artes e ofícios - ourives 28 -...

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Artes e Ofícios é uma actividade que tem por objectivo colocar as crianças e os jovens em contacto directo com vários profissionais, de modo a conhecerem melhor profissões de ontem e de hoje. Artes e Ofícios é uma actividade que tem por objectivo colocar as crianças e os jovens em contacto directo com vários profissionais, de modo a conhecerem melhor profissões de ontem e de hoje. Concha de Baptismo - Prata - 20 gramas | João Borges

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Page 1: Artes e Ofícios - Ourives 28 - ww.cm-pvarzim.ptww.cm-pvarzim.pt/biblioteca/download/ao_ourives.pdf · de ouro e prata, era feita pelos oficiais, e o seu ... 1 ‐ Como surgiu a ideia

Artes e Ofícios é uma actividade que tem por objectivocolocar as crianças e os jovens em contacto directo com

vários profissionais, de modo a conhecerem melhorprofissões de ontem e de hoje.

Artes e Ofícios é uma actividade que tem por objectivocolocar as crianças e os jovens em contacto directo com

vários profissionais, de modo a conhecerem melhorprofissões de ontem e de hoje.

Concha de Baptismo - Prata - 20 gramas | João Borges

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NOTA BIOGRÁFICA 

João  Manuel  Pereira  Borges  nasceu  a  29  de 

Dezembro de 1953 na Póvoa de Varzim. Fez a 

instrução  primária  na  Escola  Nova,  tendo 

concluído o 1º ciclo, no ano de 1964. Depois de 

um  interregno  nos  seus  estudos,  em  2004, 

prosseguiu,  fazendo o ensino  recorrente para 

adultos, promovido pela Câmara da Póvoa de 

Varzim,  e  mais  tarde,  o  ensino  básico 

recorrente,  nocturno,  na  Escola  Secundária 

Rocha  Peixoto.  Em  2012,  inscreveu‐se  no  curso  de  electricidade,  dando 

equivalência ao 12º ano de escolaridade.  

 

O  seu  percurso  profissional  começou  cedo.  Em  1967,  com  14  anos  foi 

trabalhar para a oficina do Sr. Miguel da Silva Andrade, então, situada na Rua 

Tenente  Valadim,  por  cima  do Restaurante  Leonardo,  ao  lado  da Garagem 

Santos.  Nessa  altura  trabalhavam  oito  oficiais  e  seis  aprendizes,  sob  a 

orientação do mestre e dois encarregados. A execução das peças de joalharia, 

de ouro e prata, era  feita pelos oficiais, e o seu acabamento estava a cargo 

dos aprendizes. Havia muitos clientes das zonas do Porto, Guimarães e Póvoa 

de  Varzim.  No  ano  seguinte,  em  1968,  já  inscrito  na  Segurança  Social 

executou outros  tipos de  trabalho, como cravador de pedras em prata, nos 

brincos  à  rainha  e  laços,  cravando  pérolas  e  safiras. Mais  tarde,  aprendeu 

outra  arte  de  joalheiro,  fabrico  de  jóias  para  aplicação  de  pedras  finas, 

diamantes, esmeraldas e rubis.  

 

Em 30 de Dezembro de 1977 registou‐se no Sindicato da Indústria Metalúrgica 

do Distrito do Porto, na qualidade de ourives de ouro, de 2ª classe.  

Nos anos de 1986 e 1987, emigrou para o Canadá, na qualidade de Ourives, à 

procura de uma nova experiência profissional e aperfeiçoando cada vez mais 

esta arte.  

Ainda hoje, sente saudades do tempo de trabalho da banca de ourives… 

 

 

 

                                                                                      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 João Borges, no processo de fixação de letras 

 

 

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ENTREVISTA 

1 ‐ Como surgiu a ideia de ser ourives e com que idade começou a trabalhar? 

Comecei a trabalhar como aprendiz de 

ourives,  com  a  idade  de  14  anos,  a 

convite  de  um  colega  de  escuteiros, 

que  já  trabalhava  na  oficina  do  Sr. 

Miguel Andrade, na Póvoa de Varzim.  

 

2  ‐  Qual  o  trabalho  diário  de  um 

ourives? Que tipo de peças em joalharia mais executa? 

O  trabalho  de  um  ourives  joalheiro  depende  das  peças,  mas  consiste  na 

elaboração  do  desenho,  moldes  e  montagem,  após  executar  os 

componentes.  As  peças  mais  executadas  são  anéis,  brincos,  colares  e 

pulseiras.  

 

3 ‐ Que tipo de materiais usa na execução e confecção das peças de joalharia? 

Os materiais são a prata e o ouro, que 

podem  ser  de  cor  branca,  amarelo, 

vermelho,  ou  verde,  conforme  a  liga 

adicionada ao ouro fino.  

 

4  ‐ Em termos de ourivesarias e o que 

elas produzem, a nossa cidade está bem referenciada e bem conhecida? 

A cidade da Póvoa de Varzim está bem referenciada na produção de joalharia 

e os comerciantes das ourivesarias quase todos foram ou são mestres, e são 

visitadas por turistas não só portugueses mas também estrangeiros.  

5  ‐  O  que  significa  para  si  trabalhar  uma  peça  de  ourivesaria?  Sente  um 

afecto  especial  por  cada  peça  que 

executa? 

A  execução  de  uma  peça  é  sempre 

um desafio, pois além de satisfazer o 

gosto  de  quem  a  vai  usar,  tem  o 

toque pessoal de quem a faz, e quer 

sempre  fazer  o  mais  perfeito 

possível.  

 

6 ‐ Que balanço faz da sua actividade profissional? Tem algum projecto para 

o futuro ou alguma peça que deseja executar? 

O  balanço  da  actividade  profissional  é  muito  bom,  aprendi  com  bons 

profissionais que, para  além de  ensinarem  a  arte,  ajudaram‐me  a  ter gosto 

pelo que faço. Para o futuro gostaria de ensinar esta arte, e talvez com tempo 

fazer uma peça, que possa orgulhar a família e a nossa cidade. 

 

7  ‐ A arte de ourives é uma arte  imaginativa e criativa. Acha que os ourives 

tendem a acabar? 

A arte de ourives, como todas as artes 

artesanais  está  dependente  dos 

aprendizes e oficinas para executarem 

as  peças.  Gostava  que  se 

proporcionasse  aos  jovens  a 

possibilidade de aprenderem esta arte.  

 

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8 ‐ Que mensagem gostaria de deixar a todos os jovens da nossa sociedade, 

em  constante  estado  de  ebulição  tecnológica,  para  que  olhem mais  para 

certas Artes & Ofícios? 

A mensagem que gostaria de lhes transmitir é que aproveitem ao máximo, a 

aquisição da  formação  especializada, mas  as Artes & Ofícios que  temos na 

nossa cidade, que muito nos orgulhamos são motivo para incentivar os jovens 

a APRENDER HOJE, OS OFICIOS DE ONTEM A PENSAR NO AMANHÃ. 

 

 

 

 

 

 

 

OURIVES 

Ourives  é  a pessoa que  repara,  fabrica,  trabalha  e pode  vender  artefactos, 

utilizando ferramentas manuais ou mecânicas. 

A palavra designou sempre o lavrante, fabricador ou vendedor de artefactos 

de ouro e/ou prata. 

Com as novas ligas e os processos que permitem fabricar pedras sintéticas, a 

ourivesaria industrial realiza jóias e bijutarias muito belas. Mas o artesão tem 

o privilégio de oferecer peças únicas de ouro ou de prata, de pedras preciosas 

e de pérolas finas. Colares, anéis e brincos, correntes ou caixas trabalhadas à 

mão  têm  um  carácter  inédito  e  raro  que  não  pode  ser  igualado  pela 

fabricação em série. 

A  bijutaria,  a  joalharia  e  a  ourivesaria  representam  a  arte  de  dar  forma  a 

adereços, de engastar diamantes e cinzelar objectos para deles fazer as jóias 

e os cortes que extasiam o olhar. Operário e artista, o ourives‐joalheiro realiza 

as  montagens  segundo  um  desenho,  fabrica  as  próprias  jóias  (objecto 

precioso de ouro, de prata, de pedraria, que serve para enfeitar). Escolhe o 

metal  que  convém  e  prepara  cada  elemento  separadamente  para  obter  a 

forma e perfil pretendidos. As peças são marteladas e cinzeladas e, depois, 

montadas  por  soldadura  e  polidas.  A  cravação  das  pedras  é  um  trabalho 

delicado que  se  faz com o auxílio da broca de ourives e do buril. A  fixação 

deve manter  a  pedra  firmemente,  fazendo‐a  realçar. O  ourives  emprega  o 

martelo  de madeira  e  a  cisalha  para  dar  forma  aos  objectos  de metal.  O 

fundidor‐cinzelador 

prepara  os  motivos 

trabalhados e as formas 

arredondam‐se ao torno 

do  cinzelador.  Os 

objectos  que  saem  das 

suas  mãos  são 

maravilhas de perfeição. 

 

 

É  preciso  um  dom  natural  para  executar  com  arte  as  jóias  e  os 

objectos preciosos. 

 

 

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A JOALHARIA É UMA ARTE 

Ao  longo dos  séculos e por  todo o mundo,  as  jóias e os metais de  adorno 

pessoal sempre fascinaram tanto homens como mulheres.  

A joalharia sempre foi usada como uma demonstração pública de riqueza e de 

cultura, bem como, sob um aspecto mais íntimo, de gosto próprio e distinto. 

No  entanto,  a  joalharia  implica muito mais  do  que  um  simples  desejo  de 

revelar riqueza e de estabelecer ou seguir uma determinada moda. Por todo o 

mundo existem centenas de homens e mulheres especializados, trabalhando 

em condições e com métodos que pouco variaram ao longo dos séculos.  

Para alguma desta gente, a sua oficina mais não é do que em cepo de madeira 

assente em areia e algumas ferramentas muito simples. As técnicas que usam 

mantiveram‐se inalteradas ao longo de gerações. 

É  evidente  que  a  tecnologia  fez  sentir  a  sua  influência.  Existem  agora 

máquinas  que  produzem  intrincadas  cadeias  de  diversos  comprimentos;  ‐ 

laminadores e prensas pesados permitem a obtenção de folhas de metal fino; 

‐ sistemas complicados de electrodeposição e de  fotogravura produzem em 

minutos  aquilo  que  antigamente  levava  horas  a  conseguir‐se;  ‐  e  técnicas 

sofisticadas de fundição produzem acabamentos de alta qualidade. Mas esses 

processos mecanizados  não  significam  de modo  algum  que  o  trabalhador 

manual  tenha  deixado  de  ter  um  papel;  limitaram‐se  a  fazer  com  que  o 

mundo da joalharia se tornasse muito mais competitivo. 

Os métodos tradicionais de produção de joalharia continuam a progredir.  

Há joalheiros especialistas que desenham e se ocupam de todos os trabalhos, 

desempenhando  um  importante  papel  no  movimento  de  arte  e 

especialização. 

OURIVESARIA 

Arte  remota  e  oriunda  do  Próximo  Oriente,  que  floresceu  nas  civilizações 

arcaicas do mundo mediterrânico, a Ourivesaria advém da torêutica (arte de 

cinzelar  ou  de  esculpir  objectos  em metal),  como  distinguida  lavrança  de 

metais preciosos – ouro e prata. 

A jóia, é humanamente afeita, como adorno e requinte corporal. 

Os primeiros ourives surgiram pelo 4.º milénio a.C., ao utilizar os grânulos de 

ouro  das  aluviões  dos  rios,  dóceis  e  maleáveis,  martelados  a  frio,  foram 

reduzindo a  lâminas e proporcionaram a  factura de diademas  (adorno  com 

que se cinge a testa, tipo Coroa), pulseiras e outras jóias. 

A fusão do aurífero metal, que precede a pesquisa dos filões por mineração, é 

o processo que desencadeia toda uma metalurgia com as técnicas ainda hoje 

usadas  –  martelar,  laminar,  puncionar  (furar  ou  abrir),  repuxar,  burilar 

(gravar), cinzelar, soldar – adoptando‐se formas e elementos decorativos ao 

longo dos tempos. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Prata 55 mm, Floresta Negra, Alemanha 

 

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FICHA TÉCNICA

Título

Editor

Local e data de edição:

Coordenação editorial

Capa:

Entrevista, conteúdos e paginação

Fotografias:

Impressão

Tiragem:

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Artes & Ofícios:

28 de Fevereiro de 2013

Município da Póvoa de Varzim /Biblioteca Municipal

Póvoa de Varzim, Fevereiro, 2013

Manuel Costa

Daniel Curval

Rogério Nogueira

João Borges

Município da Póvoa de Varzim

50 exemplares

Ourives

encontro com João Borges

Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim

E-mail:

Site:

Catálogo online:

Rua Manuel Lopes4490 - 664 Póvoa de Varzim

Telefone: +351 252 616 000Fax: +351 252 617 069

[email protected]

http://ww.cm-pvarzim.pt/biblioteca

http://catalogobmrp.cm-pvarzim.pt

«Devemos pensar no futuro dando formaçãoe incentivando os jovens a aprender hoje,

os ofícios de ontem, a pensar no amanhã»

«Devemos pensar no futuro dando formaçãoe incentivando os jovens a aprender hoje,

os ofícios de ontem, a pensar no amanhã»

Bibliografia consultada

- CUENDET, Pierrette -Venda Nova : Bertrand Editora, d.l. 1998. p. 42.

- . Lisboa :Editorial Verbo, cop. 1963. (volume 14, p. 922).

- .Lisboa : Editorial Enciclopédia, s.d. (volume 14, p. 781).

- McGRATH, Jinks - .Lisboa : Editorial Estampa, 1998.

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Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura

Grande enciclopédia portuguesa e brasileira

Joalharia: técnicas básicas