arte nos anos 60

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Seminários de Arte no Brasil II Curso de Licenciatura em Artes Visuais UFRGS e UCS Prof. Luís Edegar Costa Cristiane de Fátima Schuster Polo de Caxias do Sul

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Page 1: Arte nos anos 60

Seminários de Arte no Brasil II

Curso de Licenciatura em Artes VisuaisUFRGS e UCS

Prof. Luís Edegar Costa

Cristiane de Fátima SchusterPolo de Caxias do Sul

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Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de

juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que

influenciados pelas idéias de liberdade "On the Road" [título do livro do beatnik Jack Keurouac, de 1957] da chamada geração beat,

começavam a se opor à sociedade de consumo vigente. O

movimento, que nos 50 vivia recluso em bares nos EUA, passou a caminhar pelas ruas nos anos 60 e influenciaria novas mudanças de

comportamento jovem, como a contracultura e o pacifismo do final

da década.

.

.

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Nesse contexto, nenhum movimento artístico causou maior impacto do que a Arte Pop. Artistas como Andy Warhol, Roy Lichetenstein e Robert Indiana usaram irreverência e ironia em seus trabalhos. Warhol usava imagens repetidas de símbolos populares da cultura norte-americana em seus quadros, como as latas de sopa Campbell, Elvis Presley e Marilyn Monroe. A Op Art [abreviatura de optical art, corrente de arte abstrata que explora fenômenos ópticos] também fez parte dessa época e estava presente em estampas de tecidos.

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No final dos anos 60, de Londres, o reduto jovem mundial se transferiu para São Francisco (EUA), região portuária que recebia pessoas de todas as partes do mundo e também por isso, berço do movimento hippie, que pregava a paz e o amor, através do poder da flor [flower power], do negro [black power], do gay [gay power] e da liberação da mulher [women's lib]. Manifestações e palavras de ordem mobilizaram jovens em diversas partes do mundo.

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A exposição Opinião 65 é um marco para a arte brasileira dos anos 1960. Foi organizada pela marchand e jornalista Ceres Franco e pelo galerista Jean Boghici. A mostra foi exibida no

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 12 de agosto e 12 de setembro de 1965 e dela participaram artistas brasileiros e europeus – treze europeus e dezesseis

brasileiros, para ser mais preciso. A proposta da exposição era confrontar a produção artística brasileira da época com a

recente arte internacional, que apresentava novas tendências figurativas.

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Alguns artistasEntre os artistas que exploravam uma linguagem figurativa e

figuraram na exposição estão Carlos Vergara (1941).

Sagrado Coração III, monotipia, ploter e pintura sem lona crua 2008

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Carlos Vergara - A Patronesse e Mais uma Campanha Paliativa. 1965. Óleo s/tela. 114x146 cm.

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Antonio Dias (1944)

Dias, Antonio Solitário , 1967

laminado plástico sobre madeira, borracha, algodão, vidro e metal 55,5 x 50 x 50 cm

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Dias, Antonio Água e Sal - Quotidiano (Díptico) , 1983

grafite, óxido de ferro e pintura sobre madeira 55,5 x 130 cm

Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ

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Rubens Gerchman (1942-2008)

Gerchman, Rubens La Television [Díptico] , ca. 1967

técnica mista sobre eucatex 122 x 80 cm

Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ)

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Gerchman, Rubens Sem Título , 1960

óleo sobre tela 46 x 61 cm

Coleção Fernando Millan

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José Roberto Aguilar

Aguilar, José Roberto Sem Título , 1965

esmalte sobre tela, c.i.d. 96,5 x 130 cm

Acervo: informação não encontrada

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Aguilar, José Roberto Série do Futebol I , 1966

esmalte sintético a aerosol sobre tela 113,8 x 146,5 cm

Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP

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Pedro Escosteguy (1916-1989)

Escosteguy, Pedro Linha de Força [Ação] , 1965

mista sobre madeira 120 x 150 cm

Coleção Particular

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Nova Objetividade Brasileira

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Realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), em abril de 1967, e organizada por um grupo de

artistas e críticos de arte, a mostra Nova Objetividade Brasileira reúne diferentes vertentes das vanguardas nacionais - arte

concreta, neoconcretismo, nova figuração - em torno da ideia de "nova objetividade".

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A noção começa a ser definida por Hélio Oiticica (1937-1980) no evento Propostas 66, realizado na Fundação Armando

Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, que visa examinar a situação da arte no país. Nos debates - dos quais participam

Mário Pedrosa (1900-1981), Mário Barata (1921), Aracy Amaral (1930), Mário Schenberg (1914-1990), Otávio Ianni, Vilanova Artigas (1915-1985), Flávio Império (1935-1985), entre outros -, Oiticica defende ser o termo "nova objetividade" o que mais fielmente traduz as experiências das vanguardas brasileiras,

em geral, e a sua, em particular. Diz ele: "Toda a minha evolução de 1959 para cá tem sido na busca do que vim a chamar recentemente de uma nova objetividade e creio ser

esta a tendência específica da vanguarda brasileira atual (...)." Para Hélio Oiticica há uma tendência à superação dos

suportes tradicionais (pintura, escultura etc.), em proveito de estruturas ambientais e objetos.

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A criação de objetos de diversos tipos, bem como a defesa de soluções propriamente nacionais, que não sejam cópias do que se

produz nos centros internacionais, definem o espírito central da mostra, espécie de balanço dos diversos caminhos trilhados pela arte nacional. Tomada de posições políticas, superação do quadro de cavalete, participação corporal, tátil e visual do espectador, eis os ingredientes básicos da nova objetividade, que não almeja ser

um movimento artístico, nos termos de Hélio Oiticica. "A nova objetividade", diz ele, "sendo um estado, não é pois um

movimento dogmático, esteticista (como por exemplo foi o cubismo e também outros ismos constituídos como unidades de

pensamento), mas uma 'chegada' constituída de múltiplas tendências, onde a falta de 'unidade de pensamento' é uma

característica importante (...)". Em outras palavras, a exposição não pretende constituir um grupo artístico e sim ser a

confluência de diferentes tendências.

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Participam da mostra,

além dos signatários do texto, Sérgio Ferro (1938), Waldemar Cordeiro (1925-1973), Flávio Império, Geraldo de Barros

(1923-1998), Nelson Leirner (1932), Marcello Nitsche (1942), Mona Gorovitz (1937), Alberto Aliberti (1935-1994), Ivan Serpa

(1923-1973), Sonia von Brüsky (1941), entre outros.

Segue algumas das obras dos artistas.

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Ferro, Sérgio Revolução , 1964

óleo e acrílica sobre tela 90 x 110 cm

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Leirner, Nelson Matéria e Forma , 1966

tronco e cadeira 183 x 142 x 90 cm

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Flavio-Shiró Muirapinema , exata 1961

óleo sobre tela 130 x 96 cm

Coleção Ville de Paris

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Barros, Geraldo de Função Diagonal , 1952

esmalte sobre kelmite 60 x 60 cm

Romulo Fialdini

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Nitsche, Marcello Garatuja , 1978

chapa de ferro metalizada com zinco, placa de aço vincada 335 x 383 cm

Reprodução Fotográfica Fernando Scavone

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Sonia von BrüskySem título - 1991, litografia, 50 x 70 cm

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Serpa, Ivan Pintura Número 178 , 1957

óleo sobre tela 97 x 130 cm

Coleção Particular Reprodução fotográfica Vicente de Mello

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Pape, Lygia Caixa de Baratas , 1967

acrílico, baratas e espelho 35 x 27,5 x 7,5 cm Coleção do Artista

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Uma "vontade construtiva" alimenta as propostas presentes na Nova Objetividade Brasileira, o que permite flagrar o embasamento concreto das formulações das novas

vanguardas, que se beneficiam das produções anteriores de Hélio Oiticica, da arte objetual , de Franz Weissmann (1911-2005) e Aluísio Carvão (1920-2001), além das produções de Waldemar Cordeiro após 1964 (por ele denominadas de "arte

concreta semântica" e de "arte popcreta"). A mostra e os textos que a acompanham podem ser lidos como desdobramentos de

outros eventos que têm lugar na década de 1960, como, por exemplo, as exposições Opinião 65 e Opinião 66 (Rio de

Janeiro), Propostas 65 e Propostas 66 (São Paulo), Vanguarda Brasileira (Belo Horizonte, 1966) e o happening PARE,

comandado por Mário Pedrosa na Galeria G- 4.

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Grupo Rex

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A manchete que estampava a capa do primeiro número do irônico e bem-humorado jornal Rex Time, editado em junho de 1966, já anunciava o que estava por vir: “Aviso: É a Guerra”.

Formado pelos autointitulados “especialistas em arte de vanguarda em São Paulo”, o grupo atuou como provocador

das estruturas e preceitos das artes plásticas no Brasil. Em um circuito artístico ainda em formação, baseado na existência de alguns museus, galerias e leilões interessados na exibição e

comercialização de arte moderna, o Rex buscava espaço para a produção contemporânea. Nas exposições e conferências apresentadas na Rex Gallery & Sons, nas edições do jornal

Rex Time e nas obras de seus integrantes, o grupo questionou as bases de organização do sistema de arte, o papel do artista e do espectador, e o próprio estatuto das obras de arte. A Sala

Rex exibe uma reunião de trabalhos realizados por membros do grupo entre 1964 e 1967, e apresentados na Rex Gallery & Sons, além das cinco edições do Rex Time, cartazes e convites das exposições, e matérias publicadas

nos jornais da época.

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Apesar de sua breve existência - de junho de 1966 a maio de 1967 -, o Grupo Rex tem intensa atuação na cidade de São

Paulo, marcada pela irreverência, humor e crítica ao sistema de arte. Os mentores da cooperativa, Wesley Duke Lee (1931-2010), Geraldo de Barros (1923-1998) e Nelson Leirner (1932) projetam um local de exposições - a Rex Gallery & Sons - além de um periódico - o Rex Time - que deveriam funcionar como

espaços alternativos às galerias, museus e publicações existentes. Exposições, palestras, happenings, projeções de filmes e edições de monografias são algumas das atividades do grupo, do qual participam também José Resende (1945), Carlos Fajardo (1941) e Frederico Nasser (1945), alunos de

Wesley. Instruir e divertir são os lemas do Grupo Rex e do seu jornal; trata-se de interferir no debate artístico da época, em

tom irônico e desabusado, por meio de atuações anticonvencionais.

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Adoração - Altar a Roberto Carlos · 1966 · instalação · tecido; pintura; luz · 205 × 105 cm · coleção: MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand,

São Paulo

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Lee, Wesley Duke O Cavalo , 1976

acrílica sobre tela, c.i.d. 190 x 190 cm

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Leirner, Nelson Homenagem a Fontana II , 1967

Múltiplo lona e zíper

180 x 125 cm Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil

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Num panorama geral sobre o estudo das artes dos anos 60, vê-se artistas rebeldes, engajados, inconformados com a comercialização e exploração da arte e contra as outras

formas de opressão da sociedade. É o momento da transição da vanguarda para a

contemporaneidade. O atestado de óbito da Modernidade. Os procedimentos da arte passam dos polêmicos

questionamentos dos suportes tradicionais ao fim do suporte como elemento essencial da obra de arte.

O artista assume o papel de revolucionário e faz de sua arte um instrumento à disposição da revolução social. Fazer arte era fazer política. Ação e estética faziam parte das intenções

do artista.

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Considerações finaisNovamente percebe-se a força da arte em

mudanças na sociedade. O fato é que todo aquele que se envolve e conhece a sua

essência torna-se diferente e apto a reconhecer a sua própria realidade.

Arte é tudo isso e mais um pouco.Arte amplia o entendimento, é uma chave que tem o poder de

transformar o ser humano, revolucionar.E munidos desse conhecimento, profissionais em artes, devem

usar todo o potencial da arte para fazer sua parte na sociedade.

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