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HISTÓRIA E CULTURA DA ÁFRICA E AFRO-BRASILEIRA VS CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO E AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DOS PROFESSORES.Trabalho apresentado no Colóquio Internacional Educação e Justiça Social. Curitiba.

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HISTRIA E CULTURA DA FRICA E AFRO-BRASILEIRA VS CURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO E AS PRTICAS EDUCATIVAS DOS PROFESSORESAlfredo Rocha Barbosa

Fabrcio do Nascimento

Resumo

O presente estudo fruto de investigaes para dissertao de mestrado do programa de Ps-Graduao, linha de pesquisa Formao de Professores e Prticas Educativas da Universidade Federal de So Carlos Campos de Sorocaba. Que tem como foco as prticas educativas dos professores de Histria do Ensino Fundamental II de uma Escola Estadual do Interior de So Paulo e as possveis influncias que o Currculo Oficial deste Estado implantado desde 2008, possa apresentar sobre estes profissionais da educao. Considerando que j se passaram dez anos da promulgao da Lei 10639/03, que determina a obrigatoriedade da incluso dos contedos referentes a Histria e Cultura da frica e dos Afro-brasileiros, apresenta-se o momento propcio para anlises e discusses pertinentes educao para as relaes tnico-raciais.

Para isso nos apoiamos metodologicamente em uma anlise qualitativa envolvendo anlise documental, sobre os cadernos bimestrais de professores e alunos, onde aps a leitura foram elencadas as seguintes categorias de anlise: Intencionalidade de trabalhar a histria e cultura africana e afro-brasileira e Abordagem dos contedos. As anlises revelaram que poucos avanos foram realizados se considerarmos a legislao vigente e s Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes Raciais e para o Ensino da Histria e Cultura Africana e Afro-brasileira, inclusive podendo influenciar negativamente as prticas educativas dos professores.

PALAVRA CHAVE: Currculo, Relaes tnico-Raciais, Prticas.AbstractThis study is the result of research for the dissertation Graduate program online search Teacher Training and Educational Practices at the Federal University of So Carlos - Fields of Sorocaba. Which focuses on educational practices of teachers of History of Secondary School a State School of Interior of So Paulo and the possible influences that this State Official Curriculum deployed since 2008, might present on these education professionals. Whereas ten years after the enactment of Law 10639 / 03 have passed that makes it mandatory inclusion of content related to history and culture of African and Afro-Brazilians, presents a propitious time for analyzes and discussions relevant to education ethnic-racial relations.For this we rely on a methodologically qualitative analysis involving documentary analysis, on the bimonthly contract teachers and students, which were listed after reading the following categories of analysis: Intentionality work history and African culture and african - Brazilian Approach and content. The analysis revealed that few advances have been made if we consider the current and the National Curriculum Guidelines for the Education of Ethnic Relations and the Teaching of History and Culture African and Afro - Brazilian , and may even negatively influence educational practices of teachers legislation.KEYWORD: African History, African-Brazilian, Educational Practices

Introduo

Uma dcada aps a promulgao da Lei 10639/03, que instituiu a obrigatoriedade do ensino da Histria e Cultura da frica e Afro-brasileira no Currculo escolar do Ensino Fundamental e Mdio, resgatando historicamente a contribuio dos negros na construo da sociedade brasileira (BRASIL, 2004, p.8). Fruto das demandas da sociedade civil organizada, fazendo ouvir sua voz pelos Movimentos Negros Brasil a fora, aliado a legislaes que se intensificaram a partir da abertura poltica de 1988 e ainda atendendo aos compromissos internacionais firmados pelo Estado brasileiro (Conferncia de Durban), (CAVALLERO, 2005, p. 66). Acreditamos que chegado o momento de avaliarmos como instituies oficiais e professores vem atuando no sentido de garantir tamanho compromisso com a sociedade.

Realizamos este estudo buscando analisar e compreender como as diretrizes do Currculo do Estado de So Paulo apresentam estes contedos e consequentemente como pode acabar influenciando as prticas de professores de histria do Ensino Fundamental II.

Para estes estudos inicialmente buscamos em sites de divulgao de estudos cientficos como Scielo e da ANPEd (Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa), o estado da arte referente ao ensino de Histria e Cultura Africana e Afro-brasileira para o chamado ensino fundamental II, e embora o nmero de estudos tenham aumentado, os resultados destas pesquisas ainda apontam para problemas como ausncia ou pouca formao de professores e desconhecimento da legislao por parte de equipe gestora e professores, um fator que podemos colocar como positivo a oferta de material disponvel seja em livrarias, ou em lojas virtuais, que abordam tais temticas.Este trabalho esta dividido em quatro momentos onde na primeira parte com o seguinte subttulo: Histria da frica e Cultura Afro-brasileira no Ensino de Histria, procuramos realizar uma breve contextualizao de como foi apresentada tal temtica na disciplina de Histria. Na Segunda parte com o subttulo: Histrico da Legislao realizamos uma seleo de momentos histricos que foram sancionadas leis que apoiaram de alguma forma o ensino de histria e cultura da frica e Afro-brasileira. No terceiro momento com o subttulo: Histria da frica e Cultura Afro-brasileira no Currculo do Estado de So Paulo foram realizadas as anlises dos cadernos dos professores e alunos e na quarta parte ficaram as nossas consideraes. Debruamo-nos sobre o currculo de histria paulista e procuramos realizar uma anlise qualitativa envolvendo anlise documental, sobre os cadernos de professores e alunos divididos por bimestres. E a partir da criao das categorias Intencionalidade e Abordagem de contedos referentes Histria e Cultura da frica e Afro-brasileira como est previsto nos artigos 26 A e 79 B, includos pela Lei 10639/03 e substituda pela Lei 11645/08, da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional de 1996 da Constituio Brasileira de 1988. Reconhecer ou no se a Histria e Cultura da frica e dos Afro-brasileiros faz-se representada e at que ponto ela contribu ou no para as prticas educativas dos professores.1.Histria da frica e Cultura Afro-brasileira no Ensino de Histria

Certamente um dos temas menos conhecidos entre professores das diversas disciplinas, discentes e cidados de modo geral, mesmo depois de dez anos da promulgao da Lei 10639/2003 e cinco anos da lei 11645/2008, a Histria e Cultura Africana e Afro-brasileira, ainda deve ser apresentada de forma sistemtica ao povo brasileiro.

Da mesma forma como defende Anderson Ribeiro de Oliva (2008a), ao questionar porque devemos estudar a Grcia Antiga, Roma, a Reforma Protestante e tantos outros temas eurocntricos em detrimento de temas relacionados Histria, a Literatura, a Arte e a Geografia da frica e Afro-brasileira na educao bsica ou mesmo na graduao, j que tanto europeus, como amerndios e africanos fizeram e ainda fazem parte da construo do que hoje o Brasil.

No raro so as descries do continente africano de forma pejorativa, como atrasado, com problemas estruturais, muitas guerras, doenas e ausncia de democracia. Realmente esta a imagem que persiste no imaginrio popular, que na maioria das vezes possuem como nicas referencias os tele-jornais sensacionalistas que exploram tais situaes em troca de bons ndices de audincia, mas a literatura infanto-juvenil tambm tem sua parcela de responsabilidade, j que em pesquisa realizada por Heloisa Pires Lima (2005) os personagens negros so representados associados escravido, passivos, indefesos, naturalizando o sofrimento e a submisso ao branco.

Tais representaes so reproduzidas tambm na maioria dos livros didticos, colaborando assim para um discurso racista nas salas de aula, desse Brasil a fora. Indo mais alm Negro (1988) citado por Rosemberg, Bazilli e Silva (2003, p.132) destaca que:Aprendeu trs momentos na produo de pesquisas sobre racismo nos livros didticos: um primeiro momento que se caracterizou pela busca da apreenso de explicitao de preconceito nos livros didticos; um segundo, que se distinguiu pelo desvelamento de preconceitos, esteretipos e discriminaes implcitos, o que foi possvel graas ao questionamento do mito da democracia racial e nfase decorrente dos novos estudos sobre relaes raciais na busca de desigualdades raciais, agora apoiados em novas tcnicas de anlise de contedo; e um terceiro momento que se demarcou por estudos que permitiram a apreenso de discriminaes na prpria constituio desse gnero literrio, isto , apreendeu-se que a literatura didtica ( e paradidtica) tem sido criada visando ao aluno branco. Ou seja, ela no apresentaria apenas uma imagem deteriorada do negro, mas teria como pressuposto a interlocuo de um leitor branco.

Assim neste contexto, de um livro didtico produzido para o alunado branco, que por muito tempo a produo de livros didticos, instrumentos importantes e no raro, em muitas escolas ainda hoje, nica ferramenta que efetivamente est disponvel para auxiliar os professores, teve e tem tais caractersticas, influenciando assim as prticas educativas de professores e consequentemente as aprendizagens dos discentes.Em estudos mais recentes, evidenciam o silncio, o desconhecimento e a escassez de experincias positivas em relao histria e cultura africana e afro-brasileira. Porm faz-se necessrio apontar que algumas editoras j esto disponibilizando ao menos um captulo exclusivo para tais temticas. As bibliografias que no passado recente eram poucas, atualmente so fartas, inclusive de forma gratuita na internet, o caso da traduo da coleo Histria Geral da frica com oito volumes, encomenda da UNESCO, foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas reas de conhecimento, comandada por 39 intelectuais, sendo dois teros africanos. Sem contar os numerosos estudos em sites como Sciello e da prpria ANPED, que podem propiciar a professores e discentes um amplo repertrio acadmico de aperfeioamento.Mas voltando ao foco nos livros didticos Oliva (2008b) em Pesquisa apresentada em sua tese de doutorado - Lies sobre a frica: dilogos entre as representaes dos africanos no imaginrio Ocidental e o ensino da Histria da frica no Mundo Atlntico (1990-1995) -, destaca vrios problemas que deveriam ser melhor trabalhados nos livros didticos, mas que de maneira geral ainda no so. Destacaremos neste artigo apenas dois, haja vista que nosso objetivo principal no apontar as carncias nos livros didticos, mas sim apenas sinalizar como em nosso entendimento, tais carncias acabam influenciando a prtica cotidiana dos professores.O primeiro problema que possvel afirmar que influencia de forma direta a ao dos professores em sala de aula e que caracteriza esses manuais a quantidade de contedo disponvel em relao Histria e Cultura Africana e Afro-brasileira em relao a temas como Absolutismo Monrquico ou Reforma Religiosa, estes so em mdia destinados de 15 a 20 pginas em quanto para Histria da frica em mdia de 10 a 15 pginas. Este fato nos faz pensar que somente com muitas simplificaes e generalizaes possvel entre 10 e 15 pginas reunir uma produo de conhecimento, arte de um perodo de mil anos, comprometendo o trabalho e estudo de professores e discentes.

Outro elemento possvel de crtica a quase invisvel de pertinentes estudos sobre a cosmologia africanas, temas que so frequentemente associados de forma ocidentalizada com a Religio, principalmente devido as polmicas que geralmente essa temtica origina em sala de aula, por esse mesmo motivo deveria se mais constante os estudos e aprofundamentos.Dessa maneira a concluso que chegamos nesse momento de nossos estudos que o ensino de Histria e Cultura da frica e Afro-brasileira, na disciplina de Histria se levarmos em considerao, apenas a literatura infanto-juvenil, e a maioria dos livros didticos e para-didticos, como instrumentos auxiliares na produo de aulas e para seu aperfeioamento profissional, pouco contribui no atendimento dos artigos 26 A e 79 B da LDB/96.2. HISTRICO DA LEGISLAO

Para tratarmos sobre a contextualizao da legislao brasileira referente Histria da frica e Afro-brasileira, no podemos deixar de evidenciar o papel dos movimentos sociais, no caso aqui especfico do Movimento Negro. A populao afro-brasileira recm-liberta (1888), logo percebeu que seria necessrio muito mais que uma lei, para garantir uma posio digna na sociedade brasileira.

Uma das vrias alternativas desenvolvidas para melhorar seu status social, rompendo com a condio de excludo e miservel era a valorizao da educao formal, como nos aponta Sales Augusto dos Santos (2005a, p. 22).

No dvidas de que para os negros a busca da instruo (educao formal) como fator de integrao scio-econmica e competio com os brancos, logo aps a abolio da escravatura, foi um passo correto; porm, no suficiente para sua ascenso social. Os negros compreenderam que sem educao formal dificilmente poderiam ascender socialmente, ou seja, obter mobilidade vertical individual ou coletivamente, numa sociedade em pleno processo de modernizao.

Mas no tardou para os movimentos sociais negros juntamente com vrios intelectuais, perceberem e denunciarem que a educao nacional, assim como a sociedade, discriminava e reproduzia o racismo e preconceito que tanto combatiam Nilma Lino Gomes (1997, p. 20).

Dessa maneira desenvolve-se um processo de cobrana, junto aos rgos governamentais exigindo do setor da educao, medidas efetivas de combate ao racismo, temas que tornaria caros a histria da populao afro-brasileira, destaca Santos (2005b), o estudo da histria do continente africano e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formao da sociedade nacional brasileira. Passam a ser temas fundamentais para a luta contra o racismo na educao.

Com o processo de abertura poltica a partir da dcada de 1980 do sculo passado a Constituio Brasileira (1988), em seu artigo 12 reconhece o carter multirracial da populao brasileira e mais especificamente no artigo 215 expressa, o respeito pluralidade tnica que caracteriza nossa sociedade, integrando e reconhecendo as populaes indgenas e demais etnias que formam o mosaico populacional do Brasil, como segue:

Art. 215

1 O Estado proteger as manifestaes das culturas populares, indgenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatrio nacional. 2 A lei dispor sobre a fixao de datas comemorativas de alta significao para os diferentes segmentos tnicos nacionais.Por tanto a Constituio brasileira desde 1988, garante cidadania a todos os diferentes grupos populacionais presentes em territrio nacional reconhecendo sua participao na formao da nao e consequentemente seu carter multirracial, preocupando-se assim, com o sistema educacional do pas, no permitindo a parcialidade e o preconceito. Nesse contexto em 1996 promulgada a Lei 9394, que em seu artigo 3, determina os princpios que direcionam a educao nacional, destacamos aqui o inciso IV que ressalta o respeito e a tolerncia como valores humanos, e que, portanto, so fundamentais Educao.(BRASIL,1996).A LDB ainda, especfica as principais matrizes tnicas que formaram o povo brasileiro no seu artigo 26, pargrafo 4: O ensino de Histria do Brasil levar em conta as contribuies das diferentes culturas e etnias para a formao do povo brasileiro, especialmente das matrizes indgena, africana e europia. Para Carlos da Fonseca Brando (2010), tal pargrafo da LDB evidencia uma correo histrica, em relao Histria do Brasil nos currculos dos ensinos fundamental e mdio.

E necessrio apontar tambm a participao brasileira na 3 Conferncia Mundial contra o Racismo, a Discriminao Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerncia que foi organizada pelas Naes Unidas (ONU) que aconteceu em Durban, na frica do Sul em 2001. Como mais um dos elementos do contexto pr-promulgao da Lei 10639/2003, (GOMES, 2009a, p. 47).Decorrncia da participao brasileira, nessa conferencia internacional, Claudinele Silva (2009, p.17), indica pelo menos dois pontos importantes: A construo do consenso entre as entidades do Movimento Social Negro sobre a necessidade de se implantar aes afirmativas no Brasil e os compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro de implementar polticas dessa natureza visando o combate ao racismo e as desigualdades tnico-raciais. Esses fatores decorreram por parte do governo brasileiro em aes mais efetivas no combate a Discriminao e o Racismo na educao, como a criao da Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial (Seppir), em 2003 e no Ministrio da Educao criada a Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade (Secad), em 2004(GOMES, 2009b).

Consideramos ento que as presses da sociedade civil representada principalmente pelo Movimento Negro, aliada ao processo de institucionalizao de leis principalmente ps- abertura poltica (1988), mais o compromisso firmado do governo na Conferencia de Durban na frica do Sul, promovido pela ONU. Propiciou o momento histrico-social favorvel a promulgao da Lei n 10639/2003, alterada pela Lei 11.645/2008, determinam as seguintes alteraes na LDB 9394/96:

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino mdio, pblicos e privados, torna-se obrigatrio o estudo da histria e cultura afro-brasileira e indgena. (Redao dada pela Lei n 11.645, de 2008 que alterou a Lei n 10.639, de 2003).

1 O contedo programtico a que se refere este artigo incluir diversos aspectos da histria e da cultura que caracterizam a formao da populao brasileira, a partir desses dois grupos tnicos, tais como o estudo da histria da frica e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indgenas no Brasil, a cultura negra e indgena brasileira e o negro e o ndio na formao da sociedade nacional, resgatando as suas contribuies nas reas social, econmica e poltica, pertinentes histria do Brasil.(Redao dada pela Lei n 11.645, de 2008, que alterou a Lei n 10.639, de 2003).

2 Os contedos referentes histria e cultura afro-brasileira e dos povos indgenas brasileiros sero ministrados no mbito de todo o currculo escolar, em especial nas reas de educao artstica e de literatura e histria brasileira. (Redao dada pela Lei n 11.645, de 2008, que alterou a Lei n 10.639, de 2003).

Art. 79-B. O calendrio escolar incluir o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Conscincia Negra.

Essas alteraes na Lei de Diretrizes e Bases da Educao brasileira so amparadas primeiramente pelos Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que j indicavam aos discentes a necessidade de ser capazes de conhecer e valorizar a pluralidade do patrimnio scio-cultural brasileiro. (BRASIL, 1998, p.2).

Nesta mesma toada, foram implantadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-brasileira e Africana e o Parecer CNE 003/2004 que propem aes pedaggicas para o conjunto da escola e para a implementao da Lei 10639/2003.Todos estes dispositivos legais, bem como reivindicaes e propostas do Movimento Negro ao longo do sculo XX, apontam para a necessidade de diretrizes que orientem a formulao de projetos empenhados na valorizao da histria e cultura dos afro-brasileiros e dos africanos, assim como comprometidos com a de educao de relaes tnico-raciais positivas, a que tais contedos devem conduzir. (CNE, 2004, p.2).Dessa maneira, pedagogias que estimulam o combate ao racismo e preconceito, para a populao afro-brasileira representam a oferta de contedos que propiciam o orgulho de sua origem africana, j para os brancos permitem o reconhecimento das influencias e a participao positiva na histria dos africanos e afro-brasileiros na construo da histria do Brasil.

3. Histria da frica e Cultura Afro-brasileira no Currculo do Estado de So Paulo

Em 2008 a Secretaria de Estado da Educao de So Paulo, lanou uma Proposta Curricular para ser implementada em todas as escolas, da rede pblica do Estado, como parte do Projeto So Paulo faz Escola, que props um currculo para os nveis de ensino Fundamental Ciclo II e Mdio para apoiar o trabalho dos professores realizado nas escolas estaduais.

Foram enviados a todas as escolas apostilas no formato jornal e DVDs, com orientaes especficas sobre sua utilizao na unidade escolar. A Secretaria de Estado da Educao indicou que este material deveria ser utilizado nos primeiros 40 dias letivos do ano de 2008 (18/02/08 30/03/08). Este perodo foi denominado de recuperao intensiva e privilegiou a leitura, a produo de textos e a matemtica.

J em 2009, o Projeto So Paulo faz escola, disponibilizou aos professores o Caderno do Professor, onde seriam ofertados os contedos do Currculo com metodologia e orientaes de como propor as atividades que seriam oferecidas aos discentes no Caderno do Aluno, que tambm deveriam ser distribudos a todos os alunos da rede.

Dessa maneira nos propomos aqui analisar qualitativamente como os cadernos destinados aos professores e alunos do Ensino Fundamental II, apresentam ou no os contedos determinados pelos artigos 26 A e 79 B, da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. Entendendo que todas as escolas e professores so obrigadas, pela rede estadual a utilizarem esse material possvel que ele influencie as prticas educativas dos professores e consequentemente o desenvolvimento cognitivo dos alunos, no tocante a valorizao e o respeito a diversidade e o combate ao preconceito racial.

Para realizarmos este trabalho, consideramos ser necessria a definio de categorias de anlise (PONCIANO; GEBRAN; LUVIZOTTO. 20011, p. 107), que nos proporcionar a partir da leitura e releituras dos cadernos identificarmos o que segue:1. Intencionalidade de trabalhar a histria e cultura da frica e Afro-brasileira;

2. Abordagem dos contedos ligados a histria e cultura da frica e Afro-brasileira;

3.1 A intencionalidade de trabalhar a histria e cultura da frica e Afro-brasileira

O Currculo oficial do Estado de So Paulo na sua edio referente ao ano de 2010, para o ensino de Histria, com a justificativa de apoiar o trabalho realizado nas escolas estaduais e contribuir pra a melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos (SEE/SP, 2010, p. 07), prope os objetivos, a organizao dos contedos bsicos, a metodologia de ensino-aprendizagem dos contedos bsicos, os subsdios para implantao do currculo, a organizao das grades curriculares (srie/ano por bimestre) e contedos associados a habilidades.

Tais formulaes so frutos de estudos sistematizados de prticas pedaggicas que a Secretaria considera de sucesso, realizadas na rede estadual, amparada em consultas realizadas com professores, alm de levantamento do acervo documental tcnico pedaggico existente.

Ao longo da apresentao do Currculo, varias vezes so realizadas menes relacionadas ao respeito s diferenas, construo de autonomia e identidades.

Construir identidade, agir com autonomia e em relao com o outro, bem como incorporar a diversidade, so as bases para a construo de valores de pertencimento e de responsabilidade, essenciais para a insero cidad nas dimenses sociais e produtivas. (SEE/SP, 2010, p.10).

Mas em nenhum momento indicado a diretores, coordenadores e professores as determinaes dos artigos 26 A da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Brasileira e to pouco so explicitadas as orientaes do Parecer CNE 003/2004 que prope uma srie de aes pedaggicas que contemplam a heterogeneidade que caracteriza o povo brasileiro (SEE/SP, 2010, p. 13).

Dessa maneira possvel afirmar que em seu discurso a partir de uma leitura menos rigorosa o Currculo do Estado de So Paulo apresenta a intencionalidade de contemplar a diversidade da sociedade brasileira. Para chegarmos a essa considerao inicial levamos em conta, as vrias indicaes ao longo de sua apresentao sobre esta questo, aliado a isso tambm observamos a utilizao de alguns autores nas referncias bibliogrficas como Mary Del Priore e Renato Venncio com a obra, Ancestrais: uma introduo histria da frica Atlntica, ou Leila Leite Hernandez com sua obra frica na sala de aula: visita Histria, alm de dois volumes da coleo Histria Geral da frica, patrocinada pela UNESCO.Por outro lado principalmente no tocante aos contedos bsicos encontramos ainda um discurso que ao estabelecer recortes temtico-conceituais como trabalho, vida cotidiana, memria e cultura, nos evidenciam como uma tentativa de mascarar seu teor primordialmente eurocntrico. Como podemos perceber no seguinte recorte;

... continuam presentes a democracia ateniense, o sistema feudal, a expanso europia, a formao dos Estados nacionais, as revolues democrtico-burguesas, o imperialismo, as guerras mundiais, assim como o processo de colonizao da Amrica, os engenhos e a escravido, a minerao, as revoltas regenciais, o Imprio e sua crise, as fases da Repblica, a formao do espao urbano-industrial, alm dos governos de Vargas, do populismo, dos governos militares, enfim, toda a matria-prima bastante familiar ao professor de Histria. (SEE/SP, 2010, p. 31)

Percebe-se a ausncia tradicional de contedos voltados para a valorizao, e formao de identidade positiva para os descendentes de africanos escravizados, pelo contrrio, evidencia-se uma histria ligada a expanso comercial europia onde a historia da frica esta ligada somente a escravido.Mesmo na continuao do texto acima citado o currculo evidencia que tais temas tradicionais devem acompanhar as tendncias atuais do pensamento historiogrfico e que os materiais destinados a professores e alunos so apenas sugestes acompanhadas de indicaes de livros e materiais didticos, colaborando para a formao continuada dos docentes. (SEE/SP, 2010, p. 32).

Seriam ingnuos aqueles que acreditam em tais afirmaes, j que a principal avaliao do rendimento de alunos e professores no estado de So Paulo o SARESP, que possui como diretrizes para a formulao e correo das avaliaes o prprio currculo paulista. Isto significa que aquele professor que exercer sua liberdade de ctedra em relao aos contedos indicados pelo currculo, correr o srio risco de ser mal avaliado, assim como seus alunos. E como conseqncia de uma avaliao negativa ficara sujeito a mais orientaes de seus superiores hierrquicos.

Consideramos ento que mesmo com as referencias sobre Histria e Cultura Africana e Afro-brasileira, mesmo como um discurso de valorizao da diversidade brasileira, o currculo do Estado de So Paulo, no apresenta em si a intencionalidade de se trabalhar com as referidas questes.

Pelo contrrio a SEE/SP ao montar um currculo sem mudanas substanciais em seus contedos, tratando o problema racial no Brasil como tendncias atuais, evidencia a falta de preparo, como aponta o professor doutor Kabengele Munanga (2005a, p. 15), que considera tal fato, como o reflexo do nosso mito de democracia racial que compromete nosso objetivo de formao dos futuros cidados responsveis de amanh sejam eles negros ou brancos.3.2 - Abordagens dos contedos relacionados Histria e Cultura da frica e Afro-brasileira

Nesse momento procuramos analisar como so realizadas as abordagens dos contedos relacionados histria e cultura da frica e Afro-Brasileira nas diferentes sries, de acordo com as determinaes do artigo 26 A da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Brasileira.

Assim como quando analisamos a intencionalidade, se olharmos de forma quantitativa, os contedos relacionados Histria e Cultura da frica e Afro-brasileira, esto presentes em pelo menos dez dos dezesseis cadernos destinados aos professores e alunos do Ensino Fundamental II, apresentando pelo menos uma situao de aprendizagem por caderno abordando a Histria ou Cultura da frica ou dos Afro-brasileiros. Assim podemos considerar isso um avano, j que se compararmos com a maioria dos livros didticos, o material (Caderno de Professores e Alunos) enviado pela SEE/SP ao menos quantitativamente apresenta-se de forma mais efetiva em relao a tais temticas que os referidos livros didticos.

Porm para nossa anlise privilegiamos os aspectos qualitativos dos Cadernos dos Professores e Alunos do Ensino Fundamental II, a abordagem especfica sobre a participao da Histria e Cultura da frica e Afro-brasileira apresentada nos cadernos dos Professores e Alunos da seguinte maneira.

Em relao a Histria e Cultura da frica so apresentadas das seguintes maneiras.A Histria e Cultura da frica, esta resumida a dois cadernos do 6 Ano. No Caderno volume 1, situao de aprendizagem 3 A vida na Pr-Histria e a Escrita. O Continente colocado como territrio onde surgiu o ser humano, onde so trabalhados por meio da elaborao de um dicionrio, conceitos como Pr-Histria, Paleoltico, Neoltico, Pedra Lascada entre outros. No Caderno volume 2, situao de aprendizagem 1 Rio Nilo e o trabalho dos camponeses no Egito Antigo. So apresentados os contedos referentes formao da Civilizao Egpcia assim como a questo do trabalho e a importncia do rio para a formao deste estado. A situao de aprendizagem que aborda tal temtica frica o Bero da Humanidade, onde so intensificadas as explicaes sobre o surgimento da humanidade neste continente, para tanto so trabalhados as diversas formas de sociedades como coletoras, nmades e sedentrias, os alunos so instigados a produzirem um painel com imagens de registros de artefatos como lanas, pedras lascadas e polidas entre outros.Assim aps estes estudos o aluno da rede estadual de So Paulo s voltar a ver algum contedo relacionado frica, no 9 Ano Caderno 1, situao de aprendizagem 1 Imperialismo e neocolonialismo do sculo XIX, nesta situao de aprendizagem os alunos trabalharam com dois mapas, um mapa atual poltico do Continente Africano e outro mapa da Ocupao da frica por volta de 1830. Tambm sero abordadas as justificativas ideolgicas para a ocupao deste continente, como recorte da obra de J. Conrad O Corao das Trevas, e o O fardo do Homem Branco de Rudyard Kipling.

Dessa maneira so encerrados os contedos referentes Histria e Cultua da frica para os alunos do Ensino Fundamental II do Estado de So Paulo. Reparemos que o Currculo traa uma linha cronolgica com um carter implcito evolucionista dos fatos, ao tratar a Histria, onde o continente africano colocado em sua origem, depois da organizao dos grupamentos humanos em cidades-estados uma grande lacuna se evidncia, voltando o continente aparecer de forma coadjuvante durante o perodo das Grandes Navegaes quando, serve de fornecedor de especiarias caras ao mercado europeu e mais tarde como mo de obra escrava para empreitada da indstria aucareira nas Amricas.

Voltemos nossa ateno agora para os contedos relacionados Histria e Cultura dos Afro-brasileiros. O caderno volume 2 do 8 ano, situao de aprendizagem O Brasil Urbano de Debret, apresenta nesta situao de aprendizagem a professores e alunos como trabalhar com descries de imagens produzidas por este famoso pintor do sculo XIX.

No caderno volume 3, do 8 ano situao de aprendizagem A Revolta dos Mals, apresentado aos alunos um pequeno texto de quatro pargrafos, onde devem realizar um fichamento.

Para o volume 4, 8 ano situao de aprendizagem 2 O Processo de Abolio da Escravido so trabalhadas as chamadas Leis abolicionistas, na perspectiva de que estas leis fizeram parte do processo que pois fim a escravido.

Encontramos ainda no caderno volume 4, do 7 ano situao de aprendizagem 1 - Quilombo: um smbolo de resistncia escravido. Nesta situao de aprendizagem professores orientam os alunos a produzirem uma maquete de um quilombo rural. Ainda neste caderno a situao de aprendizagem 3 Revista Cultural: a minerao no Brasil colonial. Embora seja indicadas revistas com temas culturais e atualidades o destaque apresentado para a populao africana escravizada e afro-brasileira est relacionado escravido.

Em outras trs situaes de aprendizagens uma no caderno 3 do 9 ano, situao de aprendizagem 1 Os dez princpios da Conferncia de Bandung, no Caderno 4, do 9 ano, situao de aprendizagem 1 Eu tenho um sonho e no caderno 1 do 7 ano, situao de aprendizagem 4 Expanso Martima nos sculos XV e XVI, so apresentados contedos que podem e devem ser relacionados com a luta dos afro-brasileiros por igualdade de direitos e valorizao da cultura.

Ao verificarmos a abordagem aos contedos relacionados a Histria e Cultura Afro-brasileira, possvel afirmar que ainda feita de maneira a essencialmente ligada a escravido, castigos fsicos e trabalhos penosos, no proporcionando aos alunos uma leitura positiva dessa parcela da populao brasileira. A ausncia de figuras importantes, de aspectos culturais, como a religiosidade, no so abordadas nestes contedos, dessa forma acabam por determinar uma prtica educativa viciada por parte de professores, se considerarmos que em sua maioria adotam este material aliado aos livros didticos como ferramentas para suas aulas.ConsideraesA Educao no Brasil durante o perodo ditatorial passou por um duro processo de secundarizao da funo educadora tanto na docncia como nos currculos (ARROYO, 2011a), como exemplos figuras como Paulo Freire e Florestan Fernandes, foram obrigados a deixar o pas. Os militares tentaram tambm exilar o pensamento pedaggico, criando disciplinas e doutrinando contedos.

Com a abertura poltica em meio dcada de 80 do sculo passado, com os retornos de figuras importantes do pensamento pedaggico brasileiro, apoiados por movimentos sociais cada vez mais ativos e livres da censura ditatorial bradavam na Constituinte de 1988, Educao direito de todo cidado!.

Porm, recentemente uma nova reao conservadora evidenciada por deixar em segundo plano a educao no currculo e docncia, representada pelas polticas neoliberais, com sua nfase no treinamento e no domnio de competncias e nas avaliaes e classificaes de alunos e mestres por domnios de resultados, transformam professores em aulistas (ARROYO, 2011b), onde o importante treinar os alunos para as avaliaes externas.Nesse contexto consideramos estar o Currculo de Histria do Ensino Fundamental II Oficial do Estado de So Paulo, embora seja evidente a incluso de alguns contedos que fazem referncia ao continente africano e aos afro-brasileiros, porm, com abordagens totalmente relacionadas ao europeu colonizador. Tanto a intencionalidade como a abordagem dos contedos, est presente apenas no discurso de apresentao do currculo. Sendo que a prpria SEE/SP, confirma que os contedos em si pouco mudaram.

Dessa maneira aliando estes contedos eurocntricos, mas o sistema de avaliao externa do Estado de So Paulo, as prticas educativas de professores so determinadas de tal forma que, s fazem reproduzir uma escola estranha aos gestores, professores e alunos, pouco contribuindo para a valorizao das diferenas. Direcionando-se na contramo daquilo que acreditamos ser o papel da escola, que de proporcionar acesso aos conhecimentos cientficos, racionalidade que rege as relaes sociais e raciais elementos indispensveis para uma sociedade realmente democrtica.

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http://www.seppir.gov.br/publicacoes/documentofinal_conferenciadurban.pdf15/01/2014 21:45 Mestrando no Programa de Ps-Graduao Linha de Pesquisa Formao de Professores e Prticas Educativas da Universidade Federal de So Carlos Campos Sorocaba. Professor de Histria da Rede Estadual de So Paulo.

Doutor em Educao pela Universidade Federal de So Carlos; possui o Grado de Salamanca en Didctica de las Ciencias no mbito do Programa de Doctorado en Polticas de Formacin de Profesores y Profesionales de la Educacin de Adultos, oferecido pela Universidad de Salamanca, Espanha; Mestre em Educao pela Universidade Federal de So Carlos; e Licenciado e Bacharel em Cincias Biolgicas pela Universidade de Mogi das Cruzes. Atualmente Professor Adjunto na Universidade Federal de So Carlos - Campus Sorocaba, atuando em atividades de pesquisa, ensino e extenso universitria nas reas de Ensino das Cincias, Formao e Atuao de Professores e Formao de Gestores Educacionais.

Preconceitos e discriminaes raciais em livros didticos. Cadernos de Pesquisa, So Paulo. n. 65, p. 52-65, maio 1988.

Utilizamos o pensamento de Anderson R. Oliva, que considera o termo Cosmologia em substituio de Religio, por entender que ele articula as esferas fsicas e metafsicas de forma mais intimista e complexa que a Ocidental, relacionando os antepassados, com as normas de funcionamento da sociedade e do cosmos se confundem nessa dinmica. (OLIVA, 2008, p.40).