arte e design - disciplina de artes visuais

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EXERCÍCIO 1 - Capítulo 1 Disciplina Artes Visuais e Mobiliário Assunto: ARTES E DESIGN OBJETIVO:Conhecer as relações que se pode estabelecer entre a Arte e o Design e perceber como estas duas áreas, apesar das diferenças, estão profundamente interligadas. A transversalidade e o limiar entre Arte e Design Ao se adentrar num dado campo de conhecimento, conforme vamos nos aprofundando, inevitavelmente questionamentos surgem. principalmente, os que dizem respeito a de suas fronteiras delimitações, e tambem das possiveis relações que podem ser estabelecidas com outras areas de conhecimento. No caso de design, por ser uma area relacionado ao belo, a criação,é comum se perguntar quais as relaçoes entre e o design a arte. Consequentemente desse questionamento central emergem outros. Sobretudo sobre como se deve ver e estudar essas areas, seja de forma separada ou conjunta, ou ainda se existe uma transversalidade entre elas. Diante da visão que for adotada, surgem a perguntas em relação a (quem) o individuo inserido nessa area, sobre qual o papel (do designer). No entanto nao se tratam de questionamentos simples e faceis de ser respondidos, visto que tanto a arte e o design, fazem parte de componentes importantes do nosso meio social. E na busca por respostas as questões acima levantas e outras que possam se desdobrar dessas, este trabalho tem a intenção de buscar (no acervo bilbiografico de artigos, monografias, dissertações, teses, livros e meios eletronicos disponiveis de pesquisa) as possiveis relações que podem ser estabelecidas entre a arte e o design ao longo do tempo. Primeiramente buscando os conceitos de cada um em separado e sobre as diferenças dos profissionais destas áreas. Para assim, tentar compreender “onde” está a fronteira que delimita cada um desses campos. Arte e design A aproximação entre arte e design, ao longo dos tempos, tem provocado muitas discussões e dúvidas a respeito do que é arte e do que é design, bem como, quais são as atribuições do artista e quais são as atribuições do designer. Será possível definir sem hesitação quando um objeto deixa de ser uma obra de arte para tornar-se uma peça de design? E o que dizer de um artista que transforma um simples artefato do nosso cotidiano em uma obra-prima singular? Esses questionamentos surgem através da comunicação, interação e fusão de ambos os campos como podemos observar no contexto cultural híbrido contemporâneo.

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Arte e Design - Disciplina de Artes Visuais

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  • EXERCCIO 1 - Captulo 1Disciplina Artes Visuais e Mobilirio

    Assunto: ARTES E DESIGNOBJETIVO:Conhecer as relaes que se pode estabelecer entre a Arte e o Design e perceber comoestas duas reas, apesar das diferenas, esto profundamente interligadas.

    A transversalidade e o limiar entre Arte e DesignAo se adentrar num dado campo de conhecimento, conforme vamos nos aprofundando,

    inevitavelmente questionamentos surgem. principalmente, os que dizem respeito a de suas

    fronteiras delimitaes, e tambem das possiveis relaes que podem ser estabelecidas com outras

    areas de conhecimento. No caso de design, por ser uma area relacionado ao belo, a criao,

    comum se perguntar quais as relaoes entre e o design a arte.

    Consequentemente desse questionamento central emergem outros. Sobretudo sobre como

    se deve ver e estudar essas areas, seja de forma separada ou conjunta, ou ainda se existe uma

    transversalidade entre elas. Diante da viso que for adotada, surgem a perguntas em relao a

    (quem) o individuo inserido nessa area, sobre qual o papel (do designer). No entanto nao se tratam

    de questionamentos simples e faceis de ser respondidos, visto que tanto a arte e o design, fazem

    parte de componentes importantes do nosso meio social.

    E na busca por respostas as questes acima levantas e outras que possam se desdobrar

    dessas, este trabalho tem a inteno de buscar (no acervo bilbiografico de artigos, monografias,

    dissertaes, teses, livros e meios eletronicos disponiveis de pesquisa) as possiveis relaes que

    podem ser estabelecidas entre a arte e o design ao longo do tempo. Primeiramente buscando os

    conceitos de cada um em separado e sobre as diferenas dos profissionais destas reas. Para assim,

    tentar compreender onde est a fronteira que delimita cada um desses campos.

    Arte e designA aproximao entre arte e design, ao longo dos tempos, tem provocado muitas discusses

    e dvidas a respeito do que arte e do que design, bem como, quais so as atribuies do artista e

    quais so as atribuies do designer. Ser possvel definir sem hesitao quando um objeto deixa de

    ser uma obra de arte para tornar-se uma pea de design? E o que dizer de um artista que transforma

    um simples artefato do nosso cotidiano em uma obra-prima singular? Esses questionamentos

    surgem atravs da comunicao, interao e fuso de ambos os campos como podemos observar no

    contexto cultural hbrido contemporneo.

  • Nesse sentido, o site Cinex(2015) de forma criativa e bem-humoarada levanta os os

    sequintes questionamentos, sobre como um objeto industrial e banal, como um mictrio poderia ser

    arte? Ou ate mesmo, como um guarda-chuva poderia se tornar um lustre e por sua vez design

    consagrado? E pergunta: humor permeia tudo isso? Humor pode ser arte e design?. E explica que:At o incio do sculo XX, havia uma separao muito clara entre as reas da vida: arte arte, objeto

    industrial objeto e o humor no faz muito parte de nenhum desses assuntos. Mas o artista dadasta

    Marcel Duchamps veio para sacudir um pouco essas estruturas e falar de transversalidade, onde um

    conceito atravessa vrias reas do conhecimento. Em 1917 o francs Duchamps causou furor numa

    Comisso dos Artistas Independentes que selecionavam obras para uma exposio. Enviou ummictrio como obra de arte, assinado em pseudnimo sob o nome de Sr. Mutt. A inscrio foi avaliada

    como imoral.

    Segundo Pereira (2014)1 citando Moura (2005), afirma que a arte contempornea assume um

    carter, interdisciplinar abordando a transio de fronteiras de forma positiva realizando uma troca

    entre campos do conhecimento que se reunidos e formam propostas artsticas mais complexas e

    abrangentes, fato este que exemplifica-se pela obra de Duchamps, que levanta questionamentos

    sobre a construo de delimitaes entre as areas de conhecimento.

    Em 1913 ele j havia apresentado ao pblico sua

    Bicycle Wheel (Roda de Bicicleta), onde,

    atravs de objetos produzidos em massa (a roda

    e o banquinho), criou esta espcie de objeto no

    funcional e questionou os limites da arte e do

    design. A arte para Duchamps tinha de ser capaz

    de mover as pessoas. Emocion-las.

    Extraido de Cinex (2015), disponivel em:http://www.cinex.com.br/blog/arte-e-design-as-fronteiras-tenues/

    E segundo Cinex(2015), os questionamentos levantados por Duchamps ganhou adeptos ,

    pois, Ao longo do sculo XX muitos artistas e em seguida designers adotaram os pensamentos de

    Duchamps e questionaram: onde comea o design que cuida dos objetos utilitrios e at onde ele

    pode ser permeado pela arte?

    Outro exemplo citado por Cinex, se trata do da tambm francs Philippe Starck que trouxe

    essa transversalidade refletida em sua obra em inmeros momentos. Um dos mais lricos o lustre

    da Baccarat abrigado sob um guarda-chuva Um banal objeto do cotidiano faz contraste com o

    luxo dos cristais, amplia sua luminosidade (ao ver o objeto) faz, no mnimo, sorrir segundo

    1PEREIRA, Giovane da Rosa. Fronteiras Conceituais:uma produo em design de superfcie abordando o limiar entre Arte e Design.. Santa Maria, RS, Brasil,2014.

  • Cinex, na minha opnio fica a interrogao sobre do que se trata aquele objeto.

    Extraido de Cinex (2015), disponivel em:http://www.cinex.com.br/blog/arte-e-design-as-fronteiras-tenues/

    Segundo filsofo Vilm Flusser citada por Minuzzi (2009), as palavras design, mquina,

    tecnologia, arte, esto diretamente relacionadas e todas derivam da mesma viso do mundo. Tal

    viso tem sido negada por sculos, ocorrendo uma diviso entre o mundo das artes e o da

    tecnologia(design). No pensamento do autor , a cultura foi dividida em duas bancadas, mutuamente

    excludentes, a cientfica, quantitativa, hard, e a outra esttica, evolutiva, soft. Em meio a isso, a

    palavra design se tornou uma ponte entre as duas, sendo a expresso da conexo interna entre a arte

    e a tecnologia (FLUSSER, 1999).

    A Arte pura - a arte no discurso social e sua funoDe acordo com Bizzocchi (2010) uma infinidades de definies de arte j foram ensaiadas

    ao longo do tempo, todavia essa prtica social to antiga quanto a humanidade persisite sendo um

    objeto difcil de definir. E argumenta que Os diversos significados que o termo acumulou at os

    dias de hoje comprovam que essa noo ainda , em grande parte, intuitiva. Por essa razo, os

    estudiosos do assunto tm buscado uma definio conceptualmente rigorosa do que seja a arte.

    A autora afirma que ,a distino entre arte, cincia, esporte e tcnica um fenmeno

    relativamente moderno, alega ser uma das grandes contribuies nesse sentido foi dada pela

    filosofia positivista de Augusto Comte.

    Na concepo de Bizzocchi(2010) em termos rigorosos a arte se trata de todo processo de

    produo e veiculao de discursos sociais cuja funo predominante seja a funo esttica. O que

    automaticamente infere a questo: E o que vem a ser a funo esttica? A autora explixa que para

    entend-la, necessario discorrer um pouco sobre as funes dos discursos sociais. Em primeiro lugar, convm explicar que discursos sociais so aqueles discursos cujo receptor tido

    como coletivo, ou seja, no um indivduo isolado, mas um grupo aberto e indeterminado de

    indivduos, que chamamos de pblico. Dessa maneira, a arte, assim como as demais atividades

  • culturais (isto , cincia, esporte e religio), caracteriza-se por ser uma atividade produtora de

    discursos dirigidos a um pblico.'

    Segundo o autor todos os discursos sociais detem uma funo central ou primria2. Isso por

    que predominantemente os discursos sociais do mesmo modo que resto de grande parte das

    prticas humanas tem carter acima de tudo utilitario, ou seja, busca a satisfazer alguma

    necessidade prtica do ser humano. Em contrapartida ao carater utilitario da satisfao da

    necessidade, existem as quatro atividades denominadas culturais, cuja funo primria e a produo

    do prazer.So elas a cincia pura (a que gera conhecimento para satisfao da curiosidade humana), a arte pura

    (que faz do belo um fim em si prprio), o esporte puro (isto , a competio com fim puramente

    ldico) e a religio pura (a que conduz iluminao e ao autoconhecimento). Portanto, enquanto as

    atividades pragmticas se originam de um dever (isto , necessidade ou obrigao), as atividades

    culturais tm origem num querer, numa busca do prazer, seja ele sensorial, intelectual, fsico ou

    espiritual.

    No contexto discurso social exposto por Bizzocchi (2010), as atividades sociais foram

    delimitadas na dicotomia de suas funcionalidades entre ultilidade(objetivo,concreto) e

    prazer(subjetivo, abstrato). Dessa forma a arte pura tendo sua genese nas atividades culturais,

    (que tm origem num querer, na busca do prazer, seja ele sensorial, intelectual, fsico ou espiritual)

    tem como sua funo primria a produo do prazer. A arte pura nessa viso algo desprovido de

    utilidade, isso por que, faz do belo um fim em si prprio.

    Bizzocchi (2010) exemplifica citando o lingista e crtico literrio tcheco Jan Mukarovsky

    explicando que:

    A cada objeto ou ao, inclusive linguagem, pode-se atribuir uma funo prtica

    utilitria para os instrumentos, comunicativa para a linguagem, e assim por diante. Se, todavia, um

    objeto ou ao tornar-se o foco de ateno por si mesmo e no por causa da funo prtica que

    desempenha, diz-se que tem uma funo esttica; isto , provoca uma reao pelo que , e no por

    aquilo para que serve. Assim, a funo esttica como tal no se limita a obras de arte e literatura

    mas pode aparecer com relao a qualquer objeto ou ao.

    Nesse sentido pode-se afirmar que O artista ento o profissional que possui intuio artstica, habilidades especficas e tcnicas

    adequadas, para transformar determinados materiais em obras de arte nicas, e com o estilo prprio

    do autor. Sua viso romntica e suas idias subjetivas, baseadas em suas emoes e fantasias e, na

    2. Esse o caso dos discursos jornalstico, publicitrio, poltico, jurdico, tecnolgico, bem como dos discursos dacincia aplicada (a que gera tecnologia), da arte aplicada (como a arquitetura, a culinria e a arte teraputica), do esporteaplicado (em geral com finalidade teraputica) e da religio aplicada (a que procura livrar o homem do sofrimento, tantofsico quanto espiritual).

  • forma pessoal como concebe o mundo a sua volta. Adquirir a arte produzida por este profissional

    privilgio de poucos, pois este trabalha para si e para uma elite, que tenha conhecimento e cultura

    suficientes para compreender suas obras (REFOSCO, et al. 2011).

    No entanto, essa viso da arte de forma pura no contexto social atual em que existe

    transdiciplinariedade em que vada vez mais se busca a criar proximidade entre as areas de

    conhecimento e no a separao, seja mais utilizada do ponto de vista teorico.

    De acordo com Minuzzi (2009) acompanhando os transcursos da arte ao longo dos tempos

    podemos observar saltos decisivos que foram modificando a prpria concepo de arte. A arte

    contempornea nascida das rupturas estabelecidas pelas vanguardas histricas modernas e ratificada

    em posturas plurais a partir do ps-modernismo, abre espao para investigaes/manifestaes

    artsticas de natureza ampla, o que inclui a arte tecnolgica em todas as suas facetas.

    O design: em busca de uma definioDesde a expanso da Revoluo Industrial pela Europa, Amrica e sia no sculo XIX at os

    dias atuais, o design assumiu diferentes movimentos que contriburam para sua significao. Cross

    (2001) destaca que o design surgiu de uma evoluo natural do processo artesanal pr-industrial

    para atender s novas mudanas exigidas pela Revoluo Industrial, no qual um novo processo

    industrial foi desenvolvido. Avaliando essa evoluo, Orberg (1962, apud NIEMEYER, 1998)

    descreve que o design vem sendo compreendido ao longo do tempo sob trs tipos distintos de

    prtica e conhecimento. No incio era visto como atividade artstica, sendo valorizado o

    compromisso do profissional como artfice e a questo esttica na concepo formal.

    Posteriormente, foi destacado o compromisso do profissional em torno dos processos produtivos e

    das atualizaes tecnolgicas. Num terceiro momento, o design aparece como coordenao,

    integrando contribuies de diferentes especialistas, trabalhando desde a especificao de matria-

    prima, produo, utilizao e destino final do produto. Estes conceitos tanto se sucederam como

    coexistiram.1

    DicionriosPara os dicionrios, possivelmente o primeiro local em que a maior parte das pessoas ir

    buscar por informaes sobre o seu significado, encontramos definies como:

    No Dicionrio Houaiss (dicionrio online, acessado em 2009) substantivo masculino

    Rubrica: desenho industrial; a concepo de um produto (mquina, utenslio, mobilirio,

    embalagem, publicao etc.), esp. no que se refere sua forma fsica e funcionalidade; Derivao:

    por metonmia. o produto desta concepo; por extenso de sentido (da acp. 1). m.q. desenho

    industrial; Derivao: por extenso de sentido. m.q. desenho-de-produto; Derivao: por extenso

    de sentido. m.q. programao visual; Derivao: por extenso de sentido. m.q. desenho ('forma do

    ponto de vista esttico e utilitrio' e 'representao de objetos executada para fins cientficos,

  • tcnicos, industriais, ornamentais'). A definio no est apresentada de forma totalmente

    esclarecedora e completa. 3

    Semanticamente, como se sabe, o termo design da lingua inglesa est associado a ideias

    como desgnio, destino, desejo, forma e projeto, e que a ltima noo (a de projeto) vai

    ganhar mais ou menos nfase dependendo do contexto de uso. Quando se busca um conceito

    dicionarizado do termo chega-se a ideias como criao, concepo e configurao de

    artefatos. Junto s ltimas temos tambm a ideia de design como referindo-se a uma atividade que

    define especificidades tcnicas de um objeto a partir de necessidade concreta. O termo tambm est

    associado a planejamento e programao de artefatos para ambientes humanos.

    Enquanto prtica ou atividade profissional, o design advm do conceito de Gestaltung, do

    alemo, que vem a ser a prtica da Gestalt, isto , a lida com as formas da realidade sensvel. Em

    espanhol, a palavra inglesa ganha a correspondncia no morfema diseo, enquanto que a palavra

    drawing (traado ou o produto da criao, isto , o desenho em si), vai corresponder a dibujo. No

    temos a palavra que corresponde a diseo (design) em portugus, o que nos levou a manter para

    dibujo (drawing) o morfema desenho, e a palavra design para a prtica e produto do designer4

    O campo do designToda disciplina, apesar de possuir diferentes vises, tem em sua definio seu alicerce. Por

    ser uma disciplina nova, com aproximadamente quarenta e cinco anos de existncia no Brasil, os

    alicerces que fundamentam o Design, no so os mais fortes, porque as percepes sobre esta

    disciplina so as mais diversas. Chegar a uma nica definio quase impossvel e no seria

    proveitoso para este campo de estudo. A tentativa de determinar uma definio unidimensional

    para o designer faculta a constituio de um erro, j que esbarra no prprio delineamento conceitual

    de uma rea abrangente e interdisciplinar que o Design (Almeida Junior, 2004).

    Dessa forma cada estudioso ento, conforme sua experincia, sua atuao na rea, sua

    poca na histria, possui uma definio diferente para o Design. Enquanto no se alcana essa

    definio, o Design associado a outros campos de estudo, por ser um campo potencialmente

    transdisciplinar e transversal.5

    Transversalidade e Design A palavra transversal (do Lat. transversalis) remete a qualidade de cruzar diagonalmente

    um espao, de atravessar, de perpassar . No mbito da pesquisa, o conceito de transversalidade est

    relacionado a uma abordagem no disciplinar e no hierarquizada a diferentes campos de saber.

    3Aplicao do termo design: uso indiscriminado e impactos. Landim, Paula da Cruz; Livre Docente em Design de Produto; FAAC Unesp.Marques, Carolina de Oliveira; mestranda em Design; FAAC Unesp. 4 Ipsis Litteris Extraido de: COELHO, Luiz Antonio L. Contribuies para uma epistemologia do design. 5 Ipsis Litteris Extraido de: CLARO, Luciana dos Santos. Dissertao de Mestrado .Objetos que tm o poder de fazer pensar : Design e Educao no Ensino Fundamental. Rio de Janeiro,Fevereiro de 2009.

  • Segundo Gallo (2001, p. 24), a transversalidade seria justamente a forma de trnsito por entre os

    saberes, estabelecendo cortes transversais que articulem vrios campos, vrias reas. Implicaria,

    portanto, em uma nova atitude diante dos saberes, tanto na sua produo como na sua

    comunicao e aprendizado (KRUCKEN, 2008). 6

    Nesse sentido pode-se afirmar que o design um campo de conhecimento transversal, visto

    que apia-se na intercomunicao entre as reas de conhecimento, tratando efetivamente de um

    tema/objetivo comum (transversal) por meio de projetos de integrao e reintegrao das diversas

    dimenses dos saberes. (Nojima et al., 2006) citado por (CLARO,2009).

    Na transversalidade a delimitao das reas de conhecimento no to rgida. possvel o

    intercmbio dos saberes, atravs de um ponto em comum existente entre eles. Assim como na

    educao, a transversalidade no design (...) promove uma compreenso abrangente dos diferentes

    objetos de conhecimento, bem como a percepo da implicao do sujeito de conhecimento na sua

    produo, superando a dicotomia entre ambos(Brasil, 1998, p.30).

    O Design, ento, visita os outros campos e por vezes visitado. Visita refere-se

    exatamente a essa interao do conhecimento e no apenas o Design que tem essa caracterstica.

    O design por excelncia uma atividade flexvel e transdisciplinar, na qual simultaneamente so

    trabalhadas diferentes disciplinas e diversos saberes. J a interdisciplinaridade decorrente da

    capacidade do design de transitar facilmente pelas diversas reas do conhecimento que atuam sobre

    seu campo de ao.7

    No cenrio atual, o papel do design est mudando: deixou de ser uma mera etapa do

    processo de desenvolvimento, onde tinha a tarefa de tornar os produtos esteticamente mais

    agradveis aos consumidores. Hoje, o design est sendo solicitado a gerar ideias que melhor

    traduzam as necessidades e desejos desses consumidores. Esse o conceito do design thinking,

    proposto por Tim Brown, CEO e presidente do renomado escritrio americano de design e inovao

    IDEO. Trata-se de uma metodologia que imbui a todo o espectro de atividades relacionadas

    inovao um thos do design centrado no ser humano.8

    As relaoes entre arte e designProjetar produtos e/ou ambientes no convencionais j so caractersticas de determinados

    designers que exploram questes conceituais evocando um carter de vanguarda em sua produo.

    Desse modo, conferem, como nos explica Morais (1998), uma maneira hibrida, plural e ambgua, de

    6 Ipsis Litteris - Ipsis Litteris KRUCKEN, Lia .Competncias para o design na sociedade contempornea. ESTUDOSAVANADOS EM DESIGN, Caderno2, 20087 Ipsis Literis Extraido de: Perspectiva para uma Epistemologia do Design: a abordagem de um design para asustentabilidade como manifestao paradigmticaSantos, Adriane Shibata; MSc; PhD Candidate; PontifciaUniversidade Catlica do Rio de Janeiro; Universidade da Regio de Joinville.8FACCA, Claudia Alquezar. A Transdisciplinaridade o Pensamento do Design. Mestre em Design; Instituto Mau de Tecnologia.

  • se fazer um design bastante prximo das caractersticas presentes na arte contempornea.

    A expresso arte pela arte, conforme a teoria esttica de Harold Osborne (1970)

    representa que os objetos so criados essencialmente para serem belos, ou melhor, so feitos para

    a contemplao, para o prazer. A beleza no est na funo e sim na criatividade, o homem cria

    objetos para dar prazer (prazer esttico) que, segundo Tilde Costa (1999), so impresses

    agradveis ou no, com significados propostos pela cor, textura, forma ou pelo conjunto da obra, e

    que constituem, portanto, o prazer do belo.

    Um objeto utilitrio e/ou um ambiente pode ter, como a obra de arte, a funo de provocar

    reflexes, admirao, sensaes e tambm prazer, expressando um pensamento, uma viso de

    mundo, conseqentemente pode provocar uma experincia esttica. Justamente essa experincia

    esttica, principalmente na contemporaneidade, determinante na aquisio de um produto, como

    afirma Carpes Junior (2004, p. 01), a emoo despertada no consumidor por meio da comunicao

    visual, envolvendo os aspectos de estilo. Estilo de um produto a qualidade que provoca a sua

    atrao visual, uma forma de adicionar valor ao produto, sem necessariamente prover mudanas

    no seu funcionamento (Baxter, 2005 apud Costa Junior, 2007). Assim, a atrao est tambm

    vinculada percepo. Carpes Junior (2004), afirma que este tipo de percepo est relacionada

    com aquilo que o consumidor percebe, com relao aparncia, a configurao da forma e da

    superfcie9

    As delimitaes entre arte e design na atualidade pode- se dizer que de certa maneira se

    restringe ao campo conceitual e teorico. a transversalidade dessas duas areas de conhecimento

    evidenciada e evocada seja por artistas ou designers. No entanto, existem sim diferenas entre arte

    e design, embora o designer possa sim se dedicar a estetica de seu projeto o objetivo principal estara

    em sua utilidade e a arte ja no, seu foco esta no prazer seja qual for, a arte no nasce de uma

    necessidade humana, ela e criada para contemplao e prazer somente.

    Arte inspira admirao e reverncia. Quando voc olha para uma pintura, escultura, colagem,

    ou instalao, sua mente comea a se agitar com uma horda de novas ideias deslumbrantes e voc se

    inspira para refletir sobre todas as possibilidades infinitas que j foram introduzidas a voc pelo

    artista e sua obra . Ah, a magia da arte. Que experincia profundamente gratificante e emocionante.

    Se as pessoas esto maravilhadas com o seu design, isso legal, mas no o principal

    motivo que te levou a criar. Voc projeta para tornar a vida das pessoas melhor de formas que elas

    no necessariamente percebam ou apreciem, mas se no tivessem, elas ficariam perdidas. Os

    amantes de arte que se aglomeram em torno de Van Gogh no Louvre, provavelmente, todos tm

    seus telefones na mo, prontos para tirar fotos. Eles no esto prestando ateno nos seus

    9Ipsis Litteris Extraido de: Arte e Design: para a construo de uma relao mais afetiva entre homem e objeto.Machado Junior, Juscelino Humberto Cunha; Mestrando em Arte pela Faculdade de Filosofia, Artes e Cincias daUniversidade Federal de Uberlndia.

  • aplicativos de cmera, mas os designers que criaram eles desempenham um papel muito importante,

    permitindo-lhes compartilhar a suas experincias com seus amigos.10

    O designerO designer um profissional objetivo, racional e lgico que difere muito do artista, pois na

    sua atividade projetista o designer tem que apontar solues para problemas existentes, visando os

    processos e materiais de produo em srie, o custo e a esttica do produto. Ao contrrio do artista

    que, na maioria das vezes no prioriza o pblico, o designer trabalha para a comunidade, buscando

    sempre uma soluo ideal e indita baseada no problema e nas possibilidades, para uma necessidade

    real. Trabalha no com a fantasia, mas com a criatividade associada razo, para obter resultados

    realizveis. Preocupa-se em ser compreendido e aceito pelo pblico e divulga o resultado de seu

    trabalho, suas experincias e pesquisas (MUNARI, 1990) Citado por Minuzzi(2009)

    O designer no executa manualmente sua obra, a no ser que seja um prottipo, dessa forma,

    no tem estilo prprio, apenas mtodos para resolver questes. O estilo nasce da problemtica e, a

    forma lgica, o resultado do projeto. fundamental que este profissional tenha conhecimentos

    tecnolgicos tradicionais e contemporneos, cultura e empatia. Assim, o designer deixa impressa

    nos objetos no a sua marca, mas do tempo em que vive e das necessidades da sua poca. Munari

    (1990, p.112) sintetiza de forma um tanto radical que O sonho do artista chegar ao Museu seja de

    que maneira for, enquanto o sonho do designer chegar aos mercados de bairro. ( MINUZZI,

    2009)

    O designer e as tendencias

    A respeito da afirmativa do Arquiteto Sergio Rodrigues, que defende que O verdadeiro

    designer criador de tendncias, no as segue Em pesquisa, foi verificado que, o interlocutor dessa

    frase se trata de algum j com uma carreira consolidada (arquiteto e no designer em suas prprias

    palavras), no sei se ele a proferiu antes ou depois de j ter seu publico cativo e ter certo poder e

    possibilidades de ser um criador de tendncias. Rodrigues em 2010 em entrevista a Revista Donna

    sustenta que no se reconhece como designer:Acho esse negcio de design uma bobagem, um estrangeirismo sem necessidade. No que eu nogoste de ser chamado de designer, porque as pessoas chamam, mas prefiro arquiteto, porque o quesou. Uma vez fui Espanha e parabenizei os espanhis porque eles no se entregam a essas coisas.Usam dibujo ou diseo, que muito mais bonito.

    No entanto, seus sucessos e tendncias criadas esto relacionadas diretamente com o design

    de interiores. . Em 1957, criou a poltrona Mole, feita de couro e com suas pernas de madeira de

    10 Design versus arte - A diferena e sua importncia. Publicado em 02 Setembro 2014. Por Rafael Fideles. Disponivelem: http://idesigns.com.br/blog/129-design-versus-arte-a-diferenca-e-sua-importancia . Acesso e 12 de julho de 2015.

  • jacarand que contradiziam o estilo da poca. E segundo o site Way Design as cadeiras seguintes do

    designer brasileiro comearam a desenvolver tendncias nos grandes centros. Inspiraes e

    reprodues, conjuntas com o trabalho de outros profissionais da decorao, alm das mudanas na

    populao do pas, fizeram com que aquele estilo p de palito fosse deixado de lado e um novo

    conceito de decorao fosse erguido.

    Essa afirmativa de Rodrigues creio que merea uma ponderao visto que para se criar

    tendncias no contexto atual no basta ter talento e ser criativo. Creio que os fatores que envolve a

    criao de tendncias v muito alm da criatividade. Tambm penso que, essa afirmativa do

    arquiteto seja em certo grau ofensiva a desproporcional. Analisando a frase, ofensiva por que ele

    fala que o o verdadeiro designer (...), com isso deixa claro que os indivduos que no criamtendncias no so designers, dessa forma excluindo todos que esto fora do hall da fama das

    tendncias(desproporcional). Imagine se todos os designers do mundo fossem criadores de

    tendncia, seguindo a afirmativa de Rodrigues seriam todos verdadeiros. Contudo se todos criam

    tendncias quem as segue?(desproporcional tambm).

    A tendncia uma inclinao ou preferncia por determinadas coisas ou a fazer determinadas

    coisas. Em Verbalize (2010)tendencia e definido como:- o ato de optar por algo, uma escolha entre

    vrias alternativas, ou; uma vontade natural irrefletida no subconsciente, que se transforma em um

    comportamento com ou sem a devida conscincia do indivduo. - Tendncia do latim tendentia

    :significa tender para, inclinar-se para, ser atrado (a) por algo que chamou a sua ateno.

    O termo tendencia tambm permite fazer referncia fora que imprime determinado

    movimento ou orientao. Na rea da psicologia, trata-se do impulso latente da actividade que a

    orienta para direes que proporcionam prazer (quando alcanadas).O termo tendncia tambm

    usado como sinnimo de moda, no sentido de se tratar de uma espcie de mecanismo social que

    regula as escolhas das pessoas. Uma tendncia um estilo ou um costume que marca uma poca

    determinada ou um stio.

    Ponderando Abaixo ha as ponderaes do designer Leandro Lima, sobre criar ou seguir tendencias, que

    em minha opinio que abordam de forma concisa as implicaes que envolvem em se criar ouseguir uma tendncia.

    Um produto tendncia quando, diante de vrias opes, ele se torna a probabilidade maiorde escolha perante ao pblico alvo. Quando falamos que algum estilo tendncia, queremos dizerque a aceitao positiva daquilo por um grupo j se d de maneira natural e inconsciente. Criaralgo seguindo uma tendncia pr-estabelecida manter-se no caminho seguro para a aceitao.

    A pessoa que segue uma tendncia, anda por um caminho j explorado.

  • Porm, tendncia no algo ruim. Se estudarmos as tendncias a fundo, notaremos que elarevela pensamentos, anseios e desejos em comum da sociedade. Muitas vezes a tendncia no dizo que a pessoa que a segue , mas sim o que ela quer parecer. E isso no algo necessariamenteprejudicial. Ajuda na sua auto-confiana. Ajuda a compor a sua imagem. Faz com que voc seencaixe a um determinado grupo, seja identificado como pertencente de uma determinada tribo.Quando um designer ignora uma tendncia na hora de criar uma marca nova, corre um srio riscodo seu produto ser marginalizado. De no ser identificado pelo seu pblico alvo.

    O problema surge quando designers se acomodam na sua margem de segurana e param deinovar. A coisa fica estagnada. No vai pra lado nenhum. E fica chato. Mesmice. Ns, comodesigners, devemos saber a hora certa de criar algo totalmente novo e a de seguir a mar. E,mesmo quando optamos por seguir a mar, nunca podemos nos anular, deixar de lado nossascaractersticas pessoais. Por mais que um produto de uma marca de roupas, por exemplo, siga umatendncia, ele ainda carrega uma srie de caractersticas nicas que compe aquela marca. E, seno fizer isso, perder a sua identidade e aquilo que o torna nico.

    No todo momento que devemos criar uma tendncia.

    Precisa de tempo,confiana, consolidao.Precisa ter um pblico fiel ecom a cabea aberta paraaceitar essa mudana. Veja oexemplo da GAP: em 2010tentaram mudar o logo. Arejeio foi to grande quevoltaram para o logo antigo. um exemplo de pblico

    alvo que no estava pronto para este tipo de mudana (sem entrar nos mritos se a tentativa de umnovo logo foi boa ou no).

    Nem todo mundo gerador de tendncia.

    Nem todo mundo deve ser gerador de tendncia (afinal a tendncia s existe porque tem gente praseguir). E isso necessrio! J parou pra pensar se todos os designers do mundo fossem geradores,e no seguidores de tendncia? Simplesmente no ia existir tendncia nenhuma. Todo caso iaparecer isolado.

    Devemos estudar muito. Dedicar muito tempo a aprender. Se tentarmos criar uma tendncia semestudo e sensibilidade, simplesmente daremos chutes no escuro, esperando uma hora acertaralguma coisa. Criar uma tendncia necessita um poder de percepo da sociedade absurdo, para tero timing correto de dar ao pblico alvo a resposta ou a inovao que eles procuravam. E isso pode

  • durar uma vida ou uma semana. Tendncias se transformam, evoluem ou simplesmente passam.Um exemplo banal so cortes de cabelos que existiam em dcadas passadas e hoje parecemcafonas. Assista qualquer propaganda da dcada de 80 ou 90 e repare. Aquilo era tendncia napoca, mas passou. Perdeu o interesse. As pessoas deixaram de aderir.

    Algumas outras tendncias surgiram como representao de um estilo de vida, uma filosofia.Muitas destas no foram criadas intencionalmente. Ainda assim marcaram poca. Fizeram histria.O Led Zeppelin no pensou vou influenciar qualquer outra banda de rock que vier depois demim nem o Ozzy pensou vou criar o Heavy Metal. Eles estudaram msica. Aprenderam. E astendncias que criaram foi a unio de um estilo pessoal, anos de experincia, uma sociedade comnovos questionamentos buscando novas identidades e um carisma acima da mdia.

    Eu sei que vamos dormir pensando ora, somos designers! Nosso trabalho ver o que ningumviu, criar tendncias!. Devemos ter conscincia que nosso trabalho, como designer, solucionarum problema que identificamos atravs de um briefing e passar uma mensagem que, de uma formaou de outra, responda os questionamentos do nosso pblico alvo. demonstrar, atravs deimagens, a sensao que o nosso cliente quer transmitir. um trabalho maravilhoso porque nos daa oportunidade de ver o mundo por olhos que nunca pensamos em ver. E isso o que diferencia oDesign da Arte. Enquanto o Design surge para solucionar e responder, a Arte tem a funo de criarquestionamentos e expressar o pensamento do artista. A Arte pessoal e permite diversasinterpretaes, embora revele anseios de transformaes de uma sociedade. O Design funcional, objetivo e no abre margens para mltiplas interpretaes.

    Mas eu no respondi a pergunta Quando inovar e quando seguir?. Bom, ningum sabe quando. Equem disser que sabe, provavelmente est mentindo. Voc s perceber que sua idia de fatoinovadora depois que colocar ela pra funcionar. O que precisamos de um olhar crtico para omundo, saber quais so os anseios da populao e as dvidas da sociedade. Precisamos saber ospor ques antes de pensarmos nas respostas. E isso s surge com muita curiosidade,aprendizagem e questionamento. O que eu concluo? Que novas tendncias s surgem com novosquestionamentos.Fonte: LIMA,Leandro.Tendncias: quando criar e quando seguir? Disponivel em:http://blog.popupdesign.com.br/tendencias-quando-criar-e-quando-seguir/#comment-1135026496

    3. Qual o papel da arte no design de interiores?

    Acredito que seja proporcionar uma forma diferente de comunicao e interao do ambiente

    e usurio. Com a colocao da funo esttica lado a lado com a funcionalidade. Que os

    projetos/composies sejam capazes de promover reflexes e o prazer por si s.

    Segundo Muinhos (2010).A arte esta ligada ao Design de Interiores, desde do seu surgimento que veio atravs desta e suas

    influencias atravs dos movimentos artsticos, que por sua vez determina vrios estilos de decorao

    atualmente. No s como estes conectivos que ligam o Design de modo geral a arte. Ela est presente

    diretamente e juntamente com a criatividade dos designes, de maneira ldica, ousada e sempre com o

  • objetivo da interao do espao e seu usurrio.11

    Devido rea de atuao do design na sociedade atual ter se expandido em diferentes

    aportes do conhecimento, sem nunca ter eliminado as questes de mbito artstico, julga-se

    pertinente tais conceitos, por se apresentarem a cada dia mais intermutveis, levando constante

    necessidade de se atribuir a setores tecnolgicos e cientficos, o valor esttico.

    4. Obras de arte e Objetos e Ambientes1. Objeto

    Imagens extradas de: RIGHETTO.Heloisa. Lathe Chairs. Revista Design .Publicado em 14 de novembro de 2009.

    Ao pesquisar para fazer minha escolha do ambiente

    encontrei objetos incrveis que na minha opinio conseguem

    manter sua funcionalidade que fica em segundo plano, pois, pela

    sua esttica chamam ateno para si por sua beleza e no pela

    sua funo, evocam reflexo. A primeira se trata da coleo de

    cadeiras Lathe , do holands Sebastian Brajkovic. Na opinio

    RIGHETTO(2009) esses objetos/obras conseguiram chegar

    entre o limite de arte e design, e ainda assim deixar as peas

    funcionais. O design das cadeiras trazem fluidez e impresso de

    movimento, essa distoro. Parece que Sebastian est brincando

    com o conceito de sentar, pode-se dizer que so verdadeiras

    obras de arte.

    De acordo com Riguetto(2009) todas as peas so construdasem madeira, com acabamento em bronze, o que as tornamsuper pesadas. Os detalhes na tapearia so feitos mo peloartista (ou designer?). Cada uma das peas foi reproduzidaapenas 8 vezes, e custam a bagatela de pelo menos 16 mileuros, logo so bem exclusivas e nicas, se encaixando emalgumas vises do que pode ser uma obra de arte.

    11 A influncia da Arte no Design de Interiores. 14 DE NOVEMBRO DE 2010. Disponivel em:http://fernandamuinhos.blogspot.com.br/2010/11/influencia-da-arte-no-design-de.html

  • A segunda pea com que me deparei acheirealmente magnfica, o desenho moderno e decerta forma simples chama a ateno. Penseicomigo com a chegada do inverno nada maisgostoso do que ficar em torno de uma fogueira ouum antigo fogo a lenha, e se isso fosse possveldentro de casa, melhor no ? Logo pensa-se emuma lareira ento. Ao pesquisar encontrei aGyrofocus, criada em 1968 pelo escultor francsDominique Imbert, inicialmente criada para

    aquecer seu estdio. Ele nem imaginava que sua criao se tornaria um cone de design mundial,sendo exposta no mundo inteiro.

    A lareira feita de ao e tem linhas bastante contemporneas. Pesa cerca de 97 quilos e pode

    girar 360, permitindo aquecer diversos pontos do ambiente onde est instalada. Apesar do peso, ela

    pode ser girada facilmente. H quarenta anos, a Focus produz esculturas em forma de lareira,

    numeradas e assinadas. Com um design inovador, o modelo Gyrofocus foi eleito o objeto mais

    bonito do mundo no concurso internacional de design de Pulchra, na Itlia.

    A empresa tambm produz acessrios e

    churrasqueiras bem diferentes. O negcio comeou

    por acaso, quando um habilidoso escultor resolveu

    fabricar a prpria lareira da casa antiga recm-

    comprada. A lareira agradou amigos e vizinhos, que

    ajudaram a divulgar o produto, e o dono,

    Dominique Imbert, acabou virando um empresrio

    milionrio. A lareira foi feita com restos de ferro

    que eu encontrei, de maneira muito grosseira, mas

    me convinha, e me aqueceu por muitos anos,

    lembra Dominique.12

    12GLOBO NEWS . Criador de lareira giratria duvidava do prprio sucesso comercial. Publicado em 19 de junho de2012.http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2012/06/criador-de-lareira-giratoria-duvidava-do-proprio-sucesso-comercial.html . Acesso em 12 de julho de 2015.

  • Imagens extradas de: Osvaldo Segundo ArquitetosAssociados. Publicado 05 de julho de 2012.

    Pode-se dizer que, se trata de um objeto que mantm sua funcionalidade, mas, que atravs de

    seu design embeleza o ambiente, mesmo que no tivesse um objetivo de aquecer, um objeto como

    esse transforma e evoca a reflexo em torno de si por sua forma a esttica e no por sua utilidade.

    2. Ambiente Da estaticidade a fluidez.poderiam as pedras ganhar movimento como asondas do mar?

    Pensando num apreciador das artes e do design, que tem como hobby reunir os amigos emtorno da lareira, escolhi um ambiente com uma lareira que tem a assinatura dos designers AndreasKunert e Naomi Zettl. Encontrei a imagem em um site brasileiro, no entanto no havia qualquermeno de quem assinava a obra, logo fui a busca de quem fez foi capaz de criar to sublimes ondasfluidas capaz de fazer um indivduo ficar hipnotizado observando uma parede ou um muro e nessecaso uma lareira. Abaixo o ambiente e a transcrio de uma postagem que encontrei em um siterelacionado a rea de design e decorao, em ingls que apresenta os designers e comenta sobresuas criaes, a traduo foi livre.

    Imagens extradas de: Home Crux.Publicao em 16 de setembro de 2014.

    Outros trabalhos de Andreas Kunert eNaomi Zettl podem ser consultadosem :http://www.ancientartofstone.com/.Acesso em 12 de julho de 2015.

  • Cansado de paredes chatas e papis de paredevelhos sobre elas? Bem, Andreas Kunert e Naomi Zettl,casal que vive em Vancouver e proprietrios de AntigaArte na Pedra, tm padres de pedras nicos para suasparedes. Ambos se especializaram na construo demurais e paredes impressionantes, lareiras e padres demosaico de um grande aglomerado de pedras, seixos eoutros elementos decorativos.

    Centenas de pequenas pedras e seixos soempilhados juntos para formar este fluxo livre egracioso de espirais de pedra e ondas. Os padres dasespirais nas paredes, com poucas cores manifesta umaaparncia flutuante como ondas lacrimejantes, criandoassim uma atmosfera quase que mgica. O trabalho dosdesigners to incrvel que mantm um encantamento,depois de ver tais projetos extraordinrios na frente deseus olhos.

    Ao observar um ambiente como esse em que a estrela principal se trata de algo comum umaparede com uma lareira em uma sala. No entanto, algo comum se converte em extraordinrio enico e capaz de promover e evocar emoes.

    Imagine algo mais contrastante do que as ondas do mar sempre fluidas e em movimento e aspedras sempre slidas e estticas. Sem contar que paredes tambm possuem essa caracterstica daestaticidade. Contudo, uma parede que te inspire ou evoque a fluidez e o movimento das ondas dooceano, que possam te transportar para um estado de bem-estar em imaginar o barulho das ondasindo e vindo. Imagine estar num ambiente quentinho e confortvel como todo clima de inverno e aomesmo tempo ter essa lareira numa parede com desenhos que evocam os movimentos flutuantes dasondas do mar, proporcionando a atmosfera de um luau na praia.

    Creio que essas so essas algumas das sensaes que as obras de arte possam criar ao seremcontempladas. Logo ambientes podem ser obras de arte, pois, o limiar entre a arte e o design algoainda em contante construo e dinmico, pois a cada dia surgem questionamentos sobre em qualdomnio estariam essas obras sejam de arte ou design.

    E para finalizar outra obra dosdesigners/artistas.

    Imagens extradas de: Home Crux. Publicao em16 de setembro de 2014.

  • REFERENCIAS:

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    Gabriela Mistral. Disponivel em:www.aldobizzocchi.com.br/artigo13.asp . 2010. Acesso em

    11 de julho de 2015.

    2. CINEX . Arte e Design: as fronteiras tnues. Publicado em 22 de maio de 2015. Disponvel

    em : http://www.cinex.com.br/blog/arte-e-design-as-fronteiras-tenues/ .Acesso em 11 de

    julho de 2015.

    3. CONCEITO DE TENDNCIA - O que , Definio e Significado

    http://conceito.de/tendencia#ixzz3fqAtURFf

    4. CURIOSO SABIO. 22 Ideias de design de interiores que daro um ar mais refinado ao seu

    lar. Publicado em 23 de fevereiro de 2015. Disponvel em:

    http://curiososabio.com.br/2015/02/23/22-ideias-de-design-de-interiores-que-darao-uma-ar-

    mais-refinado-ao-seu-lar/ . Acesso em 01 de julho de 2015.

    5. FIDELES. Rafael . Design versus arte - A diferena e sua importncia. Publicado em 02

    Setembro 2014. Disponivel em: http://idesigns.com.br/blog/129-design-versus-arte-a-

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    6. GLOBO NEWS . Criador de lareira giratria duvidava do prprio sucesso comercial.

    Publicado em 19 de junho de 2012. Disponvel em: http://g1.globo.com/globo-

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    comercial.html . Acesso em 12 de julho de 2015.

    7. IPSIS LITTERIS COELHO Luiz Antonio L. Extraido de: cContribuies para uma

    epistemologia do design.

    8. IPSIS LITTERIS Extraido de: CLARO, Luciana dos Santos. Dissertao de Mestrado

    .Objetos que tm o poder de fazer pensar : Design e Educao no Ensino Fundamental.

  • Programa de Ps-graduao em Design da PUC Rio de Janeiro,Fevereiro de 2009.

    9. IPSIS LITTERIS - FACCA, Claudia Alquezar. A Transdisciplinaridade o Pensamento do

    Design. Mestre em Design; Instituto Mau de Tecnologia.

    10. IPSIS LITTERIS - MINUZZI, Reinilda de Ftima Berguenmayer. arte e design:

    manifestaes hibrdas. UFSM .18 Encontro da Associao Nacional de Pesquisadores em

    Artes Plsticas Transversalidades nas Artes Visuais 21 a 26/09/2009 - Salvador, Bahia.

    11. IPSIS LITTERIS SANTOS, Adriane S. Extraido de: Perspectiva para uma Epistemologia

    do Design: a abordagem de um design para a sustentabilidade como manifestao

    paradigmtica. PhD Candidate; Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro;

    Universidade da Regio de Joinville.

    12. JUNIOR, Machado; CUNHA,Juscelino Humberto. Arte e Design: para a construo de uma

    relao mais afetiva entre homem e objeto. Mestrando em Arte pela Faculdade de Filosofia,

    Artes e Cincias da Universidade Federal de Uberlndia.

    13. KRUCKEN, Lia .Competncias para o design na sociedade contempornea. Estudos

    avanados em design, caderno2, 2008.

    14. LIMA,Leandro.Tendncias: quando criar e quando seguir? Disponivel em:

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    1135026496 . Acesso em 11 de julho de 2015.

    15. PEREIRA, Giovane da Rosa. Fronteiras Conceituais:uma produo em design de superfcie

    abordando o limiar entre Arte e Design. Santa Maria, RS, Brasil,2014.

    16. REVISTA DONNA .Srgio Rodrigues: No sou designer, sou arquiteto mesmo. Publicado

    em 11 de junho de 2010 .Disponvel em: http://revistadonna.clicrbs.com.br/noticia/sergio-

    rodrigues-nao-sou-designer-sou-arquiteto-mesmo/ . Acesso em 11 de julho de 2015.

    17. MUINHOS, Fernanda. A influncia da Arte no Design de Interiores. Publicado em 14 de

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    Acesso em 11 de julho de 2015.

    18. OSVALDO SEGUNDO. A lareira que uma verdadeira obra de arte. Publicado em 5 de

    julho de 2012. Disponvel em: http://osvaldosegundo.blogspot.com.br/2012/07/lareira-que-

    e-uma-verdadeira-obra-de.html . Acesso em 12 de julho de 2015.

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  • Publicado em 16 de setembro de 2014. Disponivel em

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    em:http://www.waydesign.com.br/blog/criador-de-tendencias-para-uma-identidade-

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