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Articulação e participação Articulação e participação dos Bispos Brasileiros no Concílio dos Bispos Brasileiros no Concílio Trento Trento : nenhuma participaçã o brasileira O bispado da Bahia – o primeiro do Brasil – foi criado depois do início do Concílio e seu bispo não tomou parte nele

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Page 1: Articulação e participação dos Bispos Brasileiros no Concílio Trento Trento: nenhuma participação brasileira O bispado da Bahia – o primeiro do Brasil

Articulação e participação Articulação e participação dos Bispos Brasileiros no Concíliodos Bispos Brasileiros no Concílio

TrentoTrento:

nenhuma

participação

brasileira

O bispado da Bahia – o primeiro do Brasil – foi criado depois do início do Concílio e seu bispo não tomou parte nele

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Participação dos Bispos Brasileiros no ConcílioParticipação dos Bispos Brasileiros no Concílio

Vaticano IVaticano I: :

77 dos 11 bispos da época

participaram do

Concílio

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• Vaticano II:

VATICANO IIVATICANO II: a maioria do nosso Episcopado

O terceiro maior do mundo na época. Houve participação média de 80%.

O EPISCOPADO BRASILEIRO NAS ESCADAS DO COLÉGIO O EPISCOPADO BRASILEIRO NAS ESCADAS DO COLÉGIO PIO BRASILEIRO: 1962 PIO BRASILEIRO: 1962

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João XXIII recebe os 175 bispos brasileiros presentes na 1ª Sessão

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Não houve contribuição relevante na fase antepreparatória do

Vaticano II (por ocasião do envio de sugestões)

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• As respostas dos bispos brasileiros indicam que, entre a minoria ultraconservadora, liderada por Dom Antônio de Castro Mayer e Dom Geraldo de Proença Sigaud [ligados a TFP] e os bispos com pensamento mais avançado, como Dom Helder e prelados do Nordeste, havia o “campo moderado” majoritário, expressando a opinião média do episcopado brasileiro, ainda ligado ao “[...] referencial clericalista e eclesiocêntrico” (FERREIRA, p. 72).

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Comissão Preparatória, majoritariamente europeia, romana e curial (membros da Cúria romana), contou

com a participação de

dez brasileiros

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• Os membros brasileiros eram o cardeal Câmara, Dom Alfredo Vicente Scherer, Dom Antônio Maria Alves de Siqueira e Mons. Joaquim Nabuco.

• Entre os consultores estavam: Dom Helder, Dom Geraldo Fernandes Bijos, Dom Alfonso M. Ungarelli, Frei Boaventura Kloppenburg, Pe. Estevão Bentia e Dom José Vicente Távora (FERREIRA, 2012, p. 72)

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DURANTE O CONCÍLIO

• Participação modesta na Aula Conciliar, nas Comissões e Assessoria

• Bem articulado e coeso nas votações

• Pioneiro na recepção (elaboração do Plano de Pastoral de Conjunto)

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Durante o Concílio Vat. II

articulação do

Episcopado

brasileiro liderada

por Dom Helder

Câmara

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Papa João XXIII e Dom Helder Câmara

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Paulo VI e D. Helder

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Dom HelderDom Helder

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Organização de Redes de RelaçõesRedes de Relações durante o Concílio

principais redes: CNBB ( outras Conferências

“Ecumênico”

Igreja dos Pobres ou “Grupo da pobreza”

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Havia também outro grupo

O Coetus Internationalis Patrum (maior expressão da minoria conciliar conservadora)liderado por Dom Antônio de Castro Mayer e Dom Geraldo de Proença Sigaud, ligados à TFP

Castro Mayer – Bispo de Campos - RJ

Dom Sigaud – Bispo de Diamantina - MG

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Os bispos ainda tinham contato com suas famílias religiosas (no caso de bispos religiosos), com os movimentos leigos, além de estabelecer outras redes de relações.

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Conferência da Conferência da Domus MariaeDomus Mariae (residência dos bispos brasileiros durante o Concílio)

• Na primeira sessão conciliar, Dom Helder convidou alguns peritos e padres conciliares para falar aos bispos sobre os temas tratados no Concílio. Tal iniciativa prolongou-se ao longo das outras sessões.

• Ao todo foram realizadas 94 conferências.

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Além de bispos e assessores brasileiros, houve palestras com importantes teólogos estrangeiros

Karl Rahner, Hans Küng e Yves Congar

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• alguns cardeais, oito leigos (quatro mulheres), o teólogo protestante Oscar Cullman, os monges de Taizé (Roger Schutz e Max Thurian)

• e o representante do Patriarca Athenágoras I, Adrej Scrima.

Roger

Max

Cullman

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Sobre a palestra do teólogo protestante Oscar Culmann, testemunha Dom Helder:

• “Cullman teve o maior auditório de todos os nossos conferencistas [...] Cullman nos parece o Père Congar ou o Cardeal Bea do lado protestante [...] foi aplaudidíssimo”

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Conferências do I Sessão (1962)

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Segunda Sessão

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Continuação – Seg. Sessão

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Terceira Sessão

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Quarta Sessão

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Continuação – Quarta Sessão

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Colégio Pio Brasileiro

• outro ponto de apoio aos bispos: possibilitava encontro dos bispos e estudantes e também algumas reuniões da CNBB.

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Fr. Yves Congar, OP Pe. Henri de Lubac, SJ

Apoio do grupo de assessores: Opus AngeliOpus Angeli

Dentre eles

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Pacto das Catacumbas Pacto das Catacumbas – firmado no final do Concílio

POR UMA IGREJA SERVIDORA E POBRE

16 DE NOVEMBRO DE 1965: NAS CATACUMBAS DE STA DOMITILA 40 BISPOS

CONCELEBRAM A MISSA E FIRMAM O PACTO.

NOS DIAS SEGUINTES, OUTROS 500 PADRES CONCILIARES SE COMPROMETEM COM OS 13 PONTOS DO PACTO

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Nós, bispos, reunidos no Concílio Vaticano II, esclarecidos sobre as deficiências de nossa vida de pobreza segundo o Evangelho comprometemo-nos

ao que se segue:

1) Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue.

Cf. Mt 5,3; 6,33-34; 8,20.

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NEM OURO NEM PRATA

2) Para sempre renunciamos à aparência e à realidade da riqueza, especialmente no traje (fazendas [tecidos] ricas, cores berrantes), nas insígnias de matéria preciosa (devem esses signos ser, com efeito, evangélicos). Cf. Mt 6,9; Mt 10,9-10; At 3,6.

Nem ouro nem prata.

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NÃO POSSUIR

3) Não possuiremos nem imóveis, nem móveis, nem conta em banco etc., em nosso próprio nome; e, se for preciso possuir, poremos tudo em nome da diocese, ou das obras sociais ou caritativas. Cf. Mt 6,19-21; Lc 12,33-34.

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TEMPO PARA OS PEQUENOS, POBRES, OPERÁRIOS

8) Daremos tudo o que for necessário de nosso tempo, reflexão, coração, meios etc., ao serviço apostólico e pastoral das pessoas e dos grupos laboriosos e economicamente fracos e subdesenvolvidos, sem que isso prejudique as outras pessoas e grupos da diocese. Ampararemos os leigos, religiosos, diáconos ou sacerdotes que o Senhor chama a evangelizarem os pobres e operários compartilhando a vida operária e o trabalho. Cf. Lc 4,18-19; Mc 6,4; Mt 11,4-5; At 18,3-3; 20,33-35; 1Cor 4,12; 9,1-27.

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ABERTOS A TODOS E TODAS12) Comprometemo-nos a partilhar, na caridade pastoral, nossa vida com nossos irmãos em Cristo, sacerdotes, religiosos e leigos, para que nosso ministério constitua um verdadeiro serviço; assim: — esforçar-nos-emos para “revisar nossa vida” com eles; — suscitaremos colaboradores para serem mais uns animadores segundo o espírito, do que uns chefes segundo o mundo; — procuraremos ser o mais humanamente presentes, acolhedores...; — mostrar-nos-emos abertos a todos, seja qual for a sua religião. Cf. Mc 8,34-35; At 6,1-7; 1Tm 3,8-10.

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AJUDE-NOS DEUS A SER FIEIS13) Tornados às nossas respectivas dioceses, daremos a conhecer aos nossos diocesanos a nossa resolução, rogando-lhes ajudar-nos por sua compreensão, seu concurso e suas preces.

Ajude-nos Deus a sermos fiéis.

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D. Helder Câmara e D. José Maria Pires Signatários do Pacto das Catacumbas

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Dom Antônio Fragoso

Crateús - CE

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