arte - som, imagem e sentido

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  • 8/12/2019 Arte - Som, Imagem e Sentido

    1/1

    Para entender comocada um faz sua leitura

    do mundopor meio damsica, Yara BorgesCaznk usa psicanlisee

    fenomenologia

    instrumento, j estariam mais habituados

    a ler crticas e anlises, assim como os de

    educao musical, que desejam ser profes-

    sores e buscam repertrio para levar para

    a sala de aula. Os de canto e instrumento,

    Som, imageme sentido

    porm, estariam mais focados em tcnica,

    postura e dedilhado, correndo o risco de

    deixar de lado, por exemplo, o contexto

    Contextualizar uma obra e discutir con-

    tedos tericos ampliaria a vivncia do

    objeto artstico. De acordo com Yara, por

    mais rdua que seja a teoria, tem que ha-

    ver uma devoluo prtica e esttica para

    o mundo real. Caso contrrio, a msica

    ficaria isolada, numa espcie de laborat-

    rio de portas fechadas para a sociedade.

    Criadora e coordenadora do Projeto de

    Extenso Curso Preparatrio para o Ves-

    tibular de Msica Da Capo, a professorado IA prefere trabalhar com alunos de pri-

    meiro e segundo ano exatamente por ali

    poder perceber rapidamente o crescimento

    deles em termos auditivos e perceptivos

    e o desenvolvimento da maturidade ao

    lidar com a escrita de textos e com assun-

    tos tericos aparentemente muito rduos.

    Os alunos de composio e regncia,

    por exemplo, pelo fato de tocarem algum

    Conhecer o mundo pelos ouvidos

    o grande ensinamento de Yara

    Borges Caznk, professora de

    msica do Instituto de Artes (IA) da Unesp

    em So Paulo. Ela praticamente nasceu

    ouvindo msica em Cornlio Procpio

    (PR) e hoje leciona nas reas de harmonia,

    percepo e anlise musical, histria da

    msica, arte educao e educao musical.

    A me de Yara era professora de msica

    no ensino bsico e teve formao dentrodos princpios do canto orfenico de Villa

    Lobos. Muitas vezes, quando menina, a atual

    professora do IA assistia com as trs irms

    s aulas dela e guarda timas lembranas

    de todas as crianas cantarem juntas.

    O pai, dentista, amava pera e Yara lem-

    bra como ficava fascinada vendo os LPs,

    e como adorava as capas com fotografias

    de homens bonitos e mulheres exticas,

    histrico e filosfico de uma

    Entre os desafios futuros, Yar

    no primeiro semestre, o dese

    uma efetiva participao do

    do IA em um encontro interna

    teoria e anlise mu sical que u

    Unesp e Unicamp. No segund

    a importncia de um evento so

    cao musical que dar oport

    para os alunos abrirem os o

    ampliarem horizontes.Essa confluncia entre teo

    tica , para Yara, uma espci

    verso, baseada na apresent

    estudantes de objetos musi

    possam causar uma experi

    ttica transformadora, que l

    obra musical para o interior

    aluno tanto em sua vida espi

    mo intelectual.

    Com mestrado em psicologia da edu-

    cao e doutorado em psicologia social,

    Yara dedica seus estudos ao entendimen-

    to de como cada um faz a sua leitura do

    mundo. Isso envolve psicanlise, arte e

    fenomenologia. A pera e a msica vocal

    se concretizariam, para ela, precisamente

    nas distintas percepes de ouvir ima-

    gens e ter a fruio visual de sonoridades.

    O principal desafio de Yara como pro-

    fessora hoje divulgar a ideia de que nomundo das disciplinas tericas tambm

    se faz msica. Afinal, desde a Idade M-

    dia existe uma separao entre quem faz

    e quem pensa. Para ela, pensar msica

    fazer msica. Assim, analisar uma pe-

    a, por exemplo, uma forma de fazer

    arte, assim como se exercitar para uma

    excelente performance tambm uma

    maneira de pensar.

    como a sensual personagem Carmen com

    uma rosa vermelha. Nesse contexto pes-

    soal, Yara nunca teve dvidas que ensinar

    msica era o que queria fazer na vida.

    Ao se apaixonar por peras e cantatas,

    ela foi desenvolvendo tambm o amor pela

    literatura. Fez ento simultaneamente duas

    faculdades: letras franco-portuguesas e m-

    sica com habilitao em piano. Comeou

    ainda a estudar agronomia, mas largou o

    curso para poder se dedicar mais msica.Lecionou msica desde os 15 anos em

    sua cidade natal. Quando se mudou para a

    capital paulista para terminar a faculdade,

    comeou a dar aulas particulares em con-

    servatrios. Mais tarde, foi para a Frana

    estudar cravo, mas, na volta, decidiu traba-

    lhar com disciplinas tericas para formar

    professores, querendo aprofundar o pen-

    samento que as pessoas tm sobre msica.

    unespcincia .:.abril de 201344 abril de 2013.:.

    Oscar DAmbrosio