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    Rev. CEFAC, So Paulo

    DISTRBIO ESPECFICO DE LINGUAGEM:

    A RELEVNCIA DO DIAGNSTICO INICIAL

    Specic language impairment: the relevance of the initial diagnosis

    Anelise Henrich Crestani(1), Lucile Dias Oliveira(2),

    Josiane Fernanda Vendruscolo(3), Ana Paula Ramos-Souza(4)

    RESUMO

    O objetivo deste trabalho relatar a reviso de estudos sobre o distrbio especco de linguagemquanto percepo que a famlia apresenta deste distrbio, formas clnicas e sua relao com osmarcos evolutivos em linguagem. Pretende-se tambm analisar aspectos orgnicos e sociais relacio-nados tal distrbio, co-morbidades, teraputicas e prognstico clnico. A pesquisa proposta teve como

    fonte de dados artigos dos ltimos sete anos encontrados em revistas indexadas noMedline.

    Entre osdados encontrados, destacaram-se as percepes parentais acerca do distrbio, a necessidade dodiagnstico do especialista de linguagem e a ecincia dos programas de interveno precoce comagentes comunitrios de sade. Os dados analisados sugerem que marcos evolutivos de linguagemdevem ser conhecidos e observados pelos prossionais da sade que atendem infncia para detec-o precoce deste distrbio. O progresso teraputico, a aprendizagem escolar e adaptao socialpodem ser maiores se a interveno iniciar j ao segundo ano de vida.

    DESCRITORES:Desenvolvimento da Linguagem; Linguagem; Diagnstico

    (1) Fonoaudiloga; Mestranda em Distrbios da ComunicaoHumana pela Universidade Federal de Santa Maria RS.

    (2) Fonoaudiloga; Mestranda em Distrbios da ComunicaoHumana pela Universidade Federal de Santa Maria RS.

    (3) Licenciada em Pedagogia; Graduanda em Fonoaudiologiapela Universidade Federal de Santa Maria RS.

    (4) Fonoaudiloga; Docente do Curso de Graduao em Fono-audiologia e do Programa de Ps-Graduao em Distr-bios da Comunicao Humana da Universidade Federalde Santa Maria; Ps-Doutora em Letras pela UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul.

    Conito de interesses: inexistente

    na expresso, outras na expresso e compreensoda linguagem3.

    As crianas com DEL apresentam maturao delinguagem atrasada em pelo menos 12 meses emrelao idade cronolgica, no entanto, no temdcits intelectuais ou sensoriais, distrbios inva-sivos do desenvolvimento, dano cerebral evidente,e, alm disso, apresentam condies sociais eemocionais adequadas3.

    Esses sujeitos levam um tempo maior noreco-nhecimento, recuperao, formulao e produodas palavras, devido lenticao no processa-

    mento das informaes, que pode estar relacio-nada a falhas nas representaes semnticase naorganizao cognitiva1. Alm disso, podem mani-festar simplicaes fonolgicas, frequentementedesviantes (simplicaes no observadas noprocesso normal de aquisio de linguagem); voca-bulrio restrito, com uso demasiado de diticos,perfrases e gestos representativos; estruturaogramatical simplicada e ordenao de palavras deforma no usual2. Na compreenso observam-sediculdades em entender sentenas ou palavrasespeccas como marcadores espaciais ou tempo-rais, realizao de comandos lingusticos de forma

    INTRODUO

    Segundo a literatura, o distrbio especco delinguagem (DEL) caracterizado por importantesprejuzos, que se conguram como atrasos e alte-raes persistentes na aquisio da linguagem, naausncia de patologia que desencadeie tal atrasoou alterao1. O DEL pode apresentar grandevariabilidade nas manifestaes clnicas, estandona dependncia do grau de gravidade do caso,e pode ser mutvel durante o desenvolvimento2.

    Algumas crianas apresentam diculdades apenas

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    a frente nessa tarefa de sensibilizao para a iden-ticao precoce10.

    Nesse sentido, acredita-se que seja funda-mental o pediatra e os demais prossionais da reada sade conhecerem tal distrbio e os marcosevolutivos em linguagem, fundamentais para a

    identicao do mesmo, podendo assim encami-nhar crianas em situao de risco linguagem aoFonoaudilogo para a avaliao.

    Considerando tais pressupostos, o objetivodeste artigo apresentar os principais resultadosde reviso da literatura nacional e internacional nosltimos seis anos acerca do tema, em especial, desua caracterizao quanto percepo do distrbioapresentada pela famlia, formas clnicas e suarelao com os marcos evolutivos em linguagem,investigando a importncia dos achados psicol-gicos em assistncia ao trabalho teraputico da

    linguagem. Tambm apresentar pesquisas sobreas bases orgnicas do DEL, co-morbidades e seuprognstico, bem como as linhas teraputicasadotadas na realidade internacional e brasileira.

    MTODO

    Para realizar tal pesquisa foi lanado o unitermolanguage, renado com as palavras language impair-ment, diagnostic, e por m renado para speechlanguage impairment, para obter artigos nas basesde dados investigadas. As bases selecionadasforam Medline e Scielo por serem referendadascomo Qualis A, B e C internacional e A nacional narea de especialidade na qual est alocada a Fono-audiologia na Coordenao de Aperfeioamentode Pessoal de Nvel Superior (CAPES). Tambmforam pesquisados livros clssicos sobre o tema,procurando dar suporte s formas clnicas de DELdescritas no artigo.

    REVISO DA LITERATURA

    O resultado no Medline indicou 47 artigos.Destes, foram selecionados alguns artigos clssicose priorizados os publicados nos ltimos sete anos,o que resultou num total de 27 artigos analisadospara esta reviso. Na medida em que a pesquisaprosseguiu, referncias bibliogrcas relevantes aotema tambm foram consultadas. Na base Scielono foram encontrados artigos especcos do tema.

    Para expor os resultados da pesquisa bibliogr-ca foram criadas as seguintes categorias: percep-es parentais, aspectos do diagnstico e co-morbi-dades, teraputica, educao e prognstico.

    incorreta, respostas incorretas sob questionamentoe diculdade em manter o tpico de conversao2.

    Embora no haja pesqui sas epidemiolgicas,especialmente na populao brasileira, diversosestudos tm apontado para uma prevalncia maiorde prejuzos de linguagem em meninos4,5.

    Em estudo acerca do tema, coloca-se que o DELafeta aproximadamente 7% da populao sendomeninos geralmente mais afetados que meninas6.

    O termo especcorefere-se justamente a estasuposta natureza restrita dos dcits encontradosno DEL: as crianas no tm decincias senso-riais, cognitivas, neurolgicas, ou scio-emocionaisque respondam por seus problemas de linguagem7.

    Trata-se, portanto, de um distrbio que demandao conhecimento da aquisio e do desenvolvimentoda linguagem para poder ter diagnstico preciso,pois, no DEL o desempenho de linguagem dascrianas no compatvel com sua capacidadeintelectual no-verbal7. Nesse sentido, a identi-cao do DELcontinua a ser um desao, mesmoem crianas mais velhas, pois, alm das de-cincias de linguagem no serem diagnosticadasprecocemente, muitas vezes, a interveno s temlugar quando ocorre o baixo desempenho escolare diculdades de leitura, que so mais facilmenteidenticados. O progresso no funcionamento dalinguagem, no entanto, car limitado dada a menorplasticidade cerebral8.

    Deste modo, a identicao de que h umatraso no incio da fala (esta deve iniciar no mximo

    aos 18 meses), quer ele se conrme apenas comoalterao cronolgica ou se congure num distrbiocom sinais siopatolgicos, tem papel fundamentalpara o sucesso teraputico com as crianas acome-tidas por tais distrbios. Uma vez que o distrbio delinguagem uma condio de instalao precoce,acredita-se que quanto mais cedo seja iniciada ainterveno, mais favorvel ser a evoluo doscasos. Assim, verica-se a necessidade da imple-mentao de estratgias de estimulao precoce9.Esta identicao precoce pode ser feita peloprossional de sade que acompanha a criana

    mensal ou semestralmente, em especial o pediatraou a enfermeira no trabalho de puericultura dasunidades bsicas de sade.

    Esta proposta alinha-se a de estudos quedefendem a necessidade de avaliao rotineira dehabilidades de linguagem e comunicao desdeos primeiros dias de vida, pois a interveno combebs ou com o pr-escolar pode ter impacto signi-cante sobre o desenvolvimento da criana. Paratanto, h a necessidade de sensibilizao dosprossionais da sade e dos pais para o tema.Dentre esses prossionais, o fonoaudilogo, quetem por objeto de estudo a linguagem, deve tomar

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    Distrbio especfco de linguagem

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    realidade brasileira) para um processo de reexo eorientao sobre suas interaes com o lho.

    Formas clnicas e diagnsticoEm relao s formas clnicas, artigos fazem

    extensa reviso das mesmas discutindo novasformas de ver este distrbio15-17.

    Autores clssicos como Rapin e Allen (1988)15apresentam a descrio dos subtipos: Dispraxia verbal: dcit na programao motora

    da fala- compreenso da linguagem normal, falano uente ou ausente.

    Transtorno da programao fonolgica: compre-enso normal fala uente, mas ininteligvel

    Misto-receptivo-expressivo: dcit sinttico--fonolgico frases curtas e agramatismos,uncia e articulao alterada

    Agnosia auditiva ou surdez verbal: compreensoverbal alterada, curtas ou produo de palavras-uncia e articulao alteradas

    Dcit semntico-pragmtico: fala logorrica,compreenso deciente, modos aberrantes deconversao

    Dcit lxico-sinttico: pseudogagueira, acessolexical e construo sinttica prejudicadas,compreenso de enunciados complexosdecientes.Embora no haja uma correspondncia total

    entre as mesmas, possvel observar subtiposde DEL. Em uma perspectiva neuropsicolgica e/ou gerativista de linguagem, demandam um diag-

    nstico relacionado a testagem do desempenho econhecimento de componentes gramaticais espe-ccos por parte da criana (semntico, sinttico,fonolgico e morfolgico) e do uso da lngua emcontexto (pragmtico)16,17. Alm desses fatores,outro aspecto importante o processamento audi-tivo de sons em sequncia, de modo especial, amemria sequencial auditiva. No diagnstico tomado como referncia o valor de 1,25 de desviopadro como parmetro para indicar alteraonos testes e medidas de linguagem dos distintoscomponentes da lngua18.

    Neste aspecto um estudo encontrado sugerea associao do DEL ao dcit no processa-mento auditivo. Pesquisas fornecem evidncia deque a discriminao de estmulos breves estariacomprometida em crianas com DEL. Este dcitlevaria a diculdades em desenvolver habilidadesfonolgicas necessrias para mapear fonemas edecodicar e codicar palavras e frases efetiva eautomaticamente6.

    Um estudo comparativo entre o desem-penho gramatical de 35 crianas com desenvolvi-mento normal de linguagem (grupo controle) e 35crianas com diagnstico de Distrbio Especco

    Percepes Parentais

    Estudos encontrados armam que deve sersempre observada a perspectiva da famlia e doscuidadores em relao s condies adversas quepodem comprometer o processo de aquisio edesenvolvimento da linguagem infantil. impor-tante dar crdito aos pais para que estes possamdetectar e compreender as manifestaes atpicasno desenvolvimento de seus lhos. Os achadosdeste estudo demonstraram que cerca de 80%das queixas relatadas por pais de crianas comdiferentes transtornos do desenvolvimento infantilreferem-se ausncia ou inadequao da fala, queso vistas com estranhamento pela sociedade11.

    Nesta perspectiva, pesquisas apontaram que aqueixa mais comum e que mobiliza as famlias abuscarem atendimento fonoaudiolgico refere-sea prejuzos na produo verbal, tais como falarerrado ou no falar12.

    Recente estudo se destaca, ressaltando aimportncia de se considerar e ouvir atentamenteas desconanas dos pais sobre a linguagem doslhos. Este trabalho analisou uma amostra consti-tuda por 55 crianas, na faixa etria entre 2 e 12anos, de ambos os gneros, quanto as queixasrelatadas pela famlia no inicio da interveno tera-putica. No desempenho das crianas cujos fami-liares apresentavam queixa quanto produoverbal (82,6%), pode-se observar que 55,2% delastambm apresentavam desvios na compreensoverbal. O comprometimento da produo verbalocorreu em nvel fonolgico (97,3%), semntico(76,3%), gramatical (78,9%) e pragmtico (5,2%).Os autores concluram que embora a queixa sobreprejuzos na produo verbal seja mais mencio-nada pelos familiares, os prejuzos na compreensoverbal tambm so evidenciados em crianas comDistrbio de Linguagem. Esses achados demons-tram a importncia da realizao de uma avaliaocuidadosa a partir da investigao da queixa rela-tada pelas famlias13.

    Outro estudo aponta o desao dos familiaresem compreender as crianas e suas diculdadesna linguagem, de forma a construrem estratgiasque sustentem enunciativamente os sujeitos. Osestudos demonstram que o mais comum queos pais busquem estratgias pedaggicas que aoinvs de facilitar o funcionamento de linguagemdas crianas, fortalecem a falha, criando posiesenunciativas fragilizadas para as crianas14.

    Portanto, possvel concluir com tais dadosque os pais possuem dvidas quanto ao desen-volvimento lingustico dos lhos e como lidar comas situaes, sendo importante o encaminhamentoao especialista em linguagem (o Fonoaudilogo na

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    distinguindo essas crianas daquelas com apenasatraso de linguagem; esses sintomas incluem, parti-cularmente, perturbaes da comunicao no--verbal, comportamentos estereotipados e perse-verantes, interesses restritos e/ou no usuais ealterao das capacidades sociais20.

    Quando se estudam as alteraes no processode aquisio da linguagem oral, como o DEL,frequentemente verica-se a ocorrncia de poste-riores diculdades de aprendizagem da leiturae escrita. Da mesma forma, ao se investigar osfatores que antecedem as diculdades de leitura eescrita, surgem questionamentos a respeito das di-culdades de aprendizado da linguagem. A dislexia considerada uma alterao de aprendizagem,caracterizada por diculdades especcas na reali-zao da leitura e da escrita, como diminuio nacapacidade de leitura, alterao nas habilidades deleitura e escrita20.

    No autismo, a ecolalia, a distractibilidade, a di-culdade de compreenso verbal e os dcits desocializao ocorrem em intensidade alta o quediferencia este quadro dos outros dois. Nesta pato-logia, os aspectos no verbais so predominantesquando comparados s outras duas patologias, emque h predomnio maior de problemas verbais21.

    Um estudo comparando o desempenho narra-tivo de crianas com DEL e crianas em aquisiotpica de linguagem observou que as crianas comDEL apresentam narrativas mais rudimentares secomparadas a seus pares cronolgicos com desen-volvimento tpico de linguagem independente dotipo de histria fornecida. Alm disso, as crianascom DEL apresentaram percepo dos estadosmentais semelhante s crianas com desenvolvi-mento normal2.

    Estudando 37 crianas por meio de nove testesincluindo a linguagem e memria, pesquisadoresabordam as caractersticas centrais e marcadoresneurocognitivos de crianas com DEL. Os mesmosavaliaram 17 marcadores diagnsticos, por meioda comparao de um grupo controle de sujeitosde 5 a 12 anos. Os resultados indicaram que 11marcadores se mantiveram como diferenciais entreos grupos, especialmente os relacionados comateno, habilidades de codicao, funes execu-tivas e de memria. Dois marcadores diferenciaram77% dos casos: ateno sustentada e execuo detarefas de classicao22.

    Estudos comprovam que o desempenho escolar,assim como as habilidades de conscincia fonol-gica e memria de curto prazo visual mostraram-sedefasados na maioria dos sujeitos que apresentamDEL, havendo associao positiva entre: a provade memria de curto prazo e a prova de aritmtica;

    de Linguagem (grupo pesquisa) com idades entre3:1 e 6:11 anos, a partir de uma amostra de falaespontnea. Encontrou-se como resultados queos grupos se diferenciaram quanto aos morfemasgramaticais e quanto extenso mdia do enun-ciado em morfemas e em palavras; que os gruposse diferenciaram em todas as faixas etrias quando

    analisados os substantivos; diferena nas demaisclasses de palavras na faixa etria de 5-6 anos; eque os grupos apresentam diferenas signicantesquando analisado a morfologia verbal19.

    Em termos de clnicas peditrica, neurolgicae neuropsicolgica infantil, as queixas relatadasreferem-se geralmente a alteraes no processode aprendizagem e/ou atraso na aquisio dalinguagem. Crianas que apresentam essas alte-raes devem ser encaminhadas para avaliaofonoaudiolgica. Assim, necessrio instrumen-talizar os prossionais da sade, em especial o

    pediatra, para que possam agir no diagnstico ena preveno primria dos distrbios de linguagemoral e escrita20.

    A etiologia das diculdades de linguagem eaprendizagem diversa e pode envolver fatoresorgnicos, intelectuais/cognitivos e emocionais(estrutura familiar relacional), ocorrendo, na maioriadas vezes, uma inter-relao entre todos essesfatores. Assim, importante reconhecer a especi-cidade de cada caso e fazer o diagnstico diferen-cial quando necessrio, no sentido de realizar umainterveno ecaz20.

    Em reviso de literatura, um estudo ressalta afalta de um padro referente s habilidades lingus-ticas infantis e de instrumentos de avaliao quepossam relacionar o desempenho das habilidadesde linguagem das crianas s teorias existentes ouaos modelos descritivos do conhecimento lingusticoinfantil, a m de se realizar um diagnstico em alte-rao de desenvolvimento da linguagem baseadonum parmetro preciso de comparao. Por estemotivo, os critrios de diagnstico de crianas comDEL tm sido baseados em critrios de incluso ede excluso19.

    O DEL caracteriza-se por limitaes signicantesda funo lingustica que no podem ser atribudasa perda auditiva, dcit cognitivo ou alteraesda estrutura e funo fonadora. Nesse sentido,a identicao e o diagnstico de DEL so feitosgeralmente a partir da excluso de outras patolo-gias, como o autismo em que tambm aparecemas alteraes de linguagem. Dentre essas alte-raes tem-se a compreenso e a pragmticainvariavelmente afetadas, e os achados incluemprosdia aberrante, ecolalia imediata e/ou tardia eperseverao (persistncia inapropriada no mesmotema). Outros sintomas esto tambm presentes,

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    Distrbio especfco de linguagem

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    Outra pesquisa investigou a correlao entreprocessamento temporal (pelo teste de padrode frequncia TPF) e distrbios de linguagem(processamento lingustico). Dezesseis crianascom desenvolvimento tpico de linguagem e setecrianas diagnosticadas com DEL participaram deTPF e Testes de Compreenso de Complexidade

    Sinttica (TCCS) para avaliao do processamentolingustico. Constatou-se porcentagem de acertono TCCS decrescente com o aumento da comple-xidade sinttica. Na comparao inter-grupos, adiferena no desempenho no TCCS foi estatistica-mente signicante. Como esperado, crianas comDEL apresentaram desempenho no TPF fora dosvalores de referncia. Resultados sugerem queo TPF est correlacionado com habilidades decomplexidade sinttica. O baixo desempenho noTPF pode servir de um indicativo adicional sobredcits em processamento lingustico complexo6.

    b) Associao com Autismo, Distrbio de

    Ateno e Dislexia

    Autores selecionaram, utilizando a escalafuncional de desenvolvimento de Munich, 35crianas com diagnstico ambguo entre autismo,decincia mental e DEL das 667 encaminhadaspara clnicas especializadas em desenvolvimento.Com isso, os autores buscaram identicar traosespeccos das trs sndromes. Os resultadosdemonstraram que a resilincia um dos fatores

    mais importantes para diferenciar entre essas trspatologias. Ressaltaram que os problemas dedesenvolvimento na cognio e na comunicaorelacionados a disfunes perceptuais subjacentespodem gerar comportamentos adaptativos inapro-priados, os quais produzem similaridades entresujeitos com autismo, DEL e decincia mental,embora os trs quadros possuam perl especcocognitivo, social e de comunicao verbal. Esteestudo demonstra a importncia da avaliao deespecicidades comportamentais para um diagns-tico mais preciso, diferenciando tais quadros evolu-

    tivos, j que se sabe que, enquanto o DEL umcomprometimento especco de linguagem, a de-cincia mental abrange a linguagem e a cognio,sendo que ambos podem ter uma interao socialmais adequada do que os sujeitos autistas, osquais possuem alteraes nos trs mbitos: cogni-tivo, verbal e social. Pensando no comprometi-mento social e emocional vivenciado por essascrianas diante de sua inabilidade comunicativa,a avaliao do psiclogo e posterior acompanha-mento da criana e familiares contribui para diferen-ciao dos aspectos de importncia na denio dodiagnstico26.

    a prova de conscincia fonolgica e as provas deleitura e escrita1.

    A partir de uma perspectiva interacionista,autores armam que, alm do olhar sobre o domniogramatical, preciso analisar o funcionamento nodilogo entre adulto e sujeito, pois tal anlise darelementos fundamentais ao processo teraputico.

    Isso ca evidente quando as autoras demonstramque a posio enunciativa de 06 sujeitos comdispraxia verbal nas interaes com as mes eramtotalmente diferentes, e demandavam uma terapu-tica distinta, em que pese a sintomatologia orgnicacomum dos sujeitos23.

    Em termos de diagnstico mdico, vriosestudos genticos e de neuroimagem demonstramque h bases orgnicas para o DEL como o estudoque investigou a relao entre mutaes que afetama transcrio FOXP2 (gene implicado na habilidadede adquirir e desenvolver a fala e a linguagem) e

    transtornos de fala e de linguagem. Constatou-seque essa mutao tem como uma manifestaocomum o distrbio especco de linguagem. Taisfatores genticos se combinam aos fatores ambien-tais, sugerindo uma patologia multifatorial12.

    Em termos de neuroimagem, um estudo reali-zado constatou alteraes corticais que evidenciama presena de distrbios especcos da linguagemno espectro da sndrome perisylviana, sendo obser-vada manifestao clnica decorrente de leso oumalformao que comprometa a regio da ssurade Sylvius, sendo a polimicrogiria a alterao estru-

    tural mais encontrada. Esse estudo descreveu asalteraes de linguagem em quatro membros deuma famlia com Sndrome Perisylviana e relacio-naram-nas a exames de neuroimagem. Os examesde ressonncia magntica evidenciaram polimicro-giria perisylviana de localizao e extenso vari-veis em todos os sujeitos. A avaliao fonoaudiol-gica tambm demonstrou alteraes de linguagemoral e escrita em todos os sujeitos24.

    Co-Morbidadesa) Alteraes do Processamento Auditivo

    Em estudo randomizado controlado (RCT) emque foi avaliada a linguagem e processamento audi-tivo a partir dos resultados atribudos a aplicaoteraputica do softwareFast Forword de Lnguas(FFW-L). O estudo contou com duzentas e dezes-seis crianas que foram submetidas a avaliao deprocessamento auditivo e linguagem antes e depoisdo tratamento, encontrando-se resultado que essainterveno para tratar de uma hiptese de dcit deprocessamento auditivo no foi consideravelmenteecaz na melhoria das competncias lingusticasgerais ou habilidades de processamento temporale linguagem25.

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    contribuir com a eccia da terapia desses distr-bios, dentre eles o DEL30. Alguns estudos apontampara a ecincia das terapias de linguagem diretacom os sujeitos com DEL, embora ressaltem quea evoluo no muito extensa em alguns casos,cabendo-lhes a atribuio de prognstico reservado.No entanto, o diagnstico precoce com interveno

    rpida um fator que promove maior mudana nalinguagem dos sujeitos com DEL10.

    Com base na utilizao de um modelo psicolin-gustico, um estudo recente pretendeu vericar aeccia da interveno fonoaudiolgica no desen-volvimento fonolgico de crianas com DEL. Napesquisa, participaram quatro pr-escolares comDEL misto, sem comprometimentos prxicos, deambos os sexos, com idade entre 48 e 83 meses.A interveno baseou-se na avaliao prvia, emsesses estruturadas e guiadas pelo terapeuta etambm respeitou a necessidade de cada sujeito,

    abordando-se efetivamente os aspectos compro-metidos. Ao nal da pesquisa, constatou-se que autilizao do Modelo Psicolingustico constitui-seem uma ferramenta ecaz no tratamento das di-culdades fonolgicas das crianas com DEL30.

    Outro estudo que aborda a teraputica do DELprope a possibilidade de compensao semnticapara o dcit de processamento sinttico31, mash tambm a apresentao de estratgias tera-puticas de base sinttica e sinttico-semntica,demonstrando que ambas so efetivas32. Tcnicasde ensino de verbos por meio de membros proto-tpicos de cada categoria so analisadas em suaefetividade33, demonstrando que os sujeitos comDEL dependem muito do inputpara ter sucesso naproduo de fala.

    Nesse contexto, tem-se a utilizao das habili-dades narrativas durante o processo teraputico,permitindo ao fonoaudilogo vericar as competn-cias lingusticas, cognitivas e sociais das crianascom DEL. Outra forma de terapia a indireta comos pais, que investigada em estudo que analisou152 crianas divididas em grupos de terapia direta eindireta e vericou que, para a evoluo inicial, noh diferena entre a terapia direta com a crianae com os pais. Entretanto, h evidncias da maiorefetividade da terapia direta para sujeitos maisvelhos, sendo as terapias de 30-40 minutos trsvezes por semana, muito mais produtivas do queas quinzenais para a melhora da produo de fala34.

    A eccia de diferentes modelos de terapia em24 sujeitos com DEL entre 4 anos e 4:6 anos tambm investigada em estudo realizado em Londres, oqual demonstrou que a terapia intensiva foi efetivano tratamento das habilidades de expresso erecepo, ateno e escuta. O estudo aponta para

    Em estudo com 108 crianas com problemas defala, vericou-se que 23 (9 meninas e 14 meninos)eram DEL e 85 distrbio de fala. Apuraram tambmque os 23 com DEL e distrbio de fala tinham maiorrisco para transtorno do dcit da ateno e hipera-tividade de tipo desatento27.

    Um trabalho investigou a presena de alteraesdo espectro autstico em 76 sujeitos de 14 anoscom histria de DEL, por meio de entrevistas com afamlia e de instrumentos especcos de avaliaodo autismo (Autism Diagnostic Interview-Revised ADI-R e Autism Diagnostic Observation Schedule ADOS). Apuraram que a prevalncia de caracters-ticas do espectro autstico nessa populao foi de3,9%, ou seja, 10 vezes mais do que o esperadona populao em geral. Concluem que crianase jovens com DEL possuem um risco aumentadopara possuir caractersticas do espectro autstico28.

    Autores analisaram a correlao entre dislexia

    do desenvolvimento e DEL, com ndices de alte-raes anatmicas, tendo em vista que enquantoa primeira denida com alteraes de leitura,a segunda apresenta problemas de linguagemcompreensiva e/ou expressiva. A questo inves-tigada pelo estudo o quanto as duas desordensso qualitativamente distintas ou simplesmentediferem quantitativamente em um continuum deseveridade. Para responder tal questo, estudaram14 meninos e 8 meninas entre 11 e 16 anos comproblemas de leitura e de linguagem, vericandoque os sujeitos que tinham estruturas cerebrais

    simtricas e pequenas (risco negativo) tinham alte-raes importantes na compreenso e sujeitos comestruturas cerebrais aumentadas e assimtricas(risco positivo) possuam leitura boa na presena decompreenso preservada. A melhor performancefoi das crianas com risco anatmico prximo azero (com estruturas cerebrais normais). Estesresultados indicam a signicncia da avaliao decompreenso da linguagem como dado importantepara distinguir os casos com dislexia do desenvol-vimento dos com DEL, bem como conrmam quea nomeao rpida automtica no prevista pelondice de risco anatmico, mas de medidas anat-micas derivadas do lobo frontal. Crianas comdislexia do desenvolvimento com e sem alteraesde compreenso apresentam alteraes anat-micas que as distinguem das crianas de desenvol-vimento normal29.

    Teraputica, Educao e PrognsticoVrios estudos tm demonstrado a preocupao

    dos especialistas em desenvolver programas deinterveno fonoaudiolgica nos casos de distrbiode linguagem. A partir de diferentes orienta-es tericas, pesquisas so desenvolvidas para

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    Distrbio especfco de linguagem

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    necessria uma parceria interdisciplinar para diag-nstico e processo teraputico, o que contribui paraa organizao das expectativas, do ambiente e dasfrustraes das crianas e da famlia em relao aoseu desempenho.

    A partir da reviso implementada possvel

    demonstrar os principais fatores importantes nodiagnstico e na terapia de sujeitos com DEL, sinte-tizados na Figura1.

    a melhor eccia da terapia direta nesses casos,confrontando-a com a terapia indireta35.

    Em relao ao prognstico, h evidnciasslidas de que o DEL pode contribuir para o surgi-mento de problemas de leitura (especialmente decompreenso da leitura) e de linguagem escrita10.Tal fato sustenta a necessidade de se atentar para

    este distrbio j nos primeiros dois anos de vida,de modo a minimizar ou impedir o prejuzo lingus-tico, escolar e social dessas crianas. Para isso

    Figura 1 Sntese da pesquisa sobre DEL

    CONCLUSO

    Este estudo permitiu identicar alguns pontoscruciais para abordar em programas de sade e naclnica de distrbios de linguagem na infncia, maisespecicamente na clnica com DEL.

    Em relao ao diagnstico, importante dife-renciar os sujeitos com DEL dos autistas, tomando

    a sociabilidade como um ponto importante, j queos ltimos apresentam alteraes mais marcantesneste aspecto. O diagnstico pode ser feito entre18 e 24 meses, desde que se que atento spercepes parentais sobre a evoluo lingusticade seus lhos. As pesquisas demonstram que taispercepes so conveis e que a intervenoprecoce prov melhores resultados e prognsticosevolutivos.

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    possa facilitar/compensar o desenvolvimento dashabilidades verbais alteradas. Tal compensaoparece suciente para que o sujeito no neces-site frequentar escola/classe especial, podendoacompanhar o ensino regular. Os problemas deaprendizagem escolar devem ser observados jque h associao comum entre DEL e transtornodo dcit de ateno e hiperatividade, dislexia eproblemas de processamento auditivo. Quantomais cedo houver o diagnstico, interveno tera-putica e educacional, melhor o prognstico para aadaptao social dos sujeitos com DEL.

    Por m, estudos recentes com abordagens nocampo enunciativo, sugerem que os processos deavaliao e terapia devem ser centrados no funcio-namento de linguagem, sobretudo no dilogo comas pessoas de maior vnculo, pois tais funciona-mentos podem ser distintos e so sempre singu-

    lares, apesar das semelhanas nas limitaes biol-gicas entre sujeitos diferentes. Armam, assim, quea intersubjetividade no pode ser negligenciada nofazer fonoaudiolgico, sobretudo em tempos deconstituio psquica e lingustica.

    As pesquisas tambm evidenciam que a aojunto s famlias pode contribuir para minimizaros prejuzos iniciais de linguagem, sendo funda-mental para a deteco precoce do distrbio junto populao menos privilegiada, na qual h riscomaior para o mesmo. Para que isso ocorra, se faznecessrio um investimento governamental para

    ampliao das equipes do Programa de Sade daFamlia, de modo a proporcionar maior nmero deagentes para acompanhar continuadamente asfamlias, assim como de especialistas (pediatra,fonoaudilogo, psiclogo, entre outros) para cons-truir com os mesmos as prticas de sade necess-rias deteco e encaminhamento precoces.

    Considerando a etiologia, o DEL parece terpadro multifatorial, ou seja, h alteraes genticasrelacionveis ao distrbio e fatores scio-emocio-nais que maximizam a manifestao gentica.

    Em termos de teraputica, tanto a terapia indireta

    (via orientao continuada com pais) e a direta soefetivas, mas a indireta exclusiva apenas em etapasevolutivas iniciais da criana. A partir dos dois/trsanos necessria interveno direta com a crianaque maximize sua potencialidade no verbal e

    ABSTRACT

    The purpose of this work is torelate review researches about speech language impairment in relationto the families perceptions, clinical categorization, language evolution, genetic and others medical

    researches, comorbities, speech and language therapies and prognostic. The data researched wasof the seven last years journals of MedlineeScielo.Among the ndings, the distinguished ones werethe families perception about speech language impairment, the necessity of language pathologistdiagnosis and the efciency of early intervention programs with health agents. Language evolutionstages may be known and observed by infancy health professionals for the early detection of speechlanguage impairment. The therapeutic progress, the school and social adaptation may be better if theintervention begins at two years old.

    KEYWORDS: Language Development; Language; Diagnosis

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    Endereo para correspondncia:Anelise Henrich CrestaniRua Andr Marques, 183, apto 301Santa Maria RSCEP: 97010-041E-mail: [email protected]