artigo subway - o humor na publicidade comparativa

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ANLISE DO DISCURSO DO ANNCIO DO SUBWAY: O humor na publicidade comparativa: Subway, um exagero de sabor. Andreilson Rodrigues Juliano Felisberto da Costa Resumo O presente artigo tem como objetivo analisar a campanha publicitria do sanduche Subway Club 350 Calorias veiculada no perodo da segunda quinzena de Setembro e primeira de Outubro. Busca-se entender o uso do humor na publicidade comparativa deste fast-food 1em relao a outras marcas no Brasil, diante de uma sociedade que divide opinies em relao a uma dieta saudvel, mas que est exposta diversas mdias com linguagem e persuaso que influencia na mudana do hbito alimentar do Brasileiro. Por meio da pea a ser analisada, busca-se ainda identificar os valores agregados a propaganda como forma de apelo ao consumo de fast food enquanto tendncia de comrcio varejista Brasileiro, crescimento e fidelizao da marca a partir da estratgia de comunicao utilizada e contexto ideolgico empregado no discurso publicitrio para promoo da mesma. Palavras - chave: Alimentao, fast food, crescimento, Subway, consumidor. 1.0. INTRODUO Atualmente a sociedade vive cercada por diversos meios de comunicao que influencia diretamente no seu comportamento scio-econmico e cultural. A publicidade inserida neste contexto busca realizar uma ligao entre o produto ou servio e o consumidor, conforme afirma BROWN (1963):O papel da propaganda consiste em influenciar os consumidores no sentido da aquisio do produto; vale, porm, o princpio segundo o qual o publicitrio no capaz de criar novas necessidades, mas de apenas retardar ou acelerar as tendncias existentes. (BROWN, 1963. p. 77 apud VESTERGAARD/SCHRODER, 2000, p. 9).

Conforme Gino Giacomini (1991, p.14) a publicidade foi se diversificando e aprimorando tcnicas e meios, podendo agora atingir milhes de pessoas atravs dos meios de comunicao de massa2. Porm, com esse processo de evoluo, o1 2

Comida rpida em Portugus. Televiso, Rdio e Internet.

discurso usado na propaganda passou a ser analisado de forma crtica, onde o consumidor no pode observar as linguagens verbais e no verbais presentes nestes anncios impostas para persuadir. Sendo assim, desenvolveremos a anlise do anncio televisivo do Subway a fim de identificarmos a linguagem persuasiva presente nesta pea a partir do referencial terico metodolgico fundamentado em pesquisa bibliogrfica para precisarmos a verdadeira inteno do emissor3 quanto ao receptor4 da mensagem. Parte-se dos conceitos de Anlise de Textos de Comunicao de Dominique Maingueneau (2005) e a Linguagem da Propaganda de Vestergaard e Schroder (2000) - para a compreenso do seu processo comunicacional - Na relao do consumidor com a propaganda utilizaremos a referncia de Gino Giacomini Filho, Consumidor versus Propaganda (1991). No estudo de Linguagem e Persuaso, Adilson Citelli (2002). Em relao metodologia sobre alimentao rpida e suas caractersticas assim como a sua ascenso no Brasil e no mundo, ser referenciada fontes disponveis na rede mundial de computadores e no endereo eletrnico da rede de fast food que objeto de anlise, a Subway, que ser descrito a seguir. Aps, a descrio das imagens do anncio, sendo feito a anlise do discurso a seguir e, finalizando, apresentaremos as consideraes finais. 2.0. REFERENCIAL TERICO-METODOLGICO Conforme Dominique Maingueneau (2005) a noo de discurso muito utilizada por ser o sintoma de uma modificao em nossa maneira de conceber a linguagem [...]. So as formas de expresses adotadas para a transmisso de uma mensagem, seja um discurso poltico ou religioso, sem restrio de lngua.O discurso se constri, com efeito, em funo de uma finalidade, devendo, supostamente, dirigir-se para algum lugar. Mas ele pode se desviar em seu curso [...] retomar sua direo inicial, mudar de direo e etc. [...] (p. 52)

Considera ainda que todo texto pertence a uma categoria de discurso, a um gnero de discurso. (2005, p. 59) So vrios os termos usados na caracterizao discursiva, seja literrio, poltico, religioso ou publicitrio, linguagens so tomadas pelo emissor, quem emite ou transmite a mensagem, se tornando heterogneo.3 4

Protagonista do ato de comunicao ou mensagem. Recebe a comunicao ou mensagem

Analisando a meno do autor, observa-se que o discurso publicitrio tem o objetivo claro de transmitir ao consumidor informaes persuasivas de promoo de venda e merchandising5 no que diz respeito a bens de consumo, servios e promoo institucional. O gnero de discurso adotado de acordo com realidade e necessidade do emissor, mas o mesmo pode dominar todos os tipos de enunciados a sua volta.Aprendemos a moldar nossa fala pelas formas do gnero e, ao ouvir a fala do outro, sabemos logo, desde as primeiras palavras, descobrir seu gnero, adivinhar seu volume, a estrutura composicional usada, prever o final, em outras palavras, desde o incio somos sensveis ao todo discursivo [...] Se os gneros de discurso no existissem e se no tivssemos o domnio deles e fssemos obrigados a invent-los a cada vez no processo da fala, se fssemos obrigados a construir cada um de nossos enunciados,a troca verbal seria impossvel (GALLIMARD, 1984, p. 285 apud MAINGUENEAU, 2005, p.63).

Sobre a linguagem da propaganda no discurso publicitrio, Vestergaard e Schroder (2000, p. 13) definem conceitos amplos de expresses comunicativas que juntas podem complementar o poder de decodificao da mensagem por parte do receptor. Dentre elas, a linguagem verbal e no verbal.A linguagem verbal o nosso veculo de comunicao mais importante, mas, ao dialogarmos, a fala vem acompanhada de gestos e de posturas mediante os quais nos comunicamos de forma no verbal. O emprego simultneo da comunicao verbal e no verbal constitui um elemento extremamente da nossa cultura (VESTERGAARD; SCHRODER, 2000, p.13).

Os autores ainda destacam que a linguagem pode cumprir vrias funes na comunicao (2000, p. 16). Todas estas funes so relacionadas diretamente com um dos componentes do modelo de comunicao que se proponha a executar, por exemplo, em vrios anncios publicitrios observa-se claramente o uso da linguagem de emoo para abordar o pblico alvo, influenciando no poder de compra do consumidor de maneira que o mesmo sinta a necessidade de consumir o que est sendo anunciado. So sete as funes cumpridas pela linguagem da comunicao segundo os autores:

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Ferramenta de Marketing formada pelo conjunto de tcnicas responsveis pela informao e apresentao de produtos no ponto-de-venda, promovendo a sua rotatividade.

Na funo expressiva, a linguagem focaliza o emissor, seus sentimentos, desejos, atitudes e vontades [...] Na funo diretiva, a linguagem est voltada para o receptor. Neste caso, ela se destina a influenciar os atos, emoes, crenas e atitudes do destinatrio [...] A funo Informacional focaliza o significado. Ao transmitir ao nosso interlocutor informaes que ele ainda no possui ou ao pedir uma informao, usamos a linguagem de maneira informacional [...] A funo metalingstica focaliza o cdigo. Em tal funo, a lngua que falamos empregada para discorrer sobre a lngua de que falamos [...] A funo interacional ocupa-se do canal. A linguagem aqui empregada para criar, manter e encerrar o contato entre o emissor e o receptor [...] A funo contextual relaciona-se com o contexto [...] A funo potica est voltada ao mesmo tempo para o cdigo e para o significado: o cdigo empregado de forma especial, a fim de comunicar um significado que, de outra maneira, no seria objeto de comunicao [...] (VESTERGAARD; SCHORDER, 2000, p. 16-17).

Com a anlise do discurso objetiva-se identificar de maneira crtica estes aspectos lingsticos inseridos no discurso, neste estudo, analisa-se o discurso publicitrio, e busca-se refletir a cerca das ideologias transmitidas para o receptor. Para Adilson Citelli (2002, p. 13) persuadir, antes de mais nada, sinnimo submeter, da sua vertente autoritria. Quem persuade leva o outro aceitao de uma dada idia. Essa tese se refere ao conselho verdadeiro de algo que est sendo enunciado, cabendo ao destinatrio decidir sobre a procedncia da mensagem. A indstria de alimentao rpida caracterizada pelo alto ndice de consumidores acima do peso devido aos sanduches calricos e, quando se enuncia um produto de baixa caloria neste segmento (fast food) com o slogan Gostoso e Saudvel, a submisso dos adeptos por essa alimentao poder ser grande. Citelli (2002, p.13) considera tambm que possvel que o persuasor no esteja trabalhando com uma verdade, mas to somente com algo que se aproxime de uma certa verossimilhana ou simplesmente a esteja manuseando. Se constitui a verdade a partir de sua prpria lgica, o convencimento que torna um fato verdadeiro a partir de argumentos que constri o efeito da verdade. Persuadir para este autor no apenas sinnimo de enganar, mas tambm o resultado de certa organizao do discurso que constitui como verdadeiro para o receptor (p. 14). Compreendendo as figuras de linguagem e tcnicas de argumentao no discurso persuasivo, aborda-se o contexto da retrica, onde Adilson Citelli (2002, p.19) afirma que as figuras de retrica so importantes recursos para prender a ateno do receptor naqueles argumentos articulados pelo discurso.

So informaes que complementam o discurso, atraindo a ateno do receptor Dentre as mais usadas se destaca a metfora e a metonmia dominando a maioria dos textos publicitrios. O autor ainda destaca as caractersticas dos signos lingsticos, onde todos possuem duas faces, o significante e o significado.O significante o aspecto concreto do signo, a sua realidade material, ou imagem acstica. O que constitui o significante o conjunto sonoro, fnico, que torna o signo audvel e legvel. O significado o aspecto imaterial, conceitual do signo e que nos remete a determinada representao mental evocada pelo significante (CITELLI, 2002, p. 23).

Utilizando da metodologia de Anlise de Discurso, procuraremos analisar e compreender o discurso publicitrio da rede de fast food Subway, mas precisamente uma pea especfica, sua linguagem, gnero, signos e estratgia como forma de fidelizao da marca no Brasil e respaldo diante de outras marcas atuante no mercado. 3.0. A ASCENSO DO FAST FOOD A fast food uma inveno americana que surgiu no ano de 1921 no Estado do Kansas com a primeira rede de restaurantes especializada em hambrgueres, a White Castle. Mas foi a partir do ano 1940 que a alimentao prtica e ligeira comeou a fazer sucesso, foi quando os irmos McDonalds estavam cansados de substituir pratos, copos e talheres que os fregueses adolescentes quebravam ou furtavam em seu restaurante. Com a falta de garonetes para atendimento e cozinheiros especializados, pensaram em vender o restaurante. Mas, resolveram tentar algo novo.Os Mcdonalds despediram todas as garonetes em 194 , fecharam o restaurante, instalaram chapas maiores e rea riram trs meses depois com um mtodo radicalmente novo de preparar a comida um mtodo destinado a aumentar a velocidade, reduzir os preos e elevar o volume de vendas. Os irmos eliminaram quase dois teros dos itens que constavam do antigo cardpio. ivraram-se de tudo o que precisasse ser comido com garfo, faca ou colher. Os nicos sanduches vendidos eram ham rgueres, com ou sem queijo. Livraram-se dos pratos e dos copos e su stituram-nos por copos de papel, sacos de papel e pratos de papelo. Dividiram o preparo da comida em estgios que passaram a ser executados por diferentes pessoas. Para atender ao pedido padro, uma pessoa grelhava o ham rguer outra punha os acompanhamentos e em rulhava-os uma terceira fazia o milk shake a quarta se encarregava das atatas fritas e a quinta cuidava do alco. Com essa nova diviso de tra alho, o empregado s precisava aprender a executar uma nica tarefa. Cozinheiros especializados em minutas, com seus salrios altos, no eram mais necessrios. Todos os ham rgueres eram vendidos com os mesmos condimentos catchup, ce ola, mostarda e dois picles. o se admitia nenhuma su stituio. O servio rpido (chamado de Speed Service) dos irmos McDonald revolucionou o neg cio de lanches. Mais tarde, um

an ncio para atrair interessados na franquia enunciaria os enefcios do sistema magine nada de garonetes nada de garons nada de ajudantes de garom, o sistema do Mcdonalds pea e pegue no alco (SCHLOSSER, 2002, p. 35 e 36 apud Patrick, A. Disponvel em: . Acesso em 23 de Outubro de 2011)

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Mais tarde, em 1965, dois jovens tambm americanos inauguram o primeiro restaurante que vendia sanduche natural denominado Petes Super Submarines, que mais tarde receberia o nome de SUBWAY. Rapidamente o restaurante se tornou um enorme sucesso.A razo principal era o sanduche que media 15 centmetros de comprimento chamado Submarine (comprido como um submarino), um clssico presente no cardpio da rede at os dias de hoje, incluindo tomate, cebola e pimento verde na sua composio. Somente em 1968, na inaugurao do quinto restaurante da rede o nome SUBWAY foi utilizado pela primeira vez, inspirado no formato de seus sanduches. A partir de 1 ento, a rede se expandiu, tendo sua primeira franquia aberta em outra cidade do Estado em 1974 e, nos anos seguintes outros restaurantes foram abertos em outros Estados e pases, chegando franquia nmero 1000 em 1987 com um cardpio ampliado, oferecendo mais opes aos seus consumidores. (Disponvel em . Acesso em 23 de Outubro de 2011)

No Brasil, o SUBWAY chegou em 1993, mas devido falta de estratgia na gesto da marca fez com que a rede quase deixasse o pas, sobrando apenas duas franquias.Aps uma reestruturao para o mercado Brasileiro, o SUBWAY voltou a acreditar no sucesso do negcio a partir de 2003, sendo hoje o sexto mercado mundial da marca com 702 restaurantes utilizando o slogan Gostoso e Saudvel para divulgar seus saudveis sanduches, independente da localizao ou regio em que o SUBWAY se encontra, o cardpio o mesmo, variando apenas em carter cultural ou religioso. A rede j supera o poderoso Mcdonalds, se tornando lder internacional no desenvolvimento da indstria de restaurantes de comida rpida (Disponivel em: Acesso em 23 de Outubro de 2011)

4.0.

DESCRIO DAS IMAGENS FILME PUBLICITRIO SUBWAY CLUB O filme publicitrio (Disponvel em:

Acesso em 23 de Outubro de 2011) tem a durao de 30, tendo como ttulo Malhando e o mote Um exagero de sa or, calorias na medida, sendo uma das criaes da agncia RAI mostrando diversas situaes que alguns sanduches6

Estratgia utilizada em administrao que tem como propsito um sistema de venda de licena, onde o franqueador (detentor da marca) cede ao franqueado (autorizao a explorar a marca).

aparecem malhando para perderem peso e se igualarem ao Subway Club 350 Calorias. Ficha tcnica Criao: Cristiano Sartori e Marcelo Coutinho Direo de criao: Camila Maschietto e Maurcio Cavalcanti Atendimento: Ana Peixoto e Amanda Narcizo Mdia: Renata Amarello e Cristiane Marti RTVC: Luana Trentin e Fernanda Peixoto Produtora do filme: Dnamo Filmes Produtora de som: Rtmika Audio Arts Aprovao pelo cliente: Leandro Florio TAKE7 1: Plano parado em Close8 de mo desligando despertador que toca as 05h00 da manh, sobe som de trilha sonora do filme Rocky Balboa. .

TAKE 2: Plano parado aberto fechando em zoom In9 mostrando um homem vestido com uma fantasia de um sanduche, saindo correndo de uma porta, assim que ele sai abre zoom out 10tipo chicote e zoom in novamente tipo chicote, mostrando o homem fantasiado saindo de cena.

7 8 9

Registro de imagem feito com a cmera de TV. Foco da cmera para destacar o rosto do personagem. Cmera saindo de um plano aberto para o fechado. Cmera saindo de um plano fechado para o aberto.

10

TAKE 3: Plano Geral11 mostra outra fantasia tipo cachorro quente em uma academia ligando a luz de uma sala de musculao.

TAKE 4: Plano Mdio 12mostra a fantasia de cachorro quente pulando corda e com movimento horizontal (Travelling13) da esquerda para direita.

TAKE 5: Plano Mdio mostra a fantasia de sanduche em um equipamento que treme as cadeiras, fazendo movimento horizontal (travelling) da esquerda para direita, fazendo fuso de imagem com uma pessoa que corta a cena.

TAKE 6: Plano Mdio mostra a fantasia de cachorro quente puxando um aparelho tipo elstico na sala de musculao com movimento horizontal (travelling) da direita para esquerda.

11 12

Cmera aberta, visualizando o corpo inteiro e o cenrio. A cmera fecha com a altura do personagem. 13 Giro da cmera ao redor do personagem ou objeto de cena.

TAKE 7: Plano Mdio da fantasia de sanduche correndo em um calado, logo a frente pombos comendo voam na aproximao da fantasia.

TAKE 8: Plano Geral em zoom out e ao mesmo tempo movimento horizontal (travelling) da esquerda para direita, mostra fantasia de sanduche fazendo exerccio em um aparelho tipo step14.

TAKE 9: Plano Mdio e ao mesmo tempo com movimento horizontal (travelling) da direita para esquerda, mostra a fantasia de sanduche cansada pedindo para parar.

TAKE 10: Plano Mdio mostra a fantasia de cachorro quente batendo em um saco de soco.

14

Degrau em portugus, plataforma utilizada para prtica de exerccio aer

ico.

TAKE 11: Plano Mdio mostra a fantasia de sanduche caindo da esteira.

TAKE 12: Plano Aberto mostra a fantasia de cachorro quente em um ringue levando um soco e caindo ao solo.

TAKE 13: Plano Aberto mostra a fantasia de sanduche subindo escadaria correndo.

TAKE 14: Plano Aberto mostra a fantasia de sanduche chegando ao topo da escadaria e caindo rolando, acima entra layers15 e desce som com locutor em off16 dizendo O AD A TA SE ESFORAR.

15 16

Caracteres usados na imagem. Narrao do locutor oculto na imagem.

TAKE 15: Plano Fechado em close, mostra uma sanduche Subway sendo montado e locuo em off diz 350 CA OR AS S SUBWAY C UB, entra logotipo17 Subway no canto superior esquerdo da tela.

TAKE 16: Plano Fechado em close mostra um sanduche Subway sendo montado, mostrando em Plano de Detalhe18imagem de um tomate.

TAKE 17: Plano Fechado em close mostra um sanduche Subway sendo montado. Entra cartela19 350 calorias Subway Clu e layers dizendo PE TO DE PERU, PRESUNTO E ROSBIFE3.

TAKE 18: Plano Fechado em close, mostra uma sanduche Subway sendo montado.

17 18

Representao tipogrfica da marca. Foco detalhado do objeto, valorizando suas caractersticas. 19 Animao com caracteres na imagem sem a presena de atores.

TAKE 19: Plano Fechado em close, mostra uma sanduche Subway sendo montado e locuo em off diz: UM EXAGERO DE SABOR, CA OR AS A MED DA, no rodap layers dizendo Menos de 6g de gordura.

TAKE 20: Close mostra ator comendo um sanduche Subway com movimento suave da esquerda para direita horizontal (travelling), em cartela mostra o logotipo Subway no canto superior esquerdo da tela, e abaixo o slogan20 GOSTOSO E SAUDVE e no rodap mostra o site e mais informaes sobre o produto, desce som e assina com um coral feminino dizendo SUBWAY.

5.0.

ANLISE DO DISCURSO E DAS IMAGENS O ritmo agitado imposto pelo mercado de trabalho deixa cada vez menos

tempo livre para alimentao e lazer. Os intervalos precisam ser bem aproveitados e o horrio das refeies, em especial o do almoo, acaba servindo para vrias atividades, comeam a surgir alternativas nas indstrias de alimentos e dos de servios de alimentao, alimentos congelados e pr-cozidos, delivery21, self-service22

e fast food traduzem a importao do novo estilo do padro alimentar Brasileiro,

no se preocupando muito com a qualidade do que consome, desde que seja rpido.Nas ltimas trs dcadas, ocorreram importantes mudanas nos hbitos alimentares dos Brasileiros devido ao crescimento da indstria de alimentos e seus servios: reduo no consumo do arroz, feijo e farinha de trigo; maior consumo de carnes em geral, ovos, laticnios e acar; substituio da gordura animal por leos vegetais; manteiga por margarina e aumento nos gastos com alimentos industrializados (RECINE; RADAELLI, 2002

p.19)

20 21

Frase de efeito e fcil memorizao que resume as caractersticas de um produto ou servio. Entrega em domiclio em portugus, ou servio de entrega. 22 Auto-servio em portugus, prtica comum em restaurantes com comida por quilo.

O sucesso do SUBWAY e fatia de mercado conquistada se devem ao diferencial da marca em relao s outras empresas varejistas do ramo de fast food, se destacando no quesito alimentao saudvel, oferecendo sanduches e saladas com baixo teor calrico onde o prprio consumidor monta o seu, uma tendncia mundial no ramo da alimentao, revertendo a realidade de que os hambrgueres, refrigerantes e sorvetes so os principais causadores da epidemia de obesidade entre adultos e crianas do mundo. A pea analisada se caracteriza pelo uso indireto do interdiscurso na transmisso da mensagem ao seu pblico alvo, o uso de terceiros para ser interpretada a mensagem, uma vez que o Subway concorrente direto de outras redes de fast food, em todas as regies do Brasil e claramente observamos a referncia e uso destes outros sanduches calricos no anncio de forma humorada para envolver o receptor atravs da linguagem verbal e no verbal, cenrio, roteiro e trilha do filme Rock Balboa, onde o comercial intitulado de Malhando devido ao esforo intil de outros sanduches (ou seja, as outras marcas concorrentes no segmento fast-food) para perder caloria e se igualar ao Subway Club 350 calorias. O vdeo faz uma pardia com o filme de luta Rock Balboa 1, criado e interpretado pelo autor Sylvester Stallone e cria uma metfora envolvendo os signos e o autor, sendo usado uma pessoa fantasiada de Big Mac (sanduche do Mcdonalds) alm de outros sanduches se exercitando, uma comparao remetendo ao longa Rock Balboa 1, principalmente a escadaria do museu de arte da Filadlfia. So ideologias usadas para que o consumidor associe o produto com a desejada imagem e qualidade expressa nos signos.De um modo geral, o anunciante quer dar ao seu produto uma imagem destinada a funcionar como vantagem extra para ele no mercado, onde preciso diferenci-lo um pouco dos produtos concorrentes, que so (quase) iguais quanto ao seu valor de uso material (VESTERGAARD; SCHORDER, 2000, p. 171).

Adilson Citelli (2002,p. 41) ainda afirma que tudo que ideol gico possui um significado e remete a algo fora de si mesmo. Em outros termos, tudo que ideolgico um signo. Sem signos no existe ideologia. A partir da observao do autor, podemos identificar o trao ideolgico neste anncio, o uso dos signos e da linguagem verbal e no verbal usada pelo emissor

para comparar o diferencial do seu produto em relao ao Big Mac e outros sanduches concorrentes, o que remete ao Subway Club com baixo valor calrico que s o Subway oferece, resumindo ao seu slogan: Gostoso e Saudvel. O marketing alimentcio da rede Subway objetiva atingir o pblico de classe C no Brasil, que tem impulsionado o consumo em todas as regies. Antes, presente apenas nas grandes metrpoles, principalmente So Paulo e Rio de Janeiro pelo potencial populacional e de compra, a rede busca agora a interiorizao da marca, levando para cidades com 100 mil habitantes ou mais e a abertura de franquias em pontos no convencionais, como postos de gasolina e universidades, uma vez que no pas de origem (EUA) h lojas at em hospitais. Sendo assim, a rede se expande no Brasil e no gosto dos brasileiros a partir do seu planejamento estratgico de marketing para estimular o consumo do seu sanduche, intitulado saudvel e com baixa caloria assim como Subway Club 350 Calorias e, atravs da comparao descrita no vdeo, o consumidor se prende a esta mensagem figurativa criando a necessidade de freqentar uma unidade da rede e experimentar o Saudvel e Gostoso sanduche preparado com peito de peru, presunto e rosbife com apenas 350 calorias e menos de 6 gramas de gordura, um exagero de sabor, calorias na medida, um forte apelo publicitrio para quem quer unir rapidez, sabor e baixo consumo calrico sua alimentao. Em meio a este processo de mudanas nos hbitos alimentares ocorrido por influncia da globalizao, profissionais da sade e da alimentao questionam e avaliam se h perdas sofridas neste novo meio de se alimentar, ou se existem aspectos da evoluo tecnolgica na rea alimentcia que merecem ser incorporados na nossa cultura. Por mais que a propaganda brasileira no permita comparaes entre marcas, o humor foi usado por meio da metfora e dos signos no verbais para a transmisso indireta da mensagem. O fast food pode sim ser saudvel e gostoso, no no Mcdonald, principal concorrente, mas na rede Subway presente em todo o Brasil, crescendo e persuadindo o pblico consumidor a mudar para este modelo de alimentao, em contrapartida, fazendo os concorrentes Malharem para no perder mercado, mas no conseguem, por mais que tentem de vrias as formas, ficam frustrados.

6.0.

CONSIDERAES FINAIS Precisando principalmente a linguagem verbal e no verbal, juntamente com a

identificao de signos e figuras de linguagem, pde-se perceber o poder da persuaso presente no anncio a partir do humor, sua estratgia e objetivo ao abordar o consumidor, assim como so comuns nos anncios. So nove anos de estabilidade da rede Subway no Brasil, alm do tradicional Mcdonald que esta h mais tempo no mercado nacional e outras franquias que vem se instalando no pas e, sempre, fazendo o uso da propaganda para se promover, envolvendo e conquistando o consumidor Brasileiro. 7.0. REFERNCIAS

CITELLI, A. Linguagem e persuaso. 15 ed. So Paulo: tica, 2002. GIACOMINI, G. F. Consumidor versus propaganda. 3 ed. So Paulo: Summus, 1991. MAINGUENEAU, D. Anlise de textos de comunicao. 4 ed. So Paulo: Cortez, 2005. VESTERGAARD, T; SCHRODER, K. A linguagem da propaganda. 3 ed. So Paulo: Martins Fontes, 2000. RECINE, E; RADAELLI, P. Alimentao e cultura. Dpto de Nutrio da Faculdade de Cincias da Sade da Universidade de Braslia (FS/UnB) e rea Tcnica de Alimentao e Nutrio do Departamento de Ateno Bsica da Secretaria de Poltica de Sade do Ministrio da Sade (DAB/SPS/MS). Mundo das Marcas. Subway. [S.L.]: Mundo das Marcas, 2006. Disponvel em: .Acesso em: 23 de Outubro de 2011. ZUNI, P. Subway volta com fora ao Brasil. [S.L.]: Abril, 2010. Disponvel em: .Acesso em: 23 de Outubro de 2011. SCHLOSSER, E. apud PATRICK, A. Pas fast food. Allan Patrick: tica, 2002. Disponvel em: . Acesso em: 23 de Outubro de 2011. SUBWAY. Disponvel em: GRUPO RAI. Disponvel em: