art. 7º - direito dos trabalhadores urbanos e rurais - versão final

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Art. 7º - Direito dos Trabalhadores Urbanos e Rurais

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PONTIFCA UNIVERSIDADE CATLICA DE GOISANA LCIA FERNANDES DE LIMAERIVAN OLIVEIRA DO NASCIMENTOEULLER QUEIROZ CARVALHO DE ASSISJULIANA COSTA LISBOALAISA SANTOS RAMOSLARISSA COSTA DE OLIVEIRALORENA FRANA ALMEIDAMARIA ANTNIA RAMOSMAYARA DA CONCEIO AZEVEDO CARVALHOPLINIO CASSIANO DOS SANTOS

DIREITOS DOS TRABALHADORES URBANOS E RURAIS:Interpretao resumida do art. 7 da Constituio Federal de 1988

GOINIA

2015ANA LCIA FERNANDES DE LIMAERIVAN OLIVEIRA DO NASCIMENTOEULLER QUEIROZ CARVALHO DE ASSISJULIANA COSTA LISBOALAISA SANTOS RAMOSLARISSA COSTA DE OLIVEIRALORENA FRANA ALMEIDAMARIA ANTNIA RAMOSMAYARA DA CONCEIO AZEVEDO CARVALHOPLINIO CASSIANO DOS SANTOS

DIREITOS DOS TRABALHADORES URBANOS E RURAIS:Interpretao resumida do art. 7 da Constituio Federal de 1988

Trabalho para obteno de notaparcial de N1 na disciplina deGesto das Relaes no Trabalho apresentado Pontifcia Universidade Catlica de Gois PUC/GO.Orientador: Prof. Eugnio de Britto Jardim

GOINIA2015

RESUMO

Os trabalhadores possuem direitos quanto a dispensas sem justa causa, salrio mnimo, 13 salrio, direitos da gestante, proibies de discriminaes, entre diversos outros. Conhecer os direitos dos trabalhadores, sendo um deles ou um empregador, necessrio para agir dentro da legalidade e exercer cidadania. Este trabalho acadmico pretende, portanto, tratar de forma resumida o significado e implicaes do artigo 7 da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988, que dispe dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, bem como de seus incisos atualizados.

Palavras-chave: Direitos dos Trabalhadores. Problema Social. Legislao. Direitos Sociais. Relaes de Emprego.

SUMRIO1. INTRODUO62. INTERPRETAO DO ART. 7 DA CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 E DE SEUS INCISOS72.1 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:72.1.1 I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos;82.1.2 II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntrio;82.1.3 III fundo de garantia do tempo de servio;92.1.4 IV salrio mnimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais bsicas e s de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim;102.1.5 V piso salarial proporcional extenso e complexidade do trabalho;112.1.6 VI irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo;122.1.7 VII garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo, para os que percebem remunerao varivel;132.1.8 VIII dcimo terceiro salrio com base na remunerao integral ou no valor da aposentadoria;142.1.9 IX remunerao do trabalho noturno superior do diurno;152.1.10 X proteo do salrio na forma da lei, constituindo crime sua reteno dolosa;162.1.11 XI participao nos lucros, ou resultados, desvinculada da remunerao, e, excepcionalmente, participao na gesto da empresa, conforme definido na lei;162.1.12 XII salrio-famlia pago em razo do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;172.1.13 XIII durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho;182.1.14 XIV jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva;182.1.15 XV repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;192.1.16 XVI remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinquenta por cento do normal;192.1.17 XVII gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal;202.1.18 XVIII - licena gestante, sem prejuzo do emprego e do salrio, com a durao de cento e vinte dias;212.1.19 XIX - licena-paternidade, nos termos fixados em lei;222.1.20 XX - proteo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especficos, nos termos da lei;222.1.21 XXI - aviso prvio proporcional ao tempo de servio, sendo no mnimo de trinta dias, nos termos da lei;232.1.22 XXII reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana;242.1.23 XXIII - adicional deremuneraopara as atividades penosas, insalubresou perigosas, na forma da lei;242.1.24 XXIV- aposentadoria;262.1.25 XXV- assistncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento at 5 (cinco) anos de idade em creches e pr-escolas;272.1.26 XXVI - reconhecimento das convenes e acordos coletivos de trabalho;282.1.27 XXVII - proteo em face da automao, na forma da lei;292.1.28 XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;302.1.29 XXIX - ao, quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato de trabalho;312.1.30 XXX - proibio de diferena de salrios, de exerccio de funes e de critrio de admisso por motivodesexo, idade, cor ou estado civil;312.1.31 XXXI - proibio de qualquer discriminao no tocante a salrio e critrios de admisso do trabalhador portador de deficincia;322.1.32 XXXII - proibio de distino entre trabalho manual, tcnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;322.1.33 XXXIII - proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos;322.1.34 XXXIV igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo empregatcio permanente e o trabalhador avulso. Pargrafo nico. So assegurados categoria dos trabalhadores domsticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integrao previdncia social.333 CONSIDERAES FINAIS35REFERNCIAS37

1. INTRODUOO trabalho das pessoas est presente e exposto em toda a sociedade brasileira e, de uma maneira ou outra, nos relacionamos com ele; seja com os produtos e servios originados do trabalho, na condio de trabalhadores, ou na condio de empregadores. Torna-se fundamental, ento, para qualquer cidado brasileiro ter noes do contedo atualizado do artigo 7 da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988.Este artigo fala, de forma sinttica, os direitos que os trabalhadores urbanos e rurais possuem pela Constituio. Ao discorrer um pouco mais sobre estes direitos, porm, ainda de forma bsica, obtm-se um guia prtico deste conjunto, resultando na contribuio principal deste trabalho acadmico. Podem-se conhecer clara e rapidamente questes como os direitos previstos em lei se o trabalhador for dispensado sem justa causa; o direito ao salrio mnimo e dcimo terceiro salrio; as remuneraes que devem ser diferenciadas entre os perodos noturno e diurno; o salrio-famlia; o horrio de trabalho que deve respeitar o mximo de 8 horas por dia e quarenta e quatro horas semanais; o repouso semanal remunerado, a licena-maternidade e a licena-paternidade; o seguro contra acidentes; proibio de discriminao do empregador perante o empregado, etc.Porm, alguns destes direitos, por vezes, no correspondem de forma integral realidade dos trabalhadores brasileiros, cabendo anlises, discusses e comentrios quanto s suas eficcias.Este trabalho acadmico foi elaborado atravs de pesquisas em livros, sites e legislao com contedos atualizados, alm de discusses entre o grupo realizador do trabalho, professor orientador e demais alunos em sala de aula. O objetivo desta elaborao, portanto, disponibilizar aos leitores estas noes dos direitos dos trabalhadores de forma concisa, atualizada e, tambm, com anlises crticas.

2. INTERPRETAO DO ART. 7 DA CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 E DE SEUS INCISOSA correta interpretao do referido artigo e de seus incisos atualizados fundamental para a relao justa e honesta entre trabalhador e empregador, devendo ambos conhecer seus direitos e deveres dispostos na Constituio citada. O desconhecimento ou a errada interpretao deste artigo poder incorrer em aes ilegais conflituosas. O trabalhador poder deixar de receber seus direitos por desconhec-los ou no saber interpret-los e, se o desconhecimento, interpretao errada ou m f partir do empregador, fazendo com que este aja ilegalmente (e considerando que os trabalhadores tenham conhecimento dos seus direitos), o empregador e a empresa podero ter prejuzos financeiros, m conceituao pelo mercado de trabalho, etc.

2.1 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:Para usufruir os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social, referidos no caput do art. 7 da Constituio (1988), necessrio se encaixar na condio de trabalhador empregado, o qual definido por toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio". (CLT, 1943). Ou, concordando com o inciso XXXIV do prprio artigo 7 em questo, qualificar-se na condio de trabalhador avulso, que presta servios de forma eventual s organizaes, sem vnculo empregatcio. Os autnomos, por sua vez, no possuem todos os direitos dispostos no artigo.Os outros direitos mencionados no caput esto presentes, por exemplo, na CLT, no Cdigo Civil, leis diversas, etc.

2.1.1 I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos;O trabalhador o agente mais fraco de uma relao empresarial e precisa de proteo. Se o empregador no possuir motivos de justa causa para despedi-lo, ele no poder simplesmente demiti-lo fazendo com que este fique merc da sorte, enquanto contava com seu emprego e salrio. Pagar, ento, indenizao compensatria, dentre outros direitos.O pargrafo 1 do art. 18 da Lei n 8.036/1990 (que dispe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Servio, e d outras providncias) determina que: Na hiptese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositar este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importncia igual a quarenta por cento do montante de todos os depsitos realizados na conta vinculada durante a vigncia do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. (LEI N 8.036, 1990).Da mesma forma, o empregador precisa arcar com o aviso prvio, proporcional de 13 salrio, frias, etc.De acordo com o art. 10 da ADCT (Ato das Disposies Constitucionais Transitrias), fica proibida a demisso arbitrria ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direo de comisses internas de preveno de acidentes, desde o registro de sua candidatura at um ano aps o final de seu mandato; ou da empregada gestante (mesmo em perodo de experincia), desde a confirmao da gravidez at cinco meses aps o parto.

2.1.2 II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntrio;O seguro-desemprego uma assistncia financeira que s tem validade se o trabalhador empregado for dispensado de forma involuntria e sem justa causa, precisando atender, ainda, a requisitos de tempo de vnculo empregatcio.Segundo o Ministrio do Trabalho e Emprego (2015) o seguro-desemprego concedido em at cinco parcelas, de forma contnua ou alternada, a cada perodo aquisitivo de dezesseis meses, de modo que a apurao do valor do benefcio tem como base o salrio mensal do ltimo vnculo empregatcio.Ainda de acordo com o Ministrio do Trabalho e Emprego (2015), se o trabalhador comprovar vnculo empregatcio de no mnimo seis meses e no mximo onze meses nos ltimos trinta e seis meses, este ter direito a trs parcelas do seguro-desemprego; comprovando vnculo empregatcio de no mnimo doze meses e no mximo 23 meses nos ltimos 36 meses, ter direito a quatro parcelas; e se o trabalhador comprovar vnculo empregatcio de no mnimo 24 meses nos ltimos 36 meses usufrui de cinco parcelas.

2.1.3 III fundo de garantia do tempo de servio;O Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS) , basicamente, uma poupana aberta que uma empresa cria em nome do trabalhador. Foi institudo no ano de 1966 em substituio garantia da estabilidade decenal do trabalhador, na qual, permanecendo em um emprego por dez anos, o trabalhador tinha direito estabilidade. Essa lei era restrita e, por isso, foi necessrio atualiz-la para que funcionasse de forma mais segura para o trabalhador caso este fosse demitido sem justa causa ou no acontecimento de uma situao delicada. Atualmente, sua disposio se d pela Lei n 8.036/1990.O FGTS funciona atravs de um depsito mensal, que deve ser realizado at o dia sete de cada ms, correspondente a 8% do salrio dos trabalhadores contratados pelo regime de CLT a partir de 05/10/1988 (antes desta data o FGTS era optativo), mais correo monetria e juros.Recolher o FGTS significa fazer o pagamento em forma de depsito na conta da Caixa Econmica Federal do empregado, sendo que h duas maneiras de se fazer este pagamento. A primeira atravs de guias e documentos que podem ser pagos em agncias, lotricas ou por meio virtual e a segunda pela Conectividade Social. Este recolhimento realizado pelos empregadores e serve como seguro para o trabalhador e como um meio dele obter patrimnio.Para o trabalhador, a importncia fundamental do Fundo de Garantia do Tempo de Servio a representao de uma segurana, uma fonte de recurso que pode ser obtida em ocasies como demisso sem justa causa e doenas que o impeam de trabalhar. Como a conta administrada pela Caixa, ela utiliza o dinheiro como financiamento para o setor social para, por exemplo, investir em polticas habitacionais e de saneamento e garante ao trabalhador a possibilidade de financiar uma casa pelo fundo.Tem direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Servio:Todos os trabalhadores regidos pela CLT que firmaram contrato de trabalho a partir de 05/10/1988. Antes dessa data, a opo pelo FGTS era facultativa. Tambm tm direito ao FGTS os trabalhadores rurais, os temporrios, os avulsos, os safreiros (operrios rurais, que trabalham apenas no perodo de colheita) e os atletas profissionais (jogadores de futebol, vlei, etc.). O diretor no-empregado poder ser equiparado aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. facultado ao empregador domstico recolher ou no o FGTS referente ao seu empregado. A opo pelo recolhimento estabelece a sua obrigatoriedade enquanto durar o vnculo empregatcio. O FGTS no descontado do salrio, obrigao do empregador. FGTS (2015).

Porm, no dia 6 de junho deste ano, a Presidente Dilma sancionou a nova PEC (Proposta de Emenda Constituio) das Domsticas, a qual, entre outros novos direitos dispostos no artigo 7 estudado que as empregadas domsticas integralizaro, determina que o recolhimento do FGTS por parte do empregador passar a ser obrigatrio.O governo possui ento, aps esta sano, 120 dias para regulamentar o Simples Domstico. Aps este prazo, as regras da nova PEC das Domsticas passam a entrar em vigor. O mencionado Simples Domstico representa:[...] um sistema que vai unificar os pagamentos, pelos empregadores, dos novos benefcios devidos aos domsticos, incluindo FGTS, seguro contra acidentes de trabalho, INSS e fundo para demisso sem justa causa, alm do recolhimento do Imposto de Renda devido pelo trabalhador. (G1, 2015)

Por fim, a retirada de dinheiro do fundo de reserva permitida somente em situaes especficas, como demisso sem justa causa e fins de aquisio de moradia prpria.

2.1.4 IV salrio mnimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais bsicas e s de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim;Chama-se de salrio mnimo a menor quantia permitida pela legislao que o empregador pode pagar ao trabalhador pelo tempo e esforo gastos na atividade do trabalho.O salrio mnimo existe para atender s necessidades vitais bsicas do trabalhador e de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social. No entanto, na atual situao econmica brasileira, vlido questionar a capacidade do salrio mnimo de suprir essas demandas.O salrio mnimo atual, totalizando o valor de R$ 788,00, no tem demonstrado satisfazer por completo s necessidades bsicas para as quais foi criado, sendo insuficiente para garantir uma vivncia de qualidade e, com isso, fere a dignidade humana garantida a todos os cidados brasileiros na Constituio Federal de 1988. Neste contexto, entra a atuao do governo com solues paliativas que no sanam os problemas, como os programas de distribuio de renda.Em 2014, o DIEESE (Departamento Intersindical deEstatstica e Estudos Socioeconmicos) fez uma estimativa de quanto deveria ser o valor do salrio mnimo. Os clculos foram baseados nos custos apurados de uma cesta bsica para o Estado de So Paulo e a concluso foi de que o valor do salrio mnimo para a famlia deveria ter sido de R$ 3.079,31 para o ms de maio do mesmo ano.Um salrio digno aquele que cobre as necessidades vitais bsicas contidas no quarto inciso do artigo 7 da Constituio Federal de 1988. O fato que o salrio mnimo no garante qualidade de vida e dignidade para o trabalhador, que se sacrifica e se esfora demasiadamente para se sustentar e sua famlia.

2.1.5 V piso salarial proporcional extenso e complexidade do trabalho;O piso salarial se distingue do salrio mnimo, uma vez que nenhum trabalhador pode receber um valor menor que o salrio mnimo, o qual foi criado para satisfazer as necessidades bsicas do trabalhador e de sua famlia e que unificado nacionalmente.Este piso se refere a um limite mnimo a ser pago para uma categoria de trabalhadores ou a uma determinada profisso, proporcional extenso e complexidade do trabalho, os quais fazem referncia ao tempo que o empregado fica disposio do empregador ou empresa e ao nvel de dificuldade para a execuo do trabalho. originrio das negociaes entre trabalhadores e empresrios e foi institudo para substituir o salrio profissional, representando o interesse coletivo de uma categoria. Portanto, ele plstico, varivel e no unificado nacionalmente.

2.1.6 VI irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo;Quando se tem um salrio definido e acordado, o empregador no pode reduzi-lo e o piso salarial tem que ser respeitado. Porm, determinadas situaes de crise podem ser de tal intensidade que provoquem a necessidade de reduo nos salrios para que no ocorra o desemprego em massa. Pode haver acordo entre a empresa e os seus empregados prevendo reduo temporria de salrio em troca da garantia de emprego. De acordo com a Constituio, isso s poder ocorrer se houver uma conveno ou um acordo coletivo, caso ocorra somente entre o empregador e alguns funcionrios, o mesmo no ter valor nenhum. No entanto, o salrio jamais poder ser reduzido abaixo do salrio mnimo. O art. 503 da CLT determina que a reduo convencionada do salrio contratual pode chegar a um limite mximo de 25%, no mais que isto, diante a reduo da jornada de trabalho. O art. 2 da Lei n 4.923/1965 dispe sobre o assunto de forma mais completa:A empresa que, em face de conjuntura econmica, devidamente comprovada, se encontrar em condies que recomendem, transitoriamente, a reduo da jornada normal ou do nmero de dias do trabalho, poder faz-lo, mediante prvio acordo com a entidade sindical representativa dos seus empregados, homologado pela Delegacia Regional do Trabalho, por prazo certo, no excedente de 3 (trs) meses, prorrogvel, nas mesmas condies, se ainda indispensvel, e sempre de modo que a reduo do salrio mensal resultante no seja superior a 25% (vinte e cinco por cento) do salrio contratual, respeitado o salrio-mnimo regional e reduzidas proporcionalmente a remunerao e as gratificaes de gerentes e diretores. (LEI N 4.923, 1965).

2.1.7 VII garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo, para os que percebem remunerao varivel;Primeiramente, importante explicar a diferena entre remunerao e salrio. Remunerao o montante de todos os valores que o trabalhador recebe por seus servios prestados (salrio, benefcios, gratificaes, etc.). Salrio um valor fixo presente de forma contratual. Vale pontuar que o adicional por tempo de servio considerado, tambm, como salrio. O total da remunerao do trabalhador que deve corresponder a, no mnimo, o valor do salrio mnimo vigente, enquanto o salrio (fixo) pode ser abaixo.Dadas estas definies, v-se que esta norma constitucional protege os empregados que percebem remunerao por unidade de produo, ou seja, remunerao varivel, como por exemplo: comisses, porcentagens, etc. que tambm no podem receber remunerao inferior ao mnimo legal. No praticado no mercado de trabalho domstico o pagamento de remunerao varivel. o caso de garons e oficiais de barbeiros, que tem sua remunerao composta de salrio, pago pelo empregador, e o acrscimo de gorjetas.A constituio no inibe a possibilidade de solues alternativas no campo do salrio, mas garante, pelo menos, uma remunerao mnima necessria no caso, o salrio mnimo.A Lei n 8.716/1993 dispe sobre a garantia do salario mnimo para os trabalhadores que percebem remunerao varivel, fixada por comisso, peas, tarefa ou outras modalidades, incluindo aqueles que percebem salrio misto, integrado por parte fixa e parte varivel. Esta lei veda ao empregador qualquer tipo de desconto a ttulo de compensao de eventuais complementaes.Se o empregado que percebe salrio pago por produo atingir, em certo ms, uma produtividade que gera uma contraprestao inferior ao salrio mnimo, o empregador ter que completar o respectivo valor at alcanar o valor do salrio mnimo vigente.

2.1.8 VIII dcimo terceiro salrio com base na remunerao integral ou no valor da aposentadoria;O 13 salrio uma quantia que as pessoas recebem no ltimo ms do ano, pois a poca de mais gastos devido s festividades, tendo como funo, ento, arcar com essas despesas superiores. Na dcada de 1960, houve uma grande discusso relacionada incluso do 13 salrio na legislao ordinria e, depois, na Constituio.Quando se fala em remunerao integral entende-se que, se o cidado tiver um salrio e participao nos lucros de forma referencial ao seu trabalho, ou comisses, ou quaisquer outros valores que recebe alm do salrio, o clculo do 13 no pode ser baseado apenas no salrio fixo, sendo necessrio considerar tambm os adicionais, representando a remunerao integral que, durante o exerccio, a pessoa veio a ganhar.Os funcionrios das empresas recebem 2 parcelas do 13 e a primeira parcela no possui nenhum tipo de desconto. O trabalhador ir receber 50% do seu salrio atual, caso tenha comeado a trabalhar na empresa no inicio do ano. Essa parcela deve ser paga do dia 1 de fevereiro ao dia 30 de novembro, ou por ocasio de frias (se solicitado pelo empregado). Quanto a segunda parcela, nesta haver os descontos do INSS e do Imposto de Renda.Para calcular o valor da ltima parcela, o trabalhador deve primeiro encontrar a parte devida Previdncia Social. O desconto do INSS varia de 8% para quem recebe at R$ 1.399,12; 9% de R$ 1.399,13 a R$ 2.331,88 e 11% de R$ 2.331,89 at R$ 4.663, 75. Este desconto pode chegar at o mximo de R$ 513,01. Ao fazer o desconto do INSS, o trabalhador encontrar o valor a ser usado como base de clculo para o Imposto de Renda (IR). Com a alquota do IR em mos, o trabalhador deve aplic-la na base de clculo para o Imposto de Renda e, na sequncia, descontar a parcela a deduzir do valor encontrado.Finalmente, para chegar ao montante da segunda parcela do 13, basta descontar do salrio bruto a primeira parcela recebida do 13, o INSS e o IR encontrados.

2.1.9 IX remunerao do trabalho noturno superior do diurno;A remunerao do trabalho noturno deve ser superior do diurno. Considera-se noturno, nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre as 22:00h de um dia s 05:00h do dia seguinte. Nas atividades rurais, considerado noturno o trabalho executado na lavoura entre as 21:00h de um dia s 5:00 horas do dia seguinte; e na pecuria, entre as 20:00h de um dia s 04:00h do dia seguinte.O pressuposto que estamos biologicamente preparados para trabalhar durante o dia e descansar noite. Aqueles que so obrigados a trabalhar durante noite, mudando seu relgio biolgico, evidentemente, devem ter uma remunerao superior e isso est assegurado pela Constituio.O certo que, para os trabalhadores que mantm relao de emprego ou seja, que no exercem sua atividade como profissional liberal , quem realiza seu trabalho em perodo diurno tem uma remunerao menor que do que quem o realiza em perodo noturno.A hora normal tem a durao de 60 (sessenta) minutos e a hora noturna, por disposio legal, nas atividades urbanas, computada como sendo de 52 minutos e 30 segundos. Ou seja, cada hora noturna sofre a reduo de 7 minutos e 30 segundos ou ainda 12,5% sobre o valor da hora diurna. No trabalho noturno tambm deve haver o intervalo para repouso ou alimentao, sendo: sem intervalo a jornada de trabalho de at 4 horas; intervalo de 15 minutos para jornada de trabalho superior a 4 horas e no excedente a 6 horas; e intervalo de no mnimo 1 hora e no mximo 2 horas para jornada de trabalho excedente a 6 horas.

2.1.10 X proteo do salrio na forma da lei, constituindo crime sua reteno dolosa;O salrio uma contraprestao devida pelo empregador ao empregado e, por existir empregadores que elegem outras prioridades na sua entidade (como os que assediam o trabalhador buscando obter seu pedido de demisso, etc.), este inciso vem assegurar um dos direitos do trabalhador: o salrio.Essa proteo instituda em lei, a qual considera crime a reteno dolosa de salrio, ou seja, um atraso no pagamento do salrio do funcionrio de maneira proposital. Esta reteno dolosa do salrio consiste tambm em penalidades e multas.No se pode permitir que a reteno dolosa de salrios seja tratada como mera inadimplncia, sendo a indenizao por dano moral fixada. Considera-se o porte da empresa ofensora, seus antecedentes e as peculiaridades do caso, de forma ressarcitria e tambm pedaggica.No por acaso que a Constituio Federal preocupou-se em assegurar esse direito do trabalhador, pois atravs do salrio que o mesmo sobrevive.

2.1.11 XI participao nos lucros, ou resultados, desvinculada da remunerao, e, excepcionalmente, participao na gesto da empresa, conforme definido na lei; Nos tempos passados, o homem era explorado de forma escrava em relao ao seu trabalho. Trabalhava-se muito e recebia-se muito pouco. Atualmente, o trabalhador visto de outra forma pelas entidades, onde est diretamente ligado ao resultado positivo desta que, portanto, deve resguard-lo de muitos aspectos negativos.O que as entidades com fins lucrativos chamam de lucro e prejuzo, as entidades sem fins lucrativos chama de supervit e dficit. Da mesma forma, o que as entidades com fins lucrativos chamam de lucro lquido, as entidades sem fins lucrativos chamam de resultado. Assim, as entidades com fim lucrativo distribuem seus lucros e as sem fins lucrativos distribuem seus resultados. uma grande conquista dos trabalhadores ter a participao nos lucros/resultados da organizao a qual presta servios, desvinculada da remunerao. Esta participao um meio de incentivo ao trabalho, produtividade e valorizao do esforo do empregado em relao funo que desempenha. A lei que regulamenta a participao nos lucros ou resultados a Lei n 10.101/2000. Segundo esta lei, a participao nos lucros ou resultados dever ser objeto de negociao entre a empresa e seus empregados.Outro aspecto deste inciso que deve ser destacado quanto gesto. Como o prprio inciso apresenta ao leitor o termo excepcionalmente, s poder ocorrer essa gesto quando for de livre iniciativa que no prejudique a entidade de alguma forma e que traga eficcia e eficincia.No Brasil, esta participao dos empregados nos lucros e resultados da empresa no muito colocada em prtica. Porm, representa uma medida cabvel e inteligente por parte das empresas, as quais, ao disponibilizarem o direito aos trabalhadores, tero benefcios de abatimento em alguns tributos. Isto possibilita remunerar mais os empregados com menos gastos ao invs de, na mesma proporo, aumentar sua remunerao atravs elevao dos salrios e ter mais gastos com os tributos incorridos. Pode-se at parcelar este valor da participao e terminar parecendo de fato um acrscimo ao salrio, porm, sem os encargos.

2.1.12 XII salrio-famlia pago em razo do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;Este inciso trata de outra conquista. O mesmo vem a tratar sobre o salrio-famlia, que pago ao empregado ou trabalhador de baixa renda que tem dependentes. Para ter direito ao salrio-famlia, o trabalhador precisa enquadrar-se em um limite mximo de renda estipulado pelo governo federal. Quem possui remunerao mensal de at R$ 725,02 recebe R$ 37,18 por dependente. J quem possui remunerao mensal entre R$ 725,03 e R$ 1.089,72 recebe R$ 26,20 por dependente. O salrio famlia s vlido para dependentes com at quatorze anos de idade ou invlidos de qualquer idade. O salrio-famlia ser pago mensalmente ao empregado juntamente ao seu salrio. O recebimento deste implica na apresentao de alguns documentos a entidade, como frequncia escolar e atestado de vacinao dos dependentes. O benefcio s poder ser suspenso quando os dependentes passarem a possuir mais de quatorze anos de idade ou quando ocorrer o bito destes.

2.1.13 XIII durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho;Os contratos de uma entidade no podem contrariar a Constituio Federal. Logo, o gestor deve planejar as atividades respeitando os aspectos legais e os prprios limites fsicos e psicolgicos do empregado.De acordo com a Constituio Federal, a carga horria de uma jornada de trabalho de at 8 horas por dia e 44 horas semanais. O empregado que trabalha mais tempo do que isso em uma semana possui direito hora extra. A limitao da jornada de trabalho atualmente vigente no impossibilita que ela seja menor, apenas assegura um limite mximo.Normalmente, o acordo de prorrogao e compensao de horas tem como objetivo a extino do trabalho aos sbados. Assim, a jornada diria de oito horas estendida e o empregado fica dispensado de trabalhar aos sbados. Este acordo de prorrogao e compensao de horas deve ser feito por escrito e pode ser firmado diretamente com o empregado. Outra forma muito utilizada de compensao de horas o chamado banco de horas, que tem por principal finalidade a flexibilizao da jornada de trabalho.

2.1.14 XIV jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva;Para que o trabalhador desfrute da jornada reduzida, no necessrio que a organizao atue abrangendo as vinte e quatro horas do dia, mas que o trabalho seja executado ora de dia, ora de noite, em revezamento entre os trabalhadores de acordo com suas escalas.Este inciso assegura a proteo sade do trabalhador e sua rotina social, garantindo ao trabalhador a possibilidade de organizar sua rotina biolgica e o convvio familiar. Trata-se, tambm, da alternncia de horrios entre os trabalhadores e no do intervalo entre os turnos dentro da empresa. Sendo assim, uma equipe trabalha no perodo diurno e outra equipe no noturno, evitando a ininterrupo dos servios exercidos e oferecidos pela empresa.Apesar de a Constituio admitir a flexibilizao da jornada, em que o empregado ora pode atuar no turno diurno e em ora noturno, necessrio que haja contraprestao mais benfica ao trabalhador quando na ocorrncia disto, pois representa um maior desgaste pelo sistema adotado.

2.1.15 XV repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; assegurado a todo empregado, no perodo de uma semana, um repouso remunerado de vinte e quatro horas que dever ser concedido preferencialmente aos domingos e feriados. Caso o trabalhador seja escalado para o trabalho durante sete dias corridos, sem que seja respeitada a ordem de um dia de descanso, a empresa dever realizar o pagamento em dobro, seja em remunerao ou em folga.Havendo necessidade de trabalho aos domingos, assegurado aos trabalhadores pelo menos um dia de repouso semanal remunerado coincidente com um domingo a cada perodo dependendo da atividade, desde que seja previamente autorizado pelo Ministrio do Trabalho.De acordo com o site do Guia Trabalhista (2015), o repouso semanal remunerado calculado da seguinte forma: somam-se as horas normais realizadas no ms; divide-se o resultado pelo nmero de dias teis; multiplica-se o novo resultado pelo nmero de domingos e feriados; e, por fim, multiplica-se o produto pelo valor da hora normal.

2.1.16 XVI remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinquenta por cento do normal;Este inciso se aplica a todas as categorias profissionais. Toda vez que o empregado prestar servios ou permanecer disposio do empregador aps esgotar-se a jornada normal de trabalho, haver trabalho extraordinrio. Se o contrato do empregado dispor que ele deve trabalhar por seis horas semanais, caso a empresa requeira que ele preste servio aps as seis horas estipuladas em seu contrato, ser considerado como horrio extraordinrio. Com isso, o empregador obrigado a pagar, no mnimo, cinquenta por cento a mais do normal pago ao empregado. interessante observarmos que somente ser permitido o servio extraordinrio para atender situaes excepcionais, respeitando determinados limites como o de duas horas dirias, quarenta e quatro horas mensais e noventa horas anuais. No caso dos docentes, vedado o pagamento de horas extras. Se a hora extra for noturna (das 22h s 5h), haver um valor de vinte e cinco por cento que incidir sobre o valor da hora diurna acrescido dos cinquenta por cento. Cada seguimento possui um valor diferente de remunerao e, caso a empresa realmente necessite destes servios extraordinrios por parte dos trabalhadores, cabe ao empregador decidir o que compensa mais: se a remunerao extra for alta, compensa contratar mais funcionrios; se for baixa, compensa pagar as horas extras.

2.1.17 XVII gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal;

direito dos trabalhadores o gozo de frias anuais. Estes recebem, ento, remunerao com pelo menos um tero a mais do que o salrio normal, de forma irrevogvel, que deve ser paga antes do incio das frias, possibilitando ao trabalhador efetivo gozo do perodo de descanso.A cada ciclo de doze meses de vigncia do contrato de trabalho, ocorre o perodo de o trabalhador usufruir suas frias remuneradas. Caso vena o prazo e a empresa no tenha concedido este direito, de acordo com o art. 137 da CLT, o empregado poder requerer seu deferimento Justia do Trabalho, com direito a remunerao em dobro, alm da multa diria culminada at o cumprimento da sentena.

2.1.18 XVIII - licena gestante, sem prejuzo do emprego e do salrio, com a durao de cento e vinte dias;A licena maternidade ou licena gestante proporciona o benefcio de uma licena remunerada de 120 dias mulher empregada, inclusive a domstica, que d a luz. Este inciso surge da necessidade de garantir s mulheres seus direitos perante seus contratantes, que no viam com bons olhos sua mo-de-obra pelo encargo que causaria durante o perodo de maternidade. A remunerao chamada de salrio-maternidade, o qual, de acordo com a Previdncia Social (2015), pago pela empresa e descontado dos recolhimentos habituais da Previdncia Social no caso da segurada empregada e pago pela Previdncia Social no caso da empregada domstica. Estas trabalhadoras podem sair de licena a partir do ultimo ms da gestao. Em casos excepcionais, o perodo de repouso ou ps-parto solicitado pela gestante pode ser modificado em duas semanas, deste que tenha um atestado mdico.A constituio tambm garante que a mulher, no momento em que se confirma a gravidez at cinco meses aps o parto, no pode ser demitida. O prazo da licena de at 120 dias, contados a partir do primeiro dia do afastamento. importante citar que o artigo 1 da lei n 11.770/2008 permite que se prorrogue a licena maternidade em 60 dias. Esta prorrogao s contemplar a empregada da pessoa jurdica que aderir ao programa empresa cidad e a trabalhadora deve requerer a prorrogao at o final do primeiro ms aps o parto. , ainda, proibido o trabalho da mulher grvida no perodo de quatro semanas antes do parto e oito semanas aps.O salrio-maternidade [...] vlido tambm em casos de adoo. O benefcio devido s seguradas e segurados que adotarem ou obtiverem guarda judicial para efeito de adoo. O perodo de recebimento do salrio-maternidade para o(a) adotante de 120 dias independentemente da idade da criana, conforme estabelecido pela Medida Provisria 619/2013. (GUIA TRABALHISTA, 2015).

O perodo de 120 dias da licena justificado, em sua maior parte, pela adaptao psicolgica e emocional que a mulher ter de passar, como a depresso ps-parto que ocorre em diversos casos, do que pela recuperao fsica.A gestante deve evitar atividades que possam causar algum prejuzo gravidez, como abaixar, pegar peso, subir escadas, ficar sentada o tempo todo ou ficar de p o tempo todo. Se houver necessidade, ela ter direito de ser transferida para outro posto de trabalho, observando a orientao mdica. No haver diferena em seu salrio devido ao princpio da inalterabilidade contratual lesiva, que probe a reduo de direitos dos trabalhadores.As mulheres possuem demasiada importncia na sociedade, pois elas geram a nao. visvel a concentrao de ocupaes das mulheres no mercado de trabalho atualmente, mostrando-as a cada dia mais fortes e acarretando, com isso, sua valorizao social.

2.1.19 XIX - licena-paternidade, nos termos fixados em lei;A licena-paternidade um direito assegurado constitucionalmente a todo empregado, seja ele urbano, rural, domstico ou servidor publico, no caso do nascimento ou adoo de um filho do trabalhador. No decorrer da primeira semana do nascimento ou adoo do filho, o trabalhador tem direito a cinco dias de licena-paternidade, podendo deixar de comparecer ao servio sem prejuzos em seu salrio ou implicaes trabalhistas.No caso do nascimento ou adoo de mais de um filho, no h tratamento diferenciado da licena-paternidade, na qual a contagem se d a partir do primeiro dia til referente data do nascimento ou da adoo da criana. Da mesma forma, a licena-maternidade tambm no possui disposies diferenciadas no caso do nascimento ou adoo de mais de um filho.

2.1.20 XX - proteo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especficos, nos termos da lei;A proteo da mulher no mercado de trabalho visa garantir oportunidades iguais de trabalho, independente do sexo, buscando afastar toda forma de discriminao em relao mulher.Uma das formas encontradas de evitar a discriminao foi criar mecanismos na rea tributria ou previdenciria que incentivem a contratao delas em vrios setores das empresas. Um exemplo de ao j existente o auxlio com o pagamento do salrio-maternidade feito pela Previdncia Social e no pelo empregador, dando uma maior estabilidade e confiana no meio que se ingressa.O empregador no poder disponibilizar anncios de emprego que contenham exigncia de sexo, idade, cor ou situao familiar, exceto quando a natureza da atividade pblica ou notoriamente o exigir. So proibidos tambm atestados de exames comprovando esterilidade ou gravidez, quer seja na admisso ou permanncia no emprego.Porm, somente um projeto de lei que visa regulamentar este inciso e estabelecer medidas proteo do mercado de trabalho da mulher foi aprovado desde a promulgao, constando no captulo III da CLT com ttulo Da Proteo do Trabalho da Mulher. Assim, objetiva-se coibir distores e punir a discriminao contra o trabalho da mulher, incentivando sua contratao e permanncia no emprego.

2.1.21 XXI - aviso prvio proporcional ao tempo de servio, sendo no mnimo de trinta dias, nos termos da lei;O aviso prvio nada mais do que uma comunicao antecipada de uma parte a outra (empregador ao empregado e vice-versa) informando o fim do contrato de trabalho antecipadamente, seja nos casos da dispensa do empregado pelo empregador ou do prprio empregado solicitar sua demisso.A finalidade desse comunicado antecipado para que nenhuma das partes seja surpreendida e, assim, poder programar-se para buscar um novo emprego ou um novo funcionrio para ocupar tal cargo. A prvia do aviso tem durao de, no mnimo, trinta dias aos empregados que recebem por quinzena ou ms, ou que tenha mais de doze meses de servio na empresa.De acordo com a Lei n 12.506 (2011), o aviso prvio ser concedido na proporo de 30 dias aos empregados que contem at 1 ano de servio na mesma empresa. E ao aviso prvio previsto neste artigo sero acrescidos 3 (trs) dias por ano de servio prestado na mesma empresa, at o mximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de at 90 (noventa) dias. (LEI N 12.506, 2011).O aviso prvio um acordo entre sindicatos e empresas que faz com que a despedida de funcionrios torne-se cara. interessante, portanto, promover um bom recrutamento e qualificar os funcionrios continuamente ao invs de demiti-los. Se estas medidas no forem tomadas, a empresa poder gerar um alto passivo trabalhista futuro.

2.1.22 XXII reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana;Este inciso determina a obrigao de nosso legislador em produzir norma que vise reduzir os riscos inerentes ao trabalho. Para atender isso e tambm devido ao empregador domstico no ser uma empresa e geralmente no ter conhecimento e condies de contratar um Engenheiro ou Tcnico de Segurana do Trabalho, necessria a obrigatoriedade do exame mdico adimensional, peridico e dimensional, a fim de proteger a sade do empregado e, ao mesmo tempo, evitar a falta ou afastamentos por doena, j que estas podem ser evitadas ou tratadas preventivamente atravs de exames peridicos.Ficar a cargo do Ministrio do Trabalho e Emprego, a criao de Normas de Regulamentao de medidas de Higiene e Segurana do Trabalho, tal como a obrigatoriedade de equipamentos de preveno de acidentes e doenas, como luvas de PVC para lavar pratos, botas de borracha para evitar escorreges ou choques, etc.A observncia, em todos os locais de trabalho, [...] no desobriga as empresas do cumprimento de outras disposies que, com relao matria, sejam includas em cdigos de obras ou regulamentos sanitrios dos Estados ou Municpios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenes coletivas de trabalho. (LEI N 6.514, 1977).

2.1.23 XXIII - adicional deremuneraopara as atividades penosas, insalubresou perigosas, na forma da lei;De forma prtica, de acordo com NETO (2015), atividades penosas so aquelas que trazem esgotamento, cansao, fadiga, por carga excessiva ao trabalhador de fora fsica ou mental; as atividades insalubres so aquelas que prejudicam e em muito a sade do trabalhador; e as atividades perigosas so aquelas que colocam o trabalhador em contato direto com o perigo.O art. 189 da CLT, por outro lado, define de forma mais completa as atividades insalubres:Sero consideradas atividades ou operaes insalubres aquelas que, por sua natureza, condies ou mtodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos sade, acima dos limites de tolerncia fixados em razo da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposio aos seus efeitos. (CLT, 1943).Ao exerccio de atividade insalubre, assegurado ao trabalhador pelo artigo 192 da CLT o adicional nas porcentagens de 40%, 20% e 10% do salrio mnimo vigente da regio para os graus de insalubridade mximo, mdio e mnimo.Alm das atividades de trabalhador em motocicleta consideradas como perigosas pelo pargrafo 4 do art. 193 da CLT, o mesmo artigo define em seu caput as demais atividades que recebem esta classificao:So consideradas atividades ou operaes perigosas, na forma da regulamentao aprovada pelo Ministrio do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou mtodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposio permanente do trabalhador a: I inflamveis, explosivos ou energia eltrica; II roubos ou outras espcies de violncia fsica nas atividades profissionais de segurana pessoal ou patrimonial. (CLT, 1943).

O pargrafo nico do art. 193 da CLT dispe que o trabalhador que exerce atividades perigosas tem direito a um adicional de 30% sobre o salrio sem os acrscimos resultantes de gratificaes, prmios ou participaes nos lucros da empresa.Por sua vez, o art. 194 da CLT afirma, basicamente, que o direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessar com a eliminao do risco sua sade ou integridade fsica.

2.1.24 XXIV- aposentadoria;Atualmente, o sistema previdencirio brasileiro conta com trs categorias de aposentadoria, as quais so o Regime Geral da Previdncia Social, Regimes Prprios de Previdncia Social e Previdncia Complementar. O Regime Geral da Previdncia Social (RGPS) inclui os todos os indivduos que contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como trabalhadores da iniciativa privada, funcionrios pblicos, militares e integrantes dos Poderes Judicirio, Legislativo e Executivo. Os Regimes Prprios de Previdncia Social (RPPS) so organizados pelos estados e municpios para servidores pblicos ocupantes de cargos efetivos, podendo ser de repartio simples ou de capitalizao. A Previdncia Complementar representa um benefcio facultativo, que proporciona ao trabalhador um seguro previdencirio adicional, caso seja de seu interesse.Os trabalhadores brasileiros empregados e os que exercem atividade por conta prpria e contribuem para a Previdncia Social, tm direito a todos os benefcios oferecidos pelo INSS, entre eles a aposentadoria. A Previdncia oferece quatro tipos de aposentadoria para os seus segurados (por idade, por tempo de contribuio, por invalidez e aposentadoria especial).A aposentadoria por idade concedida aos homens com 65 anos de idade e s mulheres com 60 anos. Os trabalhadores rurais do sexo masculino se aposentam por idade aos 60 anos e as mulheres, aos 55, sendo o tempo mnimo de contribuio de 15 anos para os inscritos aps 25/07/1991. Antes desta data, 144 contribuies so necessrias.Na aposentadoria por tempo de contribuio, preciso 35 anos de contribuio para os homens e 30 anos para as mulheres. Algumas categorias possuem tempo de contribuio diferenciado, como os professores que, no caso dos homens, precisam de 30 anos de contribuio para se aposentar e de 25 no caso das mulheres.A aposentadoria por invalidez concedida quando a percia mdica do INSS considera a pessoa totalmente incapaz para o trabalho, por motivo de doena ou acidente. A aposentadoria especial, por sua vez, se destina aos trabalhadores expostos a agentes nocivos sade (agentes fsicos, qumicos ou biolgicos).Para ter direito a alguma dessas aposentadorias, o trabalhador precisa ser filiado Previdncia Social, contribuindo todos os meses e cumprindo o perodo de carncia exigido.No antigo sistema de previdncia pblica, o servidor federal contribua com 11% sobre o salrio integral, enquanto o governo contribua com 22%. O trabalhador recebia, ento, aposentadoria semelhante ao ltimo salrio na ativa.Em 2012, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que cria a Fundao de Previdncia Complementar do Servidor Pblico Federal (Funpresp) para os servidores pblicos da Unio como uma tentativa do governo para tentar diminuir o dficit da Previdncia Social. Neste novo modelo, o funcionrio vai contribuir com 11% at o teto do INSS (atualmente em R$ 3.916,20), sendo a contribuio da Unio paritria. Para receber mais que o limite da Previdncia Social, o trabalhador ter de aderir a um fundo de penso privado ou optar pela Funpresp.A mudana s vale para os servidores que tomarem posse a partir da sano da lei que criou a Funpresp. Os impactos da Funpresp para as contas pblicas s sero sentidos quando os novos servidores comearem a se aposentar.Como a maioria das pessoas, ao irem envelhecendo, tem gastos aumentados (com, por exemplo, questes de sade) e como a aposentadoria possui teto relativamente baixo, termina sendo inteligente e compensador para o trabalhador no contar somente com o valor da aposentadoria e construir uma prpria poupana ao decorrer de sua carreira, possibilitando, assim, usufruir este momento da vida com maior qualidade.

2.1.25 XXV- assistncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento at 5 (cinco) anos de idade em creches e pr-escolas;Embora muitos afirmem que este direito social se restrinja rea educacional, no podemos negar que tambm possua uma pesada carga assistencial, j que se trata de equipamento imprescindvel s famlias de baixa renda, sem o qual o trabalho de muitas pessoas restaria inviabilizado.

Em regulamentao ao comando normativo constitucional, dispe a Lei Ordinria Federal n9.394/1996 (Lei de Diretrizes Bsicas da Educao -LDB) que:

Art. 29 - A educao infantil, primeira etapa da educao bsica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criana de at seis anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, complementando a ao da famlia e da comunidade. Art. 30 - A educao infantil ser oferecida em: I - creche ou entidades equivalentes, ou entidades equivalentes, para crianas de at trs anos de idade; II - pr-escolas, para as crianas de quatro a seis anos de idade. (LEI N 9.394, 1996).

Denota-se, por conseguinte, que muito alm do vis educacional que a creche possui, este instrumento desempenha imprescindvel papel assistencial, pois como j dissemos, uma ferramenta viabilizadora do emprego de muitas pessoas.

Prescreve o art.208,IVdaConstituioda Repblica que o dever do Estado com a educao ser efetivado mediante a garantia de, entre outras, a educao infantil, em creche e pr-escola, s crianas at cinco anos de idade.

OEstatuto da Criana e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Basesda Educao (Lei n9.394/96) praticamente repetem o dispositivo constitucional, porm ampliam a faixa etria que deve ser atendida por este aparelho educacional e assistencial a seis anos de idade. A Lei de Diretrizes e Basesda Educao assegura, ainda, acesso escola pblica e gratuita prxima de sua residncia.

2.1.26 XXVI - reconhecimento das convenes e acordos coletivos de trabalho;Este inciso reconhece as convenes e acordos de trabalho, buscando possibilitar que os empregadores, empregados e Estados estabeleam uma relao pacfica. No ponto de vista do contratante uma forma de controlar o empregado evitando greves e mantendo negociaes; para o Estado, uma forma de no interferncia, pois ambas as partes resolvem entre si possveis discordncias; e, quanto ao empregado, uma forma de manifestar sua opinio, direitos e desejos representados por seus sindicatos.

Conveno coletiva de trabalho o acordo [sic] de carter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econmicas e profissionais estipulam condies de trabalho aplicveis, no mbito das respectivas representaes, s relaes individuais de trabalho. (CLT, 1943).

Este inciso busca colocar em prtica os objetivos do contratante de maximizar lucros e minimizar custos, mas ainda mantendo as condies mnimas de trabalho e a obteno de novas conquistas do trabalhador, sempre adequando realidade econmica em que se encontram.Os Sindicatos de maior representatividade sempre se destacam, por possurem, assim, uma maior influncia e poder de deciso. Os Sindicatos menores e de pouca representatividade so oprimidos e acabam por aceitar acordos desvantajosos que pouco favorecem seus interesses. A importncia dos acordos e convenes acaba por ser uma das principais, seno a principal funo dos sindicatos.

2.1.27 XXVII - proteo em face da automao, na forma da lei;Com o crescente aperfeioamento tecnolgico, a fora de trabalho humana tem sido substituda por mquinas. Visando proteger de forma especfica os trabalhadores, este inciso garante a proteo dos postos de trabalhos frente automao. Esta proteo deve ser aplicada de forma direta e imediata, sobretudo nas relaes de emprego onde os desnveis entre as partes so evidentes.Nesse agir, procura-se alcanar maior dignidade da pessoa humana, promovendo, assim, sade e melhor segurana no ambiente de trabalho, como tambm a disponibilizao de empregos e trabalhos dignos.Em uma sociedade que vive um crescente desenvolvimento tecnolgico, conciliar o uso da mo-de-obra humana com as mquinas complicado. Mesmo com o direto disposto neste inciso, que busca proteger os trabalhadores em face da automao, a substituio da mo-de-obra humana ocorreu e ocorre em determinados ramos, como o ramo bancrio com a criao dos caixas eletrnicos, j que, sempre que possvel, o mercado busca menores custos e maior produtividade.No entanto, preciso buscar equilbrio entre o uso da tecnologia e o mercado de trabalho em geral, pois, se houver poucos trabalhadores ativos, haver, da mesma forma, poucos consumidores ativos, reduzindo significativamente o consumo dos produtos e servios ofertados pelas empresas. Uma medida interessante para alcanar este equilbrio a busca de qualificao dos profissionais, tanto por parte dos sindicatos, quanto das empresas.Porm, quando fala-se em qualificao, deve-se levar em considerao a atividade que ser exercida pelo empregado. Suponha-se que uma empresa esteja em busca de funcionrios para realizar uma atividade de limpeza, como limpar as janelas de um escritrio. Vale questionar se para executar essa atividade realmente necessria uma qualificao complexa.

2.1.28 XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;Este inciso discorre sobre a obrigao por parte do empregador pelo seguro contra acidentes de trabalho, alm da indenizao aos trabalhadores que cheguem a sofr-los, independentemente da ocorrncia ter sido por dolo ou culpa. Caso o acidente diminua ou impossibilite a vtima a exercer suas atividades, esta obrigao ocorre independente da existncia ou no do seguro, durante o perodo de convalescena.

[...] temos, agora, a responsabilidade do empregador, quando, incorrendo em dolo ou culpa, der causa a acidente do trabalho, hiptese em que, a despeito do seguro feito, o proponente obrigado indenizao. (Jos Cretella Jnior in Comentrios Constituio Brasileira de 1988. v.II. Rio de Janeiro: Forense, 1989, p.992).Devido esta responsabilidade imposta sobre o empregador, este, ao disponibilizar os equipamentos de proteo coerentes aos seus funcionrios, pode demiti-los por justa causa caso no utilizem ou neguem-se a utilizar estas medidas preventivas.

2.1.29 XXIX - ao, quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato de trabalho;O trabalhador possui um prazo de cinco anos para reivindicar possveis crditos, que foram resultados do seu vnculo empregatcio e que estejam em aberto, com o empregador. Este inciso aplicado tanto a trabalhadores urbanos quanto a rurais, seguindo o principio de equidade.

2.1.30 XXX - proibio de diferena de salrios, de exerccio de funes e de critrio de admisso por motivodesexo, idade, cor ou estado civil;A discriminao por parte de muitos na sociedade difcil de ser vencida. Neste inciso constitucional, vigora o princpio da igualdade, que deve ser observado, quer nas relaes do trabalho ou nos perodos pr-contratuais. proibida a discriminao por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Portanto, todo trabalhode igual valor deve corresponder a salrios e admisses iguais, sem distino.No entanto, em veculos de divulgaes de vagas e em diversas empresas que visitamos no dia a dia, ainda comumente visvel critrios de admisso como sexo e idade para atividades que poderiam ser operadas por pessoas de ambos os sexos e idades com a mesma eficcia. Empresas de atendimento direto ao pblico, como as que atuam em venda e revenda de vesturio, costumam conter em seu quadro apenas pessoas jovens. Quando estas pessoas comeam a chegar perto dos 40 anos, as empresas julgam que elas no servem mais como veculo de venda e as descartam. Outro exemplo comum visto nos anncios para contratar secretrias, j distinguindo o sexo.A Constituio (1988) afirma que a lei punir qualquer discriminao atentatria aos direitos e liberdades fundamentais e define que a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei.

2.1.31 XXXI - proibio de qualquer discriminao no tocante a salrio e critrios de admisso do trabalhador portador de deficincia;Os direitos sociais so direitos fundamentais de todos os homens. Porm, muitos portadores de necessidades especiais, ao procurarem uma oportunidade de emprego, percebem que seus direitos no so vigorados de forma correta. Uma vez que o fato da deficincia acarreta em maior ou menor grau dificuldades que levam a vulnerao da igualdade, foram criados direitos que buscam assegurar ao portador da deficincia uma vida digna e autnoma. Ao direito no cabe apenas se limitar em proclamar a igualdade formal, mas tambm buscar implementar a igualdade material, tratando situaes com diferenciao.Muitos portadores de necessidades especiais tm capacidade de assumir cargos especficos de trabalho, precisando apenas de oportunidades. O fato de possurem deficincias no justifica ganharem um salario inferior ao de uma pessoa dita normal que exerce uma mesma funo.

2.1.32 XXXII - proibio de distino entre trabalho manual, tcnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;Esta aplicao do princpio da no discriminao tambm est presente no pargrafo nico do artigo 3 da CLT (1943), segundo o qual no haver distines relativas espcie de emprego e condio de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, tcnico ou manual. Toda a pessoa fsica, sem qualquer distino, que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salario ser empregado. Quando se trata de direitos, ningum deve ser tratado com indiferena.2.1.33 XXXIII - proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos;A Constituio Federal veda qualquer trabalho para o menor de 16 anos (exceto na condio de aprendizes, a partir dos 14), mas essa lei por vezes burlada no pas, onde vrios jovens necessitam trabalhar para sobreviver. Acontece que os adolescentes proibidos de trabalhar acabam atrados pelo mercado informal de trabalho, ou para a prtica de mendicncia, ou at mesmo compelidos ao trfico. De fato, o ingresso de jovens de forma prematura no trabalho em condies inadequadas prejudicial. H estudos realizados pela Organizao Internacional do Trabalho que demonstram que a criana que ingressa no trabalho de forma prematura, no decorrer de sua vida adulta, apresenta mdia salarial bem inferior daquele jovem que comeou a trabalhar aps os 18 anos.Entretanto, se houver acompanhamento, estando o adolescente regularmente matriculado e frequentando a escola, o trabalho s trar benefcios. Dessa forma, alm de gerar rendimentos para a famlia, o jovem ter um fator positivo para a sua formao moral e educacional. Ademais, o adolescente trabalhando na formalidade no ter tempo para perambular pelas ruas e nem de se envolver em atividades ilcitas.

2.1.34 XXXIV igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo empregatcio permanente e o trabalhador avulso.Pargrafo nico. So assegurados categoria dos trabalhadores domsticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integrao previdncia social.Este inciso trata sobre o tema da igualdade de direitos entre classes de trabalhadores, sendo uma das classes a que possui vnculo empregatcio, isto , trabalham sobre um regime de contrato e subordinao, e a outra categoria de trabalhadores so as dos trabalhadores avulsos, que so aqueles que prestam servios a organizaes de forma eventual, sem vnculo empregatcio. A legislao, portanto, garante os direitos dos trabalhadores avulsos em relao aos de vnculo empregatcio.O pargrafo nico trata sobre os trabalhadores domsticos e lhe atribuem direitos que estavam reservados somente a outras categorias de trabalhadores, pois os domsticos antes no tinham seus direitos reconhecidos. No pargrafo nico, vemos que os direitos foram concedidos a esses trabalhadores e que estes agora possuem direito ao salrio mnimo, irredutibilidade do salrio, dcimo terceiro salrio, repouso semanal remunerado, frias anuais remuneradas, licena gestante, licena-paternidade, aviso prvio e aposentadoria.Assim sendo, este inciso determinar que todos os trabalhadores, empregados ou avulsos, devem ser tratados de forma respeitosa e ter seus direitos preservados perante o empregador.

3 CONSIDERAES FINAISO artigo 7 da Constituio prope que todo trabalhador deve ser tratado igualmente no ambiente de trabalho, tendo respeitados todos os seus direitos e suas caractersticas. O estudo bsico deste artigo necessrio a todos os profissionais ligados gesto, pois estes estaro lidando diretamente com trabalhadores e sabero como fazer com que a organizao tenha uma situao amigvel e dentro da legalidade com eles; assim como a todos os trabalhadores, para que usufruam seus direitos e tentem ter a vida digna que a Constituio garante.Algumas conquistas, como o direito estabilidade e licena-maternidade gestante, a carga horria de trabalho no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais e o repouso semanal remunerado, representam importantes passos que foram dados atravs de muito esforo por nossa classe trabalhadora. Conquistas essas que hoje proporcionam uma forma mais humanizada e justa de tratar nossa sociedade. de demasiada importncia compreender, tambm, que a realidade nem sempre corresponde ao que est disposto como direitos na nossa Constituio e que, dessa forma, nem tudo contido no artigo em questo ocorre, ou nem tudo ocorre de forma devida ou satisfatria. V-se, portanto, a necessidade de olhar criticamente ao que de fato acontece em nossa volta.O salrio mnimo vigente, por exemplo, que deveria atender s necessidades vitais bsicas do trabalhador e de sua famlia, no satisfaz uma condio digna para este, o qual, mesmo acumulando dvidas alm de sua remunerao para suprir estas questes, muitas vezes ainda no consegue assegur-las. Da mesma forma, o teto definido da aposentadoria pode facilmente no garantir uma qualidade de vida aos aposentados, que, na medida em que vo envelhecendo, carecem de mais recursos. visvel que a proibio de admisso por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil tambm no totalmente cumprida. Enfim, existem diversos temas neste artigo que precisam ser considerados como dispe a lei e tambm vistos como realmente so, a fim de que se perceba que ainda precisamos lutar para dar continuidade s verdadeiras conquistas dos trabalhadores. Esta foi, ento, a principal contribuio deste trabalho acadmico: apresentar um guia bsico dos direitos dos trabalhadores contidos no artigo 7 da Constituio Federal de 1988 de forma resumida e atualizada com a insero de comentrios crticos, visto que no se pode ainda enxergar a realidade integralmente como dispe a Constituio e que preciso continuar a lutar para que um dia vivamos o que dos trabalhadores brasileiros por direito.

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