[email protected] associativismo, cooperaÇÃo e … · definidas no estatuto, apesar da...

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44 FEEDFOOD.COM.BR que o método científico serve para medir quão significativas são as hipóteses, a fim de corrigir supos- tas conclusões dos menos informa- dos ou daqueles que teimam desde- nhar das ciências naturais. Esse “Admirável Mundo Novo” que presenciamos agora, embora ainda antecipado em 1931 pelo romancista Aldous Huxley, parece incomodar muito mais àqueles da minha geração. Sendo assim, é bem adequado retomar ao pensamento do filósofo francês Paul Valéry: “O pro- blema do nosso tempo é que o futuro não é mais o que costumava ser”. Seguro que “o futuro a nós não pertence” (Tiago 4:14), dei uma gui- nada radical na análise e enviesei para o tradicional feedback, abordan- do então o sucesso legado, até então, pelo Sindirações: A entidade executou exclusiva- mente as atividades regulamen- tadas, sempre em respeito à lei e definidas no estatuto, apesar da estrutura organizacional enxuta e da colaboração financeira dos seus mais de 140 filiados; Cumpriu com o pagamento de todas as despesas da rotina adminis- trativa, garantindo assim a idoneidade da entidade perante seus associados, o sistema financeiro e os órgãos públi- cos, além de nunca sofrer qualquer condenação da Justiça do Trabalho; Promoveu estudos de interesse técnico-científico, pesquisa merca- dológica da alimentação animal e de seus insumos e capitaneou cálcu- lo econométrico para desoneração do PIS/COFINS, conjuntamente com Asbram e Consultoria MB Agro; Realizou círculo de conferências, seminários científicos, dentre outras atividades pertinentes ao setor; Elaborou em conjunto com a IFIF, a American Feed Industry Federation/FIA e a European Union Feed Association/FEFAC, a revisão bibliográfica comprovando quão benéficos ao meio ambiente são os aditivos alimentares, cujos resultados foram disponibilizados a toda comunidade acadêmico/ científica por meio da publicação no Journal of Animal Science; Fomentou a implantação e o desen- volvimento da produção por meio da parceria com a Fiesp na planta-piloto na escola Senai de Campinas, e do convênio no curso de aperfeiçoa- mento de mão de obra com o Senai no Estado de São Paulo. E apoiou a elaboração do painel da cadeia pro- dutiva suinícola pela ABCS e APCS; ASSOCIATIVISMO, COOPERAÇÃO E SUCESSO ZANI Ariovaldo Zani é médico veterinário, professor do MBA/PECEGE/ Esalq/USP [email protected] VITRINE AGRO N o fim do ano passa- do, durante a cele- bração do balanço do setor de alimen- tação animal dirigi- do aos associados do Sindirações e convidados, salientei que a retros- pectiva remeteria ao discurso profe- rido durante o encontro de dezem- bro de 2016, quando correlacionei a expectativa de 2017 às tantas incertezas. Na época, eu registra- va que “nos últimos dias” haveria tempos trabalhosos. Eu enfatizava que essa profecia bíblica, trazida ao momento contemporâneo, poderia ser constatada através da crescen- te xenofobia e protecionismo, do Brexit; do Trump; da globalização da desglobalização; da 4ª Revolu- ção do Klaus Schwab; do esquisito trava língua “CRISPR”, que signifi- ca Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, etc. Além dos dilemas, politicamente corretos ou não, que desnudam tanto riscos, quanto oportunidades, con- videi a audiência a refletir: Será que o carro autônomo deve privilegiar a vida do passageiro em detrimento de um pedestre? Concordaremos que os drones transformem-se nos novos paparazzi? Diante do exame pré-natal que prevê um filho com QI medíocre, valerá a pena editar os genes dele? Como decidiremos o que um robô poderá decidir? E quanto ao direito dos humanos se casarem com robôs? Penso que esses questionamen- tos forçarão, muito em breve, a humanidade repensar suas condu- tas, muito embora a ética, derivada da filosofia ou da religião, não se encaixe no mundo da tecnologia. Seria então uma “ética 2.0”? É evidente que a opinião públi- ca traça as diretrizes da socieda- de organizada e jamais poderá ser negligenciada, contudo, enfatizo ESTOU CONVICTO QUE AS GERAÇÕES FUTURAS DE COLABORADORES E ASSOCIADOS CONTINUARÃO GUIANDO O SINDIRAÇÕES POR AÇÕES, REAÇÕES E DECISÕES QUE PRIORIZAM A RACIONALIDADE E A ÉTICA, A EXEMPLO DO QUE ACONTECE ATUALMENTE

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Page 1: arizanni@uol.com.br ASSOCIATIVISMO, COOPERAÇÃO E … · definidas no estatuto, apesar da estrutura organizacional enxuta e da colaboração financeira dos seus mais de 140 filiados;

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que o método científico serve para medir quão significativas são as hipóteses, a fim de corrigir supos-tas conclusões dos menos informa-dos ou daqueles que teimam desde-nhar das ciências naturais.

Esse “Admirável Mundo Novo” que presenciamos agora, embora ainda antecipado em 1931 pelo romancista Aldous Huxley, parece incomodar muito mais àqueles da minha geração. Sendo assim, é bem adequado retomar ao pensamento do filósofo francês Paul Valéry: “O pro-blema do nosso tempo é que o futuro não é mais o que costumava ser”.

Seguro que “o futuro a nós não pertence” (Tiago 4:14), dei uma gui-nada radical na análise e enviesei para o tradicional feedback, abordan-do então o sucesso legado, até então, pelo Sindirações:

■ A entidade executou exclusiva-mente as atividades regulamen-tadas, sempre em respeito à lei e definidas no estatuto, apesar da estrutura organizacional enxuta e da colaboração financeira dos seus mais de 140 filiados;

■ Cumpriu com o pagamento de todas as despesas da rotina adminis-trativa, garantindo assim a idoneidade da entidade perante seus associados, o sistema financeiro e os órgãos públi-cos, além de nunca sofrer qualquer condenação da Justiça do Trabalho;

■ Promoveu estudos de interesse técnico-científico, pesquisa merca-dológica da alimentação animal e de seus insumos e capitaneou cálcu-lo econométrico para desoneração do PIS/COFINS, conjuntamente com Asbram e Consultoria MB Agro;

■ Realizou círculo de conferências, seminários científicos, dentre outras atividades pertinentes ao setor;

■ Elaborou em conjunto com a IFIF, a Amer ican Feed Industr y Federat ion/F IA e a European Union Feed Association/FEFAC, a revisão bibliográfica comprovando quão benéficos ao meio ambiente são os aditivos alimentares, cujos resultados foram disponibilizados a toda comunidade acadêmico/científica por meio da publicação no Journal of Animal Science;

■ Fomentou a implantação e o desen-volvimento da produção por meio da parceria com a Fiesp na planta-piloto na escola Senai de Campinas, e do convênio no curso de aperfeiçoa-mento de mão de obra com o Senai no Estado de São Paulo. E apoiou a elaboração do painel da cadeia pro-dutiva suinícola pela ABCS e APCS;

ASSOCIATIVISMO, COOPERAÇÃO E SUCESSO

ZANI

Ariovaldo Zanié médico veterinário,

professor doMBA/PECEGE/

Esalq/USP

[email protected]

VITRINEAGRO

No fim do ano passa-do, durante a cele-bração do balanço do setor de alimen-tação animal dirigi-

do aos associados do Sindirações e convidados, salientei que a retros-pectiva remeteria ao discurso profe-rido durante o encontro de dezem-bro de 2016, quando correlacionei a expectativa de 2017 às tantas incertezas. Na época, eu registra-va que “nos últimos dias” haveria tempos trabalhosos. Eu enfatizava que essa profecia bíblica, trazida ao momento contemporâneo, poderia ser constatada através da crescen-te xenofobia e protecionismo, do Brexit; do Trump; da globalização da desglobalização; da 4ª Revolu-ção do Klaus Schwab; do esquisito trava língua “CRISPR”, que signifi-ca Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, etc.

Além dos dilemas, politicamente corretos ou não, que desnudam tanto riscos, quanto oportunidades, con-videi a audiência a refletir: Será que o carro autônomo deve privilegiar a vida do passageiro em detrimento de um pedestre? Concordaremos que os drones transformem-se nos novos paparazzi? Diante do exame pré-natal que prevê um filho com QI medíocre, valerá a pena editar os genes dele? Como decidiremos o que um robô poderá decidir? E quanto ao direito dos humanos se casarem com robôs?

Penso que esses questionamen-tos forçarão, muito em breve, a humanidade repensar suas condu-tas, muito embora a ética, derivada da filosofia ou da religião, não se encaixe no mundo da tecnologia. Seria então uma “ética 2.0”?

É evidente que a opinião públi-ca traça as diretrizes da socieda-de organizada e jamais poderá ser negligenciada, contudo, enfatizo

ESTOUCONVICTO QUE AS GERAÇÕES FUTURAS DE COLABORADORES E ASSOCIADOS CONTINUARÃO GUIANDO O SINDIRAÇÕES POR AÇÕES, REAÇÕES E DECISÕES QUE PRIORIZAM A RACIONALIDADE E A ÉTICA,A EXEMPLO DO QUE ACONTECE ATUALMENTE

Page 2: arizanni@uol.com.br ASSOCIATIVISMO, COOPERAÇÃO E … · definidas no estatuto, apesar da estrutura organizacional enxuta e da colaboração financeira dos seus mais de 140 filiados;

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■ Firmou parceria com a APEX-Brasil na divulgação externa do setor de alimenta-ção animal brasileiro, além da concessão de condições especiais aos associados Sindirações para investimento em feiras e exposições internacionais;

■ Treinou presencialmente cerca de três mil profissionais especializados na ciên-cia da qualidade, exclusivamente voltada à produção de alimentos para animais, e a partir do próximo ano, ampliará a abran-gência ministrando também os cursos online à distância;

■ Promoveu o aperfeiçoamento técnico dos auditores das agências de certifica-ção, dos fiscais federais agropecuários, dos especialistas das indústrias e dos consultores, em parceria com o FAMI-QS Europeu, no tocante à regulamentação de certificação para ingresso de insumos da alimentação animal e produtos de origem animal naquele continente;

ma trabalhista tornou-se mandatória. Essa nova sistemática, que desobrigou o recolhi-mento compulsório do imposto patronal, já vem demandando esforço redobrado dos colaboradores e associados para garantia da sustentabilidade financeira da entidade e a respectiva continuidade no atendimen-to às tantas demandas da coletividade de associados e parcerias com os demais representantes da cadeia agropecuária, em âmbito nacional e até internacional.

Por fim, incentivei também os associa-dos transmitir aos seus potenciais suces-sores o legado do Sindirações que somará 65 anos agora em 2018, a fim de que a percepção deles continue alinhada à dos atuais representantes, ou seja, a certeza de um Sindirações representativo e justo.

Estou convicto que as gerações futu-ras de colaboradores e associados conti-nuarão guiando o Sindirações por ações, reações e decisões que priorizam a racio-nalidade e a ética, a exemplo do que acon-tece atualmente. ■

■ Conseguiu estender o prazo de permis-são de uso dos melhoradores de desempe-nho zootécnico, convencendo, por meio de experimentos in vivo/in vitro, as autoridades regulatórias que a ciência prevalece sobre o famigerado princípio da precaução;

■ Publicou a quinta edição do Compên-dio Brasileiro de Alimentação Animal, compilado que revela a disposição volun-tária dos membros da Comissão de Méto-dos Analíticos da entidade;

■ Diante da avassaladora recessão que aba-teu sobremaneira o setor empregador, con-cedeu o justo reajuste salarial por meio das negociações coletivas travadas com mais de 100 sindicados laborais, ação que per-mitiu assegurar mais de 100 mil empregos diretos e outros 500 mil indiretos;

Muitas outras ações poderiam ser lista-das, no entanto, não posso omitir que nesse mundo globalizado, a aprovação da refor-