artigo ix simpase sistema automacao medicoes final

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(*) R. Dr. Emilio Ribas, n˚ 174 Conj 92, Cambuí - CEP 13.025-140, Campinas, SP, Brasil Tel: (+55 19) 3295-3314 Fax: (+55 19) 3253-4378 Email: [email protected] Versão 1.0 14 a 17 de agosto de 2011 Curitiba Paraná Tema: B. VIVENCIANDO O PRESENTE 6. Automação de Medição Sub-tema: a. Estratégias, critérios e padrões na medição operacional e de faturamento AUTOMAÇÃO E MEDIÇÕES INTELIGENTES PARA INCENTIVAR O CONSUMO CONSCIENTE DE ENERGIA E ÁGUA Carlos Alberto Fróes LIma(*) José Ricardo P. Navas KNBS Telecomunicações e Informática Ltda. KNBS Telecomunicações e Informática Ltda. RESUMO O setor elétrico brasileiro, bem como o de água, tem atravessado importantes alterações estruturais, onde o monopólio vem evoluindo para um modelo caracterizado pela participação do capital privado, bem como a modernização, a busca pela oferta de serviços agregados e a organização para a transformação do consumidor em efetivo cliente e participante econômico-decisor. Neste ambiente apresenta-se uma proposta de solução para a ampliação do relacionamento com este cliente, o incentivo a eficientização e a mudança de hábito de consumo pela disponibilização de informações de medições de consumo de água e energia, integradas em uma estrutura dedicada de conhecimento. PALAVRAS-CHAVE Smart Grid, Gestão do consumo, eficiência energética, Medição de energia, Comunicações 1.0 - INTRODUÇÃO egundo Altvater (p. 29 e 30)(1): “o meio ambiente não constitui fator restritivo enquanto a sua solicitação em relação à capacidade de absorção dos ecossistemas globais é pequena. Mas uma sociedade industrial capitalista é expansiva no tempo e no espaço; ela se amplia, e aceleradamente. Mesmo com crescimento zero, que é visto por uma série de ecologistas como solução para os problemas ambientais, gasta-se energia e matérias-primas, ainda que o crescimento em valor econômico/monetário seja zero ou negativo. Poderá até mesmo ocorrer que, com crescimento zero o ônus ambiental seja maior do que com crescimento positivo, devido a obrigação de poupar custos no sistema econômico. Portanto, o problema não reside na dimensão dos coeficientes de crescimento econômico, mas no modo de regulação do “metabolismo”, da troca material entre natureza, indivíduo e sociedade”. “Os homens utilizam as reservas naturais (no âmbito do sistema econômico em expansão) progressivamente, como fonte e depósito para os produtos indesejados.” O desenvolvimento e incorporação dos princípios da revolução ambiental (eficiência energética, reciclagem de materiais, controle de poluição e design ecológico) deveriam evoluir no conjunto do sistema produtivo através de uma orientação sustentabilista das políticas públicas (2). Assim, especificamente a gestão de eficiência energética e da demanda de água com o objetivo de racionalização destes recursos não se limita ao simples acompanhamento do consumo, mas envolve, a mudança cultural dos hábitos da população. Por outro lado, políticas públicas demandam o envolvimento e o exercício de cidadania do consumidor e requerem a monitoração e auditoria da cadeia produção-geração-entrega-consumo e do ponto de vista do consumo, a organização das condições de mercado, explicitando-se os valores efetivos consumidos e a contrapartida financeira (valores pagos). Para isto, devem ser caracterizados a organização dos dados, os valores S

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  • (*) R. Dr. Emilio Ribas, n 174 Conj 92, Cambu - CEP 13.025-140, Campinas, SP, Brasil Tel: (+55 19) 3295-3314 Fax: (+55 19) 3253-4378 Email: [email protected]

    Verso 1.0 14 a 17 de agosto de 2011

    Curitiba Paran

    Tema: B. VIVENCIANDO O PRESENTE 6. Automao de Medio Sub-tema: a. Estratgias, critrios e padres na medio operacional e de faturamento

    AUTOMAO E MEDIES INTELIGENTES PARA INCENTIVAR O CONSUMO CONSCIENTE DE ENERGIA E GUA

    Carlos Alberto Fres LIma(*) Jos Ricardo P. Navas KNBS Telecomunicaes e Informtica Ltda. KNBS Telecomunicaes e Informtica Ltda.

    RESUMO O setor eltrico brasileiro, bem como o de gua, tem atravessado importantes alteraes estruturais, onde o monoplio vem evoluindo para um modelo caracterizado pela participao do capital privado, bem como a modernizao, a busca pela oferta de servios agregados e a organizao para a transformao do consumidor em efetivo cliente e participante econmico-decisor. Neste ambiente apresenta-se uma proposta de soluo para a ampliao do relacionamento com este cliente, o incentivo a eficientizao e a mudana de hbito de consumo pela disponibilizao de informaes de medies de consumo de gua e energia, integradas em uma estrutura dedicada de conhecimento. PALAVRAS-CHAVE Smart Grid, Gesto do consumo, eficincia energtica, Medio de energia, Comunicaes

    1.0 - INTRODUO

    egundo Altvater (p. 29 e 30)(1):

    o meio ambiente no constitui fator restritivo enquanto a sua solicitao em relao capacidade de

    absoro dos ecossistemas globais pequena. Mas uma sociedade industrial capitalista expansiva no tempo

    e no espao; ela se amplia, e aceleradamente. Mesmo com crescimento zero, que visto por uma srie de

    ecologistas como soluo para os problemas ambientais, gasta-se energia e matrias-primas, ainda que o

    crescimento em valor econmico/monetrio seja zero ou negativo. Poder at mesmo ocorrer que, com

    crescimento zero o nus ambiental seja maior do que com crescimento positivo, devido a obrigao de

    poupar custos no sistema econmico. Portanto, o problema no reside na dimenso dos coeficientes de

    crescimento econmico, mas no modo de regulao do metabolismo, da troca material entre natureza,

    indivduo e sociedade.

    Os homens utilizam as reservas naturais (no mbito do sistema econmico em expanso) progressivamente, como fonte e depsito para os produtos indesejados. O desenvolvimento e incorporao dos princpios da revoluo ambiental (eficincia energtica, reciclagem de materiais, controle de poluio e design ecolgico)

    deveriam evoluir no conjunto do sistema produtivo atravs de uma orientao sustentabilista das polticas pblicas

    (2). Assim, especificamente a gesto de eficincia energtica e da demanda de gua com o objetivo de

    racionalizao destes recursos no se limita ao simples acompanhamento do consumo, mas envolve, a mudana

    cultural dos hbitos da populao.

    Por outro lado, polticas pblicas demandam o envolvimento e o exerccio de cidadania do consumidor e requerem

    a monitorao e auditoria da cadeia produo-gerao-entrega-consumo e do ponto de vista do consumo, a

    organizao das condies de mercado, explicitando-se os valores efetivos consumidos e a contrapartida

    financeira (valores pagos). Para isto, devem ser caracterizados a organizao dos dados, os valores

    S

  • 2 economizados em funo da possvel mudana de hbitos de consumo e o levantamento de tendncias

    (tanto do ponto de vista do consumidor quanto da concessionria de energia ou gua). fundamental tambm a

    monitorao de todo o sistema. Com informaes de monitorao permite-se a deteco de incidentes tais como

    vazamentos ou at mesmo a reviso de processos operativos e de incentivo/conscientizao de consumo para

    permitir a almejada economia e uso eficiente.

    Nos pases em desenvolvimento como o Brasil, as concessionrias/empresas de energia e gua tm sido

    colocadas frente a este novo momento de mercado e embora pudesse parecer natural e parte de seu negcio, no

    possuem sistemas que demonstrem o consumo real por usurio, em suas nuances de consumo, em tempo real.

    As medies so realizadas de forma nica, uma vez ao ms para os clientes residenciais. A digitalizao, a

    evoluo de sistemas de controle e telecomunicaes atuais, bem como a diminuio de custos destes sistemas,

    tem permitido novas possibilidades operacionais. Demanda-se atualmente, ferramental para a gesto de consumo

    de energia e gua, permitindo inclusive que os clientes venham a acompanhar e controlar seu consumo em pontos

    especficos de sua residncia.

    Em resposta a essa demanda e tendncia de mercado foi desenvolvida uma plataforma de anlise e

    acompanhamento do consumo, que realiza a automao da coleta de medies remotas das residncias e as sub-

    medies (internas residncia). Integrada em uma estrutura dedicada de servidores e de conhecimento

    (centralizado para processamento de medies), permite a qualificao de comportamentos, a avaliao do

    impacto de aes de reduo de consumo e/ou conscientizao de uso, bem como o planejamento de outras

    aes de educao e de ampliao da oferta.

    Fisicamente, o ambiente de relacionamento criado recebe as medies coletadas das sadas de pulsos dos

    medidores eletrnicos comerciais de energia e hidrmetros comerciais. As medies de consumo parcial dentro

    das residncias, so realizadas atravs de sub-medidores de gua e energia, instalados em pontos de interesse. A

    estes dispositivos so acoplados recursos de comunicao para que as medies individuais sejam transmitidas,

    em perodos pr-configurados, at o centralizado para processamento.

    Adicionalmente, este ambiente de integrao foi concebido como uma ferramenta de acesso a Internet e incluso

    digital, apoiando e valorizando o conhecimento/uso da web pelas comunidades. Esta caracterstica integra-se de

    forma natural as tendncias mundiais de atendimento e universalizao do acesso a informao, acesso ao

    conhecimento, arbtrio sobre o uso de servios e de atendimento as populaes com menos recursos em suas

    necessidades bsicas.

    A gesto dos recursos naturais poder, atravs do planejamento, teoricamente antecipar, prevenir e mitigar os impactos ambientais, pois o conhecimento cientfico permite e a presso e demanda pblica tornam as polticas

    exeqveis. ((3), p. 6, 14 e 15). Entretanto, polticas empresariais e governamentais de mudanas culturais e educacionais para um consumo consciente, so necessrias.

    Contribui-se, com esta plataforma com solues para ampliar a disponibilidade de informao, e fornecer condies

    para que sejam tomadas decises conscientes e participativas de consumo fomentando a mudana de hbitos e

    cultura. Permite-se um novo olhar sobre os negcios de energia e gua e no relacionamento com o

    cliente/consumidor auditando e comprovando aes de eficincia.

    A pesquisa em solues de organizao e controle de informaes para este cliente neste novo paradigma de conhecimento de seu consumo teve um suporte financeiro da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos do Brasil) no programa de Subveno Econmica de 2008. Resultou em um laboratrio de testes e pesquisas de uso, a partir dos quais so monitorados o sistema, os dados coletados e o nvel de envolvimento dos participantes. O projeto conta tambm com o apoio da Associao de Empresas Proprietrias de Infra-Estrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicaes do Brasil (APTEL), na prestao de servios tecnolgicos de organizao e estruturao do ambiente piloto, na interao e aplicabilidade com as construtoras da rea civil, fabricantes de medidores e de equipamentos de comunicao, concessionrias de energia eltrica e gua. Estas aes ampliam a capacidade de interatividade das entidades na realizao dos testes na rea piloto. Foram estabelecidos dois campos de testes. O primeiro formado por um conjunto habitacional de baixa renda, ambiente vertical com vrias Unidades Consumidoras (UC) residenciais, enquanto que o segundo, uma UC representada por um usurio comercial (ambiente horizontal), de 2.000 m2 Instituto SER uma entidade de desenvolvimento de pessoas autistas, com um grande consumo de energia eltrica e de gua e que precisa passar por um processo de eficincia de consumo e em sua estrutura funcional. Foi disponibilizado um ferramental de gesto da eficincia energtica e de consumo de gua, pelo tratamento das medies do consumo de cada UC. Estas medies, coletadas atravs de sensores e medidores eletrnicos comerciais homologados pelo rgo metrolgico brasileiro, compe uma infra-estrutura integrando os servios de energia eltrica, abastecimento de gua e agregando recursos de telecomunicaes.

  • 3

    2.0 - UMA SOLUO PARA ORGANIZAR UM PROCESSO

    Busca-se integrar o consumidor ao processo, como cliente e decisor, como agente e responsvel por uma conduta que caracterize compromissos com o planeta e com a sua comunidade. Do ponto de vista deste consumidor, a melhoria introduzida pode ampliar suas oportunidades individuais como cidado com a incluso digital, no apenas com o acesso a um portal de Internet Banda Larga, mas associada a uma cultura mais ampla, com a visualizao tecnolgica e demonstrativa de seu consumo, por exemplo, permitindo seu arbtrio no uso. Nos ambientes piloto implantados dentro do projeto, foram instalados equipamentos e dispositivos inteligentes de medio de gua e energia, e ainda um micro computador com acesso internet de banda larga. Assim so disponibilizados relatrios histricos de consumo, relatrios de consumo dirio com previses de economia projetada para o ms corrente, em funo de suas mudanas de hbitos de consumo. Permite-se acompanhar e controlar o perfil de consumo dirio como tambm acompanhar o valor monetrio que pode ser economizado, em funo das mudanas de seus hbitos de consumo, simulando-se troca de equipamentos e ampliao de instalaes existentes.

    2.1 Arquitetura da Soluo

    Em resposta a dupla demanda operacional e de externalizao da informao para o cliente), foi desenvolvida uma plataforma de gesto que realiza a automao de medies remotas das residncias e as sub-medies (internas residncia). So integradas em uma estrutura dedicada de servidores e de conhecimento (centralizado para o processamento de medies). Resumidamente, este ambiente de integrao recebe as medies coletadas das sadas de pulsos dos medidores eletrnicos comerciais de energia e hidrmetros comerciais. As medies de consumo parcial dentro das residncias, so realizadas atravs de sub-medidores de gua e energia instalados em pontos de interesse. A estes dispositivos so acoplados recursos de comunicao para que as medies individuais sejam transmitidas, em perodos pr-configurados, at o centralizado para processamento. Esquematicamente a coleta de medies est fisicamente e funcionalmente estruturada em trs diferentes segmentos, a rede interna da residncia/escritrio, a rede de comunicaes, e a infra-estrutura de gesto e tratamento de dados, conforme ilustra a Figura 1:

    Infra-estrutura de Medio e Sub-medio: a infra-estrutura de medio e sub-medio compreende os medidores, submedidores e os elementos de rede necessrios para a organizao da coleta e transferncia de informaes at a rede de comunicaes.

    Rede de Comunicaes: O segmento da rede de telecomunicaes permite transportar as medies at a infra-estrutura dedicada de servidores e de conhecimento para processamento de medies e corresponde a uma conexo em banda larga, utilizada para o transporte das informaes das medies do condomnio at o sistema centralizado.

    Infra-estrutura de Gesto e tratamento de dados: A Infra-estrutura de Gesto e tratamento de dados corresponde fisicamente a servidores da web. Sua funo proporcionar uma base de dados para gerncia do conhecimento, construindo uma viso clara e objetiva dos elementos envolvidos, sejam estes consumidores, insumos ou recursos, criando uma perspectiva de compartilhamento e corresponsabilidade social pela eficincia energtica.

    FIGURA 1 Estrutura Geral da Plataforma

  • 4

    Dentro de cada UC foi concebida uma rede local, baseada na tecnologia ZigBee (4), composta de submedidores de energia e gua sensoriada em vrios pontos como chuveiro, ar condicionado, forno microondas, mquina de lavar, torneira de cozinha, torneira de mquina, vlvulas de descarga.

    Fisicamente, a infra-estrutura de medio e sub-medio consiste em dispositivos de medio e sub medio com

    recursos de comunicao bi-direcional agregados, permitindo a coleta, transferncia das informaes e controle.

    Assim, dentro de cada residncia instalada, uma rede local wireless, baseada na tecnologia ZigBee, acoplada

    aos sub medidores de energia e gua.

    Estas sub-medies, em conjunto com as medies fornecidas pelos medidores de energia eltrica e gua

    individual da residncia, so enviadas atravs de um dispositivo inteligente, at um servidor de informaes, onde

    sero processadas e tratadas.

    Constitui-se ento uma sub rede de comunicaes para esta coleta de dados com menor granularidade. Esta a

    viso da estrutura de medio necessria para o Brasil, que tem seu parque instalado baseado em medidores

    eletromecnicos e que est em uma fase se transio regulatria que dever evoluir o parque de 68 milhes de

    medidores para medidores eletrnicos em uma estrutura smart grid at 2020.

    Resume-se o composto em uma infra-estrutura inteligente de medies e gerncia de medies, representada pelos seguintes equipamentos:

    1. Submedidor de gua (SMA).

    2. Submedidor de energia (SME).

    3. Medidor de gua (entrada da UC).

    4. Medidor de energia (entrada da UC).

    5. Concentrador de medies da UC (concentrador instalado na UC, o qual concentra as medies realizadas pelos medidores e submedidores instalados internamente na residncia), inclui tambm o n gerncia da rede ZigBee.

    6. Customer Premises Equipment (CPE), funcionando como um modem PLC. Acoplado ao Concentrador de Medies da UC, para transmisso das medies da UC e acesso dos moradores da UC internet em banda larga.

    7. Concentrador de PLC (Master PLC) na entrada do condomnio (ambiente vertical), para integrao com o servio de acesso internet em banda larga disponvel naquela localidade.

    8. Roteador na entrada da UC.

    9. Microcomputador do cliente, para acesso aos relatrios individuais dirios do consumo de energia eltrica e hbitos de consume.

    10. Cabos Eltricos de baixa tenso.

    11. Rede 3G (Third Generation) de uma operadora com cobertura local.

    12. Equipamento modem 3G para comunicao com a rede de uma operadora, para integrao com o servio de acesso internet em banda larga disponvel naquela localidade.

    13. Sistema central de gesto - SGEE Sistema de Gesto de Eficincia Energtica.

    A Figura 2 representa a integrao de todos esses elementos, onde o nmero de cada item representa sua identificao conforme descrito anteriormente. No interior da UC, os pontos em cor vermelha, representam pontos de sub-medio de energia eltrica, enquanto que os pontos em cor azul representam pontos de submedio de gua. 2.2 Infra-Estrutura de Gesto e Tratamento de Dados

    A infraestrutura de Gesto foi concebida usando os conceitos prprios de um ambiente de Smart Grid, de

    interoperabilidade, integrao e segurana. Para suportar estes requisitos foram utilizados tcnicas de modelagem

    de aplicaes orientada a servios e negcios, resultantes de (5) e (6).

    O principio bsico da arquitetura adotado foi o de desacoplamento de funcionalidades para permitir uma maior

    escalabilidade, distribuio de funcionalidades, e neste caso necessrio uma arquitetura para troca de

    informaes desacoplada dos diferentes fornecedores de equipamentos de medio e/ou de IED (Intelligent

    Electronic Device) usados no sensoriamento da rede de energia eltrica.

    Essa Infra-estrutura foi estruturada de forma modular nos seguintes blocos funcionais:

  • 5

    Power Customer: correspondente a parte de inteligncia de negcios e controle de eficincia energtica.

    Trata e apresenta os dados de Eficincia Energtica e de Consumo de gua;

    Power Communications: Aplicativo de aquisio, transferncia e tratamento de informaes responsvel

    pelos servios de comunicao e troca de mensagens entre os dispositivos disponveis na soluo.

    Responsvel pelo domnio relacionado s funcionalidades de gerncia da infraestrutura de servios e

    medio avanada;

    Network Management: Aplicao de gerncia dos elementos de coleta de dados e seus parmetros, gesto

    dos concentradores de medies e elementos de rede envolvidos;

    Advanced Metering Management:Gesto da Interface de Comunicao com a Rede de Comunicaes.

    FIGURA 2 Esquemtico da infraestrutura de medio do projeto

    3.0 - UM PROCESSO ORGANIZADO

    Foi disponibilizado um framework de gesto da eficincia energtica e de consumo de gua, integrado a uma infraestrutura de medies automatizadas de energia eltrica e gua, para o tratamento das medies do consumo de cada UC. Para efeitos de demonstrao, dentro de cada UC foram escolhidos alguns pontos para realizar o detalhamento das sub-medies. No caso de energia eltrica, foram escolhidos: o chuveiro, mquina de lavar/tanque, geladeira, ferro de passar, televiso e microondas. No caso de sub-medio de gua: o chuveiro, mquina de lavar/tanque, pia da cozinha, descarga e pia do banheiro. Os recursos de comunicao de Sub-medio, baseados na tecnologia ZigBee, acoplados aos sub-medidores de gua e energia, foram desenvolvidos no contexto do projeto, assim como tambm, o Concentrador de Medies da UC. Um sistema de aplicao da eficincia energtica foi desenvolvido usando conceitos de Smart Grid e de evoluo da rede de distribuio de energia eltrica. 3.1 Controle dos Servios de eficincia energtica O objetivo da eficincia energtica criar uma perspectiva de uso consciente da energia por parte da concessionria e do cliente (7). Este um tema que tm grande interesse para as concessionrias brasileiras e precisa ser bem entendido e adotado pelos consumidores, numa mudana conjunta de compartilhamento e corresponsabilidade social pela eficincia energtica. Para atender as demandas destas duas partes foram definidos servios bsicos que atendem o ponto de vista concessionria e o ponto de vista dos consumidores. Para atendimento das necessidades das concessionrias, foram definidas inicialmente as seguintes funcionalidades: funes administrativas para controle dos servios de administrao de usurios, de UC, controle

  • 6 dos metadados, ocorrncias, faixas de consumo; Ranking de UC por consumo; Consumos totais; Consumos em horrios de pico; Percentual de consumo no total (medies e submedies; Indicadores de aumento/diminuio do nvel de consumo e Indicadores de oscilao do nvel de consumo (efeito ping-pong).

    Para atendimento das necessidades dos usurios foram definidas as funcionalidades: registros mensais de consumo; Armazenamento de imagens das instalaes do cliente; Perfil de consumo; Consumo dos ltimos 12 meses por medio e submedio; Comparativos ms a ms; Comparativos do ms com mdias; Percentual por submedies; Consumos mximos, mdios e mnimos; Comparativo de UC com faixas; Dicas de reduo de consumo baseada no desempenho; Projees de consumo no ms corrente e a projeo do gasto econmico decorrente; Metas de consumo e anlise posterior e Dicas gerais de economia de energia e gua (cartilhas).

    4.0 - RESULTADOS

    Os resultados esto sendo colhidos com a automao e monitorao dos dois campos de teste. Como exemplo, o campo de teste vertical apresentado na Figuras 3, integrado com uma estrutura dedicada de servidores e de conhecimento. Este ambiente de integrao recebe periodicamente as medies coletadas de gua e energia eltrica dos dois campos de teste.

    FIGURA 3 Campo de teste em um ambiente vertical (prdio do CDHU em SP)

    FIGURA 4 - Avaliao de consumo da UC

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    Os resultados obtidos com a construo das aplicaes e verificao das possibilidades de anlise, e com a monitorao dos dois campos de testes, so obtidos em um sistema, com uma tela apresentada na Figura 4, que retrata um tipo de relatrio acessado pelos consumidores para acompanhamento de seus hbitos de consumo, por exemplo, mostrando para o consumidor, no grfico superior esquerdo, o seu perfil de consumo mensal nos ltimos 12 meses, com o seu correspondente valor mensal em kWh. O cliente pode simular seu consumo, sendo convidado a validar os valores pagos por tempo de uso de cada equipamento em sua residncia.

    5.0 - CONCLUSES

    Um desenvolvimento sustentvel, num contexto de produtividade social e potencial excedente, para ampliar as fronteiras de desenvolvimento, carrega as contradies e a dinmica operacional de cada organizao social, sua tica, cultura e histria. A construo das liberdades individuais, polticas, econmicas e das oportunidades sociais dentro do contexto de relacionamentos e uso adequado do ambiente para a manuteno das diversidades o questionamento do progresso. No Brasil, a distribuio desigual da renda e do consumo, a migrao e urbanizao levam a questionamentos sobre o desenvolvimento sustentvel e as aes governamentais diretas sobre o investimento para a racionalizao do uso e qualidade da energia e da gua para a populao, principalmente de baixa renda. Neste contexto, tanto a educao como ferramentas devem demonstrar a eficincia individual frente ao coletivo e o uso de recursos finitos. A transparncia e a participao, individual e das comunidades, tambm devem ser consideradas. Projetos e programas pblicos e privados podem ser canalizadores deste movimento, permitindo e refazendo os questionamentos sobre o impacto desenvolvimentista e os compromissos individuais na conscincia do consumo (8). Neste espao operativo, a plataforma apresentada permite a gesto da eficincia energtica de forma sustentvel incentivando o exerccio da cidadania dos moradores atravs da racionalizao de recursos. A soluo foi introduzida para gerir os servios de acesso Internet em Banda Larga e telemedio de consumo de energia eltrica e abastecimento de gua. A aplicao da eficincia energtica foi desenvolvida usando conceitos de Smart Grid e de evoluo da rede de distribuio de energia eltrica, buscando aderncia as novas tendncias de gesto da prestao de servios de energia e possibilitando, inclusive, um campo fecundo de informaes para as concessionrias. A evoluo das redes, das concessionrias, dos consumidores, das regulamentao e do uso da energia e de gua precisam ser melhor articuladas. Esta ferramenta proporciona instrumentos iniciais para este momento. Foram utilizados neste projeto princpios dos novos paradigmas de inteligncia de redes de utilities, no caso especfico energia e gua, baseados no conceito Smart Grid. Esta inteligncia possvel quando considerados aspectos de sensoriamento e coleta de informaes de uma rede AMI (Advanced Metering Infrastructure). A amplificao do uso das informaes coletadas depende de uma estrutura tecnolgica adequada para suportar todo o seu volume, sua complexidade e correlao. Neste sentido foram feitos esforos em organizar a arquitetura da soluo e dividi-la em servios, tornando sua modelagem mais consistente, mais alinhada com as possibilidades de negcios das empresas, integrao com seus sistemas legados e outros nichos de inteligncia. A coleta peridica de informaes (da ordem de minutos) amplia os objetivos deste projeto. A utilizao das submedies e medies tm como objetivo dentro do cenrio de eficincia a conservao dos recursos pela disponibilizao de informaes que permitam a conscientizao no uso. Considerando a confiabilidade das medies, os usurios podem controlar o seu prprio consumo evitando desperdcios e acompanhando a possibilidade de uma reduo no valor mensal em reais em seu oramento, em decorrncia de uma reduo nas suas contas mensais de gua e energia, incentivando mudanas de hbitos de consumo, e o seu envolvimento e o exerccio da cidadania. Adicionalmente, espera-se ampliar e exercitar esta arquitetura, validada com a monitorao intensiva dos dois ambientes piloto, podendo ser replicada em campus universitrios e para controle setorial de conglomerados industriais. Tambm se espera disseminar a cultura, especialmente junto aos consumidores de baixa renda de sua importncia na cadeia de consumo, consolidando junto s concessionrias um o ambiente tecnolgico que amplie as possibilidades de atuao conjunta com seus consumidores dentro da rea de eficincia.

    6.0 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    (1) E. ALTVATER, Introduo: Porque o desenvolvimento contrrio ao meio ambiente. O Preo da Riqueza. So Paulo: UNESP, 1995: 11-41

  • 8

    (2) E. VIOLA, A Globalizao da Poltica Ambiental no Brasil, 1990-1998. XXI International Congress of the Latin American Studies Association, Panel ENV 24, Social and Environmental Change in the Brazilian Amazon; The Palmer House Hilton Hotel, Chicago, USA, 24-26, September, 1998

    (3) R. VILANI E C J S. MACHADO, Energia e Meio Ambiente no Programa de Acelerao do Crescimento

    (PAC): uma Anlise Crtica. IV Encontro Nacional da ANPPAS, GT: Energia e Ambiente, Braslia, DF, 4 -6 June, 2008

    (4) ZIGBEE ALLIANCE, ZigBee Smart Energy Profile Specification Document 075356r15 (2008).

    (5) DAVE CHAPPELL, Enterprise Service Bus. Editora OReilly, June 2004.

    (6) MICHAEL BELL. Service Oriented Modeling: Service Analysis, Design, and Architecture. Editora Wiley &

    Sons, 2008.

    (7) PANESI, ANDR R. QUINTEROS; Fundamentos da Eficincia Energtica; Editora Ensino Profissional ISBN-10: 8599823035 ISBN-13, 2006.

    (8) LIMA, C. A. FRES e SILVA, A. L. RODRIGUES, Um consumidor inteligente exige servios inteligentes, exige

    atendimento inteligente, decide uma rede inteligente, VI CIERTEC 2009 Belo Horizonte 10 p.

    7.0 - DADOS BIOGRFICOS

    - Nome: Carlos Alberto Fres Lima - Local e ano de nascimento: Paraispolis, MG, 1963 - Local e ano de graduao / ps-graduao: Campinas, 1985, Cincia da

    Computao - Unicamp / 1995 FEE Mestrado em Engenharia Eltrica Telecomunicaes Unicamp - Doutorando em Planejamento Energtico na UNICAMP ps-graduado em Administrao de Empresas 1996), MBA em Marketing (2003) pela FGV e Geoprocessamento pela Unicamp (2005). Atua profissionalmente como diretor de desenvolvimento de solues para gesto de conhecimento e negcios pela KNBS, coordenando projetos de pesquisa para o setor eltrico. reas de interesse: smart grid, gesto do conhecimento e relacionamento com o cliente.