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Patologias em Estruturas de Concreto: Recuperação e Reparo em Patologias de Estruturas de Concreto Armado. Pathologies in Concrete Structures : Recovery and Repair in Pathologies of Reinforced Concrete Structures Silas Evasto Matias RESUMO: Neste presente trabalho, iremos conhecer um pouco mais sobre o concreto armado e suas patologias, também iremos aprender como evitar e corrigir algumas patologias bem comuns nas estruturas de concreto, como retração e fissuras. PALAVRAS-CHAVE: concreto armado, patologia, recuperação, corrosão. ABSTRACT: This present work, we will know a little more about reinforced concrete and its pathologies, we will also learn how to avoid and correct some common good pathologies in concrete structures, as shrinkage and cracking KEYWORDS: Reinforced Concrete, Disease , Recovery, Rorrosion. . 1 - Introdução De acordo com SOUZA, (1998) Patologia é a ciência da Engenharia que estuda sintomas, mecanismos, causas e origens dos chamados defeitos das construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema. Significa em grego páthos, doença, e logos, estudo, já normalmente utilizada em diversas áreas da ciência. Na engenharia, a patologia nas edificações dedica-se ao estudo de problemas dos edifícios e as alterações funcionais causadas no mesmo. Essas patologias podem ter sido adquiridas durante a execução da obra. Fazendo comparação com a medicina, podem ter sido adquiridas congenitamente. Apropriadamente, existe uma diferença entre patologia e manifestação patológica, onde a patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que serve para explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação patológica, enquanto a manifestação é a expressão resultante de um mecanismo de degradação. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi estudar as patologias que ocorrem nas estruturas de concreto, descrevendo maneiras de identificá-las e corrigi-las, tendo como base as normas brasileiras de concreto, que determinam os métodos corretos

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Patologias em Estruturas de Concreto: Recuperação e Reparo em Patologias de Estruturas de Concreto Armado.

Pathologies in Concrete Structures : Recovery and Repair in Pathologies of Reinforced Concrete Structures

Silas Evasto Matias

RESUMO: Neste presente trabalho, iremos conhecer um pouco mais sobre o concreto

armado e suas patologias, também iremos aprender como evitar e corrigir algumas

patologias bem comuns nas estruturas de concreto, como retração e fissuras.

PALAVRAS-CHAVE: concreto armado, patologia, recuperação, corrosão. ABSTRACT: This present work, we will know a little more about reinforced concrete and its pathologies, we will also learn how to avoid and correct some common good pathologies in concrete structures, as shrinkage and cracking KEYWORDS: Reinforced Concrete, Disease , Recovery, Rorrosion. . 1 - Introdução

De acordo com SOUZA, (1998) Patologia é a ciência da Engenharia que estuda

sintomas, mecanismos, causas e origens dos chamados defeitos das construções

civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema.

Significa em grego páthos, doença, e logos, estudo, já normalmente utilizada em

diversas áreas da ciência. Na engenharia, a patologia nas edificações dedica-se ao

estudo de problemas dos edifícios e as alterações funcionais causadas no mesmo.

Essas patologias podem ter sido adquiridas durante a execução da obra. Fazendo

comparação com a medicina, podem ter sido adquiridas congenitamente.

Apropriadamente, existe uma diferença entre patologia e manifestação patológica,

onde a patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que serve para

explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação

patológica, enquanto a manifestação é a expressão resultante de um mecanismo de

degradação.

Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi estudar as patologias que ocorrem nas

estruturas de concreto, descrevendo maneiras de identificá-las e corrigi-las, tendo

como base as normas brasileiras de concreto, que determinam os métodos corretos

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de concretagem e os ensaios necessários para se obter uma garantia do produto

final, além de relacioná-las a erros em procedimentos executivos. As conclusões

reforçam a importância do cumprimento das normas e da preservação das

estruturas.

2 – Material concreto e características do concreto

O concreto armado surgiu a mais de 150 anos e se transformou no material

estrutural mais utilizado no mundo em construções, devido ao seu ótimo

desempenho, economia e facilidade de produção. (SOUZA 1998).

De acordo com SOUZA (1998), o concreto é um material que apresenta alta

resistência às tensões de compressão, porém, apresenta baixa resistência à tração,

em torno de apenas 10 % da sua resistência à compressão. Sendo assim, é

imperiosa a necessidade de incorporar ao concreto um material com alta resistência

à tração (o aço), com o objetivo deste material, disposto convenientemente, resistir

às tensões de tração.

O material composto por concreto e aço, originou o “concreto armado”, onde as

barras da armadura absorvem ou resistem às tensões de tração e o concreto resiste

às tensões de compressão, no que pode ser auxiliado também por barras de aço. No

entanto, o conceito de concreto armado envolve ainda o fenômeno da aderência,

que é essencial e deve obrigatoriamente existir entre o concreto e a armadura, pois,

não basta apenas juntar os dois materiais para se ter o concreto armado. Para a

eficiência do concreto armado é imprescindível que haja real cooperação entre o

concreto e o aço, e que o trabalho seja realizado de forma conjunta. Em resumo,

pode-se definir o concreto armado como a união do concreto simples e um material

resistente à tração (envolvido pelo concreto) de tal modo que ambos resistam aos

esforços solicitantes.

De acordo com a norma brasileira atual, NBR 6118:2013, (Projeto de Estrutura de

concreto) se todas as suas prescrições, deveres e condições relativas à

durabilidade, ao Estado Limite Último e ao Estado de Serviço forem atendidos, se

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houver as manutenções preventivas como definidas em projeto e que não haja

alteração das condições ambientais para as quais a estrutura de concreto foi

projetada, essas estruturas terão sua durabilidade garantida, observadas também as

manutenções essenciais definidas durante o projeto.

Características do Concreto

Para a compreensão do comportamento das estruturas de concreto armado é

necessário conhecer algumas características e propriedades dos materiais que o

compõe: o concreto e o aço.

Massa Específica

De acordo com PIANCASTELLI (2005), A massa específica do concreto simples é

determinada em torno de 2.400 kg/m3. Considerando para as estruturas comuns

uma taxa média de armadura de 100 kg de aço para cada metro cúbico de concreto,

a massa específica do concreto armado chega a 2.500 kg/m3.

Figura 1: Massa específica do concreto armado

Fonte: Disponível em: http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos

.

Resistência à Compressão

A NBR 5739 1994, diz que resistência à compressão do concreto pode ser avaliada

por meio de corpos de prova cilíndricos com dimensões de 15 cm de diâmetro por 30

cm de altura, moldados conforme a NBR 5738/03. Para concretos de resistências à

compressão elevadas (> 50 MPa) podem ser moldados corpos de prova menores,

com dimensões 10 cm por 20 cm. O ensaio para determinar a resistência é feito em

uma prensa na idade de 28 dias a partir da moldagem, conforme a NBR 5739/94.

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Resistência à Tração

Já a resistência do concreto à tração varia entre 8 e 15 % da sua resistência à

compressão. Em função da forma como o ensaio para a determinação da resistência

à tração do concreto é realizado, são três os termos usados: tração direta, tração

indireta e tração na flexão. A resistência à tração indireta (fct,sp) é determinada no

ensaio de compressão diametral, prescrito na NBR 7222/2010. Este ensaio foi

desenvolvido pelo Professor Lobo Carneiro na década de 50.

O ensaio consiste em se comprimir longitudinalmente o corpo de prova cilíndrico 15

x 30 cm segundo a direção do seu diâmetro.

Módulo de Elasticidade

De acordo com OLIVEIRA (2012), o módulo de elasticidade é um parâmetro

numérico relativo à medida da deformação que o concreto sofre sob a ação de

tensões, geralmente tensões de compressão. Crescimento linear das deformações

sob carregamento. Os concretos com maiores resistências à compressão

normalmente deformam-se menos que os concretos de baixa resistência, e por isso

têm módulos de elasticidade maiores. O módulo de elasticidade depende muito das

características e dos materiais componentes dos concretos, como o tipo de

agregado, da pasta de cimento e a zona de transição entre a argamassa e os

agregados. Cessada a solicitação, parte da deformação desaparece.

Deformações do Concreto

O concreto, sob ação dos carregamentos e das forças da natureza, apresenta

deformações que aumentam ou diminuem o seu volume, podendo dar origem a

fissuras, que, dependendo da sua abertura e do ambiente a que a peça está

exposta, podem ser prejudiciais para a estética e para a durabilidade da estrutura.

As principais deformações que ocorrem no concreto são as devidas à retração, à

deformação lenta e à variação de temperatura.

3 Degradação do Concreto

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Como afirma GRANATO (2012), a degradação do concreto é geralmente, iniciada

por processos químicos, assim como, por processos mecânicos e físicos. Alguns

processos físicos e químicos podem atingir a durabilidade do concreto como, por

exemplo, o transporte através dos poros por difusão e sucção capilar, e a presença

de água.

Um dos processos mais frequentes e mais conhecidos na degradação do concreto é

a corrosão em armaduras, que consiste na formação de um eletrólito sobre as

superfícies do aço, e isso acontece devido à umidade do concreto.

4 Durabilidade do Concreto

MARCHETTI (2013) confirma que concreto foi considerado por muito tempo, um

material de grande durabilidade. Após a década de 70 houve muitas alterações no

cimento, que aliado a erros de projeto e execução e falta de manutenção, resultaram

em estruturas deterioradas. A partir da década de 80, foi refeita toda a parte de

normas de concreto, introduzindo-se inclusive o conceito de vida útil das estruturas

de concreto.

A durabilidade está ligada a qualidade dos projetos e execução das estruturas, não

basta apenas saber como as peças de concreto estarão dispostas, mas também a

especificação de concreto para cada situação. Alcançados os objetivos propostos

em Norma é necessário que seja feito um acompanhamento minucioso da execução

das peças, para que se garanta a qualidade e a durabilidade da mesma.

5 Vida útil do Concreto

HELENE (1992) diz também que existe uma confusão nos conceitos de durabilidade

e vida útil. A vida útil é quantificação da durabilidade, que pode ser considerada

como o tempo em que o material se comporta de forma significativa,

desempenhando adequadamente sua função, mantendo suas características e

propriedades, período que consiste entre o término de uma construção e o

aparecimento de sua primeira patologia.

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No momento da construção, a questão “vida útil” nos leva a união das seguintes

fases: Planejamento; Projeto; Materiais; Execução; e manutenção. Vários fatores

influenciam na vida útil de estruturas de concreto. Em obras provisórias o

recomendável é que a vida útil de um projeto seja de no mínimo um ano. Para obras

fixas ou permanentes, como pontes, o recomendável é que essas tenham duração

de 50, 75 e 100 anos de acordo com as normas. É necessário sempre levar em

consideração a agressividade do ambiente em que a estrutura estará inserida.

Assim, podemos dizer que a vida útil adiciona qualquer tipo de manutenção, todos

os previstos no projeto estrutural e inicialmente informado ao proprietário e

documentado no projeto, as que deverão ser empregadas durante o período de vida

útil da estrutura pré-determinada em projeto.

Já em questão a durabilidade do concreto, HELENE (1992) diz que estudos sobre

durabilidade no início foram influenciados basicamente pela necessidade em saber

sobre o lado econômico de vários produtos, mas também como forma de controle

para a manutenção. A durabilidade passou a ser enxergada de uma nova forma,

pois o aumento na vida útil de edifícios é uma forma direta na diminuição do impacto

ambiental, com isso ocorreu o surgimento de novas pesquisas na área. Pode-se

dizer que a durabilidade depende muito mais de conhecimento, do que de qualquer

outra coisa, porque é nessa fase que pode ocorrer um maior investimento para que

haja uma maior duração na vida útil desses materiais, e isso atinge beneficamente o

meio ambiente. A durabilidade de certo material está ligada à sua capacidade em se

manter num certo estado por um tempo determinado.

A deterioração é o oposto de durabilidade de forma geral, a segunda consiste na

capacidade que certo material tende a se comportar de forma adequada, sem ser

comprometido por um tempo determinado pré-estabelecido. Quando ocorre a

deterioração de forma rápida, ou seja, antes do tempo determinado, podemos citar

alguns fatores: Materiais inadequados, utilização inadequada na obra, erros de

projetos, assim como, erros de execução, dentre outros.

A durabilidade do concreto pode ser determinada de acordo com quatro tópicos:

Traço do concreto; Compactação do concreto nas estruturas; Cura do concreto nas

estruturas; e Cobrimento do concreto quanto a sua espessura nas armaduras. Esses

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quatro tópicos citados anteriormente são conhecidos como os 4C na literatura

técnica.

A NBR-6118 obriga projetista estrutural, de acordo com a agressividade do meio,

que especifique a relação água e cimento máximo a ser usado.

Todo e qualquer empreendimento deve ser cuidadosamente avaliado do ponto de

vista técnico quanto a suas condições de estabilidade, durabilidade e funcionalidade.

Esta é uma regra que não pode ser negligenciada nem nos menores dentre eles.

6 Principais causas das patologias

Estudos desenvolvidos no Brasil apontam que as principais causas das patologias

estão relacionadas à execução. A segunda maior causa são os projetos que pecam

por má avaliação de cargas, erros no modelo estrutural, erros na definição da rigidez

dos elementos estruturais, falta de drenagem, ausência de impermeabilização e

deficiências no detalhamento das armaduras.

Figura 2: Fluxograma de diagnóstico.

Fonte: Material de apresentação para pós-graduação da FAAP.

Segundo COSTA, (2009) das estruturas em geral, em particular as de concreto

armado, espera-se uma completa adequação às finalidades a que se destinam,

sempre levando em conta o binômio segurança e economia, salvo os casos

correspondentes à ocorrência de catástrofes naturais, em que a violência das

solicitações, aliada a seu caráter completamente imprevisível.

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COSTA (2009) disse também que os problemas patológicos têm origem em falhas

na realização de duas ou mais atividades, dentro da Construção Civil, processo

dividido em três etapas: concepção, construção e utilização. Para a etapa de

concepção é de vital importância um projeto bem dimensionado que garanta o

cumprimento dos prazos e custos orçados para a obra. Para a etapa de execução, é

de garantia ao fiel atendimento ao projeto. Para a etapa de utilização, é necessário

conferir a garantia de satisfação do usuário com a possibilidade de extensão da vida

útil da obra e saber manter e obedecer às recomendações de uso e manutenção.

7 Anomalias Geradas na Fase de Concepção de Projeto

A deficiência no projeto pode apresentar-se sob diversas formas, dentre elas:

dimensionamento estrutural inadequado, má avaliação de cargas, detalhamento

errado ou insuficiente, inadequação do ambiente, incorreção na interação solo-

estrutura, erros na consideração de juntas de dilatação, etc. Sua origem está no

estudo preliminar, na execução do anteprojeto ou na elaboração do projeto de

execução. Normalmente, as dificuldades técnicas e o custo para solucionar um

problema patológico oriundo de uma falha de projeto, estão relacionados à agilidade

com que essa falha é detectada. Uma falha no estudo preliminar, gera um problema

cuja solução é muito mais complexa do que uma que venha a ocorrer na fase do

anteprojeto.

Por outro lado, constata-se também que falhas originadas em estudos preliminares

deficientes, ou de anteprojetos equivocados, são as principais responsáveis pelo

encarecimento do processo de construção, ou por transtornos relacionados à

utilização da obra, enquanto as falhas geradas durante a realização do final do

projeto normalmente são responsáveis por problemas patológicos sérios. Esses

problemas podem ser diversos; dentre eles podem-se citar:

- Elementos estruturais subdimensionados, gerados da definição errônea dos

esforços atuantes, ou de uma possível combinação desfavorável, equívoco no

cálculo estrutural, ou na avaliação da resistência do solo;

- Relação água/cimento com especificações inadequadas;

- Detalhamento equivocado ou insuficiente, etc.

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8 Anomalias Geradas na Fase de Construção

Após a concepção do projeto, inicia-se a etapa de construção, cuja primeira fase é o

planejamento da edificação, em que devem ser tomados todos os cuidados

necessários para o bom andamento da obra, tais como: programação de atividades,

alocação de mão-de-obra, correta definição da distribuição do canteiro e boa

previsão de compras.

Algo comum e de grande seriedade que ocorre na construção, é a adaptação e/ou

modificação do projeto executado sem consulta prévia aos profissionais

responsáveis pela sua elaboração. Isso geralmente ocorre sob a justificativa de

serem necessários ajustes construtivos, ou mesmo por economia.

Assim, uma vez iniciado o processo de construção, as falhas podem ocorrer de

modos mais diversos, tais como: falta de condições adequadas de trabalho,

incapacidade profissional de mão-de-obra, inexistência de controle de qualidade, má

qualidade de materiais, irresponsabilidade técnica e sabotagem, entre outros. É

muito importante ressaltar que, na fase de concretagem, a relação entre água e

cimento é de vital importância, devendo ser fiscalizada com rigor.

Os fatores importantes podem ser levantados como a fiscalização deficiente e o

fraco comando de equipes, geralmente aliados a uma baixa capacitação profissional

do engenheiro e do mestre de obras. Tais fatores podem levar facilmente a erros

graves em atividades, fundamentais como: implantação, escoramento, formas,

posicionamento e quantidade de armaduras e qualidade do concreto.

A ocorrência de problemas patológicos originados na fase de execução é devida

basicamente ao processo de produção, que reflete os problemas socioeconômicos;

que levam a um baixo nível técnico dos trabalhadores menos qualificados, mesmo

da equipe que possui certa qualificação profissional.

Sabe-se que, quanto maior a motivação dos trabalhadores de uma obra, maior será

sua absorção de conhecimento; consequentemente, maior será a chance de resultar

em um produto de boa qualidade.

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9 Anomalias Geradas na Fase de Utilização

Terminadas as fases de concepção e projeto, mesmo que estes tenham sido

cuidadosamente executados, uma estrutura ainda não está livre de apresentar

problemas. Nada adianta se na utilização do edifício houver negligência com relação

à manutenção periódica.

“De maneira paradoxal, o usuário, maior interessado em que a estrutura tenha um

bom desempenho, poderá vir a ser, por ignorância ou por desleixo, o agente gerador

de deterioração estrutural”. (SOUZA1998)

Uma estrutura, analogamente a um equipamento eletrônico, deve receber cuidados

de manutenção periódica, principalmente nas partes onde é mais utilizada ou

suscetível de desgastes, tais como ações do meio ambiente, ações devido ao uso,

contato com materiais agressivos, etc.

10 Principais Patologias ocorrentes no Concreto

No universo de patologias que se manifestam durante e após a construção de um

edifício, as principais manifestações, são:

Corrosão nas Armaduras

Segundo CASCUDO (1997) pode-se definir corrosão como a interação destrutiva de

um material com o ambiente, seja por reação química, ou eletroquímica.

Basicamente, são dois os processos principais de corrosão que podem sofrer as

armaduras de aço para concreto armado: a oxidação e a corrosão propriamente dita.

Já ANDRADE (1992) diz que a corrosão na armadura do concreto ocorre quando a

película existente ao redor da superfície exterior das barras de aço é deteriorada. Tal

película é resultado do impedimento da oxidação do ferro, pela elevada alcalinidade

da água existente no concreto. Sendo assim, entende-se por corrosão, o ataque de

natureza preponderantemente eletroquímica, que ocorre em meio aquoso.

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GRANATO (2012) diz que a corrosão acontece quando é formada uma película de

eletrólito sobre a superfície dos fios ou barras de aço. Esta película é causada pela

presença de umidade no concreto, salvo situações especiais e muito raras, tais

como dentro de estufas ou sob ação de elevadas temperaturas (> 80°C) e em

ambientes de baixa umidade relativa (U.R. < 50%). Este tipo de corrosão é também

responsável pelo ataque que sofrem as armaduras antes de seu emprego, quando

ainda armazenadas no canteiro. É o tipo de corrosão que o engenheiro civil deve

conhecer e com a qual deve se preocupar. É melhor e mais simples preveni-la do

que tentar saná-la depois de iniciado o processo.

Segundo Souza (1998), o fenômeno resulta do excesso da água de amassamento

do concreto, que não é absorvida pelo agregado e normalmente vai preencher os

veios capilares do concreto.

O meio aquoso pode ser ácido, neutro ou alcalino, dependendo do pH. Uma vez que

haja perda de alcalinidade, haverá a despassivação da armadura, ou seja, perderá a

alcalinidade, e a película passivadora protetora do aço desaparecerá.

Afirma RIPPER (1998) o processo de corrosão do aço é eletroquímico, na presença

um eletrólito; no caso, a solução aquosa presente no concreto, e uma diferença de

potencial. Dessa forma, cria-se o efeito pilha, com corrente elétrica formada pelo

cátodo (pólo positivo) e o ânodo (pólo negativo). O ânodo doa átomos de ferro que

“abandonam” a barra, forma-se assim a ferrugem e consequente perda de seção.

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Figura 3: Corrosão em armaduras

Fonte: Disponível em: http://api.ning.com/files/pQ8PE*

.

Esse processo degrada a estrutura da seguinte maneira:

- Perda de aderência entre concreto e aço, comprometendo o desempenho da

estrutura, quando solicitada;

- Desagregação da camada de concreto envolvente da armadura. Ao oxidar, o

aço exerce grande pressão, bastante para fraturar o concreto. O aço pode,

neste processo assumir um volume até dez vezes maior que o original.

A corrosão das armaduras no concreto é um fenômeno que só ocorre quando as

condições de proteção proporcionadas pelo cobrimento de concreto são

insuficientes. É unanimidade entre os autores pesquisados que a corrosão de

armadura é extremamente danosa à estrutura de concreto. O cobrimento

desempenha o papel de proteção física, pois impede a entrada de agentes

agressivos, oxigênio e umidade, além de garantir o meio alcalino para que a

armadura tenha a proteção química.

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Figura 4: Corrosão de armadura - Tipos de corrosão e fatores que provocam

Fonte: (CASCUDO,1997,p.19)

Por oxidação entende-se o ataque provocado por uma reação gás-metal, com

formação de uma película de óxido. Este tipo de corrosão é extremamente lento à

temperatura ambiente e não provoca deterioração substancial das superfícies

metálicas, salvo se existirem gases extremamente agressivos na atmosfera.

Fissuras e Trincas

As trincas com valores acima dos limites preconizados são a consequência de algum

problema que se desenvolveu na edificação. Essas podem se manifestar em

diversos materiais e apresentar características particulares. A seguir, veremos sua

manifestação e causa nos principais materiais constituintes de uma edificação.

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Figura 5: Fissuras em paredes

Fonte: Disponível em: http://www.piniweb.com/revistas/techne/images/tec

Já PIANCASTELLI, (2005) diz que trincas e fissuras são fenômenos próprios e

inevitáveis do concreto armado e que podem se manifestar em cada uma das três

fases de sua vida: fase plástica, fase de endurecimento e fase de concreto

endurecido. Na fase plástica podem surgir trincas em virtude da retração plástica e

do assentamento plástico; na fase de endurecimento, em virtude de restrições à

precoce movimentação térmica, à precoce retração do endurecimento e ao

assentamento diferencial dos apoios; na fase de concreto endurecido, as principais

causas do aparecimento das trincas e fissuras são o sub-dimensionamento, o

detalhamento inadequado, a construção sem os cuidados indispensáveis, as cargas

excessivas, o ataque de sulfatos ao cimento do concreto, a corrosão das armaduras

devida ao ataque de cloretos, a carbonatação e a reação álcali-agregado. O

adequado tratamento das trincas e fissuras depende, inicialmente, de uma correta

classificação em trincas ativas ou passivas e do conhecimento de suas causas.

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Figura 6: Locais passivos de trincas

Fonte: Disponível em: http://www.ebanataw.com.br/roberto/trincas/trincas

11 Diagnóstico das Patologias

HELENE (1992) diz que para diagnosticar as patologias nas edificações é

necessário conhecer suas formas de manifestação, ou seja, os sintomas, bem como

os processos de surgimento, os agentes causadores desses processos e definir em

qual etapa da vida da estrutura foi criada a predisposição a esses agentes, definindo

as origens dessa patologia.

É melhor quando se consegue detectar estas anomalias o quanto antes, pois menor

terá sido a perda e fácil será a sua recuperação, tendo menor custo. Para se

identificar as patologias primeiramente é necessário se fazer uma inspeção, ou seja,

uma vistoria realizada no local, feita por um profissional habilitado que utiliza testes

simples e procura obter o maior número possível de informações, tais como

identificar a ocorrência de patologia na edificação através da observação, verificar a

gravidade visando à segurança dos usuários, definindo as medidas a serem

tomadas, definir a extensão do quadro patológico e definir a sequência da vistoria,

por meio da utilização dos cinco sentidos humanos, ou com a ajuda de testes e

instrumentos simples.

O levantamento da história evolutiva do problema, englobando desde a construção,

a utilização e a manutenção da edificação, é utilizado quando os dados obtidos na

vistoria local não são suficientes para diagnosticar a patologia. Devem ser utilizadas

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informações orais recolhidas com usuários, projetistas, construtores, operários,

fiscalização e vizinhos; esta prática necessita de técnica, pois cada pessoa tem um

interesse em relação à obra.

Também devem ser utilizadas as informações formalizadas, que são os projetos,

memoriais de cálculos, especificações de serviços e materiais, diários de obra,

ensaios de recebimento de material, notas fiscais, contratos de execução de

serviços, cronograma físico-financeiro de serviços e caderno de encargos. Se ainda

assim não for possível identificar o problema, é necessária a elaboração de exames

complementares que possibilitem a obtenção de mais informações.

Esses exames podem ser físicos, químicos ou biológicos, executados em laboratório

ou in loco, sendo escolhidos de acordo com a patologia; porém, deve-se conhecer a

capacidade de resolução e possíveis erros de cada tipo de exame para que se

possa fazer a análise coerente dos resultados.

Os exames feitos em laboratório podem determinar as características mecânicas,

tais como resistência à compressão, resistência à tração, módulo de elasticidade,

aderência, resistência à abrasão e a impactos, propriedades físicas, tais como a

densidade, permeabilidade, porosidade, absorção d’água, coeficiente de dilatação

térmica, condutibilidade térmica, condutibilidade elétrica; também pode ser feita a

reconstituição do traço do concreto, verificar e quantificar a presença de elementos

ou compostos químicos (ex. cloretos, sulfetos, sulfatos, óxidos de enxofre), verificar

a reatividade álcali-agregados, a presença de micro-organismos vivos, analisar o

desempenho e o comportamento estrutural da edificação ou de suas partes através

de modelos e analisar a microestrutura dos materiais.

Os exames realizados in loco são os executados diretamente na edificação e podem

ser não destrutivos ou destrutivos.

Os exames não destrutivos são:

- Esclerometria - realiza a avaliação da dureza superficial, identificando à

resistência do concreto à compressão - fck;

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- Ultrassonografia - realiza a verificação da estrutura interna e faz a estimativa

da resistência e do módulo de elasticidade;

- Pacometria - realiza a avaliação do cobrimento da armadura e realiza a

estimativa de bitolas;

- Sonometria - realiza a verificação de aderência entre os materiais;

- Resistividade e potencial eletroquímico - determinam o potencial de corrosão;

- Raios X - realiza a verificação da estrutura interna;

- Gamagrafia - realiza a verificação da estrutura interna;

- Sondagem sônica - realiza a verificação da integridade do concreto de

estruturas enterradas;

- Prova de carga - realiza a verificação do comportamento e do desempenho da

estrutura.

Os exames destrutivos são:

- Extração de corpos de prova, determinação de resistências, módulo de

elasticidade etc.;

- Ensaios de arrancamento, avaliação de aderência entre materiais e

estimativas da resistência.

Já PIANCASTELLI, (2005) diz que depois dos processos de identificação das

patologias é possível se fazer o diagnóstico final, sendo este o processo mais

importante, pois é a partir dele que se pode definir o tipo de patologia. Se o

diagnóstico for equivocado, além de não se resolver o problema, poderá acabar

atrapalhando nas análises futuras que serão necessárias para diagnosticar

corretamente a patologia e ainda haverá um grande desperdício de dinheiro, pois na

maioria das vezes para se corrigirem as patologias há um grande gasto. Após o

diagnóstico o profissional tem a escolha de corrigir a patologia, impedir ou controlar

sua evolução, ou apenas estimar o tempo de vida da estrutura, limitando sua

utilização ou indicando a demolição.

12 Correção das Patologias

Segundo HELENE, (1992) a patologia leva a um acréscimo de custos na produção,

pois quando se constata a sua existência, é uma prática comum a correção das

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mesmas, até mesmo para aumentar a durabilidade e a qualidade do produto. Com

isso, há gastos com materiais e mão de obra para o procedimento de reparo, o que

encarece o custo final.

As medidas terapêuticas de correção dos problemas tanto podem incluir pequenos

reparos localizados, quanto uma recuperação generalizada da peça, caso a

estrutura já esteja comprometida. Existem inúmeros materiais de recuperação de

falhas no concreto, porém o custo desses materiais é extremamente elevado para

aplicação.

Portanto, se no início do processo se conseguir evitar o máximo de manifestações

indesejáveis ao concreto, o custo e a segurança estarão garantidos.

Após análises rigorosas para identificar a causa da patologia deve ser escolhido o

tipo de tratamento que será aplicado. Isso depende da anomalia detectada. O

processo de recuperação de uma estrutura com corrosão, por exemplo, não é o

mesmo do utilizado em locais com fissuras provocadas por deficiência de armadura.

Tratamento da corrosão na estrutura de concreto armado

De acordo com LAPA, (2008) a corrosão pode ser definida como a deterioração de

um material por ação química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a

esforços mecânicos. No concreto armado, o estudo e tratamento da corrosão são

importantes tanto no aço como no concreto, onde as ações do tipo químico são as

que maiores prejuízos causam.

A corrosão é a causa mais frequente da deterioração e redução de resistência das

armaduras do concreto e é também uma das principais causas da degradação do

concreto; sendo um fenômeno expansivo, a corrosão provoca fissuras, trincas e, até,

desagregação do concreto.

As principais causas da corrosão das armaduras são a presença do cloreto na sua

vizinhança e a carbonatação do concreto. As principais causas da corrosão do

concreto são os gases contidos na atmosfera, as águas puras, ácidas ou marinhas e

os compostos fluidos ou sólidos de natureza orgânica.

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O tratamento da corrosão, tanto do aço como do concreto, implica em remoção de

concreto, com limpeza e, às vezes, com a substituição de armaduras e com

recomposição das partes removidas. Como a remoção do concreto pode fragilizar a

estrutura, prejudicando sua estabilidade, qualquer tratamento somente poderá ser

iniciado após uma inspeção e a existência de um projeto com especificações.

Tratamento das fissuras e trincas

Segundo OLIVEIRA (2012), uma edificação com o passar do tempo sofre uma

gradativa deterioração dos materiais que compõem a estrutura das paredes e

pilares, isto é evidenciado pelo surgimento de microfissuras, fissuras e trincas. Desta

forma, saber classificar suas diferenças é fundamental para achar formas de

solucionar eventuais problemas relacionados com estas patologias construtivas.

Existem fatores que auxiliam no aparecimento destes problemas e podemos

classificar da seguinte forma:

- Argamassa de assentamento de tijolos feita em traço incorreto;

- Areia com contaminação ou imprópria para uso em construção;

- Problemas estruturais;

- Ausência de zonas de dilatação na estrutura;

- Influência de épocas de verão muito intenso e ventos durante a concretagem.

Uma das características que diferencia as trincas das fissuras em paredes são

dimensões superiores a 0,5mm, em alguns casos o tratamento realizado será

semelhante ao da fissura, desde que haja uma verificação por um profissional

qualificado como um engenheiro, indicado as causas das trincas e soluções.

Materiais disponíveis no mercado para tratamento das patologias

Por incorporar ainda mais alternativas para o reforço das estruturas de concreto, foi

importante a entrada no mercado dos materiais compósitos, inicialmente

desenvolvidos para aplicações nas indústrias aeroespacial, automotiva, naval, de

equipamentos esportivos e armamentos.

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Conclusão

As normas técnicas e procedimentos atuais têm a intenção de antecipar eventuais

ocorrências de patologias nas estruturas, determinando ações preventivas de

projeto, limitando flechas e aberturas de fissuras, buscando promover atitudes

preventivas, para que não ocorram anomalias nas estruturas de concreto.

As pessoas que tiverem um bom conhecimento sobre a física e a química aplicada

aos materiais de construção e que estiverem estreitamente ligadas ao processo da

construção, têm condições de resolver a grande maioria dos problemas patológicos.

O diagnóstico da situação é o entendimento dos fenômenos em termos das múltiplas

relações de causa e efeito que normalmente caracterizam um problema patológico.

O objetivo do diagnóstico é entender as causas e os motivos a partir de dados

conhecidos.

Através do diagnóstico são identificadas as origens do problema, suas causas

precisas, os fenômenos intervenientes e seus mecanismos de ocorrência. Entendida

a situação, o patologista está capacitado a definir a conduta a ser seguida com

relação ao problema. Esta fase de definição deve ser conduzida inicialmente pelo

levantamento das alternativas de evolução futura dos fenômenos. Com o

prognóstico estabelecido, o profissional define por uma das alternativas estudadas,

sempre baseado na relação custo e benefício de cada uma delas.

A intervenção ou a terapia requerida normalmente tem tecnologia dominada,

podendo, portanto, ser aplicada no caso. Existem situações, no entanto em que não

se dispõe da tecnologia necessária, restando a necessidade de pesquisá-la e

desenvolve-la.

O processo se encerra com a execução dos serviços prescritos, quando necessário

e com o registro do caso. Este registro é feito com o propósito de manter formalizada

a história da obra, para possíveis novas intervenções e principalmente para a

divulgação do conhecimento adquirido.

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