artigo - aguas - salvador ba

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ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1 I-094 - PANORAMA DO SISTEMA ADUTOR INTEGRADO DE ÁGUA BRUTA DE SALVADOR, LAURO DE FREITAS E SIMÕES FILHO, BAHIA. Thaise Ithana de Souza França (1) Engenheira Sanitarista e Ambiental pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Engenheira consultora na Superintendência de Saneamento da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (SEDUR). Itaiara Sá Marques Engenheira Sanitarista e Ambiental pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Analista de Saneamento da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa). Mateus Almeida Cunha Engenheiro Sanitarista e Ambiental pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestrando em Meio Ambiente, Águas e Saneamento (MAASA). Coordenador de Resíduos Sólidos da Diretoria de Resíduos Sólidos e Saneamento Rural da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (SEDUR). Endereço (1) : 5ª Avenida, Centro administrativo da Bahia, 550, Sussuarana - Salvador - BA - CEP: 41745-004- Brasil - Tel: (71) 3118-3125 - e-mail: [email protected] RESUMO O Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho vem apresentando significativa redução de volume em seus reservatórios de água bruta, principalmente nos períodos de seca. Este sistema é responsável por abastecer 11 municípios, indústrias e polos petroquímicos, e possui o maior sistema adutor do Estado da Bahia, com uma grande variedade de manancial e englobando diversas Bacias Hidrográficas. A falta de conhecimento pela população da funcionalidade dos sistemas adutores do SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho tem ocasionado à celeridade da degradação das bacias hidrográficas, pela falta de planejamento na ocupação do solo e na utilização dos recursos naturais disponíveis. Os mananciais atualmente explorados pelo SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho possuem potencial para exploração de vazões maiores, desde que suas bacias hidrográficas sejam monitoradas e controladas quanto a sua utilização e o sistema adutor seja ampliado. PALAVRAS-CHAVE: Abastecimento de Água, Barragem e Adutora. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, o Estado da Bahia tem enfrentado períodos críticos por causa da escassez de água em épocas de estiagem quanto à disponibilidade de água bruta de qualidade, para o abastecimento de seus municípios. Esta situação a cada ano se agrava devido à degradação dos mananciais, que está ocorrendo de maneira progressiva e acelerada pela ocupação desordenada das bacias. O SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho é um dos sistemas que vem apresentando significativa redução de volume em seus reservatórios, principalmente nestes períodos, possuindo como fator agravante o uso irracional da água pela população, esquecendo-se da sua importância e da funcionalidade dos sistemas de abastecimento de água. O SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho possui o maior sistema adutor do Estado da Bahia, que dispõe de diversas fontes de alimentação com complexas inter-relações, pois engloba diversas Bacias Hidrográficas com uma grande variabilidade da capacidade dos mananciais e, consequentemente, das suas vazões regularizadas. Este número elevado de mananciais encontra-se estreitamente vinculado à história da cidade de Salvador, onde os mananciais próximos da cidade foram os primeiros a serem explorados por meio de reservatórios pequenos com baixa capacidade reguladora (EMBASA, 1998). Inicialmente o SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho começou a ser operado pela Companhia Metropolitana de Água e Esgoto (COMAE), que em 1975 foi extinta e seus serviços foram incorporados a Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.) (EMBASA, 2012).

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Analise do abastecimento de água da RMS.

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ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental1 I-094 - PANORAMA DO SISTEMA ADUTOR INTEGRADO DE GUA BRUTA DE SALVADOR, LAURO DE FREITAS E SIMES FILHO, BAHIA. Thaise Ithana de Souza Frana(1) EngenheiraSanitaristaeAmbientalpelaUniversidadeFederaldaBahia(UFBA).Engenheiraconsultorana Superintendncia de Saneamento da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (SEDUR).Itaiara S Marques Engenheira Sanitarista e Ambiental pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Analista de Saneamento da Empresa Baiana de guas e Saneamento S.A. (Embasa). Mateus Almeida Cunha EngenheiroSanitaristaeAmbientalpelaUniversidadeFederaldaBahia(UFBA).MestrandoemMeio Ambiente,guaseSaneamento(MAASA).CoordenadordeResduosSlidosdaDiretoriade Resduos Slidos e Saneamento Rural da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (SEDUR). Endereo(1): 5 Avenida, Centro administrativo da Bahia, 550, Sussuarana - Salvador - BA - CEP:41745-004- Brasil - Tel: (71) 3118-3125 - e-mail: [email protected] RESUMO OSistemaIntegradodeAbastecimentodegua(SIAA)deSalvador,LaurodeFreitaseSimesFilhovem apresentando significativa reduo de volume em seus reservatrios de gua bruta, principalmente nos perodos deseca.Estesistemaresponsvelporabastecer 11 municpios, indstrias epolospetroqumicos, e possui o maiorsistemaadutordoEstadodaBahia,comumagrandevariedadedemanancialeenglobandodiversas Bacias Hidrogrficas. A falta de conhecimento pela populao da funcionalidade dos sistemas adutoresdo SIAA de Salvador, Lauro deFreitaseSimesFilhotemocasionadoceleridadedadegradaodasbaciashidrogrficas,pelafaltade planejamento na ocupao do solo e na utilizao dos recursos naturais disponveis.OsmananciaisatualmenteexploradospeloSIAAdeSalvador,LaurodeFreitaseSimesFilhopossuem potencialparaexploraodevazesmaiores,desdequesuasbaciashidrogrficassejammonitoradase controladas quanto a sua utilizao e o sistema adutor seja ampliado. PALAVRAS-CHAVE: Abastecimento de gua, Barragem e Adutora. INTRODUO Nos ltimos anos, o Estado da Bahia tem enfrentado perodos crticos por causa da escassez de gua em pocas deestiagemquantodisponibilidadedeguabrutadequalidade,paraoabastecimentodeseusmunicpios. Estasituaoacadaanoseagravadevidodegradaodosmananciais,queestocorrendodemaneira progressiva e acelerada pela ocupao desordenada das bacias. O SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filhoumdossistemasquevemapresentandosignificativareduodevolumeemseusreservatrios, principalmentenestesperodos,possuindocomofatoragravanteousoirracionaldaguapelapopulao, esquecendo-se da sua importncia e da funcionalidade dos sistemas de abastecimento de gua. O SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filho possui o maior sistema adutor do Estado da Bahia, que dispedediversasfontesdealimentaocomcomplexasinter-relaes,poisenglobadiversasBacias Hidrogrficascomumagrandevariabilidadedacapacidadedosmananciaise,consequentemente,dassuas vazesregularizadas.Estenmeroelevadodemananciaisencontra-seestreitamentevinculadohistriada cidade de Salvador, onde os mananciais prximos da cidade foram os primeiros a serem explorados por meio de reservatrios pequenos com baixa capacidade reguladora (EMBASA, 1998). InicialmenteoSIAAdeSalvador,LaurodeFreitaseSimesFilhocomeouaseroperadopelaCompanhia MetropolitanadeguaeEsgoto(COMAE),queem1975foiextintaeseusserviosforamincorporadosa Embasa (Empresa Baiana de guas e Saneamento S.A.) (EMBASA, 2012).

ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental2 AsprimeirasintervenesrealizadaspelaEmbasanestesistemaaconteceramentre1976e1986,ondeforam ampliadasasEstaesdeTratamentodegua(ETA)VieiradeMelloeTheodoroSampaio,eimplantadaa segundaadutoraJoanesI/Bolandeira,comtubulaodeaocarbono.Nestemesmoperodo,foiinstaladoo sistemaSantaHelena.E,em1989,ofornecimentodeguaemSalvadorganhouimportantereforocoma construo da barragem Pedra do Cavalo e implantao da ETA principal em Candeias (EMBASA, 2012). Atualmente,osistemaadutordoSIAAdeSalvador,LaurodeFreitaseSimesFilhoabastecemSalvador, SimesFilho,LaurodeFreitas,SantoAmaro,sistemaintegradodeAmliaRodrigues(AmliaRodrigues, ConceiodoJacupeeCoraodeMaria),Cachoeira,sistemaintegradodorecncavo (Madre de Deus, So Francisco do Conde e Candeias), indstrias (CIA Sul e Norte e outros) e polos petroqumicos (RLAM, Braskem e outros). Este artigo possui o objetivo de apresentar o panorama do SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filho, buscando mostrar a configurao dos seus mananciais e as demandas ofertadas de gua bruta. MATERIAIS E MTODOS Este trabalho resultado de uma reviso bibliogrfica realizada no Plano Diretor de Abastecimento de gua da RegioMetropolitanadeSalvadorelaboradopelaEmbasaenoPlanoMunicipaldeSaneamentoBsicode Salvador,sobreosprincipaisaspectosdoSIAAdeSalvador,LaurodeFreitaseSimesFilho,buscando informaesdassuasprincipaiscaractersticas,funcionalidade,configuraoedegradao.Tambmforam utilizadas informaes disponibilizadas pela Embasa.

RESULTADOS E DISCUSSO O SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filho utiliza como mananciais superficiais os seguintes rios: (i) Joanes, por meio dos reservatrios Joanes I e Joanes II; (ii) Ipitanga, atravs das barragens Ipitanga I, II e III; (iii) Pituau por meio da represa homnima; (iv) do Cobre, tambm por barragem homnima; (v)Jacupe, por meio da barragem de Santa Helena e, por fim, (vi) o Paraguau, com aproveitamento da barragem de Pedra do Cavalo,queestoinseridosnasreasdeProteoAmbientalAPA,englobandodiversasBacias Hidrogrficas.AtualmentearepresadePituauencontra-sedesativada(PMS,2012).OQuadro1mostraas vazes de regularizao dos reservatrios e as vazes captadas no sistema. Quadro 1 - Mananciais utilizados e capacidades para o SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filho (PMS, 2012) MANANCIALBARRAGEM VAZO REGULARIZADA MXIMA (m/s) VAZO DISPONVEL 2009 (m/s) Rio Joanes Joanes I1,01,0 Joanes II4,04,0 Rio do CobreCobre0,10,1 Rio IpitangaIpitanga I, II e III0,80,8 Rio JacupeSanta Helena10,03,0 Rio ParaguauPedra do Cavalo21,07,0 Totais36,915,9 Barragem Pedra do Cavalo A Represa de Pedra do cavalo um lago formado por um barramento no rio Paragua, cerca de 40 km da sua foz e, aproximadamente, a 110 km da cidade de Salvador e o principal recurso hdrico superficial do Estado da Bahia (PMS, 2012). ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental3 A Barragem de Pedra do Cavalo comeou a ser explorada em 1985, entretanto teve sua construo iniciada na dcadade70,situadanolimitedostrechosmdioebaixodaBaciaHidrogrficadoRioParaguau,com extensode48kmaolongodocursodgua,abrangendoterritriosdeoitomunicpiosdasRegies Econmicas do Paraguau e Recncavo Sul: Feira de Santana, Antnio Cardoso, Santo Estevo, Cabaceiras do Paraguau,GovernadorMangabeira, Cachoeira, Conceio de Feira e So Gonalo dos Campos (PMS, 2012; ARQUIVOMUNICIPALDESAOFELIX, 2010). PedradoCavalofoiconstrudacomoobjetivodasseguintesfinalidades:controledecheia;abastecimento de gua;geraodeenergia;irrigaoagrcola;pescaepiscicultura;enavegao.Asuaconstruopromoveu significativasmudanasnoregimehidrolgicoenaregioestuarina.ConformeGENZ(2006),aanlisedas alteraeshidrolgicasdecorrentesdabarragemidentificouareduodasvazesdepraticamentetodasas faixasda curva de permanncia. Ele ainda informa que os impactos no regime hidrolgico do esturio do Rio Paraguau esto associados ttica operacional dos usos do reservatrio e aos dispositivos de descarga. Quantodisponibilidadedoreservatrioparaaoabastecimentodegua,o sistema adutor Pedra do Cavalo compostopelasseguintesunidades,dispostasemsriedesdeacaptao,localizada2,0kmamontanteda Barragem Pedra do Cavalo, no municpio de Conceio da Feira,at a chegada de gua na ETA Principal: (i) Captaoeestaoelevatria;(ii)Adutoraporrecalqueatostand-pipe;(iii)Stand-pipe;(iv)Adutorapor gravidade-1trecho;(v)Canal;e(vi)Adutoraporgravidade-2trecho.Estesistema foi modulado em trs etapas, com capacidade nominal de 7,00 m/s cada, tendo sido construda at o momento a 1 etapa, embora as obras do stand-pipe e do canal tenham capacidade para a vazo final prevista de 21,00 m/s (EMBASA, 1998). O Sistema Adutor Pedra do Cavalo tem captao localizada 2,0 km a montante da Barragem Pedra do Cavalo, nomunicpiodeConceiodaFeira.SeguindoemdireoEstaodeTratamento(ETAPrincipal), atravessando a rodovia federal BR-101 seguindo paralelamente rodovia estadual BA-026 (Cachoeira - Santo Amaro) at a cidade de Santo Amaro da Purificao. Aps cruzar a rodovia BA-420 (Santo Amaro/BR-324), a adutora atravessa o municpio de So Francisco do Conde, continuando em direo cidade de Candeias at a ETA, cruzando antes a rodovia federal BR-324 e a rodovia Canal de Trfego, que liga o Polo Petroqumico de Camaari ao Porto de Aratu (EMBASA, 1998). A captao e a estao elevatria, construda margem do lago formado pela barragem, so do tipo poo seco comespaointernodisponvelparaabrigar10ConjuntosMotobombas(CMB),dosquaisencontram-se instalados quatro unidades, recalcando uma vazo de aproximadamente 6,80 m/s (EMBASA, 1998). A interligao entre a Estao Elevatria e o Stand-Pipe feita por adutora em ao carbono com dimetros de 1.800 mm, extenso de 37 m, e 2.300 mm com extenso de 403 m, em srie, perfazendo uma extenso total de 440 m, com capacidade de recalque de at 8,90 m/s, mantendo em operao as quatro bombas. (PMS, 2012). OStand-Pipe(torredeequilbrio)constitudodeumcilindroemconcretoprotendido,com12,50mde dimetroe24mdealtura,ebaseseca,emconcretoarmado.Eletemcapacidadeatavazode21m/spor meio de 04 conjuntos de tubulaes e vlvulas de 1,80 m de dimetro instalados em seu interior, alm de juntas dresser e uma monovia com uma talha de 5 toneladas (EMBASA, 1998). A aduo entre o Stand-Pipe e o canal a cu aberto feita por gravidade, atravs de uma tubulao de ao com 2.300mmdedimetroe12.812mdeextenso, sendo 12.012 m em tubulao enterrada e 800 m em trechos areos (EMBASA, 1998). O canal possui 12.520 m de extenso com seo trapezoidal varivel, constitudo de seis subtrechos interligados porsifesdepequenasextenses.SuasuperfcieimpermeabilizadacommantasdebidimePVC,revestida com colches de gabio (EMBASA, 1998). Ocanalfoidimensionadoparaavazofinalde21,00m/s,masasuavazorestringidapelossifesque possuem capacidade da ordem de 11m/s e dimetros de 2.100 mm. Os sifes foram implantados para atender a primeiraetapadoprojeto,sendoqueestprevistoparaetapafinalaimplantaodedoissifesemcada subtrechodo projeto de Pedra do Cavalo, para atender a vazo final prevista de 21,00 m/s. Ressalta-se que a extenso total dos trechos em sifo de 1.210 m (EMBASA, 1998).

ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental4 Aps o canal, a adutora segue em direo Estao de Tratamento de gua, chamada de ETA Principal, com 41.350 m de tubulao do ao carbono com dimetro de 2.000 mm, sendo 32.758 m em tubulao enterrada e 8.592 m em trecho areo, ambas funcionando por gravidade (EMBASA, 1998). A vazo efetiva medida neste segundo trecho por gravidade, pela Coordenao de Pitometria e Macromedio daEmbasa,foide6,75m/s.Noseucaminhamentoexistemderivaesqueabastecemo municpio de Santo Amaro, Amlia Rodrigues, Corao de Maria Conceio do Jacupe e centros industriais. Figura 1 - Croqui do sistema existente de Pedra do Cavalo Atualmente,osprincipaisimpactosambientaisqueafetamarepresadePedradoCavaloso:lanamentode efluentesdoCentroIndustrialdeFeirade Santana; despejos de efluentes domsticos lanados diretamente no lago e de sistemas de drenagens pluviais de alguns bairros de Feira de Santana; reas urbanas inseridas dentro dareadeproteo,comlanamentodeefluentesdomsticoseresduosslidosdentrodoreservatrio; pequenas reas de irrigao dentro da rea de proteo e desmatamento da mata ciliar (PMS, 2012). Barragem de Santa Helena A Barragem de Santa Helena fica situada no rio Jacupe e est localizada no municpio de Mata de So Joo. utilizadaparaalimentaodabarragemJoanesII,decujolagoefetuadoaaduodereforoparaaETA Principal, e para abastecer a indstria Braskem (PMS, 2012). As adutoras de gua bruta Santa Helena/Joanes II se desenvolvem nos municpios de Dias Dvila e Camaari (PMS, 2012). OSistemaadutordeSantaHelena/JoanesIIcompostodecaptao,estaoelevatriaepor duas adutoras quefuncionamemparaleloporrecalque,quealimentamaschaminsdeequilbrio,aqualnasequncia alimentam o Joanes II por meio de adutoras por gravidade. Estesistematransportaumavazototal para Joanes II de aproximadamente 1,50 m/s, conforme informaes fornecidaspelaEmbasa.ParaabasteceraBraskemretiradoaproximadamente1,0m/sdestereservatrio (EMBASA, 1998). AelevatriaconjugadacaptaoemSantaHelena/JoanesIIconsistededoissistemasderecalque independentes, um que foi implantado para reverter gua para o Joanes II e outro que era para abastecer o Polo Petroqumico(Braskem),pormeiodoreservatriodomorrodoCaulim.Estereservatriofoidesativadopor problemasestruturais,ondeaEmbasadecidiuprolongaraadutoraqueoalimentavaatolagodoJoanesII, ficando, portanto, os dois recalques destinados a promover a reverso entre as duas bacias (EMBASA, 1998). AelevatriadeSantaHelenatemcondiesdeabrigar12ConjuntosMotobombas(CMB),sendoseis interligados a uma das adutoras e os outros seis outra adutora. Entretanto, atualmente encontram-se operando apenas seis CMB de 1.400CV (EMBASA, 1998; PMS, 2012). Da elevatria saem duas adutoras por recalque, ambas em ao soldado com extenso de 316 m, sendo uma com dimetro de 1.500 mm correspondente ao recalque que iria para Polo Petroqumico e que foi prolongado at o # Cachoeira e IndstriasBarragem Pedra do Cavalo Captao EEAB (4 Bombas) Stand-Pipe Canal de gua Bruta Extenso -12.520m ETA PRINCIPAL Adutora (Recalque) DN 1800-37m DN 2300-403m Extenso-440m Adutora (Gravidade) DN 2300 Extenso-12.812m # Santo Amaro, Amlia Rodrigues, Corao de Maria Conceio do Jacupe, RLAM e Indstrias Barragem Joanes II Adutora (Gravidade) DN 2000 Extenso-41.350m ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental5 Joanes II e a outra de 1.300 mm de dimetro, transportando uma vazo total para Joanes II de aproximadamente 1,50 m/s, conforme informaes fornecidas pela Embasa (EMBASA, 1998). Osdimetrosdostubosdesadadaschaminssoiguaisaosdostubosdeentrada,havendologoapsas chamins, redues para o dimetro de 900 mm e uma interligao entre os dois trechos por gravidade, tambm comdimetrode900mm.Estasduaslinhasseguememparalelonopercursode10.500matabarragem Joanes II. Uma destas linhas tem dimetro nico de 900 mm enquanto a outra composta por dois trechos em srie,oprimeirocomdimetrode900mm e extenso de 7.500 m e o segundo com dimetro de 1.200 mm e 3.000 m de extenso (EMBASA, 1998). A represa possui na sua rea de abrangncia impactos ambientais como: desmatamento da mata ciliar, devido s invases nas margens da represa e realizao de atividades agrcolas prximas das margens com retirada de gua do manancial (PMS, 2012). Barragens do Rio Joanes AsprincipaisnascentesdoRioJoanesestolocalizadasnomunicpiodeSoFranciscodoCondeeSo SebastiodoPass,ondeseuscursosdguadeat245kmdeextensoabrangemosmunicpiosdeSo FranciscodoConde,SoSebastiodoPass,Candeias,SimesFilho,Camaari,DiasDvilaeLaurode Freitas (PMS, 2012). O Rio Joanes utilizado para abastecimento de gua a partir de duas captaes nas barragens Joanes I e Joanes II.AbarragemdoJoanesIlocaliza-sea8kmdafozdorio,nasproximidadesdopovoadodeJambeiro, Municpio de Lauro de Freitas, e a barragem Joanes II localiza-se prxima BA 052, no acesso para Camaari, na localidade de Areia Branca, no Municpio de Lauro de Freitas (PMS, 2012). Barragem Joanes I A Barragem Joanes I fica localizada em Areia Branca, no municpio de Lauro de Freitas, e abastece a ETA da Bolandeira.OsistemaJoanesIconstitudodeduascaptaes,sendoumaporrecalqueeaoutrapor gravidade,ambasaduzindoguabrutaparaoParquedaBolandeiraonde esto localizadas as ETA Vieira de Melo e Teodoro Sampaio. O total de vazo que chega s ETA de 3,30 m/s (PMS, 2012; EMBASA, 1998). Aelevatriacompostaportrs conjuntos motobombas, trabalhando comobooster, sendo que a adutora que funcionaporrecalquepossuidimetrode1.500mmdeaocomextensode22.500meaadutorapor gravidade possui dimetro de 1.500 mm de concreto com extenso de 22.500 m (PMS, 2012). Nestarepresafoiobservadoqueosprincipaisimpactossoocasionadospelasinvaseseocupaesnas margens da represa, pelo desmatamento da mata ciliar; esgotos domsticos da cidade de Camaari lanados no rio Camaari, afluente do rio Joanes; esgotos domsticos da cidade de Simes Filho lanados no rio Muriqueira, afluente do rio Joanes; florao de plantas aquticas e algas em certas pocas do ano; e atividades agrcolas em reas prximas das margens (PMS, 2012). Barragem Joanes II AbarragemJoanesIIestlocalizadanasproximidadesdaestradaSalvador-Alagoinhas,nomunicpiode SimesFilho,entretantoaoperaodabarragemestlocalizadanomunicpiodeDiasDvila.Osistema constitudo de captao, estao elevatria e adutora por recalque (PMS, 2012). O sistema adutor Joanes II alimenta o Polo Petroqumico, a ETA Principal e o lago do Joanes I. AelevatriaJoanesII/ETAPrincipalpossuicapacidadeestruturalparaoperaroitoConjuntosMotobombas, sendo sete em paralelo e uma reserva. Mas atualmente o sistema operado por meio de trs CMB, que recalca vazode1,70m/sdeguabrutaparaETAPrincipal.Aelevatriarecalcaguabrutaparaumachaminde

ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental6 equilbriopormeiodeadutoradedimetro1.500mmsituadaa800mdedistncia(PMS,2012;EMBASA, 1998). A chamin de equilbrio constituda por uma estrutura de base seca em concreto armado sobre a qual se apoia um cilindro de concreto protendido com dimetro de 5,60 m e altura de54 m. Na sequncia, o fluxo continua por gravidade atravs de uma tubulao de dimetro de 1.200 mm at entroncar na adutora do Sistema Pedra do Cavalo a uma distncia de 1.200 metros antes da sua chegada a ETA Principal (PMS, 2012; EMBASA, 1998). Na Figura 3 ilustrado o sistema adutor Santa Helena/Joanes II/ ETA Principal. Figura 2 Croqui do sistema existente de Santa Helena NarepresaJoanesIIosimpactossobemparecidoscomdoJoanesI,acrescentandoexistematividades agrcolas prximas das margens com retirada de gua do manancial; despejos de efluentes de vrias indstrias, principalmente no rio Jacarecanga (afluente); e despejos de efluentes da ETA Principal (PMS, 2012). Barragens do Rio Ipitanga ABaciadorioIpitangaabrangepartedosMunicpiosdeSalvador,SimesFilhoeLaurodeFreitas,com nascente no Municpio de Simes Filho, possuindo uma extenso linear de 30 quilmetros (PMS, 2012). ORioIpitangacontribuiparaoSIAAdeSalvador,LaurodeFreitaseSimesFilhopormeiodetrs barramentos, as represas Ipitanga I, II e III. Barragem Ipitanga I ArepresadeIpitangaIestsituadanasproximidadesdaestradaVelhadoAeroporto,nomunicpiode Salvador.SeusistemadecaptaoabasteceParquedaBolandeira,ondeestolocalizadasasETAVieirade Melo e Teodoro Sampaio. Osistemadecaptaodeguabrutapossuiadutoraconstitudapordoistrechoemsrie,aqualpoder funcionar por gravidade ou por recalque, sendo um trecho de 9.600 m de extenso, com dimetro de 750 mm, e outropor2.800mcomdimetrode900mm,respectivamente.Quandoaadutorafuncionaporgravidadea vazomdiacaptada0,37m/sequandoacaptao realizada por recalque, operando comdois conjuntos motobombas, a vazo de recalque 0,52 m/s (PMS, 2012). Segundo o PMS (2012), os principais problemas de degradao que ocorrem nesta represa so: lanamento de pdebritaoriundodediversaspedreiras;lanamentodeesgotosdomsticoseresduosslidosdobairrode Cajazeiras no lago da prpria barragem do rio Ipitanga; lanamento de efluentes industriais e de abatedouros de animais; lavagem de roupas com detergentes pela populao dos bairros vizinhos; e desmatamento e invases em vrios pontos das margens da represa. Barragem Pedra do Cavalo Barragem Santa Helena EEAB (6 CMB) Barragem Joanes II CaptaoEEAB (2 Bombas) SP1 SP2 ETA PRINCIPAL (Em Ampliao) Adutoras (Recalque) DN 1500DN 1300 Extenso-316m Adutoras (Gravidade) DN 900 7.500m DN 1200 3.000m DN 900 Extenso-10.500m DN 900 Adutora (Recalque) DN 1500 800m Polo Petroqumico Duas Adutoras independentes DN 900 6.700m Adutora (Gravidade) DN 1200 8.450m SP ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental7 Barragem Ipitanga II ArepresaIpitangaIIficasituadanaestradaCIAAeroporto,situadaentreasbarragensIpitangaIeIII,a montantedeIpitangaI,nomunicpiodeSalvador.AbarragemdeIpitangaIIabasteceaETASuburbana,a GERDAU(antigaUSIBA),indstrialocalizadaprximaaoCentroIndustrialdeAratu(CIA),ealimentaa represa Ipitanga I por meio do prprio leito do rio (PMS, 2012). A vazo mdia recalcada pordoisconjuntos motobomba para ETA Suburbana de 0,40 m/s, atravs de uma adutora de dimetros de 500 mm e 550 mm, em srie, e extenso de 3.000 m. E a vazo mdia recalcada para GERDAU de 0,12 m/s pordoisconjuntos motobomba, com adutora de dimetro de 600 mm e extenso de 4.600 m. (PMS, 2012). Os principais impactos sofridos por esta represa so representados pelo lanamento de esgotos domsticos em vriosafluentesdorioIpitanga,desmatamentoeinvasesemvriospontosdasmargensdarepresa,como desmatamento da mata ciliar (PMS, 2012). Barragem Ipitanga III A represa Ipitanga III fica localizada na Estrada CIA Aeroporto, situada montante das barragens Ipitanga I e II, a 3 km da BR-324, no municpio de Simes Filho. A gua acumulada em sua bacia encaminhada para bacia de acumulao da barragem de Ipitanga II por meio doprpriocanaldorio.Oriopossuiemseucaminhamentolanamentodeesgotosdomsticosdobairro Ipitanguinha/NovaEsperananacidadedeS.Filhoedesmatamentoeinvasesdasmargensdarepresa,no bairroIpitanguinhanacidadedeS.Filho,devidosconstruesdosestabelecimentoshabitacionaise comerciais (PMS, 2012). Barragem do Rio CobreA Bacia do rio do Cobre est localizada no Municpio de Salvador, tendo suas nascentes situadas na parte alta dobairrodeValria,prximoaolimitedeSalvadorcomSimesFilho.umarepresentadedimenses pequenas, que possui seu barramento prximo ao subrbio de Piraj, dentro da cidade de Salvador. A captao do sistema do Cobre feita por gravidade, por meio da adutora de dimetro de 400 mm e extenso de200m,aqualaduzumavazodeaproximadamente0,10 m/s para ETA do Cobre.A ETA do Cobre fica situada prxima a Barragem do rio do Cobre e atende parte do subrbio de Salvado (PMS, 2012). A represa do rio do Cobre encontra-se atualmente com elevado grau de degradao ambiental devido s aes antrpicas,comlanamentodeesgotodomsticodosbairrosderioSenaeIlhaAmarelaeinvasessituadas prximas sua nascente (Lagoa da Paixo), com poluio por leo oriundo de lavagens de caminhes (Lagoa Pata)edepequenasempresas,apresentandoassoreamentonasreasdenascentesdoriodoCobree desmatamentodamataciliar,almderealizaodeatividadedeextraodemadeiranaAPACobre/So Bartolomeu (PMS, 2012). A seguir so apresentados na Figura 3 um diagrama esquemtico do sistema de produo de gua bruta, e no Quadro 2, de maneira resumida,as caractersticas gerais das adutoras e quantidade de estaes elevatrias de gua bruta do SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filho. Quadro 2 Quadro-resumo: Caractersticas Gerais das Adutoras e Elevatrias de gua Bruta (Adaptado Embasa- Superintendncia da Regio Metropolitana- Unidade Setorial de Apoio Tcnico apud PMS, 2012). NOME DA BARRAGEM TRECHOMATERIAL DIMETRO (MM) EXTENSO (M) EXTENSO TOTAL (M) NMERO DE CMB Pedra do CavaloAdutoraAo18003744004

ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental8 (Recalque)AdutoraAo2300403 Pedra do Cavalo (Gravidade) AdutoraAo230012.812 66.682-Canal abertoTerra/Cimento-41.350 AdutoraAo200012.520 Santa Helena (Recalque) AdutoraAo1300316 63206 AdutoraAo1500316 Santa Helena (Gravidade) AdutoraFF90010.500 21.000- AdutoraFF9007.500 AdutoraFF12003.000 Joanes II (Recalque) AdutoraAo150080080003 Joanes II (Gravidade) Adutora Ao12003.661 8.450- FF12004.789 Joanes I (Recalque) AdutoraAo150022.50022.50003 Joanes I (Gravidade) AdutoraConcreto150022.50022.500- Ipitanga II (ETA Suburbana) AdutoraFF500/5503.0003.00002 Ipitanga II (ETA Suburbana) AdutoraFF6004.6004.60002 Ipitanga I (Recalque/ Gravidade) AdutoraFF7509.600 12.40003 AdutoraFF9002.800 Cobre (Gravidade)AdutoraFF400200200- Figura 3 - Esquema do sistema de produo do SIAA Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filho ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental9 (Adaptado Embasa 200-? apud PMS, 2012) CONCLUSES OSIAAdeSalvador,LaurodeFreitaseSimesFilhopossuielevadacomplexidade,possuindoumagrande variedadedemananciaise,porconsequncia,diferentesvazesderegularizao,ondepossuemfortes interaes no sistema adutor de gua bruta. Sendo que qualquer alterao na oferta de gua bruta ou interrupo em alguma das captaes o problema refletidos em todos os municpios pertencentes ao sistema, indstrias e polo petroqumico que so abastecidos por esse sistema maior. OsestudosdedemandaselaboradospelaEmbasanoplanodiretordeabastecimentodeguade98epela prefeituranapropostadeplanomunicipaldesaneamentodeSalvadorde2012,mostramqueosmananciais atualmente utilizados para abastecimento de Salvador e outros sistemas da RMS podero atender as demandas previstaspara2030.Emumaavaliaopreliminar, estes estudos indicam a postergao da necessidade de se recorreranovosmananciaisapsoanodeprojeo,nodescartandoanecessidadedenovosestudos hidrolgicos. Recomenda-searealizaodosestudoshidrolgicoscomafinalidadedeconfirmaracapacidadede regularizao do conjunto de barragens do SIAA de Salvador, especificamente a barragem de Pedra do Cavalo, que existem dvidas quanto a sua real capacidade de regularizao, pois as outras barragens possuem estudos elaboradosrecentementepelaEmbasa(reservatriosdeCobre,Pituau,IpitangaIeII,JoanesIeIIeSanta Helena).Osestudoshidrolgicos,emespecialdePedradoCavalo,deveroconsiderarosusosmltiplos previstos para o seu aproveitamento, com destaque para o conflito de uso da gua do reservatrio para fins de abastecimento humano e produo de energia eltrica. Osmananciaisatualmenteexploradospossuempotencialparaexploraodevazesmaiores,desdequesuas bacias hidrogrficas sejam monitoradas e controladas quanto a sua utilizao e o sistema adutor seja ampliado, devido as suas capacidades estarem atreladas as vazes disponveis nos mananciais. Atualmente, o SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filho est sofrendo algumas melhorias estruturais, prevendoaampliaodesuasvazes,como:implantaodaAdutoradeguaBruta(AAB)JoanesII/ETA Principal, ampliao da ETA Principal, construo de uma estao elevatria de gua bruta e uma adutora de gua bruta Santa Helena/Braskem, Implantao do 5 e 6 conjuntos motobombas e respectivos barriletes para ampliaodaEstaoElevatriadeguaBrutadePedradoCavalo.importanteinformarquealmdestas obras, existem em andamento,para serem contemplados pelo PAC projetos de estudo de setores deste sistema de abastecimento de gua (PMS, 2012). Almdasaesestruturais,necessriopreocupar-secomasperdasfsicasnosistema,conformepodeser observado os percentuais para o ano de 2009 no quadro 3, pois representam volumes significantes que poderiam serteis,principalmentenosprocessosdeproduoedistribuiodeguatratada,etapasquepossuem inmerasperdasnosistema,produzindoimpactosnegativosdediversasnaturezas,seconstituindonumdos maiores problemas dos sistemas de abastecimento de gua e de difcil soluo. A prestadora dos servios de abastecimento de gua deste sistema, a Embasa, possui o controle das perdas nas diversasfasesdaproduoedistribuiodeguapormeiodoCOPAE,sistemadeControleOperacionalde gua e Esgoto, que contabiliza as perdas no sistema produtor (PSP), no sistema adutor de gua bruta (PSAB), no sistema de tratamento (PST), na distribuio (PSD) e as perdas por guas no faturadas (ANF). Quadro 3 Perdas (%) ano de 2009 (Adaptado Embasa- Superintendncia da Regio Metropolitana- Unidade Setorial de Apoio Tcnico apud PMS (2012). PSPPSABPSTANF Anual6,42,63,948,6 SegundoTsutiya(2004)apudSobrinho(2012)existemvriosbenefciosdecorrentesdeumprogramade eficientizao de gua e energia nos sistemas de abastecimento de gua, os principais so: disponibilizar mais

ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental10 gua, para atender maior nmero de usurios; evitar ou postergar a necessidade de investimentos na captao de gua em mananciais cada vez mais distantes das concentraes urbanas; diminuir os investimentos para atender asdemandasdehorriosdepico,reduziracontribuiodosesgotosaseremcoletadosetratados,eem consequncia, diminuir os custos de implantao de sistemas de esgotamento sanitrio; e diminuir o consumo de energia eltrica. A partir destas informaes necessrio que seja implantado um programa de controle de perdas de gua e de eficinciaenergtica,comumsistemadegestopermanenteeeficazquecompreendaaesdebase operacional, institucional, educacional e legal. Alm do benefcio de promover o controle das perdas de gua e melhorar a eficincia energtica, as aes iro incrementar as receitas, reduzir os custos de produo, reduzir as despesascomenergiaeltrica,postergarosinvestimentosepromoverasatisfaodosclientes (GONALVES, 2009 apud SOBRINHO, 2012). Afaltadeconhecimentopelapopulaodaimportnciaefuncionalidadedossistemasdeabastecimentotem ocasionado celeridade da degradao das bacias hidrogrficas, pela falta de planejamento no uso e ocupao dosoloenautilizaodosrecursosnaturaisdisponveis.Conformefoiobservado,todososmananciaisesto sendoimpactadosporatividadesresultantesdeexpansourbanaeusodesordenadodosolo,semadevida infraestruturaemsaneamentoambiental,atividadesagrcolasepecuriaseporproblemasdelanamentode esgotos domsticos e de desmatamento, sendo que no rio Ipitanga tem-se ainda lanamento de p de brita das pedreiras. Devero de forma mais enrgica e com planejamento, os prestadores dos servios de abastecimento e os rgos responsveispelafiscalizao,proteoepreservaodestesmananciais,evitaradegradaodestes mananciais.Noquadro4apresenta-seasprincipaisatividadesrelacionadasassuasconsequnciasqueesto atualmente ocorrendo nos mananciais do SIAA de Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filho. Quadro 4 Consequncias dos impactos nas guas dos mananciais EMBASA- Superintendncia da Regio Metropolitana- Unidade Setorial de Apoio Tcnico apud PMS (2012) ATIVIDADEIMPACTO AMBIENTAL CONSEQUNCIA NA QUALIDADE DAS GUAS InvasesLanamento de esgoto domsticoEutrofizao IndstriasLanamento de esgoto industrialEutrofizao e morte de peixes Desmatamento Aumento de N, P, SI e elevao da turbidez Eutrofizao e assoreamento PedreirasElevao da turbidez Prejudicial ao tratamento e assoreamento Atividades Agrcolas Aumento de N, P, SI e elevao da turbidez Eutrofizao e assoreamento ETA Principal Aumento da concentrao de Al e outros metais contidos no coagulante utilizado Prejudicial biodiversidade e ao tratamento ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental11 OEstadotemodeverdepromoverosavanosnoplanejamentoenaexecuodeprojetose/ouobraspara Sistemas de Abastecimento de gua (SAA), garantindo uma gesto adequada dos programas e projetos, assim comonaprestaodosserviosdasunidadesaseremimplantadas.Devetambmincentivaraparticipao socialemtodasasetapasdeplanejamento,mobilizandoinmerosgrupos,emespecialasinstituies constituintes da sociedade civil organizada como: Organizaes no Governamentais (ONG), Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico (OSCIP), associaes, cooperativas, sindicatos e grupos organizados, so atorescomlegtimopoderdereinvidicaoeinfluncianaspolticaspblicasdesaneamento(MINISTRIO DAS CIDADES, 2012). Tais grupos, a exemplo das sociedades civis organizadas supracitadas, possibilitam a celebrao de convnios, acordos de cooperao tcnica e outros instrumentos jurdicos de parceria, e com isso podem abrir vias legais de acesso a recursos financeiros, alm de serem agentes importantes que podem inovar na relao entre Estado e sociedadepormeiodaampliaodaparticipaosocial,umavez que podem atuar junto aos rgos pblicos competentesnacobranadosinvestimentosnecessriosemsaneamento,nomonitoramentoe fiscalizao das aes,nalutapelaeficinciadosserviosprestadosou,ainda,naminimizaodospossveisimpactos socioambientais causados (MINISTRIO DAS CIDADES, 2012). Diante do exposto, conclui-se que o SIAA de gua de Salvador, Lauro de Freitas e Simes Filho possui o maior sistema adutor do Estado da Bahia, que dispe de diversas fontes de alimentao com complexas interrelaes, apresentandoumagrandevariabilidadedacapacidadedosmananciais,englobandodiversasBacias Hidrogrficas.Entretanto,devidomagnitudedosempreendimentosrecentementeimplantadoseem implantao,comastendnciasfuturasdealgumaslocalidadeseasmudanasapresentadasnonovoPDDU dosmunicpios,quantousoeocupaodosolo,necessriomuitoinvestimentoemaesestruturaise estruturantesnestesistemaadutorintegrado,afimdeseatingirauniversalizaodoacessoaosservios pblicosdesaneamentobsico,conformeestabelecidonaPolticaFederaldeSaneamentoBsico,Lein. 11.445/07. Ressalta-sequeasociedadetambmtempapelfundamentalnagarantiadagestoadequadadosserviosde abastecimentodegua.Aparticipaosocialpodeatuarjuntoaosrgospblicoscompetentesnacobrana pelaeficinciadosserviosprestadosedooramentoinvestimentosemsaneamentoou,ainda,no monitoramento e fiscalizao das aes para minimizao dos possveis impactos socioambientais causados. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 1.MINISTRIO DAS CIDADES. Programa de Educao Ambiental e Mobilizao Social em Saneamento PEAMSS.Disponvelem: . Acessado: agosto de 2012. 2.EMBASA.Histrico.Disponvelem:. Acessado: julho de 2012. 3.PMS-PREFEITURAMUNICIPALDOSALVADOR.PlanoMunicipalDeSaneamentoBsico. Disponvelem: . Acessado: julho de 2012. 4.EMBASA.RevisoeAtualizaodoPlanoDiretordeAbastecimentodeguadaGrandeSalvador, Extensivo aos Demais Municpios da Regio Metropolitana. Salvador. Maio, 1998. 5.SOBRINHO,RenavanAndrade.Gestodasperdasdeguaeenergiaemsistemasdeabastecimentode gua da embasa: Um estudo dos fatores intervenientes na RMS. Dissertao (Mestrado em meio ambiente, guasesaneamento)-DepartamentodeEngenhariaSanitriaeAmbiental,EscolaPolitcnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012. 6.GENZ, Fernando. Avaliao dos efeitos da barragem Pedra do Cavalo sobre a circulao estuarina do rio paraguau e Baa de Iguape. Dissertao (Doutorado em curso de ps-graduao em geologia) - Instituto de Geocincias,UniversidadeFederaldaBahia,Salvador,2006.Disponvel: .Acessadoem:Outubrode2012.Acessadoem: Outubro de 2012.

ABES Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental12 7.ARQUIVOMUNICIPALDESAOFELIX.BarragemPedradoCavalo.2010.Disponvelem: .Acessado em: Outubro de 2012.