arquitetura

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1 PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA - RUA DA IMPRENSA, 16 - CASTELO Marco fundamental da arquitetura moderna brasileira, o edifício do antigo Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, representa a primeira realização, em grande escala e a nível internacional, das idéias de Le Corbusier. O projeto resultou de uma grande polêmica cultural: o concurso de anteprojetos, realizado em 1935, foi ganho por Archimedes Memória; no entanto, devido à decisão do ministro Gustavo Capanema, formou-se uma equipe de jovens arquitetos, encabeçada por Lúcio Costa, composta com Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Moreira, Affonso Eduardo Reidy e Ernâni Vasconcelos, para desenvolver um novo projeto atualizado com as conquistas tecnológicas e culturais da época, que teve orientação do próprio arquiteto suíço Le Corbusier, principal apóstolo do movimento pela arquitetura moderna no mundo, no desenvolvimento do partido. Construído de 1936 a 1944, desde sua concepção volumétrica e espacial até os mínimos detalhes de execução, realizou-se uma inovação radical no campo da arquitetura. Basicamente, o conjunto constitui-se de três corpos inter-relacionados: administrativo, auditório e salão de exposições. O bloco principal tem 14 pavimentos sobre pilotis de 10m, e recebeu tratamento diferenciado nas duas fachadas, de acordo com a incidência solar: o lado norte, com brises móveis horizontais, estruturados em placas fixas verticais, enquanto o lado oposto foi tratado como um grande pano de vidro. Em decorrência da modulação estrutural e da disposição das circulações verticais nas extremidades da torre, o pavimento-tipo foi liberado, sendo os ambientes de trabalho definidos por armários-divisórias de 2m de altura. A complementação foi entregue a artistas de destaque na época: Cândido Portinari(murais das dependências do ministro e desenho do painel de azulejos no pilotis); Roberto Burle Marx(jardins); Celso Antônio, Bruno Giorgi, Jacques Liptschik(esculturas). A extraordinária implantação do edifício, permitindo criação de áreas livres e jardins à sua volta, revela-se como solução exemplar de integração arquitetura/espaço urbano. Este aspecto, aliado à rigorosa disciplina plástica e concisão de meios formais utilizados na linguagem arquitetônica, confere a este edifício uma posição de absoluto destaque na história da arquitetura moderna brasileira. ESTAÇÃO CENTRAL DO AEROPORTO SANTOS DUMONT - PRAÇA SALGADO FILHO O projeto do Aeroporto Santos Dumont foi resultado de um concurso público realizado em 1937 pelo Ministro Salgado Filho, no qual sagraram-se vencedores os arquitetos Marcelo Roberto e Milton Roberto. Dificuldades econômicas resultantes da Segunda Guerra Mundial resultaram em cortes no projeto e atraso nas obras, somente entregue inaugurado ao público em 1944. É considerado o aeroporto mais próximo de um centro urbano (1,5 km), apesar do que, três de seus lados são abertos para a Baía de Guanabara. Internamente, possui ótima circulação e funcionalidade, e, apesar de projetado numa época em que não existiam nem o radar e a aviação à jato, pôde o Santos Dumont ser adaptado aos novos usos com rara felicidade. Possui em seu interior dois painéis em afrescos homenageando os pioneiros da aviação e a aviação moderna. Adulterações mal feitas no prédio, no correr dos anos, deturpou-o consideravelmente, até que um incêndio em 1998 levou a Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version

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PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA - RUA DA IMPRENSA, 16 - CASTELOMarco fundamental da arquitetura moderna brasileira, o edifício do

antigo Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, representa a primeirarealização, em grande escala e a nível internacional, das idéias de LeCorbusier. O projeto resultou de uma grande polêmica cultural: o concurso deanteprojetos, realizado em 1935, foi ganho por Archimedes Memória; noentanto, devido à decisão do ministro Gustavo Capanema, formou-se umaequipe de jovens arquitetos, encabeçada por Lúcio Costa, composta comOscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Moreira, Affonso Eduardo Reidy e ErnâniVasconcelos, para desenvolver um novo projeto atualizado com as conquistastecnológicas e culturais da época, que teve orientação do próprio arquitetosuíço Le Corbusier, principal apóstolo do movimento pela arquitetura modernano mundo, no desenvolvimento do partido.

Construído de 1936 a 1944, desde sua concepção volumétrica eespacial até os mínimos detalhes de execução, realizou-se uma inovaçãoradical no campo da arquitetura. Basicamente, o conjunto constitui-se de trêscorpos inter-relacionados: administrativo, auditório e salão de exposições. Obloco principal tem 14 pavimentos sobre pilotis de 10m, e recebeu tratamentodiferenciado nas duas fachadas, de acordo com a incidência solar: o lado norte,com brises móveis horizontais, estruturados em placas fixas verticais, enquantoo lado oposto foi tratado como um grande pano de vidro. Em decorrência damodulação estrutural e da disposição das circulações verticais nasextremidades da torre, o pavimento-tipo foi liberado, sendo os ambientes detrabalho definidos por armários-divisórias de 2m de altura.

A complementação foi entregue a artistas de destaque na época:Cândido Portinari(murais das dependências do ministro e desenho do painel deazulejos no pilotis); Roberto Burle Marx(jardins); Celso Antônio, Bruno Giorgi,Jacques Liptschik(esculturas). A extraordinária implantação do edifício,permitindo criação de áreas livres e jardins à sua volta, revela-se como soluçãoexemplar de integração arquitetura/espaço urbano. Este aspecto, aliado àrigorosa disciplina plástica e concisão de meios formais utilizados na linguagemarquitetônica, confere a este edifício uma posição de absoluto destaque nahistória da arquitetura moderna brasileira.

ESTAÇÃO CENTRAL DO AEROPORTO SANTOS DUMONT - PRAÇASALGADO FILHO

O projeto do Aeroporto Santos Dumont foi resultado de um concursopúblico realizado em 1937 pelo Ministro Salgado Filho, no qual sagraram-sevencedores os arquitetos Marcelo Roberto e Milton Roberto. Dificuldadeseconômicas resultantes da Segunda Guerra Mundial resultaram em cortes noprojeto e atraso nas obras, somente entregue inaugurado ao público em 1944.É considerado o aeroporto mais próximo de um centro urbano (1,5 km), apesardo que, três de seus lados são abertos para a Baía de Guanabara.

Internamente, possui ótima circulação e funcionalidade, e, apesar deprojetado numa época em que não existiam nem o radar e a aviação à jato,pôde o Santos Dumont ser adaptado aos novos usos com rara felicidade.Possui em seu interior dois painéis em afrescos homenageando os pioneirosda aviação e a aviação moderna. Adulterações mal feitas no prédio, no correrdos anos, deturpou-o consideravelmente, até que um incêndio em 1998 levou a

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uma restauração integral, restituindo-lhe a primazia dentre os aeroportosbrasileiros para aviação comercial nacional.

O jardim da praça fronteira foi projetado por Roberto Burle Marx econstituiu-se em sua primeira experiência com plantas tropicais, tendo sido umensaio para a obra paisagística do Aterro do Flamengo, vinte anos depois.

CENTRO CULTURAL DA AERONÁUTICA - CASTELOEm 1936 a extinta empresa aérea PANAIR abriu concurso público para o

projeto de sua nova estação de hidro-aviões. Sagrou-se vencedor o arquitetoAtílio Correa Lima, com um desenho de linhas moderas, inspirado na VilleSavoie, do arquiteto suíço Le Corbusier. Dois anos depois estava inaugurada.Sua finalidade era servir de estação para os hidro-aviões.Possui dois pisos, ligados por elegante escada em espiral, de concreto, amplossalões e dependências para passageiros. Com a evolução da aviaçãocomercial e o abandono dos hidro-aviões, o prédio foi cedido em 1941 para oMinistério da Aeronáutica, que ali instalou o seu clube. Com a construção donovo edifício do clube da aeronáutica, nos anos 80, ao lado, foi a históricaconstrução convertida em Restaurante e, depois de algum tempo, em CentroCultural da Aeronáutica, com farta biblioteca e arquivo, maquetes, comendas,medalhas e lembranças diversas, documentando a história da aviação noBrasil.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA - R ARAÚJO PORTO ALEGREProjeto dos arquitetos Marcelo e Milton Roberto, escolhido em concurso

nacional de anteprojetos (1936) e que, após sua conclusão (1938), tornou-se aprimeira obra de grandes proporções da arquitetura moderna no Brasil.Solução de grande inovação e impacto para a época, utiliza o quebra-sol (brisesoleil) vertical como elemento principal de revestimento das fachadas naesquina ensolarada.

Os espaços internos são protegidos por uma superfície envidraçada comesquadrias de madeira que estabelece uma circulação secundária e uma zonade dispersão do calor entre ela e a superfície externa. O hall no térreo é amplo,livre e direto e no coroamento do edifício localizam-se um restaurante eterraço-jardim de autoria de Burle Marx.

O revestimento externo é todo em mármore travertino importado e osquebra-sóis verticais, projetados inicialmente em duralumínio, foramexecutados em concreto pré-moldado com base de cimento branco, paraoferecer aspecto mais homogêneo à fachada.

O prédio é tombado pelo IPHAN.

PALÁCIO DA JUSTIÇA - AV. ERASMO BRAGA C/ RUA DOM MANUELReunindo todas as atividades do judiciário, antes espalhadas por

diversos edifícios, o Palácio da Justiça, inaugurado em 08 de dezembro de1974, abriga os cartórios e varas cíveis e criminais, ofícios de tabelionato, ojuizado de família, os tribunais de instância superior do Estado do Rio deJaneiro, bem como a Escola da Magistratura.

Do lado da avenida Erasmo Braga, estão as três estátuas da Justiça, Leie Equidade, inauguradas em 25 de novembro de 1964, quando o prédio aindaestava incompleto, obras do artista Diocleciano Martins de Oliveira,desembargador e escultor.

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CONSULADO DOS ESTADOS UNIDOS – AV. PRESIDENTE WILSON –CASTELO – CENTRO

Edifício de arquitetura moderna e linhas sóbrias, foi projetado em 1948pelo arquiteto americano Harrison Abramovitch, um dos mais conceituadosprofissionais daquele país. Concluído em 1952. Substituiu a antiga embaixadaamericana, que funcionava num pavilhão remanescente da Exposição de 1922.Funcionou como embaixada por vinte anos. Com a transferência doembaixador para Brasília, passou a sediar o consulado daquele país. O edifíciopossui paredes reforçadas e vidros à prova de balas, com barreira de aço nagaragem e segurança ostensiva. Nos anos 60 e 70, sofreu apedrejamentos damassa estudantil inconformada com a política norte-americana e até umatentativa de incêndio. Presentemente o governo norte americano estuda atransferência do Consulado para outro imóvel, haja vista a diminuição de suarepresentação no Rio de Janeiro.

CENTRO EMPRESARIAL INTERNACIONAL RIO - AV. RIO BRANCO 1Projetado pelos arquitetos Édison e Edmundo Musa em 1989, este

edifício de 71 mil m2, destinado a abrigar o centro de comércio internacional doRio, encontra-se implantado em lote de 3 mil m2 junto à Praça Mauá,tradicional zona portuária da cidade. São 18 pavimentos-tipo com 2 mil m2cada, térreo, sobreloja e dez pavimentos de garagens, com capacidade de 740vagas.

Além das salas para escritórios e lojas, o edifício conta com pavilhão deconvenções, restaurantes, salas de reunião, biblioteca e clube de executivoscom cabeleireiro, ginástica e outros serviços. Visando a racionalização efuncionalidade que caracterizam o empreendimento, foram incorporados àsinstalações os recursos tecnológicos mais avançados, como sistemasautomatizados para supervisão e controle predial, com diversos graus decomplexidade.

Formalmente, a solução explora uma imagem nitidamente identificadacom o repertório “pós-moderno” das grandes metrópoles norte-americanas,expressando o poder econômico que o edifício está preparado para concentrar.

É conhecido popularmente como “RB1”, pelos cariocas.

EDIFÍCIO SEDE DO BANERJ - AV. NILO PEÇANHAO projeto dos arquitetos associados Henrique Mindlin e Giancarlo

Palanti, construído em 1963/66, procurou responder às necessidades decomplexidade funcional e, sobretudo, à posição de destaque que a instituiçãoassumia a partir daquele momento na economia do recém criado Estado daGuanabara (originalmente o edifício era sede do BEG/Banco do Estado daGuanabara). A solução, monumental e imponente, tem por base a extremaracionalização dos espaços e da construção.

Ao fundo do terreno concentraram-se todos os serviços, torres deinfraestrutura e de elevadores que, articulados com dois grandes pilaresfrontais e com as vigas periféricas, definem o sistema estrutural do prédio,conferindo-lhe seu caráter e aparência final. Esse sistema proporciona umgrande salão com frente para três ruas, livre de qualquer apoio ou divisão, comgrande economia de área para circulação e de divisões funcionais, propiciandototal flexibilidade em sua organização.

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Com a venda do BANERJ em fins dos anos noventa, o prédio passou asediar diversas secretarias de estado e, eventualmente, o gabinete dogovernador.

EDIFÍCIO-SEDE CITIBANK - R. DA ASSEMBLÉIA/R. GONÇALVES DIASO edifício, projetado em 1979 por Davino Pontual, Paulo de Souza Pires,

Sérgio Porto e João do Nascimento Ribeiro, se insere em terreno de esquina,no coração da cidade, junto ao Largo da Carioca. Para atender às exigênciasda empresa, voltadas para a qualidade dos serviços prestados a seus clientes,buscou-se a tecnologia mais avançada aplicável à construção civil, segurançapredial e bancária, optando por materiais e arranjos espaciais dentro de umcontexto de máxima flexibilidade.

Estabeleceu-se como critério tratar com independência os componentesde durabilidade diferente, de modo a facilitar eventuais modificações. Assim, oselementos de acabamento e instalações são autônomos em relação àestrutura; no entanto, a modulação de todo o edifício, de 1,25m, permite aintegração de todos os projetos. Estruturalmente, a solução garanteflexibilidade no remanejamento dos espaços, através da eliminação de pilaresinternos, com vigas e lajes protendidas vencendo vãos de 15m.

A fachada, em painéis de alumínio anodizado, isolados com manta de lãde vidro e janelas de vidro “float” laminado, foi estudada para funcionar comoisolante térmico e acústico, além de dotar o edifício de expressão singular napaisagem urbana. Por sua aparência, recebeu a alcunha popular de“marmitão”.

SHOPPING AVENIDA CENTRAL - AV. RIO BRANCO C/ RUA SÃO JOSÉNa época de sua construção, em 1957/61, o edifício distinguiu-se por

uma série de características peculiares, não só com relação ao projetoarquitetônico de Henrique E. Mindlin, mas sobretudo à técnica construtiva eequipamentos utilizados. Localizada em terreno trapezoidal de 4.200m2, aedificação cobre a totalidade da quadra apenas nos três primeiros pavimentos,além dos dois subsolos. O aproveitamento comercial do embasamento permitiua redução da taxa de ocupação para 40% na torre de escritórios, semcomprometer o equilíbrio econômico do empreendimento.

A opção pela estrutura mista, pilares e vigas em aço e lajes em concretoarmado, estabeleceu ritmo industrial à obra, concluída em menos de dois anos.Para liberar as salas de escritórios dos elementos estruturais, os pilares foramlocalizados na face externa das fachadas, e revestidos por peças de alumínioespecialmente projetadas, como medida de proteção contra corrosão e fogo.

Entre os diversos equipamentos e sistemas pioneiros utilizados, cabedestacar os primeiros elevadores com comando eletrônico, sistema central dear condicionado e sistema pneumático de distribuição de água.

HENRIQUE EPHIM MINDLIN – DADOS BIOGRÁFICOSArquiteto modernista. Nasceu em São Paulo a 1o. de fevereiro de 1911,

filho de Joseph Mindlin, rico empresário judeu russo e irmão do conhecidomegaempresário José Mindlin. Formado em 1932 pela Escola de EngenhariaMackenzie, de São Paulo. Construiu muito em São Paulo, Minas Gerais e noRio de Janeiro. Autor do conjunto residencial para a Companhia SiderúrgicaMannesmann, em Barreiros, Minas Gerais (1955). No Rio, ganhou o 1o. Prêmio

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do concurso público para o projeto do novo prédio do Ministério das RelaçõesExteriores, (1942, não construído); Hotel na Praia Vermelha, Urca, (1946, nãoconstruído); Casa de campo de George Hime, Bom Clima, Petrópolis(1949/52); depois projetou o Edifício Avenida Central, hoje Shopping AvenidaCentral, na Av. Rio Branco, Centro (1957/61); Edifício do Banco do Estado daGuanabara, hoje BANERJ, na Av. Nilo Peçanha, Castelo (1963/6); Sinagoga daAssociação Religiosa Israelita, na Rua General Severiano, Botafogo (1958/68);Edifício Sede do Jornal do Brasil, na Av. Brasil, São Cristóvão (1966/9); CentroSocial do Congresso Israelita, na Rua Antônio Carlos, São Paulo (1953);Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza (1964); Hotel Rio Sheraton, na Av.Niemeyer, Praia do Vidigal (1968); Hotel Intercontinental, na Praia da Gávea,São Conrado (1968/71), e muitos outros.

Autor do livro “Modern Architecture in Brazil, editado no Brasil e naHolanda, pela Colibris (1956)”.

Henrique Mindlin faleceu em 1971.

ESTAÇÃO DO METRÔ - LARGO DA CARIOCAAs estações do Metrô tiveram em comum um critério de valorização dos

espaços públicos, através do dimensionamento das áreas de circulação, clarodirecionamento dos fluxos e da utilização de materiais resistentes e de fácilmanutenção. A estação Largo da Carioca, projetada em 1968 e entregue onzeanos depois, sob concepção de Sabino Barroso, Jayme Zettel e José Leal, nãodifere das demais, embora seja uma das maiores, com previsão de tráfegofuturo bastante intenso.

Dada sua importância dentro da cidade e da rede, os arquitetos optarampor torná-la um marco urbano, aflorando-a do solo e realçando-a com umacobertura de grande efeito plástico, que deixa transparecer evidente influênciado projeto de Niemeyer para o Iate Clube da Pampulha, em Belo Horizonte, de1961.

O projeto para o Metrô/Rio foi premiado pelo IAB-RJ em 1968.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - AV. RIO BRANCO/LGO DA CARIOCADesde 1944 lutava a Caixa Econômica por erguer sua sede própria.

Fundada em 1861, funcionara inicialmente no pavimento térreo da antigaCâmara dos Deputados, no sobrado da Cadeia Velha, onde hoje está o PalácioTiradentes. Em 1887, mudou-se para um palacete erguido na rua Dom Manuel,mas sua crescente expansão logo o tornou pequeno. Em 1940 passou a Caixapara um prédio na rua 13 de Maio, mas o sonho da nova sede nuncaesmoreceu. Em 1951 foi comprado o velho palacete do Liceu de Artes eOfícios, inaugurado em 1911 na avenida Rio Branco, ocupando toda a quadraentre esta avenida, a av. Almirante Barroso, rua Bittencourt da Silva e Largo daCarioca, um dos pontos mais nobres da cidade.

Em 1955 foi lançada a pedra fundamental do novo prédio, projetadopelos arquitetos Ney Gonçalves Fontes, Paulo Cardoso Mourão e João AlfredoOrtigão Tiedmann. Quando tudo estava já muito adiantado, ocorreu em marçode 1964 o Golpe de Estado, resultando no afastamento de toda a diretoria pormotivos políticos e a suspensão das concorrências, tendo sido todas as obrasparadas por cinco anos. Foi o edifício parcialmente inaugurado em 1970.Mereceu especiais estudos sua caixa-forte, com mil metros quadrados, portasde 25 toneladas e fechaduras com 100 milhões de combinações, executada

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pela mesma empresa que fez a caixas-fortes do Forte Knox, do Manhatann edo Federal Reserve Bank, nos Estados Unidos.

Este magnífico imóvel, que levou vinte anos para ser concluído, foi presade um incêndio em 1974 que destruiu-lhe toda a loja e vários pavimentos,sendo reconstruído em 1976. Foi batizado de “Palácio da Economia”.

EDIFÍCIO-SEDE DO BNDES - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTROProjeto de 1974 feito por uma equipe paranaense participante habitual

de concursos de arquitetura, formada por Alfred Willer, Joel Ramalho Jr., JoséSanchotene, Leonardo Oba, Oscar Mueller e Rubens Sanchotene, e que refletea conciliação de várias condicionantes. Por um lado, atendimento ao programa;por outro, restrições estabelecidas pela proximidade de um monumentohistórico, Convento de Santo Antônio, pela legislação local, que exigeproporcionalidade entre as áreas para estacionamento e escritórios.

Esta conciliação tornou-se possível com o partido adotado:aproveitamento integral do terreno ao nível do subsolo para fins deestacionamento e instalação de serviços específicos, e concentração dosescritórios em uma torre de base quadrada sobre embasamento em forma detronco de pirâmide que abriga o saguão de entrada, acessos principais ealgumas áreas destinadas à utilização especial.

O teto do embasamento forma uma cobertura ajardinada, que constituiuma continuação visual do morro do convento e da estação Carioca do Metrô.Devido ao revestimento em vidro fumê, que economiza a aparelhagem de arcondicionado, recebeu este edifício a alcunha popular de “Idi Amin”, emlembrança ao ex-ditador ugandense.

EDIFÍCIO-SEDE DO BNH - AV. CHILE - CENTROAs atividades administrativas do Banco Nacional da Habitação, extinto

em 1986, foram distribuídas em dois prismas de área interna livre, conjugadosa um terceiro, central, onde concentram-se circulações verticais, sanitários,áreas de apoio e de serviço. Este corpo é totalmente revestido de concreto, eos laterais são envoltos em cortinas de vidro intercaladas por montantescontínuos, contribuindo para a acentuada verticalidade da composição, que secompleta com um teatro (Nelson Rodrigues), implantado junto a espelhod`água no piso de acesso.

Projetou o prédio em 1968 os arquitetos Haroldo Cardoso de Oliveira eRogério Marques de Oliveira. Integram-se ao conjunto arquitetônico os painéis,esculturas e luminárias de Carybé, Freda Cavalcante Jardim, Ernani Macedo,Ion Muresanu, Roberto Sá e Pedro Correa de Araújo. É deste último o painelem mármore aplicado sobre a parede externa do teatro.

O povo carioca, sempre afeito à galhofa, cunhou ao prédio o apelido de“casa própria”.

EDIFÍCIO SEDE DA PETROBRÁS - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTROProjeto vencedor de concurso nacional em 1968 por um grupo de

arquitetos formados em São Paulo e estabelecido em Curitiba, formado porRoberto Luiz Gandolfi, José H. Sanchotene, Abraão Assad e Luiz Fortes Netto,todos com participação sistemática em concursos de arquitetura. O programasurgiu da necessidade de concentrar toda administração central da empresa,em terreno de 10 mil m2, na Esplanada de Santo Antônio, área central de

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ocupação recente cuja principal característica é a escala monumental dasedificações.

Contrariando a solução tradicional, que corresponderia a uma lâminavertical, os arquitetos conceberam uma estrutura quadrangular, guardandoconsiderável distância em relação às edificações vizinhas. Basicamente, oprojeto pode ser dividido em quatro setores: subsolos, embasamento, torre ecoroamento. Nos dois subsolos estão garagem e serviços gerais, noembasamento, térreo 1o. e 2o. pavimentos, recepção e espaços culturais e, nocoroamento, salas da diretoria e presidência e equipamentos detelecomunicações.

Os 21 pavimentos para escritórios correspondem à superposição deplantas em cruz ou em “H”, intercaladas por pavimentos quadrangulares. Osvazios decorrentes, para ventilação e iluminação dos ambientes, receberamtratamento paisagístico por Burle Marx. No núcleo central, única parte emalvenaria, estão concentradas circulações e serviços: sanitários, copas, 25elevadores, escadas, prumadas de instalações.

A estrutura projetada por Emílio Baumgart é modulada, com intercolúniode 12,5m e pilares em cruz, envolvidos por chapas de aço. Brises móveis dealumínio foram dispostos de acordo com a orientação solar: horizontais nafachada norte, e verticais, nas fachadas leste e oeste.

O formato inusual do prédio foi motivo para que o povo o alcunhasse de“colméia”.

CATEDRAL DE SÃO SEBASTIÃO - AV. REPÚBLICA DO CHILEDesde o século XVIII a Sé do Rio de Janeiro esteve em sedes

provisórias, haja vista a ruína da Igreja do morro do Castelo. Perambulou ocabido sucessivamente pelas igrejas da Santa Cruz dos Militares (1703/04 e1734/37), São José (1704/34), Rosário (1737/1808) e Carmo (1808/1976). Em1953 intentou-se construir a nova Catedral no Atêrro do Flamengo, mas, emseu lugar, construiu-se o Museu de Arte Moderna. Já em 1960, foi doado àMitra um extenso lote na esplanada de Santo Antônio, confirmada peloGovernador Carlos Lacerda em 1963. Neste mesmo ano, são feitas as plantaspelo arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, sendo a pedra fundamentallançada em 1964 pelo Cardeal e o Governador Lacerda.

A construção propriamente dita começou ano seguinte, pela firmaSevero e Villares. O formato cônico da Catedral exigiu fundações custosas eestruturas em concreto e aço muito complexas, demorando assim a construçãodoze anos. Com cem metros de base, noventa de altura e capacidade paramais de 10 mil fiéis, o conjunto só tomou a forma atual em 1971. Neste ano, oarquiteto Padre Paulo O.S.B., projetou todo o interior, sacristia e pia batismalalterando o projeto do arquiteto Edgar Fonseca.

A planta interna obedeceu à nova orientação pedida no SegundoConcílio Vaticano, de 1960, sugerindo que as novas igrejas não deveriamprivilegiar lugares internos, surgindo daí as famosas igrejas circulares. Adecoração interna é simples e ainda incompleta, ressaltando-se porém osquatro belos vitrais versando sobre as virtudes da Igreja Católica e os belospainéis que ladeiam o altar, talhados em esteatita por Humberto Cozzo em1971, que também executou o grupo escultórico da enorme cruz suspensasobre o altar. No subsolo, funciona um ossuário com 20 mil gavetas e capela,um ossuário Episcopal, Museu de Arte Sacra, Arquivo da Arquidiocese, Banco

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da Providência, Sedes de Pastorais, estacionamentos e escritórios, bem comooutras repartições da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Todo o conjunto, que se inspira nitidamente na Catedral de Brasília, foiinaugurado ainda incompleto em 16 de novembro de 1976, data comemorativado tricentenário do Bispado do Rio de Janeiro. Quando da visita ao Brasil doPapa João Paulo II, em junho de 1980, promoveu-se outra inauguração.

Em 1985 inaugurou-se a torre sineira, com seu carrilhão.

EDIFÍCIO SEDE DO BANCO BOAVISTA - PRAÇA PIO X/R. DA QUITANDAImplantado em lote de esquina no centro da cidade, este projeto de

Oscar Niemeyer, de 1946, apresenta solução de grande criatividade ao atenderà legislação vigente, que exigia o recuo do pavimento térreo visando a criaçãode galerias dos dois lados da av. Presidente Vargas.

O edifício compreende subsolo, térreo, mezanino e mais dezpavimentos-tipo, com planta livre. A estrutura é modulada e independente dafachada e a circulação vertical foi concebida em dois blocos, para atenderindependentemente ao banco e aos pavimentos destinados a aluguel.Elemento fundamental na composição é a parede de fechamento do térreo, emtijolos de vidro, de desenho sinuoso e elegante que valoriza a volumetria doedifício e enriquece o ambiente interno da agência bancária.

As três fachadas receberam tratamento diferenciado: a fachada sul(frontal), sobre a qual praticamente não incide sol, é inteiramente envidraçada;a oeste(lateral) foi tratada com quebra-sol vertical de madeira, ajustável àmudança de angulação de incidência solar conforme a época do ano; e anorte(posterior) foi resolvida com brises horizontais estruturados em placasfixas de concreto. O painel em mosaico no pórtico de entrada é de autoria dePaulo Werneck e o mural no mezanino, de Cândido Portinari.

O prédio é tombado pelo Estado.

EDIFÍCIO SEDE DO BANCO ALIANÇA (HOJE ITAÚ) - PRAÇA PIO X, 99Prédio singelo projetado por Lúcio Costa em 1960, que busca superar as

condições desfavoráveis do lote urbano com solução de grande simplicidade eadequação plástica e funcional.

Na fachada nota-se a reinterpretação de elementos tradicionais dearquitetura no Brasil, como a treliça e o azulejo, ajustando-os às exigências ecomportamentos contemporâneos, e com função de amenização do impactosolar no posicionamento do lote.

No coroamento do edifício há liberação de uma área frontal comintrodução de terraço-jardim de grande efeito para as áreas internasadjacentes.

BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL - AV. PRES. VARGAS - CENTROFruto de tumultuado concurso público nacional, vencido em 1985 pelo

arquiteto Glauco Campello, a Biblioteca respondeu ao objetivo de proporcionarum ambiente aberto e confortável aos interessados em leitura, pesquisa eestudos. Durante o desenvolvimento do projeto, o arquiteto decidiucompatibilizá-lo à estrutura montada pela administração estadual paraconstrução dos CIEPs, empregando peças pré-fabricadas em concreto que,quando articuladas, originam um arcabouço capaz de ser construído em curtoprazo.

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Os espaços arquitetônicos são definidos pela própria estrutura: no nívelsemi-enterrado estão os serviços de apoio, pequeno auditório e salas de usosmúltiplos, e no térreo grandes salões para sistemas de comunicação nãoconvencionais, espaços para exposições e biblioteca. A parte superior, à qualse tem acesso por rampa ou escada, é totalmente destinada à leitura, e recebeiluminação através da cobertura. O espaço é amplo e generoso e oscompartimentos(salas de leitura e vídeo) tem divisórias à meia-altura, para nãocomprometer a continuidade espacial. Há previsão para um bloco anexo,destinado à administração.

CENTRO DE CONTROLE OPER. E DE MANUTENÇÃO DO METRÔConjunto destinado a abrigar o setor administrativo, centro de controle

operacional e de manutenção do Metrô. Na ocupação da área, um amploterreno na av. Presidente Vargas, próximo à Praça XI, a equipe da IESA -Internacional Engenharia S. A ., que o projetou em 1981, considerou asconstruções existentes ao longo da av. Presidente Vargas e o viaduto SãoSebastião, que corta o terreno no sentido transversal.

Embora projetadas independentemente, nota-se a preocupação emdotar as unidades de ritmos complementares, ainda que com tratamentobastante diferenciado. O centro de controle, localizado num dos extremos doterreno, é o volume dominante do conjunto, com sua fachada movimentada porelementos de concreto e vidro. Já os galpões do centro de manutenção, comgaragens e oficinas para reparo de trens e equipamentos, têm cobertura deabóbadas de concreto. As edificações complementares: refeitório, posto deabastecimento, almoxarifado, etc., constituem unidades autônomas,organizadas ao longo do eixo longitudinal do terreno.

CENTRO EDUCACIONAL CALOUSTE GULBENKIAN - PRAÇA XIO programa objetivava a criação de uma escola para monitores e

especialização de professores de artes plásticas, cênicas e musicais. A parteprática seria exercida em pequena escola anexa, atendendo a alunos de jardimde infância e primário, a ser integrada à rede de ensino estadual. O projeto foidesenvolvido em 1968 pelas arquitetas Rizza Paes Conde e Cleia Braga, naSecretaria de Educação, a partir de extensa discussão com professoresespecializados que, posteriormente, viriam a fazer parte do corpo docente daescola.

Atendendo posturas urbanísticas da área e, simultaneamente, visandosimplicidade na construção e uso, adotou-se solução horizontal, com trêspavimentos, que abrigam espaços organizados de acordo com as afinidadesentre cursos. O conforto térmico-ambiental é garantido por dois pátios internos,circulações cruzadas de ar, controláveis nos diversos ambientes, varandas e“brise-soleil” nas fachadas ensolaradas. Concreto e tijolos aparentes são osmateriais predominantes.

PASSARELA DO SAMBA - R. MARQUÊS DE SAPUCAÍ - CATUMBI/PÇA XIOs trabalhos mais recentes de Oscar Niemeyer, em oposição a seus

trabalhos iniciais, caracterizam-se pela escala monumental, e são sempreponto focal de polêmicas acirradas. A Passarela do Samba, primeira obradessas proporções no Rio, veio substituir o tradicional monta-desmonta dasarquibancadas para o carnaval. Além da passarela, o “Sambódromo” inclui

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escolas para 16 mil alunos, Museu do Carnaval e Praça da Apoteose,introduzida como inovação nos desfiles, com espaço para festivais e atividadesculturais.

A configuração peculiar do terreno interferiu no partido e na definição daimplantação: de um lado da avenida foi implantado um longo bloco decamarotes e, do outro, as arquibancadas, separadas em seis blocos de 30msobre pilotis para permitir ao povo acompanhar o desfile em toda suaextensão(na verdade, este espaço passou a ser ocupado por cadeiras, decomercialização garantida). O final da passarela se abre numa grande praça, aApoteose, coroada com um arco que assinala o fecho da composição esustenta o equipamento de som.

O concreto, elemento fundamental na arquitetura de Niemeyer, foiadotado em elementos pré-fabricados, viabilizando prazos reduzidos deexecução. No caso em questão, a obra foi inaugurada em princípios de marçode 1985, depois de apenas 120 dias de construção. A pista de desfiles mede50m x 700m, totalizando 35 mil m2. A Praça da Apoteose possui 300m deextensão e 24 mil m2 de área. As arquibancadas podem conter um máximo de86 mil pessoas sentadas. A área total de construção atinge a 65 mil m2. Aaltura máxima das estruturas atinge 18m(altura de um prédio de seis andares).10 mil pessoas são necessárias para mantê-la funcionando nos quatro dias decarnaval. 16 ruas são fechadas nessa ocasião. Quatro passarelas de pedestressão retiradas para passarem os carros alegóricos. Quatro meses depreparação são necessários para funcionar os quatro dias de carnaval. Oscabos elétricos para iluminação da pista atingem 17km se enfileirados. Foicalculista da obra o engenheiro José Carlos Sussekind.

Dirigiu a construção o engenheiro Luís Otávio Brizola. A construção foiexecutada sob consórcio de várias empresas, em especial a Mendes Júnior,Carioca, Erevan e Presidente.

OSCAR NIEMEYER SOARES FILHO - DADOS BIOGRÁFICOSNasceu no Rio de Janeiro em 1907, filho de pais abastados, com

tradição de grandes engenheiros na família. Arquiteto, diplomou-se em 1934pela Escola Nacional de Belas Artes. Trabalhou inicialmente no escritório deLúcio Costa, como desenhista. Fez parte da equipe que, à partir de 1936,projetou o prédio do Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, partindode um estudo de Le Corbusier. Chefiou essa equipe a partir de 1939, emsubstituição a Lúcio Costa, com quem projetou, no mesmo ano, o Pavilhão doBrasil na Feira Mundial de Nova York, tendo colaborado nesse projeto oarquiteto Paul Wiener. Executou os projetos para o bairro da Pampulha, emBelo Horizonte: Capela, Cassino, Casa de Bailes e Iate Clube, entre 1942 e1943. Projetou o Grande Hotel de Ouro Preto (1940) e o Colégio de Diamantina(1943), para o SPHAN, numa tentativa ousada de combinar o mais preciosoconjunto de arquitetura colonial com a construção moderna. O arrojo daplástica e a originalidade da concepção já eram, então, característicasmarcantes da obra de Niemeyer.

Projetou e executou o Hospital da Sulamérica (1949); sua casa nasCanoas (1951); conjunto do Parque Ibirapuera, em São Paulo (1951/54), paraas comemorações do IV Centenário da capital paulista; Museu de ArteModerna, em Caracas (1953); Quarteirão Hansa, em Berlin (1955); além demuitíssimos outros projetos no Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Foi o autor dos

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grandes conjuntos de Brasília: Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada,Supremo Tribunal Federal, Palácio do Congresso, Ministérios, PalácioItamaraty, Catedral, Universidade, Teatro Nacional, blocos residenciais, etc.,(1957-1967); e, em época mais recente, o Memorial JK, em 1983.Impedido de trabalhar pelo regime militar, auto-exilou-se na Europa em fins dosanos sessenta, tornando, por sua vez, sua obra universal, com construções naUnião Soviética, França, Itália, Argélia, Angola, Israel, Portugal, etc.Retornando ao Brasil na década de setenta, recebeu muitas encomendas,principalmente no Estado do Rio de Janeiro: CIEPs (1983-92), com mais decem construídos; Sambódromo (1983-84); bem como projetos menores, casas,monumentos, o belíssimo Museu de Arte Contemporânea, de Niterói (1995-97),considerado por ele mesmo sua obra prima; e o Memorial da América Latina,em São Paulo (1996-98), onde expõe, no concreto sem revestimento, demaneira artística e crítica e na cidade mais rica da América Latina, toda aopressão sofrida por este continente em séculos de colonialismo e exploração.

É considerado pela crítica mundial como o maior arquiteto vivo doocidente, bem como possuidor de obra mais vasta. É também refinado escritor,artista plástico, designer e desenhista. Em suas obras, justifica a falta defuncionalidade em alguns projetos informando ser a criação da beleza aprincipal função da arquitetura. Ainda trabalha muito, não poucas vezes semcobrar, principalmente se o projeto possui cunho social.

ARQUIVO GERAL DA CIDADE - RUA AMOROSO LIMA, 15 - PRAÇA XIA construção de um novo prédio para o arquivo geral do Rio de Janeiro,

obra de 1977 feita por Édison e Edmundo Musa, surgiu da necessidade derecolher em local adequado toda a documentação espalhada pelas repartiçõesmunicipais.

Seguindo o programa elaborado pela prefeitura, a edificação foiprojetada respeitando com folga os afastamentos e resultou numa plantaretangular que obedece à modulação 1,25m x 1,25m, com prumada decirculação vertical e instalação em corpo anexo. A solução estrutural adotoupilares periféricos e lajes protendidas que garantem salões livres deobstáculos. Em todos os andares onde há salas para armazenamento, as quaisnão possuem janelas para evitar incidência de luz sobre os documentos,existem também locais de consulta pública.

Por medida de segurança, foram localizadas em andares alternadossalas de estar especialmente para fumantes, dotadas de exaustão própria.Existe previsão para acréscimo de um segundo bloco, semelhante aoexecutado, em lote anexo.

URBANIZAÇÃO DO PARQUE DO FLAMENGO - ATERRO DO FLAMENGOProposta urbanística de reorganização viária e paisagística da orla da

cidade, entre o centro e a zona sul. A área, com cerca de 1.200 mil m2, foiconquistada ao mar entre 1954-65 com material proveniente do desmonte domorro de Santo Antônio, na área central. O projeto elaborado em 1962 tirapartido da situação privilegiada que reúne ao mesmo tempo o cenário dasmontanhas e o mar. A proposta do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que naépoca exercia a direção do Departamento de Urbanismo da Prefeitura, era criarum grande parque urbano, cortado por vias expressas de ligação centro-zonasul. No plano original, parcialmente executado, estavam previstos locais e

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instalações adequadas para prática de esportes, espetáculos diversos,piqueniques, restaurantes, etc., beneficiando várias faixas etárias. A segurançados pedestres foi assegurada por passagens subterrâneas e passarelasdispostas ao longo do parque. A concepção paisagística foi entregue a BurleMarx, e em muito contribuiu para o enriquecimento do conjunto, já que a áreaajardinada corresponde a mais de 900m2. Foi inaugurado a 12 de outubro de1965 e até 1980 era o maior parque urbano do mundo. O Parque GovernadorCarlos Lacerda e Brigadeiro Eduardo Gomes, nomenclaturas corretas dologradouro, apresenta ao longo de sua área importantes atrativos turísticos,entre os quais:

MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIROHISTÓRICO

Fundado no Rio de Janeiro em 1948 por um grupo de intelectuais,destacando-se entre eles Niomar Muniz Sodré e Raymundo de Castro Maya, oMAM surgiu humilde, num salão do segundo andar do Palácio GustavCapanema. Com o crescimento do acervo, se impôs a necessidade de umamoderna sede. Foi então contratado o arquiteto Affonso Eduardo Reidy, queapresentou um projeto de vanguarda em 1953, para ser edificado no Aterro doFlamengo, o qual apenas existia em projeto. Iniciado em 1955, foi entregue aopúblico em 1967, três anos após a morte do arquiteto e faltando erguer oteatro, o que se mantém até hoje (2.005).

A CONTRIBUIÇÃOLugar historicamente privilegiado da vanguarda e do experimentalismo

no país, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro viu nascer parteconsiderável de nossos movimentos artísticos e lançou muitos de nossosartistas mais importantes. Do Grupo Frente (1954), formado a partir da primeiraturma de adultos de Ivan Serpa no MAM, ao Neoconcretismo (1959); do Ateliêde Gravura (1959) à Nova Objetividade Brasileira (1967), passando pelasexposições "Opinião 65" e "Opinião 66"; das mostras Resumo JB (1964- 1972)aos Salões de Verão (1969- 1974); dos Domingos da Criação (1971) à ÁreaExperimental (1975- 1976), foram incontáveis os eventos e os artistas que peloMAM passaram, ou nele tiveram uma referência fundamental para oflorescimento de suas obras.

O PRÉDIOA dinâmica do programa incentivou o arquiteto Affonso Eduardo Reidy

na busca de soluções extremamente criativas e avançadas para a época(1953), o que resultou numa das obras fundamentais da arquitetura modernabrasileira. Foi critério básico do projeto evitar que a implantação do edifício, emárea aterrada, perturbasse a harmonia do entorno, composta pela Baía deGuanabara e pela silhueta do Pão de Açúcar. Este respeito à paisagemmotivou solução predominantemente horizontal, em contraposição ao perfilmovimentado pelas montanhas. Organizou-se o conjunto em três blocos:museu, escola e teatro (não concluído). O corpo do museu se impõe aosanexos por suas dimensões e pela volumetria marcante, com solução estruturalsemelhante a adotada por Reidy para o projeto do colégio Paraguai-Brasil. Estebloco, concluído em 1967, foi concebido de forma a manter livre o pavimentotérreo, permitindo à visão atravessá-lo sem obstáculos. Especial atenção foidada à galeria de exposições, projetada com área de aproximadamente 3.400m2, livre de pilares, com total flexibilidade na utilização de espaços. Seu piso

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repousa sobre uma das pontas do pilar em “V”, enquanto a laje de teto ésuspensa por tirantes de aço até a viga transversal que, unida aos pilareslaterais, forma o arco predominante em toda a composição. Os jardins quecircundam o edifício, bem como o terraço-jardim situado na cobertura do bloco-escola são de Burle Marx.

A TRAGÉDIAEm 1978, um incêndio destruiu o bloco de exposições e o acervo, de

valor incalculável, tendo como conseqüência a perda de 950 peças, entre asquais obras de Picasso, Salvador Dali, René Magritte, Jackson Pollock, TorresGarcia, Portinari e Di Cavalcanti.

RECONSTRUÇÃOImediatamente após o trágico acidente que chocou o meio cultural de

todo o mundo, começaram as manifestações de solidariedade sob a forma dedoações de artistas, instituições e mesmo de governos - como o da França,que enviou ao obras como a de Pierre Soulages - mas os esforços dereconstrução do acervo foram largamente prejudicados por crises sucessivasda economia brasileira. Foi necessário um longo período de pequenas adiçõespara que a coleção do Museu voltasse a ocupar seu lugar de destaque.Atualmente, com cerca de onze mil obras, ela dispõe de esculturas e pinturasde artistas de renome internacional como Fernand Léger, Alberto Giacometti,Jean Arp, Henry Moore, Barry Flanaghan, Bourdelle, Poliakov, Henri Laurens,Marino Marini, Max Bill, César, Lipchitz, Carlo Carrà e Lucio Fontana. Além dacoleção internacional, há um grupo notável de artistas latino-americanos, entreeles Joaquim Torres García, Cruz Díez, Jorge de la Vega, Romulo Macció, XulSolar, Antonio Seguí e Guillermo Kuitca, além de brasileiros como BrunoGiorgi, Maria Martins, Di Cavalcanti e, naturalmente, representantes doneoconcretismo como Lygia Clark, Helio Oiticica, Franz Weissmann, Amílcar deCastro e Wyllis de Castro.

A DOAÇÃO CHATEAUBRIANDDesde 1993, o Museu de Arte Moderna recebeu, em regime de

comodato, um reforço dos mais notáveis para seu acervo. A Coleção GilbertoChateaubriand, internacionalmente conhecida como o mais completo conjuntode arte moderna e contemporânea brasileira, e cujas cerca de quatro mil peçascompõem um impressionante painel do período em um só museu do País. Acoleção tem trabalhos pioneiros da década de 10, como os de Anita Malfatti(duas paisagens de 1912 e O Farol, de 1915), e prossegue através domodernismo de Tarsila do Amaral (o Urutu, de 1928), Lasar Segall, DiCavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, Pancetti, Goeldi eDjanira, entre outros. Desenvolve-se através dos embates dos anos 50 entregeometria e informalismo, das atitudes engajadas e transgressoras da NovaFiguração dos anos 60 e da arte conceitual da década seguinte, dos artistasque constituíram a Geração 80, até desembocar nos mais jovens artistassurgidos nos dois ou três últimos anos. O colecionador reuniu praticamentetodos os artistas que conquistaram um lugar de destaque internacional para aarte brasileira: Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Antônio Dias, Rubens Gerchman,Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, ArturBarrio, Antônio Manuel, Jorge Guinle, Daniel Senise, José Bechara, RosangelaRennó e Ernesto Neto, e centenas de outros não menos destacados (são cercade 400 artistas no total). Renovada através de aquisições que o colecionadorfaz periodicamente, em especial junto a artistas jovens e ainda não

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consagrados pelo circuito de arte, a Coleção Gilberto Chateaubriand é sempreapresentada em exposições temáticas, não somente nas dependências doMuseu, mas igualmente através de exposições itinerantes dentro e fora doPaís.

Somado a esta coleção por si só impressionante, o Museu de ArteModerna abriga, ainda, um terceiro conjunto igualmente expressivo, com cercade quatro mil obras de fotógrafos brasileiros, que compõem um terceiro acervo,adquirido em parte graças a uma dotação especial da White Martins. A coleçãode fotografia do MAM, ainda em fase de tratamento museológico, está sendopreparada para ser brevemente apresentada ao público em ciclos deexposições temáticas.

O PRESENTEDotado de um arquivo que remonta a milhares de documentos,

cinemateca e uma extensa programação de cursos, palestras e exposições, oMAM é um museu vivo, que soube superar as adversidades e enfrentar oséculo XXI como um dos mais ativos centros culturais do Rio de Janeiro.

MONUMENTO NACIONAL AOS MORTOS DA 2A. GUERRA MUNDIALLocalizado na Avenida Infante Dom Henrique, no Parque do Flamengo,

na Glória, em frente à Praça Paris. Teve sua construção iniciada graças aoMarechal Mascarenhas de Moraes, em 24 de junho de 1957, terminandoexatamente três anos depois e sendo inaugurado a 05 de agosto de 1960. Seuprojeto de construção foi de autoria dos arquitetos Hélio Ribas Marinho eMarcos Konder Netto, escolhido em concurso público nacional. O monumento,com 6.850 m2, custou 115 milhões de cruzeiros. Está situado numa praçaajardinada, com 10 mil metros quadrados (Praça Pistóia) e é constituído de trêsplanos: sub-solo, patamar e plataforma. No sub-solo, com 1.600m2, estãolocalizados o Mausoléu, a Administração e os Alojamentos da Guarda.

O Mausoléu, pavimentado com granito de Ouro Preto, com as paredeslaterais revestidas em quartzito verde e as do topo com granito preto, lustrado emármore floresta serrado. Este Mausoléu acha-se dividido em duas partesdistintas, estando numa delas, 468 jazigos, agrupados em 11 quadrasalternadas, divididas por uma floreira de alumínio anodizado, em negro,revestidos de granito preto e com lápides de mármore de Carrara. Destes 468jazigos (4 marinheiros, 7 aviadores e 457 soldados), 15 não possuemidentificação, achando-se vazios 2 deles e 13 com a seguinte inscrição: “Aquijaz um herói da FEB - Deus sabe seu nome”. Na parede lateral esquerda,encimando o quartzito verde, estão gravados em mármore, os nomes dos1.121 mortos da Marinha Mercante e da Marinha de Guerra, vítimas detorpedeamento e os soldados do Exército não identificados na Campanha daItália. O mais velho contava 40 anos e o mais moço 19. Os soldados AntenorGhirlanda (SP), Attílio Pífer (SP) e Constantino Maroqui (PR), foram osprimeiros a falecer em ação, a 21 de setembro de 1944, quinze dias após oinício das operações de guerra.

No patamar estão: o museu, jardim interior, lago artificial, 01 conjunto demastros e 02 enormes painéis de cerâmica, feitos pelo artista Anísio Medeirospara homenagear as marinhas de guerra e mercante.

A plataforma, de concreto armado, a 03 metros do solo, é atingida pormonumental escadaria, com 30 metros de largura e 26 degraus. Tem o formatode um “L” maiúsculo e nela são encontrados: o pórtico monumental, inspirado

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nos monumentos funerários da pré-história; o painel metálico, de autoria deJúlio Catelli Filho, representando a Força Aérea Brasileira; o túmulo do SoldadoDesconhecido, com a pira eterna; a pirâmide triangular, com os nomes dosrealizadores do Monumento; e, finalmente, o grupo escultórico, de autoria deBruno Giorgi, homenageando as três Forças Armadas.

Este Monumento é guardado pelas três Forças Armadas do País, que serevezam às 12:00h do dia 1o. de cada mês, numa “rendição da guarda”, que seconstitui num dos mais belos espetáculos cívico-militares da cidade.

Visitado diariamente por centenas de pessoas, do País e do Exterior,não passando em momento algum a idéia de que seja um monumento aosmortos, e sim à vida eterna.

HÉLIO RIBAS MARINHO – DADOS BIOGRÁFICOSArquiteto. Nasceu em Belém do Pará em 1924. Graduado pela

Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil em 1948. Autor,em colaboração com Marcos Konder Netto, do projeto do Monumento Nacionalaos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Parque do Flamengo (1955/60).Projetou o Banco da Amazônia em Belém, Pará. Autor de muitos projetos dealbergues para imigrantes no Vale do São Francisco. Projetou e construiumuitas residências na Cidade do Rio de Janeiro e em Correias, Petrópolis.Professor da Faculdade Nacional, da Universidade Santa Úrsula e de outrasinstituições.

Durante o regime militar foi proibido de exercer o magistério.

MARCOS KONDER NETTO – DADOS BIOGRÁFICOS.Arquiteto, nascido em Santa Catarina em 1927. Formou-se em 1950

pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil e trabalhoucom Affonso Eduardo Reidy e Sérgio Wladimir Bernardes. Em 1955 foivencedor, em colaboração com Hélio Ribas Marinho, do Concurso Nacionalpara a escolha do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda GuerraMundial, construído no Parque do Flamengo em 1955/60. Vencedor eclassificado em vários concursos nacionais, obteve, em 1961, Menção Honrosana VI Bienal de São Paulo e, em 196, Menção Honrosa (em colaboração comUlisses Burlamaqui) no Concurso Peugeot, de âmbito internacional, e realizadona Argentina. Ocupou a Presidência do Instituto de Arquitetos do Brasil –Departamento da ex-Guanabara, no período de 1965/7.

É arquiteto do Serviço Público desde 1952 e Professor Assistente daFaculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio deJaneiro desde 1955. No período 1950/60, foi um dos responsáveis pelomovimento de reação, entre os jovens arquitetos, contra o caráterexcessivamente racionalista da arquitetura brasileira de então. Entre suasobras podem ser citadas: o Monumento Nacional aos Mortos da SegundaGuerra Mundial, mencionado acima; Pôsto de observação de corridas delanchas, na Ilha do Governador; Conjunto da Estação do Oleoduto Rio-BeloHorizonte da Petrobrás, em Caxias; Centro de Formação Profissional do SENAI– Serviço Nacional da Indústria, em Fortaleza; Centro Social e Desportivo doSESI – Serviço Social da Indústria, em Barra do Ceará; residência NunesSumares em Petrópolis; Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova,Rio (1976/8). Restaurante Porção Rio`s, no Parque do Flamengo (1978, emcolaboração com Hélio Ribas Marinho), e muitas outras mais.

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ANÍSIO DE ARAÚJO MEDEIROS – DADOS BIOGRÁFICOSArquiteto, desenhista, pintor e cenógrafo, Anísio Medeiros nasceu no

Piauí, em 1922. Realizou sua primeira exposição de pinturas em 1944.Formou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura em 1948. Conquistou oprêmio de viagem ao estrangeiro no Salão Nacional de Arte Moderna (1956).Premiado na VIII Bienal de São Paulo com um trabalho de cenografia (1966).Autor dos três painéis (dois trabalhos em cerâmica sobre as marinhas deguerra e civil, e um grande afresco sobre a guerra e a paz) no MonumentoNacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (1960). Exerceu o magistériode artes na Universidade Santa Úrsula (1977).

Já é falecido.EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS DO PARQUE DO FLAMENGODentro da proposta urbanística de reorganização viária e paisagística,

estabelecida pelo projeto para o Aterro do Flamengo, enquadram-se osequipamentos comunitários de requintada concepção arquitetônica, do próprioarquiteto Affonso Eduardo Reidy. Os dois pavilhões de recreação, o coreto, e apista de espetáculos ao ar livre, foram projetados em concreto armado, comlinguagens plásticas semelhantes. Houve a preocupação de valorizar cadaequipamento com um volume significativo, coerente com o conjunto de obrasdo entorno. Integra ainda o plano de Reidy o viaduto em frente ao Museu deArte Moderna, obra viária das mais elegantes, cuja estrutura em concretoprotendido (100m de comprimento, 10m de largura e 50m de vão) se lançasuavemente em curva sobre a pista e pousa entre os jardins de Burle Marx.

MARINA DA GLÓRIA - AV. INFANTE D. HENRIQUE S/NO. - PQ. DO FLAM.A ampla área criada com o aterro do Parque do Flamengo foi destinada

à construção de espaços para lazer com diversos equipamentos comunitários,restaurantes e marina, esta última projetada por Amaro Machado em 1976-78,e implantada em frente à enseada da Glória. O nível do aterro existente, com5m acima da maré média, foi considerado inadequado à finalidade doprograma, tendo sido a cota geral reduzida para 2m. Neste nível foi implantadaa sede, num só pavimento, com dependências para administração,treinamento, serviços de apoio e comercialização de artigos náuticos edepósito para 144 barcos de diversas categorias até 18 pés. Sua cobertura éum terraço-jardim que se prolonga pela praça, determinando uma interaçãocom o meio, o que traduz o cuidado do arquiteto em não agredir a paisagem.Foram projetados ancoradouros para 200 barcos de vários tamanhos, cada umcom instalações independentes de água e luz. Dentre os barcos ali amarrados,são atrações turísticas: o Iate Lady Laura III, de Roberto Carlos; o IateCasablanca, da Saveiro`s Tour, e outros. Possui estacionamento próprio.

RESTAURANTE PORCÃO RIO`S - AV. INFANTE D. HENRIQUE, S/N.O restaurante integra-se ao projeto de urbanização para o Parque do

Flamengo, tombado pelo IPHAN. Na elaboração do projeto, em 1978, a falta deum programa definido levou o arquiteto Marcos Konder Netto a uma concepçãoque admitisse grande flexibilidade de uso. Assim, foram previstos restaurante,salão de banquetes e recepções e bar. O terreno plano, debruçado sobre aBaía de Guanabara, induziu a um partido que favorecesse o desfrute da vista.

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Para reforçar tal objetivo, o piso do restaurante foi elevado 1,20m em relaçãoao nível do terreno, permitindo a criação de um nível semi-enterrado onde selocalizam os serviços de apoio. A cozinha foi estrategicamente localizada nocentro do prédio, de modo a servir a todos os setores, sem cruzamento decirculações. Uma vez que o prazo de execução era um fator fundamental,optou-se por uma solução estrutural modulada, com vãos de 5m x 5m, emconcreto aparente. Elemento marcante no conjunto, a cobertura em “cascas”de concreto armado, tipo abóbada de aresta, fechadas lateralmente por placastranslúcidas em tom avermelhado, cria internamente uma atmosfera atraente, ecompõe com as vigas perimetrais, em arco abatido, que delimitam as varandas.O volume cilíndrico do castelo d`água, em concreto aparente, aflora do teto dorestaurante em contraposição à horizontalidade dominante.

MONUMENTO A ESTÁCIO DE SÁ - MORRO DA VIÚVA - FLAMENGOInaugurado em 01o. de março de 1973, todo em pedra do Rio de

Janeiro, tendo sido projetado pelo arquiteto Lúcio Costa. Possui dois níveis. Noinferior, está uma cópia do marco de fundação da cidade e a réplica da campamortuária de Estácio de Sá, fundador do Rio de Janeiro (1542-1567). No andarsuperior, o marco comemorativo em forma de pirâmide, sendo que um dosvértices aponta para o morro Cara-de-Cão, local histórico da fundação. Erapara também servir de mausoléu ao fundador, mas os Padres Capuchinhos,guardiães das relíquias do primeiro Governador, não cederam os restosmortais, alegando ser disposição testamentária de Estácio ser sepultadonaquele solo sagrado.

CIEP PRESIDENTE TANCREDO NEVES - RUA DO CATETE, S/NO. - CAT.Os CIEPs - Centros Integrados de Educação Pública, ou “brizolões”,

como são conhecidos, fazem parte do Programa Especial de Educaçãolançado pelo Governo do Estado durante a gestão de Leonel Brizola, queprevia expandir a rede pública através da construção de 500 unidades em todoo Estado, além das “Casas da Criança”. Trata-se de projeto de OscarNiemeyer, concebido em 1986 para atender a programa ambicioso: nãoapenas instruir mas dar apoio ao desenvolvimento das crianças e toda acomunidade local. Desse propósito, surgiu a idéia de agrupar no térreo serviçosque pudessem ser utilizados independentemente da escola: refeitório, cozinha,gabinete médico/dentário, além de ginásio e biblioteca em dois volumesautônomos. Nos dois pavimentos superiores alinham-se 20 salas de aula comcapacidade para 30 alunos cada. A intenção de conciliar economia,funcionalidade e rapidez na execução guiou a concepção e o detalhamento daspeças pré-fabricadas em concreto armado que compõem todo o corpo daedificação. O peso e a dimensão dos elementos, cada pilar-viga alcança aaltura total do prédio, dificultam o acesso deste sistema a certos locaispeculiares do Rio, como morros e favelas.

EDIFÍCIO SEDE DA MANCHETE - RUA DO RUSSEL, 804 - GLÓRIATrata-se de edifício construído em duas etapas (1966 e 1976), para

sediar a Bloch Editores, concebido por Oscar Niemeyer a nível de estudopreliminar e desenvolvido pelo departamento de arquitetura da empresa. Oprojeto procurou adaptar o programa ambicioso ao terreno exíguo, definindoum bloco principal, com 12 pavimentos e subsolo que ocupa toda a testada do

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terreno, e um teatro situado nos fundos, ao qual se tem acesso peloterraço/jardim ao nível do 3o. piso. A estrutura do bloco principal correspondebasicamente a três linhas de pilares, que configuram andares corridosorganizados por divisórias de madeira e vidro. Em relação aos materiaisempregados, o cliente fez questão de escolher todos os acabamentos, semrestrições econômicas.

EDIFÍCIO GUARABIRA – PRAIA DO FLAMENGO, 92 –FLAMENGO

Grande edifício de apartamentos projetado em 1953 pelos IrmãosRoberto (Marcelo, Milton e Maurício), esse prédio de linguagem moderna,incorpora uma fachada articulada, marca registrada dos projetos dos IrmãosRoberto no período, bem como elementos de plástico no fechamento dos vãosque dão para a rua. Foi o último projeto do famoso trio de arquitetos, que ficariadesfalcado com a morte de Milton naquele ano.

COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO – RUA COSME VELHO, 241 – COSMEVELHO

Fundado pelos Padres Lazaristas da Congregação da Missão. O prédio,em si, é um marco da arquitetura moderna, projetado em 1956 pelos arquitetosRolf Hüther e Paulo Machado. O terreno com 16.500 m2 e topografiaacidentada, com acesso direto à Rua Cosme Velho, foi adquirido com a duplafinalidade de abrigar a residência dos Padres Lazaristas – construída naencosta – e colégio, na área plana. A área destinada ao colégio, com cerca de2.400 m2, determinou o partido longitudinal em vários pavimentos, visandodeixar o máximo de espaço livre para recreação. Foram localizadas nos doisprimeiros pavimentos as salas de aula convencionais, de uso mais freqüente;no terceiro, as de uso eventual, como laboratórios, desenho e história natural; eno último, o auditório, de uso esporádico. O ruído constante do tráfego definiu aorientação das salas de aula para o interior do terreno, ficando a circulaçãomais exposta à rua, e protegida por painéis de cerâmica vazada, que atendemao mesmo tempo à iluminação e ventilação dos ambientes. No geral, foramadotados materiais que mantivessem seu aspecto original com manutençãomínima, como revestimento plástico nas paredes e pisos, cerâmicas e pastilhasnas fachadas.

CLUBE HEBRAICA – RUA DAS LARANJEIRAS, 346 – LARANJEIRASA Hebraica, Sociedade Cultural, Esportiva e Recreativa foi fundada em

1954, na Rua das Laranjeiras. Sua sede, bastante moderna, foi projetada peloarquiteto Henrique Mindlin, sendo inaugurada em 1960. É o maior centrocultural-recreativo fundado pelos judeus no Rio de Janeiro, animandoconsideravelmente a vida social do bairro.

EDIFÍCIOS NOVA CINTRA/BRISTOL/CALEDÔNIA – RUA GAGOCOUTINHO, 66 E RUA PAULO CÉSAR DE ANDRADE, 70 E 106 – PARQUE

GUINLE – LARANJEIRASConjunto Residencial do Parque Guinle, composto por três edifícios

projetados por Lúcio Costa em 1947 e construídos de 1949 a 1954. destacam-

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se na paisagem por sua concepção plástica arrojada e o uso de combogós nasfachadas atingidas pela insolação da tarde. Nas outras, o arquiteto usoumateriais plásticos e concreto.

O conjunto é tombado pelo IPHAN desde 1986.

CONSULADO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA – RUAPRESIDENTE CARLOS DE CAMPOS, 417 - ESQUINA DE RUA PINHEIRO

MACHADO – LARANJEIRASConstrução moderna sob pilotis e grande balanço, projetada em 1952

pelo arquiteto alemão Erich Marchio, mas, por fatores diversos, só completadaem 1965. Na mesma ocasião, o Governador Carlos Lacerda inaugurou emfrente à Escola Estadual Anne Frank, o que causou certo constrangimento.

ESTAÇÃO DO METRÔ – RUA NELSON MANDELA – BOTAFOGOInaugurada em 1o. de setembro de 1981, pelo Presidente João Batista

de Oliveira Figueiredo, o Ministro dos Transportes Mário David Andreazza e oGovernador Antônio de Pádua Chagas Freitas. O projeto da estação, cujaconstrução se arrastou por dez anos, é muito pobre e ainda hoje incompleta, édo arquiteto Sabino Barroso. Por mais de 15 anos foi a estação terminal doMetrô Zona Sul, até ser inaugurada a Estação Cardeal Arcoverde, emCopacabana. Ainda em 1981, logo depois de inaugurar a linha 1 do metrô, com56 km de extensão, o então Presidente Figueiredo teve um princípio de enfarto,necessitando ser internado às pressas.

COLÉGIO PEDRO II – RUA HUMAITÁ, 80 – HUMAITÁA primeira iniciativa para se fundar uma unidade do tradicional Colégio

Pedro II na Zona Sul surgiu em 1937, quando o Ministro da Educação, Culturae Saúde Pública, Dr. Gustavo Capanema, determinou a instalação de umanova unidade pedagógica nos terrenos do antigo Hospício de D. Pedro II, hojeUFRJ. O novo colégio seria erguido exatamente onde hoje está a casa deespetáculos “Canecão”. O Presidente Getúlio Vargas chegou a lançar a pedrafundamental da nova sede em dezembro de 1938, mas a eclosão da SegundaGuerra Mundial encareceu a construção civil a tal ponto que a obra foi de todoabandonada.

Somente em 1951 o assunto voltou à tona, mas o lugar escolhido para ocolégio mudou, indo para o bairro do Humaitá. A 2 de dezembro de 1952,Getúlio Vargas, agora Presidente eleito, inaugurava a nova sede, emarquitetura moderna. Em fins do século XX, mais uma unidade foi criada noHumaitá, na Rua João Afonso, 51, denominada Humaitá 1. A velha sede é oatual Humaitá 2.

EDIFÍCIO JOÃO M. MAGALHÃES – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 127 –BOTAFOGO

Grande edifício residencial de linguajar moderno, com oito pavimentos e148 apartamentos de diversas tipologias. Foi projetado em 1950 pelos IrmãosRoberto (Marcelo, Maurício e Milton), e construído, com alterações, de 1950 a55 pela Construtora Graça Couto. Os jardins são de Carlos Perry.AGÊNCIA DO BANCO BRADESCO – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 225

– BOTAFOGO

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Projeto minimalista do arquiteto Paulo Hamilton Casé, famoso porgrandes obras, como o Hotel Le Meridien, no Leme. A fachada simétrica foiuma tentativa de interpretação pessoal do pós-modernismo arquitetônico.Construção datada de 1985.

EDIFÍCIO-SEDE DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - PRAIA DEBOTAFOGO, 190 - BOTAFOGO

A solução inicial previa dois blocos paralelos dispostos transversalmenteà praia e ligados por um bloco baixo ao nível do 2o. pavimento, sobre pilotis. Oprojeto de 1955 de Oscar Niemeyer permaneceu incompleto e o único blococonstruído foi o esquerdo, destinado a abrigar as atividades da Fundação. Obloco oposto seria dividido em pequenas salas para comercialização e nocorpo de ligação estariam salões destinados a exposições, cinema e auditório.Na ocasião, o arquiteto lançou mão deste projeto a fim de apresentar umaproposta urbanística para a praia de Botafogo, segundo a qual, em toda abeira-mar deveriam ser executados edifícios semelhantes paralelos,eqüidistantes e com a mesma altura, visando a preservação da silhueta dosmorros ao fundo e da paisagem natural circundante.

CENTRO EMPRESARIAL REPÚBLICA ARGENTINA - PRAIA DEBOTAFOGO, 228 - BOTAFOGO

O empreendimento de 1978 procura atender a empresas de médioporte, com pavimentos de 2 mil m2 de área e pilares periféricos, permitindoaproveitamento máximo dos espaços internos. A localização em terreno de 8mil m2, onde se situava o antigo palácio da família Guinle, e em sua fase final aEmbaixada Argentina, sugeriu o agenciamento dos volumes ao redor de umaesplanada, para colocar em destaque as 15 palmeiras reais existentes. Émarcante o desenvolvimento vertical do prédio principal: a partir da “plaza”foram projetados cinco pavimentos de garagem que compõem oembasamento, terminando com um pavimento de convenções que serve deligação ao corpo do prédio, projetado por Cláudio Fortes e Roberto Victor, comrestaurante, auditório, salas de reuniões, bares e áreas de apoio. Acima destenível existem 17 pavimentos-tipo e o coroamento do prédio, onde se localizamos equipamentos mecânicos. A necessidade de estacionamento foi supridapelo edifício-garagem em corpo anexo, com tratamento uniforme em “curtain-wall”.

EDIFÍCIO-SEDE DA CAEMI - PRAIA DE BOTAFOGO, 300 - BOTAFOGOEdifício-sede das empresas do Grupo Caemi com 35.300m2 de área

construída, sendo cerca de 2/3 para escritórios e 1/3 para garagens. O projeto,de 1982 executado pelos irmãos arquitetos Edison e Edmundo Musa,caracteriza-se pela concentração de todos os serviços em um núcleo central,que reúne prumadas de instalações, circulações verticais, sanitários e copas,ao redor do qual se desenvolve o salão em espaços modulados de 1,50m x1,50m, com grandes vãos estruturais. Foi adotado um sistema de platibandashorizontais de 1,50m, dispostas em todo o perímetro do edifício, que protegemo interior da insolação direta, servindo ainda como proteção corta-fogo eacústica.

EDIFÍCIO DO BANCO DO BRASIL – PRAIA DE BOTAFOGO, 384 –BOTAFOGO

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Projeto de 1965 de Marcelo Accioli Fragelli, de linguagem modernista,com requintado acabamento na fachada em mármore branco. Durante muitosanos o arquiteto travou intensa batalha judicial com o Banco do Brasil, para queo edifício fosse construído respeitando o desenho original, o que foi conseguidoa muito custo.

CENTRO EMPRESARIAL MOURISCO – PRAIA DE BOTAFOGO, 501 -BOTAFOGO

Edifício Comercial localizado na Praia de Botafogo nº 501, constituído de7 pavimentos, de aproximadamente 4.000m2 e 580 vagas, perfazendo umaárea total construída de 42.749,61 m2 e área total privativa de 25.905,64 m2.

O lançamento do Empreendimento ocorreu em dezembro de 1995.O Empreendimento foi entregue em agosto de 1998.

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL CASA ALTA – PRAIA DE BOTAFOGO, 528 –BOTAFOGO

Concebido em 1959 por Sérgio Bernardes como “loteamento vertical”, oprojeto para o Condomínio Casa Alta representa proposta arrojada deconcepção de espaços destinados à moradia, e foi elaborado para permitir totalliberdade na organização dos espaços em função das característicasindividuais de cada proprietário. Assim, a criação de lajes duplas, comoplataformas autônomas, permite que cada unidade habitacional seja totalmenteflexível. O conjunto arquitetônico está implantado sobre o pequeno Morro doPasmado e compreende duas torres de base quadrangular com núcleo decirculação central, cuja acentuada verticalidade encontra contraponto noterceiro bloco, de predominância horizontal, com prumadas de circulaçãodeslocadas para a periferia. O esquema de circulação de automóveis foiestudado de forma a interferir o mínimo possível no deslocamento de pedestrese na dinâmica do conjunto.

ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA - RUA. GENERAL SEVERIANO, 170– BOTAFOGO

A Associação Religiosa Israelita foi fundada na década de trinta, no Riode Janeiro, por judeus centro-europeus que para cá haviam migrado quandodas perseguições engendradas contra sua gente, principalmente na Alemanha(1933). Inicialmente, faziam suas reuniões em acomodações provisórias,dentre elas, o velho Pavilhão Mourisco, na Praia de Botafogo, um curiosoprédio de linhas islâmicas e que inicialmente foi destinado a ser umrestaurante. Com a demolição do edifício em início da década de 50 para aabertura do túnel do Pasmado (1952), os associados se uniram para adquirirum terreno e construir uma sede definitiva, se possível, próximo da anterior.Com muito custo, conseguiram um terreno na rua General Severiano, onde atéentão existia uma pequena escola pública.

O conjunto, projetado em 1958 pelo arquiteto Henrique Mindlin,compreende sinagoga, capela, salão para reuniões e festas, salas de aula,serviços administrativos e áreas de apoio. Localiza-se em área poucoadensada, em terreno de aproximadamente 1.300m2, com acesso por doislogradouros, havendo entre estes um desnível de cerca de 10m. com estascaracterísticas do terreno e peculiaridades do programa, o arquiteto optou por

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dividir o corpo principal em dois níveis: no 1o. pavimento se localiza a sinagoga,com capacidade para 600 pessoas, e no nível inferior, salão de festas, para400 pessoas. Concentram-se os demais serviços em bloco de seis pavimentosao longo da fachada posterior, acessível por rampas laterais. Este bloco, emconjunto com a colunata do pórtico, cria os elementos estruturais quesustentam a cobertura em cabos de aço que, na sua curvatura, evoca astendas das primitivas tribos judaicas.

A construção contou com o apoio da empresária Regine Feigl, dona doentão edifício Avenida Central, na av. Rio Branco, projetado e construído em1958/61 pelo mesmo arquiteto. Aliás, conta-se que a sinagoga foi erguida comas “sobras” dessa obra.

O mirante do morro do Pasmado, ao fundo da obra, foi recentementebatizado de Parque Itzak Rabin, em homenagem ao famoso líder israelitaassassinado por extremistas.

RIO SUL SHOPPING CENTER - RUA LAURO MULLER, 116 – ESQUINA DEAVENIDA LAURO SODRÉ - BOTAFOGO

Projeto elaborado pelo arquiteto Ulisses Burlamaqui, vencedor deconcurso privado realizado em 1975 para implantação do primeiro “shoppingcenter” urbano da cidade. O partido consiste em um embasamento, paracomércio e estacionamentos, conjugado a uma torre de escritórios de plantaquadrangular, como os volumes vizinhos. O sistema estrutural compõe-se denúcleo central (circulação vertical, dutos, lixo, sanitários, etc.) e oito apoiosperiféricos que abrigam equipamentos de ar condicionado, interligados emandares alternados por treliças em concreto protendido moldadas “in loco”. Aprofundidade dessas treliças, conjugada com as passarelas externas, reduz acarga térmica nas fachadas e proporciona proteção corta-fogo entre pisos. Osistema viário em torno do terreno foi estudado, e optou-se por dividir oestacionamento em diferentes níveis com entradas e saídas próprias e ligaçõesinternas. O tratamento externo do embasamento evidencia o apelo visualdesejado: as fachadas foram tratadas como veículo de comunicação,sinalizando os acessos principais e informando sobre os eventos do shopping.

O estabelecimento foi inaugurado em 1981.

TEATRO VILLA-LOBOS - AV. PRINCESA ISABEL, 440 - COPACABANAIniciativa da Funterj-Fundação de Teatros do Estado do Rio de Janeiro,

este empreendimento de 1977 se implantou em terreno doado pelo governo doEstado durante a gestão Faria Lima. Dadas as limitações físicas, o programafoi resolvido pelo arquiteto Raphael Matheus Peres em patamares: a partir donível da rua amplas escadarias conduzem às bilheterias, destas ao foyer e daíà platéia, que comporta 500 pessoas. No subsolo, cujo nível foi determinadopela existência de instalações subterrâneas, foi implantada a escola de balé,que compreende espaços para ensaio e aquecimento, vestiários, camarins,serviço médico e administração. Para atender aos artistas, o teatro dispõeainda de um bloco de quatro pavimentos com camarins individuais e coletivos,salas de ensaios e preparação e cantina. Durante a execução da obra, foiincorporado um pequeno terreno anexo para o qual o arquiteto projetou umteatro de marionetes, integrado ao conjunto por pequenos arcos queacompanham o ritmo da fachada principal.

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HOTEL MERIDIEN - AV. ATLÂNTICA, 1020/AV PRINCESA ISABEL - LEMEO projeto dos arquitetos Paulo Casé e Luís Acioli, de 1973, beneficiou-

se da legislação especial surgida na época que, sob alegação de incentivo aoturismo, liberou o gabarito de edificações destinadas a instalações hoteleiras.Assim, numa faixa litorânea de gabarito máximo fixado em 12 pavimentos foiinserido um edifício três vezes mais alto. Este hotel de alto padrão compreende535 unidades e 33.500m2 de área construída. Os acessos foram localizadosem função das características das vias que circundam o terreno, com entradasindependentes para o público em geral, hóspedes, banhistas e serviço. A torrede apartamentos foi projetada e localizada de modo a atender à necessáriaconcentração de serviços e liberar a maior parte do terreno para piscina erestaurantes, situados no embasamento. A implantação da piscina na esquinadas avenidas Atlântica e Princesa Isabel favorece a visão global da praia epermite insolação durante a maior parte do dia. A exiguidade do terrenodeterminou a construção de um edifício-garagem privativo a 100m do hotel.Devido à limitação de altura, a caixa d`água superior foi substituída por umacisterna, que comporta 1,5 milhão de litros, estudada volumetricamente paradar estabilidade à estrutura do prédio. As fachadas reafirmam a verticalidadedo edifício, valorizando os elementos estruturais, revestidos de mármore, quese destacam sobre as superfícies envidraçadas. Apesar de não serempermitidas por lei, as aberturas na divisa lateral foram liberadas por serem fixase indevassáveis. Também levou-se em consideração ser esta solução maisapropriada que a tradicional, que seria “colar” o prédio no vizinho.

POSTOS DE SALVAMENTO – AVENIDAS ATLÂNTICA/VIEIRASOUTO/DELFIM MOREIRA – COPACABANA/IPANEMA/LEBLON

Em 1924, o Prefeito Alaôr Prata mandou edificar postos de salvamentona orla marítima da cidade, principalmente nas praias oceânicas. Colocadosem intervalos regulares de 900 metros, acabaram por demarcar áreasespecíficas das praias, além, é claro, de cumprirem suas funções originais. Osbanhistas marcavam encontros usando os postos como balizas. Em 1975,esses postos, em estilo art-déco, estavam já tecnologicamente superados emuito danificados, o que impôs sua substituição. Os novos postos foramprojetados em 1976 pelo arquiteto Sérgio Wladimir Bernardes, e foramcolocados em toda a orla oceânica, inclusive nas novas praias da Barra daTijuca e Recreio dos Bandeirantes. Mantendo o mesmo espaçamento, são deformato aerodinâmico, em concreto aparente, possuindo sanitários e chuveirospara banhistas, além das instalações para salva vidas.

POSTOS DE ABASTECIMENTO DA AV. ATLÂNTICA - COPACABANAConcebido pela mesma equipe de arquitetos e na mesma época em que

foi realizado o Posto Catacumba (1968, Dilson Gestal Pereira, Waldyr A .Figueiredo, Paulo Roberto M. de Souza e Alfredo Lemos), este projeto segue aintenção promocional do anterior. Planejado em quatro pontos ao longo docanteiro central da av. Atlântica, segundo idéia do Governo do Estado daGuanabara, de viabilizar as obras de alargamento da avenida através da vendados terrenos à Petrobrás Distribuidora S.A . Extremamente polêmico, devido asua situação particular, o projeto procurou se integrar à paisagem minimizandoo atrito visual. A solução encontrada demonstra a preocupação dos arquitetosem amenizar o contraste com a paisagem, mantendo em destaque a praia de

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Copacabana, cartão postal do Rio de Janeiro. Novamente a cobertura dominaa composição. Seu desenho surgiu da idéia de um cálice, ou uma papoula, eevoluiu para quatro pétalas em fibra de vidro que, ao se tocarem, dão rigidez àestrutura. O encontro dessas pétalas é marcado por uma cúpula de vidrotranslúcido. A continuidade visual foi assegurada pela solução para áreas deescritório e vendas, localizada numa caixa de vidro transparente, e asdependências de depósito e serviço, num pavimento enterrado, com iluminaçãozenital.

HOTEL INTERNACIONAL RIO - AV. ATLÂNTICA, 1500 - COPACABANAO hotel foi construído em terreno reduzido de 400m2, num projeto de

1986 elaborado por Cláudio Fortes e Roberto Victor. Projetado inicialmentecomo hotel-residência, foi modificado para uso hoteleiro, o que incentivou osarquitetos a lhe conferir uma personalidade marcante que caracterizasse suanova função, destacando a edificação do conjunto de prédios da av. Atlântica.O volume é composto por um corpo de 13 pavimentos sobre embasamento erecebeu tratamento em vidos bronze e esquadrias pintadas de vermelho emcomposição com os pilares cilíndricos externos ao edifício revestidos emgranito marrom-avermelhado. Em vista da proposta, inédita no Rio, de daratenção especial aos executivos em viagens de negócios, foram criadascondições especiais para garantir funcionalidade no atendimento e naprestação de serviços extras. Além de restaurante, bares, piscina, sauna egaragem, o hotel tem salões de convenções, serviço de secretária bilíngüe,escritórios para hóspedes e todo apoio tecnológico mais avançado.

HOTEL RIO OTHON PALACE - AV. ATLÂNTICA, 3.264 - COPACABANAA liberação do gabarito para edificações destinadas a serviços de

hotelaria favoreceu a implantação desse edifício na av. Atlântica. O anteprojeto,elaborado por Arthur Lício Pontual, vencedor de concurso privado em 1968, foiretomado no período 1971-72, após sua morte, por uma equipe de arquitetosencabeçada por seu irmão Davino Pontual. Dadas as dimensões exíguas doterreno, de 1.600m2, o partido adotado foi o de uma torre de 28 pavimentosafastada das divisas; sobre embasamento com sete pavimentos, onde estãoserviços gerais e garagem, com ocupação integral do lote. A disposição dopavimento-tipo em “U”, abraçando a garagem vertical, possibilitou a liberaçãode três subsolos, construídos simultaneamente com a superestrutura, parainstalação de todos os equipamentos e serviços de apoio. No térreo, a criaçãode uma rua interna facilita a circulação de hóspedes e visitantes.Externamente, o edifício harmoniza o emprego de elementos estruturais emconcreto aparente com um jogo volumétrico de sacadas e superfícies brancas.

EDIFÍCIO JUSTUS WALLERSTEIN – AVENIDA ATLÂNTICA, 3.958 –

COPACABANA

Projeto moderno de Sérgio Bernardes, datado de 1960. houve especialcuidado do arquiteto com desenho dos elementos pré-fabricados.

CONGREGAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA SINAGOGA BETH-EL – RUABARATA RIBEIRO, 489 – COPACABANA

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No ano de 1921, um grupo de judeus sefarditas fundou uma sinagoganuma casa de sobrado comum, na Avenida Mem de Sá, 181. Crescendo acomunidade, esta se transferiu alguns anos depois para a Rua ConselheiroJosino, 14. Com o pomposo nome de Centro Israelita Brasileiro Bené-Herzl, asinagoga estava instalada um belo sobrado eclético, com dois andares e umterraço. Se tivesse sido preservado seria um importante bem cultural da cidade,mas o êxodo dos membros para a Copacabana, em fins da década de 50,levou a transferência das instalações da congregação para o novo bairropraiano. A velha sinagoga acabou depois demolida.

Adquirida uma bela casa na Rua Barata Ribeiro, 489, lá existia um salãopara práticas religiosas, além de área de lazer e desportos.

Havendo necessidade de um espaço maior para as práticas religiosas,entre 1966/7 foi construída a nova sinagoga Beth-El num terreno anexo aocasarão, um projeto muito sóbrio e discreto. Projetada pelo arquiteto MauroKleimann, a sinagoga é em arquitetura moderna, desprovida de qualquer luxo,exceto pelos revestimentos externo e interno em mármore branco imaculado.Internamente, os únicos elementos decorativos se resumem a uma tapeçariamoderna com o tema das Tábuas da Lei e um moderno Menorah em bronze.

Obedece, como já foi citado, ao rito Sefaradi.

EDIFÍCIO MMM ROBERTO – AVENIDA NOSSA SENHORA DECOPACABANA, 1.267 – COPACABANA

A característica fundamental deste edifício de apartamentos é apreocupação – constante na obra dos irmãos Roberto – com controle dainsolação. O inventivo sistema de proteção contra o sol foi projetado paraatender a ângulos de incidência solar variáveis durante o dia. As esquadriassão divididas em três partes, articuladas num quadriculado de concreto.Persianas ajustáveis, empregadas na face externa do vidro, protegem aspartes superior e inferior. A parte central é sombreada no período de sol a pinopela disposição de treliças horizontais fixas em concreto, e a insolação da tardeé amenizada por um quadro móvel de persianas, também em concreto,estudado de forma a não prejudicar a visão da rua. Como curiosidade, valeressaltar que este edifício foi erguido em 1945 onde existiu a casa da família enasceram os três arquitetos.

ARQUITETURA MODERNA EM IPANEMAA primeira casa em arquitetura moderna do bairro foi uma residência

erguida em 1935 pelos arquitetos Affonso Eduardo Reidy (1908-1964) eGérson Pompeu Pinheiro. Logo depois surgiu em 1936 uma casa modernaprojetada por Adalberto Szilard. Nenhuma das duas hoje sobrevivem. Oprimeiro prédio com mais de dois andares foi o “Edifício Issa”, erguido em 1935na Visconde de Pirajá. Já o primeiro arranha-céu de Ipanema foi o feio “EdifícioAquino”, prédio art-déco de oito andares, construído em 1935 perto do canal.Ambos não mais existem.

A arquitetura moderna de Ipanema é de uma monotonia não condizentecom o bairro. Dos muitos prédios modernos, merecem distinção os edifícios“Estrela de Ipanema”, erguido em 1967 na Prudente de Morais, 765, obra doarquiteto carioca Paulo Hamilton Casé (1931); e o “Atlântica Boavista”, erguidoem 1978 na Prudente de Morais, 630, esquina de Vinícius, obra dos arquitetos

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Luiz Paulo Fernandez Conde (1934), depois Prefeito do Rio de Janeiro; eMauro Neves Nogueira.

HORTOMERCADO COBAL - RUA GILBERTO CARDOSO - LEBLONConcebidos em 1971 pelos arquitetos Alcides Horácio de Azevedo, Caio

de Oliveira Castro e Márcio Guedes da Costa, como opção permanente àsfeiras livres, os Hortomercados do Leblon, Méier, Campinho e Humaitá seguema mesma idéia básica no desenvolvimento do tema, que é a de criar um grandeespaço coberto essencialmente livre de obstáculos e compartimentosfechados. A partir desta premissa, o elemento arquitetônico determinante é acobertura, formada por calhas autoportantes de chapa galvanizada dobrada,justapostas lateralmente, com aberturas recobertas por fibras de vidro. Osistema construtivo adotado emprega soluções em aço para vencer grandesvãos, tirando partido das características estruturais do elemento de cobertura erestringindo os apoios aos pontos indispensáveis. Para o módulo básico devendas lançou-se mão de componentes industrializados, arranjadosadequadamente dentro dos parâmetros de padronização e racionalização queorientaram a proposta. Em 1972, o IAB/RJ concedeu a este projeto prêmio nacategoria de edifícios para fins comerciais.

RIO FLAT SERVICE E RIO DESIGN CENTER - AV. ATAULFO DE PAIVAO conjunto projetado em 1974 pela equipe de arquitetos formada por

Fernando Abreu, Max Gruzman, Dibar Gonçalves, João Vicente A . Melo, PauloBernardo Goldstein, Márcia Queiroz Bastos e Marcus Vinícius L. de Souza, secompõe de torre de base poligonal, com 27 pavimentos sobre embasamentoque ocupa toda a área do terreno, e de edifício-garagem com 13 pavimentos. Otérreo faz a ligação destes elementos e dá acesso à torre (hotel-residência), àárea comercial do shopping-center (subsolo, térreo e duas sobrelojas), àgaragem mecanizada e à administração do shopping. A construção totaliza34.700m2, sendo 21.600m2 do hotel, 5.600m2 do Rio-Design Center e7.500m2 do edifício-garagem. A disposição dos pilares na periferia da torre e aconcentração da circulação vertical e redes de infra-estrutura no centro liberamos pavimentos do hotel-residência para solução mais compacta das unidades.

PAVILHÃO VICTOR BRECHERET - PARQUE DA CATACUMBA - LAGOAO Parque da Catacumba foi resultado da erradicação na década de 60,

da imensa favela que cobria a área, motivada por interesses imobiliários. Todoo entorno e áreas vizinhas foram liberados para empreendimentos imobiliários,e a parte central entregue ao Departamento de Parques e Jardins, que ativou acriação de uma área verde com espaços voltados para o lazer e convíviocultural. O Pavilhão Victor Brecheret foi projetado em 1979 pelo arquitetoCarlos Porto para atender às atividades culturais e de vigilância do próprioparque e recebeu prêmio na categoria Edificações para Fins Culturais na XVIIPremiação do IAB/RJ, em 1980. O perfil do terreno sugeriu a conformação dotraçado do muro de arrimo, resolvendo o programa em dois níveis: no inferior,com acesso independente, estão as dependências de serviço(vestiários,depósitos e sanitários) e no patamar superior o setor de conservação, depósitoe copa; e o salão, administração e sanitários, acessíveis pela rampa deentrada. O maior interesse plástico do projeto reside na cobertura, que adotaum aspecto dinâmico devido à movimentação dos planos que propiciam

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iluminação e aeração adequadas ao interior. Em época recente, foi instaladaneste pavilhão a Subprefeitura da Grande Lagoa, desvirtuando o objetivo inicialda construção.

POSTO DE ABASTECIMENTO CATACUMBA- AV. EPITÁCIO PESSOANo final da década de 60 a Petrobrás se lançou no competitivo mercado

de fornecimento de combustível. A programação visual da empresa foientregue a Aloísio Magalhães, e os projetos dos postos confiados a equipe dearquitetos Dilson Gestal Pereira, Waldyr A . Figueiredo, Paulo Roberto M. deSouza e Alfredo Lemos, com total liberdade de criação. A idéia era associar ànova subsidiária uma imagem dinâmica e moderna, utilizando cores e formasde impacto para atrair clientela. O posto da Catacumba, de 1968, foi um dosprimeiros projetos elaborados com esta finalidade e foi premiado naUniversidade de Munique, Alemanha, em 1970. A localização do terreno, numafaixa central da av. Epitácio Pessoa, cercado por vegetação e emoldurado pelaLagoa Rodrigo de Freitas, foi determinante para o partido adotado. O elementodominante da composição é a cobertura, uma casca em concreto aparente, degrande plasticidade, com as quatro extremidades pousadas sobre pequenosespelhos d`água, cercados por jardins. Para abrigar setores de escritório evendas foi criada uma caixa de vidro elevada em relação ao nível do terreno, esob a qual se localiza, semi-enterrado, o pavimento de serviço com depósito,sanitários, vestiários e casa de bombas. Posteriormente foram feitas reformas,para abrigar salão de exposições, escritório e depósito.

EDIFÍCIOS SONATA DA LAGOA E RAPSODY - AV. EPITÁCIO PESSOAA produção arquitetônica dos irmãos Edison e Edmundo Musa,

centralizada no eixo Rio-São Paulo, compreende programas os maisdiversificados. Sem dúvida, é no campo imobiliário, com edifícios residenciaisdestinados às classes média e alta, que se concentra o maior número de obrasdesses arquitetos gaúchos radicados no Rio. Este conjunto de dois blocos deapartamentos, situado num terreno de 10.800m2 na orla da Lagoa Rodrigo deFreitas, evidencia uma preocupação funcional e plástica característica de seusprojetos. A implantação, a volumetria e os materiais adotados procuramresolver o espaço vazio criado por uma antiga pedreira. Compreendendoquatro apartamentos por andar, o projeto, de 1983, tira partido da vistaprivilegiada, voltando todas as salas para a Lagoa. As varandas, nas quatrofachadas, funcionam como proteção à insolação e ao ruído provocado pelotráfego intenso da av. Epitácio Pessoa. É interessante a solução criada para oembasamento dos edifícios, onde se localizam quatro pavimentos de garagem,que foram recuados e fechados por “curtain-wall” de 10m de altura. Oselevadores foram posicionados de modo a se tornarem panorâmicos nosprimeiros pavimentos. Todas as fachadas receberam tratamento semelhante,com esquadrias em alumínio anodizado, vidro bronze e composição de granitoJuparanã lustrado e pastilhas cerâmicas.

HOSPITAL DA LAGOA - RUA JARDIM BOTÂNICO, 501 - JAR. BOTÂNICOO estudo funcional do programa, particularmente no que diz respeito a

acessos e circulações, aliado à forte expressão plástica, garante a soluçãoexemplar deste projeto, elaborado em 1952 por Oscar Niemeyer e Hélio Uchôa.O volume principal, de predominância horizontal, tem duas empenas laterais

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cegas e duas fachadas tratadas de acordo com a incidência solar: vidro epainéis pré-moldados para orientação sul e quebra sol vertical de alumínio, emcomposição com combogós cerâmicos, para norte. A solução estruturalmodulada e periférica proporciona clara organização dos espaços internos,beneficiados ainda pelo deslocamento da coluna de circulação vertical,resolvida num corpo independente. Merecem destaque os pilares em “V”, deproporções exatas, que emprestam dinâmica ao bloco estático do hospital.Este tipo de pilar, que se tornou característico da obra de Niemeyer, ofereciacomo vantagem a redução do número de apoios, garantindo liberdade noarranjo da composição. Nas fachadas, o uso de cores(azul nos painéis voltadospara o sul e o tom natural da cerâmica alternado com lâminas de alumínio nafachada norte), dá ao conjunto uma aparência de grande interesse. Aconstrução deste hospital arrastou-se até 1959, mas não foi concluída.

IGREJA DE SÃO JOSÉ DA LAGOAA capela da Fábrica, denominada de "São José Operário", erguida em

1898 no terreno ímpar, sobreviveu muitos anos, sendo demolida nos anos 60,para em seu lugar ser erguido em 1962/1964 um novo templo, todo de vidro,projeto do arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca(o mesmo que projetou anova Catedral, na Av. Chile). Vale aqui lembrar que essa capela mantinha,patrocinada pela fábrica, outra instituição de assistência social, a “DevoçãoParticular do Glorioso Patriarca São José da Gávea”, fundada em 1908,funcionando na própria capela e que auxiliava pecuniariamente os operários eseus familiares necessitados.

Todo esse aparato não impediu que as duas fábricas do JardimBotânico, mais duas outras existente na Marquês de São Vicente, deixassemde entrar na grande greve geral de 1918, quando toda a produção foi suspensapor melhores condições de trabalho. Os trabalhadores, portando cartazes comdizeres marxistas e palavras de ordem inspiradas na "Revolução Soviética",originaram o termo "Gávea Vermelha", usado pela imprensa para definir estaparte da cidade.

OBRA DO BERÇO - R. CÍCERO GÓIS MONTEIRO, 19/AV. EPITÁ. PESSOAEdifício destinado a serviços sociais de orientação à maternidade e

abrigo a crianças até dois anos de idade, assume importância fundamental porse tratar da primeira obra construída de Oscar Niemeyer(1937). O conjunto,situado em terreno de esquina às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, écomposto por dois blocos: frontal, com quatro pavimentos e fachada principal(voltada para oeste) protegida por “brise-soleil” vertical móvel; e posterior, comdois pavimentos, e predominância horizontal. Este bloco possui circulação porrampas para facilitar a locomoção de carrinhos e crianças. O prédio é tombadopela Municipalidade.

PLANETÁRIONo 65(hoje inexistente), morou e veio a falecer o Barão de Angra, o

lisboeta Almirante Elysiário Antônio dos Santos (1806-1883). Como militar,ingressou na Marinha em 1822, participou das campanhas da “Cisplatina”(1822/26), “Cabanada” (1836), “Praieira” (1848), e foi herói na “Guerra doParaguai” (1864-1870). Foi também chefe do Estado Maior da Armada eDiretor da “Estrada de Ferro D. Pedro II”. Reformou-se em 1880. Onde era sua

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chácara estão hoje os fundos do “Planetário da Gávea”, inaugurado em 1970pelo Governador do Estado da Guanabara Francisco Negrão de Lima. Oprédio, de linhas arrojadas, foi projetado pelos arquitetos Renato (1941) eRicardo Batalha Menescal (1931). Seu projetor, um “Zeiss Jena Spacemaster”,fabricado na Alemanha, era à época, o mais moderno do mundo. Em fins dosanos noventa o Governador Garotinho ampliou as instalações da agora“Fundação Planetário”, cuja entrada é pela avenida Padre Leonel Franca, 240.

MINHOCÃO DA GÁVEAUm pouco antes, na entrada da “PUC”, foi criado pelo prefeito Henrique

Dodsworth ainda em 1942 o famoso “Parque Proletário da Gávea”, que ganhoucontornos definitivos em 1952/54, quando se ergueu o prédio do “minhocão”,projetado pelo arquiteto carioca Affonso Eduardo Reidy(1909-1964); edestinado a receber as famílias de 4.900 favelados que habitavam em 1950 aextinta “Favela do Capinzal”, onde hoje existem os fundos da rua Artur Araripe.Esse “minhocão” foi mutilado em 1981/2 para por ele passar o acesso da auto-estrada “Lagoa-Barra”, haja vista a “PUC” tê-lo negado.

A av. Padre Leonel Franca surgiu à partir de 1935, quando se traçouuma avenida começando na Praça Sibelius, com 180m, paralela à rua Marquêsde São Vicente. Em 1945 melhoraram o projeto, dando um sentido à via, quepassava a ser o primeiro estágio da futura ligação “Lagoa-Barra”. Entretanto,somente em 1972 foi aberta até a “PUC”, com o asfalto indo até o Planetário.Dez anos depois foi asfaltada até a boca do túnel Dois Irmãos.

O terreno 287 foi comprado em 1919 pelo Presidente Epitácio da SilvaPessôa para que sua esposa, Da. Mary alí instalasse uma clínica de repouso.Desistiram, pois, conseguiram terreno melhor adiante, como se dirá.

No antigo 81(1879) e hoje incorporado à área da “PUC”, era a chácarade John Steele, um dos fundadores, em 1886, da “Fábrica de Tecidos Carioca”,na Estrada Dona Castorina, no Jardim Botânico. Já no século XX, e com o no.325, ainda existia o casarão, reformado em 1935 pelo arquiteto Paulo Pirespara assemelhar-se a um castelo medieval. Foi residência por anos da famíliaMatin A. Koch. Ainda está de pé.

INSTITUTO MOREIRA SALLES - RUA MARQUÊS DE SÃO VICENTE.Numa fração de suas terras, e já numerado como 476, surgiu em 1951 a

magnífica mansão moderna do embaixador e banqueiro Walter Moreira Salles,projetada para sua família pelo arquiteto carioca Olavo Redig de Campos(1906-1984). Encravada em 10.000 m2 de jardins projetados por Roberto BurleMarx (1909-1994), que também concebeu os imensos painéis de azulejos dopátio, jardim ornado com escultura artística de Maria Martins e, enquantoresidência, possuidora de notável pinacoteca onde existiam telas de MarcChagall, Renoir, Van Gog, Matisse e Portinari; a mansão Salles foi residênciafamiliar por quase quarenta anos. Em 1999, foi convertida na sede carioca do“Instituto Moreira Salles”, ainda presidido por seu patriarca, dirigida por seusfilhos e por um conselho diretor. Um de seus filhos, João Moreira Salles,banqueiro, nela residiu muitos anos e, durante a década de setenta, foiconsiderado um dos homens mais ricos do Brasil, como seu pai já o fôra nasduas décadas anteriores. Hoje, o casarão, convertido em centro culturalespecializado em iconografia antiga brasileira, guarda imensa coleção deaquarelas e desenhos de artistas europeus que retrataram o Brasil do século

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XIX, bem como muitas fotografias antigas adquiridas do colecionador GilbertoFerrez, neto do fotógrafo Marc Ferrez, dum período que vai de 1862 a 1927.

ARQUITETURA MODERNA NA GÁVEAFoi o bairro da Gávea foi o segundo do Rio depois de Copacabana a ter

obras de arquitetura moderna. Já em 1933, os arquitetos Lúcio Costa (1902-1998) e Gregori Warchavchik (1896-1962) ergueram no Alto Gávea aresidência Duarte Coelho, já demolida. Jorge Machado Moreira (1904-1988)ergueria outra casa moderna na rua Marquês de São Vicente em 1936 e, seteanos depois, Oscar Niemeyer (1907) levantaria também no “Alto Gávea” aresidência Prudente de Morais Neto (1905-1989), originalmente pensada paraa Pampulha, em Belo Horizonte, mas executada no Rio. Está de pé.

Tornou-se a Gávea no século XX bairro de conteúdo social heterogêneo,com concentração de classes (A, B e C) em respectivos sítios (alto, médio ebaixo Gávea), e no presente momento, passa por grandes transformações.

HOTEL RIO SHERATON - AV. NIEMEYER, 121 - VIDIGALProjeto dos arquitetos Henrique Ephin Mindlin, Walter L. Morrison,

Walmyr Lima Amaral, Pedro Augusto V. Franco e Marc D. Foundoukas, o hotellocaliza-se em terreno com cerca de 30 mil m2, caracterizado por formaalongada e forte declividade, no costão da av. Niemeyer. Construído de 1968 a1971, possui embasamento com cinco pavimentos abaixo do nível da rua, ondeencontram-se, além das áreas de serviços e equipamentos, 110 quartosdistribuídos em torno de estacionamento com acesso por rampa circular. Acimado pavimento de acesso, onde estão salões, boates, restaurantes e cozinha,ergue-se uma lâmina com 18 pavimentos e 486 unidades, perpendicularmenteà praia, de modo a propiciar a todos os quartos a visão do mar. O hotelcompreende aproximadamente 50 mil m2 de área construída, incluindo-se 17mil m2 de garagens.

MOTEL VIP`S - AVENIDA NIEMEYER - SÃO CONRADOEm 1967 a família Loyola adquiriu a velha residência do Comendador

Conrado Niemeyer e construiu em seu local o primeiro estabelecimentomoteleiro de São Conrado. O projeto, com 51 unidades habitacionais dotadasde garagem independente e dupla circulação, privativa e de serviços, foiconcebido com total privacidade pelo arquiteto Luiz Batista Lopes de modo queo usuário não seja percebido por nenhum funcionário da casa e vice-versa. Oprédio desenvolve-se ao longo da av. Niemeyer, sendo resguardado porpossante muro de arrimo, que lhe confere vista privilegiada do mar eisolamento total do tráfego vizinho. Este projeto mereceu menção honrosa doIAB/RJ em 1971, na categoria de Projetos para fins recreativos, ressalvado ofato de se observar certo desequilíbrio volumétrico e uma falta de coerênciaestrutural, oriunda da diversidade de revestimentos, já que a casa desejavaaparentar uma riqueza formal de “castelo”, difícil de se imaginar com osrevestimentos modernos.

HOTEL NACIONAL - AV. NIEMEYER, 769 - SÃO CONRADOPor ser a primeira obra de porte construída em São Conrado, na época

ainda uma praia deserta (1968-71), este projeto de Oscar Niemeyer não sofreulimitações urbanísticas, e serviu como ponto de referência para o traçado

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posterior das ruas do bairro. Concebido com a intenção de se integrar àpaisagem natural circundante, respondeu ainda ao objetivo do cliente deafirmar a obra como ponto de interesse da cidade, promovendo oestabelecimento através da própria imagem arquitetônica. O anteprojetooriginal foi bastante alterado, e o projeto construído não corresponde em váriosaspectos à concepção original de Niemeyer, que previa uma torre de 50pavimentos sobre embasamento, e dois auditórios anexos. Depois de váriosajustes, o hotel foi construído com 30 pavimentos sobre dois subsolos(garagem, áreas técnicas e serviços de apoio) e cinco pavimentos deembasamento (recepção, salões de estar e leitura, teatro, áreas de lazer episcina, salão de beleza, administração, etc.), totalizando área de 57 mil m2. Atorre circular concentra 510 unidades, distribuídas em torno de eixo central decirculação, o que na verdade privilegia alguns apartamentos em detrimento deoutros, quanto à orientação e vistas. Após a conclusão da obra, foi executado ocentro de convenções anexo, projetado pela Horsa Imobiliária S. A .

HOTEL INTERCONTINENTAL - AV. PREF. MENDES DE MORAES, 222.Situado em terreno de 27.500 m2 na praia de São Conrado, ao lado do

Hotel Nacional, este edifício, projetado por Henrique Ephin Mindlin, Walter L.Morrison, Walmyr Lima Amaral, Pedro Augusto V. Franco e Marc D.Foundoukas, em 1971, totaliza 31.500 m2 de área construída, distribuída emsubsolo, térreo e 15 pavimentos-tipo, com 32 unidades cada. Os quartos foramdispostos linearmente ao longo das fachadas, com circulação central,beneficiados pela implantação perpendicular à praia, o que favoreceigualmente as duas fachadas. Para minimizar o efeito do intenso tráfego deveículos circundante e proporcionar ambiente mais acolhedor para as áreas delazer do hotel, o térreo foi elevado 2m acima do nível da rua. Neste pavimentoencontram-se restaurantes, bar, lojas, salões de reuniões, festas e estar. Ossalões com entrada independente, operam sem interferir na circulação dehóspedes. A posição central da cozinha, próxima aos elevadores, permiteatendimento direto aos restaurantes e salões, assim como aos quartos. Nosubsolo, além dos serviços e equipamentos gerais, estão situados discoteca,sauna, barbearia, salão de beleza, administração e vestiários. Em torno daárea das piscinas e em meio a jardins projetados por Burle Marx, foramdispostos 20 apartamentos-cabanas. Possuindo atualmente 485 unidades, oprojeto prevê mais 180 quartos na lâmina.

COSTA BRAVA CLUBE - PONTA DA JOATINGA - BARRA DA TIJUCAProjetado em 1962 e construído entre 1964 e 1970, no período inicial da

ocupação desenfreada do litoral do Rio, este clube projetado pelos irmãosRicardo e Renato Menescal se beneficia de localização privilegiada, numaponta sobre o mar, na Joatinga. A condição topográfica definiu o partidomarcadamente horizontal que se encaixa na rocha, e não interferevolumetricamente na paisagem. As atividades sociais do clube concentram-senum único bloco, que se desenvolve em níveis, numa adaptação àspeculiaridades do local. Na enseada oeste foi construída uma piscina de águasalgada, com fundo em rocha natural. Na enseada oposta, encontram-se asquadras de esporte. Ligando o cube ao continente, uma ponte em concretoarmado vence vão livre de 50m.

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PLANO DA BARRA DA TIJUCAA auto-estrada Lagoa-Barra, projetada em meados da década de

sessenta, foi a certidão de nascimento do novo bairro da Barra da Tijuca,projetado pelo urbanista Lúcio Costa neste mesmo ano de 1968, eimplementado em 1969. Pensou-se, assim como em Brasília, fazer a dupla dearquitetos Lúcio Costa-Oscar Niemeyer todo o projeto da Barra. Lúcio ficariacom o planejamento urbano, Oscar construiria os edifícios. O padrão daarquitetura da Barra seria o que fora utilizado pelo mesmo Oscar Niemeyer natorre do “Hotel Nacional”, executado em 1971 no bairro de São Conrado. Mas aespeculação imobiliária falou mais alto e ninguém quis saber das torresenvidraçadas de Niemeyer.

LÚCIO COSTA - DADOS BIOGRÁFICOSArquiteto e urbanista, nasceu em Toulon, França, a 27 de fevereiro de

1902, sendo filho do Almirante Ribeiro da Costa. Passou a maior parte dainfância na Europa, retornando ao Brasil em 1917, quando se matriculou naEscola Nacional de Belas Artes. Formado em 1924, integrou o escritório dearquitetura do professor Archimedes Memória. Após fazer muitos prédios noestilo neocolonial, descobriu que esse estilo era algo retrógrado e incoerentecom a realidade nacional, evoluindo para o modernismo, sob a influência de LeCorbusier (1929-30). Elevado ao posto de diretor da Escola Nacional de BelasArtes pela Revolução de 1930, defendeu a arte e arquitetura moderna,causando grande polêmica. Formou escritório particular de arquitetura modernacom o arquiteto russo naturalizado Gregori Warchavchik (1931-35),empregando alunos que depois se tornariam figuras de primeira plana naarquitetura brasileira, como Jorge Machado Moreira, Ernâni Vasconcellos,Carlos Leão, Affonso Eduardo Reidy e Oscar Niemeyer, tendo também muitoestimulado as experiências paisagísticas de Roberto Burle Marx. Em 1936 foiescolhido para projetar a sede do novo Ministério da Educação, Cultura eSaúde Pública, o que realizou com a equipe de arquitetos cariocas, sob aorientação de Le Corbusier, que veio especificamente ao Brasil para isso.Revelou o talento de Oscar Niemeyer, entregando-lhe a direção dos trabalhos.Fez muitos projetos de residências e prédios no Brasil e estrangeiro. Dosgrandes projetos, podemos citar: sede social do Jóquei Clube, na avenidaPresidente Antônio Carlos, no Castelo (1956-68); Casa do Brasil, na CidadeUniversitária, em Paris (1957-60); Plano Piloto de Brasília (1957); Plano deUrbanização da Barra da Tijuca (1968-75), etc. Publicou vários estudos naRevista do SPHAN, que ajudou a fundar, e obras isoladas, como:Considerações sobre Arte Contemporânea (1952); A Crise na ArteContemporânea (1959), e outros. Faleceu no rio de janeiro em fins de 1998.

BANCO BOAVISTA - AV. MINISTRO IVAN LINS, 30 - BARRA DA TIJUCADentro da política promocional empreendida pelo Banco Boavista, que já

na década de 40 revelou intenção de reformular o conceito de espaço bancárioatravés do projeto de Niemeyer para a sede da empresa, os arquitetos DavinoPontual, Paulo de Souza Pires, Sérgio Porto e João do Nascimento Ribeiro,optaram em 1981 por uma linguagem arquitetônica que enfatiza o aspectotecnológico. A preocupação com a redução no custo de energia orientouimplantação, volumetria geral e projeto de instalações especiais. A fachadaprincipal, com fechamento em tijolo de vidro, teve proteção garantida pelo

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movimento dos planos e pelo pergolado em toda sua extensão. Internamente,as instalações foram deixadas aparentes e pintadas em cores vibrantes. Esteprojeto recebeu Prêmio Rino Levi, na premiação anual do IAB/RJ em 1983,pelo uso correto dos materiais, preocupação com tecnologia e ambientaçãotérmica.

ESCOLA VEIGA DE ALMEIDA - AV. DAS AMÉRICAS, 3.301 - BARRAA escola destina-se a abrigar 1.400 alunos em dois turnos para ensino

pré-escolar, 1o. e 2o. graus, com área de construção aproximada de 6 mil m2,ocupando terreno plano de 20 mil m2. O projeto, do arquiteto Luiz EduardoÍndio da Costa, de 1975-76, propõe espaços amplos, dispostos em três níveis,concebidos como imensas varandas cobertas. A cada nível foram dispostosvolumes independentes da laje de cobertura, destinados às salas de aula. Asdiferentes atividades didáticas, culturais e administrativas são ligadas porcirculações avarandadas promovendo a integração entre alunos. A estruturamodulada (6m x 6m) em concreto aparente permite acréscimo de espaço paraatender a eventuais expansões ou adaptações. Complementando o projetoarquitetônico, adotou-se um sistema de informação visual que utiliza a cor paracaracterizar atividades diversas, e tem por suporte totens, murais e painéis.

ATHAYDEVILLE - AV. DAS AMÉRICAS - BARRA DA TIJUCAQuando Lúcio Costa, o criador do Plano Piloto de Brasília, percebeu que

a Barra da Tijuca, o último recanto do Rio onde a natureza ainda erapreservada, estava sendo invadida por loteamentos que ameaçavam torná-la,em pouco tempo, igual a Copacabana, apressou-se em reunir os maioresproprietários da região para lhes propor aparentemente o impossível: construirem apenas um terço do terreno.

Para surpresa dos especuladores e sorte da cidade, a proposta foiaceita.

Na planície da Barra (20 quilômetros de extensão por 5 de largura, emmédia), os prédios seriam construídos em “ilhas urbanísticas”, que sesucederiam com 01 quilômetro de distância uma da outra. Nesses bolsões,Lúcio Costa previu torres altíssimas, de trinta a quarenta andares, queconcentrariam a população na vertical. As torres, previstas para ter perfilcircular, seriam dispostas de tal forma que a paisagem não ficaria emparedadapor uma muralha, como em Copacabana.

A primeira dessas “ilhas”(seriam nove, ao todo, no projeto primitivo), foi o“Centro da Barra”, depois rebatizado para Athaydeville. Prevista com 76 torres,foi projetada em 1969 por Oscar Niemeyer, o construtor de Brasília. Naproposta, Niemeyer fazia questão de desenhar uma barreira de edifícios, riscá-la e escrever ao lado: “Copacabana e Ipanema são péssimos exemplos quenão devem ser repetidos”.

Múcio Athayde, incorporador do Centro, um agitado advogado mineironascido em 1934, prometia que os seus desejos de lucros não acabariamtransformando a Barra num outro problema urbanístico: “A natureza serápreservada e a poluição contida. A selva de concreto armado que éCopacabana não mais vai se repetir”.

Lêdo engano. Falhas no projeto, a falta de conforto nas unidades, osproblemas resultantes da forma cilíndrica dada aos prédios, parte deles apenascom algumas unidades voltadas para o mar, o posterior desvirtuamento do

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mesmo e a utilização de materiais impróprios à construção, somadas a falhasde execução, reduziram as 76 torres cilíndricas a quatro. Somente uma foicompletada e habitada. Outra, ficou pronta, mas nunca recebeu o “habite-se”.As outras duas não passaram dos quatro pavimentos. A construção das torresde Niemeyer parou em 1973.

Athaydeville acabou sendo um sucesso imobiliário, mas não seguindo asinstruções de Niemeyer. Foram erguidas muitas torres, seguindo um estilo maistradicional, que fez sucesso em Nova Ipanema e Novo Leblon, condomíniosvizinhos surgidos sete anos depois. A floresta de concreto se repetiu e aecologia foi mandada para o espaço. O condomínio é o principal poluidor daLagoa de Marapendi.

NÚCLEO RESIDENCIAL NOVA IPANEMA - AV. DAS AMÉRICAS, KM 6A partir da década de 70, o mercado imobiliário se apropria de alguns

fundamentos do urbanismo moderno, e começa a construir conjuntos fechadosdestinados às faixas de poder aquisitivo mais alto. No Rio, este fenômenoocorreu principalmente em direção à Barra da Tijuca, vetor de expansão dacidade até então pouco explorado. Os núcleos residenciais de Nova Ipanema eNovo Leblon, desenvolvidos simultaneamente em 1975 pelo escritório dosarquitetos Edison Musa e Edmundo Musa, constituem os exemplos mais clarosda intenção de introduzir os novos conceitos de planejamento, apresentando ocondomínio como evolução “natural” ao habitar. Os próprios nomes com queforam batizados indicam o caráter do empreendimento, afirmando a propostade construir novas versões dos bairros mais elegantes da zona sul. O projetopara Nova Ipanema é voltado para o atendimento imediato a todas asnecessidades do morador, constituindo-se como uma unidade que se querautônoma: áreas de lazer e esporte, espaços comunitários, caminhos depedestre, pequeno comércio. As zonas residenciais se organizam em faixasparalelas a partir da av. das Américas: alta densidade(oito prédios deapartamentos comunidades de três e quatro quartos) e baixa densidade(116lotes para residências unifamiliares, a partir de mil m2 cada). O conjunto possuiainda área de apoio náutico junto à Lagoa de Marapendi, com balsas quefazem conexão com a praia, distante cerca de 300m.

UNION CHURCH - NOVA IPANEMA - BARRA DA TIJUCAEdificação para fins religiosos, projetada pelo arquiteto Paulo Casé em

1981 e premiada pelo IAB/RJ em 1985. O espaço arquitetônico proporciona aopúblico a fruição de um ambiente acolhedor, incorporando às exigências doculto uma linguagem claramente contemporânea. A composição se utiliza deelementos tradicionalmente associados a espaços religiosos, reinterpretados,segundo ótica atual, como o sentido de verticalidade, o clima de penumbraobtido pela dosagem de luz e os elementos portantes manifestadosexternamente. Plasticamente, a expressão do conjunto é assegurada pelaestrutura em concreto aparente onde se destacam o campanário e o corpo danave, com cobertura inclinada ascendente para o altar, apoiada por vigasmetálicas que vencem vão de 15m e se assentam sobre contrafortes emconcreto armado que estruturam o talude de onde emerge a nave. Entre acobertura e o talude foi aberta uma área para iluminação e ventilação, sob aqual se dispõe ampla vegetação. A luz filtrada pelos vitrais coloridos dispostos

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atrás do altar contribui para a iluminação natural do interior, gerando umaatmosfera própria à meditação.

CONJUNTO RESIDENCIAL NOVO LEBLON - AV. DAS AMÉRICAS, KM 8Conjunto residencial formado por oito torres com apartamentos de dois,

três e quatro quartos. A organização do conjunto segue a proposta do projetoprecedente, projetado pelos mesmos arquitetos na mesma época, em terrenovizinho com 540 mil m2 de área, limitado ao norte pela av. das Américas e aosul pelo parque da Lagoa de Marapendi. As torres são dispostas sobreplataforma destinada a lazer com piscinas e infra-estrutura esportiva, e em seuentorno ficam as casas; as edificações delimitam um amplo espaçocomunitário, com bosque, clube, campos de golfe e escola.

CRECHE TIC-TIC-TAC - CONDOMÍNIO MANDALA - BARRA DA TIJUCAEm terreno plano de 3.500m2, num dos condomínios fechados da Barra

da Tijuca, foi implantado em 1983 este projeto das arquitetas Ofélia AutranDourado e Ângela Leite Barbosa, para responder a programa bastanteespecífico. A concepção baseia-se em módulos de 5,00m x 5,00m,organizados de forma a atender a diferentes finalidades; os blocos deatividades independentes são interligados por passarela coberta com laje deconcreto, iluminada por domus em estrutura metálica. O arranjo das unidadespermitiu a criação de pátios privativos destinados a faixas etárias distintas eusos diversos. Predominam as cores primárias nas esquadrias e elementosmetálicos, proporcionando ao conjunto uma jovialidade coerente com opropósito do projeto.

CONDOMÍNIO SANTA MÔNICA - AV. DAS AMÉRICAS - BARRA DA TIJ.Grande empreendimento imobiliário, iniciado em 1980, e que ainda

estava sendo implementado dez anos depois. Projetado pelos irmãos Edson eEdmundo Musa, foi o primeiro conjunto habitacional a prever um crescimentoorgânico, em etapas preestabelecidas, conforme os serviços urbanos do bairrofossem implantados, num esquema oposto ao do Atlântico Sul. Osincorporadores confiavam plenamente no pronto crescimento do bairro,bastando dizer que algumas unidades foram pensadas prevendo a proximidadeda futura estação do Metrô-Barra, ainda hoje não implantada. Na primeiraetapa, era um conjunto composto por loteamento de terrenos amplos de1.200m2, onde foram previstas residências de alto luxo, com unidades de, nomínimo 04 quartos. O condomínio era claramente inspirado no famoso subúrbiocaliforniano, seguindo um traçado orgânico densamente arborizado, imitando opadrão de vida do local cujo nome sugeria. As casas seriam cercadas porcercas vivas em vez de muros, sendo toda a parte íntima voltada para o interiordos lotes, garantindo privacidade total, reforçada ainda mais por serem asunidades de sobrado. A implementação total do condomínio sofreu muitosatrasos, sendo depois instalados serviços internos não previstos originalmente,haja vista que os programados para o bairro sofreram atrasos em suaimplantação, haja vista a estagnação pelo qual o Município passou na décadade oitenta.

CONDOMÍNIO ATLÂNTICO SUL - AV. SERNAMBETIBA, 3.600 - BARRA

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Unidade habitacional de alto luxo, com prédios distribuídos em amploterreno frente ao mar, portando cada lâmina apartamentos de luxo com 3 e 4quartos e piscina privativa na varanda. Projetado em 1977 pela Sérgio DouradoArquitetura e Planejamento, esta unidade, a primeira de grande porte nessaregião da orla, utilizou-se de seu grande isolamento para aproveitar todo oespaço disponível ao nível do solo com serviços que permitissem ao máximo aconvivência sem depender da infra-estrutura, então inexistente de mercados,lazer e serviços gerais da Barra. Os generosos equipamentos urbanos contamcom quadras de tênis com instrutores; quadras de vôlei, basquete e futebol;piscina com instrutores; shopping center; sauna, salões de massagem,repouso, jogos e cinema; academias de ballet e ginástica com instrutores; decke porto náutico na Lagoa de Marapendi; área para ginástica ao ar livre, jardinslagos e fontes de Burle Marx; dois restaurantes; posto médico; cartão decrédito interno e seis linhas de ônibus privativas, etc. Enfim, toda uma forma devida que o novo bairro se proporcionava para receber e atrair.

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL ALDEIA DO MAR - AV. SERNAMBETIBAConcebido por uma equipe de arquitetos da Servenco Construtora S/A .,

formada por Fernando Abreu, Dibar Gonçalves, João Vicente do Amaral Mello,Paulo Bernardo Goldstein, Márcia Queiroz Bastos e Marcus Vinícius Lustosade Souza, este condomínio, projetado em 1983, se beneficia de uma taxa deocupação, cerca de 20%, bem abaixo da exigida por lei, em terreno de 49 milm2, onde 15 mil m2 são destinados a lazer e circulação. O programa previa umconjunto de oito prédios de cinco pavimentos, cada um com quatroapartamentos por andar. Os blocos de três e quatro quartos foram dispostos aoredor de uma praça, sobre plataformas elevadas cerca de 01m em relação aopasseio, interligadas por áreas ajardinadas, sob as quais estão osestacionamentos. O material predominante no revestimento externo é omosaico cerâmico de 5cm x 5cm com esmaltação em amarelo queimado,contrastando com os volumes das caixas dáguas superiores, pintadas em tomcafé, e com alguns elementos em concreto aparente. Como em outroscondomínios da região, foi reservado espaço para uma área de lazer, onde selocalizam salões de festas, bar, piscinas, quadras de esporte e salas deatividades artísticas e artesanais. Uma ciclovia e um minibosque, onde foramplantadas cerca de 150 árvores, complementam o conjunto.

COMPLEXO HABITACIONAL ALFABARRA - AV. SERNAMBETIBA, 6.500O conjunto Alfabarra representa um dos núcleos de torres previstos no

plano de Lúcio Costa para a Baixada de Jacarepaguá, e é composto por duasáreas distintas, ladeando a av. alvorada, entre o mar e a lagoa. No total, oprojeto de 1980 dos arquitetos Luiz Paulo Conde, Mauro Neves Nogueira,Sérgio Magalhães, Sandra Muylaert, João José da Silva Costa, LeonardoStucker Fialho, Juan Carlos Di Filippo e Isso Milman, prevê a construção decinco torres residenciais com seis pavimentos, dispostos ao redor de umapraça, com três escolas, clube e áreas de recreação. A expressão dos volumesé reforçada pelo tratamento dado às fachadas: predominância de cheios sobrevazios, varandas reentrantes, material de revestimento único e monocromáticopara cada edifício e toldos que quebram a regularidade do bloco. Edifícioscomerciais e de serviços, com gabarito máximo de dois pavimentos, foram

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implantados entre as torres ou configurando uma rua interior, vinculada àLagoa de Marapendi.

RIOCENTRO - ESTRADA DOS BANDEIRANTES, 8.601 - JACAREPAGUÁDestinado a grandes eventos, o projeto para o conjunto do Riocentro,

projetado por Hélio Modesto em 1977, compreende pavilhão central para feiras,pavilhão de congressos, três pavilhões de exposições, dos quais apenas um foiexecutado, e edificações de serviço. O terreno de 600 mil m2, localizado najunção de duas artérias de tráfego, foi atravessado por um sistema decirculação interna que permite acesso fácil a todas as edificações eescoamento rápido. Os pavilhões ocupam o centro do terreno, deixando aperiferia livre para os serviços de apoio, áreas verdes e estacionamento paraseis mil veículos. As edificações mais marcantes são os pavilhões decongressos e exposições: o primeiro tem área construída de 20 mil m2, ecapacidade para atender até dez mil participantes. A estrutura de concreto seconjuga à estrutura metálica da cobertura, beneficiando os amplos espaçoscom perspectivas atraentes. No Pavilhão de Exposições a estrutura metálicacobre 31.500m2, apoiada sobre seis colunas espaçadas por vãos de 60 m. Aorganização dos blocos permite sua utilização isolada ou simultânea.

INDÚSTRIAS QUÍMICO-FARMACÊUTICAS SCHERING - E. DOS BANDEIR.Indústria de produtos químicos, implantada em área então destituída de

iniciativas similares, o que lhe permitiu estender-se horizontalmente por umagrande área. O complexo, elaborado em 1974 pelo arquiteto Sérgio Bernardes,compreende quatro unidades de função variada, agenciadas ao redor de umlago e unificadas por uma grande cobertura em treliça espacial assente sobrepilares de concreto armado; assegurando continuidade visual ao conjunto.

HOSPITAL GERAL DE JACAREPAGUÁ - AV. MENEZES CORTES, 3.245Esta obra, projetada em 1987 por jovens arquitetos do escritório Archi

5(Bruno Fernandes, Alder Catunda, Otávio Reis, Pedro da Luz e RobertoNascimento), veio responder à necessidade de ampliação de um hospital doINAMPS, na periferia da cidade. Os serviços de ambulatório, atendimento eapoio foram concentrados em um bloco único, formado por dois pavilhõesparalelos e pátio central descoberto. O volume se articula com o prédioexistente através de circulação semicircular com acessos independentes paraequipe médica e pacientes, que se fecha ao redor de uma praça descoberta.Toda a estrutura, cobertura e vedação da nova edificação foram compostas porelementos pré-fabricados de concreto, visando atenuar os problemasdecorrentes da convivência do canteiro de obras com o sistema hospitalar. Naprópria obra foram executados apenas os blocos de concreto, nos quais seaplicou pigmentação avermelhada para compor as faixas horizontais quecaracterizam as duas fachadas principais.

O projeto foi premiado pelo IAB/RJ, em 1991.

EDIFÍCIO SEDE DA CIGNA SEGURADORA S.A. – AVENIDA PAULO DEFRONTIM, 628 – RIO COMPRIDO

O partido arquitetônico se caracteriza pela implantação em terreno deaclive acentuado, de modo a preservar seu perfil natural e reduzir despesascom arrimos e terraplenagem. A torre de circulação vertical configura corpo

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autônomo com destaque em relação ao bloco de escritórios assentado na partemais alta, com cinco pavimentos-tipo sobre pilotis. Abaixo deste nível estãodois pavimentos semi-enterrados para garagem e sobreloja para almoxarifadoe depósito. O tratamento exterior evidencia os elementos de suporte do edifíciocom ênfase nos pilares periféricos que proporcionam amplos espaços livres.

Originalmente erguido em 1966 pelo arquiteto Wit-Olaf Prochnik parasede da União Brasileira de Seguros Gerais, quando da aquisição do edifíciopela CIGNA Seguradora S.A., o terraço da cobertura foi fechado para abrigarrestaurante, cozinha e serviços.

ESTÁDIO MÁRIO FILHO - “MARACANÔ - AV. MARACANÃ, 252Uma das obras tecnicamente mais importantes do Brasil, localizada nos

terrenos do antigo Derby Club, ocupando uma área de 186.638,56 metrosquadrados e compõe-se de Estádio Mário Filho (Maracanã); Ginásio GilbertoCardoso (Maracanazinho); Pista de Atletismo Célio de Barros e ParqueAquático Júlio de Lamare. Sua capacidade original era de 155.000 pessoas,atualmente reduzida para 95.000. O Estádio do Maracanã teve sua construçãoiniciada no governo do Prefeito Marechal Ângelo Mendes de Morais, a 10 deagosto de 1948, e foi inaugurado a 16 de junho de 1950, com o jogo de seleçãode jogadores “novos”, do Rio de Janeiro e de São Paulo, sendo Didi, o autor doprimeiro gol da história deste estádio.

Foi construído no tempo de 01 ano, 10 meses e 06 dias, de acordo como projeto da equipe de engenheiros arquitetos, constituída por Raphael Galvão,Antônio Dias Carneiro, Orlando de Azevedo e Pedro Paulo Bernardes Bastos,com cálculo estrutural de Antônio Alves de Noronha. Tem a forma de umaelipse, medindo 318,52m x 280,7m, com o perímetro de 944,62m. Sua altura éde 32 metros, com o último degrau a 23,60 metros de altura, distando de 126metros ao centro do campo. As dimensões do seu campo eram de 72m x108m, até 1963, quando foram aumentados para 75m x 110m, de acordo comas leis internacionais.

Possui moderno sistema de irrigação mecânica da grama, com perfeitadrenagem, o que permite mantê-lo perfeitamente seco, mesmo durante chuvasviolentas. O gramado que é circundado por um fosso de 3 metros de altura por3 metros de largura, garante completo isolamento entre os atletas e o público, éatingido por quatro túneis, com iluminação indireta e com piso de borracha.Projetado para abrigar confortavelmente 155 mil pessoas, já teve em suasdependências 220 mil pessoas, no jogo Brasil e Espanha em 1950, durante aIV ª Copa do Mundo, quando ocorreu também a primeira invasão do estádiopelos torcedores sem ingresso, que derrubaram parte do muro que o circunda.

A primeira partida noturna foi realizada em 1951, quando foi realizado otorneio Rio-São Paulo. Foi, também o primeiro estádio na América Latina apossuir um placar eletrônico, em 1961. O custo da obra foi de 250 milhões decruzeiros. Para sua construção foram necessários 1.500 homens trabalhando24 horas por dia, número este elevado para 5.000, tendo sido empregado oseguinte material:A)- 500.000 sacos de cimento, que empilhados formariam 78 pilhas da alturado Corcovado (704m).B)- 9.582.781 quilos de vergalhões de ferro, que colocados em fila, dariam avolta ao mundo uma vez e meia pela linha do Equador.

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C)- 650.000 metros quadrados de madeira, que se fossem distribuídos emtábuas, cobririam 3,5 vezes a área de pavimentação da avenida PresidenteVargas (que tem 50m x 3.800m).D)- 60.000 metros cúbicos de pedra, que dariam para encher uma trincheira de2,5m de largura por 2m de altura, numa extensão de 12 quilômetros.E)- 45.000 metros cúbicos de areia, que formariam uma camada de 0,25m dealtura, por toda a extensão da avenida Presidente Vargas.F)- 80.000 metros cúbicos de concreto, que correspondem a estrutura deedifícios de 10 andares, de ambos os lados da avenida Rio Branco, em toda asua extensão(1.800m).G)- 41.000 metros cúbicos de escavações, que correspondem a cobertura de1.640 poços de 2m x 2,5m de profundidade.H)- 134.700.000 metros cúbicos de aterro.I)- 1.004,490 metros de escoramento.J)- 475.562 metros quadrados de formas.K)- 40.000 caminhões descarregando material e atêrro, que colocados em filaindividual, cobririam a extensão da estrada Rio-São Paulo.

Em fins dos anos noventa, o ex-presidente da FIFA, o brasileiro JoãoHavelange, considerando-o obsoleto, sugeriu sua implosão e reconstrução comapoio financeiro internacional. Não pensaram assim os outros brasileiros,restaurando-o integralmente e tombando-o à nível estadual em junho de 2.000,quando de seu cinqüentenário.

Seu mais antigo funcionário vivo e maior divulgador da casa é o Sr.Isaías Ambrósio, que nele trabalha desde 1948.

RAPHAEL GALVÃO – DADOS BIOGRÁICOS.Arquiteto. Nasceu no Rio de Janeiro em 894, estudou em sua própria

cidade natal e recebeu o diploma de arquiteto em 1920 pelo Curso deArquitetura da Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil.Casou-se com Adalgisa Amaral Galvão e iniciou sua carreira ainda estudante,como projetista de mobiliário, logo passando à sua verdadeira vocação –arquitetura. Entusiasta das soluções da arquitetura colonial brasileira, dedicou-se ao estudo, e seus projetos de residências revelavam essa tendência,aliando o talento ao conhecimento profundo. Nas grandes obras, mantinhafiliação estilística com o Art-Déco.

Esportista, projetou vários estádios de futebol, como o do Botafogo(1938), sendo o principal o Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (1941/50),em equipe com três outros arquitetos. Juntamente com seu filho, RaphaelGalvão Júnior, prematuramente falecido, projetou o Ginásio Municipal doMaracanãzinho (1953/4). Galvão também projetou alguns hotéis e casas deespetáculos, entre os quais podem ser citados o Cinema Roxy, emCopacabana (1933/4, com Firmino Saldanha); o Cine Pirajá, em Ipanema(1935); e o Cine Metro Copacabana (1936), cujas soluções permanecematualizadas até hoje para os mais modernos métodos de projeção. Em 1923 foifundador, em seu escritório, juntamente com outros arquitetos, do Instituto deArquitetos do Brasil. Sua obra é extensa além das já citadas, tendo obtidovários primeiros lugares e medalhas em concursos nacionais.

Raphael Galvão faleceu no Rio de Janeiro em 1964.

ESTÁDIO GILBERTO CARDOSO - “MARACANAZINHO” - AV. MARACANÃ

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Localizado ao lado do estádio do Maracanã, teve suas obras iniciadas a30 de maio de 1953 e terminadas a 24 de setembro de 1954, sendo construídopela firma Prolar S/A . Seu atual nome é Ginásio Gilberto Cardoso, emhomenagem ao antigo presidente do Flamengo, grande incentivador dobasquetebol na cidade. Este estádio possui capacidade para 20 mil pessoassentadas, bares, restaurante, sanitários, modernos vestiários, 12 cabines derádio e televisão.

Construído para a realização do Campeonato Mundial de Basquetebolem 1954, é hoje o palco dos grandes acontecimentos esportivos e sociais dacidade, como: campeonatos de basquetebol, voleibol, desfiles para concursosde “Miss”, congressos religiosos, circos, espetáculos de patinação no gelo,desfiles de modas, festivais de música, etc. Sua capacidade de público foiultrapassada várias vezes, por ocasião dos jogos do Campeonato Mundial deBasquetebol e Voleibol, e de apresentações religiosas e circenses.

Foi destruído por um incêndio em 1967, sendo reconstruído depois.

CAMPUS DA UERJ - RUA SÃO FRANCISCO XAVIER - MARACANÃResultado de concurso privado realizado em 1967, o projeto para o

Campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, elaborado pelosarquitetos Flávio Marinho Rego e Luís Paulo Fernandez Conde, construído em1967/74, apresenta uma proposta inovadora, baseada no conceito de“microuniversidade urbana”, estruturada em institutos básicos.

Devido às dimensões reduzidas do terreno, optou-se por uma soluçãovertical que beneficia a integração entre universitários de diferentes áreas. Ocomplexo foi dimensionado para uma população de 15 mil alunos, distribuídosem oito unidades de ensino, e compreende seis edifícios com 12 pavimentoscada, interligados por rampas e escadas. Além das salas de aula, laboratóriose salas auxiliares, cada pavimento conta com cantina e sala de estar.

Todos os blocos se ligam ao central, onde estão concentrados osserviços de apoio: lanchonetes, bateria de sanitários, elevadores eadministração. Complementando o setor educacional há um centro acadêmicocom salas de estar, jogos e associações, locais para cursos, refeitório e teatro,além de estúdio completo de TV, seis auditórios e cinco laboratórios deidiomas. O campus se completa com um conjunto de piscinas, camposesportivos, áreas verdes, capela ecumênica e grande auditório, cuja coberturafoi aproveitada como teatro de arena e concha acústica.

Objetivando o barateamento dos custos de construção, economia nosprazos de execução, qualidade de acabamento e facilidade de manutenção,optou-se pelo sistema construtivo racionalizado. A estrutura de concretoaparente, moldada “in loco”, foi dimensionada para atender a esforços variáveissegundo as transformações de uso. Para fechamento externo, utilizou-sesistema pioneiro de painéis pré-fabricados em concreto, moldados em formasmetálicas.

AGÊNCIA SAENS PEÑA DO BANCO ITAÚ – RUA CONDE DE BONFIM, 423,ESQUINA DE RUA PADRE ELIAS GORAYEB – TIJUCA

A partir do final da década de 70, as organizações bancárias passaram aadotar uma arquitetura promocional de presença marcante na paisagemurbana e forte sentido competitivo no mercado específico. Através de umacentral de projetos estabelecida em São Paulo – a Itauplan, o Banco Itaú deu

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início à modernização da imagem de suas agências, adotando linhas claras defácil legibilidade e identificação. Os arquitetos João Eduardo de Gennaro eAurélio Longo desenvolveram uma série de agências no Rio, dentre as quaisse destacam, além desta, a Agência Visconde de Pirajá, em Ipanema, pelaplasticidade e funcionalidade alcançadas. A Agência Tijuca sobressai peloemprego balanceado de concreto aparente com esquadrias de ferro pintadasde preto que estruturam grandes panos de vidro temperado protegidos porpersianas metálicas fixas. O partido resguarda as árvores originalmenteexistentes no terreno, e cria uma marquise coberta por jardim que percorre asduas fachadas principais. A utilização de pé direito duplo em parte do salãogarante espaços e perspectivas amplas.

TIJUCA TÊNIS CLUBE – RUA CONDE DE BONFIM, 451– TIJUCA

O Tijuca Tênis Clube surgiu em 1915, na Rua Uruguai 391, na casa doCoronel Joaquim Pereira da Cunha Barbosa. Objetivava ser freqüentado pelasfamílias da região, aproximando as pessoas. Corre a história de que um dosfundadores estava desejoso por certa moça, a qual só conhecia de vista, epensava que um clube ajudaria a aproximá-los. Alguns anos depois, oPresidente Heitor Beltrão o transferiu para a Rua Conde de Bonfim, próximo àPraça Sãens Peña. No lugar, existia até então um cortiço, a Pensão Cantagalo,em terras de propriedade da Baronesa de Itacuruçá.

Fora as atividades desportivas, principalmente o tênis, o Tijuca manteveintensa vida social, com seus bailes que atraíam pessoas de vários bairros.Uma reportagem do periódico “Tijuca em Revista” relatava: “Corria o ano de1931... A grande sensação da cidade era o Tijuca Tênis Club, com sua novasede em estilo neocolonial, suas festas que eram a nota elegante datemporada, sua piscina. A primeira piscina da Zona Norte, num bairro distantedo mar, trazendo aos habitantes das encostas da montanha a possibilidade daprática da natação e do prazer do banho, ao sol, sem os incômodos da longaviagem à Zona Sul.

A antiga sede era em estilo neocolonial, erguida em 1931, foi projetadapor Paulo Candiota. Havendo necessidade de se ampliá-la, foi demolida emfins dos anos 50, sendo construída a nova sede moderna, de 1959 a 63,projeto do arquiteto João Khair. No hall subsiste ainda o portão colonial daantiga sede, guardado como relíquia.

SINAGOGA ISRAELITA TEMPLO BENÉ SIDON – RUA CONDE DE BONFIM,

521, - TIJUCA

Pequenina sinagoga da zona norte, uma das três existentes na Tijuca(as outras duas são nas ruas José Higino, 375; e Visconde de Cabo Frio).Templo em arquitetura moderna, erguido na década de 60 sob projeto doarquiteto Elias Kauffman, visando atender a comunidade judaica da Tijuca.

RESIDÊNCIA COUTO E SILVA – AVENIDA ÉDISON PASSOS, 3.114 – ALTODA BOA VISTA

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Dispondo de terreno em declive, o arquiteto Affonso Eduardo Reidysatisfez o programa de necessidades dessa casa, projetada em 1953, em trêsníveis; sobre a garagem estão organizados aspectos básicos da demandafamiliar, localizando os quartos em plano um pouco superior ao da sala; numplano intermediário está a piscina e no fundo do terreno uma pequena casapara empregados e oficina, acessível por um lance de escada. A fachada foiresolvida com elegância, combinando harmoniosamente diferentes materiais etexturas: pedra, combogó cerâmico, esquadrias de madeira e painel cerâmiconas cores azul, marrom e branca, desenhado por Burle Marx, responsávelpelos jardins.

Nesta residência morou por muitos anos o finado General Golbery doCouto e Silva.

CINEMA SANTA ALICE – RUA BARÃO DO BOM RETIRO, 1.095 –ENGENHO NOVO

Inaugurado em 1952, é representativo da “época de ouro” dos cinemascariocas de bairro. Destacam-se na fachada o pano de combogós, ocoroamento da torre que lembra cinemas americanos, e os materiais nobresusados no revestimento interno. Seu tombamento é conseqüência de umacampanha da comunidade quando o cinema foi transformado numa igrejaevangélica em 1982.

O cinema é tombado pela Municipalidade desde 1990

EDIFÍCIO-SEDE DA CIA. BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA – RUAFRANCISCO EUGÊNIO, 329 – SÃO CRISTÓVÃO

Prédio que se destina a abrigar a sede administrativa da CompanhiaBrasileira de Petróleo Ipiranga e de empresas coligadas, corresponde a doisparalelepípedos de dez pavimentos, deslocados em relação ao eixolongitudinal e conectados por um núcleo que aglutina todos os serviços eequipamentos. São nitidamente ressaltados o coroamento e a base, onde seagrupam os serviços que necessitam de maior contato com o público. Emrazão da necessidade de adaptação dos espaços a possíveis alterações noorganograma da empresa, a estrutura vertical foi implantada externamente, oque assegura a livre disposição das divisórias internas. O tratamento exteriortira partido dos pilares e quebra sóis, utilizados nas faces ensolaradas,constituídas de placas pré-moldadas de concreto articuladas à superfície devidro fumê que recobre todas as fachadas.

O projeto é de 1978, dos arquitetos Édison Musa e Edmundo Musa.

ESTAÇÃO RODOVIÁRIA NOVO RIO - AVS BRASIL/F. BICALHO/R. ALVESNa confluência da avenida Brasil com as avenidas Francisco Bicalho e

Rodrigues Alves, foi construída durante a gestão do Governador CarlosLacerda em 1964/65 a Estação Rodoviária pelo Departamento de Estradas deRodagem em substituição à Estação Mariano Procópio, na Praça Mauá. Estaúltima já estava congestionada, não suportando mais o tráfego rodoviário, alémde perturbar a circulação de veículos no centro da cidade. A capacidade daRodoviária Novo Rio é cinco vezes maior que a da Estação Mariano Procópio,e, a projeção até o ano de 1980 foi de 150.000 passageiros/dia.

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As instalações da Rodoviária Novo Rio, cuja área coberta é de13.000m2, compreendem um conjunto por uso público assim discriminado:1)- Dependências para grandes malas e encomendas.2)- Telefones urbanos e interurbanos.3)- Correios e telégrafos.4)- Agência bancária.5)- Instalações sanitárias com 82 boxes, inclusive 12 chuveiros.6)- Escadas rolantes.7)- Bebedouros de água gelada.8)- Circuito interno de televisão.9)- Sistema de música funcional.10)- Painéis eletrônicos indicando a chegada e partida dos ônibus.

As instalações foram muito melhoradas nas gestões Chagas Freitas eMarcelo Alencar, mas a estrutura básica da Estação Rodoviária Novo Rio aindaé a mesma deixada pelo Governador Carlos Lacerda.

EDIF. SEDE DO JORNAL DO BRASIL - AV. BRASIL, 500 - S. CRISTÓVÃOEdifício concebido por Henrique E. Mindlin, Giancarlo Palanti, Walter L.

Morrison, Walmyr L. Amaral e Marc D. Foundoukas, em 1966/69, para servir àindústria do jornalismo impresso, funcionando ininterruptamente. Devido àprópria natureza do jornal, seu programa integra ao mesmo tempo atividadesindustriais (impressora) e escritórios (redação e administração), além deestação de rádio, distribuídos em 33 mil m2 de área construída.Estruturalmente é dividido em dois setores independentes, separados porcolchão de ar de 5cm que elimina possíveis trepidações da área industrial paraas demais.

Foram adotados vãos de 12m x 16m com objetivo de concentrar cargasnas fundações e liberar o interior para as grandes dimensões das rotativas.Estas, por sua vez, tem fundações independentes e total isolamento doselementos estruturais, evitando-se repasse de vibrações. A estrutura resultantefoi enfatizada por acabamento em concreto apicoado. Nas fachadas, aproteção contra insolação quase permanente é feita por esquadrias em vidroduplo com persianas no meio e recuo de 01m da fachada. O heliponto nacobertura foi acrescido quando a construção já estava bastante adiantada erecebeu tratamento diferenciado.

CENTRO DE TRADIÇÕES NORDESTINAS LUIZ GONZAGA – ANTIGOPAVILHÃO DE SÃO CRISTÓVÃO - CAMPO DE SÃO CRISTÓVÃOAmplo espaço destinado a exposições e eventos culturais erguido em

1956 sob projeto do arquiteto Sérgio Bernardes, destinado a abrigar umaexposição industrial. Era, à época em que foi construído, uma das maioresáreas cobertas do mundo, com 156 mil metros quadrados. A planta em formatooval dispõe de dois lagos nas extremidades do eixo longitudinal, e áreas deserviço e apoio concentradas junto aos acessos localizados nos extremos doeixo transversal.

Para abrir o grande salão, sem apoios intermediários, o arquiteto lançoucabos de aço que compõem uma superfície parabólica, recoberta originalmentepor uma capa plástica, depois substituída após um vendaval por chapasmetálicas. Essa solução, inspirada em modelo americano, determinou amovimentação da volumetria que é a marca característica do projeto.

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Atingido por forte borrasca que lhe destruiu a cobertura, em 1988,encontra-se agora em processo de reabilitação como espaço cultural popular.

Foi integralmente restaurado pela Prefeitura em 2001/3 com o fito de alisediar a feira dos nordestinos, até então realizada em espaço externo aopavilhão. A feira é uma grande tradição local que remonta a 1960, ondemigrantes do nordeste do Brasil vendem seus produtos e expõem suastradições. Em setembro de 2.003 o pavilhão restaurado foi entregue ao público,com 300 boxes em seu interior, espaço para danças típicas, teatro, etc. À partirde então, o velho pavilhão ganhou o apropriado nome de Centro de TradiçõesNordestinas Luiz Gonzaga, em homenagem ao Rei do Baião.

SÉRGIO WLADIMIR BERNARDES - DADOS BIOGRÁFICOSArquiteto, nasceu no Rio de Janeiro em 1919. Formou-se em 1950 pela

Faculdade Nacional de Arquitetura. Em 1953, conquistou o prêmiointernacional de habitação na II Bienal de São Paulo, e em 1954, o grandeprêmio de Habitação Individual na Trienal de Veneza, e o prêmio internacionalde Arte Sacra, em Darmstadt, Alemanha, com o projeto para a Igreja de SãoDomingos, em São Paulo. Consagrando-se à pesquisa dos materiais deconstrução, projetou o pavilhão da Companhia Siderúrgica Nacional, para aexposição comemorativa do IV Centenário da Fundação de São Paulo (1954);o edifício do Senado Federal, no Rio de Janeiro (1956, não executado); oPavilhão de Exposições, em São Cristóvão (1956); o pavilhão do Brasil para aFeira Internacional de Bruxelas (1958); o Aeroporto Intercontinental (nãoconstruído); o plano-diretor para a cidade do Rio de Janeiro (1960, nãoexecutado); o plano-diretor para as favelas da Guanabara (1965, nãoexecutado); o plano-diretor da cidade-porto Presidente Stroessner, no Paraguai(não executado); o plano-diretor da cidade de Albufeira, em Portugal (nãoexecutado); Aeroporto de Brasília (1967); mastro da bandeira, na Praça dosTrês Poderes, Brasília (1972), etc. Sérgio Bernardes revelou-se um arquitetobem sucedido de residências. Se não conseguiu executar nenhum de seusgrandiosos projetos, construiu milhares de belas casas, destacando-se suaprópria residência, na avenida Niemeyer.

Sérgio Bernardes morreu no Rio de Janeiro em 2.003.

CASA SÃO LUIZ PARA A VELHICE – RUA GENERAL GURJÃO, 533 –CAJU

É o antigo “Asilo São Luiz para a Velhice Desamparada”, fundado a 4 desetembro de 1890, nesta cidade, pelo benemérito Visconde Ferreira deAlmeida (Luiz Augusto Ferreira d`Almeida).

Inaugurou-se o asilo com sete velhas na antiga vivenda de William Fox,na Ponta do Caju. A 15 de agosto de 1903 faleceu inesperadamente nestacidade o benemérito fundador da instituição, que até então fôra mantida àsexpensas e pelo zelo junto a amigos e benfeitores. Assim é que os herdeirosdo nome e das tradições do morto reuniram-se a 4 de julho de 1904, emassembléia com o nobre intuito de tomar sobre seus ombros o compromisso dacontinuação de sua obra. Foram 12 os componentes da memorávelassembléia. Constituiu-se assim a Associação Asilo São Luiz para a VelhiceDesamparada. Cessava a obra de um só homem para ser a resultante jurídicae legal de um numeroso grupo de cidadãos decididos a perpetuar a obra do

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fundador. Naquela data, 1904, eram 62 os internados (17 velhos e 45 velhas).Até então tinha o asilo acolhido um total de 303 anciãos de um e outro sexo.

Em 1935, o patrimônio da instituição elevava-se já a tal valor que asinstalações foram reconstruídas pelo arquiteto Paulo Camargo e Almeida, queprojetou os novos pavilhões em revolucionária arquitetura moderna. Assimsendo, o projeto para o novo Asilo São Luiz compreende pavilhões paraalojamentos, auditório com capacidade para 800 pessoas e serviços gerais. Oarquiteto se orientou segundo as últimas tendências técnicas e construtivas,sempre buscando atender às necessidades e cuidados que requerem osasilados: condições de conforto e higiene.

O aspecto elegante da estrutura em concreto armado se beneficiou daredução de cargas proporcionadas pelos elementos construtivos escolhidos –todas as paredes divisórias são em “celotex”, só tendo sido empregadaalvenaria nos elementos externos. Uma característica fundamental desteprojeto, pioneiro em sua época, é a estandartização da execução de váriaspeças, confeccionadas na própria obra, como as placas do revestimentoexterno, as divisórias, as placas isolantes térmicas e as caixas de concreto queprotegem as janelas do sol.

OFICINAS DPASCHOAL - AV. BRASIL, 2.198 - SÃO CRISTÓVÃOEdifício para exposição e venda de automóveis e autopeças, implantado

em terreno irregular, voltado para via de tráfego intenso. O arquiteto PauloAntunes Ribeiro, que projetou o edifício em 1952, cuja produção esteve semprevinculada à linha racionalista, buscou aqui também uma composição de linhasclaras, utilizando elementos geométricos de grande impacto e fácil assimilação,de acordo com as características do programa arquitetônico. As salas deadministração e exposição foram agrupadas num bloco único, voltado para afrente do terreno e definido volumetricamente por uma sucessão de arcos deconcreto. Já as oficinas configuram um bloco anexo, intencionalmentesecundário em relação à fachada principal. Enriquece a composição orevestimento em alumínio verde-bronze da cobertura de concreto.

CONJUNTO RESIDENCIAL PREF. MENDES DE MORAES – PEDREGULHO- BENFICA

Dentre as realizações mais notáveis no campo habitacional, do períodogovernamental populista (1946-1964), destaca-se a construção em 1947/54pelo Departamento de Habitação da Prefeitura do então Distrito Federal doConjunto Habitacional Prefeito Mendes de Moraes, mais conhecido comoPedregulho, projeto do arquiteto moderno Affonso Eduardo Reidy.

Esta iniciativa, levada a cabo sob a direção de Carmem Portinho,representa a primeira tentativa de integrar a moradia a outros espaços eserviços indispensáveis a uma equilibrada vida comunitária: escolas, creches,ambulatório, mercado, lavanderia, conjunto esportivo(quadras e piscinas). Oprojeto previa a construção de 478 unidades distribuídas em quatro blocos (umdos quais não executado) e equipamentos em terrenos de 5 hectares naencosta do morro do Pedregulho, no bairro industrial de São Cristóvão.

O bloco A, com sete pavimentos e 260m de comprimento, predomina napaisagem com seu aspecto sinuoso, que se adapta à variação topográfica naparte mais alta do terreno. Seu terceiro piso, quase totalmente vazado, étratado como um playground contínuo com creche e escola maternal nas

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extremidades. Por todo o conjunto despontam contribuições de artistas comoAnísio Medeiros e Roberto Burle Marx (jardins e painel na escola primária) eCândido Portinari(painel de azulejos no ginásio de esportes).

Este projeto tornou-se mundialmente famoso por incorporar com grandecriatividade os princípios da arquitetura e urbanismo modernos à solução deum conjunto habitacional para camadas populares.

CIDADE UNIVERSITÁRIA - ILHA DO FUNDÃO - BAÍA DE GUANABARAA Cidade Universitária ocupa uma superfície de 596 hectares resultante

da unificação, mediante aterros, de nove ilhas da Baía de Guanabara em1949/52. Sua localização foi determinada por diversos estudos de viabilidadeque levaram em conta fatores de ordem política, social, econômica e técnica. O“Campus” foi previsto para atender a 30 mil estudantes, e concentrar todas asatividades pertinentes à vida universitária: unidades de ensino, unidade deapoio(administração, restaurante, biblioteca, etc.) e zona residencial para atédez mil estudantes e 300 famílias de professores.

O plano urbanístico, bem como o projeto das edificações, foidesenvolvido por Jorge Moreira, arquiteto chefe; Aldary Toledo, arquitetoadjunto; e pela equipe formada por Orlando Magdalena, João Henrique Rocha,Donato Mello Júnior, Giuseppina Pirro, Adele Weber, Renato Ferreira de Sá,Elias Kaufmann, Arlindo Araújo Gomes, João Corrêa Lima, Asthor R. Sá Roris,Norma Cavalcanti de Albuquerque, Otávio Sérgio de Morais, Carlos AlbertoBoudet Fernandes, Conceição Mattos Penna, Jorge Werneck Passos, PauloRocha Souza, Renato Sá Júnior e Paulo Porciúncula de Sá.

O conjunto nunca foi concluído, e ao longo do tempo sofreu diversasalterações e introdução de unidades não previstas. Do projeto original, foramexecutados apenas o Instituto de Puericultura, Faculdades de Arquitetura eEngenharia e Hospital Universitário.

REFINARIA DE MANGUINHOS - AVENIDA BRASIL, 3.141 - BENFICAProjetada e construída em 1954/56 pela equipe de arquitetos formada

por Firmino Fernandes Saldanha, Humberto de Barros Kaulino e José BinaFonyat Filho. Os diversos setores exigidos pelo programa(administração,laboratório, oficinas, almoxarifado, vestiário e garagem) estão distribuídos emblocos isolados, cuja implantação foi estudada em função da configuraçãolinear do terreno.

Os prédios foram conjugados por caminhos integrados ao paisagismo,procurando-se estabelecer uma unidade plástica ao conjunto através dodestaque dos elementos estruturais. Os materiais obedecem a critérios deeconomia e durabilidade, valorizando-se suas qualidades de textura e cor.

SOTREQ - AVENIDA BRASIL, 7.200 - BONSUCESSOEste conjunto, destinado à exposição e venda de tratores Caterpillar,

projetado em 1944/49 pelos arquitetos Marcelo, Milton e Maurício Roberto, écomposto por grande área de exposições, escritórios, pequena sala deprojeções e auditório para conferências, restaurante, serviços de montagem eoficina.

O pavilhão central de exposições, uma elegante estrutura em madeiracom arcos de 44m de vão, cobertas com telhas de fibrocimento que nãochegam até o chão, domina a composição, complementada pelos blocos de

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oficinas e serviços com volumetria semelhante. Uma estreita e elegantepassarela à altura do primeiro piso do pavilhão central, sustentada pordelgados pilares, permite ao visitante uma perfeita observação do equipamentoexposto. O acesso à passarela é feito por interessante escada em caracolapoiada unicamente nos dois extremos.

Também nesse projeto os irmãos Roberto recorreram ao jogopolicrômico de valorização dos elementos arquitetônicos com predominânciapara os tons de rosa, cinza, marrom e branco.

O GRANDE PORTAL DO BRASIL – AEROPORTO INTERNACIONAL DORIO DE JANEIRO/GALEÃO – ANTÔNIO CARLOS JOBIM

Durante a 4a. Copa do Mundo de 1950 no Brasil o Rio de Janeirorecebeu milhares de turistas de todo o mundo. Essa leva de 600.000forasteiros congestionou o pequeno aeroporto Santos Dumont, inaugurado em1944 no Castelo, o que levou o Ministério da Aeronáutica a decidir pelaconstrução de um moderno aeroporto internacional, capaz, inclusive, dereceber os novos aviões a jato que estavam sendo postos no mercadoaeronáutico e que não poderiam mais pousar na estreita pista do SantosDumont. A realização de um congresso eucarístico internacional em 1955 emnossa cidade fez com que as obras fossem realizadas sem interrupção.

Em 1o. de fevereiro de 1952, era inaugurado pelo Ministro BrigadeiroNero Moura e o Presidente Getúlio Vargas, na Ponta do Galeão, Ilha doGovernador, nosso primeiro aeroporto de caráter internacional, o qual recebeuo nome da região onde foi edificado. Entretanto, como o país passava porgrave crise financeira, houve economia na obra e o resultado final decepcionoua todos. De mesquinha arquitetura, parecia mais um galpão que aeroporto. Nãoestava à altura do progresso nacional, e, pior, logo ficou obsoleto para o tráfegoaéreo que não parou de crescer nas décadas de 50 e 60. Mesmo assim serviupor 24 anos.

O Ministério da Aeronáutica resolveu afinal, em 1967, promover aconstrução de um verdadeiro aeroporto de porte internacional capaz deabsorver adequadamente o crescimento do tráfego aéreo e, em especial, aoperação de modernas aeronaves supersônicas de grande porte. Apósdiversos estudos, foi escolhida a área da Ilha do Governador, ao lado do antigoaeroporto do Galeão que foi transformado em terminal de carga. Foi delineadoo projeto arquitetônico pela empresa Hidroservice, com equipe técnicacoordenada pelo arquiteto Rodrigo Lefébre. A construção seria em quatroetapas; a previsão era atender 30 milhões de passageiros e 250 mil toneladasde carga por ano em 1990, com reserva de área para expansão após estadata.

O conjunto arquitetônico da primeira etapa foi inaugurado a 20 de janeirode 1977 e é formado por um Terminal de Passageiros, Unidade deAdministração e Controle e Torre de Controle. A Estação de Passageiros foiexecutada em 1972/76. Ao todo estão previstas mais três. A que foi concluídainicialmente, cumpre com rigor a sua função exigindo caminhadas curtas para opassageiro, funcionalidade e conforto. As atividades principais, embarque edesembarque, realizam-se em níveis diferentes, com acessos diretos ao eixoviário e à via principal. Nesses dois níveis encontram-se os serviços essenciaise alguns setores de apoio imediato ao usuário. Em nível inferior está oestacionamento de automóveis controlado por computador com capacidade

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para 1.300 veículos. No 3o. piso, acima do embarque, localizam-se asprincipais concessionárias comerciais, áreas de estar, centro comercial, capelaecumênica e restaurantes.

A estação divide-se em dois setores para vôos domésticos e internacionais,cada um com sistema completo para embarque e desembarque depassageiros, e a ligação com as aeronaves é feita por meio de 19passarelas telescópicas que viabilizam ao todo 33 posições de embarque.Pela primeira vez no Brasil foi utilizada pavimentação em concretoprotendido, tanto para a pista de pouso quanto para as pistas detaxeamento, saídas rápidas e áreas de espera. A aplicação de sofisticadossistemas de computadores integrados ao projeto arquitetônico contribuiu naotimização do controle operacional e do uso das instalações básicas. Oacesso ao aeroporto é feito pelo viaduto dos Maracajás, inaugurado a 31 demaio de 1978. Nesse mesmo ano, passaram pelo aeroporto 5.700.000passageiros, atingindo sua capacidade máxima. Em 1992 passou por umteste de fogo, quando recebeu, de uma só vez, mais de cem chefes deestado e turistas que vieram para a Conferência Internacional de MeioAmbiente Rio-92.

Recentemente, em março de 1998, quando da realização da reunião dechefes de estado no Rio de Janeiro denominada de “Cimeira”, ficou pronta asegunda fase do projeto, depois de três anos de obras. O novo terminalinaugurado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso redimensionou todo osetor de embarque e desembarque nacional e internacional, então em francaexpansão. A diminuição do tráfego aéreo no Rio de Janeiro ocorrida logodepois, com a inauguração de novos e modernos aeroportos em outrosestados da Federação adiou a conclusão das fases três e quatroindefinidamente.

O aeroporto possui nome complicado. Durante sua construção, eraapelidado pela mídia de “Supersônico”. Com o fracasso dos vôos do avião àjato Concorde ao Brasil, esse nome foi esquecido e recebeu oficialmente adenominação de Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Como a populaçãocontinuava a denomina-lo de “Galeão”, em lembrança do antigo aeroporto aliinaugurado em 1952, este nome lhe foi afinal aposto por decreto. Após a mortedo maestro Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, em meados de 1994, oSenador Arthur da Távola propôs, pelo projeto de lei no. 208, de 1995, seunome para o aeroporto. Afinal, pela lei no. 9.778, de 5 de janeiro de 1999,decretada pelo Presidente da República, a instalação passou a ostentar os trêsnomes.

Para a INFRAERO, empresa responsável pela implantação eadministração dos aeroportos no Brasil, ele é apenas conhecido como “GIG”.

O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antônio CarlosJobim, ocupa uma área de 14km2, com duas pistas de pouso (uma com4.000m e outra com 3.180m) e dois terminais concluídos. Funciona como umacidade, mobilizando até 20.000 funcionários, com população flutuante de até50.000 pessoas/dia. Passaram por ele, no ano 2.000, 6.006.697 passageiros,com 82.532 aeronaves, bem como 117.840 t de carga.

IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO LORETO – ESTRADA DOSMARACAJÁS, 635, ITACOLOMI – ILHA DO GOVERNADOR.

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A Padroeira dos aviadores é especialmente adorada pelos cariocas emduas belas igrejas. Uma, antiqüíssima, datando dos primórdios da cidade. Aoutra, moderna, reflete a importância da aviação para o progresso do Rio deJaneiro. A primeira delas, fica situada na Ladeira da Freguesia, 375,Jacarepaguá. A outra, bem mais recente, situa-se na Estrada dos Maracajás,635, em Itacolomi, Ilha do Governador.

A Igreja na Ilha do Governador possui história bem modesta.Na década de 1930, foram instalados os primeiros aeródromos militares

na Ilha do Governador. Após 1936, esses aeródromos passaram igualmente aatender a aviação civil, pois a pista do Aeroporto Santos Dumont era diminuta esó podia receber pequenas aeronaves. Com a necessidade de um aeroportointernacional para a cidade, o Presidente Getúlio Vargas inaugurou o Aeroportodo Galeão, a 1o. de fevereiro de 1952. A concentração, num mesmo ponto, deinstalações da Força Aérea Brasileira e da aviação civil levou a comunidade dobairro de Itacolomi a erguer em 1956 uma capela em louvor à Virgem doLoreto. No ano seguinte, a 22 de outubro de 1957, o Cardeal D. Jayme deBarros Câmara a elevou à condição de Paróquia do bairro insulano.

De arquitetura modesta, vale mais pelo sentimento religioso que o luxo.Talvez assim mesmo deva ser uma Casa de Deus, simples, semsuperfluidades. Por muitos anos foi seu Pároco o Cônego Paulo Corrêa Pinto.A Igreja de Nossa Senhora do Loreto da Ilha do Governador foi recentementemotivo de manchetes nos jornais, quando em outubro de 2.003, os traficantesque assolavam a região expulsaram o Pároco Padre Silas Pereira Viana. Apolícia teve de vigiar o templo para garantir que os paroquianos tivessem paz eo culto voltasse à normalidade.

Se a polícia não funcionar, quem sabe os anjos aparecem de novo paralevar o templo a um novo lugar?

Sua festa se dá a 10 de dezembro.

IGREJA DE NOSSA SENHORA APARECIDA – MONERÓCom a inauguração do novo viaduto, em 1985, ligando a Ilha do

Governador à cidade, o bairro do Moneró, então um lugar com poucomovimento, tornou-se o coração da ilha. Na década de 1990 surgiramsupermercados e toda uma série de serviços públicos e empreendimentosimobiliários, os quais mudaram completamente o perfil do lugar. Com oincremento populacional, a pequena Igreja de São José Operário passou a nãoatender bem a toda essa população. Assim sendo, em 1998 foi inaugurada anova Igreja Paroquial de Nossa Senhora Aparecida, toda em concreto, tijolos ealumínio, de arquitetura moderna, mas inspirada nas formas da arte cristãprimitivas.

Com paredes de tijolos e estrutura em alumínio e ferro, possui um lindoaltar mór moderno em cimento e pinturas, estas imitando o Rio Itaguaçu, emSão Paulo, onde três pescadores acharam a imagem da santa em 1717, com aescultura da pomba do Divino Espírito Santo em relevo, e a imagem de NossaSenhora Aparecida, réplica perfeita da que se encontra na Basílica Nacional,em São Paulo.

É uma ótima referência à Ilha do Governador, que sempre combinou, aolongo de séculos, a tradição com a modernidade.

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CIDADE ALTA - CORDOVILNa Avenida Brasil, na confluência com a rodovia Rio-Petrópolis, e a vinte

quilômetros, apenas, da Praça Mauá, ergueu-se em 1969 o Conjunto CidadeAlta, em Cordovil. Compõe-se de 64 blocos residenciais de 5 pavimentos, comum total de 2.597 apartamentos de um, dois ou três quartos, os quais sãoservidos por um completo sistema de água, esgoto, energia e com previsãopara todas as emergências, inclusive a possibilidade de expansão.

Em benefício da nova comunidade, a Cidade Alta foi implantada dentrode uma área em franco desenvolvimento industrial e comercial, no principaltronco do Anel Rodoviário, onde são propiciadas todas as facilidades comunaisbásicas.

No centro do Conjunto, três escolas foram construídas, cada umadestinada a atender, em dois turnos, a 2.300 crianças. Levantou-se, dentro dopróprio conjunto, um centro comercial, um templo para culto religioso, um clubecom sede social e quadras para a prática de esportes.

O Conjunto de Cordovil foi inaugurado a 28 de março de 1969, quando oGovernador Negrão de Lima, o Presidente da COHAB, o Cardeal Dom Jaimede Barros Câmara e outras autoridades fizeram a entrega de chaves àsprimeiras vinte famílias transferidas da Praia do Pinto. Procedera-se, poucoantes, ao cadastramento e escalonamento da mudança, processando-se estaparceladamente, com o emprego de caminhões e Kombis da SUTEG.

Milton de Mendonça Teixeira.

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