artigo objeto

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Objeto em cena Adriana Karen Brandão dos Santos Daniel Azedo Santos Débora Sara Gomes de Oliveira Joyce Aparecida da Silva Yasmin de Souza Ribeiro Resumo Este artigo tem como base o espetáculo “Não Aperte o Botão”, concebido pela turma de formandos de 2013 do curso Técnico em Dança da ETEC de Artes situado no edifício do antigo Carandiru, na Avenida Cruzeiro do Sul, 2630 em Santana centro de São Paulo. Trata-se do objeto em cena e sua intervenção no jogo, como este se relaciona com o público e com os bailarinos. Sendo o principal objeto de estudo: o botão, é também relatado em seu contexto histórico e a reação causada no público ao ser acionado. O objetivo do presente artigo é registrar o modo que o objeto se insere em cena, destacando a relação lúdica do mesmo dentro do espetáculo. Este trabalho teve como base inicial as reflexões formadas a partir do estudo do livro Hommo Ludens (2000), de Johan Huizinga. Posteriormente, foram utilizadas entrevistas com os bailarinos e com o público e outros artigos relacionados a brinquedos e brincadeiras, além do documentário da Discovery Channel: “A Era do Video Game”. Visões e reflexões foram analisadas para que o artigo fosse desenvolvido não somente com uma concepção de técnicos em dança, mas também a partir do olhar do espectador perante o espetáculo referido. Palavras- Chave: Objeto Cênico. Botão. Relação. Jogo. Cena Introdução Ao refletirem sobre o ato de brincar/jogar, os alunos do terceiro módulo A, do curso Técnico em Dança, no segundo semestre de 2012 e primeiro semestre de 2013, foram instigados pelas análises que Huizinga (2000) faz em relação ao jogo, e assim optaram por criar um espetáculo baseado em suas ideias, com improvisações e jogos em cena. Vivenciar brincadeiras, jogos que jogamos quando éramos crianças, sensações que jamais havíamos sentido, ou que simplesmente estavam guardadas em uma caixinha de lembranças, competição. Quem pega primeiro, ou quem se escondeu? De acordo com Huizinga “o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária... acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria”. (2000:33)

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Page 1: Artigo objeto

Objeto em cena

Adriana Karen Brandão dos Santos

Daniel Azedo Santos

Débora Sara Gomes de Oliveira

Joyce Aparecida da Silva

Yasmin de Souza Ribeiro

Resumo

Este artigo tem como base o espetáculo “Não Aperte o Botão”, concebido pela turma de

formandos de 2013 do curso Técnico em Dança da ETEC de Artes situado no edifício

do antigo Carandiru, na Avenida Cruzeiro do Sul, 2630 em Santana centro de São

Paulo. Trata-se do objeto em cena e sua intervenção no jogo, como este se relaciona

com o público e com os bailarinos. Sendo o principal objeto de estudo: o botão, é

também relatado em seu contexto histórico e a reação causada no público ao ser

acionado. O objetivo do presente artigo é registrar o modo que o objeto se insere em

cena, destacando a relação lúdica do mesmo dentro do espetáculo. Este trabalho teve

como base inicial as reflexões formadas a partir do estudo do livro Hommo Ludens

(2000), de Johan Huizinga. Posteriormente, foram utilizadas entrevistas com os

bailarinos e com o público e outros artigos relacionados a brinquedos e brincadeiras,

além do documentário da Discovery Channel: “A Era do Video Game”. Visões e

reflexões foram analisadas para que o artigo fosse desenvolvido não somente com uma

concepção de técnicos em dança, mas também a partir do olhar do espectador perante o

espetáculo referido.

Palavras- Chave: Objeto Cênico. Botão. Relação. Jogo. Cena

Introdução

Ao refletirem sobre o ato de brincar/jogar, os alunos do terceiro módulo A, do curso

Técnico em Dança, no segundo semestre de 2012 e primeiro semestre de 2013, foram

instigados pelas análises que Huizinga (2000) faz em relação ao jogo, e assim optaram

por criar um espetáculo baseado em suas ideias, com improvisações e jogos em cena.

Vivenciar brincadeiras, jogos que jogamos quando éramos crianças, sensações que

jamais havíamos sentido, ou que simplesmente estavam guardadas em uma caixinha de

lembranças, competição. Quem pega primeiro, ou quem se escondeu? De acordo com

Huizinga “o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária... acompanhado de um

sentimento de tensão e de alegria”. (2000:33)

Page 2: Artigo objeto

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Contentamento foi um dos sentimentos aflorados em nossos laboratórios coreográficos.

Pensando em fazer um espetáculo de dança que surgisse do jogo rumo a um produto

final, os alunos do 3º Módulo de dança vivenciaram alguns jogos/ competições de

mutua colaboração e outros de ganho individual. Foram jogos e brincadeiras vividas

quando na aurora da infância e trazidas à tona como um estudo corporal.

“Chegamos, assim, à primeira das características fundamentais do jogo: o fato de ser

livre, de ser ele próprio liberdade. Uma segunda característica, intimamente ligada à

primeira, é que o jogo não é vida "corrente" nem vida "real"”. (HUIZINGA,2000:10)

E porque não falar sobre o brinquedo? Ou quem sabe o objeto utilizado em cena? Ideias

surgem, lembranças reaparecem:

Para que haja um espetáculo de jogo com uma proposta diferenciada, se faz necessário

que o artigo científico, que traz embasamento para a composição, seja também algo

novo. Portanto, o artigo a seguir é dividido em subtítulos, onde o leitor pode se sentir a

vontade para escolher por onde começar sua leitura, pois nenhum texto depende do

outro para compreender a linha de raciocínio sobre o objeto de estudo deste grupo. Cada

texto será concluído nele mesmo, ficará por conta de sua curiosidade terminar de ler

todos os tópicos que traremos aqui. Além do mais, tudo faz parte de um grande jogo,

então quem decide como e por onde começar a trilhar sua leitura é quem tira no dois ou

um, ou par ou ímpar? O que você nosso leitor quer? Par ou Ímpar? Ímpar. Queremos...

Par!

Nosso Espetáculo

Brinquedos

Poeira

Alegria Sensação Revivida

Compartilhar Experiências

Page 3: Artigo objeto

3

Deu Ímpar! Então... Você escolhe por onde quer começar sua leitura!

Agora, vire a página, e siga suas escolhas! Vamos a leitura! 1, 2, 3, Já!!

Numere os circulos de 1 a 5 na ordem

que você quiser!

( )

( )

( ) ( )

( )

Page 4: Artigo objeto

4

Objeto em

cena

Os bailarinos

(p. 17)

O público

(p. 13)

O botão

(p. 5)

O jogo

(p. 9)

Através das lentes

(p. 20)

Page 5: Artigo objeto

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Objeto em cena: O Botão

Diversas foram as discussões sobre jogos e brincadeiras, até que em um determinado

dia, uma de nossas colegas de sala do curso Técnico em Dança citou uma “pegadinha”

realizada por uma emissora de televisão. Explicou que a “pegadinha” acontecia quando

alguém se sentia instigado a acionar o botão que se localizava no centro de uma praça;

quando esse botão era acionado por um indivíduo que por ali passava, figurantes que

estavam próximos a este caiam, deixando o individuo que acionou o botão espantado e

confuso, pois numa fração de segundos percebia que ao acionar o botão (ação) tinha

provocado uma reação, ou seja, produzido um acontecimento totalmente inesperado e

sobre o qual não tinha nenhum controle.

A partir daí houve um “BUMMM” de ideias do grupo, começamos a pensar como essa

“pegadinha” poderia se transformar em um processo criativo, com o auxílio do

documentário da Discovery Channel sobre a Era do Vídeo Game1 e após a leitura do

livro “Homo Ludens” de Johan Huizinga. O objetivo do documentário era falar sobre o

surgimento e a evolução do vídeo game e o que mais chamou a atenção da turma foi o

inicio do documentário que mostra a criação do vídeo game aliada a concepção de

materiais bélicos para as Grandes Guerras Mundiais. Já o livro de Huizinga nos trouxe

apoio histórico quanto ao surgimento do jogo, seu significado e relação com arte e

cultura. Encontramos então embasamento para a proposta de criação de espetáculo do

grupo, e chegamos ao ponto onde decidimos que o botão seria o objeto protagonista do

nosso espetáculo.

Sendo assim, a busca pelo significado do objeto escolhido para protagonizar o

espetáculo foi constante: apertar, pressionar, ajustar, fixar, entre outras funções; essas

são algumas delas dadas para esse objeto normalmente redondo. De acordo com o

minidicionário Aurélio: “Botão: Pequena saliência que, nos vegetais, origina novos

ramos, folhas ou flores. A flor antes de desabrochar. Pequena peça que se usa para

1 O vídeo cientifico, “Era do Video Game” (2007), transmitido pelo canal Discovery Channel, mostra que

a Guerra Fria evoluiu rapidamente entre os super poderes dos EUA e da União Soviética, onde a

tecnologia foi utilizada para criar simulações de mísseis e prever os resultados de uma guerra nuclear.

Essa mesma tecnologia da computação foi utilizada para desenvolver o primeiro jogo de computador em

1958. Steve Russel, Nolan Bushnell, Ralph Baer e Toru Iwatani são alguns dos principais nomes da

histórias dos videogames apresentados no vídeo. (disponível em:

http://projetojogatina.wordpress.com/2011/11/23/a-era-do-videogame-documentario/).

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fechar o vestuário, fazendo – a entrar numa casa, e também como ornato. Bola que se

põe na ponta do floreto para a estocada não ferir”. (2001: 106)

Entende-se, então, que existem muitos botões, que variam conforme sua função, seja

para ajustar uma roupa ao corpo, para enfeitar algo, seja uma rosa que ainda não

desabrochou ou apenas um “enter”, um iniciar de alguma atividade, provocador de

mudanças em ambientes, no caso do espetáculo “Não Aperte o Botão”. O intuito é de

que esse objeto não seja apenas uma figura que complemente o cenário, mas sim o

causador de grande curiosidade.

Conforme o documentário da Discovery Channel, durante a guerra o objeto botão era

símbolo de perigo, do lançamento de mísseis, de bombas, de ataques, e por isso causava

certa tensão e medo nas pessoas. A presença de um objeto a ser pressionado dava a

sensação de que a qualquer momento alguma coisa poderia acontecer, sair do controle.

Buscamos esta sensação durante o processo de criação e a apresentação do espetáculo,

pois quando se aciona o botão, a cena é finalizada e acontece um momento de interação

com o público. Os bailarinos, mesmo sabendo que ao apertar o botão deve-se de fato

jogar algo com o espectador, têm reações diferentes, uns entram em estado de prontidão

enquanto outros se sentem perdidos.

“O Botão gera em mim um estado de alerta, porque ele

pode ser acionado a qualquer momento. O botão, para

mim, é algo imprevisível, podendo transformar 30 minutos de espetáculo em 1 hora e 20 minutos. Ele

conecta e desconecta as cenas do espetáculo. O acionar

do botão é feito tanto pelo bailarino quanto pelo público.

O que move esse acionar é a vontade”, diz Harrison Rodrigues, bailarino no espetáculo “Não Aperte o Botão”

– Formando da Turma do 3º Módulo do Curso Técnico

em Dança de 2013

Enquanto Érika Gold Faria, também bailarina no espetáculo “Não Aperte o Botão” –

Formanda da Turma do 3º Módulo do Curso Técnico em Dança de 2013, diz: “O botão

vermelho me gera desconforto. Porque eu nunca sei quando ele será acionado”.

“Cada corpo estabelece e cria relações diferentes diante

dos mesmos brinquedos, jogos e brincadeiras. Isso se dá

basicamente pelo fato de não “termos”, mas sim de

“sermos” um corpo, pelo fato de sermos nossos corpos.

Nossos corpos são o que somos. Somos o que os nossos

corpos são”. (MARQUES, S/D:155)

Page 7: Artigo objeto

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São reações distintas de pessoas que participaram dos mesmos momentos de criação do

espetáculo. Podemos também pensar em outros fatores que não seja só a timidez, como

a familiarização com o objeto, ou seja, quanto maior a relação que o bailarino criar com

o objeto, a interação com o público, o surgimento do botão em cena e a manifestação

deste após ser apertado, não será motivo de desconforto e espanto por parte dos

propositores das brincadeiras (bailarinos).

O objeto escolhido para análise neste processo de criação é o componente estimulante

para o nosso “brincar”/ “jogar”, como citado no texto “Reflexões sobre o jogo, o

brincar, as brincadeiras e os brinquedos na contemporaneidade” da autora Lira:

“...Enquanto objeto, é sempre suporte de brincadeira. É o

estimulante material para fazer fluir o imaginário infantil. E a

brincadeira? É a ação que a criança desempenha ao concretizar as

regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o

lúdico em ação...” (KISHIMOTO, 2000: 21 apud LIRA, 2011:

04)

E com essa proposta começaram a ser criadas cenas, trabalhar com o corpo relendo

jogos infantis e interativos já existentes, que podiam partir ou não de um apertar de

botão. Sendo este apertar algo pertencente à vida das pessoas antes do inicio do século

21 conforme dito no documentário da Discovery Channel.

E como instigar as pessoas (público) a acionar o botão, já que nele esta o foco do nosso

trabalho? Olhares estimuladores para o público, um riso contido, um chamar de forma

que seja agradabilíssimo o APERTAR O BOTÃO. “Sacanear”, querer ser o primeiro a

apertar, olhar algo que pode ser muito vermelho e brilhante e com isso despertar

curiosidades para quem ainda não conseguiu ver.

Buscou-se então colocar em prática a proposta citada a cima, inspirados também no

texto de Isabel Marques: “... o CORPO CÊNICO, que é primordialmente LÚDICO,

torna- se também CORPO CIDADÃO: capaz de escolher, criar, participar, criticar e

transformar...” (S/D:166)

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Dessa forma, temos um dever durante o espetáculo, estimular o espectador a querer

participar, quem sabe apertar o nosso objeto vermelho e transformar tudo o que pode ou

(não estar contido no roteiro de nosso espetáculo.

Buscamos, com o corpo cênico, a interação com o público que é convidado, por meio

do lúdico, a escolher, criar, participar e transformar, provocando-os a observar nossos

estudos corporais, saboreando os momentos que lhes são dados para o compartilhar de

jogos, fazendo com que nosso corpo leve-os a reviver ocasiões que jamais imaginariam,

remetendo-os para este espaço considerado lúdico e propriamente cênico onde mesmo

com as regras podem criar, participar e até mesmo sonhar. E com isso temos como um

de nossos objetivos fazer com que o espectador não deixe que a sua redescoberta se

perca ao final do espetáculo, que suas sensações e lembranças provocadas pelo corpo

cênico, permaneçam presentes durante suas vidas.

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Objeto em cena: O Jogo

Podemos dizer que o jogo indiretamente ou diretamente, é grande aliado da

sobrevivência humana, ajudando nas conquistas e momentos de descontração.

“Utilizado desde a Grécia antiga para a educação dos jovens, jogos param o tempo e são

a fuga das regras e da moralidade da sociedade, de acordo com Heráclito2 e Nietzsche

3.

Mas esse conceito tem se deturpado na modernidade.” ( BITTENCOURT, 2013:15). O

jogo como sendo algo prazeroso e motivo de descontração, torna-se algo sério. Ao invés

de fugir das regras, o jogador exige de seu adversário honestidade enquanto jogam, deve

haver entre os jogadores nível evidente de igualdade.

O jogo inicia-se e, em determinado momento, "acabou". Joga-se até que se chegue a um certo fim. Enquanto está decorrendo tudo é

movimento, mudança, alternância, sucessão, associação, separação. E

há, diretamente ligada à sua limitação no tempo, uma outra característica interessante do jogo, a de fixar imediatamente como

fenômeno cultural. Mesmo depois de o jogo ter chegado ao fim, ele

permanece como uma criação nova do espírito, um tesouro a ser

conservado pela memória. É transmitido, torna-se tradição. (HUIZINGA, 2000:11)

O jogo é uma atividade instigante, mesmo quando este chega ao fim, o inconsciente de

quem o joga, tem a sensação de que o jogo continua vivo. Esta sensação prazerosa do

ato de jogar faz com que o jogador grave essa experiência, tornando o jogo parte

essencial da sua vida. “...Ao inserir em sua vida o momento temporal da experiência do

jogo, o ser humano estaria simbolicamente representando a sua inserção plena na

própria condição criativa da natureza...” (BITTENCOURT, 2013:17 )

No espetáculo “Não Aperte o Botão”, os jogos têm a função de orientar a maior parte do

espetáculo, pois dentro das propostas contidas nas improvisações/cenas, o maior foco é

simplesmente jogar e além de tudo interagir com quem assiste. Um dos jogos em

especial definirá o início do mesmo: em roda, após alguém da plateia dizer um número,

os bailarinos jogam uma bolinha um para o outro, começando uma contagem regressiva.

Baseado em certa parte do livro “Homo Ludens”, onde Huizinga fala sobre a raiz da

palavra jogo (2000), esta que aparece no sentido de “saltar”, lembra-se da hipótese de

2 Heráclito de Éfeso foi um filósofo pré-socrático considerado o "pai da dialética". Nascimento: 535 a.C,Falecimento: 475 a.C.

3 Friedrich Wilhelm Nietzsche foi um influente filósofo alemão do século XIX. Nascimento: 15 de outubro de 1844,

Falecimento: 25 de agosto de 1900.

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Platão segundo a qual o jogo teve origem na necessidade de saltar (Leis, II 653). A

primeira cena se constitui pela reprodução de saltos que lembram o quicar de uma bola.

A partir do exemplo do jogar a bola para o outro para que o espetáculo se inicie,

podemos perceber que o mesmo é composto por jogos de mutua colaboração entre os

participantes, onde o foco é a descontração e a visão de dependência um do outro, a

vitória neste caso será coletiva. Além de jogos de colaboração veremos também jogos

de competição, onde a vitória individual fica evidente e a frustração dos adversários

também.

Segundo Huizinga: “A competição possui todas as características formais e a maior

parte das características funcionais do jogo”(2000:38). Em ambos os casos podemos

dizer que há sempre algum objetivo a ser alcançado, além da sede de vitória dos

jogadores/competidores. Remetemos então a uma das cenas onde há evidente

competição. Como por exemplo, uma cena na qual ocorre uma corrida a partir da

respiração, para quem assiste grande é a expectativa para ver até onde o jogador

conseguirá soltar o ar dos pulmões e correr ao mesmo tempo, e para quem joga o

esforço para ter mais ar que o adversário se torna o foco principal. Neste momento

vemos que o jogo e a competição estão ligados em suas principais características, tanto

um quanto o outro criam a sensação de querer ser melhor que o adversário, tendo como

objetivo ser merecedor do título de vencedor, ou até mesmo, superior, de acordo com o

primeiro capítulo do livro “Homo Ludens” de Huizinga, “o jogo é um fato mais antigo

que a cultura, (...) no jogo existe alguma coisa “em jogo” que transcende as

necessidades imediatas da vida e confere um sentido a ação”(2000: 05), ou seja, quando

envolvidos em uma competição ou um jogo, o instinto de quem joga supera qualquer

outra necessidade, e a ação feita pelo jogador só existe porque algo está em jogo; sem

este clima de focar em um objetivo a ser alcançado, não há jogo nem competição.

(...) O que é "ganhar", e o que é que realmente "ganho"? Ganhar

significa manifestar sua superioridade num determinado jogo. Contudo, a prova desta superioridade tem tendência para conferir ao

vencedor uma aparência de superioridade em geral. Ele ganha alguma

coisa mais do que apenas o jogo enquanto tal. Ganha estima,

conquista honrarias: e estas honrarias e estima imediatamente concorrem para o benefício do grupo ao qual o vencedor pertence (...)

(HUIZINGA, 2000:40)

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Quando a sede de ganhar e o espírito de competição não se ausentam, o jogo não acaba

e esse “espírito orgulhoso” não permite que o jogador aceite perder. Nem sempre quem

perde consegue conformar-se, a ânsia pela vitória e o desejo de alcançar a superioridade

muitas vezes superam o espírito competitivo.

Johan Huizinga diz ainda: “E a partir do momento em que um jogo é um espetáculo

belo seu valor cultural torna-se evidente.” (2000:38) É exatamente nesta frase em que

destacamos a relação que o jogo cria quando aparece em cena. Norteados pela

afirmação de Huizinga, que diz: “a cultura surge sob a forma de jogo, que ela é, desde

seus primeiros passos, como que "jogada"” (2000:37) podemos dizer que as cenas serão

“fontes de cultura jogada” pelos bailarinos. Em outras palavras: “...O impulso causado

pelas manifestações do jogo tem como características a necessidade de criar, como

acontece com os artistas e as crianças, em um eterno ato de inventar e destruir, sem

qualquer preocupação moral...” (BITTENCOURT, 2013:18) . O jogo impulsiona à

criação de movimentações corporais, trazendo para cena este impulso lúdico. O corpo

cênico, além da movimentação, estabelece relações complexas que permeiam a arte, a

cultura e a educação.

Como diz Bittencourt em seu artigo na revista Filosofia Ciência e Vida: “Viver a

perspectiva lúdica é viver a satisfação de uma alegria primordial no jogo de criar e

destruir o mundo individualizado, como faria uma criancinha mexendo displicentemente

na areia da praia”(2013:19). Perceber o outro e quebrar a barreira da individualidade,

faz com que a dinâmica do jogo se torne mais evidente: mesmo que haja competição e

sede de vitória, a beleza do jogo transparece quando este não é apenas jogado, mas sim

vivido.

Outra característica que define o espetáculo como sendo um jogo por si só é a limitação

do espaço, ainda por Huizinga encontramos uma afirmação: “Todo jogo se processa e

existe no interior de um campo previamente delimitado, de maneira material ou

imaginária, deliberada ou espontânea”. (2000:11). Podemos dizer que todos os jogos

contidos nas cenas acontecem dentro do limite do centro das cadeiras onde a plateia se

encontra distribuída em volta deste “tabuleiro”, chamado Espaço Cênico, em nosso caso

em forma de palco arena, de modo que quando um bailarino não esta em jogo, ele sai

Page 12: Artigo objeto

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desta zona lúdica (Espaço Cênico) e se senta juntamente com o público, deixando o

jogo acontecer e ser jogado pelos competidores de fato.

Sendo assim, tornando-se público também, estes bailarinos só voltam ao jogo se

retornarem ao espaço delimitado, um código é criado, pois as pessoas começam a

entender que quem entra neste espaço é para se tornar integrante de um jogo e/ou

interferir diretamente no espetáculo.

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Objeto em cena: O Público

Um dos objetivos do espetáculo “Não Aperte o Botão” é trazer os espectadores para a

cena, de forma que estes criem a interação com o nosso objeto cênico. Para isso, desde a

entrada até o último movimento em cena, é primordial que haja uma relação direta com

o público, seja ela com um olhar, um toque, uma inquietação e até uma provocação para

o apertar do botão.

É proposto, então, que o público tenha sensações diferentes durante o espetáculo, que

este jogue e sinta a essência do espírito lúdico que há em jogar. Isso acontece quando

este – o público – suporta a incerteza e a tensão, ousando e correndo risco ao acionar o

botão.

“E a essência do espírito lúdico é ousar, correr riscos, suportar a incerteza e a tensão. A

tensão aumenta a importância do jogo, e esta intensificação permite ao jogador esquecer

que está apenas jogando.” (HUIZINGA, 2000: 40)

Essa interação acontece de fato ao acionar o nosso principal objeto cênico. A partir do

momento em que alguém do público sai do seu lugar e vai em direção ao botão com a

intenção de apertá-lo, ao mesmo tempo em que se torna um corpo cênico, torna-se corpo

cidadão que, instigado com algum acontecimento em cena, deseja mesmo sem saber,

propiciar mudanças e supostos acontecimentos inesperados. Inicialmente o botão é o

grande enigma do espetáculo, deixando a seguinte questão entre os que o assistem “O

que acontecerá após acionar o Botão?”.

Após nosso primeiro ensaio aberto, escutamos a opinião de alguns espectadores,

“Nunca imaginei que sairia aquele barulho após o apertar do botão...” diz Carlos

Henrique Oliveira Araújo, estudante do primeiro módulo de dança da ETEC de Artes.

Com a interferência direta dos espectadores, o botão chama atenção quando entra em

cena. A partir do momento em que o público está envolvido com o espírito lúdico do

jogo, é despertado neste a curiosidade por saber o que acontecerá ao acionar o botão, a

tensão e ansiedade que este objeto impõe, o prazer e a diversão de participar dos jogos e

ter certo “poder” sobre o espetáculo.

Logo depois da primeira intervenção do público alguns espectadores imaginam o que irá

acontecer da próxima vez que o botão for acionado. A expectativa e tensão do público

Page 14: Artigo objeto

14

perante aquele objeto acaba sendo diminuída após algumas interações, segundo Jéssica

Oliveira de Carvalho, formada pela ETEC de Artes no curso técnico de Dança no ano de

2012. Após outras conversas é importante destacar que nem todos pensam da mesma

forma sobre as vezes que o botão é pressionado, pois há também quem diga que ficará

sempre no ar o que irá acontecer da próxima vez. Será que acontecerá o mesmo jogo?

Algo de ruim acontecerá em algum momento?

Percebemos que a localização do botão também interferiu na relação do mesmo com o

espectador, segundo Guilherme Nobre Ferreira, estudante do segundo módulo de dança

da ETEC de Artes: “... Fiquei tentado a apertar o botão em vários momentos, porém não

sabia se era realmente possível, devido a localização do mesmo, pois eu teria que

‘atravessar’ a cena para poder apertá-lo e transformar o que acontecia.” É importante

pensarmos que este receio ao apertar o botão pode ser explicado em alguns aspectos,

além do fator de localização do botão e da individualidade de cada um, timidez ou olhar

de mero espectador sem ser interventor na cena são também justificativas. A sociedade,

embora muito moderna, ainda cria associações ruins em relação ao pressionar um botão.

Isto pode ser explicado devido a marcantes acontecimentos durante a Guerra Fria4, onde

o destino de nações era definido através do pressionar de um botão.

Tudo começou durante a Guerra Fria, onde as pessoas estavam paranoicas, com medo

de alguém “apertar o botão vermelho” e explodir alguma bomba atômica. Todos se

sentiam impotentes por não ter o controle da situação, de poder apenas assistir.

(DISCOVERY CHANNEL, 2007)

O botão é o objeto central do nosso espetáculo, porém não é o único, incluem-se

também nesta categoria as bolinhas de gude contidas em uma cena de improvisação, a

interação despertada no público foi evidente quando as bolinhas rolavam até suas

cadeiras e estes as seguravam com os pés, devolvendo-as a cena. Além de certa atitude

apresentada por crianças que assistiam ao espetáculo, que começaram a participar

diretamente da cena, mergulhando juntamente com os bailarinos na improvisação,

pegando as bolinhas e saindo do meio onde estavam sendo usadas.

4 A Guerra Fria, que teve seu início logo após a Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União

Soviética (1991) é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos

indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, disputando a hegemonia política, econômica e

militar no mundo. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a

inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear

Page 15: Artigo objeto

15

O deslumbramento criado pelas bolinhas de gude não é o único chamariz dos olhares, a

movimentação dos corpos na improvisação complementa os efeitos causados por estas

em cena, estabelecendo relações entre objeto e corpo. Sobre isso Huizinga cita em seu

livro Homo Ludens: “O popular ditado holandês segundo o qual "o que importa não são

as bolas de gude, mas o jogo"”. (2000:39). Neste momento a bolinha de gude colocada

sozinha em cena não seria a mesma coisa. Se não houvesse uma dinâmica de jogo e

improvisação, não haveria tanta relação com o público.

Analisando mais cenas do espetáculo, em especial o “show” de comédia dos dois

palhaços e as brincadeiras com “botões” pelo corpo, aparece mais um objeto, o nariz

vermelho. O público neste momento não faz interação direta, o nariz se transforma em

botão, mas quem assiste desta vez olha apenas de fora. “O público sabe o que é um

palhaço, e sabe o que esperar dele. Sua resposta dá a exata medida do sucesso ou não de

uma gag5, gesto ou brincadeira” (S/D: 02) diz Souza no texto “Criação e aprendizado na

tradição do palhaço de circo”. O nariz vermelho é a mascara do palhaço, o objeto em si

caracteriza o personagem da cena, e instiga o apertar do botão, se o gesto e as

brincadeiras dos palhaços não atingirem a expectativa do público, o acionar dificilmente

irá acontecer neste momento do espetáculo.

“O nariz vermelho, o palhaço em si, foi sempre uma

personagem que me despertava algo mágico, lúdico,

onde o “brincar”, “fazer de conta” se torna possível,

sem medo de recriminações e melhor ainda arrancar

sorrisos de pessoas. E o que seria do palhaço sem o

nariz vermelho? Afinal é a menor mascara existente e

que pode na minha opinião curar não só a saúde mas

os corações, a alma das pessoas. Enfim acredito que o

nariz vermelhinho de um palhaço é simplesmente a

magia, a poesia, que transforma ambientes, situações,

pessoas.”Joyce Aparecida da Silva – bailarina no

espetáculo “Não Aperte o Botão” e interpreta o

palhaço no mesmo espetáculo – Formanda da Turma

do 3º Módulo do Curso Técnico em Dança do 1º

Semestre de 2013

Novamente no texto de Souza notamos a seguinte afirmação: “Ser palhaço é estar

inserido num corpo coletivo, ancestral, é viver este corpo de forma presente e única. Se,

por um lado, as ações (e reações) podem ser organizadas de maneira completamente

5 Gag: Piada, dito espirituoso, efeito cômico (portanto, não só palavra: pode ser um gesto ou situação),

geralmente muito curto (no jargão do teatro, “caco”).

Page 16: Artigo objeto

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diferente a cada apresentação, por outro a improvisação é rigorosamente codificada...”

(S/D: 01). O público passa a enxergar o palhaço a partir do momento que este coloca

sua maior caracterização, o nariz vermelho, e mesmo sem perceber é este que sustentará

a cena juntamente com a improvisação, o palhaço se torna palhaço quando presente em

cena de forma que passe verdade para o público, a alma do palhaço é seu nariz sendo ele

o símbolo da personagem palhaço. Para que haja a magia da personagem, o modo de ser

é o que lhe faz engraçado, essa é a maior característica do palhaço. Ele mesmo é a

própria piada.

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Objeto em cena: Os bailarinos

Sabe a sensação e o cheiro de um brinquedo novo? A emoção e ansiedade de abrir uma

caixa de algum jogo de tabuleiro e convidar os amigos para jogar e ver quem vai

ganhar. Expectativa, ansiedade, alegria, irritação, brigas, euforia, êxtase.

A nossa vontade é a de abrir primeiro a caixa, de convidar alguém para jogar e de

ganhar o jogo e ser aplaudido por esse momento, assim como afirma Huizinga quando

diz em seu texto que: “O que é primordial é o desejo de ser melhor que os outros, de ser

o primeiro a ser festejado por esse fato”. (2000:40). No Espetáculo “Não aperte o

Botão”, os brinquedos dos bailarinos, são nada mais nada menos que os elementos

cênicos escolhidos após muitas experimentações corporais de jogos/ brincadeiras.

E a escolha de colocar um objeto no centro do espaço cênico do qual os bailarinos estão

desenvolvendo a prática corporal, foi exatamente para que instigasse o bailarino e até

mesmo o público a serem impulsionados a brincar, a jogar. Afinal “os objetos têm um

valor sagrado e são dotados de virtudes mágicas, e cada um possui uma história...”

(Huizinga 2000: 48).

“E a partir dos objetos os meus movimentos são alterados e transformados, ganhando

outro significado”, diz Harrison Rodrigues, bailarino no espetáculo “Não Aperte o

Botão” – Formando da Turma do 3º Módulo do Curso Técnico em Dança de 2013.

A influência causada pelo objeto nos bailarinos foi muito perceptível durante todo

processo criativo. Por exemplo, antes que o botão que compõe o espetáculo estivesse

pronto, nós usávamos um caderno em seu lugar. Notou-se a indiferença obtida por

aqueles que estavam em cena, o botão era pouco lembrado, o caderno estava como algo

que preenchia um espaço vazio, mas que em muitos momentos, como no suposto

"acionar" da buzina não fazia nenhum sentido.

Quando os objetos reais foram colocados em cena, os bailarinos começaram a entender

as influências destes objetos em sua dança e os reflexos que lhes trouxeram ao corpo.

Ainda em uma conversa com o bailarino Harrison Rodrigues, ele nos diz: “Os objetos

cênicos, inclusive o botão, me impulsionam a brincar, no caso das bolinhas de gude, eu

rolo como elas. No caso da bolinha inicial (contagem regressiva) eu imagino que seja

uma batata quente, que precisa ser passada de mão em mão. Os objetos atingem o meu

imaginário e me impulsionam para a brincadeira”. Vemos quão longe vai a imaginação

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de quem se relaciona de verdade com o objeto, e que este pode ser um estopim para

novas margens de improvisação e interação com o público.

“O botão me gera expectativa. Desde a infância

tenho muitas vivências com jogos de videogame,

por essa questão de um acionar de botão gerar uma

reação. Em relação aos outros objetos cênicos me

sinto incomodado, pois geram uma poluição visual.

Porém, estes influenciam em minhas

movimentações corporais, pois a partir do

momento que eu tenho um objeto em cena, eu

tenho que interagir com este para que ele não se

torne um objeto morto”. Túlio Bezerra Coelho –

bailarino no espetáculo “Não Aperte o Botão” –

Formando da Turma do 3º Módulo do Curso

Técnico em Dança de 2013

Dar vida aos objetos colocados em cena é um desafio para o bailarino propositor de

brincadeiras, ele é o responsável por instigar o espectador a acionar o botão e mesmo

que não consiga se familiarizar com os objetos cênicos é necessário que crie algum tipo

de relação. Como o relato do bailarino Túlio Bezerra, citado acima. No caso do botão,

Túlio consegue relacionar-se melhor, pois tráz consigo vivências de jogos de vídeo

game, são perceptíveis então diferentes olhares para um mesmo objeto, pois diferem-se

os corpos que se relacionam com o mesmo. No espetáculo “Não Aperte o Botão” é

importante que os bailarinos revivam juntamente com o público, sensações passadas, o

dever de quem esta dentro do “tabuleiro” jogando (bailarinos) é expressar satisfação e

verdade para que quem esta de fora (público) queira entrar.

O objeto/ protagonista do Espetáculo “Não aperte o Botão” que possui 1 metro de altura

por de 60 de largura acabou se tornando algo que cria expectativas entre bailarinos,

transforma o ambiente de apresentação e causa se acionado momentos de interação,

pois, o objeto quanto intervenção nos jogos do espetáculo “é usado para certas

operações ou manipulações...” (PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro 2007:265). Cada

corpo se move e age de forma diferente perante a manipulação do objeto. Cada corpo é

um corpo, e mesmo que haja exatamente a mesma dedicação por parte dos bailarinos, as

vivências e individualidade de cada um irão ficar evidentes quando apresentadas suas

impressões.

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O texto “O Lúdico na prática Pedagógica” remete uma importante afirmação: “Corpos

neles mesmos e por eles mesmos já brincam, jogam, inter-relacionam-se brincando e

jogando. O jogo e a brincadeira podem ser o próprio corpo.” (MARQUES, S/D:159).

Este é o caso de Érika Gold Faria, também bailarina no espetáculo “Não Aperte o

Botão!” – Formanda da Turma do 3º Módulo do Curso Técnico em Dança de 2013, ela

diz: “...Quanto aos outros objetos cênicos eu não os percebo. Porém, todos eles

redobram a minha atenção ao meu movimento. Fazendo com que eu não me movimente

livremente.” O corpo “fala mais alto” e desenvolve uma dinâmica onde se preocupa

com o que está ao redor, onde pisar e como se movimentar, tornam-se regras, e a

brincadeira mesmo intrínseca acontece, pode ser ou não uma brincadeira divertida, mas

acaba tendo dinâmica e preocupação de jogo, onde o corpo se preocupa em não errar

pois, pode colocar tudo a perder.

Page 20: Artigo objeto

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Objeto em cena:

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Page 22: Artigo objeto

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Referências Bibliográficas:

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. O Jogo Como Elemento da Cultura. Título

Original: Homo Ludens – vom Unprung der Kultur im Spiel. Tradução: João Paulo

Monteiro. 4ª edição – reimpressão. Direitos reservados em língua portuguesa à

EDITORA PERPECTIVA S.A, 2000.

LIRA, Aliandra Cristina Mesomo. REFLEXÕES SOBRE O JOGO, O BRINCAR, AS

BRINCADEIRAS E OS BRINQUEDOS NA CONTEMPORANEIDADE.

UNICENTRO/PR, 2011

Disponível em:

http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/4542_2437.pdf

Acessado em: 20/05/13

DOCUMENTÁRIO, Discovery Channel. A Era do Vídeo Game, 2007

Disponível em:

http://projetojogatina.wordpress.com/2011/11/23/a-era-do-videogame-documentario/

Acessado em: 05/04/2013

MARQUES, Isabel. Corpos lúdicos: Corpos que brincam e jogam in O Lúdico na

Prática Pedagógica. Material disponibilizado pela autora no curso de dança para

professores Coreológicas Ludus de Novembro de 2009

Disponível em:

http://xa.yimg.com/kq/groups/22716894/568180836/name/O

Acessado em: 23/05/2013

PAVIS, Patrice. DICIONÁRIO DE TEATRO. Tradução para a Língua portuguesa sob a

direção de J.Guinburg e Maria Lúcia Pereira 3ª Edição – São Paulo: Perspectiva 2007

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Dicionário Aurélio Século XXI - O

minidicionário da língua portuguesa, 4º edição 2001 - Editora Nova Fronteira

Page 23: Artigo objeto

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SOUZA, Cláudia Funchal Valente. CRIAÇÃO E APRENDIZADO NA TRADIÇÃO

DO PALHAÇO DE CIRCO.

Universidade Estadual Paulista – UNESP, S/D

Disponível em:

http://www.portalabrace.org/vcongresso/textos/dramaturgia/Claudia%20Funchal%20Va

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Acessado em: 22/05/2013

BITTENCOURT, Renato Nunes. O LÚDICO PARA QUESTIONAR in Revista

filosofia Ciência e Vida - Editora Escala -VII Nº82 Edição de maio 2013