 2005, 329-338

INTRODUÇÃO

Os sistemas de tratamento de esgo-tos por lodos ativados são os mais ampla-mente empregados no mundo todo, prin-cipalmente pela alta eficiência alcançadaassociada à pequena área de implantaçãorequerida, quando comparado a outrossistemas de tratamento. O princípio doprocesso baseia-se na oxidação bioquími-ca dos compostos orgânicos e inorgânicospresentes nos esgotos, mediada por umapopulação microbiana diversificada emantida em suspensão num meio aeróbio.A eficiência do processo depende, dentreoutros fatores, da capacidade de flocu-lação da biomassa ativa e da composiçãodos flocos formados.

Os flocos biológicos constituem ummicro-sistema complexo formado porbactérias, fungos, protozoários e micro-metazoários. As bactérias são as principaisresponsáveis pela depuração da matériacarbonácea e pela estruturação dos flo-cos. Entretanto, os componentes damicrofauna (protozoários e microme-tazoários) também têm importante papelna manutenção de uma comunidadebacteriana equilibrada, na remoção deE. coli, na redução da DBO5 e nafloculação. Por serem extremamente sen-síveis às alterações no processo, os com-ponentes da microfauna alternam-se no

sistema em resposta às mudanças nas con-dições físico-químicas e ambientais. Des-se modo, a composição da microfauna dolodo ativado revela tendências do proces-so, quanto a eficiência da remoção da de-manda bioquímica de oxigênio – DBO5;a eficiência da remoção de sólidossuspensos - SS; as condições de sedimen-tação do lodo; o nível de aeração empre-gado no sistema; a presença de compos-tos tóxicos, tais como metais pesadose amônia; além de poder indicar a ocor-rência de sobrecargas orgânicas e denitrificação (Gerardi, 1986; Hoffmann ePlatzer, 2000).

A grande maioria dos autores, den-tre eles Jenkins et al (1993), Madoni(1994), Figueiredo et al (1997) e Bentoet al (2000) agrupam a microfauna pre-sente no lodo ativado conforme especifi-cado na Tabela 1.

Ao longo dos anos alguns modelos,baseados nas características biológicas dolodo, foram propostos para a verificaçãodas condições operacionais e a avaliaçãoda eficiência dos sistemas de lodosativados. Dentre estes, destacam-se omodelo criado por Madoni (1994), porDe Marco et al (1991) e Bedgoni et al(1991).

De Marco et al (1991) classificaramas estações de tratamento por lodosativados, baseado na densidade total dos

protozoários presentes no tanque deaeração, em 3 categorias:

(a) Sistemas ineficientes: aque-les com aproximadamente 10 organis-mos/mL;

(b) Sistemas pouco eficientes: aque-les com densidades de 10-103 organis-mos/mL;

(c) Sistemas eficientes: aqueles commais ou 103 organismos/mL.

Segundo Bedgoni (1991), a razãoentre a densidade de ciliados predadoresde flocos e ciliados fixos está associada àeficiência do tratamento. Quando a ra-zão é maior ou igual a 0,5, um efluentede melhor qualidade é obtido.

Madoni (1994) correlacionou con-dições operacionais e os protozoários en-contrados nos tanques de aeração de 44ETEs por lodos ativados, após 20 anosde estudos, definindo grupos positivos enegativos relacionados à eficiência depu-rativa dos sistemas. O autor agrupou osCPFs, CFs e TAMBs como positivos e ospequenos flagelados, os CLNs, Vorticellamicrostoma e Opercularia spp como nega-tivos. A partir deste estudo, o mesmo au-tor desenvolveu uma matriz de correla-ção para obtenção do Índice Biótico doLodo – IBL relacionado às característi-cas do sistema. A determinação do IBLbaseia-se em relações entre os grupos po-sitivos e os negativos, considerando-se a

Fonte: Adaptado de Figueiredo et al, 1997.

Tabela 1 – Classificação utilizada para agrupar os organismos da microfauna

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densidade e o número de unidadestaxonômicas presentes no reator. A con-centração de pequenos flagelados consti-tui um parâmetro de grande interferên-cia no cálculo do índice. Os valores doIBL correspondem a uma das 4 classesdefinidas para classificação das caracterís-ticas do lodo e da qualidade do efluente(Tabela 2).

De acordo com Jenkins et al (1993),Madoni (1994) e Figueiredo et al(1997), um bom desempenho do siste-ma está diretamente relacionado às espé-cies dominantes no processo, conformerelações descritas nas Tabela 3.

Em alguns países, como por exem-plo, na Alemanha, a análise microscópicado lodo é prescrita legalmente para siste-mas de lodos ativados que atendem maisde 10.000 habitantes. O diagnósticoobtido pela microscopia do lodo ativadoé utilizado para alterar as característicasoperacionais do sistema, tais como a ida-de do lodo e a concentração de oxigêniodissolvido no reator (Hoffmann e Platzer,2000). No Brasil, a maioria dos sistemasde tratamento de esgotos é monitorada econtrolada pelas análises físico-químicas.A observação microscópica ainda é uminstrumento raro, geralmente realizada emcurtos períodos de tempo e seus resulta-dos são, na grande maioria, subutilizados.

O presente trabalho tem como obje-tivo a caracterização e quantificação damicrofauna presente nos tanques deaeração de uma ETE do tipo lodos ativados(sistema Insular de Florianópolis/SC) e suacorrelação com os parâmetros físico-quí-micos e a eficiência do processo. Além dis-so, os resultados biológicos obtidos sãoaplicados nos modelos de avaliação pré-existentes.

MATERIAIS E MÉTODOS

Durante o estudo foram realizadasanálises microscópicas, bacteriológicas,físico-químicas e das condições operacio-nais na ETE Insular de Florianópolis/SC,sob responsabilidade da CASAN (Com-panhia Catarinense de Águas e Sanea-mento), a qual possui capacidade instala-da para atender 150.000 habitantes daIlha de Santa Catarina, correspondente auma vazão média afluente de 278 L/s. AETE é do tipo Lodos Ativados de AeraçãoProlongada sendo constituída por uni-dades anóxicas (seletores biológicos e câ-maras de desnitrificação) antecedendotanques de aeração de mistura completa.

As amostragens tiveram periodici-dade de 15 dias, tendo início em setem-

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Fonte: Madoni, 1994.

Tabela 2 – Conversão do IBL em 4 classes de qualidade e respectivascaracterísticas do sistema

bro de 1999 e término em agosto de2000. Foram avaliadas amostras pontu-ais do esgoto afluente e efluente da ETEpara verificação da eficiência do processoe amostras pontuais da massa líquida dostanques de aeração para a avaliação mi-croscópica.

A análise microscópica quantitativafoi realizada com amostras do tanque deaeração, diluídas 10 vezes e dispostas emcâmara de Sedwick-Rafter reticulada, comformato retangular (50 x 20 mm), pro-fundidade de 1 mm, área de 1.000 mm2,volume útil de 1 mL e 1.000 retículos de0,001mL de volume. Para cada amostra,identificaram-se e quantificaram-se as es-pécies da microfauna presentes em 10retículos, sendo o resultado final, a médiade 3 procedimentos. Para cada leitura,preparou-se a câmara de Sedwick e foramcontados aleatoriamente 10 retículos,

totalizando o volume de 0,01 mL. O re-sultado de cada leitura foi multiplicadopor 100, para caracterizar o número deorganismos presentes em 1mL de amos-tra. O procedimento foi realizado emmicroscópico óptico triocular invertido(Coleman, modelo XDP-I) aumento de100 ou 400 vezes.

Na identificação da microfauna,utilizaram-se chaves descritas por Bick(1972), WPC (1990) e Patterson (1996).A classificação foi efetuada ao nível de gê-nero. O lodo foi observado qualitativamen-te pela avaliação da estrutura dos flocos.

Os parâmetros físico-químicos, taiscomo, potencial hidrogeniônico – pH,alcalinidade, demanda química de oxigê-nio – DQO, demanda bioquímica de oxi-gênio – DBO5, sólidos suspensos – SS,sedimentabilidade do lodo – SSd, nitro-gênio amoniacal – N-NH4

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Fonte: Figueiredo et al (1997).

Tabela 3 – Microrganismos indicadores das condições de depuração

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nitrito – N-NO2-, nitrogênio nitrato –

N-NO3-, turbidez e índice volumétrico

do lodo – IVL, assim como os bacterioló-gicos de colifomes totais e Escherichia coli,seguiram critérios descritos no StandardMethods for Examination of Water andWastewater (AWWA/WEF, 1995). O ni-trogênio amoniacal foi determinado pelométodo Nessler (Vogel, 1981), o ODTAfoi mensurado pelo método iodométricode Winkley modificado com azida sódica(NBR 10559/88 ) e o IVL, calculadoconforme descrito por Jenkins et al(1993). A relação A/M (alimento/micror-ganismo) foi obtida pela relação entre acarga de DBO5 (g/m3/d) e a massa de mi-crorganismos no reator (g/m3 x volume doreator em m3) (von Sperling, 1997).

As correlações entre as variáveis bio-lógicas e as variáveis físico-químicas fo-ram verificadas pelo método de correla-ção de Pearson, sendo consideradas posi-tivas aquelas que apresentaram o coefici-ente de correlação (r) > 0,200 e negativasou inversamente correlacionadas aquelascom r < -0,200.

Os resultados microscópicos obtidosforam expressos pela freqüência relativa,abundância, densidade média e tambémforam avaliados de acordo com os méto-dos propostos por Madoni (1994), DeMarco et al (1991) e Bedgoni (1991).

RESULTADOS EDISCUSSÃO

Ao longo do período estudado (351dias), as características estruturais dos flocosbiológicos não apresentaram variações sig-nificativas, sendo que estes se mantiveramdispersos, fracos com diâmetro variando depequeno a médio (menores que 100µm),com presença de poucos e curtos filamentosde Nocardia spp, raros representantes deZooglea e fungos (Figura 1). A microfaunafoi composta predominantemente porTAMBs e CPFs em freqüência de 100% e91%, respectivamente (Tabela 4). Essesmesmos grupos de organismos apresenta-ram maior número de indivíduos na co-munidade, compondo 40% e 23%, res-pectivamente, da densidade média damicrofauna (Figura 2).

A freqüência relativa (Tabela 5)mostra que os gêneros Arcella e Euglypha(Figura 3a e 3b) estiveram presentes emtodas as amostras em densidades médiasde 1.800 indivíduos/mL, para ambos osgêneros. O ciliado Aspidisca (Figura 3c)foi o terceiro gênero mais freqüente, apre-sentando 95% de freqüência e densida-de média de 4.600 indivíduos/mL.

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Tabela 4 - Freqüência relativa dos grupos componentes damicrofauna junto ao tanque de aeração

Figura 2 - Abundância relativa dos grupos damicrofauna

Os pequenos ZFLGs, juntamentecom Aspidisca, apresentaram densidadesnotadamente maiores no período de25/04/00 a 08/08/00, quando tambémse observou o surgimento dos CFsThuricola sp (Figura 4a) e Vaginicolla sp.Neste mesmo período ocorreram as me-nores temperaturas atmosféricas, atingin-do 14°C. Os MTZs foram visualizadosem baixa densidade, mas em elevada fre-qüência, principalmente os rotíferos (Fi-gura 4b), indicando uma elevada idadedo lodo. Dentre os ciliados fixos, Vorticellasp (Figura 4c) apresentou maior freqüên-cia, mas também menor densidade emrelação aos demais.

O número de indivíduos da micro-fauna variou de 4.750 indivíduos/mLa 53.010 indivíduos/mL, sendo que asmaiores densidades ocorreram nos pe-ríodos de novembro a dezembro de1999, com média de 32.427 indiví-duos/mL maio a agosto de 2000, média

de 28.645 indivíduos/mL. As reduçõesde DQO, DBO5 e E. coli apresentaramcorrelações positivas com a densidade to-tal de organismos no reator, indicandoque quanto maior a densidade de orga-nismos, maior a remoção destesparâmetros no sistema (Tabela 6). Váriosautores (Curds, 1975; De Marco et al,1991; Madoni, 1994) obtiveram as mes-mas correlações. A redução de bactériasE. coli deve-se à predação exercida pelosprotozoários. Nos sistemas de lodosativados o reduzido tempo de detençãohidráulica não favorece o declíniobacteriano de E. coli, portanto, os fatorespreponderantes na remoção destas bac-térias são a predação exercida pelamicrofauna além de sua aderência aos flo-cos biológicos. Curds (1975), após inú-meros experimentos, concluiu que a pre-sença de protozoários em sistemas reduzmais que 99% das bactérias do grupocoliformes fecais.

Figura 1 - Formas filamentosas encontradas nosflocos. (a) Filamentos de Nocardia sp (aumento1.000 vezes) e (b) fungos (aumento 100 vezes)

Bento, A. P. et al.

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Eng. sanit. ambient. 333 Vol.10 - Nº 4 - out/dez 2005, 329-338

Tabela 5 - Freqüência relativa e densidade média dos gêneros da microfaunaencontrados no sistema, durante o estudo

Convenções: CPF – Ciliados Predadores de Flocos; CLN – Ciliados Livre-Natantes;CF – Ciliados Fixos; ZFLG – Zooflagelados; TAMB = Tecamebas; AMB – Amebas;MTZ – Micrometazoários; NI = Não identificado

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Caracterização da microfauna em ETE do tipo lodos ativados

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Figura 3 - Protozoários presentes em maior freqüência na ETE em estudo.(a) Arcella sp (aumento de 400 vezes), imagem capturada pela bióloga

Vanessa Cataneo, (b) Euglypha sp (aumento de 400 vezes) e(c) Aspidisca sp (aumento de 400 vezes)

Figura 4 - Ciliados fixos e rotíferos presentes no lodo. (a) Thuricola sp(aumento de 200 vezes), (b) rotífero (aumento de 200 vezes),

(c) Vorticella sp (aumento de 200 vezes). Imagens capturadas pelabióloga Vanessa Cataneo

As concentrações de SS e a turbidezno efluente apresentaram relação direta-mente proporcional com a densidade to-tal da microfauna. Quanto maior a den-sidade de organismos nos reatores, maiortambém a concentração de sólidos noefluente. Provavelmente, os ZFGLs sãoos responsáveis por essa condição, poisestes organismos não se agregam aos flo-cos e por isso, saem do sistema junto como efluente final. Em estudo realizado porMadoni (1994), relações similares foramverificadas, mas, geralmente, associadas àqueda da eficiência depurativa do siste-ma, fato este não verificado na ETE du-rante o período estudado.

As correlações entre a densidade dosgrupos da microfauna presentes nos rea-tores do sistema e os demais parâmetrosencontram-se descritas na Tabela 7. Ascorrelações negativas para as concentra-ções de DQO e DBO5 no efluente coin-cidem para os CPFs, CFs e ZFLGs, signi-ficando que as maiores remoções de DQOe DBO5 ocorreram quando os organis-mos pertencentes a esses 3 grupos forammais abundantes. Esse fato era esperadopara os CPFs e ps CFs, os quais contribu-em para a redução do material parti-culado, não integrante dos flocos. Entre-tanto, para os ZFLGs esta relação deveriaser inversa e não proporcional, pois estesorganismos não se aderem ao floco, sãoeliminados no efluente final e desenvol-vem-se no sistema em presença de mate-rial orgânico dissolvido. A possível expli-cação para esta constatação pode residirna presença do grande ZFLG Peranemasp no sistema, além dos pequenosflagelados, sendo que os estudos realiza-dos apontam apenas os segundos comoindicadores de baixa eficiência de-purativa.

A DBO5 efluente apresentou rela-ção inversa à densidade de CPFs, CFs,ZFLGs e CLNs, e diretamente proporci-onal às densidades de TAMBs e MTZs.Jardim et al (1997) observaram correla-ções semelhantes para os CLNs e ZFLGse TAMBs. Porém, para os MTZs os auto-res verificaram o oposto, menores con-centrações de DBO5 efluente quando adensidade de MTZs no tanque de aeraçãoera maior.

As concentrações de SS e a turbidezdo efluente foram diretamente proporci-onais às densidades de TAMBs e ZFLGse, inversamente proporcionais à densida-de de CLNs, o que coincide com as ob-servações feitas por Madoni (1994). OsZFLGs são os protozoários mais citadoscomo indicadores de efluente com eleva-

Tabela 6 - Correlação entre densidade total da microfaunanos reatores e parâmetros físico-químicos, operacionais

e bacteriológicos

Convenções: +: correlação positiva (diretamente proporcional); -: corre-lação negativa (inversamente proporcional) e 0: correlação nula (semcorrelação).

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A ocorrência e densidade de MTZsestiveram diretamente relacionadas como IVL, indicando que os maiores índicesocorreram quando maiores densidades deMTZs foram observadas. Os MTZs apre-sentam lenta taxa de crescimento e repro-dução e por isso indicam alto tempo de

detenção celular. Dessa forma, para a ETEInsular, pode-se relacionar as maiores ida-des do lodo com maiores valores de IVL.

Pela correlação de Pearson os únicosorganismos que apresentaram relação coma concentração de N-NH4

+ no efluenteforam os CPFs. Para o N-NO3

- observa-ram-se correlações negativas com os CLNse os CPFs. Através desta análise, pode-sesugerir que a nitrificação apresentou rela-ção com a densidade de CPF no reator,ou seja, quanto maior a densidade dessesorganismos, menor a taxa de nitrificação

Bento, A. P. et al.

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Eng. sanit. ambient. 335 Vol.10 - Nº 4 - out/dez 2005, 329-338

Tabela 7 - Correlação entre a densidade dos grupos da microfauna e osparâmetros físico-químicos e bacteriológicos

Convenções - CPF: Ciliados Predadores de Flocos; CLN: Ciliados Livre-Natantes; CF: CiliadosFixos; ZFLG: Zooflagelados; TAMB: Tecamebas; AMB: Amebas; MTZ: Micrometazoários; +:correlação positiva (diretamente proporcional); -: correlação negativa (inversamente proporci-onal) e 0: correlação nula (sem correlação).

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menores concentrações de N-NO3- no

efluente).Apesar de não se ter conhecimentos

mais específicos sobre as relações entre amicrofauna e o processo de nitrificação,autores como Jardim et al (1997) e Cybiset al (1997) observaram correlações entrea ocorrência de nitrificação e a presençade CFs no reator. Jenkins et al (1993)relacionaram a presença de nematóides etardígrados com a ocorrência de nitri-ficação no sistema, pois esses organismosapresentam extrema sensibilidade à pre-sença de amônia. Entretanto, pelo méto-do de correlação de Pearson, essas relaçõesnão foram verificadas neste estudo.

Na Tabela 8 pode-se observar a apli-cação dos métodos de Madoni (1994),De Marco et al (1991) e Bedgoni (1991),os quais baseiam-se no IBL, na densidadetotal da microfauna e na relação CPF/CF,respectivamente, na caracterização daETE Insular.

De acordo com o IBL o sistema apre-sentou média, boa e excelente per-formance em 20%, 35% e 45% do perí-odo avaliado, respectivamente. Algumasdas amostragens com menores índicescoincidem com maiores concentrações deDBO5 no efluente. A avaliação da ETE,segundo De Marco (1991), indicou queo sistema apresentou excelente eficiênciadurante todo o período, pois a densidadeda microfauna foi superior a 1.000 indi-víduos/mL em todas as amostragens. Pelarelação proposta por Bedgoni (1991), o

sistema foi muito eficiente durante todoo estudo, exceto em uma amostragem(06/06/00). Neste mesmo dia, verificou-se a maior DBO5 no efluente da ETE(20 mg/L).

As relações entre os microrganismosdominantes no lodo e o seu significadono sistema, conforme literatura especi-alizada, encontram-se descritas na Tabela9, juntamente com as concentrações deDBO5 e N-NH4

+ no esgoto tratado. Ob-serva-se que na maior parte do período, amicrofauna dominante nos reatores indi-cou boas condições de depuração e a ocor-rência da nitrificação. Os períodos demédia e baixa eficiência estiveram associ-ados, principalmente, à dominância deZFLGs e CFs (Epistylis e Vaginicola) e osperíodos de alta eficiência, associados àpresença de TAMBs e CPFs.

As características do processo, pre-sumidas pelos organismos dominantes nosreatores, revelaram que na maioria do pe-ríodo estudado o sistema apresentou altaidade do lodo, indicada principalmentepela presença de TAMBs, Trachellophylum(Figura 5a) e MTZs; baixa relação A/M,evidenciada por Nocardia spp, ocorrên-cia de nitrificação verificada pela presen-ça de Aspidisca e Tardígrados (Figura 5b).Os menores desempenhos foram associa-dos à presença dominante de pequenosZFLGs e CFs. Em algumas amostragensa dominância ou co-dominância deZFLG não alterou a qualidade doefluente. Associa-se a esse fato a detecçãodo grande flagelado Peranema sp e não

somente das espécies de tamanho peque-no, citadas em literatura como bioindi-cadoras de baixo desempenho em siste-mas de lodos ativados.

As análises físico-químicas eviden-ciaram que a ETE Insular apresentouexcelente performance durante todo operíodo de estudo, com elevada remoçãode matéria orgânica carbonácea e ocor-rência de nitrificação e provável desnitri-ficação (Tabela 10).

Os resultados apresentados na Ta-bela 10 revelam a boa eficiência do siste-ma estudado, indicando que as informa-ções obtidas pelas análises microscópicas,de uma maneira geral, forneceram umaindicação correta acerca da performancedo tratamento.

CONCLUSÕES

Com base no estudo microscópi-co realizado junto à ETE Insular deFlorianópolis/SC (do tipo lodos ativadosde aeração prolongada) e aplicando-ocomo método de avaliação do sistema,conclui-se:

• A presença de filamentos deNocardia sp, flocos pequenos, Arcella spe Euglypha sp indicou que a ETE estuda-da trabalha com baixa relação A/M, o quepode ser comprovado pelas análises físi-co-químicas da ETE (aproximadamente0,032 kg DBO/kgSSV/d);

• As remoções médias de 97% deDBO5, 80% de DQO e 96% de N-NH4foram associadas à presença constante deArcella, Euglypha sp e Aspidisca sp;

• A ocorrência de Arcella sp,Euglypha sp e Aspidisca sp em freqüênci-as de 100% para as duas primeiras e 95%para a última indicaram alto grau de esta-bilidade biológica do sistema, alta idadedo lodo, boas remoções de DBO5 e con-dições de oxigenação favoráveis ànitrificação;

• Os micrometazoários e astecamebas indicaram alto tempo de de-tenção celular no processo (idade do lodomaior que 20 dias);

• A presença de zooflagelados emdensidades superiores a 1,0 x 104 indiví-duos/mL indicaram lodo com densida-de elevada (IVL > 100 mL/g) e bai-xa condição de sedimentabilidade(SSd >800 mL/L);

• As maiores densidades damicrofauna nos reatores implicaram emmelhores reduções de DBO5, DQO eE. coli, porém, maiores concentrações deSS e turbidez no efluente;

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Tabela 8 – Aplicação do IBL, da densidade total da microfauna e da relaçãoCPF/CF para classificação da ETE Insular

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Convenções: IBL: Índice Biótico do Lodo; CPF/CF: Relação entre Ciliados Predadoresde Flocos e Ciliados Fixos.

Bento, A. P. et al.

Figura 5 - Organismos indicadores de alta idade dolodo. (a) Trachellophylum sp (aumento de 400 vezes)e (b) tardígrado (aumento de 200 vezes). Imagens

capturadas pela bióloga Vanessa Cataneo

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Eng. sanit. ambient. 337 Vol.10 - Nº 4 - out/dez 2005, 329-338

Tabela 9 - Relação entre os microrganismos encontrados no sistema e as características do processo, segundo Vazolléret al (1989), Jenkins et al (1993), Madoni (1994), Di Marzio et al (1999) e concentrações de DBO

5 e N-NH

4

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no efluente da ETE insular

Convenção: ND = Não detectável pelo método.

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Eng. sanit. ambient. 338 Vol.10 - Nº 4 - out/dez 2005, 329-338

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Tabela 10 - Concentrações e remoções médias dos principais parâmetros avaliadosna ETE Insular durante o período compreendido entre setembro

de 1999 e agosto de 2000

• O IBL, a razão entre CPF/CF e adensidade da microfauna apresentaram-se eficientes como instrumentos de diag-nóstico das condições depurativas do sis-tema, sendo que os dois últimos métodosforam mais precisos;

• As análises microscópicas qualita-tivas apresentaram-se suficientes para umacaracterização imediata das condições de-purativas do processo;

• A análise qualitativa do lodo, en-globando os aspectos gerais dos flocos (ta-manho, quantidade de filamentos,compactação, etc.) e a identificação dasespécies dominantes, foi suficiente parauma caracterização imediata das condiçõesdepurativas do sistema de tratamento;

• Na análise qualitativa é importantea avaliação global e sistêmica do lodo. Apresença de uma única espécie damicrofauna muitas vezes não deve serutilizada como indicativo da performancedo processo. Para a ETE Insular a presen-ça e abundância de zooflagelados em al-gumas amostragens não pôde ser relacio-nada com a redução da qualidade doefluente produzido no sistema.

AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de agradecer aCompanhia Catarinense de Águas e Sa-neamento – CASAN e ao Programa dePós-graduação em Engenharia Sanitáriae Ambiental – PPGEA, da UniversidadeFederal de Santa Catarina, pelaviabilização das condições necessárias àexecução desse estudo.

REFERÊNCIAS

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Bento, A. P. et al.

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Endereço para correspondência:

Alessandra Pellizzaro BentoUniversidade Federal de SantaCatarinaEnd.: Rua Aracy Vaz Callado 173588090-690 Estreito - Florianópolis -SC - BrasilTel.: (48) 3244-5432Email:[email protected]