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FACULDADES INTEGRADAS TERESA D’AVILA Sistemas de Informação Gerencial em pequenas e microempresas: abordagem gerencial Madeleine Barreto Dias dos Santos Reis 1 [email protected] Natália Carvalho de Lima 1 [email protected] Prof. Me. André Alves Prado 2 [email protected] RESUMO O presente artigo apresenta a importância dos Sistemas de Informação frente às rápidas transformações do mercado, ressaltando como é uma ferramenta imprescindível para as tomadas de decisões, visto que oferece apoio gerencial com seus relatórios de forma a proporcionar aos gestores uma situação mais real e objetiva, sendo então indispensável para a elaboração das estratégias. Para elaboração deste estudo foram realizadas consultas em livros, em sites científicos na internet e pesquisas bibliográficas baseadas em referências teóricas publicadas, com o objetivo de abordar a questão da utilização dos sistemas de informação com enfoque gerencial nas Pequenas e Microempresas. Após análises percebe-se que diante de um mercado globalizado, empresas podem estar em quaisquer partes do mundo, sendo que a gestão das informações é essencial para sua permanência, desenvolvimento e obtenção de vantagens no mercado. Palavras chaves: Sistemas de Informação, Pequenas e Microempresas, Vantagem Competitiva. 1 Graduadas em Administração de Empresas das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – FATEA 2 Professor Orientador da Pós-Graduação e Graduação das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – FATEA

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Page 1: Artigo sig

FACULDADES INTEGRADAS TERESA D’AVILA

Sistemas de Informação Gerencial em pequenas e

microempresas: abordagem gerencial

Madeleine Barreto Dias dos Santos Reis1

[email protected]

Natália Carvalho de Lima1

[email protected]

Prof. Me. André Alves Prado2

[email protected]

RESUMO

O presente artigo apresenta a importância dos Sistemas de Informação frente às rápidas

transformações do mercado, ressaltando como é uma ferramenta imprescindível para as

tomadas de decisões, visto que oferece apoio gerencial com seus relatórios de forma a

proporcionar aos gestores uma situação mais real e objetiva, sendo então indispensável

para a elaboração das estratégias. Para elaboração deste estudo foram realizadas consultas

em livros, em sites científicos na internet e pesquisas bibliográficas baseadas em

referências teóricas publicadas, com o objetivo de abordar a questão da utilização dos

sistemas de informação com enfoque gerencial nas Pequenas e Microempresas. Após

análises percebe-se que diante de um mercado globalizado, empresas podem estar em

quaisquer partes do mundo, sendo que a gestão das informações é essencial para sua

permanência, desenvolvimento e obtenção de vantagens no mercado.

Palavras chaves: Sistemas de Informação, Pequenas e Microempresas, Vantagem

Competitiva.

1 Graduadas em Administração de Empresas das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – FATEA

2 Professor Orientador da Pós-Graduação e Graduação das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila –

FATEA

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ABSTRACT

This article presents the importance of information systems in the face of rapid changes the

industry, stressing as an essential tool for decision-making, since it provides management

support to their reports in order to give managers a more real and objective, is therefore

essential for the development of strategies. To complete this study have been consulted in

books, scientific sites on the Internet and library research based on theoretical references

published in order to address the use of information systems management with a focus on

small businesses. After analysis it is clear that in the face of a global market, companies can

be in any parts of the world, and the management of information is essential to its

permanence, development and acquisition of market advantages.

Keywords: Information systems, Small and Micro Enterprises, Competitive Advantage.

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3

INTRODUÇÃO

O ambiente organizacional atualmente é muito dinâmico e competitivo. Com a

globalização as distâncias já não são mais barreiras e as organizações precisam estar

interagindo com todas as rápidas mudanças que a globalização provoca para não perder

mercado, tornar-se ultrapassada e falir.

Com todas essas mudanças, e rápidas transformações, as informações micro e

macro-ambientais acerca da empresa são muitas, e gerenciá-las é um tanto trabalhoso,

portanto, para que elas fossem captadas e utilizadas em benefício da empresa, foram

desenvolvidos os sistemas de informação que agrupam as informações do ambiente interno

e externo da empresa.

O Sistema de Informação com enfoque gerencial, objeto desse estudo, pode ser

capaz de obter essas informações para que o gestor possa formular seu processo de

tomada de decisão.

Para organizações de grande porte é essencial ter um sistema de informação eficaz,

pois são muitas as informações captadas devido ao grande ambiente que engloba.

Já as Pequenas e Microempresas – PMEs possuem um ambiente menor, e a gestão

das informações não é menos importante. Mas nem todas as PMEs possuem um sistema

eficaz de gestão de informações, seja ele um software ou não, e isso pode prejudicar o

desenvolvimento e crescimento desse porte de empresa.

O objetivo desse estudo é verificar a utilização de sistemas de informação gerencial

em Pequenas e Microempresas, analisando se as empresas fazem uso de forma eficaz

desse recurso.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Importância da Tecnologia da Informação (TI) para as PMEs.

Desde a Revolução Industrial, a tecnologia vem influenciando o funcionamento das

organizações. Com o surgimento da força motriz do vapor, o esforço humano foi substituído,

fazendo com que surgissem as fábricas e indústrias, desencadeando o desenvolvimento

tecnológico (CHIAVENATO, 2007).

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4

“Até a década de 70, as grandes mudanças eram indicadas por sinais fortes. A partir

de então, elas começaram a ser anunciadas por um número muito maior de sinais cada vez

mais fracos, perdidos no meio de tanta informação disponível.” (GRAEML, 2003, p. 23).

Para Chiavenato (2007), a globalização foi responsável pelo desenvolvimento

tecnológico, constituindo uma plataforma básica de impulsão para o desenvolvimento das

organizações.

A Tecnologia de Informação vai muito mais além do que possuir equipamentos de

tecnologia avançada, ou seja, trata-se de uma ação que envolve estratégia onde vários

fatores devem ser levados em consideração para que a implantação da mesma propicie os

melhores resultados para o processo decisório. (PRADO, 2003, p. 14).

O uso do computador também teve muita importância para que as empresas

apresentassem as características atuais de automatização e automação das suas

atividades, pois ele permite administrar grandes organizações e todos os seus vários

processos e pessoas, além de possibilitar o trabalho com grandes números e diferentes

negócios simultaneamente a um custo baixo, com maior rapidez e confiabilidade.

(CHIAVENATO, 2007)

Mas não só as grandes organizações aderiram a essa tecnologia, com o passar do

tempo as pequenas empresas também viram a necessidade de trabalhar usando

computadores e hoje a utilização desse recurso é estimada entre 30-80% nesse porte de

empresas, dependendo do seu tipo de negócio e da sua localização. (PALVIA ; PALVIA

apud PRATES et al., 2008).

Porém esse uso está relacionado com funções administrativas e operacionais e não

com atividades estratégicas e de tomadas de decisões. (FULLER apud PRATES et al.,

2008).

Para que uma empresa se mantenha viva e competitiva é fundamental que se

valorize a mudança tecnológica, tornando-a um componente da sua estratégia (MAÑAS

apud PAGANI, 2004).

A tecnologia é capaz de influenciar a estrutura e comportamento da organização,

além de tornar-se sinônimo de eficiência e eficácia (CHIAVENATO, 2007). Percebe-se que a

tecnologia tornou-se um componente fundamental para a sobrevivência das empresas, ela é

um fator de competitividade muito importante. Porém sozinha ela só atende as

necessidades dos processos operacionais e administrativos, deixando de lado as

preocupações com estratégia e tomada de decisão.

O uso da TI nas organizações traz muitos benefícios, pois segundo Graeml (2003),

ela melhora os processos utilizados para produzir bens ou serviços, o autor também aponta

benefícios como eficiência e eficácia organizacional, por meio da automatização das tarefas,

que oferece ferramentas que reduzem o tempo de processamento, melhorando

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comunicação interna, convertendo em um melhor feedback às exigências do mercado,

redefinindo melhor produtos e serviços, desenvolvendo novos processos e também

aumentando a confiabilidade da cadeia de valor por meio da integração; outro benefício é a

coordenação entre empresas, melhorando o relacionamento com fornecedores.

Um sistema de informação focado na necessidade da empresa contribui para uma

administração eficaz.

Define-se em seguida a complexidade de um sistema de informação.

2.2 Sistemas de Informação – Enfoque Gerencial

Os sistemas de informação e a TI são extremamente importantes para que

organizações e empresas alcancem o sucesso. Eles são capazes de identificar os fatores

modificativos do ambiente ao qual está inserida a organização, bem como elaborar planos

de ações para solucionar possíveis problemas ocasionados pelas mudanças ambientais.

Para O’Brien (2004) o sistema de informação é basicamente como um conjunto de

pessoas, software, hardware, rede de comunicação e recursos de dados organizados para

coletar, transformar e disseminar informações em uma organização.

Oliveira (2005) destaca que para entender o conceito de sistema de informação é

preciso diferenciar dado de informação. Segundo o autor dado é um elemento bruto

identificado que se analisado sozinho não conduz a compreensão de nenhum fato ou

situação, porém quando se trabalha esse dado ele é transformado em informação e pode

ser usado nas tomadas de decisões; o conjunto desses dados transformados é o próprio

sistema de informação.

O’Brien (2004) define as diferentes maneiras de classificar os sistemas de

informações, para que sejam destacados os papéis principais que cada um desempenha.

Sendo assim, os sistemas de informações podem ser divididos em:

Sistemas de Apoio às Operações, que processa dados relacionados às

operações da empresa;

Sistemas de Apoio Gerencial, que concentram informações aos gerentes

para apoiar nos processos decisórios mais eficazmente; e outras

classificações como sistemas especialistas, sistemas de informação

estratégica, sistemas de informação interfuncional, e outros que podem

suportar aplicativos operacionais e gerenciais.

De acordo com Bazzotti e Garcia (2006) os Sistemas de Informação tem a finalidade

de dar condições às empresas de reação frente às mudanças do mercado e permitir que

estejam fortemente baseadas em um processo decisório eficaz, capaz de solucionar os

problemas.

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2.2.1 Sistemas de Informação Gerencial – Benefícios para os processos e resultados

Oliveira (2005) define sistemas de informação gerencial (SIG) como a utilização dos

sistemas de informação no processo decisório e destaca que no SIG são consideradas as

informações processadas tanto no computador quanto manualmente.

Os SIG’s oferecem apoio à gestão empresarial trabalhando com o processamento de

dados operacionais, que são transformados em informações úteis à gestão. (CÔRTES,

2008)

Oliveira (2005) apresenta um modelo simplificando e ilustrando a grande interligação

do SIG com o processo de tomada de decisão nas organizações, conforme figura 1:

Figura 1 – Modelo proposto de SIG Fonte: OLIVEIRA (2005)

A importância do SIG é refletida na melhoria do processo decisório, já que é difícil

avaliar quantitativamente seus benefícios, porém sob determinadas condições o SIG

proporciona alguns benefícios como: (OLIVEIRA, 2005)

melhoria na produtividade e nos serviços realizados e prestados e reduções

nos custos de operações;

melhoria no fluxo de informações com relatórios mais precisos e rápidos;

facilita as projeções dos efeitos das decisões e estimula os tomadores de

decisão; e

melhora a adaptação da empresa diante de acontecimentos não previstos.

Segundo Laudon; Laudon (2004), os SIG’s atendem ao nível gerencial da empresa,

com relatórios ou acesso on-line aos dados de desempenho e histórico da organização,

relatando operações básicas da empresa. O autor destaca ainda que os SIG’s podem

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atender aos gerentes com resultados semanais, mensais e anuais, com respostas à

perguntas já predefinidas, utilizando rotinas simples como resumos e comparações.

2.3 Pequenas e Microempresas – PMEs

O Brasil não possui uma forma única de definir pequena e microempresa, pois

existem órgãos e estatutos que adotaram diferentes parâmetros, como o Serviço Brasileiro

de Apoio à Pequenas e Microempresas – SEBRAE, o Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social – BNDES, e a lei complementar 123 de 14 de dezembro de 2006, que

utilizam-se de diferentes bases para o enquadramento das PME’s.

Para o Sebrae o número de funcionários é o que estabelece o porte da empresa

como ilustra a Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Classificação das empresas segundo número de funcionários

Porte Setores

Indústria(1) Comércio e Serviços

Microempresa até 19 pessoas ocupadas até 9 pessoas ocupadas

Pequena Empresa de 20 a 99 pessoas ocupadas de 10 a 49 pessoas ocupadas

Média Empresa de 100 a 499 pessoas ocupadas de 50 a 99 pessoas ocupadas

Grande Empresa 500 pessoas ocupadas ou mais 100 pessoas ocupadas ou mais

Fonte: SEBRAE (2009)

Nota: (1) As mesmas delimitações de porte foram utilizadas para o setor da construção

Já o BNDES define pequena e microempresa com base na Receita Operacional

Bruta Anual, de acordo com a Tabela 2 abaixo:

Tabela 2 – Classificação das empresas segundo receita operacional bruta anual

Classificação Receita operacional bruta anual

Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões

Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões

Fonte: BNDES (2010)

A Lei n° 9.841/99 que instituiu o Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno

Porte utiliza-se da receita bruta anual para o enquadramento das empresas, entretanto é na

lei complementar 123/06 que se define qual será o valor da receita para enquadrar as

empresas:

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Serão microempresas aquelas que em cada ano-calendário a receita bruta seja igual

ou inferior a R$240.000,00(duzentos e quarenta mil reais); e

Serão pequenas empresas aquelas que obtiverem em cada ano, receita bruta

superior a R$240.000,00(duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a

R$2.400.000,00(dois milhões e quatrocentos mil reais). (LC 123, 14/12/06)

As Pequenas e Microempresas – PME’s são pouco estudadas no Brasil, embora

represente a maior parte do grupo segundo o Anuário do Trabalho publicado pelo Sebrae

(2009), que mostra que 99% das empresas do país estão enquadradas neste grupo como

mostra a Tabela 3 abaixo:

Tabela 3 – Números de estabelecimentos por porte no Brasil e Grandes Regiões

Números de Estabelecimentos com e sem empregados, por porte Brasil e Grandes Regiões

2008 (em nos

absolutos)

Porte Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

Micro 182.634 810.720 2.783.357 1.314.549 395.389 5.486.649

Com empregados 59.798 267.187 903.054 415.508 137.543 1.783.090

Sem empregados 122.836 543.533 1.880.303 899.041 257.846 3.703.559

Pequena 12.983 43.316 162.694 58.078 22.976 300.047

Média 1.542 4.674 19.164 6.011 2.206 33.597

Grande 836 2.609 10.500 2.656 1.176 17.777

Total 197.995 861.319 2.975.715 1.381.294 421.747 5.838.070

Fonte: SEBRAE (2009)

A Tabela 3 ainda mostra que aproximadamente 51% dessas empresas estão

localizadas na Região Sudeste.

A Tabela 4 abaixo demonstra que na Região Sudeste a participação do Estado de

São Paulo soma o percentual de 65%, o que significa dizer que no país a maior

concentração das PME’s estão localizadas neste estado totalizando aproximadamente 31%

das empresas deste porte.

Tabela 4 – Número de estabelecimentos por porte na Região Sudeste

Números de estabelecimentos com e sem empregados, por porte na Região Sudeste

em 2008 (em nos absolutos)

Porte ES MG RJ SP

Micro 106.309 617.627 368.653 1.690.768

Com empregados 40.080 220.211 143.810 498.953

Sem empregados 66.229 397.416 224.843 1.191.815

Pequena 6.943 32.233 30.324 93.194

Média 710 3.227 3.468 11.759

Grande 363 1.578 2.194 6.365

Total 114.325 654.665 404.639 1.802.086 Fonte: SEBRAE (2009)

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Diante desses dados já é possível verificar a importância que as empresas desse

porte têm para a economia nacional, sendo necessário então que as empresas visualizem

as oportunidades que o mercado atual oferece a elas.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

O trabalho inicialmente é fundamentado em pesquisas bibliográficas que segundo

Rampazzo (1998) baseia-se em referências teóricas publicadas que procuram explicar um

problema. Nesta pesquisa bibliográfica foram definidos os conceitos de sistemas de

informação e como caracterizar uma empresa em relação ao seu porte.

Para este estudo também foram analisados três estudos de casos publicados, em

que cada autor possuía um foco diferente, mas com o mesmo objetivo, que era a integração

da empresa por meio de Sistemas de Informação Gerencial.

No primeiro estudo analisado Amaral (2006) buscava por meio da implantação de um

sistema em uma empresa de estofados, obter um fluxo de caixa mais eficiente e de fácil

visualização; já no segundo estudo o objetivo de Silva (1995) era adquirir o auxílio do

sistema na formação de preço dos produtos de uma drogaria; e na terceira pesquisa

analisada Sanchez e Galdino (2009) focaram seus estudos em pequenas empresas de São

Bernardo do Campo, São Paulo, onde buscavam verificar a utilização da TI por meio do

SIG.

Os resultados obtidos nos estudos foram comparados para verificar a implantação e

utilização de sistemas de informação gerencial e qual o impacto na gestão das empresas,

principalmente se oferecem alguma vantagem competitiva a essas organizações.

Os dados foram organizados de forma a analisar os resultados obtidos em cada

estudo e compará-los entre si, discutindo seus resultados à luz da teoria apresentada.

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Amaral (2006) analisou uma empresa de estofados artesanais no interior de São

Paulo que possui uma matriz e uma filial, localizadas em Itatiba e Socorro. A organização

produz e comercializa os seus produtos, possuindo um vasto catálogo, ela é reconhecida na

sua região por sua qualidade garantida. A empresa inicialmente controlava seu fluxo de

caixa por planilhas de cálculos do Excel da Microsoft®, e buscava basicamente obter um

fluxo de caixa mais eficiente e fácil de ser visualizado.

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Para que fosse possível atingir este objetivo foi utilizado um sistema denominado

“Money 99” que funcionava basicamente como um site da Web, com várias áreas para

diferentes tarefas, sistema que atendia a empresa tanto nas ferramentas quanto no custo.

No Quadro 1 abaixo é possível visualizar quais foram as informações que o sistema

“Money 99” proporcionou e compará-las com o período anterior à implantação do software

(AMARAL, 2006):

Quadro 1: Comparação entre o antes e o depois da implantação do sistema “Money 99”.

Antes Depois

Informações básicas dos recursos da empresa Informações completas e detalhadas

Desperdício de tempo para obter informações Informações rápidas e precisas

Má utilização do capital por falta de

informações

Melhor canalização e utilização dos

recursos

Informações desorganizadas, sem controle de

datas

Informações por meio de gráficos e

relatórios completos e por tempo

determinado

Falta de controle de contas a pagar e receber Relatórios com aviso de vencimento

Contas pessoais e da empresa juntas Discriminação das contas por tipo

Decisões com poucas informações precisas Mais segurança nas tomadas de decisões

Fonte: AMARAL (2006)

Os resultados obtidos após a implantação do software “Money 99” também da

Microsoft® que controla os dados financeiros da empresa por meio de arquivos em forma de

pastas foram (AMARAL, 2006):

Fácil visualização e análise dos resultados do fluxo de caixa;

Influenciou na tomada de decisões e nos resultados;

Maior controle orçamentário;

Controle eficiente do fluxo de caixa.

Com a análise deste estudo fica evidente que o uso do SIG deu condições de melhor

gestão da área financeira e principalmente proporcionou a empresa melhora nos seus

processos decisórios. Afirma-se aqui o que diz Oliveira (2005) sobre os SIG’s dizendo que

esses sistemas beneficiam as empresas com melhores fluxos das informações e facilita na

projeção dos efeitos das decisões, além de permitir melhor adaptação da empresa frente a

acontecimentos imprevistos.

O estudo de Silva (1995) mostra a implantação de um sistema de informação em

uma drogaria de Brasília, no Distrito Federal. A empresa comercial que atua no ramo de

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produtos farmacêuticos possui quatro funcionários e um faturamento mensal de vinte mil

reais. O objetivo da implantação de um sistema é o auxílio à formação de preços de forma a

evitar o rateio por volume, e determinar políticas por linhas de produtos. Para atender a

essas necessidades deveria ser implantado um sistema e alimentá-lo de forma a classificar

os produtos em níveis de qualificação:

Tipo Genérico: determinado pelo layout típico de uma drogaria, onde os produtos de

perfumaria são mais acessíveis ao cliente;

Preço: este nível avalia os produtos com preços monitorados, pois possuem um

limite máximo determinado pelo governo, o que prejudica sua rentabilidade e os

produtos com preços liberados, que compensam a falta de rentabilidade dos

monitorados;

Risco de consumo: determina produtos vendidos sem necessidade de receita, com

necessidade de receita, e os chamados de armário, que possuem risco de

dependência;

Forma de uso: injetáveis e não-injetáveis, os injetáveis traz maior custo, pois há

necessidade de aplicação, portanto há de se controlar esse tipo de produto;

Laboratório: há laboratórios que oferecem bonificações para a venda de seus

produtos, portanto a comissão é maior. Os produtos são considerados como sendo

bonificados ou não

Na Figura 2 abaixo é ilustrado os Níveis de Qualificação que o estudo de Silva

utilizou:

Figura 2: Níveis de Qualificação para implantação de SIG:

Fonte: Silva (1995)

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Os resultados obtidos no estudo foram:

Medição mais acurada dos preços praticados para uma drogaria;

Pequenas diferenças no preço proporcionam vantagem competitiva em ambiente de

forte concorrência;

Decisões mais acertadas quanto à formação de preços, o que reflete melhor

estratégia e maior estabilidade no mercado;

Melhor alocação dos custos do produto, o produto receberá na composição de preço

o custo que efetivamente possui;

Revisão dos preços praticados aumentando àqueles com baixo volume e fazendo

promoções nos com alto volume e alto preço.

A drogaria estudada por Silva (1995) percebe que poderia adquirir maior vantagem

competitiva por meio da formação de preço mais eficiente possível, para tanto as

informações que ela buscava deveriam ser muito precisas e 100% confiáveis, pois a menor

diferença de preço garantiria à empresa o seu sucesso frente ao mercado. Nesse estudo se

pode ressaltar que o sistema utilizado pela empresa deu condições a ela de enfrentar as

mudanças que ocorreram no mercado, como já afirmava anteriormente Bazzotti e Garcia

(2006). e de adquirir uma vantagem competitiva, facilitando assim se chegar ao objetivo que

era a formação de preço mais eficiente.

Na pesquisa de Sanchez e Galdino (2009) foram estudadas cinco empresas, das

quais analisaremos apenas duas, pois são classificadas como pequenas empresas, outra

questão é que neste estudo foi analisada a utilização da TI, sendo que quando analisarem-

se os resultados procurará evidenciar a utilização da TI por meio de Sistemas de Informação

Gerencial utilizados na empresa. As empresas são descritas sucintamente desta forma:

Empresa 1: Comercializa software de segurança de redes e internet, está localizada

em São Bernardo do Campo, fundada em 22 de janeiro de 1996, possui 18

funcionários e 3 sócios, seu faturamento anual: R$ 2.000.000,00 (dois bilhões de

reais), possui um aplicativo específico para automatizar as rotinas financeiras de

tesouraria e fluxo de caixa.

Empresa 2: A empresa foi fundada em 1993 e presta serviços de calibragem de

instrumentos de precisão como balanças, voltímetros, parquímetros. Situada também

em São Bernardo do Campo a empresa fatura anualmente cerca de R$ 1.300.000,00

(um milhão e trezentos mil reais).

O estudo foi realizado por meio de um questionário dividido em cinco grupos de

perguntas. O Quadro 2 abaixo demonstra como estava dividido o questionário

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Quadro 2 - Caracterização dos grupos do questionário

Grupos Caracterização dos Grupos

1° Grupo A importância da TI para a organização

2° Grupo

Verificar se os sistemas financeiros são

informatizados e integrados, e se é considerado

útil

3° Grupo Verificar se no planejamento a empresa

contemplava os SI

4° Grupo Verificar se os gestores confiam nas informações

geradas pelos sistemas

5° Grupo Verificar se os SI criam e mantêm vantagens

estratégicas

Fonte: Sanchez e Galdino (2009)

Nessa pesquisa foram obtidos os seguintes resultados:

Empresa 1:

­ Utiliza um aplicativo para rotinas financeiras de tesouraria e fluxo de caixa;

­ Possui consciência de que a TI é necessária para a sua sobrevivência;

­ Confia na segurança de seus sistemas e apóia-se neles para a tomada de

decisão;

­ Acredita que o Sistema de Informação não apenas integra a empresa, mas

também agrega valor ao produto.

Empresa 2:

­ Não realiza suas atividades financeiras em um aplicativo específico;

­ Possui um programa que integra funções financeiras e outras funções da

empresa, porém no que diz respeito às finanças os dados do faturamento são

retirados desse sistema e trabalhados em planilhas Excel;

­ Também entende que a TI é importante para a sobrevivência da empresa;

­ O sistema implantado funciona apenas como um apoio para a tomada de

decisão efetiva, não sendo o sistema a própria rotina financeira como na

empresa 1.

O estudo realizado por Sanches e Galdino (2009), mostra que a TI tanto sozinha

quanto utilizada por meio do sistema de informação gerencial, é totalmente importante para

a sobrevivência da empresa. Nas duas empresas estudadas se confirma o que citava

(CÔRTES, 2008) que os SIG’s através de dados fornecidos e transformados em

informações oferecem apoio para a tomada de decisão.

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Considerações finais.

O presente trabalho teve por objetivo mostrar a importância dos Sistemas de

Informações Gerenciais (SIG’s) nas pequenas e microempresas (PME’s) e o uso que essas

empresas fazem desses sistemas. Com este estudo verificou-se que os SIG’s são de

extrema importância não só para as grandes empresas como também para as

microempresas, funcionando como uma ferramenta estratégica muito eficaz, o que antes era

visto apenas como algo caro e desnecessário hoje se tornou essencial nas PME’s.

Devido ao ambiente organizacional competitivo em que essas empresas estão

inseridas, é fundamental que esses sistemas sejam confiáveis e funcionem como um apoio

para a tomada de decisão fornecendo dados precisos, em tempo ágil. A implantação desses

sistemas traz benefícios para todas as áreas em que estão inseridos, agregando valor e

garantindo o sucesso da organização.

Pode-se concluir que para se acompanhar as mudanças no mercado, tanto internas

quanto externas é preciso estar atento ao que acontece fora e dentro do ambiente

competitivo da organização e estar sempre aberto para novas mudanças.

7. REFERÊNCIAS

AMARAL, S.M. Implantação de um Sistema de Informação para o controle do fluxo de caixa em uma microempresa de estofados artesanal. Disponível em: <http://www.faculdadexvdeagosto.edu.br/revista/revista_4/17%20-%20Stela%20Melissa%20Amaral.pdf>. Acesso em 16 de junho de 2011. BAZZOTTI, C.; GARCIA, E. A importância dos Sistemas de Informação Gerencial para tomada de decisões. Disponível em: <http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/VISeminario/Artigos%20apresentados%20em%20Comunica%E7%F5es/ART%203%20-%20A%20import%E2ncia%20do%20sistema%20de%20informa%E7%E3o%20gerencial%20para%20tomada%20de%20decis%F5es.pdf>. Acesso em 13 de junho de 2011. BNDES. Circular 05/2011. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/produtos/download/Circ011_10.pdf>. Acesso em: 28 de setembro de 2011. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. CÔRTES, P. L. Administração de Sistemas de Informação. São Paulo: Saraiva, 2008. GALDINO, Clovis Luiz, SANCHES, Otávio Prospero. A importância da Tecnologia da Informação para as pequenas e médias empresas, na visão de seus gestores.

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15

Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/semead/12semead/resultado/an_resumo.asp?cod_trabalho=187

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