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mortes em todo o mundo. No Brasil,são cerca de 400 mil vítimas fatais anual-mente, uma das principais causas de mor-talidade da população. Grande parte é vi-timada pela parada súbita do coração,quando a pessoa está caminhando nasruas, falando ao telefone, assistindo à te-levisão ou simplesmente trabalhando esubitamente colapsa. Especialistas de-fendem que a vida de parte destas víti-mas poderia ser salva com procedimen-tos de RCP (Ressuscitação Cardiopulmo-nar) e o uso do desfibrilador, equipamen-to capaz de reverter a parada cardíaca.

Para popularizar os procedimentos efazer de um cidadão comum um socor-rista em potencial, as diretrizes de RCPdo ILCOR (International Liaison Com-mittee On Resuscitation - Aliança In-ternacional dos Comitês de Ressuscita-ção) estão cada vez mais simplificadaspara os leigos. Já para os profissionaisda saúde, há uma riqueza de detalhes querequer atenção, maior exigência técni-ca, incremento no ensino e reforço so-bre o trabalho em equipe. O ILCORreúne entidades de cardiologia, como oCNR (Conselho Nacional de Ressuscita-ção), do Brasil, e a AHA (AmericanHeart Association), dos Estados Unidos,líder mundial e principal referência nosegmento.

Recomendadas a partir de um consen-so médico-científico sobre as manobrase técnicas mais apropriadas para a res-suscitação, desde 2000 as diretrizes sãopublicadas em âmbito internacional epermitem melhorar as chances de so-brevivência das vítimas de parada súbi-ta do coração.

“As diretrizes têm sido extremamenteimportantes para homogeneizar univer-salmente os conceitos em Suporte Bási-co e Suporte Avançado de Vida para que,com isso, se consiga simplificar o aten-dimento de emergência, tanto para o

om cerca de 17 milhões de óbi-tos/ano, as doenças cardiovas-culares causam um terço dasC

Reportagem de Rafael Geyger

Diretrizes de RCP aumentam os requisitos deespecialização para profissionais de saúde esimplificam o ensino para os leigos atenderemvítimas de parada cardíaca

leigo quanto para o profissional de saú-de”, define o médico Sergio Timerman,doutor em Cardiologia, membro doILCOR e da AHA, diretor-científico daFundação Interamericana do Coração ediretor do LTSEC-INCOR (Laborató-rio de Treinamento e Simulação em E-mergência Cardiovascular do Institutodo Coração).

As atuais diretrizes são de 2005, base-adas em ampla revisão da literatura jápublicada sobre ressuscitação. Sua efi-cácia está amparada no conceito da “cor-rente da sobrevivência” - os elos que me-lhoram o atendimento às vítimas de pa-rada cardíaca: reconhecer e acionar o ser-viço de emergência, RCP imediata, desfi-brilação imediata e Suporte Avançadode Vida imediato.

Vêm dos Estados Unidos, País ondepadrões de desempenho em RCP sãoalvo de consensos científicos há mais de30 anos, alguns números que atestam aeficiência das diretrizes, conforme revelao paramédico brasileiro Sergio Jatobá,instrutor de ACLS (Advanced CardiologicLife Support - Suporte Avançado de Vidaem Cardiologia) e membro do Grupode Operações Especiais da Palm BeachCounty Fire Rescue, na Flórida.

Estudo realizado pelo médico Tom P.Aufderheide, diretor do Centro de Pes-quisas em Ressuscitação do Departa-mento de Medicina de Emergência daUniversidade de Wisconsin, apontouque, em sete cidades norte-americanas,o número de ressuscitações de sucessodobrou após as diretrizes de 2005, sal-tando de 7,9% para 15,7%. Outra pes-quisa, liderada pelo médico Thomas Rea,professor de Medicina da Universidadede Washington, em Seattle, concluiu queo tempo médio para o início da RCPcaiu de 28 para apenas 7 segundos, numacomparação entre as diretrizes de 2000e de 2005.

No entanto, as diretrizes não são de-finitivas e estão sempre em evolução emface das novas tecnologias e técnicaspara RCP. Ou seja, como se tratam derecomendações, as diretrizes que até

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bem pouco tempo estavam vigentes,hoje já não são mais adotadas. Da mes-ma forma, as atuais práticas podem cairem desuso assim que novas recomen-dações venham a ser publicadas.

“Para seguirmos algum consenso, énecessário bom senso do profissional,pois os trabalhos científicos, muitas ve-zes, não se adaptam à realidade indivi-dual de cada paciente e a diretriz nosorienta no caminho a seguir”, afirma omédico e doutor em Cardiologia, Ma-noel Fernandes Canesin, diretor do Cen-tro de Treinamento em Emergências daUEL (Universidade Estadual de Londri-na), coordenador do Grupo de Estudosem Ressuscitação e Emergência Car-diovascular da SBC (Sociedade Brasilei-ra de Cardiologia) e consultor técnicodo Ministério da Saúde.

SÓ-COMPRESSÕESProva disto é que, embora a revisão

para as novas diretrizes esteja previstapara outubro de 2010, uma mudançaimportante já foi adotada pelas institui-ções neste ano. Em 29 de março, a AHAapresentou ao mundo, através de umparecer consultivo, a divisão das técni-cas de RCP em duas metodologias: RCPConvencional e RCP Só-compressões.A novidade está nesta última, que per-mite ao socorrista leigo optar por apli-car compressões torácicas fortes e rápi-das, minimizando interrupções ao nãoaplicar as insuflações, enquanto aguar-da a chegada do serviço de Emergên-cias Médicas.

Com a simplificação das ações, a RCPpode ser aprendida por um número

Apelo à ação leigaProcedimentos simplificados prevêem que socorristas leigos

devam aplicar pelo menos compressões de alta qualidade

“Se você testemunhar um adulto su-bitamente colapsar, ligue imediatamen-te para o serviço de emergências e apli-que compressões torácicas rápidas e for-tes. Assuma que a vítima precisa de RCPe inicie as compressões no peito. Quan-tas? Não importa, continue aplicando atéque receba ajuda médica profissional.”

Como se pode perceber nas palavras

maior de pessoas. Com isso, o leigo quenão se sente confiante para aplicar in-suflações de alta qualidade poderá, atra-vés da RCP Só-compressões, direcionaros esforços para uma ação menos com-plexa que ajudará a manter, artificial-mente, o fluxo sangüíneo no corpo, ga-nhando alguns poucos minutos, mas quepodem fazer a diferença na tentativa desalvar a vítima.

“O argumento que a AHA usa é quetalvez os socorristas leigos possam nãofazer adequadamente as insuflações porreceio de colocar a boca em outra pes-soa, ou mesmo por não dispor de bar-reira apropriada e isso pode prejudicar,retardando as compressões”, pondera ofisiologista Waltecir Lopes, instrutor ecolaborador do LTSEC-INCOR.

Já para os profissionais da saúde (mé-dicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares)continua prevalecendo as diretrizes de2005, embora a AHA tenha incluído emseu parecer consultivo de 2008 aquelesprofissionais de saúde que não se con-sideram capazes de aplicar insuflaçõesde alta qualidade. A orientação pode setornar uma diretriz em dois anos, mas éfundamental melhorar o ensino e ga-rantir condições para se praticar a RCP,além de observar as atualizações das téc-nicas.

Aos profissionais também compete aatenção às especificidades previstas nasdiretrizes, ou seja, avaliar em um aten-dimento a idade da vítima, as fases daparada cardíaca, suas causas, o tempocorrido pós-parada, o uso de medica-mentos, equipamentos, técnicas e pro-cedimentos que devem ser criteriosa-mente considerados em uma corrida

contra o relógio.Se as diretrizes têm enfatizado a pre-

valência dos socorristas leigos como for-ma de melhorar o resultado possível dosserviços profissionais, ou seja, aumen-tando a possibilidade de salvar vidas, atecnologia não fica de lado. O uso doDEA (Desfibrilador Externo Automá-tico), atualmente mais moderno, auto-explicativo e fácil de ser operado, per-mite que até crianças treinadas façam adiferença em um atendimento. Paísesmais desenvolvidos, inclusive, já avan-çaram no treinamento de crianças e ado-lescentes para aplicar RCP e também naslegislações que outorgam a todo cida-dão o direito à desfibrilação.

Enquanto isso, no Brasil, há um gran-de atraso, que só não é maior devido auma morte em especial, flagrada pelascâmeras e transmitida ao vivo pela tele-visão: a do atleta Serginho, vítima de pa-rada cardíaca durante uma partida defutebol, em 2004. Desde então, leis mu-nicipais, estaduais e um projeto de leifederal surgiram para popularizar o equi-pamento, mas ainda sem o efeito práti-co esperado.

“O Brasil mudou muito nos últimosdez anos em relação ao atendimento daemergência cardiovascular, mas muitoainda precisa ser feito. Não podemossimplesmente criar leis de DesfibrilaçãoExterna Automática quando o focoprincipal deve ser treinamento e capaci-tação, tanto da população leiga quantode profissionais de saúde. Este trabalhodeve ser focado na corrente de sobrevi-vência, com seus quatro elos, e não sim-plesmente no desfibrilador, que sozinhonão salva vidas”, ensina Canesin.

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Simplificação das ações permite que a RCP sejaaprendida por um maior número de pessoas

do instrutor do NSC (National SafetyCouncil), Randal Fonseca, ajudar nos es-forços para salvar a vida de uma vítimade parada cardíaca pode ser uma açãopara qualquer pessoa com um mínimode treinamento. As diretrizes de RCPvêm simplificando ao máximo a possi-bilidade de leigos aprenderem comoaplicar SBV (Suporte Básico de Vida).

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Mesmo se a pessoa não possuir treina-mento algum, ela pode ajudar caso li-gue imediatamente para o serviço de e-mergência, que irá orientá-la sobre co-mo proceder.

A tendência é que esta simplificaçãoconfirme em 2010 o histórico das últi-mas diretrizes publicadas. Em 2000, oconsenso já orientava o leigo a deixarde verificar a presença de pulso na víti-ma. Cinco anos depois, caía também averificação dos sinais de circulação, emrazão da falta de evidências quanto àprecisão desta ação, que retardaria o iní-cio das compressões torácicas.

Por último, em março deste ano, veioo parecer consultivo da AHA: após ofim da verificação do pulso e da circula-ção, ele indicou acabar também com aavaliação da respiração pelo leigo, eli-minando a sua responsabilidade em re-alizar insuflações. Assim, a RCP para oleigo tende a ser restrita às compressõestorácicas, embora a diretriz atual, de2005, ainda indique as insuflações.

Para Francisco Borges, técnico emEnfermagem e instrutor de RCP, o pro-fissional deve estar atento a possíveis in-terpretações equivocadas sobre o pare-cer da AHA. Não se trata, ressalta, dofim da ventilação na ressuscitação. “Eli-

minar a ventilação da RCP significariatratar toda e qualquer parada cardíacacomo igual, com a mesma origem oucausa”, lembra, citando casos em que osocorrista se depara com vítimas de afo-gamento, obstrução de vias aéreas, trau-ma e insuficiência cardíaca não-testemu-nhada. Já em bebês e crianças, a hipóxia(asfixia) é o tipo mais comum de paradado coração - condição que também ne-cessita das insuflações.

Segundo o cardiologista Sergio Ti-merman, membro do ILCOR e da AHAe diretor do LTSEC-INCOR, a ênfaseàs compressões torácicas de alta quali-dade e com menos interrupções vai serextremamente disseminada nas diretri-zes de 2010. “Comprima forte, rápido ecom qualidade. Essa é a tendência”, a-ponta.

Entretanto, em uma RCP de alta qua-lidade, não basta aplicar qualquer com-pressão. Todos os socorristas, profissio-nais de saúde e leigos, devem aplicarcompressões torácicas de cerca de 4 a 5cm em adultos e freqüência adequadas(cerca de 30 a cada 18 segundos ou 100por minuto), permitir o retorno torácicoapós cada compressão e minimizar asinterrupções.

As técnicas simplificadas também au-xiliam a eliminar atitudes erradas e peri-gosas, como colocar a vítima em um veí-culo e correr para um hospital. Nestecaso, o resultado será desastroso, com oatraso no atendimento e a conseqüenteredução nas chances de salvar a vítima,já que não há como aplicar RCP dentrode um automóvel, por exemplo.

Neste sentido, outra inclinação para2010, segundo Sergio Timerman, estárelacionada ao público geral: espera-seuma maior sensibilização da população,principalmente no ensino de pessoasque tenham familiares com pré-dispo-sição a problemas cardíacos. “O con-senso irá buscar como massificar esseconceito, como conseguir fazer com queestas pessoas atuem e o façam de ma-neira rápida e eficaz”, adianta.

Timerman diz que as futuras diretri-zes também devem enfatizar a avaliaçãoda vítima, já que, nas 24 ou até 48 horasantes da emergência ocorrer, alguns si-nais apontariam que o quadro tende aevoluir para um colapso. “Seriam sinaisque a própria vítima poderia reconhe-cer”, explica. Conforme Timerman, aquestão em debate é: o quão súbita é a

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ESPECIALESPECIALmorte súbita.

TREINAMENTOAs freqüentes simplificações nas di-

retrizes têm por objetivo facilitar o trei-namento e incentivar a ação de socor-ristas leigos. Segundo o paramédico Ser-gio Jatobá, do Grupo de Operações Es-peciais da Palm Beach County FireRescue, foi constatado nos EstadosUnidos que, com as diretrizes de 2000,passado apenas um mês do treinamen-to, somente 11% dos leigos treinadosem RCP diziam-se confiantes para pres-tar ajuda durante uma situação de emer-gência.

Diante deste quadro, além das mudan-ças trazidas pelas diretrizes de 2005, ór-gãos como a AHA, NSC (National Sa-fety Council) e ARC (American RedCross) vêm divulgando e incentivandoa importância do treinamento de leigos.Em dezembro de 2007, o congressonorte-americano aprovou a criação daSemana da Conscientização de RCP eDesfibrilação. “A conscientização ocor-re na primeira semana de junho e, comoresultado, os cursos de ressuscitação têmse tornado altamente populares”, contaJatobá.

Com uma rede de mais de 280 mil ins-trutores e 3.500 centros de treinamen-to, a AHA reestruturou mais de 90 pro-gramas de treinamento. Em 2007, porexemplo, aproximadamente 11 milhõesde pessoas, entre profissionais e leigos,foram treinadas em RCP e ECC (Emer-gency Cardiac Care - Cuidados Cardíacosde Emergência) nos EUA pela entida-

de. A partir de 2010, a meta é treinaranualmente 20 milhões de pessoas.

Já no Brasil, embora ainda não hajaníveis de treinamento tão altos, iniciati-vas de entidades e a preocupação deempresas vêm fazendo crescer o núme-ro de leigos treinados. No final de 2007,por exemplo, a UAM (Universidade A-nhembi Morumbi) deu início ao proje-to Viva Coração, capacitando 900 mora-dores de Fernando de Noronha em pro-cedimentos de primeiros socorros eRCP. Um terço da população foi treina-do para socorrer turistas e habitantes emcasos de parada cardíaca. Além disso, aUniversidade doou 15 DEAs que foramdistribuídos por pontos estratégicos,como o porto, o aeroporto e as praiasdo arquipélago.

Segundo a enfermeira Ana PaulaQuilici, especialista em Enfermagem emCardiologia e coordenadora do Centrode Simulação e Treinamento da Escolade Ciências da Saúde da UAM, o objeti-

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No Brasil, embora os níveis de treinamento não sejamtão altos, iniciativas de entidades e empresas vêmfazendo crescer o número de leigos treinados

vo é orientar o público leigo a reconhe-cer os sinais de uma parada cardíaca e,através das técnicas de RCP, manter avida da vítima até o socorro chegar.

O projeto, que em 2008 já foi realiza-do também em Salvador/BA, com qua-se mil pessoas capacitadas, deve ter umsegundo módulo novamente no arqui-pélago e na capital baiana, com um nú-mero maior de leigos treinados. Alémdisso, há a intenção de trazer a propos-ta para dentro da própria Universidade,treinando funcionários e alunos aindaneste ano.

Em termos de empresas, uma inicia-tiva destacada é a da Companhia do Me-tropolitano de São Paulo. Desde 2006,o Metrô conta com um sistema de aten-dimento a emergências cardíacas em to-da sua estrutura. O serviço completoudois anos em agosto (veja Box Emergên-cias no Metrô, página 23), com 1.759empregados operativos treinados e 62DEAs instalados, um em cada uma das55 estações e outros equipamentos dis-tribuídos em áreas internas da empresa,pátios e prédios administrativos. Tam-bém foram formados três instrutores,responsáveis pela atualização sistemáti-ca que atinge a todos os empregados játreinados no prazo máximo de um ano.

Segundo o médico Maurício MonteiroAlves, coordenador de Saúde e Quali-dade de Vida do Metrô, o sucesso dosistema se deve à agilidade de comuni-cação dentro das estações, por onde cir-culam mais de 3 milhões de usuários pordia. Também há, salienta, o conhecimen-to por parte do usuário sobre a estrutu-

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ra existente, o que facilita o acionamentodo socorro. “As pessoas são treinadas,o treinamento é mantido vivo e já háuma cultura de prestar socorro dentroda estação. Há também a comunicaçãointerna e a disponibilidade do aparelho,que está num local estratégico e chegarápido a qualquer ponto da estação”, en-fatiza.

Para Daniela Morais, enfermeira doSamu Belo Horizonte/MG, mestre emEnfermagem em Parada Cardiorrespira-tória no APH e doutoranda da UFMG(Universidade Federal de Minas Gerais),treinamentos e atualizações devem serincentivados. “Apesar de outros fatorescontribuírem para o insucesso da RCP,como as co-morbidades pré-existentesna vítima, o treinamento de leigos emSuporte Básico de Vida e o uso do DEAcom certeza aumentam as chances desobrevida de uma pessoa em parada car-díaca, fato que já foi comprovado emdiversos estudos publicados”, afirma.

A opinião tem a concordância de Ran-dal Fonseca, que reitera que o leigo deveser qualificado, pois boa vontade só ser-ve quando há treinamento. “O alunotem que ficar durante uma hora, umahora e quarenta de joelhos, praticandoa RCP. Senão, quando alguém precisarda RCP, a qualidade obtida não será adesejável. Os treinamentos e a determi-nação de lapidar, polir e qualificar o lei-go são os objetivos para mudar o cená-rio”, diz.

EMPRESASEmpresas que querem qualificar seus

funcionários em RCP devem buscarcursos e instrutores certificados, que ba-seiem seus treinamentos nas diretrizesinternacionais publicadas. Vale lembrarque, para o treinamento, não basta con-tar com o médico da empresa. O instru-tor deve ser um profissional (médico ounão) capacitado em SBV e com o cursode instrutor, com técnicas de instruçãoe participação sem as quais o ensino ficaextremamente comprometido, avalia odoutor em Cardiologia Manoel Canesin.

Segundo estudo da OSHA (Occupa-tional Safety & Health Administration),a Agência de Segurança e Saúde Ocupa-cional dos Estados Unidos, paradas car-díacas são responsáveis por 13% de to-das as mortes de funcionários no am-biente de trabalho. Além disso, é esti-mado que 25% das mortes por parada

cardíaca podem ser evitadas com a pre-sença e uso de DEAs.

Conforme o paramédico Sergio Ja-tobá, empresas norte-americanas estãoinvestindo mais do que nunca em pro-gramas de RCP e DEA para seus funcio-nários. Ele diz que, antes das diretrizesde 2005, as chances de sobrevivênciaeram de apenas 6%. Com a implemen-tação de treinamentos de RCP/DEApara leigos e a instalação de DEAs noambiente de trabalho, uma grande di-minuição no tempo de resposta em pa-radas cardíacas vem sendo atingida, o

que aumentou as chances de sobrevi-vência para percentuais que variam en-tre 49% e 74%.

No Brasil, o ensino de Suporte Bási-co de Vida tende a crescer também noambiente de trabalho. Só o CBMDF(Corpo de Bombeiros Militar do Distri-to Federal), por exemplo, treinou 10 milpessoas em SBV em 2007, incluindo ma-nobras de RCP e uso do DEA, em em-presas, órgãos públicos, shoppings, ho-téis e academias, informa a major médi-ca pediatra Vilany Mendes Félix, do Ba-talhão de Emergências Médicas do

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M CBMDF e coordenadora do Pólo Cen-tro-Oeste do PALS (Pediatric AdvancedLife Support - Suporte Avançado de Vidaem Pediatria).

CRIANÇASAtualmente, as diretrizes prevêem que,

com treinamento, até mesmo criançaspodem realizar procedimentos de res-suscitação e operar o DEA com suces-so. Para o cardiologista Manoel Canesin,qualquer criança acima de 8 anos, comcapacidade física, deve ser capaz de re-conhecer uma parada cardíaca e saberrealizar uma RCP.

O fisiologista Waltecir Lopes, instru-tor e colaborador do LTSEC-INCOR,reforça esta questão e cita um estudoque aponta que 84% das paradas cardía-cas ocorrem em casa ou em local públi-co, onde há crianças e adolescentes quepodem intervir ou acionar o serviçomédico. No entanto, Waltecir explicaque esta é uma postura que não podeser exigida de uma criança.

“Se ela conseguir acionar o númerode emergência ou até mesmo intervir emum engasgo de um amiguinho ou adul-to, isso vai ser uma conseqüência. Nãotemos como cobrar e não devemos es-perar isso de uma criança ou adolescen-te. Se profissionais em algum momentode suas carreiras já sentiram essa dificul-dade, o que dirá uma criança, apesar dejá termos relatos de crianças terem fei-to certos procedimentos que fizeram a

diferença entre a vida e a morte”, afirma.Waltecir acredita que o ensino de RCP

para crianças deve trabalhar a questãopsicológica, funcionando em carátereducativo, com objetivos sociais, lúdicos,afetivos, cognitivos e psicomotores. “Oensino da RCP para crianças e adoles-centes transcende o que os especialistasem emergência imaginam, pois é umadas raras atividades que, além de ensi-nar a salvar, também ensina virtudes pa-ra uma vida toda. Quem aprende a sal-var, dificilmente vai matar”, reitera.

Opinião semelhante tem a médicapediatra Vilany Mendes Félix. Ela dizque o ensino de SBV e RCP para crian-ças auxilia também na prevenção de aci-dentes domésticos e na redução do nú-mero de trotes, através da postura deconscientização.

“O Batalhão dá treinamentos, princi-palmente em escolas, tanto para as pro-fessoras como para as crianças a partirdo quinto, sexto ano. É muito impor-tante que a criança saiba fazer RCP esaiba quem chamar em uma emergên-cia e quando chamar. Você está forman-do uma pessoa para o futuro”, opina.

A AHA indica o ensino de RCP nasescolas secundárias desde 1980 e, a par-tir das diretrizes de 2000, o treinamentoem colégios vem sendo firmemente re-comendado. Nos Estados Unidos, a en-tidade mantém o projeto “HeartsaverCPR in Schools”, que pretende atingir umapopulação altamente comunicativa.

Choque mais acessívelEspecialistas alertam que o desfibrilador não deve apenas

estar presente, mas ser efetivamente utilizado para salvar vidas

Desde a morte do jogador de futebolSerginho, em 2004, durante partidatransmitida ao vivo pela televisão, o des-fibrilador se tornou mais conhecido eacessível à população. Nos últimos qua-tro anos, alguns estados e municípiosbrasileiros estabeleceram legislaçõespróprias que prevêem a instalação deDEAs em locais públicos, onde haja cir-culação maior ou igual a 1.500 pessoase a obrigatoriedade de pessoas treinadaspara operá-los.

Já em âmbito federal, proposta seme-lhante tramita morosamente no Con-

gresso Nacional. Apresentado em 2003no Senado, o projeto de lei ingressou naCâmara dos Deputados sob o n.º 4050/2004 e aguarda inclusão na pauta para ira plenário. Em caso de aprovação, eleseguirá para análise do Senado, de onde,se modificado, voltará à Câmara.

Segundo o paramédico Sergio Jatobá,nos Estados Unidos também existemlegislações regionais para a instalação deDEAs em áreas públicas, que prevêemmultas pesadas para quem ignorar estaobrigação. Além disso, a AHA, junta-mente com outras instituições médicas

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e agências não-governamentais, vempressionando os governos federal e lo-cais para instituir o desfibrilador nacio-nalmente.

“Existe uma intensa difusão do DEApelos EUA, mas dentro da cultura nor-te-americana somente um número éaceito quando se fala de segurança:100%. Portanto, muito trabalho aindaestá sendo realizado”, diz, citando que,em áreas urbanas, o DEA é encontradoem aeroportos, parques públicos, pré-dios, condomínios e até nas praias (emtorres de salva-vidas).

Para o instrutor do NSC, Randal Fon-seca, o problema das leis brasileiras é asua ineficiência. Segundo ele, as legisla-ções existentes servem mais como ins-trumento de proteção de mercado aoincentivarem o equipamento e não a des-fibrilação. “Se você tiver uma parada car-díaca em um local que conta com o DEA,a lei não diz que ele tem que ser usado,diz que ele tem que estar lá e que temque haver pessoas treinadas”, justifica.

O doutor em Cardiologia ManoelCanesin concorda. Para ele, que é coor-denador do Grupo de Estudos em Res-suscitação e Emergência Cardiovascularda SBC, houve preocupação com o equi-pamento e pouco se fez em termos detreinamento, sensibilização da popula-ção e implantação da corrente da sobre-vivência. “Coloca-se um desfibrilador eele fica parado lá. Você tem que simularo psicomotor e o cognitivo, ou vai che-gar na hora e o indivíduo vai ficar apa-vorado e sem saber o que fazer. Por isso

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Canesim: pouco se fez em termos de treinamento

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é importante ter cursos como SBV e oACLS”, indica.

Conforme Randal, para corrigir a de-ficiência na legislação, o texto corretoseria próximo do modelo norte-ameri-cano, que diz que todo o cidadão temdireito a ser desfibrilado. “Se você temo DEA, ou fabricará, ou pegará empres-tado, não interessa. O que interessa éque a vítima tem o direito de ser des-fibrilada. A qualidade do atendimentose torna, então, objeto de avaliação - oque não se dá no Brasil. Assim, todosnós teríamos o direito e o dever de ga-rantir desfibrilação. E não interessará sepassam 1.500 ou 5 pessoas naquele re-cinto. Toda pessoa é importante, inde-

pendentemente se freqüenta ou não lo-cais onde há aglomeração. O coraçãonão escolhe local onde parar. Ele páraem qualquer lugar. Então, em todo lu-gar deve haver um DEA à disposiçãoda população”, reforça.

EQUIPAMENTOPara Manoel Canesin, o maior proble-

ma na hora de usar o desfibrilador é achegada tardia no local e a falta de com-pressão torácica correta previamente aoseu uso. Isto porque o DEA só é imedi-atamente utilizado nos primeiros 5 mi-nutos da parada cardíaca, ou seja, en-quanto houver um ritmo chocável.

Mesmo quando há demora na chega-da do DEA, uma RCP de alta qualidadepode manter a parada em uma fase quese beneficia do choque. Segundo Cane-sin, o primeiro ritmo a aparecer em adul-tos na maioria das vezes é a taquicardiaventricular sem pulso que rapidamentese degenera para fibrilação ventriculare, com o passar de 4 a 6 minutos, se nadafor feito, evolui para assistolia, um rit-mo já não-chocável.

Com a evolução da tecnologia, osDEAs se tornaram aparelhos inteligen-tes que possibilitam ao socorrista umasérie de indicações quanto ao seu de-sempenho na ressuscitação e tambémreferentes a ações que devem ser adota-das. Ele indica, por exemplo, a profun-didade e a freqüência das compressões,o tempo de compressão e desfibrilaçãoe ainda emite mensagens de áudio queregulam a continuidade das compressõese corrigem sua velocidade e força, esti-mulando a seqüência da RCP.

A partir das diretrizes de 2005, reco-menda-se que o suporte avançado tam-bém seja levado até onde o DEA estádando choque na vítima. “Não se remo-ve a vítima para buscar o DEA ou parair até o médico. Agora é o DEA e o mé-dico que chegam até a vítima”, resumeRandal.

Uma tendência de mudança para 2010é sobre o momento da desfibrilação, si-naliza o médico Sergio Timerman, dou-tor em Cardiologia e membro da AHAe do ILCOR. “A desfibrilação é impor-tante, mas ela tem um momento exatopara ser utilizada na parada cardíaca”,ressalta. De acordo com Timerman, es-tão sendo avaliados trabalhos científicosque apontam o instante correto de utili-zação do desfibrilador.

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Procedimentos avançadosProfissionais de saúde devem estar em treinamento constante

para aplicar as diretrizes de acordo com a situação da vítima

Para os profissionais da saúde, as dire-trizes não são um protocolo de atendi-mento, ou seja, não engessam sua atua-ção. Como são orientações importantes,elas funcionam como um caminho a serseguido, mas devem ser consideradastambém as características individuais decada vítima e de cada região.

“É válido dizer que, para o profissio-nal, devido à própria natureza maleáveldas ciências médicas, as diretrizes de a-tendimento são infinitamente mais flexí-veis do que para os leigos, e abrem mui-tas portas para interpretações diferen-ciadas. Afinal, cada paciente e cada situ-ação em medicina é única”, alerta SergioJatobá, paramédico brasileiro que atuanos Estados Unidos.

Jatobá explica que, desde 2005, o focodas instituições de pesquisa tem sido acriação de diretrizes e não de protoco-los de atendimento. Estes ‘desvios’ das

diretrizes serão encontrados somentequando profissionais avançados estãoatuando. “É necessário que esses pro-fissionais de saúde sejam altamente trei-nados e possam optar por alternativasterapêuticas pertinentes ao paciente. A-final, cada paciente possuirá particulari-dades que requerem decisões e aborda-gens diferentes”, ressalta.

Ciente do seu papel, o profissional de-ve buscar capacitação contínua, alerta odoutor em Cardiologia Manoel Canesin,coordenador do Grupo de Estudos emRessuscitação e Emergência Cardiovas-cular da SBC. A opção recomendada sãocursos como SBV, ACLS e PALS queoportunizam abordagem cognitiva, psi-comotora e afetiva.

Para Sergio Jatobá, o acesso ao trei-namento cria uma massa de profissio-nais de saúde altamente treinados, quefalam a mesma língua durante uma po-

tencial situação de emergência, diminu-indo possíveis erros médicos. “Para acompreensão de todo o contexto do Su-porte Avançado de Vida, o profissionalde saúde deverá possuir extenso conhe-cimento em ciências médicas como far-macologia, farmacodinâmica, patofi-siologia, anatomia, etc.”, sinaliza.

Segundo Ana Paula Quilici, especia-lista em Enfermagem em Cardiologia,os profissionais devem receber treina-mento visando à atuação em equipe nu-ma emergência. “Todos têm que ser trei-nados em cima de uma mesma lingua-gem, logicamente que com seus papéismuito bem definidos, mas o treinamen-to deve propiciar simulações em equi-pe”, recomenda.

A opinião é reforçada por Canesin,que lembra que o trabalho em equipefoi bastante destacado nas diretrizes de2005. “Pouco adianta um profissionalter conhecimento das diretrizes se a suaequipe não possui este conhecimento.Muitas vezes também as pessoas não sa-bem trabalhar em grupo, dividindo ta-refas com harmonia no momento de e-mergência, ou seja, todos trabalhammuito bem sozinhos, mas quando ficamjuntos o atendimento vira uma catástro-

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Emergência OUTUBRO / 200830

ESPECIAL

deve-se considerar a possibilidade de ad-ministrar um antiarrítmico, como a a-miodarona. Caso a amiodarona não es-teja disponível, pode-se considerar apossibilidade de administrar lidocaína.

Contudo, novos estudos científicosestão sendo avaliados e podem motivarmodificações nas diretrizes em 2010.Segundo Timerman, uma das tendênci-as indica mudanças quanto ao melhormomento de administrar a amiodarona:se logo em seguida ao vasoconstritor oujuntamente com ele.

“Outro item interessante que está sefalando muito é o chamado coquetel daparada cardíaca. Essa é uma tendênciainteressante: ao invés de utilizar dois va-soconstritores, seria a utilização da adre-nalina (epinefrina) com a vasopressinae adicionando ou não o vasodilatador”,indica, adiantando também que outroparâmetro analisado é a possibilidade deutilização de medicamento beta-blo-queador na parada cardíaca.

No Brasil, somente o médico é quepode administrar medicamentos. Atual-mente, seguindo as orientações de 2005,várias drogas podem estar à disposiçãoe serem usadas de acordo com a deci-são clínica do médico no momento daRCP. Conforme Sergio Jatobá, são maisde 20 drogas listadas segundo os procedi-mentos de ACLS, variando conforme oprotocolo de atendimento estabelecido.

Tanto para os procedimentos de Su-porte Avançado quanto de Suporte Bá-sico de Vida, as orientações estão emconstante evolução. Por isto, é impor-tante que profissionais estejam atentos,atualizando seus conhecimentos atravésde reciclagens. A construção das dire-trizes de 2010, por exemplo, já inicia nospróximos meses. Para o primeiro semes-tre de 2009, está previsto o início de umfórum aberto aos profissionais de saú-de que não participam da definição dasdiretrizes, para que opinem sobre osnovos consensos.

Segundo o doutor em CardiologiaSergio Timerman, a sugestão é acom-panhar estes movimentos pelos siteswww.americanheart.org ou www.erc.edu. Também estão disponíveis na In-ternet as principais modificações intro-duzidas nas Diretrizes 2005 para RCP(em português): http://www.american-heart.org/downloadable/heart/11410-72864029CurrentsPortugueseWinter2005-2006.pdf

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Todos os profissionais devem receber treinamentovisando a atuação em equipe numa emergência, diminuindopossíveis erros no atendimento

MESMALINGUAGEM

fe”, salienta.Um exemplo de atendimento em equi-

pe é quando estiverem atuando doissocorristas profissionais com um viaaérea avançada em posição. Eles não de-vem aplicar ciclos de compressão compausas para ventilação. Um socorristadeve realizar compressões ininterrupta-mente (sendo denominado “compres-sor”), enquanto o outro aplica ventila-ções de resgate, em uma freqüência de8 a 10 ventilações por minuto (1 venti-lação a cada 6 a 8 segundos). Quandodois ou mais profissionais de saúde es-tão presentes durante a RCP, os socor-ristas devem revezar-se no papel decompressor a cada 2 minutos.

Para atuar na organização de um a-tendimento à vítima de parada cardíaca,Daniela Morais, enfermeira do SamuBelo Horizonte, cita o papel fundamen-tal do profissional de enfermagem natentativa de manter um nível de tranqüi-lidade e sincronismo para que a terapêu-tica adotada seja implementada com efi-cácia.

DROGASEntre as possibilidades do atendimen-

to avançado está o uso de medicamen-tos que podem auxiliar a reversão da fi-brilação e também aumentar a sobrevidado paciente. “A droga é uma ferramen-ta importante para otimizar a perfusãocoronariana e, com isso, aumentar a pos-sibilidade de você fazer com que a pes-soa retorne à circulação espontânea após

a compressão torácica e a desfibrilação”,avalia o doutor em Cardiologia SergioTimerman, diretor do LTSEC-INCOR.

“O uso de drogas - epinefrina e amio-darona, principalmente - se faz no mo-mento do suporte avançado, quandoexiste o médico presente. Neste momen-to, a fibrilação ventricular é refratária eestas drogas demonstraram ser capazesde estender o tempo de vida destes pa-cientes e ajudar na sobrevida”, explicaManoel Canesin.

Quando a verificação do ritmo de-monstra a presença de fibrilaçãoventricular persistente (após o segundoou terceiro choques, associados à RCPe à administração de um vasopressor),

“Se você testemunhar um adulto su-bitamente colapsar, ligue imediatamen-te para o serviço de emergências e apli-que compressões torácicas rápidas e for-tes. Assuma que a vítima precisa de RCPe inicie as compressões no peito. Quan-

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Timerman: deve-se acompanhar as futuras mudanças