arte bizantina
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HISTÓRIA DA ARTE
IDADE MÉDIAProfessora Andrea Dressler
Arte Bizantina
Contextualização Histórica
Ao estudar a história da Arte é essencial entender primeiro o que estava acontecendo naquele período e, depois, entender de que maneira esses acontecimentos influenciaram a arte produzida.
O nome Idade Média indica que esse foi um período intermediário entre a
Antiguidade e a Era Moderna. Esse período tem início logo após o declínio do Império Romano. Dois
fatores contribuíram para isso: As invasões bárbaras: os bárbaros eram povos germânicos que habitavam as
fronteiras romanas mas não eram considerados romanos nem falavam o latim. Após várias guerras civis eles conseguiram dominar grande parte das cidades romanas. Os principais povos eram os visigodos, ostrogodos, anglo-saxões, francos, suevos e turíngios.
Difusão do Cristianismo: em meio a tanta desordem econômica e social, a Igreja foi a única instituição que conseguiu se manter firme. Dessa forma, passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval, servindo como instrumento de unificação, diante da fragmentação política da sociedade feudal.
O que foi a Idade Média?
Com medo das invasões bárbaras a população migrou para o campo, formando, assim, as vilas feudais, cujo poder centrava-se nas mãos do senhor feudal. Nesse sistema de governo a agricultura era a atividade principal e os camponeses prestavam seus serviços ao senhor feudal que, em troca, oferecia a proteção e segurança tão desejadas. A sociedade era estamental (divida em classes sem possibilidade de ascensão): O clero (a Igreja) detinha o poder maior. Era mantido pela
nobreza (senhores feudais) e prestava serviços religiosos à população. De modo que o teocentrismo (Deus em primeiro lugar) era a doutrina pregada pela Igreja. Tudo girava em torno da adoração e à obediência às leis divinas.
O que foi o feudalismo?
Após as invasões bárbaras o
Império Romano, em 395 d.C, foi dividido em: Império Romano do Ocidente (com capital em Roma) Império Romano do Oriente (com capital em Constantinolpla – atualmente Istambul, na Turquia)
Como o Império Romano foi dividido?
A Arte Bizantina corresponde à arte
produzida na antiga cidade de Bizâncio (daí o nome Bizantina), capital do Império Romano do Oriente.
A capital do Império Romano do Oriente foi fundada pelo imperador romano Constantino e por isso ele mudou o nome da cidade para Constantinopla (atualmente Istambul, na Turquia).
Então, o que é Arte Bizantina?
Constantino foi o primeiro imperador romano a
estabelecer a Igreja Cristã como um poder do Estado por isso, na arte profana, exalta-se a figura do imperador, considerado o escolhido por Deus como chefe da igreja.
Já nas representações religiosas desenvolviam-se nas paredes pinturas de cenas do Novo Testamento.
Quais suas características?
Arquitetura
Como a arte bizantina era inspirada e guiada pela religião, na arquitetura destacam-se os templos que, na época de Constantino, eram cristãos. Em
outras palavras, as igrejas são o ponto alto da arte bizantina.
A principal inovação arquitetônica foi a
construção de uma enorme cúpula central e outras menores ao seu redor. A cúpula é a cobertura, o teto da igreja, também chamada de domo. Tem um formato semiesférico, ou seja, metade de uma esfera.
Vale lembrar que os romanos que possibilitaram esse feito ao inventarem os arcos e abóbodas (teto formado pelo arco) sustentados por pilares (colunas). Um bom exemplo é o Pantheon, em Roma.
Igrejas bizantinas
Mas agora o sucessor de Constantino, o imperador Justiniano, queria impressionar ainda mais. Contratou os melhores arquitetos, dez mil trabalhadores e encomendou os materiais mais caros da época. Seis anos depois o resultado foi a construção daquela que seria considerada a maior catedral do mundo por quase mil anos: a Catedral de Santa Sofia (Santa Sabedoria).
A cúpula da igreja tem 31 metros de diâmetro e está suspensa a 54 metros de altura, um reflexo do poder do Império Bizantino.
Constantinopla estava entre as rotas comerciais entre a Ásia e a Europa mediterrânea. E com o tempo o Império Bizantino se expandiu e passou a englobar outros territórios espalhando, assim, também sua arte.
Na península Itálica, por exemplo, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se na cidade de Ravena um estilo próprio que mescla elementos latinos e elementos orientais.
A Igreja de São Vital, em Ravena, é de extrema importância para a arte bizantina, visto que é a única grande igreja desse período que sobreviveu intacta até hoje. Diferente das demais, ela também se destaca por apresentar uma planta octogonal.
Mas o maior destaque está no seu interior coberto por mosaicos e pinturas bizantinas.
Outra importante igreja bizantina é a Basílica de São Marcos, em Veneza, Itália. Ela recebe esse nome pois foi consagrada em 1094, no mesmo ano em que o corpo de São Marcos foi supostamente reencontrado num pilar pelo DogeVitale Falier. A cripta passou então a abrigar as relíquias até 1811.
O seu interior é repleto de mosaicos que apresentam cenas de passagens da Bíblia, principalmente o livro de Gêneses.
Mosaicos
E por falar em mosaicos, vamos conhecer essa que foi considerada a expressão máxima da arte bizantina.
Visto que a pintura era considerada uma técnica muito simples, o mosaico foi a técnica preferida para ornar as paredes das igrejas e palácios. Essa técnica, muito usada pelos romanos, consistia em juntar pequenos pedaços de cerâmica formando uma “pintura”.
Nas composições predominava a disposição simétrica e o revestimento com filetes de ouro que produziam um efeito luminoso.
A temática preferida era a
Representação de cenas
de passagens da Bíblia.
Mosaicos numa das lunetas externas da Basílica de São Marcos retratam a chegada do seu corpo.
A junção das tradições clássicas romanas com tradições orientais deu lugar a um estilo e a uma estética em que o convencionalismo e o simbolismo prevalecem sobre a liberdade criativa e o naturalismo.
Basílica de São Marcos: um dos mosaicos na fachada da basílica.
Nessas “pinturas” as composições são hierarquizadas e frontais e as cores são planas, vivas e brilhantes.
A cúpula da igreja era reservada para a representação do Cristo Pastor, o pantocrator. Muitos desses ícones religiosos foram objetos perseguidos pelos iconoclastas que proibiam a veneração de imagens.
Pintura
A pintura (propriamente dita) só vai aparecer no final do Império Bizantino, um pouco antes da invasão turca. O Império já estava enfraquecido e sem condições de patrocinar murais em mosaico. Trata-se, portanto, de uma pintura simples, mural, porém muito simbólica. A força dramática das expressões humanas é o que mais chama a atenção e é, justamente, o que vai influenciar o próximo estilo artístico medieval, a arte gótica.
Anastasis, afresco, Kariye Camii, Igreja do Salvador, Istambul.