artigo ipos - pós de fin e cont - murilo

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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – Campus – Goiânia DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA CURSO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA A ABERTURA DE CAPITAL NAS EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL ENTRE 2004 E 2008 E SEUS IMPACTOS NO VOLUME DE RECURSOS CAPTADOS, NA GERAÇÃO DE EMPREGOS E NA GOVERNANÇA CORPORATIVA. Murilo Egidio de Melo Goiânia 2011

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Page 1: Artigo IPOs - Pós de Fin e Cont - Murilo

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – Campus – Goiânia DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

CURSO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA

A ABERTURA DE CAPITAL NAS EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL ENTRE 2004 E 2008 E SEUS IMPACTOS NO VOLUME DE RECURSOS CAPTADOS, NA

GERAÇÃO DE EMPREGOS E NA GOVERNANÇA CORPORATIVA.

Murilo Egidio de Melo

Goiânia 2011

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MURILO EGÍDIO DE MELO

A ABERTURA DE CAPITAL NAS EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL ENTRE 2004 E 2008 E SEUS IMPACTOS NO VOLUME DE RECURSOS CAPTADOS, NA

GERAÇÃO DE EMPREGOS E NA GOVERNANÇA CORPORATIVA.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Gestão Financeira e Controladoria, da Universidade Salgado de Oliveira - Campus Goiânia, como exigência parcial para a obtenção do título de especialista em Gestão Financeira e Controladoria. Orientador: Prof. Esp. Marcus Antônio Teodoro Batista.

Goiânia

2011

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MURILO EGÍDIO DE MELO

A abertura de capital nas empresas de construção civil entre 2004 e 2008 e seus impactos no volume de recursos captados, na geração de empregos e

na governança corporativa.

Trabalho defendido no Curso de Gestão Financeira e Controladoria da Universidade

Salgado Oliveira – Campus Goiânia para a obtenção do título de especialista.

Banca Examinadora

________________________________________________

Prof. Mcs. Marcus Antônio Teodoro Batista. Economista, Especialista (FGV-RJ), MBA Finanças (UFRJ)

Ms. em Agrobusiness (UFG)

Data. _____ /_____ / 2011.

Conceito: _______________________

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A minha esposa.

Agradecimentos

Agradeço a todos os professores do curso que ao longo dessa trajetória muito me incentivaram e acreditaram em mim, em especial o Prof. Marcus Antônio.

Agradeço também a meus pais e irmãos que sempre foram para mim referencia de vida.

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Resumo O presente artigo trata da grande quantidade de abertura de capital na bolsa de valores brasileira durante o período de 2004 e 2008 no segmento da construção civil. Durante este período o Brasil obteve um aumento expressivo de investimentos nesta área. Uma das fontes de recurso de financiamento foi o estado brasileiro, onde o governo federal patrocinou grandes obras. A outra grande fonte foi os recursos captados na Bolsa de Valores pelas empresas que abriram o capital neste período. O presente artigo irá tratar das conseqüências deste movimento nos seguintes aspectos: geração de mais empregos; implantação de novos projetos e uma nova forma de administração, a governança corporativa. Palavras chaves: mercado de capitais; abertura de capital; construção civil; governança corporativa. Abstract This article deals with the large number of IPO in the Brazilian stock Exchange during the period 2004 and 2008 in civil construction segment. During this period, Brazil had a significant increase of investments in this area. One source of funding was the feature ofthe Brazilian state where the federal government sponsored major projects. The other major source was the proceeds in the stock market by companies that went public during this period. This articlewill deal with the consequences of this movement in the followingaspects: creation of more jobs, implementation of new projects and anew form of administration, corporate governance. Key Words: capital market; initial public offering; construction; corporate governance.

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Introdução

No período de 2004 e 2008 ocorreu maior quantidade de abertura de capital por

empresas brasileiras na Bolsa de Valores de São Paulo (BMF&BOVESPA), desde a sua

criação. A abertura de capital e o lançamento de ações nas bolsas de valores são conhecidos

em inglês como Initial Public Offering, ou simplesmente IPO. Este fenômeno fez com que o

número de empresas listadas na bolsa de valores brasileira aumentasse em 24% ao final do

período. O forte crescimento do número de empresas listadas em bolsa acabou sendo

interrompido pela crise do crédito imobiliário, na econômica americana, diminuindo

drasticamente o volume de dinheiro circulando no mundo e afetando vários países.

O aumento de empresas que possuem ações na BMF&BOVESPA foi importante

para o crescimento e desenvolvimento econômico do Brasil, pois as empresas nacionais

aproveitaram o bom momento no cenário mundial e nacional para buscar uma nova maneira

para captar recursos e fazer investimentos, e que, até o momento, era desconhecido pelos

empresários.

Adicionando a este cenário, constatou-se um considerável desenvolvimento

econômico brasileiro durante este período. Então mais pessoas passaram a investir em ações e

mais empresas se aventuraram nesta forma direta de buscar recursos direto com o investidor,

sem precisar recorrer a instituições financeiras e nem a fontes de financiamento

governamental.

Neste presente artigo será analisado o reflexo deste movimento nas empresas do

segmento da construção civil brasileiro que abriram o capital durante os anos de 2004 e 2008.

Será mostrado o impacto da abertura de capital na geração de novos empregos, na realização

de novos projetos e em uma nova gestão da empresas.

O artigo descreverá também a quantidade de projetos desenvolvidos a partir da

captação de recursos na bolsa de valores (aproximadamente 210 novos projetos

desenvolvidos), a quantidade de empregos gerados no segmento da construção civil brasileiro

e as mudanças que ocorreram na gestão das empresas.

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Desenvolvimento

Definições e conceitos

Segundo Fortuna (2005) a abertura de capital, com a negociação de ações em

bolsa de valores, somente pode ser realizado por empresas que cumprem uma série de

exigências e é composto por três etapas: Nomeação do Diretor de Relações com Investidores,

contratação de auditoria independente e apresentação à Comissão de Valores Mobiliários

(CVM) de uma extensa relação de documentos (que consta na Instrução 202, de 06/12/93 da

CVM e suas alterações).

A partir da observação destes três itens, pode-se perceber a necessidade de várias

alterações administrativa que uma organização deve proceder para viabilizar a abertura de seu

capital em uma bolsa de valores.

A nomeação do Diretor de Relações com Investidores (RI) é um fato dos fatos

mais importante no processo, pois ele será a pessoa responsável pela comunicação entre a

empresa e os acionistas e os demais interessados na empresa. Entre estes, destacam-se os

propensos novos investidores e a CVM, que é o órgão que vai fiscalizar todas as atividades da

empresa no que diz respeito ao mercado de capitais.

A auditoria independente, normalmente, é o passo mais demorado para a abertura

de capital de uma empresa. Isto ocorre, segundo Fortuna (2005), porque a companhia não esta

habituada a fornecer tais informações. O mesmo autor afirma ainda que tão logo seja tomada

a decisão de abertura de capital deve ser contratada uma empresa de auditoria independente.

Isto ocorre não somente por a empresa não ter os números contábeis em mãos, mas pela

própria cultura empresarial, de não divulgação das informações financeira.

Atualmente para a realização de um IPO no Brasil, a empresa deve cumprir os

normativos legais contidos na Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e suas alterações e na

Instrução 202, de 06 de dezembro de 1993, da CVM, com as suas alterações.

A Lei 11.638 é conhecida como a “Nova Lei das Sociedades Anônimas”, ou

simplesmente “Nova Lei das S/A’s” no Brasil. Nesta lei estão descritos o correto

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funcionamento de uma empresa que possui o capital dividido por ações, seja de capital aberto

ou fechado. Já a Instrução 202 tem como objetivo disciplinar a forma da abertura de capital de

uma S/A em bolsa de valores. Entre os vários objetivos das duas normas, destaca-se o de

proteger os interesses dos acionistas e do capital investido por eles nas empresas. Estas duas

normas são, portanto, as principais orientações que devem seguir uma empresa que deseja

abrir o capital no mercado acionário de negociação em bolsas.

Histórico

Um trecho da história do mercado de bolsa de valores é contado por TOLEDO

FILHO, em seu livro sobre o mercado de capitais brasileiro de 2006. O começo da negociação

de ações no Brasil ocorre na cidade do Rio de Janeiro, que na época era o Distrito Federal do

Brasil, sendo o seu pregão regulamento em 1877. Já em São Paulo a Bolsa de Valores surge

depois, somente em 1877.

Mas a primeira regulamentação federal somente ocorre na década de 1960:

Somente com Lei nº 4.595 sobre a Reforma Bancária, em 1964, e com a Lei nº 4.728 sobre o Mercado de Capitais, de 1965, foram regulamentadas, pelo governo federal, as bolsas de todo o país. No Diário Oficial de 3.11.1966 foi publicada a Resolução nº 39 do Banco Central do Brasil, que disciplinou a constituição, organização e funcionamento das bolsas. (TOLEDO FILHO, 2006)

Neste período é que passam a existir leis específicas, claras e impulsionadoras do

mercado de capitais no Brasil. Apesar de vários anos e algumas tentativas de fazer o mercado

de capitais alavancar, somente em meados da primeira década dos anos 2000 é que acontece

um expressivo crescimento da quantidade de empresas que buscam a abertura de capital

como meio de financiamento e crescimento de suas operações. Neste período ocorre um

incremento de 24% do número de empresas com ações negociadas na principal bolsa de

valores do Brasil.

Hoje existem no Brasil 465 companhias com ações negociadas na Bolsa de

Valores de São Paulo (dados de dezembro de 2011 da Bovespa). O valor de mercado destas

empresas, com cotação de dezembro de 2011 é de R$ 2,48 trilhões. Todos este números

colocam a BM&FBovespa como a 11ª maior bolsa de valores do mundo em capitalização de

mercado, com dados de dezembro de 2011. Ou seja, a soma dos valores de mercados de todas

as empresas listadas na BM&FBovespa, representa o 11º maior grupo de empresas do mundo

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reunidos em uma bolsa de valores. Tal posição mostra a grandeza e importância alcançada

pelo mercado de capitais do Brasil

Para que o Brasil e o mercado de capitais nacional chegassem ao atual patamar foi

importante uma nova forma de administração empresarial: a governança corporativa. Este

novo paradigma da forma de condução das organizações que possibilitou e colaborou com o

crescimento do mercado de ações será tratado em seguida.

Governança Corporativa

Um importante passo para o desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil foi

a divulgação e busca da Governança Corporativa. Para uma melhor definição do tema, o

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) a define como:

Um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade. (IBGC, 2011).

Este instituto, IBGC, foi idealizado ainda em 1994, pelo administrador de

empresas Bengt Hallqvist e o professor e consultor João Bosco Lodi, que vislumbraram a

necessidade de criação de um organismo destinado a colaborar com a qualidade da alta gestão

das organizações brasileiras.

É criado então o Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA),

que em 1999 passa a se denominar IBGC. Hoje o seu propósito é:

Ser referência em governança corporativa, contribuindo para o desempenho sustentável das organizações e influenciando os agentes de nossa sociedade no sentido de maior transparência, justiça e responsabilidade. (IBGC, 2011)

O próprio IBGC destaca a preocupação da Governança Corporativa: “criar um

conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de

assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos

acionistas” (IBGC, 2011).

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Como o próprio site do IBGC destaca, a Governança Corporativa surgiu para

superar o “conflito de agência”, decorrente da separação entre propriedade e gestão

empresarial. Ou seja, o proprietário (acionista) delega poderes a um administrador (executivo)

para tomar decisões sobre a organização. Acontece que os interesses do gestor nem sempre

estarão alinhados com os do proprietário, gerando então, o conflito de agência. Para

minimizar e até eliminar tais problemas, é que se faz presente a Governança Corporativa e

todas as suas práticas e orientações.

Não somente o surgimento deste importante instituto colabora para o

aperfeiçoamento do mercado de capitais brasileiro, mas também uma série de outras

novidades como destaca Marques, Antunes e Curcio (2006):

(...) alterações promovidas na Lei de Mercado de Capitais e na Lei das Sociedades por Ações, (...), a unificação das bolsas de valores, que resultou na centralização da negociação de títulos privados na BOVESPA e de títulos públicos na BVRJ, a criação do Novo Mercado e dos níveis de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa e mais recentemente as propostas do governo de desoneração de tributos para investimentos em Bolsa e a isenção do IR para investidores estrangeiros. (MARQUES, ANTUNES E CURCIO, 2006)

Dentre todas estas novidades na legislação e no mercado de capitais como um

todo, destaca-se a criação do Novo Mercado, segmento especial de listagem da

BM&FBOVESPA. Em um livro publicado pelo Banco Mundial tem-se o motivo da criação

desta nova listagem:

A premissa básica que norteou a criação, em dezembro de 2000, do Novo Mercado, segmento especial de listagem da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) destinado a empresas que se comprometem com a adoção de padrões elevados de governança corporativa, foi de que a redução da percepção de risco por parte dos investidores influenciaria positivamente a valorização e a liquidez das ações. (SANTANA, 2008).

A implantação efetiva do Novo Mercado ocorreu com a criação de três segmentos

de Governança Corporativa, que são eles, segundo Fortuna (2005):

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Novo Mercado: Ter somente ações ON. - Proibição de emissão de ações preferenciais e; - Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos acionistas controladores. - Além das exigências para se ter o Nível 2 e 1. Nível 2: Requisitos Societários. - Ter um mandato unificado de um ano para todo o Conselho de Administração; - Disponibilizar balanço anual, de acordo com regras contábeis internacionais e; - Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos acionistas controladores quando da venda do controle da companhia e de 70% desse valor para os detentores de ações preferenciais – regra de tag along. - Além das exigências para se ter o Nível 1. Nível 1: Requisitos de Transparência. - Comprometer-se em até três anos atingir uma parcela mínima de 25% de ações do capital em circulação no mercado – free float: - Utilizar mecanismos de oferta pública de ações que permitam a pulverizações de seu capital; - Divulgar informações trimestrais de forma clara e detalhada inclusive sobre o fluxo de caixa; - Divulgar mensalmente qualquer informação que envolva operações com ativos da empresa e; - Proibição de emissão de partes beneficiárias e inexistência desses títulos em circulação.

Apesar de ter sido criado em Dezembro de 2000 o Novo Mercado demorou a ser

aceito pelas companhias brasileiras. Para uma maior aceitação desta nova realidade foi

importante o empenho de diversos organismos e entidades: CVM, Secretária de Previdência

Complementar e BNDES, por parte do governo, Banco Mundial, que divulgou em todo o

mundo a existência deste novo segmento de listagem na bolsa de valores do Brasil e um

agente privado, de extrema relevância para o mercado, e que se empenhou neste processo:

Associação Nacional de Bancos de Investimentos (ANBID).

Hoje pode-se dizer que a listagem diferenciada na BM&FBOVESPA é uma

realidade sem volta, debatendo-se atualmente mudanças nas regras para que os diversos níveis

se tornem mais exigentes.

E para uma maior apresentação destas novas listagens de ações foram

desenvolvidos índices de ações específicos que, entre eles, se destacam, segundo o site

Revista Investe Mais:

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Tabela 02: Índice de Ações da BM&FBOVESPA. Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada – IGC Calcula o desempenho de uma carteira composta de ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa. Tais companhias devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da Bovespa. Principais ativos: VALE5, ITAU4, VALE3, BBDC4 e BVMF3. Índice de Ações com Tag Along Diferenciado – ITAG Mede o desempenho de uma carteira composta de ações de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários, no caso de alienação do controle. Composto de ações para as quais a organização concede tag along superior em relação à legislação aplicável de 80%.

Principais ativos: ITAU4, BBDC4, ITSA4, BVMF3 e BBDC3. Fonte: Site Revista Investe Mais <http://www.revistainvestmais.com.br/index.php>.

Foram estes algumas das mudanças ocorridas no mercado de capitais brasileiro

que possibilitaram a ocorrência dos vários IPOs nos anos de 2004 e 2008. Se estas mudanças

não foram as responsáveis, podemos afirmar que fomentaram, ou seja, permitiram que as

portas pudessem ser abertas para que novos participantes, desde pequenos investidores a

grande quantidades de capital estrangeiro se sentissem seguros em aplicar em companhias

brasileiras.

Desenvolvimento x Crescimento Econômico

A abertura de capitais, durante estes cinco anos fez surgir “uma nova geração de

empresários que buscaram no mercado de capitais o combustível para crescer – e, com isso,

enriquecer quem investia com eles.” (Revista EXAME, Ed. 985, pág. 26). Destacamos, entre

estes “novos” empresários, João Alves de Queiroz Filho, da Hypermarcas, Eike Batista, do

grupo EBX e Edson Bueno, do grupo Amil. Estas empresas com capital aberto, dinheiro em

caixa e novas prática de gestão estão se tornando a nova face do capitalismo brasileiro.

Destacamos ainda na reportagem da Revista EXAME, assinada por Tiago

Lethbridge:

Um mercado de capitais sólido é um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico. Para empresas que aproveitam a oportunidade direito – e não como mera chance de pegar o embalo e embolsar um dinheiro -, ir à bolsa pode significar uma oportunidade única de se fortalecer. (Revista EXAME, 2011).

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Podemos encontrar uma afirmação muito parecida no livro Mercado de Capitais -

A saída para o Crescimento, onde se encontra todos os painéis e debates tratados no XVII

Congresso da Abamec (Associação Brasileira dos Analistas de Mercados de Capitais)

realizado em Abril de 2002, na cidade de Porto Alegre:

A história mostra: existe uma relação direta entre desenvolvimento financeiro e crescimento econômico. O professor Antonio Gledson de Carvalho mostrou que há tempos foi verificada a relação entre crescimento do PIB e desempenho do mercado financeiro. (modificado) O crescimento econômico depende de dois fatores principais: taxa de investimento (em que ele inclui capital físico e capital humano) e aumento da produtividade, que vem com avanço tecnológico e a adoção de tecnologias e escalas eficientes. O mercado de capitais foi destacado como um dos principais indutores do crescimento: ‘Esse mercado dá liquidez para investimentos de longo prazo, estimula empreendedores e disciplina a administração das empresas’. A disciplina vem porque as evidências ficam bem claras: o mau investimento mostra-se no mercado com as baixas cotações.” (XVII Congresso da Abamec).

Nesta apresentação do professor Carvalho, da Universidade de São Paulo, pode-se

constatar novamente a importância do mercado de capitais como um indutor do crescimento

de um país. Limitação do estoque total de crédito e uma baixa poupança interna, aliado a altas

taxas de juros e excessivos gastos governamentais fazem com que a abertura de capital em

bolsa de valores acabe por se tornar a melhor saída para a capitação de recursos para as

empresas. E, em particular no Brasil, é a única saída para que aconteça um crescimento

sustentável.

Construção Civil

Um dos mais importantes setores da economia brasileira é a construção civil. De

acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2009, a cadeia produtiva da

construção – incluindo materiais de construção, serviços, máquinas e equipamentos, entre

outros – somou, em números absolutos, um valor agregado de R$ 224 bilhões, ou 8,3% do

PIB brasileiro. E o volume de empregados chegou a mais de 10 milhões de trabalhadores,

representando mais de 10% da mão de obra no Brasil.

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A Revista Valor Setorial: Construção Civil ainda destaca que somente o segmento

da construção civil é responsável por R$ 137,4 bilhões do PIB e por 6.942.644 de pessoas

ocupadas.

É claro que este ótimo momento da construção civil, que não foi visto nas últimas

décadas possui vários motivos. Segundo a Revista Valor deve-se destacar:

Aumento do crédito, incluindo o apoio dos bancos públicos ao setor produtivo no momento mais agudo da crise, queda das taxas de juros, obras públicas – aí consideradas as de infraestrutura dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) -, habitação, com o programa Minha Casa, Minha Vida, e a redução de impostos. (Revista Valor Setorial, Novembro 2010).

Mas também deve se dar um destaque aos IPOs que aconteceram entre os anos de

2004 e 2008. Eduardo Zaidan, diretor de economia do Sindicato da Construção Civil de São

Paulo, diz que “Muitos dos prédios que estão sendo entregues hoje foram viabilizados com os

recursos dos IPOs feitos há alguns anos”. A Revista Valor ainda cita:

O bom momento do setor registrado desde 2005 – interrompido com crise de 2008, já superada – levou e tem levado várias empresas do ramo imobiliário a buscar capitalização via bolsa de valores, como Rossi, Cyrela Brazil Realty, Gafisa, entre outras. Emissão de debêntures também tem sido uma alternativa. (Revista Valor Setorial, Novembro 2010).

Para uma análise deste período, de 2004 a 2008, dos vários IPOs, foi escolhido o

segmento da construção civil. As empresas que fazem parte deste estudo são as seguintes:

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Tabela 03: Relação de empresas do segmento da construção civil, que realizaram IPOs no Brasil entre 2004 e 2008.

Nome da

Companhia Segmento

de Listagem Código Pregão Diretor de RI Email do RI E-mail

enviado

1 ABYARA NM - Álvaro Soares [email protected] Ok

2 AGRA INCORP NM 3 BRASCAN RES NM BISA3 Alexandre Dinkelmann [email protected] Ok

4 CC DES IMOB NM CCIM3 Ian Monteiro de Andrade [email protected] Ok

5 CIMOB PART - GAFP3 Claudio Abel Ribeiro [email protected] Ok

6 CONST A LIND - CALI3

Ok

7 CR2 NM CRDE3 Rogério Furtado [email protected] Ok

8 CYRELA REALT NM CYRE3

[email protected] Ok

9 EVEN NM EVEN3 Dany Muszkat [email protected] OK

10 EZTEC NM EZTC3 Antônio Emílio C Fugazza [email protected] OK

11 GAFISA NM GFSA3

[email protected] Ok

12 HELBOR NM HBOR3 Roberval Lanera Toffoli [email protected] Ok

13 INPAR S/A NM INPR3 14 JHSF PART NM JHSF3 Eduardo Silveira Camara [email protected] Ok

15 JOAO FORTES - JFEN3 Francisco de A e Silva [email protected] Ok

16 KLABINSEGALL NM 17 MRV NM MRVE3

18 PDG REALT NM PDGR3

Ok

19 RODOBENS NM RDNI3 Luciano Guagliardi [email protected] Ok

20 ROSSI RESID NM RSID3

[email protected] Ok

21 SERGEN - SGEN4 Antonio de P C T Pais [email protected] Ok

22 TECNISA NM TCSA3 Thomas Brull [email protected] Ok

23 TENDA NM -

[email protected] Ok

24 TRISUL NM TRIS3 Marco Antonio Mattar [email protected] Ok

25 Brookfield NM BISA3 Alexandre Dinkelmann [email protected] Ok Fonte: Site da BM&FBOVESPA e das companhias citadas. Dados compilados pelo autor.

Estas empresas captaram na Bolsa de Valores de São Paulo mais de R$ 10,23

bilhões, em levantamento realizado no site da BM&FBOVESPA e tabulados pelo autor.

Segundo a mesma fonte aproximadamente 75% dos recursos foram de investidores

estrangeiros. E a participação de investidores de varejo (pessoas físicas e clubes de

investimentos) totalizou 145.259, representando a entrada de uma grande quantidade de novos

investidores no mercado de capitais no Brasil.

Este segmento de empresas listadas na Bovespa é responsável por parte do

crescimento e do desenvolvimento econômico do Brasil na atualidade. Foi realizada uma

pesquisa com as 25 empresas, enviando um e-mail para o departamento de Relações com

Investidores com os seguintes questionamentos:

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Tabela 01: Questionário realizado por e-mail das empresas do Segmento da Construção Civil, que abriram o capital de 2004 a 2008. 1 – A abertura de capital possibilitou a abertura de mais empregos? Quantos seriam estes novos postos de trabalho?

2 – A abertura de capital possibilitou a captação de recursos “novos” para a realização de novos projetos, plantas, ampliação da capacidade da empresa? Quais seriam estes projetos e quantos?

3 – Na questão estrutural e organizacional da empresa: quais os impactos da abertura de capital na gestão da empresa? Mais especificamente gostaria de saber o que mudou na gestão da empresa, após o IPOs, em relação a governança corporativa.

Também foram coletados dados nos sites e nos relatórios financeiros das

companhias. Nem todas as empresas responderam o e-mail. Por isto, foram consideradas na

pesquisas apenas as empresas que responderam o e-mail e as empresas onde foi possível a

obtenção de dados diretamente nos sites e nos documentos financeiros das mesmas.

Dados coletados

Quantidade de empregos gerados pelos IPOs

Em relação à primeira questão, o objetivo inicial era investigar a quantidade de

empregos gerados por estas empresas após a abertura de capital. Em recente pesquisa da

FGV, temos que atualmente o segmento da construção civil representa um importante

empregador privado, sendo responsável por aproximadamente 10% da população com

trabalho (com e sem carteira assinada) no Brasil.

No gráfico abaixo é apresentado a evolução da quantidade de empregos no

segmento da construção civil no Brasil de 2005 até 2009. Justamente durante os vários IPOs

lançados e após, verifica-se a evolução da quantidade de pessoas empregadas.

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Gráfico 01: Quantidade de pessoas ocupadas no setor da construção civil no Brasil. (em milhões de pessoas).

Fonte: FGV e Revista Valor Setorial, Novembro 2010.

Na pesquisa realizada nas empresas escolhidas, foram obtidos poucos dados

efetivos. As empresas alegaram que não possuíam os números referentes à quantidade de

empregos gerados em virtude da abertura de capital das empresas. Na tabela abaixa são

apresentados os dados obtidos:

Tabela 02: Quantidade de empregos gerados pelas empresas da construção civil que abriram o capital entre 2004 - 2008. Nome da Companhia Código Pregão Ante do IPO Depois do IPO

3 BRASCAN RES BISA3 415 465

4 CC DES IMOB CCIM3 44 240

26 Brasil Brokers BBRK3 3061 3516

Total de empregos. 3105 4221 Fonte: BM&FBOVESPA e sites das companhias citadas. Dados compilados pelo autor.

Da análise dos dados, com apenas três empresas, percebe-se um aumento da

quantidade de pessoas empregadas de 35%, no período. O número é expressivo, maior do que

a média do segmento da construção civil, segundo a FGV, que foi de 18,6%. Mas o número

encontrado é compatível com a vigor das empresas que abriram o capital, pois as mesmas

captam mais de R$ 10 Bilhões.

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Quantidade de novos projetos após a abertura de capital

A segunda questão foi respondida, em grande parte, a partir de informações

obtidas nos relatórios financeiros das empresas. Abaixo apresentamos a tabela obtida:

Tabela 02: Projetos desenvolvidos pelas empresas da construção civil que abriram o capital entre 2004 - 2008. Nome da

Companhia Código Pregão Projetos desenvolvidos

3 BRASCAN RES BISA3

A dívida em 31 de dezembro de 2006 totalizou R$465,5 milhões, uma queda de 50,1% sobre os R$932,0 milhões em 31/12/2005. 11 novos lançamentos.

4 CC DES IMOB CCIM3 Aquisição de 11 terrenos.

7 CR2 CRDE3

Novos empreendimentos: residenciais, comerciais e shoppings centes.

8 CYRELA REALT CYRE3 16 novos lançamentos, 24 novos terrenos.

9 EVEN EVEN3

Aquisição de terrenos, parceria com empresa InMax, 5 novos empreendimentos, potencial de 66 lançamentos para os próximos 30 meses.

10 EZTEC EZTC3 5 empreendimentos lançados.

11 GAFISA GFSA3 Novos lançamentos, aumento nas vendas.

19 RODOBENS RDNI3

Aumento em 10% no número de empreendimentos lançados. Aquisição de novos terrenos, incorporação de novos empreendimentos, financiamento de novos clientes, reforço do capital de giro.

20 ROSSI RESID RSID3 16 empreendimentos.

22 TECNISA TCSA3 9 parcerias, 5 empreendimentos, 16 novos terrenos

24 TRISUL TRIS3 11 empreendimentos

26 Brasil Brokers BBRK3

Aquisição de 16 empresas. Aquisição de novas empresas operacionais.

Fonte: BM&FBOVESPA e sites das companhias citadas. Dados compilados pelo autor.

Com estes dados percebe-se que as empresas tiveram vários projetos para executarem.

Isso é um claro reflexo do grande volume de recursos captados em bolsa de valores. No

gráfico abaixo se tem a tabulação dos dados encontrados:

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Gráfico 02: Destinação dos recursos captados pelas empresas do Segmento da construção civil que abriram o capital entre 2004 e 2008. (por quantidade de projetos desenvolvidos).

Fonte: E-mails recebidos das empresas e dados coletados nos relatórios financeiros das companhias pesquisadas. Tabulação realizada pelo autor.

Merecem destaque três elementos: a quantidade lançamentos em andamento, a

quantidade de novos possíveis lançamentos nos próximos anos e a quantidade de terrenos

adquiridos, também conhecido como estoque de matéria primas para as construtoras. Ao todo

foram tabulados 210 projetos diferentes realizados com os recursos captados. Tendo em vista

que foram coletados dados de apenas 48% das empresas pesquisadas pode-se supor que a

quantidade de projetos desenvolvidos deve alcançar aproximadamente o dobro deste valor.

Mudanças na administração da empresas após o IPO.

Já a terceira questão obteve várias respostas diferentes, mas a totalidade

apresentou e afirmou que houve grandes mudanças dentro da empresa. Destaque para a

criação de órgãos de controle, divulgação de informação em sites, jornais e atendimento ao

investidor, uma administração mais profissional e menos familiar (em alguns casos). Várias

empresas disseram que esta mudança na forma de administrar possibilitou que a empresa

aumentasse o capital social e também o lucro.

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Das companhias pesquisas 84% delas aderiram ao Novo Mercado, o mais alto

nível de governança corporativa da BM&FBOVESPA. Esta grande adesão de novas empresas

reflete em parte a maturidade do mercado de capitais brasileiro. De um lado tem as novas

empresas e administradores com uma nova forma de administrar e do outro lado tem-se os

investidores institucionais, pessoas físicas e estrangeiras exigindo boas práticas de governança

e ótimos retornos financeiros para seus investimentos.

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Conclusão

Com este estudo percebeu-se o impacto da abertura de capital das empresas do

segmento da construção civil no Brasil. Contribuindo também o bom momento no cenário

mundial e o forte incentivo governamental brasileiro, o setor da construção civil soube

aproveitar o bom momento e captar dinheiro para crescer mais.

Sobre os incentivos governamentais brasileiros deve-se destacar a retomada por

parte do governo federal de obras de engenharia na área de infra-estrutura e energia

(hidroelétricas, refinarias, portos, aeroportos, mobilidade urbana, entre outras). Outro

programa importante do governo federal foi o “Minha Casa, Minha Vida”, onde as

construtoras e a população de mais baixa renda receberam expressivo incentivo do governo

para facilitar a aquisição da casa própria.

Durante todo este período e após, não se pode deixar de destacar o extraordinário

crescimento do crédito no Brasil. Dados no Banco Central do Brasil indicam que nos últimos

anos o volume de recursos emprestados mais do que dobrou em sua relação com o PIB

brasileiro. E as construtoras se beneficiaram desta situação. Sejam seus clientes que passaram

a ter mais crédito para o consumo, seja elas mesmas, que tiveram maiores acesso a fontes de

financiamento de seus empreendimentos.

Como resultado, a pesquisa mostrou que houve um grande aumento na quantidade

pessoas trabalhando na construção civil no Brasil nos últimos anos. Constatou-se também que

as empresas que captaram recursos com o lançamento de ações puderam realizar uma grande

quantidade de projetos (240 projetos desenvolvidos pelas empresas pesquisadas). E o trabalho

mostrou também que a grande maioria das empresas (84%) está atuando no mais alto nível de

governança corporativa da BM&FBOVESPA, o Novo Mercado, onde estão listadas as

empresas que procuram seguir padrões mais altos de governança.

Ao final do período analisado, entre 2004 e 2008, é perceptível que as empresas

da construção civil que abriram o capital na bolsa de valores aproveitaram uma grande

oportunidade de se fortaleceram. Assim aumentaram a musculatura para enfrentar um

mercado cada vez mais aquecido e competitivo no Brasil.

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Bibliografia:

TOLEDO FILHO, Jorge Ribeiro de. Mercado de capitais brasileiro: uma introdução. São Paulo: Thomson Learning, 2006.

ANDREZO, Andrea F. e LIMA, Iran Siqueira. Mercado Financeiro: aspectos conceituais e históricos. São Paulo: Atlas, 2007.

Revista EXAME Ed. 985

Revista EXAME Ed. 988

Revista Valor Setorial: Construção Civil. Novembro de 2010. São Paulo.

Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços, 16 ed. Qualimark.

MARQUES, Fábio Werneck; ANTUNES, Maria Cristina Calissi; CURCIO, Rubens César. O Banco do Brasil no mercado de capitais: como ocupar um lugar de destaque? Brasília: Universidade Corporativa do Banco do Brasil, 2006.

Internet:

<http://www.revistainvestmais.com.br/comofunciona/505-Indices+de+acoes.html> Revista investe Mais, consultado em 25/04/2011. <http://portaldoinvestimento.terra.com.br/blog/conheca-os-principais-indices-de-acoes-presentes-na-nossa-bolsa-de-valores-67> Portal do investimento, visualizado em 15/03/2011.

http://www.ibgc.org.br/Secao.aspx?CodSecao=18, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), visualizado em 20/04/2011.

SANTANA, Maria Helena. O Novo Mercado por Maria Helena Santana. BM&FBOVESPA 2008. Uma publicação do The Word Bank Group. * Capítulo integrante de Focus 5. Novo Mercado and its Followers: Case Studies in Corporate Governance Reform

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Anexo 01:

Tabela 04: Recursos captados pelas Companhias da Construção Civil, nas aberturas de capital, durante o período de 2004 e 2008.

Nome da Companhia Código Pregão Volume R$ milhões Situação da empresa

1 ABYARA - R$ 164,00 Comprada pela Brasil Brokers

2 AGRA INCORP - R$ 786,00 Comprada Pela PDG

3 BRASCAN RES BISA3 R$ 1.188,00 Comprada pela Brookfield

4 CC DES IMOB CCIM3 R$ 522,00

5 CIMOB PART GAFP3 Incorporada pele Even

6 CONST A LIND CALI3

7 CR2 CRDE3 R$ 308,00

8 CYRELA REALT CYRE3

9 EVEN EVEN3 R$ 460,00

10 EZTEC EZTC3 R$ 542,00

11 GAFISA GFSA3 R$ 927,00

12 HELBOR HBOR3 R$ 252,00

13 INPAR S/A INPR3 R$ 756,00

14 JHSF PART JHSF3 R$ 432,00

15 JOAO FORTES JFEN3

16 KLABINSEGALL R$ 527,00

17 MRV MRVE3 R$ 1.193,00

18 PDG REALT PDGR3 Adquiriu Goldfarb, a CHL e a Agre

19 RODOBENS RDNI3 R$ 449,00

20 ROSSI RESID RSID3

21 SERGEN SGEN4

22 TECNISA TCSA3 R$ 791,00

23 TENDA - R$ 603,00

24 TRISUL TRIS3 R$ 330,00

25 Brookfield BISA3 Total captado nos IPOs R$ 10.230,00

Fonte: BM&FBOVESPA e sites das companhais citadas. Dados compilados pelo autor.

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Anexo 02:

Exemplo de e-mail recebido:

RES: Perguntas para o RI

Caro Murilo,

Seguem abaixo suas respostas, espero ter contribuído:

1 – A abertura de capital possibilitou a abertura de mais empregos? Quantos seriam estes novos postos de trabalho?

A Abertura de capital se deu pela necessidade de recursos para expansão da companhia, desta forma a Cia. cresceu. Ao final de 2006, antes de abrirmos o capital, tínhamos 44 funcionários, abrimos o capital no final de janeiro de 2007, ano que encerramos com 191 profissionais, e em 2010, encerramos o ano com 240 profissionais.

2 – A abertura de capital possibilitou a captação de recursos “novos” para a realização de novos projetos, plantas, ampliação da capacidade da empresa? Quais seriam este projetos e quantos?

A abertura de capital foi essencial para aquisições de novos terrenos para que pudéssemos incrementar nosso banco de terrenos, efetuar novos lançamentos e estruturar nosso escritórios nas regionais. De lá até aqui a Cia. já lançou 4,3 bi em Valor geral de vendas. Sem contar a aquisição de nossa subsidiária HM Engenharia, especializada em empreendimentos de Baixa renda.

3 – Na questão estrutural e organizacional da empresa: quais os impactos da abertura de capital na gestão da empresa? Mais especificamente gostaria de saber o que mudou na gestão da empresa, após o IPOs, em relação a governança corporativa.

Ao abrirmos o capital, foi necessária a criação da área que vos fala, Relações com investidores. A Cia. passou a ter que ser pautada pelas diretrizes que regem seu segmento de listagem na Bolsa, o Novo mercado.

Obrigado. Gabriel De Gaetano Relações com Investidores

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