arquivos mÉdicos como fonte para pesquisa: a importância dos prontuários e dos arquivos médicos...
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ARQUIVOS MÉDICOS COMO ARQUIVOS MÉDICOS COMO
FONTE PARA PESQUISAFONTE PARA PESQUISA: :
a importância dos a importância dos
prontuários e dos prontuários e dos
arquivos médicos para os arquivos médicos para os
Registros de CâncerRegistros de Câncer
As neoplasias malignas devido a sua
elevada incidência e mortalidade e o
aumento da esperança de vida ao nascer
constituem-se, atualmente, em um dos mais
importantes problemas de Saúde Pública,
não só, no Brasil, como também, em outros
países nos cinco continentes..
No ano de 1999, registraram-se 938. 746 óbitos no Brasil,
distribuídos da seguinte forma:
No ano de 1999, registraram-se 938. 746 óbitos no Brasil,
distribuídos da seguinte forma:
Grupos de Causas %
• Doenças do Aparelho Circulatório 27,4
• Causas Externas 12,5
• Neoplasias malignas 12,3
• Doenças do Aparelho Respiratório 9,5
• Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias 5,0
• Doenças do Aparelho Digestivo 4,5
• Outras causas 28,9
ESTIMATIVAS DO NÚMERO DE CASOS NOVOS DE CÂNCER, NO BRASIL, PARA O ANO 2000
ESTIMATIVAS DO NÚMERO DE CASOS NOVOS DE CÂNCER, NO BRASIL, PARA O ANO 2000
Fontes: International Agency for Research on Cancer (IARC) / Who Health Organization (WHO)
e Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Globocan INCA
Homens 127.237 138.755
Mulheres 148.776 145.450
Estimativa de casos novosSexo
HOMENS E MULHERES
SEGUNDO AS PROJEÇÕES DO GLOBOCAN E DO INCA
O primeiro censo sobre câncer foi realizado em 1728 em Londres, sem sucesso.
Durante mais de um século, várias
tentativas para estabelecerem-se estatísticas de
mortalidade e morbidade comparáveis e
confiáveis foram falhas, e poucos
conhecimentos concretos foram incorporados
até o final do século XIX.
Somente em 1929, na Alemanha, formou-se a base para o primeiro Registro de Câncer como conhecemos
hoje.
Três enfermeiras visitavam os hospitais e as clínicas dos médicos de Hamburgo em
intervalos regulares de tempo.
Elas anotavam os nomes dos pacientes que eram casos novos de câncer e
transferiam os dados para um arquivo central, localizado no departamento de
saúde de Hamburgo.
O arquivo de dados era comparado uma vez por semana com os atestados de óbitos.
O Registro de Câncer de Hamburgo foi o
primeiro exemplo de um Registro de Câncer
moderno, onde a idéia de que o controle do
câncer não envolve somente, aspectos
científicos e médicos, mas também, aspectos de
planejamento em Saúde Pública, a curto, médio
e longo prazo.
De maneira geral, pode-se entender um
Registro de Câncer, seja hospitalar ou de base
populacional, como: um serviço permanente,
que coleta de forma padronizada e sistemática
dados, analisa, mantém e divulga informações
consolidadas sobre neoplasias malignas das
pessoas que tiveram algum tipo de câncer
durante a vida.
OBJETIVOS E FUNÇÕES
Em outras palavras, um Registro de Câncer,
coleta dados e produz informação para
subsidiar a ação dos profissionais e
autoridades em saúde: no planejamento
estratégico, seja em nível hospitalar, ou na
população geral, para a detecção precoce, o
controle e a prevenção de cânceres dos mais
variados tipos, em todas as idades e nas mais
diferentes comunidades
Assim, um Registro de Câncer, , trabalha na coleta sistemática e padronizada de dados dos prontuários e dos
arquivos médicos, de tal forma que permite conhecer:
1. o número de pacientes portadores de neoplasias malignas,
2. sua distribuição por faixa etária,
3. sexo,
4. local de nascimento,
5. local de residência,
6. extensão da doença,
7. qualidade do diagnóstico,
8. avaliação das diferentes modalidades de tratamento e da
sobrevida, entre outros.
Registros de Câncer podem ser diferenciados em:
Registro de Câncer de Base PopulacionalRegistro de Câncer de Base Populacional
Registro Hospitalar de CâncerRegistro Hospitalar de Câncer
Registro Especial de CâncerRegistro Especial de Câncer
Um Registro de Câncer de Base Populacional
(RCBP) coleta os casos novos de câncer, ano a
ano, de uma população específica em uma área
geográfica delimitada, por localização primária
e comportamento do tumor, arquiva, processa,
analisa as informações e divulga os dados
consolidados para os profissionais da saúde.
Os Registros de Câncer de Base Populacional avaliam o impacto que o câncer causa em uma
determinada população, através de vários procedimentos estatísticos como:
o cálculo da incidência,
da mortalidade,
das estimativas,
do estudo das série temporais,
da análise de sobrevida,
do georeferrenciamento, entre outros.
Área de Abrangência do Registro de Câncer de Base Populacional de Campinas
Município de CampinasMunicípio de Campinas--SPSP
CASOS NOVOS DE CÂNCER ESTIMADOS PARA 2000
CANCER Burden in the year 2000.The global pictureD.M.Parkin,F.I.Bray,S.S.DevesaEuropean Journal of Cancer 37 (2001)S4-S66
MORTES ESTIMADAS POR CÂNCER PARA 2000
CANCER Burden in the year 2000.The global pictureD.M.Parkin,F.I.Bray,S.S.DevesaEuropean Journal of Cancer 37 (2001)S4-S66
CANCER Burden in the year 2000.The global pictureD.M.Parkin,F.I.Bray,S.S.DevesaEuropean Journal of Cancer 37 (2001)S4-S66
ESTIMATIVA DA PREVALÊNCIA DE CÂNCER ( % ANO) PARA AMBOS OS SEXOS PARA 2000
NÚMERO DE CASOS NOVOS E PREVALÊNCIA DE CINCO ANOS PARA OS QUINZE CÂNCERES MAIS
FREQUENTES
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE CÓLON E RETO PADRONIZADA POR IDADE PARA O SEXO
MASCULINO
CÂNCER DE PRÓSTATA INCIDÊNCIA E MORTALIDADE EM BRANCOS E NEGROS NO
PERÍODO DE 1973 A 1997
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE MAMA FEMININA
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE ESTÔMAGO PARA O
SEXO MASCULINO
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE PULMÃO PARA O SEXO FEMININO
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE PRÓSTATA
REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL
Os RCBPs permitem detectar na população:
1. quais fatores ambientais podem estar relacionados e
influenciar na prevalência das neoplasias malignas,
2. quais grupos étnicos são mais afetados,
3. quais os setores da área de cobertura do Registro de
Câncer tem maior incidência de neoplasias,
4. quais as tendências da incidência e mudanças no
comportamento de alguns cânceres ao longo do
tempo, entre outros.
As informações obtidas pelos RCBPs
auxiliam na determinação da necessidade de
campanhas junto a população para a detecção
precoce e prevenção de câncer, como também
na avaliação de novas técnicas diagnósticas e
pesquisas epidemiológicas (como, por exemplo,
estudos de coorte, entre outros).
Doentes
Doentes
Não doentes
Não doentes
Expostos
Não expostos
Presente
População sob risco
Início
Futuro
Avaliação e classificação
Avaliação do seguimento
Livre da doença
ESTUDO DE COORTEESTUDO DE COORTE
SUNLIGHT AND NON-HODGKIN'S LYMPHOMA: A
POPULATION-BASED COHORT STUDY IN SWEDEN.
ADAMI, J. et al. Int J Cancer, 1999; 80(5):641-5.
Estudo de coorte nacional (4.171.175 indivíduos; 69.639.237
pessoas-ano). Exposição: trabalho sob luz solar avaliado a partir dos títulos
das ocupações referidas no censo. Follow-up da incidência de câncer através
do Registro de Câncer da Suécia, ou seja, 10.381 casos de Linfoma não
Hodgkin (LNH).
Neste estudo, a exposição ocupacional a luz solar não esteve
associada com LNH. O tipo de ocupação não foi um índice adequado para a
dose biologicamente relevante de luz ultravioleta (UV).
Os dados de exposição individual não foram consistentes para
avaliação do papel da luz solar com fator relacionado com o surgimento dos
Linfomas não Hodgkin.
Um Registro Hospitalar de Câncer coleta, arquiva
e processa os dados de todos os pacientes atendidos no
hospital com diagnóstico confirmado de câncer.
O Registro Hospitalar de Câncer reflete o desempenho
do corpo clínico em relação à assistência prestada aos
pacientes, através da avaliação de protocolos
terapêuticos e da análise de sobrevida dos pacientes para
determinados tipos de cânceres.
REGISTRO HOSPITALAR DE CÂNCER
As informações do Registro Hospitalar
de Câncer são utilizadas na administração do
hospital para o dimensionamento da
quantidade de profissionais necessários, para
a compra de equipamentos e suprimentos,
entre outros. E como fonte de dados para
pesquisas científicas (como, por exemplo, os
estudos de caso-controle, entre outros).
Expostos
Expostos
Não expostos
Não expostos
Passado
Início
Avaliação e classificação
Não doentes
(Controle)
Doentes
(Caso)
Presente
ESTUDO CASO-CONTROLE
AN ANALYSIS OF OCCUPATIONAL RISKS FOR BRAIN CANCER. BROWNSON, et al. Am J Public Health, 1990;80(20):169-72.
Estudo de caso-controle (312 casos e 1.248 controles com câncer) identificados no Registro de Câncer do
Missouri, de 1984 a 1988.
A classificação da exposição foi baseada nos dados dos prontuários de hospitais.
Engenheiros (OR = 2.1; 0.4, 10.3);
Profissionais de Ciências Sociais (OR = 6.1; 1.5, 26.1);
Gráficos (OR = 2.8; 1.0, 8.3)
MULTIPLE MYELOMA AND WORK IN AGRICULTURE: RESULTS OF A CASE-CONTROL STUDY IN FORLI, ITALY.
NANNI et al. Cancer Causes Control, 1998;9(3):277-83.
Estudo de caso-controle: Avaliação da relação entre exposição a pesticidas e mieloma múltiplo.
46 casos identificados através do Registro de Câncer de Romagna (1987-90) e 230 controles da população geral (entrevistas).
Foi observado o aumento de risco para mieloma múltiplo entre trabalhadores do cultivo de maçã e pêra
(OR = 1,75, CI = 1,05-2,91).
AVAILABILITY AND QUALITY OF INDUSTRY AND OCCUPATION INFORMATION IN THE MASSACHUSETTS CANCER REGISTRY.
LEVY, J.; BROOKS, D.; DAVIS, L. Am J Ind Med, 2001;40(1):98-106.
A qualidade dos dados da atividade ocupacional em geral é imprecisa e/ou incompleta.
A revisão de 1.020 prontuários de casos do Registro de Câncer de Massachusetts, comparando-se a
informação da revisão com aquela da rotina de notificação, observou-se, através das informações
adicionais nas seções do prontuário que não da folha de rosto, um aumento da percentagem de informação codificável de 63,6 para 80,4% e mais detalhes dos
códigos existentes em 15,4% dos casos.
QUALIDADE DA INFORMAÇÃO
A qualidade da informação sobre a ocupação nos prontuários dos doentes em geral é imprecisa e incompleta.
Em grande parte dos casos, esta informação se refere à última ocupação exercida, e não reflete a história de exposição
ocupacional prévia.
Além disso, não raramente são assinaladas com expressões
como: “aposentado”, freqüente em função da faixa etária dos
indivíduos acometidos por câncer, “servidor público”,
“industriário”, entre outras, que não dão indicação nem ao
menos da última ocupação/exposição do trabalhador.
REGISTRO ESPECIAL DE CÂNCER
Um REGISTRO ESPECIAL DE CÂNCER coleta dados de todos os pacientes atendidos no hospital com diagnóstico confirmado de determinado tipo de neoplasia, como por exemplo:
* * o registro de leucemias e linfomas, * o registro de cânceres gastro-intestinais, * o registro de câncer infantil, e outros..
Ou, outras neoplasias de interesse, por serem menos freqüentes
na população, sendo necessário o acúmulo de uma grande quantidade
de casos, ao longo do tempo com o objetivo de minimizar as
flutuações randômicas dos números nos estudos e pesquisas
científicas.
Os dados do REGISTRO ESPECIAL DE
CÂNCER podem ser utilizados em várias
situações, como: na pesquisa etiológica, no
levantamento de fatores de risco, e assim, na
prevenção primária, na secundária e de muitas
outras formas, beneficiando, tanto o indivíduo
quanto a sociedade.
Qualidade e Controle de Qualidade Qualidade e Controle de Qualidade das Informações em Câncer das Informações em Câncer
É a qualidade dos dados coletados nos prontuários pelos registradores de câncer que garante a qualidade das
informações em câncer.
A qualidade das informações originadas pelos Registros de
Câncer depende, necessariamente, da qualidade dos dados dos
prontuários, da representatividade e regularidade das
informações coletadas, da atualidade destas, da utilização de
critérios padronizados pelos técnicos dos Registros, e da
participação de pessoas e instituições relevantes nos processos
de vigilância epidemiológica.
Registr o de Câncer de Base Registr o de Câncer de Base Popul acional de Campinas Popul acional de Campinas --SPSP
R C B PC A M P IN A S
Coordenadores: Prof. Dr. Djalma de Carvalho Moreira Filho e Dra.Coordenadores: Prof. Dr. Djalma de Carvalho Moreira Filho e Dra. Nazira MahayriNazira MahayriRegistradoras de Câncer: Sônia Pereira Ramos, Silvia Helena AlmeRegistradoras de Câncer: Sônia Pereira Ramos, Silvia Helena Almeida ida BaldinBaldin e e
Ana Maria Ana Maria Badin GabettoBadin GabettoRCBPRCBP--CampinasCampinas--SP / DMPS / FCM / UNICAMP / INCA / MS / IARC / IARC / OMSSP / DMPS / FCM / UNICAMP / INCA / MS / IARC / IARC / OMS