artigo sobre revolução industrial

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE . CENTRO DE CINCIAS SOCIAS APLICADAS CINCIAS ECONMICAS

Artigo sobre a Primeira Onda da Revoluo Industrial

Trabalho produzido por .para a disciplina de Histria Econmica do professor .

Recife, . de 201x

A PRIMEIRA ONDA DA REVOLUO INDUSTRIAL

nome

Introduo A Revoluo Industrial consistiu em um conjunto de mudanas tecnolgicas com profundo impacto no processo produtivo em nvel econmico e social. Iniciada na Inglaterra, em meados do sculo XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do sculo XIX. Ao longo do processo a era da agricultura foi superada, a mquina foi superando o trabalho humano, uma nova relao entre capital e trabalho se imps, novas relaes entre naes se estabeleceram e surgiu o fenmeno da cultura de massa, entre outros eventos. Essa transformao foi possvel devido a uma combinao de fatores, como o liberalismo econmico, a acumulao de capital e uma srie de invenes, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econmico vigente. Essa revoluo foi o ponto mais importante para o capitalismo ter a fora que ele tem nos dias de hoje, logo esse artigo mostrar suas causas e consequncias com o objetivo de indicar o quo relevante foi essa poca na historia socioeconmica mundial e analis-los, atravs de pesquisas bibliogrficas e a juno de tais conhecimentos dentro de cada tpico desse texto. Alm da introduo, este artigo composto por mais quatro sees e uma parte de consideraes finais. A primeira fala sobre o contexto da Inglaterra no comeo dessa revoluo, a acumulao primitiva de capitais e como ela se iniciou. Na segunda, mostraremos como surgiram as fbricas, as tecnologias que deram origem a elas e ainda falaremos das indstrias txteis e de ferro, na Primeira Onda da Revoluo. Na terceira seo desse artigo apontaremos as caractersticas dessa Primeira Onda, suas fontes de financiamento e a estrutura desse mercado que estava se formando. A quarta seo fala dos casos especficos da Frana, Sua, Gr-Bretanha e Blgica, que se formaram tambm nessa mesma Onda. Enfim as consideraes finais, que expressam uma viso

geral sobre o assunto abordado ao longo do artigo e nossa noo de importncia desses acontecimentos. 1 - O comeo da Revoluo A primeira etapa da industrializao foi gerada pela Revoluo Comercial, realizada entre os sculos XV e XVIII, principalmente em alguns pases da Europa centro-ocidental. Para esses pases, a expanso do comrcio internacional trouxe um extraordinrio aumento da riqueza, permitindo a acumulao de capitais capazes de financiar o progresso tcnico e alto custo da instalao de indstrias. A burguesia europia, fortalecida com o desenvolvimento dos seus negcios, passou a se interessar pelo aperfeioamento das tcnicas de produo e a investir no trabalho de inventores na criao de mquinas e experincias industriais. Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evoluo tecnolgica, econmica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Mdia, com nfase nos pases onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influncia da Igreja Catlica: Inglaterra, Esccia, Pases Baixos, Sucia. Nos pases fiis ao catolicismo, a Revoluo Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforo declarado de copiar aquilo que se fazia nos pases mais avanados tecnologicamente: os pases protestantes. De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revoluo Industrial, iniciada na GrBretanha, integrou o conjunto das chamadas Revolues Burguesas do sculo XVIII, responsveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham so a independncia dos Estados Unidos e a Revoluo Francesa que, sob influncia dos princpios iluministas, assinalam a transio da Idade Moderna para a Idade Contempornea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revoluo Industrial e no sua causa. O Reino Unido foi o pioneiro principalmente pela aplicao de uma poltica econmica liberal desde meados do sculo XVIII, pelo processo de enriquecimento impulsionado aps a Revoluo Inglesa e as grandes reservas de ferro e carvo mineral.

2 - As indstrias da I Onda Nessa evoluo, a produo manual que antecede a industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo: O artesanato, foi a forma de produo caracterstica da Baixa Idade Mdia, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produo de carter familiar, na qual o produtor (arteso), possua os meios de produo (era o proprietrio da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a famlia em sua prpria casa, realizando todas as etapas da produo, desde o preparo da matria-prima, at o acabamento final, ou seja no havia diviso do trabalho ou especializao. importante lembrarmos que nesse perodo a produo artesanal estava sob controle das corporaes de ofcio, assim como o comrcio tambm encontrava-se sob controle de associaes, limitando o desenvolvimento da produo. A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade Clssica, resultou da ampliao do mercado consumidor com o desenvolvimento do comrcio monetrio. Nesse momento, j ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido diviso social da produo, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confeco de um nico produto. A ampliao do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comrcio, tanto em direo ao oriente como em direo Amrica. Outra caracterstica desse perodo foi a interferncia do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matria-prima e a determinar o ritmo de produo. Com a mecanizao, aumentando a produo e os lucros, as indstrias se expandiram, nesse momento, j ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido diviso social da produo, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confeco de um produto. A ampliao do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comrcio, tanto em direo ao oriente como em direo Amrica, permanecendo o lucro nas mos dos grandes mercadores. Outra caracterstica desse perodo foi a interferncia do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matria prima e a determinar o ritmo de produo, uma vez que controlava os principais mercados consumidores. A partir do comeo do aperfeioamento da indstria txtil em 1733 com John Kay, essa passa a ser uma das indstrias bases da Primeira Onda da Revoluo sendo

melhorada cada vez mais, pois era uma das que mais tinha demanda pela burguesia em ascenso querer se vestir como os nobres para mostrar seu poder. Tambm os meios de transportes foram revolucionados nessa Onda, com a inveno do motor a vapor, data de 1807 o primeiro barco a vapor. Em 1825, na Inglaterra, o engenheiro George Stephenson conseguiu construir a primeira estrada de ferro. Com o barco a vapor e as estradas de ferro, o tempo das viagens diminuiu, o custo dos transportes baixou e aumentou ainda mais o volume das trocas, isto , o mercado. Com o aumento das trocas e a conseqente necessidade de produzir mais, tornaram-se cada vez maiores os avanos da industrializao. Outra indstria que foi uma das bases da Primeira Onda foi a de ferro, que se revolucionou a partir do invento de Newcomen, um motor a vapor para retirada da gua das minas de carvo, o qual foi utilizado para melhorar a produo do ferro, substituindo a madeira e o carvo vegetal, e foi aperfeioado com James Watt. Esse motor aliado a revoluo nos transportes deu um impulso para a Revoluo. 3 - Caractersticas da I Onda da Revoluo industrial O principal agente econmico deste processo foi o empresariado privado nacional que no longo processo de preparao acumulou o capital necessrio para os seus investimentos da no sendo necessrio recorrer aos bancos para financiamento de longo prazo. Isto em parte explicado dado que o tamanho da firma era pequeno, a estrutura de mercado era predominantemente competitiva e as firmas tinham acesso a mesma tecnologia. Este tipo de industrializao foi seguido pela Frana, Blgica e Sua. (Rolim, pg. 4) Com a descoberta de novas matrias-primas provenientes das colnias americanas, africanas e asiticas, gerou um acmulo de capital, atravs do mercantilismo. Este mecanismo de trocas e de novas mercadorias criou um mercado desconhecido no comrcio, colaborou para o desenvolvimento da indstria nutica com o surgimento do barco a vapor, das cartas de navegao. Acumulando cada vez mais lucros e riquezas para esta nova burguesia.

A rede fluvial inglesa teve um papel importante. Navegvel, facilitou o escoamento da produo no s industrial como tambm agrcola. A farta mo-de-obra era proveniente dos artesos e dos camponeses. Os salrios eram baixos, as condies de trabalho subumanas e o trabalhador, explorado pelos donos do capital (maquinrios). No existiam leis que amparassem os operrios fabris. 4 Os casos da Gr-Bretanha, Frana, Blgica e Sua No caso da Sua a indstria txtil foi um dos primeiros sectores a ser desenvolvido. Em 1801, esse pas comea a produzir txteis nas mquinas de terceira gerao importadas do Reino Unido. Mas, ao invs dos outros pases que usavam energia a vapor (a partir do carvo), os suos usavam sobretudo as potencialidades da energia hidreltrica. Em 1818, as mquinas substituram praticamente todo o trabalho manual em todo o territrio. A Blgica foi um dos pases onde houve um forte desenvolvimento de Estradas de Ferro. Entre 1830 e 1850, a Blgica duplicou sua rede de Ferrovias. Depois de 1830, a situao mudou rpida e drasticamente na maioria dos pases Europeus que entravam no processo de Industrializao. Havia a constituio da nova classe social do proletariado, e os horrores da urbanizao acelerada sem a equivalente infra-estrutura de servios pblicos, que motivaram Engels a escrever o famoso estudo sobre a "Situao da Classe operria na Gr Bretanha", onde foram descritos as terrveis condies de trabalho vida e moradia dos trabalhadores, em guetos e aglomerados sem gua nem esgoto. (Hobsbawm, 2009) Quanto Blgica em particular, o nmero de mquinas a vapor duplicou e a capacidade em cavalos fora triplicou de 11 mil HP em 1830 para 33 mil HP em 1840. Por volta de 1850, este pequeno pas estava maciamente industrializado e tinha quase 2300 mquinas a vapor gerando mais de 66 mil HP, produzindo mais de 6 mil toneladas de carvo (quase 3 vezes mais que em 1830). Em 1789 a Gr-Bretanha j se encontrava nitidamente frente do seu mais prximo concorrente, a Frana. Esta tentou acompanhar o ritmo ingls, recorrendo ao protecionismo real e a tcnicos britnicos. Pde assim contar com equipamentos como a water frame, mquina movida a energia hidrulica; a fundio base de coque; e a

primeira bomba a vapor, construda em Chaillot, em 1779, segundo o modelo de James Watt. Fatores diversos, no entanto, retardaram a revoluo industrial na Frana A . vantagem inglesa j era sensvel em 1786, quando do tratado comercial entre os dois pases, duramente criticado pelos industriais franceses, pelos prejuzos que lhes trazia a concorrncia inglesa. Diversos fatores contriburam para manter a Frana na retaguarda: o retardamento da produo agrcola em virtude das limitaes impostas pela pequena propriedade, incapaz de liberar grandes excedentes de mo-de-obra; a perda dos principais mercados coloniais; o maior interesse dos capitalistas franceses pelos altos cargos pblicos, terras e ttulos de nobreza; a estreiteza e falta de organizao do mercado de capitais; e a mentalidade limitada e conservadora dos empresrios. A revoluo francesa de 1789 e as guerras napolenicas impulsionaram a produo em massa e a conquista de novos mercados, como a Amrica Latina pelos industriais ingleses, enquanto a Frana teve de limitar-se Europa. Aumentou ainda mais sua defasagem tecnolgica nos setores da metalurgia e dos txteis em relao Gr-Bretanha, apesar do esforo de Napoleo para fomentar a industrializao. O processo rudimentar de industrializao no resistiu ao retorno da paz em 1815, e os empresrios que conseguiram sobreviver ampararam-se numa legislao protecionista exagerada, estimuladora de inpcia e baixa produtividade. Com o comrcio em crise e os transportes desorganizados e precrios, somente aps 1830 foi possvel implantar uma poltica eficiente de industrializao e construo ferroviria. A Gr-Bretanha foi a pioneira no processo de Revoluo Industrial por diversos motivos, tais como a poltica econmica liberal; o impulso econmico aps a Revoluo Inglesa; a firmao de vrios acordos comerciais vantajosos com outros pases, um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadncia da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado portugus;suas reservas de ferro e carvo mineral; e sua burguesia com capital acumulado para investir nas indstrias. Os principais avanos tecnolgicos nessa poca foram feitos por este pas, o que lhe consolidou como potncia da poca.

Consideraes Finais A Revoluo Industrial foi a introduo para os tempos de hoje, pases mais liberais e democrticos, influenciada pelas idias iluministas, revolucionou a comunicao e tambm os meios de transporte. Essa revoluo foi uma das mais importantes do mundo, influenciando vrios outros pases, foi a porta de entrada para o mundo moderno, de tendncias capitalistas que o modelo da maioria das potncias de hoje e tambm do nosso pas.

Referncias HOBSBAWM, Eric J. A Era do Capital. So Paulo: Editora Paz e Terra, 2009. ROLIM, Z. E. L. Extrado do artigo As trs ondas da Revoluo Industrial: agentes econmicos, estrutura de mercado e padro tecnolgico, pg. 4. Bibliografia Tese Origem, crescimento e crises da indstria txtil em Nova Friburgo, defendida por Carmen Limoeiro Patitucci Manango, junto Universidade Federal Fluminense, a titulo de Bacharel em Geografia, em 16/12/2004. FAUSTO, Boris. Histria Concisa do Brasil. So Paulo: Editora da Universidade de So Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2001. HOBSBAWM, Eric J.. Da Revoluo Industrial Inglesa ao Imperialismo (5a. ed.). Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2003. AQUINO, R. S. L.; ALVARENGA, F. J. M.; FRANCO, D.; LOPES, O . G.P.C. Histria das sociedades. Ed. Ao livro tcnico S/A . Rio de Janeiro 1985. MARX, Karl. O Capital. So Paulo: Civilizao Brasileira.