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Parte II – Amazônia, Cerrado e Pantanal Organizadores Andre C. De Luca, Pedro F. Develey, Glayson A. Bencke e Jaqueline M. Goerck Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil M U S E U D E C I Ê N C I A S N A T U R A I S F u n d a ç ã o Z o o b o t â n i c a - R S - B r a s i l

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Parte II – Amazônia, Cerrado e PantanalOrganizadores

Andre C. De Luca, Pedro F. Develey, Glayson A. Bencke e Jaqueline M. Goerck

Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil

M U S E U

D E C I Ê N C I A S

N A T U R A I SF u n d a ç ã o Z o o b o t â n i c a - R S - B r a s i l

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• O que é a BirdLife International?A BirdLife International é uma aliança global de organizações não-governamentais que tem um focoespecial na conservação das aves. A aliança da BirdLife trabalha conjuntamente compartilhandoprioridades, políticas e programas de conservação, trocando conhecimentos, realizações einformações e fortalecendo, assim, as habilidades, as autoridades e as influências locais. Cadarepresentante nacional pertence a uma área geográfica ou território definidos (geralmente um país).Além dos representantes nacionais oficiais, a BirdLife trabalha também com um sistema de Gruposde Trabalho (incluindo alguns Grupos de Especialistas em conjunto com a Wetlands International,a Comissão para a Sobrevivência das Espécies da União Mundial para a Natureza – IUCN), cadaqual com atribuições e responsabilidades específicas.

• Qual é o objetivo da BirdLife International? – MissãoA aliança global da BirdLife International trabalha em prol da conservação das aves, de seus hábitatse da biodiversidade em geral, buscando com as pessoas o uso sustentável dos recursos naturais.

• Qual é o caminho da BirdLife International? – VisãoAs aves são belas, inspiradoras e internacionais. Dessa forma, são excelentes como espécies-bandeira e muitas vezes como indicadores. Com o enfoque nas aves, nas áreas onde elas ocorrem,e nos hábitats dos quais elas dependem, a aliança da BirdLife International trabalha para conservaros ambientes naturais e para melhorar a qualidade de vida das pessoas de modo geral.

• ObjetivosOs objetivos de longo prazo da BirdLife são:• Evitar a extinção de qualquer espécie de ave,• Manter e, sempre que possível, melhorar o status de conservação de todas as espécies de aves,• Conservar e, quando apropriado, melhorar e expandir as áreas e hábitats importantes para as

aves,• Ajudar, por meio das aves, a conservar a biodiversidade e a melhorar a qualidade de vida das

pessoas, e• Integrar a conservação das aves à sobrevivência sustentável das pessoas.

• Princípios orientadoresA BirdLife International promove um modo de vida sustentável como forma de conservar a aves etodas as outras formas de vida.

Os Programas da BirdLife são construídos através de um processo participativo para:• Promover o envolvimento entre as organizações representantes no planejamento de políticas,

programas e ações e na escolha de prioridades,• Utilizar, sempre que possível, o conhecimento das organizações representantes em todas as

atividades,• Dividir as tarefas e responsabilidades dos programas entre a rede de organizações de acordo

com suas necessidades, conhecimento e capacidades,• Compartilhar habilidades, experiências e informações entre as organizações da aliança visando

desenvolver a capacidade individual de cada uma,• Proporcionar o livre acesso aos dados de avifauna e biodiversidade para auxiliar na formação de

argumentos nos processos de tomada de decisão,• Viabilizar a governança democrática pelas organizações nacionais,• Trabalhar através das comunidades, organizações e associados locais, e• Integrar a conservação das aves e da biodiversidade com o desenvolvimento social e econômico.

A BirdLife International atua com todas as organizações com interesses semelhantes, governoslocais e nacionais, tomadores de decisão, proprietários de terra e gerentes de áreas protegidas embusca da conservação das aves e da biodiversidade. O trabalho global da aliança BirdLife éinteiramente financiado por doações voluntárias.

Fotos da capa: Visão geral da mata ao entorno do rio Teles Pires. Aves: Direita acima – Aratinga solstitialis. Direita centro – Pteroglossusbeauharnaesii. Direita abaixo – Synallaxis kollari. Esquerda abaixo – Phlegopsis nigromaculata. (Fotos de Édson Endrigo)

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OrganizadoresAndre C. De Luca, Pedro F. Develey, Glayson A. Bencke e Jaqueline M. Goerck

EditoraçãoSociedade para a Conservação das Aves do Brasil – SAVE Brasil

MapasÉverton Luís Luz de Quadros

Áreas Importantes para aConservação das Aves no BrasilParte II – Amazônia, Cerrado e Pantanal

M U S E UD E C I Ê N C I A S

N A T U R A I SF u n d a ç ã o Z o o b o t â n i c a - R S - B r a s i l

Programa de IBAs:

Forestry BureauCoA, Taiwan

Apoio

Realização

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Citação recomendada/Recommended citation:De Luca, A. C., P. F. Develey, G. A. Bencke & J. M. Goerck (orgs.). 2009. Áreas importantes para aconservação das aves no Brasil. Parte II – Amazônia, Cerrado e Pantanal. São Paulo: SAVE Brasil.

Citação recomendada dos capítulos introdutórios (exemplo):De Luca, A. C., G. A. Bencke & P. F. Develey. 2009. Abordagem Metodológica. Pp. 87-100 in A. C. DeLuca, P. F. Develey, G. A. Bencke & J. M. Goerck (orgs.). Áreas importantes para a conservação dasaves no Brasil. Parte II – Amazônia, Cerrado e Pantanal. São Paulo: SAVE Brasil.

Recommended citation of introductory chapters (example):De Luca, A. C., G. A. Bencke & P. F. Develey. 2009. Methodological Approach. Pp. 101-114 in A. C. DeLuca, P. F. Develey, G. A. Bencke & J. M. Goerck (orgs.). Áreas importantes para a conservação dasaves no Brasil. Parte II – Amazônia, Cerrado e Pantanal. São Paulo: SAVE Brasil.

© SAVE BrasilRua Fernão Dias, 219, conjunto 2, Pinheiros, 05427-010, São Paulo, SP, BrasilTel: 55 11 3815-2862O propósito da informação contida neste livro é apoiar iniciativas de conservação ao longo dos estadoscontemplados e, portanto, ela pode ser reproduzida para esse fim. Solicita-se a não utilização destainformação para fins comerciais. Se parte do material ou todo material for utilizado ou incluído emqualquer outra publicação, solicita-se que o mesmo seja citado conforme as recomendações acima.

Layout e diagramação: Vitor´s Design S/C Ltda. MEImpressão: RR Donnelley MooreFontes: Arial (7,5/8/9/10/11/15/19 pt).

Disponível através da SAVE Brasil

Ficha Catalográfica

Áreas importantes para a conservação das aves no Brasil : parte II –Amazônia, Cerrado e Pantanal. / organizadores Andre C. De Luca,Pedro F. Develey, Glayson A. Bencke, Jaqueline M. Goerck. SãoPaulo: SAVE Brasil, 2009.

361 p.

ISBN 978-85-99808-02-3

1. Aves – Conservação – Brasil. 2. Áreas prioritárias – IBA. 3. Ornitologia – Aves– Amazônia – Cerrado – Pantanal. 4. BirdLife International – SAVE Brasil I. Título.A SAVE Brasil, Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil, é umaassociação da sociedade civil sem fins lucrativos, registrada no Brasil sob o CNPJ07.117.000/0001-15

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Prefácios ......................................................................................................................................... viForewords ......................................................................................................................................... vi

Agradecimentos ................................................................................................................................. xiAcknowledgements (in Portuguese) ................................................................................................. xi

Apresentação ..................................................................................................................................... xiiiPresentation ....................................................................................................................................... xv

Capítulo 1Conservação de Aves no Brasil: Considerações para a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal ....... 1

Amazônia – Desafios para a conservação da maior floresta do planeta ................................ 2O Cerrado e a expansão do agronegócio ................................................................................. 4O Pantanal ainda preservado .................................................................................................... 6Considerações finais .................................................................................................................. 8Bibliografia .................................................................................................................................. 8

Chapter 1Bird Conservation in Brazil: Considerations for Amazonia, the Cerrado and Pantanal Biomes .... 11

Amazonia – Challenges for conservation of the largest forest on the planet ......................... 12The Cerrado and the expansion of agribusiness ...................................................................... 14The Pantanal still preserved ...................................................................................................... 16Final comments .......................................................................................................................... 18Bibliography ................................................................................................................................ 18

Capítulo 2A Identificação de Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) em GrandesRegiões Naturais ............................................................................................................................... 21

Introdução ................................................................................................................................... 21A Definição de “Grandes Regiões Naturais” (“Wilderness”) .................................................... 22Desafios para a Identificação de IBAs em Grandes Regiões Naturais .................................. 23Abordagem para a Identificação de IBAs em Grandes Regiões Naturais .............................. 24Identificação de IBAs na Bacia do Rio Amazonas ................................................................... 25Comentários Finais .................................................................................................................... 26Bibliografia .................................................................................................................................. 27

Chapter 2Identifying Important Bird Areas in Wilderness Areas ..................................................................... 30

Introduction ................................................................................................................................. 30Defining “Wilderness” ................................................................................................................. 31Challenges to Identifying IBAs in W ilderness Areas ................................................................ 32Approaches to Identifying IBAs in Wilderness Areas ............................................................... 33Concluding Remarks .................................................................................................................. 34Bibliography ................................................................................................................................ 35

Capítulo 3Lacunas de Conhecimento, Prioridades de Pesquisa e Perspectivas Futuras na Conservaçãode Aves na Amazônia Brasileira ........................................................................................................ 39

Áreas ornitologicamente mal conhecidas na Amazônia brasileira e a importânciadas pesquisas ornitológicas modernas ..................................................................................... 41Incerteza taxonômica e suas implicações para a conservação de aves na Amazônia ......... 44Proposta de uma agenda de pesquisa aplicada à conservação da avifauna amazônica ..... 46Agradecimentos ......................................................................................................................... 48Bibliografia .................................................................................................................................. 49

SUMÁRIO/CONTENTS

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Chapter 3Knowledge Gaps, Research Priorities, and Future Perspectives on Bird Conservation in theBrazilian Amazon................................................................................................................................ 55

Ornithologically poorly-known areas in the Brazilian Amazon and the Importance ofmodern ornithological surveys ................................................................................................... 57Taxonomic uncertainty and its implications for bird conservation in the Amazon ................... 60Proposal of a research agenda applied to the cons ervation of the Amazonian avifauna ...... 61Acknowledgments ...................................................................................................................... 64Bibliography ................................................................................................................................ 64

Fotos das Aves e dos Hábitats .......................................................................................................... 71Pictures of Birds and Habit ats ........................................................................................................... 71

Capítulo 4Abordagem Metodológica .................................................................................................................. 87

Definição da área de abrangência ............................................................................................ 87Métodos e fontes ........................................................................................................................ 87

Fontes de informação sobre áreas e espécies ................................................................... 87Taxonomia ............................................................................................................................. 90Aplicação dos critérios .......................................................................................................... 91Análise de complementaridade ............................................................................................ 96Localização, limites e área das IBAs ................................................................................... 96Denominação das IBAs ........................................................................................................ 97Nível de conhecimento sobre a avifauna ............................................................................. 97Seleção final das IBAs .......................................................................................................... 98

Bibliografia .................................................................................................................................. 99

Chapter 4Methodological Approach .................................................................................................................. 101

Establishment of coverage (area encomp assed) ..................................................................... 101Methods and sources ................................................................................................................. 101

Sources of information on species and sites ....................................................................... 101Taxonomy .............................................................................................................................. 104Application of IBA criteria ..................................................................................................... 105Complementarity analysis ..................................................................................................... 110Location, boundaries and estimation of the area of IBAs ................................................... 110Selection of IBA names ........................................................................................................ 111Level of knowledge on the avifauna ..................................................................................... 111Final Selection of Important Bird Areas ............................................................................... 112

Bibliography ................................................................................................................................ 113

Capítulo 5Síntese dos Resultados ..................................................................................................................... 115

Introdução ................................................................................................................................... 115Identificação das IBAs ............................................................................................................... 115Número, Distribuição, Tamanho e Nível de Proteção das IBAs .............................................. 115

Número e distribuição ........................................................................................................... 115Área ....................................................................................................................................... 117Distribuição por bioma .......................................................................................................... 117Nível de proteção .................................................................................................................. 120

Cobertura das Espécies Ameaçadas ........................................................................................ 120Número de espécies ............................................................................................................. 120Representatividade das espécies ameaçadas e endêmicas nas IBAs ............................. 120Espécies nacionalmente ameaçadas .................................................................................. 121

Ameaças às IBAs ....................................................................................................................... 122Bibliografia .................................................................................................................................. 123

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Chapter 5Overview of Results ........................................................................................................................... 124

Introduction ................................................................................................................................. 124Identification of IBAs .................................................................................................................. 124Number, Distribution, Size and Protection S tatus of IBAs ....................................................... 124

Number and distribution ........................................................................................................ 124Area ....................................................................................................................................... 126Distribution according to biome ............................................................................................ 126Protection status ................................................................................................................... 129

Coverage of Threatened Species .............................................................................................. 129Number of species ................................................................................................................ 129Representativeness of threatened and endemic species in the IBAs ................................ 129Nationally threatened species .............................................................................................. 130

Threats to IBAs .......................................................................................................................... 131Bibliography ................................................................................................................................ 132

Apresentação dos Dados .................................................................................................................. 133Apresentação por Estado .......................................................................................................... 133Descrição das 74 IBAs Identificadas ........................................................................................ 135

Data Presentation .............................................................................................................................. 138Information by State ................................................................................................................... 138Description of the 74 Proposed IBAs ........................................................................................ 140

Diretório de IBAs por EstadoIBA Accounts by State (in Portuguese)

Roraima ...................................................................................................................................... 143Amapá ......................................................................................................................................... 155Pará ............................................................................................................................................ 165Amazonas ................................................................................................................................... 191Maranhão .................................................................................................................................... 213Tocantins ..................................................................................................................................... 227Acre ............................................................................................................................................ 249Mato Grosso ............................................................................................................................... 259Rondônia .................................................................................................................................... 283Goiás ........................................................................................................................................... 291Distrito Federal ........................................................................................................................... 303Mato Grosso do Sul ................................................................................................................... 313

Literatura Consultada ........................................................................................................................ 327General Bibliography ......................................................................................................................... 327

ApêndicesAppendices1. Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) nos Estados da Amazônia Legal,

Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal .......................................................................... 3432. Espécies globalmente ameaçadas e quase ameaçadas (Critério A1) com ocorrência nos

estados considerados nas análises .......................................................................................... 3453. Espécies de distribuição restrita e endêmicas de regiões zoogeográficas* (Critérios A2 e

A3) com ocorrência nos estados considerados nas análises ................................................. 3474. Espécies de distribuição restrita (Critério A2) e não endêmicas com ocorrência nos

estados considerados nas análises .......................................................................................... 3525. Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da

Biodiversidade Brasileira (PROBIO) inseridas parcial ou totalmente nas IBAs identificadas ...... 3536. Espécies ameaçadas e quase ameaçadas comuns à Amazônia, Cerrado, Pantanal e

Estados do Domínio da Mata Atlântica, e número IBAs em que ocorrem .............................. 3557. Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) no Brasil ........................................ 3568. Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) no Brasil ........................................ 361

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PREFÁCIOS/FOREWORDS

The Amazon rainforest, the Pantanal wetlandsand the Cerrado savannas – three of the mostextensive biomes in the entire world, with theirsuperabundance of biodiversity – represent ahuge challenge to conservationists. How canwe ever save their teeming wildlife except byleaving them absolutely alone, inviolate andpristine? But we know that this is simply notpossible: the Cerrado has suffered majordisruption and break-up, such that much of itis already just a memory, the Pantanal hasbecome increasingly crowded over severalhundred years with farmers and their cattle,and the mighty Amazon is now fraying badly atthe edges as human development rings it roundand eats away at it.

So, however much the nature lover in meregrets that such a book as this has becomenecessary, the conservationist in me welcomesit with enormous relief and satisfaction. Here is

H. I. H. Princess TakamadoHonorary President

BirdLife International

a blueprint for the practical targeting andconservation of the most important tracts ofthese great wild landscapes. Once again,through its remarkable partnership of like-minded NGOs and as a major new contributionto its global Important Bird Areas programme,BirdLife International is leading the way indriving the conservation agenda at levels fromthe local to the international. And in thisinstance I must doubly emphasise the word“international”, because although the areasencompassed by this book all fall within theterritory of Brazil, it is of course the case thatthe preservation and wise use of theseecosystems are a matter of global interest andresponsibility, something in which we all havea stake. The effects of change in these areas,especially in the Amazon forests, willeventually reach every one of us. Here nowin our hands is a call to vigilance and actionwhich it behoves all of us to answer.

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The distribution of bird species has beenmuch used in conservation. The species ofbirds in a particular area are often anindication of the state of an environment. Birdspecies, in spite of their vagility, often havevery restricted ranges. This means that thedestruction of a relatively small area cancause the extinction of a species. It istherefore vital to research the areas that aremost important for their conservation. The firstvolume in this series has been invaluable forconservation policy in the Mata Atlântica andthe Caatinga and so it is most welcome thatwe now have a volume on the importantconservation areas for birds in the hugeregions of the Amazon, Cerrado and thePantanal. It takes a large amount of researchand documentation to prepare a volume of

A distribuição das aves vem sendo muitoutilizada na conservação. As espécies deaves de uma determinada área são geral-mente indicadoras do estado de preservaçãodesse ambiente. Apesar de sua boacapacidade de dispersão, em geral as avesapresentam distribuição bastante restrita, deforma que a destruição de uma área, aindaque pequena, pode causar a extinção de umaespécie. Assim, é vital pesquisar áreas impo-rtantes para a sua conservação. O primeirovolume desta série tem contribuído de formavaliosa para a política de conservação naMata Atlântica e na Caatinga, de forma queesse novo volume enfocando as áreasimportantes para a conservação na enormeregião da Amazônia, Cerrado e Pantanal éextremamente bem-vindo. A quantidade depesquisa e documentação necessária paraelaborar um volume dessa natureza éenorme, e a SAVE Brasil e a BirdLife devemser parabenizadas pelo cuidadoso trabalhoa partir do qual foi produzido este livro. Esteé o resultado de uma colaboração extensivacom a forte comunidade ornitológica queexiste no Brasil. Espera-se que essesesforços contribuam para a conservaçãoefetiva de áreas que ainda não estãoadequadamente protegidas. As informações

contidas neste volume podem ser usadaspara fins além da conservação; observadoresde aves acharão informações valiosasrelativas à distribuição das espécies, assimcomo eu tive a oportunidade de encontrar noprimeiro volume.

A publicação deste livro chega no momentocerto, uma vez que os três biomas considera-dos estão sob considerável ameaça em relaçãoà destruição de hábitat e a conseqüente perdade espécies. Grande parte do Cerrado foiconvertida em plantações de soja, o Pantanalestá ameaçado por uma possível hidrovia e porcrescentes projetos agropecuários, e aAmazônia encontra-se ameaçada pelacolonização, agricultura e a extração ilegal demadeira. Antes que seja tarde demais, é precisoidentificar as áreas de maior importância paraa conservação e verificar se elas estãoadequadamente preservadas. Como botânico,sei que, devido à estreita associação entre avese plantas, se as áreas mais importantes paraas aves forem preservadas, a contribuição paraas plantas também será valiosa. Comoconservacionista e também observador de avesamador, sei ainda que este é um livro que usareifreqüentemente tanto para a minha pesquisaquanto para minhas atividades de lazer.

this nature and SAVE Brasil and Birdlife areto be congratulated on the careful work thathas produced this book. It is the result ofextensive collaboration with the strongornithological community that exists in Brasil.It is to be hoped their efforts will result infurther conservation of the areas that are notadequately protected at present. The informationcontained in these volumes has use farbeyond conservation. Bird watchers will findthe information on distributions invaluable asI have already found from the first volume.

The publication of this book is most timelybecause all three areas that it covers areunder considerable threat from habitatdestruction and the consequent loss ofspecies. Much of the cerrado biome has

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already been turned into soybean fields, thePantanal is threatened by a possible hidroviaand the increased intensity of farming there, andthe Amazon region is threatened by colonization,agriculture and illegal timber extraction. Beforeit is too late it is essential to delineate the areasof most importance for conservation and to seethat they are indeed adequately preserved. As

a botanist I know that, because of the manyclose associations between birds and plants, ifthe most important bird areas are conserved itwill also be of great value for plant conservationas well. I know that as a conservationist andalso as an amateur bird watcher this is a bookthat I will use frequently for my work and for myleisure activities.

Ghillean PranceDiretor Científico/Scientific Director

The Eden ProjectCornwall, UK

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The Amazon Rainforest – an immense areaof 5.4 million square kilometers, 60% of whichlies in Brazil – is possibly home to one fourthof the world’s land-animal species and is stillthe largest expanse of tropical jungle on Earth.

A Floresta Amazônica, imensa área com 5,4milhões de quilômetros quadrados, dos quaismais de 60% no Brasil, possivelmente abrigaum quarto das espécies terrestres e permane-ce sendo a maior extensão de selvas tropicaisdo mundo. De forma excessivamente simplifi-cada, o colossal bioma é freqüentementedividido em três categorias de coberturavegetal, – as florestas de terra seca, devárzea e de igapó –, mas a sua complexi-dade é de fato muitíssimo maior, e toda aregião se evidencia altamente heterogêneaem sua extraordinária biodiversidade. Aindaprecariamente pesquisada, a colossal áreaabriga enorme variedade de aves e,seguramente, um número não avaliado deformas de vida desconhecidas. Quando seconsidera que nas proximidades de grandescentros populacionais brasileiros ainda vêmsendo identificadas novas espécies, é fácilimaginar o que nos oculta a gigantescafloresta. Porém, a devastação avança comrapidez e, com mais de 700 mil km2 emterritório brasileiro já desmatados ou emprocesso adiantado de degradação, énecessário e urgente reconhe-cer as áreasprioritárias para implementação das medidasindispensáveis de conservação.

Situação semelhante é identificada noCerrado. Antes tido como relativamente pobreem diversidade biológica, a maior área daTerra em savanas continuas, muito diversi-ficada em fitofisionomias, mostrou-sesurpreendentemente rica aos pesquisadoresque nela vêm trabalhando. No entanto, nosúltimos decênios, as atividades antrópicastêm pressionado fortemente esse biomaúnico. Antes desprezado para cultivos e maisutil izado para criatório bovino, menosagressivo portanto à fauna avícola, hoje éconsiderado a maior fronteira agrícola do País

e mais de 30% de sua área já se transforma-ram em extensas monoculturas, implantadasem curto espaço de tempo. Tal situação, maiscrítica do que a realidade amazônica, está aexigir com urgência ainda maior a definiçãoe a divulgação das áreas mais importantes paraa conservação das aves que habitam esseconjunto de ecossistemas tão peculiares.

Finalmente, o Pantanal, uma das maioresáreas alagáveis do planeta, talvez não tãobiodiverso quanto os dois biomas anteriores,mas mesmo assim expressivamente rico emespécies, evidencia-se como a região doBrasil onde podem ser observadas asmaiores concentrações de aves de todo oPaís, propiciando àqueles que prezam anatureza múltiplos espetáculos de rarabeleza. Até recentemente menos pressionadodo que a Floresta Amazônica e o Cerrado,não se encontra porém imune às praticasmodernas de ocupação do solo e agoraencontra-se ameaçado por projetos distintosde desenvolvimento em larga escala,capazes de desfigurar significativamentesuas características ecológicas . Na situaçãopresente, menos de 15% se acham degrada-dos, mas provavelmente sofrerá modifica-ções intensas em futuro não distante. Toda aregião também exige a identificação e odelineamento das áreas mais importantespara a conservação de aves.

A corajosa e oportuna iniciativa da BirdLifeInternational – SAVE Brasil ao assumir aingente tarefa de cobrir os três grandesbiomas, identificando em cada um as ÁreasImportantes para a Conservação das Aves –IBAs, é altamente louvável e merece oreconhecimento e o apoio de todos aquelesque se preocupam com a riqueza ímpar danatureza brasileira.

Described in an oversimplified manner, thiscolossal biome is often divided into threecategories based on plant coverage: uplandforests, “várzea” (‘low-lying, flat land which issubject to periodic flooding’) , and “igapó”

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(‘forested areas flooded by blackwater rivers’),but this biome is, in fact, far more complexand the entire region is highly heterogeneousin its extraordinary biodiversity. As yet onlytamely and inconsistently studied, thiscolossal area is home to an enormous varietyof birds and, no doubt, to an unassessednumber of yet unknown life forms. When oneconsiders that new species are still beingidentified in regions neighboring major centersof human populations in Brazil, it is easy toimagine how much this giant forest stillconceals. Devastation however advancesrapidly and, with over 700,000 km2 of Brazilianterritory either deforested or at an advancedstage of degradation, it is necessary andurgent that actions be taken for theidentification of priority areas and theimplementation of indispensable conservationmeasures.

A similar situation is identified in the BrazilianCerrado. Formerly considered relatively poorin biodiversity, the largest area on Earth incontiguous savannas, with very diversifiedphysiognomy of vegetation, proved to besurprisingly rich to researchers who havebeen working in the biome. However, in thelast few decades, anthropic activities havebeen putting great pressure on this uniquebiome. Formerly disregarded for cultivationand more often utilized for cattle ranching -an activity that is less taxing upon the avifauna– today the Cerrado is considered thecountry’s greatest agricultural frontier andover 30% of its area has already become vastfields of monoculture farming, established ina short period of time. This situation, which ismore critical than the present status of the

Almirante/Admiral Ibsen de Gusmão CâmaraMembro Conselho Deliberativo/

Deliberative Council Member SAVE Brasil

Amazon, calls for even greater urgency indetermining and disseminating the mostimportant areas for conservation of the birdsthat inhabit this particularly unique set ofecosystems.

Lastly, the Pantanal, one of the largestfloodable areas on the planet. Although itmay not be as biodiverse as the twoaforementioned biomes, it is, just the same,significantly rich in species and stands outas a region of Brazil where one can observethe greatest and densest populations ofbirds in the country, providing those whoappreciate nature multiple spectacles ofrare beauty. Under less pressure untilrecently than the Amazon Rainforest or theCerrado, the Pantanal is not howeverimmune to modern-day practices of landoccupation and presently faces threatsposed by distinct, large-scale developmentprojects capable of significantly disfiguringits ecology. Presently, less than 15% of itsarea has suffered degradation, but thePantanal is l ikely to undergo intensechanges in the not-so-distant future. Theentire region also requires identification anddemarcation of the areas which are the mostimportant for conservation of birds.

The bold and opportune initiative taken byBirdLife International – SAVEBrasil onassuming the huge task of covering threegreat biomes, and identifying Important BirdAreas (IBAs) in each one of these areas, is ofthe utmost importance and deserving ofacknowledgment and support from all thosewho are concerned with the matchless varietyand wealth of Brazil’s nature.

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Da mesma forma que ocorreu durante oprocesso de elaboração do livro Áreasimportantes para a conservação das avesno Brasil: Parte I – Est ados do domínioda Mata Atlântica, lançado em 2006, estasegunda parte é produto da colaboraçãode muitos ornitólogos, pesquisadores,estudantes, conservacionistas, biólogose amadores interessados na questão daconservação das aves e da biodiversi-dade como um todo. A generosidadedessas pessoas no fornecimento deinformações não publicadas foifundamental no processo de identificaçãodas IBAs, garantindo, assim, na medidado possível, que todas as áreas impor-tantes fossem incluídas neste diretório.Sem essa ajuda, teríamos muitas lacunasna identificação de algumas das áreasmais importantes.

Gostaríamos de agradecer inicialmente atodos aqueles que disponibilizaramregistros inéditos ou que forneceraminformações que ajudaram a definir oucaracterizar as áreas: Iury Accordi,Alexandre P. Aleixo, Priscila Prudente doAmaral, Carlos A. Bianchi, Osmar Borges,Sérgio Borges, Vivian S. Braz, GeorgeCamargo, Carlos Candia-Gallardo,Eduardo Carrano, Dorinny Lisboa deCarvalho, Mário Cohn-Haft, Luís AntônioColtro Jr., Sidnei de Melo Dantas, AdrianiHass, Fernando D’Horta, Túlio Dornas,Édson Endrigo, Iubatã Paula de Faria,Luiza Magalli Pinto Henriques, LeonardoEsteves Lopes, Fernanda Melo, João LuisXavier do Nascimento, AlessandroPacheco Nunes, Fábio Olmos, JoséFernando Pacheco, Marcelo Pena Pádua,Renato Torres Pinheiro, João Batista doPinho, Advaldo Dias do Prado, MarcoAntônio Rego, Antônio Augusto Ferreira

Rodrigues, Andrei Langlooh Ross, MarcosPérsio Dantas Santos, Luís Fábio Silveira,Darius Pukenis Tubelis, Alexandre Uezu,Marcelo Ferreira Vasconcelos, AndrewWhittaker, Carlos Yamashita e KevinZimmer.

Agradecemos a Gustavo Accácio,Alexandre Aleixo, Marina Anciães, CarlosA. Bianchi, Osmar Borges, Vivian S. Braz,Mário Cohn-Haft, Luís Antônio Coltro Jr.,Gislaine Disconzi, Anamaria AchtschinFerreira, Luiza Magalli Pinto Henriques,Leonardo Esteves Lopes, FranciscoMallet-Rodrigues, Leonardo Vianna Mohr,Alessandro Pacheco Nunes, FábioOlmos, Renato Torres Pinheiro, JoãoBatista do Pinho, Advaldo Dias do Prado,Antônio Augusto Ferreira Rodrigues,Marcos Pérsio Dantas Santos, Luís FábioSilveira, Fernando Costa Straube, RenataValente, Marcelo Ferreira Vasconcelos eAndrew Whittaker pela participação nosworkshops realizados pela SAVE Brasilem outubro e novembro de 2007 paradiscutir, juntamente com os organizadoresdeste livro, as IBAs propostas até omomento. Somos gratos também aAdriana Paese e Rafael de CarvalhoSposito pelo auxílio na elaboração demapas durante os workshops.

Vários colegas disponibilizaram artigoscientíficos, documentos técnicos ouinformações de literatura, e agradecemosa Alexandre P. Aleixo, Vivian RibeiroBaptista-Maria, Osmar Borges, SérgioBorges, Vivian S. Braz, Renato Cintra,Mário Cohn-Haft, Ana Rafaela D’Amico,Iubatã Paula de Faria, Carlos Otávio deAraújo Gussoni, Leonardo Esteves Lopes,Miguel Ângelo Marini, AlessandroPacheco Nunes, Fábio Olmos, Otte

AGRADECIMENTOS

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Ottema, José Fernando Pacheco, Vítor deQueiroz Piacentini, Patrick Inácio Pina,João Batista do Pinho, Maria AntoniettaCastro Pivatto, Advaldo Dias do Prado,Elivânia Reis, Jan Hein Ribot, MarcoAntônio Rego, Antônio Augusto FerreiraRodrigues, Marcos Pérsio Dantas Santos,Fábio Schunck, Luís Fábio Silveira,Marina Somenzari, Marcelo FerreiraVasconcelos e Andrew Whittaker.

Diversos fotógrafos cederam suas fotospara ilustrar o livro e somos gratos a CiroAlbano, Osmar Borges, Dorinny L.Carvalho, Carlos O. A. Gussoni, ÉdsonR. Luiz, Arthur Macarrão, Taylor Nunes,Advaldo D. do Prado e Róbson Silva &Silva. As ilustrações que acompanham aspáginas introdutórias na maioria dosestados foram cedidas por Josep DelHoyo e são provenientes da série“Handbook of th birds of the world ”,publicada pela Lynx Edicions. Taisimagens foram ilustradas originalmentepor Hilary Burn (GO, RO), Dave Nurney(TO), Francesc Jutglar (AM, AP, MS), LluísSanz (AC, MA) e Ian Willis (DF). A BirdLifeInternational cedeu ilustrações de seuacervo para a utilização nos três estadosrestantes, sendo John O’Neil (PA) e LynWells (MT, RR) os autores das imagens.

A equipe da SAVE Brasil, BirdLifeInternational em Cambridge e em Quito,bem como diversos representantesnacionais, atenderam aos nossos pedidosde auxílio e sempre nos forneceram asinformações necessárias prontamente.Somos gratos a: Brasil – Priscila Napoli,Gabriel Augusto Leite (voluntário), TatianaPongiluppi (voluntária), Rafael deCarvalho Sposito (estagiário) MariaFernanda Carpinetti Tinoco, Patricia

Ruggiero, Ariane Dias Alvarez, SôniaCristina Silveira, Édson Ribeiro Luiz eLetícia Almeida de Paula; Cambridge –Caroline Pridham, David Wege, AdrianLong, Mike Rands, Marco Lambertini,Nigel Collar e Gilly Banks; Quito – IanDavidson, Rob Clay, David DíazFernández, Santiago Garcia Lloré, ItalaYepez, Christian Devenish; AvesArgentinas – Eugenio Coconier; STINASU(Foundation for Nature Conservation inSuriname) – Otte Ottema; GEPOG(Groupe d’Étude et de Protection desOiseaux en Guyane) – Nyls de Pracontal;e ao Assistente de IBAs e AvesAmeaçadas do Programa da BirdLife noPeru – Fernando Angulo Pratolongo.Rafael de Carvalho Sposito elaborou osmapas dos biomas e regiões zoogeográ-ficas que aparecem no capítulo 4.

O Museu de Ciências Naturais daFundação Zoobotânica do Rio Grande doSul tem sido um parceiro importante doprograma de identificação das áreas dasIBAs no Brasil desde o seu início, aopossibilitar de forma irrestrita o envolvimentode seu técnico Glayson A. Bencke.

Este projeto não teria sido possível semo apoio dos financiadores, a quem somosmuito gratos: AAGEV Jensen CharityFoundation e Council of Agriculture-Forestry Bureau-Taiwan.

Outros pesquisadores contribuíram comdiferentes informações que nos auxilia-ram no andamento das pesquisascientíficas, e somos gratos a MariaCléofas Faggion Alencar, Cláudia Funi,Édson Guilherme, Rafael Marques, CarlaMorsello, Luciano Naka e CyntiaCavalcante Santos.

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A SAVE Brasil, Sociedade para aConservação das Aves do Brasil, foi criadaem 2004 com a missão de conservar asaves, seus hábitats e a biodiversidade emgeral, trabalhando com as pessoas para ouso sustentável dos recursos naturais. OBrasil é o detentor do título de país com omaior número de aves ameaçadas nomundo (122 espécies). A missão da SAVEBrasil tem relevância mundial pois muitasdas aves ameaçadas no País não sãoencontradas em nenhuma outra parte domundo, isto é, estão restritas ao nossoterritório. Dessa forma, é de responsabi-lidade da sociedade brasileira como umtodo a conservação dessas espécies e amanutenção de áreas suficientementeextensas para manter populações viáveisdas mesmas.

Como reconhecimento da atuação da SAVEBrasil, a BirdLife International, aliança deorganizações conservacionistas presenteem mais de 100 países, reconheceu aentidade brasileira como sua parceira oficialna categoria de afiliada. Como parte dessaaliança, a SAVE Brasil se responsabilizoupela identificação das Áreas Prioritáriaspara a Conservação das Aves, as IBAs (doinglês Important Bird Areas), ao longo doterritório nacional. As IBAs são identificadasutilizando-se critérios científicos padroniza-dos para todas as regiões do mundo.

Em 2006 foi lançada a primeira parte desseesforço, a identificação das IBAs nosEstados do Domínio da Mata Atlântica, queincluem também os biomas da Caatinga,partes do Cerrado e o Pampa. Agoraapresentamos a segunda e última partedesta série,com a identificação das IBAsna Amazônia, no Cerrado e no Pantanal.São 74 IBAs criteriosamente identificadas

nesses três biomas. Somando-se ao pri-meiro volume, são 237 IBAs no territóriobrasileiro, muitas das quais se encontramem regiões fronteiriças onde IBAs “irmãs”foram identificadas nos países vizinhos.

A identificação das áreas nessas regiõesconstituiu-se num desafio sem precedentesna experiência de identificação de IBAs nomundo, pois este volume trata de áreas queremetem a superlativos: a Amazônia é amaior floresta tropical do planeta, o Pantanalé a maior área úmida, e o Cerrado é asavana mais diversa do mundo. É um livroque trata de grandes regiões naturais e dehotspots, isto é, áreas com alto grau deendemismo e que já perderam grande partede sua cobertura vegetal nativa. Tanto asáreas selvagens como os hotspots sãoáreas com elevada biodiversidade, mascom grandes ameaças para sua conserva-ção.

A escassez de inventários de aves e mesmode informações básicas sobre extensasáreas é uma realidade com a qual a equipese deparou constantemente. Os critérios deidentificação de IBAs foram seguidos à riscatanto quanto possível, mas, como jáhavíamos constatado no primeiro volume,definições dessa natureza não podem cobrirtodas as possibilidades. Assim, a equipeoptou por definir determinadas áreasutilizando algumas modificações quelevaram em conta o conhecimento dospesquisadores e o bom senso de todos,sem, contudo, perder de vista o real objetivode identificar áreas que são efetivamenteIBAs no contexto global.

Um grande esforço foi realizado para reuniro maior número possível de informações eregistros de ocorrência para cada área, de

APRESENTAÇÃO

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modo a obter um quadro o mais próximopossível da realidade sobre a representa-tividade das espécies de interesse nosistema de IBAs. Os dados obtidos por meiode consulta às fontes publicadas ou dedomínio público foram complementadoscom informações inéditas fornecidas por umgrande número de pesquisadoresbrasileiros e estrangeiros que colaboraramcom o programa (todos estão relacionadosnos agradecimentos) durante doisworkshops realizados com especialistas nasregiões da Amazônia, Cerrado e Pantanal,em Manaus e em Brasília, respectivamente.Estes pesquisadores trouxeram novasinformações, validaram registros incertos ecorrigiram alguns erros decorrentes deinformações repassadas erroneamente emdiversos documentos. Assim sendo, o livroresultante reflete não só o trabalho decompilação feito por alguns estudiosos, mastambém (e principalmente) o esforçorealizado por numerosos pesquisadores aolongo das últimas décadas, por meio do qualfoi possível construir o conhecimento hojeexistente sobre as aves da Amazônia, doCerrado e do Pantanal.

O livro é dividido em duas partes – a primeiracomposta de capítulos de contextualizaçãodo estudo em relação ao conhecimentogeral dessas áreas e sua conservação, bemcomo das inerentes dificuldades deidentificar as áreas nessas regiões(principalmente na Amazônia) devido àescassez de informações e às extensasáreas encontradas ainda sem nenhumainterferência humana. Essa seção apresen-ta também os resultados encontrados comalgumas análises gerais. A segunda partecontém o diretório de áreas propriamentedito, com informações sobre todas as IBAsidentificadas e a avifauna ameaçadapresente em cada uma delas. Esta parteapresenta ainda os mapas de cada IBA, jádisponibilizados em diversos bancos dedados para uso público. A primeira parte é

apresentada em português e inglês,enquanto as informações sobre as IBAs sãoapresentadas apenas em português.

Assim como no livro das IBAs nos Estadosdo Domínio da Mata Atlântica, estapublicação deve continuar com seu objetivopragmático, isto é, representar umacontribuição real para a conservação dasIBAs da Amazônia, do Cerrado e doPantanal. Como a base deste trabalho écientífica, os dados aqui contidos podemser utilizados em políticas públicas paradeterminar áreas prioritárias de atuação dogoverno e da sociedade civil. As áreasidentificadas como IBAs nessas regiõesdevem ser conservadas, pois contêmespécies de relevância global. No entanto,tais áreas representam o mínimo que devepermanecer preservado, e outras áreasainda desconhecidas merecem serestudadas antes que empreendimentosque gerem efeitos irreversíveis se instaleme impossibilitem a descoberta de novasfronteiras para a ciência, em todos ossentidos.

Como podemos observar, os desafios sãoimensos para o Brasil e para o mundo. Amaior parte das áreas da Amazônia, doCerrado e do Pantanal ocorrem em territóriobrasileiro. No entanto, os fenômenosnaturais que ali incidem ultrapassam asfronteiras do País. Assim, o Brasil tem aoportunidade de auxiliar na mudança doimpacto negativo da pegada ecológicahumana na Terra. No entanto, essa tarefanão pode ser deixada apenas para apopulação brasileira. É um dever de todosajudar a encontrar as melhores soluções eapoiar a implementação dessas práticasnessas regiões.

Jaqueline M. GoerckDiretora-Presidente

SAVE Brasil

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SAVE Brasil – Sociedade para aConservação das Aves do Brasil (Societyfor the Conservation of Birds in Brazil) wasestablished in 2004 with the mission ofconserving birds, their habitats andbiodiversity as a whole, working withpeople towards the sustainable use ofnatural resources. Brazil holds the title ofthe country with the greatest number ofthreatened birds in the world (122species). The mission of SAVE Brasil isof worldwide relevance since many of thecountry’s threatened birds exist nowhereelse, that is, they are restricted to theBrazilian territory. Therefore, it is theresponsibility of the Brazilian society toprovide for their conservation and themaintenance of areas sufficiently vast toensure viable populations of these birdspecies.

In recognition of SAVE Brasil’s initiatives,BirdLife International – a globalpartnership of conservation organizationspresent in more than 100 countries –acknowledged this Braziliannongovernmental organization as itsofficial partner in the affiliate category. Asa member of this alliance, SAVE Brasil iscommitted to identifying Important BirdAreas (IBAs) throughout the nation’sterritory. IBAs are identified utilizingscientific criteria that are standardized forall the regions of the world.

In 2006, the first part of this effort wasaccomplished, the identification of IBAsin the Atlantic Forest states, which includethe biomes of the Caatinga, parts of theCerrado and the Pampa. Now we presentthe second and final part of the series:the careful and criteria-based selection of74 IBAs in the Amazon Rainforest,

Cerrado and Pantanal biomes. Along withthe first group of Important Bird Areas,there are a total of 237 IBAs in Brazil,many of which are located along nationalborders where “sister” IBAs were identifiedin neighboring countries.

The selection of areas in these regionsposed an unprecedented challenge in theexperience of identifying IBAs in the worldfor it involved areas which call for the useof superlatives: Amazonia is the largesttropical rainforest on the planet; thePantanal is the largest wetland, and theCerrado is the savanna with the highestdiversity on Earth. Therefore, this is a bookwhich deals with wilderness areas and“hotspots” – areas with high levels ofendemism that have already lost a majorportion of their natural vegetation. Both –wilderness areas and hotspots – displaygreat biodiversity but, likewise, faceimmense threats to their conservation.

The scarcity of bird inventories and evenbasic information on extensive areas is areality that our research team facedconstantly during every step of the way.IBA selection criteria were followed asmuch as possible but, as we had alreadyfound during the preparation of volumeone, definitions of this nature are unableto provide for every single possibility.Therefore, the team defined certain areasmaking a few adjustments, always takinginto account knowledge of researchersand the common sense of all involvedwithout, however, losing sight of the trueobjective of identifying areas that areeffectively IBAs within a global context.

An outstanding effort was made to gatherthe greatest possible amount of

PRESENTATIONPRESENTATION

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information recorded for each area toestablish a current panorama that is asrealistic as possible on therepresentativeness of the species ofinterest within the system of IBAs. Thedata collected from sources published oralready in the public domain werecomplemented with novel, unpublishedinformation provided by a large number ofBrazilian and foreign researchers whocollaborated with the program during twoworkshops; one with experts of the regionof Amazonia, held in the city of Manaus;and another with specialists of theCerrado and Pantanal, in the city ofBrasília. These researchers (all of whomare listed in the acknowledgements inrecognition of their contribution) broughtnew information, validated uncertainreports of sightings, and corrected a fewerrors caused by information that wasmistakenly reported in a number ofdocuments. Thus, the resulting bookreflects not only the work of compilingundertaken by a few scholars, but also (andespecially) the efforts of numerousresearchers over the last few decadeswhose work enabled the construction of theknowledge we have today on the birds ofAmazonia, the Cerrado and the Pantanal.

This book is divided in two parts – the firstconsists of chapters with a contextualizationof the study related to the generalknowledge on these areas and theirconservation, and a discussion of thedifficulties inherent with identifying areasin these regions (especially in the AmazonRainforest) due to gaps in information, andthe vast expanses encountered yetundisturbed by humankind. This sectionalso presents the findings of the study witha few general analyses. The second partcontains the actual directory of areas withinformation on all IBAs identified and thethreatened avifauna in each area. Eachpart further presents maps for each IBA,

which are already available in severaldatabases for public use. Bilingual text inPortuguese and English is provided forPart One while the IBA directory ispresented in Portuguese alone.

Like the book on IBAs in the Atlantic ForestStates, this publication shall continue withits pragmatic objective, that is, torepresent an actual contribution towardconservation of the IBAs of Amazonia, theCerrado and the Pantanal. Since the basisfor this work is scientific, the datacontained herein can be used for theestablishment of public policies determiningpriority areas for action by the governmentand the civil society. The areas identifiedas IBAs in these regions should bepreserved since they are home to globallyrelevant species. These areas, however,represent a minimum conservationrequirement that should definitely bemaintained. Other areas that are stillunknown require further studies beforeenterprises that produce irreversibleeffects are established and prevent thediscovery of new frontiers for science inall respects.

As we can see, the challenges areimmense for Brazil and the world. Most ofthe areas found in the Amazonia, Cerradoand Pantanal biomes occur in Brazilianterritory. However, the effects of naturalphenomena that take place there extendbeyond the country’s borders. Thus, Brazilhas an opportunity to help changing thenegative impact of human’s ecologicalfootprint on Earth. The task, however,cannot be left to the people of Brazil alone.It is everyone’s duty to help find the bestsolutions and to support the implementationof these practices in these regions.

Jaqueline M. GoerckDirector-President

SAVE Brasil

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O Brasil está entre os três países commaior riqueza de aves no mundo: 1822espécies ocorrem no país (CBRO 2008).Destas, 232 ocorrem exclusivamente emterritório brasileiro. Assim, é de total res-ponsabilidade de nosso país zelar pelofuturo dessas espécies. Essa responsa-bilidade é ainda maior porque detemos orecorde de espécies de aves globalmen-te ameaçadas de extinção: são 122 avesque correm perigo real de desaparecerpara sempre (BirdLife International 2008).Estas se distribuem da seguinte formaentre as categorias reconhecidas pelaUnião Internacional para a Conservaçãoda Natureza (IUCN): 25 CriticamenteAmeaçadas, 33 Em Perigo e 64 Vulnerá-veis. Outras 96 são consideradas QuaseAmeaçadas, isto é, estão em estado deobservação porque suas populações vêmdeclinando ao longo dos anos ou porquesofreram uma redução considerável emsua área de ocorrência.

O cenário atual do estado de conserva-ção dos diferentes biomas brasileiros ébastante variável. As duas maiores flores-tas tropicais do País, a Amazônia e a MataAtlântica, apresentam situações opostas:a Amazônia encontra-se quase que total-mente preservada (83% de mata originalainda presente), enquanto na Mata Atlân-tica, de acordo com Ribeiro et al. (2009),existe apenas 11% de cobertura florestalremanescente. Altas taxas de perda dehábitat são uma realidade atual no Cer-rado, enquanto no Pantanal as ameaçasainda são localizadas e pouco expressi-

vas regionalmente. O Pampa, por suavez, encontra-se bastante modificado,com apenas 23% de campos ainda nati-vos (MMA 2007).

O número de aves ameaçadas em cadaum desses biomas reflete claramenteessas diferenças e pode ser utilizado paraauxiliar no delineamento das estratégiasde conservação mais adequadas paracada situação. A BirdLife Internationaldesenvolveu uma metodologia de identi-ficação de áreas prioritárias para a con-servação conhecida como Áreas Impor-tantes para a Conservação das Aves ouIBAs, sigla de Important Bird Areas, suadenominação em inglês. O programa glo-bal de IBAs visa assegurar a conserva-ção no longo prazo de uma rede de á-reas criticamente importantes para asaves e para a biodiversidade, que, jun-tas, abrangem todos os grandesecossistemas do mundo. As IBAs são cui-dadosamente identificadas seguindo crité-rios científicos e são selecionadas paraabranger populações distintas ao longo dadistribuição biogeográfica das espécies. NoBrasil, 237 IBAs foram identificadas(Bencke et al. 2006, Capítulo 5 deste volu-me), sendo 74 encontradas nas regiões daAmazônia, do Cerrado e do Pantanal.

No presente capítulo apresentamos umarevisão geral da conservação na Amazô-nia, Cerrado e Pantanal, discutindo osprincipais problemas e algumas possíveissoluções usando exemplos relacionadosà avifauna e às IBAs desses biomas.

Conservação de Aves no Brasil:Considerações para a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal

Pedro F. Develey*

* BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. Email:[email protected].

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Amazônia – Desafios para aconservação da maior floresta doplaneta

A Amazônia é a última grande floresta domundo que ainda se encontra bem conserva-da, com cerca de 6 milhões de km2 distribuí-dos em nove países da América do Sul, sen-do que, atualmente, 5,3 milhões de km2 ou85% do bioma continuam conservados (Soa-res-Filho et al. 2006). A floresta tem papel fun-damental na regulação do clima global: 8trilhões de toneladas de água evaporam anu-almente e de 15 a 20% de toda água docedespejada nos oceanos por ano provém daBacia Amazônica (IPCC 2007). Além disso,as árvores da Floresta Amazônica estocamentre 90 a 140 bilhões de toneladas de carbo-no (Soares-Filho et al. 2006). Esses númerosdemonstram claramente a importância daAmazônia na geração de serviços-chave parao ambiente de todo o planeta.

Em relação à avifauna, estima-se que emtoda a Bacia Amazônica ocorram entre1.300 e 1.800 espécies de aves(Mittermeier et al. 2003; Vale et al. 2008).Como seria de se esperar em um biomacom mais de 80% da vegetação conser-vada, o número de aves ameaçadas éreduzido, sendo que apenas oito espéci-es na Amazônia brasileira são considera-das globalmente ameaçadas.

No entanto, a real diversidade é aindapouco conhecida. Várias espécies deaves foram descritas cientificamente ape-nas nos últimos anos, com uma taxa de2,3 novas espécies descritas por ano en-tre 1996 e 2003 (18 espécies em oitoanos; Peres 2005). Além daquelas ofici-almente catalogadas, outras estão emprocesso de descrição e muitas, consi-deradas atualmente como subespécies,podem vir a ser elevadas à categoria deespécies após revisões taxonômicas maisdetalhadas (M. Con-Haft com. pess.).Essa falta de conhecimento ocorre em

grande parte devido à pequenarepresentatividade das áreas amostra-das. No entanto, de acordo com Aleixo(Capítulo 2 deste volume) tanto o núme-ro de localidades inventariadas quanto aqualidade desses inventários aumenta-ram muito nos últimos anos, com ativaparticipação do Museu Paraense EmilioGoeldi (MPEG) e do Instituto Nacional dePesquisas da Amazônia (INPA). Mesmoassim, ainda é urgente a realização denovos inventários, especialmente quan-do se considera o nível de ameaça dealgumas regiões, como o sul doMaranhão e o leste do Pará.

Sem dúvida, é fundamental aumentar o ní-vel de conhecimento sobre a biodiversidadeamazônica. De acordo com a AcademiaBrasileira de Ciências (2008), é necessárioestabelecer um novo modelo de desenvol-vimento para a Amazônia, por meio da cri-ação de novas universidades, institutos ci-entíficos-tecnológicos e da ampliação e for-talecimento da pós-graduação. Os investi-mentos necessários seriam de 30 bilhõesde reais em 10 anos, um orçamento poucoexpressivo quando comparado aofaturamento de grandes corporações queatuam diretamente na Amazônia.

O desconhecimento não se restringe àocorrência de novos taxons ou à distri-buição das espécies, mas refere-se tam-bém à falta de informações sobre a biolo-gia da maior parte das aves. Essa situaçãode pouco conhecimento da avifauna e dabiodiversidade amazônica como um todotorna o planejamento da conservação nobioma um grande desafio para a comuni-dade científica e conservacionista. Essadificuldade é ainda maior quando se con-sideram as crescentes pressões e ame-aças que determinam a necessidade derespostas imediatas e efetivas por partedos cientistas.

Entre 1988 e 2008 a taxa anual média de

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desmatamento na Amazônia brasileira foide 1,76 milhões de hectares por ano ou17.600 km2 (INPE 2009), o que representaa maior taxa de desmatamento quandocomparada a qualquer outra área de flo-resta tropical do planeta. De acordo comos dados mais recentes do IMAZON(2009), no entanto, a taxa de desma-tamento sofre queda de 65% comparan-do-se o período de agosto de 2007 a ju-lho de 2008 com agosto de 2008 a julhode 2009. Os estados com as maiores ta-xas são o Pará e o Mato Grosso, incluin-do-se nesses valores o desmatamentoocorrido dentro de unidades de conser-vação como a Floresta Nacional deAltamira e a Floresta Nacional deJamanxim (IBAs PA08 e PA10).

Os impactos do desmatamento podemser ainda mais preocupantes em relaçãoà conservação das aves, quando esteocorre em áreas de IBAs ou em trechosde hábitats específicos ou pouco repre-sentados. Vale et al. (2008) demonstra-ram que as aves restritas à vegetação devárzeas dos rios de água branca (e.g.,Myrmotherula klagesi ) estarão entre osgrupos mais ameaçados nos próximosdez anos, mesmo levando-se em consi-deração a capacidade de adaptação dasespécies a um hábitat que sofre freqüen-tes distúrbios naturais.

Hoje sabemos que os principais problemasem relação ao desmatamento da Amazô-nia estão ligados à expansão daagropecuária, obras de infra-estrutura emineração. Em 2008, o Fórum AmazôniaSustentável e o Movimento Nossa SãoPaulo publicaram o relatório Conexões Sus-tentáveis São Paulo - Amazônia - Quem sebeneficia com a destruição da Amazônia.Nesse trabalho os autores percorreram todaa região da Bacia do Xingu e entorno, en-globando boa parte do Pará e norte do MatoGrosso, a fim de verificar os problemasambientais e sociais na região e a sua liga-

ção com a principal cidade da América doSul. O relatório mapeou a cadeia entre aextração do produto, a indústria e o varejo,chegando ao consumidor final, consideran-do a produção de carne, madeira, grãos eminérios. O desmatamento ilegal, odescumprimento da legislação ambiental,a situação fundiária irregular, o avanço depastagens e monoculturas agrícolas são osprincipais vetores diretos e indiretos quelevam à destruição da floresta. Todos es-ses problemas que ocorrem na fronteira daexpansão são impulsionados pela indústria(frigoríficos, madeireiras e agroindústrias)que compram os produtos e distribuem aosconsumidores, no outro extremo da cadeia.De acordo com o relatório, é importante queos consumidores tenham consciência doseu papel nessa cadeia, pressionando aindústria a fornecer a rastreabilidade do pro-duto, de modo que seja possível ao consu-midor comprovar a origem e garantia quenão houve o envolvimento de crimesambientais na cadeia produtiva. Recente-mente, grandes redes de supermercadosadotaram essa linha ao embargar a carneproduzida no Pará em resposta ao relató-rio divulgado pela ONG Greenpeace(Greenpeace 2009), que denunciava odesmatamento irregular nas fazendas pro-dutoras. Em outro estudo que discute asnovas estratégias para a conservação deflorestas tropicias, Butler & Laurance (2008)também argumentam que hoje osdesmatamentos ocorrem devido à deman-da gerada por grandes corporações, de for-ma que indústrias estratégicas devem serpressionadas pelos consumidores a incor-porarem a responsabilidade ambiental.

Além de mudanças em relação ao usoda terra em áreas privadas, a criação eimplementação de novas unidades deconservação também é fundamental. Ofato de ainda termos grande parte daAmazônia conservada possibilita o plane-jamento adequado da seleção de novasunidades de conservação ou áreas pro-

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tegidas. Criado em 2002, com duraçãoprevista para 10 anos, o Programa ÁreasProtegidas da Amazônia (ARPA) preten-de criar e implementar 50 milhões de hec-tares de unidades de conservação de pro-teção integral e uso sustentável até 2012(Weigand 2007). Até dezembro de 2008,o ARPA já tinha apoiado a criação de 24milhões de hectares de áreas protegidasdentro do âmbito do programa, sendo13,2 milhões de hectares destinados àsunidades de proteção integral e 10,8àquelas de uso sustentável (ARPA 2009).

O futuro da Amazônia e de suas espé-ciesainda é incerto. Algumas projeções de ce-nários futuros para a região mostram-sebastante negativas, como por exemplo amodelagem realizada por Soares-Filho etal. (2006). Segundo esse estudo, se as ta-xas de desmatamento forem mantidas noritmo atual, bem como não forem criadasou implementadas unidades de conserva-ção e a legislação ambiental continuar a serlargamente descumprida, em 2050 resta-rão apenas 3,2 milhões de km2 (53%) dafloresta. Por outro lado, assumindoparâmetros mais otimistas, em que as ta-xas de desma-tamento seriam controladas,novas unidades de conservação seriamcriadas e implementadas e a legislaçãoambiental seria respeitada, o cenário resul-tante seria de 4,5 milhões de km2 (70%) deárea florestal mantida em 2050. Mudanças,portanto, são possíveis com estratégias jáconhecidas. Algo, no entanto, largamentedesconhecido são os efeitos sinérgicos dasalterações no uso do solo com as mudan-ças climáticas regionais causadas pelo au-mento das queimadas e das secas seve-ras. Nesses casos, os modelos prevêmcenários ainda mais preocupantes, com31% da floresta desmatada e 24%impactada por secas e corte seletivo já noano de 2030 (Nepstad et al. 2008).

Apesar dessas perspectivas pessimistas,ao contrário do que ocorre com a maior

parte dos biomas no mundo, devemoslembrar que grande parte da Amazôniacontinua conservada (mais de 80%). Éuma cifra impressionante e que represen-ta um privilégio, mas também uma gran-de responsabilidade para as atuais gera-ções em relação ao futuro da floresta e,conseqüentemente, de todo o planeta.

O Cerrado e a expansão doagronegócio

O Cerrado é o segundo maior bioma bra-sileiro, com cerca de 2,1 milhões de km2,sendo superado em tamanho apenas pelaAmazônia. A paisagem do Cerrado é com-posta por um mosaico de diferentes tiposde vegetação, variando desde extensoscampos limpos, até formações florestaiscomo as matas de galeria ao longo dosrios, ou as florestas estacionais semide-cíduas em áreas de solos mais férteis.Até o momento foram registradas em todaa região do Cerrado 837 espécies deaves, sendo que apenas 36 destas sãoendêmicas e 48 são consideradasameaçadas pelas listas global e nacional(Silva 1995; Silva & Bates 2002; Marine& Garcia 2005). O baixo número deendemismos pode ser explicado pela diver-sidade de paisagens existentes no biomacom grandes faixas de transição, que setraduzem, na presença de uma avifaunaque, embora bastante variada, mostra-sepouco característica. Muitas espécies deaves do Cerrado podem ser encontradasem outros biomas: espécies de áreas aber-tas também ocorrem na Caatinga, noPampa e no Pantanal, enquanto espéciesflorestais correspondem a elementos ama-zônicos ou da Mata Atlântica.

Ainda que o Cerrado esteja localizado emuma parte do Brasil com maior ocupaçãoe facilidade de acesso, muitos trechosnunca foram inventariados, permanecen-do sua biodiversidade largamente desco-nhecida. Um exemplo desse desconhe-

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cimento foi a redescoberta, em 2006, doPica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni ),reencontrado nas proximidades da cida-de de Goiatins (IBA TO02), fato que cons-tituiu uma das mais importantes desco-bertas ornitológicas dos últimos tempos(Prado 2006). Outra espécie recentemen-te redescoberta, que não era observadadesde a sua descrição há 60 anos, foi oTiê-bicudo (Conothraupis mesoleuca), re-encontrado em 2005 no Parque Nacionaldas Emas (IBA GO/MS 01) (Buzzetti &Carlos 2005). Posteriormente a essa des-coberta, a espécie também foi registradaem outras três localidades do Mato Gros-so (IBAs MT03, MT 04 e MT 05).

Esse desconhecimento em relação àavifauna já justificaria a conservação dosremanescentes de vegetação nativa nobioma, mas, além disso, devido à grandediversidade de espécies e ao alto grau deameaça, o Cerrado encontra-se entre os25 hotspots do mundo, que correspondemàs regiões biologicamente mais ricas eameaçadas do planeta (Myers et al.2000). Da mesma forma, segundo Stotzet al. (1996) devido à diversidade, rarida-de e grau de ameaça de sua avifauna, oCerrado está entre os cinco biomas maisameaçados em toda a região tropical,merecendo, portanto, ser tratado comoprioridade de conservação. A porcenta-gem de áreas oficialmente protegidastambém é muito baixa, com apenas 2,2%do bioma em unidades de conservação(Klink & Machado 2005). Felizmente ain-da existem trechos extensos bem preser-vados, representando uma oportunidadeúnica para a criação de novas áreas pro-tegidas. É o caso do nordeste do estadode Tocantins (região da IBA TO02), quepossui as mais extensas áreas de Cerra-do preservadas em todo o País, comavifauna diversa e espécies ameaçadas.Ali existe uma proposta para a criação deum corredor de unidades de conservaçãoque protegeria toda a região (Olmos 2007)

e aumentaria significativamente a porcen-tagem do bioma sob proteção oficial.

O histórico de ocupação do Cerrado érelativamente recente. A partir da décadade 1970, práticas de enriquecimento dosolo por calagem e adubação tornaram oCerrado ideal para a agricultura mecani-zada industrial. A região passou a ser con-siderada uma nova fronteira agrícola, ini-ciando-se um processo de ocupação in-tenso do Cerrado, especialmente pormeio do plantio de soja. Além da soja, apecuária também foi responsável pelodesmatamento de grandes áreas para aformação de pastagens. Como resultadodesse processo de ocupação, de acordocom o Ministério do Meio Ambiente, em2009, cerca de 48% da sua vegetaçãooriginal já tinha sido perdida. Estadoscomo Goiás e Mato Grosso do Sul já seencontram muito degradados, com pou-cas áreas contínuas e bem preservadas.A taxa de perda de hábitat não é a mes-ma entre as diferentes fisionomias vege-tais do Cerrado, e as áreas abertas (cam-po limpo, campo sujo e campo cerrado)são as mais propícias para o desenvolvi-mento da agricultura, já que são planas eo solo apresenta condições satisfatóriasde drenagem, o que propicia a imple-mentação de extensas lavouras com altamecanização. Conseqüentemente, qua-se metade das aves ameaçadas do biomaocorre exclusivamente nessasfisionomias abertas, como o galito(Alectrurus tricolor ) e os caboclinhos(Sporophila cinnamomea e Sporophilapalustris). Essas duas espécies decaboclinhos realizam movimentos migra-tórios entre os campos do Brasil Centrale do sul do Rio Grande do Sul (Pampa),hábitat igualmente ameaçado.

Nos últimos anos, com a valorização doetanol no mercado interno e externo, aexpansão das lavouras de cana-de-açú-car passou a representar uma nova amea-

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ça à biodiversidade do Cerrado. De acor-do com os dados do relatório referenteao Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar, divulgado pelo Governo Fede-ral em setembro de 2009, mas que aindadeverá ser votado no Congresso no anoque vem, áreas degradadas dentro dobioma estão liberadas para a expansão daslavouras de cana, sendo incentivado o cul-tivo em áreas de pastagem com baixadeclividade. Mesmo sendo realizada emáreas degradadas, a substituição das pas-tagens por extensas monoculturas de canarepresenta um impacto negativo sobre aavifauna, uma vez que muitas espécies deaves ainda podem persistir em pastos comárvores esparsas, mas não em áreas total-mente dominadas pela cana, onde mesmoas árvores remanescentes são retiradaspara viabilizar a colheita mecanizada. Alémdisso, de acordo com Tubelis & Cavalcanti(2000) esses trechos de pastagem comárvores esparsas, apesar de representaremcomunidades de aves muito maisempobrecidas, poderiam servir como cor-redores entre trechos de Cerrado preser-vado.

Sem dúvida o grande desafio do Cerradoé integrar o avanço do agronegócio coma conservação ambiental, o que poderiaser feito por meio da adoção de melho-res práticas. No caso da cana-de-açúcar,para mitigar os impactos da substituiçãode pastagens com árvores nativasesparsas pela monocultura, uma impor-tante medida seria a regularização daReserva Legal e das Áreas de Preserva-ção Permanente nas propriedades ondea cana passasse a ser produzida. No fu-turo, propriedades regularizadas poderi-am ser reconhecidas por meio de umacertificação ambiental para o etanol pro-duzido de forma alinhada à legislaçãoambiental. No caso da soja, já existe aAssociação Internacional para a SojaResponsável (RTRS), formada em 2004por produtores, ONGs e empresas com

o objetivo de regulamentar a produção desoja seguindo princípios ambientais esociais. Recentemente, foi concluído odocumento Princípios e Critérios de SojaResponsável, com as diretrizes para aprodução responsável (RTRS 2009). Cer-tamente ainda levará tempo para que todaa cadeia da soja se ajuste às regras daRTRS, mas a médio e longo prazo a inici-ativa poderá contribuir de maneira con-creta para a conservação de importantestrechos de Cerrado.

O Pantanal ainda preservado

O Pantanal de Mato Grosso possui umaárea aproximada de 150 mil km2, localiza-da na porção norte da Bacia do RioParaguai, entre a Amazônia, o PlanaltoCentral e o Chaco. Podem ser encontra-das na região 463 espécies de aves (Tubelis& Tomas 2003). No entanto, assim como aAmazônia e o Cerrado, a biodiversidade doPantanal ainda é pouco conhecida, poismuitas localidades nunca foram estudadas.É provável, portanto, que com a realizaçãode mais estudos na região o número de es-pécies de aves registradas aumente consi-deravelmente.

Devido à localização, a avifauna da regiãodo Pantanal representa uma mistura deespécies características dos grandesbiomas vizinhos, existindo poucas espéci-es endêmicas, pois todas têm afinidadescom os biomas adjacentes. Assim, o Pan-tanal pode ser dividido em quatro provínci-as fitogeográficas. Primeiro, aquela doChaco, que se estende pela Bolívia eParaguai, especialmente representada naparte sul do Pantanal. Segundo, a provín-cia do Cerrado, que domina a maior partedo Pantanal. Terceiro, aquela da Amazô-nia, bem representada na parte norte, es-tendendo-se através das matas de galeriaao longo dos grandes rios. Por fim, a pro-víncia Atlântica, representada por uma ex-tensão das florestas do sudeste do Brasil.

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Para as aves migratórias, o Pantanal fun-ciona como uma importante via de migra-ção, tanto para espécies provenientes doHemisfério Norte, quanto do sul da Amé-rica do Sul. Esse é o caso de várias es-pécies de maçaricos, migrantes da Amé-rica do Norte, que permanecem na regiãodo Pantanal entre abril e outubro. Algu-mas aves realizam movimentos migrató-rios mais curtos. É o caso da espéciechamada de verão (Pyrocephalusrubinus), que se desloca entre o BrasilCentral e a Argentina e também do cabe-ça-seca (Mycteria americana), que se re-produz no Pantanal e em seguida migraatravés do vale do Rio Paraná para áreasde banhados no sul do Brasil.

A dinâmica das cheias em toda a planíciepantaneira e a importância dos vários rios,cujas nascentes estão em terras mais al-tas nas bordas do Pantanal, torna o biomamuito vulnerável às alterações ambientaisque ocorrem no seu entorno. A expansãoagrícola no Cerrado causou o assorea-mento de vários rios, alterando, conseqüen-temente, o padrão de inundações (Harriset al. 2005). Além dessas ameaças exter-nas, muitas áreas do Pantanal já apresen-tam o hábitat original degradado devido aodesmatamento para formação de pasta-gens, substituição de pastagens nativas porpastagens dominadas por espécies exóti-cas e o uso do fogo para limpeza de pas-tos, causando muitas vezes grandes incên-dios incontroláveis, freqüentes no períododa seca. Uma questão que gerou muito de-bate entre os ambientalistas foi a implanta-ção da hidrovia Paraguai-Paraná, que cau-saria um grande impacto ambiental em todoo Pantanal. Atualmente, a hidrovia não pa-rece ser uma ameaça iminente; no entan-to, sempre que se discute o desenvolvimen-to da porção central do País, o assunto énovamente levantado.

Soma-se a essas ameaças o pobre sis-tema de unidades de conservação no

bioma, com apenas 2,5% da área prote-gida (Harris et al. 2005). Nesse cenário,onde as terras, em sua maioria, são pri-vadas e sem proteção oficial, oenvolvimento dos proprietários é funda-mental para uma estratégia eficiente deconservação. Já existem algumas inicia-tivas nesse sentido nas áreas do Panta-nal e entorno, como a produção de carneorgânica, que busca atingir nichos demercado diferenciados e de maior valor.No total, 26 fazendas (16 no Mato Gros-so do Sul e 10 no Mato Grosso) estãoenvolvidas com a iniciativa (Domingos2005; Domingos com. pess.). Muitas fa-zendas também expandiram as ativida-des econômicas e abriram pousadas vol-tadas ao ecoturismo, atividade comple-mentar que vem se mantendo na regiãoe cresceu bastante nos últimos 15 anos.

Em relação à legislação, se aprovado noCongresso, o Zoneamento Agroecológicoda Cana-de-Açúcar representará uma vi-tória para o Pantanal, já que o documen-to proíbe o cultivo de cana-de-açúcar emnovas áreas, mesmo já degradadas, eveta projetos de usinas sucroalcooeirasem toda a Bacia do Alto Paraguai. Serãopermitidas apenas as plantações já exis-tentes, sem a possibilidade de expansão.

Mesmo com as ameaças de degradaçãode hábitat e poucas áreas oficialmenteprotegidas, ainda assim o Pantanal pos-sui extensas áreas bastante conservadas,abrigando uma incrível diversidade eabundância de aves. Até hoje, de formageral, as atividades econômicas desen-volvidas na região foram compatíveis coma conservação ambiental. As caracterís-ticas físicas da região, que permanece emgrande parte alagada durante boa partedo ano, dificultam a ocupação da área. Éfundamental que qualquer novo proces-so de desenvolvimento e ocupação daregião seja muito bem planejado e ocor-ra de maneira integrada ao meio ambien-

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te, possibilitando a conservação da mai-or planície alagável em todo o mundo etoda a biodiversidade associada.

Considerações finais

Independentemente das diferenças entreo grau de conservação e o nível de amea-ça observados atualmente na Amazônia,no Cerrado e no Pantanal, é clara a preo-cupação e o início de uma mudança decomportamento nos diversos setores dasociedade. É fundamental a integraçãoentre cientistas, conservacionistas e re-presentantes dos setores produtivos, bus-cando soluções inovadoras e viáveis paraa conservação desses biomas. Nessesentido, as aves têm um papel importan-

te, uma vez que são excelentes indica-dores ambientais e podem auxiliar tantona seleção de áreas prioritárias quantona avaliação da efetividade das ações deconservação. A identificação das IBAs éum importante passo no planejamento daconservação desses biomas, represen-tando o mínimo necessário para assegu-rar a sobrevivência das espécies e de-vendo, portanto, merecer atenção espe-cial para serem mantidas preservadas.Além disso, por meio das IBAs é possívelinfluenciar efetivamente a políticaambiental nacional a partir de uma basecientífica com envolvimento de atores lo-cais, pesquisadores e tomadores de de-cisão, beneficiando não só as aves mastoda a biodiversidade.

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Brazil is one of the three countries withthe greatest variety and abundance ofbirds in world: 1,822 species occur in thecountry (Brazilian Ornithological RecordsCommittee – CBRO 2008). Among thesespecies, 232 occur exclusively within Bra-zilian territory. Therefore, our country –Brazil – is wholly responsible for caringfor and ensuring the future of these spe-cies. Our responsibility goes even furtherbecause we also hold the record in thenumber of globally-endangered bird spe-cies: 122 birds in actual danger of disap-pearing forever (BirdLife International2008). These species are distributed asfollows among the categories acknowl-edged by the International Union for theConservation of Nature (IUCN): 25 Criti-cally Endangered, 33 Endangered, and 64Vulnerable. Another 96 bird species areconsidered Near Threatened, that is, theyare under observation either because theirpopulations have been declining over theyears or because they have suffered aconsiderable reduction in their areas ofoccurrence.

The present status of conservation of thediverse biomes in Brazil varies consider-ably. The country’s two largest tropicalforests – the Amazon Rainforest and theAtlantic Forest – display contrasting situ-ations: the Amazon Rainforest is almostentirely preserved (83% of its native veg-etation still remains) while the AtlanticForest, according to Ribeiro et al. (2009),retains only 11% of its erstwhile nativevegetation. High rates of habitat loss are

presently a reality in the Cerrado, while inthe Pantanal threats are still site-depen-dent and not very expressive, regionallyspeaking. The Pampa, meanwhile, hasundergone substantial change with only23% of its fields still native (Brazilian Min-istry of the Environment – MMA 2007).

The number of threatened bird species ineach of these biomes clearly reflects the-ses differences in status and can be usedto help in delineating conservation strate-gies more suited to each situation. BirdLifeInternational has developed a methodol-ogy for identification of priority areas forconservation which are known as Impor-tant Bird Areas or IBAs. The global IBAprogramme is meant to ensure the longterm conservation of a network of areasthat are critically important to birds and tobiodiversity which, together, encompassall the major ecosystems of the world.These IBAs are carefully identified accord-ing to scientific criteria and are selectedto include distinct populations throughoutthe biogeographic distribution of the spe-cies. In Brazil, 237 IBAs have been iden-tified (Bencke et al. 2006, Chapter 5 ofthis volume), with 74 of these found withinthe regions of Amazonia, the Cerrado, andthe Pantanal.

In this chapter we present a general reviewof conservation in Amazonia, the Cerrado,and the Pantanal, discussing the main prob-lems and a few possible solutions with thehelp of examples related to the avifauna andthe IBAs of these biomes.

Civil Society and Conservation in Brazil

Pedro F. Develey *

Bird Conservation in Brazil:Considerations for Amazonia, the Cerrado and Pantanal Biomes

* BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. Email:[email protected].

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Amazonia – Challenges forconservation of the largest foreston the planet

Amazonia, or the Amazon Rainforest, isthe last large forest in the world that is stillwell preserved, with around six millionsquare kilometers (6 million km2) distrib-uted over nine countries in South Americaof which, presently, 5.3 million km2 or 85% of the biome remain preserved (Soares-Filho et al. 2006). The forest plays a fun-damental role in regulating the world’s cli-mate: eight trillion tons of water evapo-rate from the forest annually and 15 to20% of all the fresh water which flows intoor drops upon the world’s oceans per yearcomes from the Amazon Basin (IPCC2007). Furthermore, the trees of the Ama-zon Rainforest store between 90 and 140billion tons of carbon (Soares-Filho et al.2006). These numbers clearly demon-strate the importance of Amazonia in gen-erating and providing key services for theenvironment of the entire planet.

As regards the avifauna, it is estimatedthat the entire Amazon Basin is home tobetween 1,300 and 1,800 species(Mittermeier et al. 2003; Vale et al. 2008).As would be expected in a biome with over80% of its vegetation preserved, the num-ber of threatened birds is small, with onlyeight species in the Brazilian Amazoniabeing considered globally endangered.

However, little is still known about the ac-tual extent of the diversity of the region.Several bird species have been scientifi-cally described in the last few years alone,at a rate of 2.3 new species described peryear between 1996 and 2003 (18 speciesin eight years; Peres 2005). In addition tothose officially listed, others are in the pro-cess of being catalogued and many, pres-ently considered to be subspecies, maycome to be raised to the rank of speciesfollowing more detailed taxonomic revision

(M. Con-Haft com. pess.). This gap inknowledge occurs largely due to the lowrepresentativeness of the areas that havebeen sampled. However, according toAleixo (Chapter 2 of this book) both thenumber of sites and the quality of the in-ventories conducted at these sites haveincreased very much in the last few yearswith the active participation of the MuseuParaense Emilio Goeldi (Emilio GoeliMuseum of Pará - MPEG) and the InstitutoNacional de Pesquisas da Amazônia (Na-tional Institute of Research of theAmazonia - INPA). Nevertheless, it is stillurgent that new inventories be taken, es-pecially when one considers the level ofrisk to certain regions, such as the southof Maranhão state and eastern Pará.

Without a doubt, it is fundamental that weincrease the degree of knowledge onAmazonian biodiversity. According to theBrazilian Academy of Science (2008), itis necessary that a new model of devel-opment be established for Amazonia viathe creation of new universities and insti-tutes of science and technology, and theenlargement and strengthening of post-graduate programs. Doing so would re-quire an investment of R$ 30 billion overa period of 10 years; a modest budgetconsidering the incomes of large corpo-rations that operate directly in Amazonia.

Knowledge gaps are not restricted to theoccurrence of new taxa or to the distribu-tion of species, but also refer to a lack ofinformation on the biology of most birds.This situation of poor knowledge regard-ing the avifauna and the biodiversity ofAmazonia as a whole makes planningconservation efforts in the biome a greatchallenge for the scientific and conserva-tionist community. The difficulty is evengreater when we consider the growingpressure and threats that determine theneed for immediate and effective re-sponses by scientists.

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Between 1988 and 2008, the averageannual rate of deforestation in the Brazil-ian Amazonia was 1.76 million hectaresper year or 17,600 km2 (INPE 2009),which means the greatest rate of defor-estation compared to any other area oftropical forest on the planet. According tothe latest data released by IMAZON(2009), however, the rate of deforestationhas declined 65% when we compare theAugust 2007 to July 2008 period with Au-gust 2008 to July 2009. The states withthe highest rates are Pará and MatoGrosso and include deforestation withinconservation units (protected areas) suchas the “Floresta Nacional de Altamira” andthe “Floresta Nacional de Jamanxim”(IBAs PA08 and PA10). The impacts ofdeforestation may be of even greater con-cern for the conservation of birds whensuch deforestation occurs in territories thatinclude IBAs or in tracts of specific orpoorly represented habitats. Vale et al.(2008) demonstrated that birds that wererestricted to the vegetation of the periodi-cally-flooded lowland areas along whitewater rivers (e.g., Myrmotherula klagesi)are among the groups that will be mostthreatened in the next ten years, evenwhen we consider the capacity of speciesto adapt to a habitat that undergoes fre-quent natural disturbance.

Today we know that the main causalagents of deforestation in Amazonia arethe expansion of farming and cattle ranch-ing, infrastructure works and mining. In2008, the organizations “Fórum AmazôniaSustentável” (Sustainable AmazôniaFórum) and “Movimento Nossa SãoPaulo” (Our São Paulo Movement) pub-lished the report entitled “ConexõesSustentáveis São Paulo – Amazônia –Quem se beneficia com a destruição daAmazônia” (Sustainable Connections SãoPaulo – Amazônia – Who benefits fromthe destruction of Amazonia?”). In prepar-ing this paper, the authors traveled exten-

sively throughout the region of the XinguRiver Basin and its surrounding areas,including most of the state of Pará andnorth of Mato Grosso, to look into thatregion’s environmental and social prob-lems and how those problems are linkedwith South America’s main and largest city,São Paulo. The report mapped the linksin the chain - from the extraction of a prod-uct on to industry and retail, and its arrivalat the final consumer – considering theproduction of meat, wood, grain and min-erals. Illegal deforestation, violation ofenvironmental legislation, irregular situa-tion of farmlands (ownership and explo-ration), encroaching by pastures and mo-noculture cropping are the main vectorsthat directly and indirectly lead to the de-struction of the forest. All these problemsthat occur on the frontier of expansion intonew, undisturbed areas are driven by in-dustry (meat packers, logging/lumberingand agribusinesses) which buys productsand distributes them to consumers at theother end of the production chain. Accord-ing to the report, it is important for con-sumers to be aware of their role in thischain and to pressure industry to ensurethe traceability of its products - so thatconsumers can be sure of their origin -and assurance that no environmentalcrime was committed along the produc-tion chain. Recently, large chains of su-permarkets have moved along these linessetting an embargo on meats producedin Pará in response to a report releasedby Greenpeace (Greenpeace 2009) inwhich the NGO denounced irregular de-forestation in producer farms. In anotherstudy which discusses new strategies forconserving tropical forests, Butler &Laurance (2008) also argue that, today,deforestation occurs due to increases indemand fueled by big corporations and,therefore, strategic industries should bepressured by consumers to make envi-ronmental responsibility part of their cor-porate agendas.

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Besides changes regarding the use ofland in privately-owned areas, the creationand implementation of new ‘conservationunits’ is fundamental. The fact that we stillfind most of Amazonia undisturbed en-ables us to adequately plan for the selec-tion of new conservation units or protectedareas. Created in 2002, and scheduled tobe carried out in 10 years, the ÁreasProtegidas da Amazônia Program(Amazonia Protected Areas) – ARPA) in-tends to create and implement 50 millionhectares of protected areas (conservationunits) for integral protection and sustain-able use by 2012 (Weigand 2007). UntilDecember 2008, ARPA had already pro-vided support for the establishment of atotal 24 million hectares of protected ar-eas within the scope of the program, with13.2 million hectares for integrally pro-tected units and 10.8 million as sustain-able-use areas (ARPA 2009).

The future of Amazonia and its species isstill uncertain. A few projections of futurescenarios for the region are substantiallygrim. One example is the outlook estab-lished by the simulation model evaluated bySoares-Filho et al. (2006). According to thatstudy, if the current rate of deforestationpersists, and: if protected areas are not cre-ated or implemented, and environmentallegislation goes on being widely disre-garded, in 2050 only 3.2 million km2 or 53%of the forest will remain. On the other hand,assuming more optimistic parameters inwhich: the rates of deforestation are con-trolled, new protected areas are establishedand implemented, and environmental leg-islation is respected, the resulting scenariowill be one of 4.5 million km2 or 70% of for-est area maintained in 2050. Changes,therefore, are possible with strategies thatare already known to us. Something, how-ever, that is widely unknown are the syner-gistic effects of changes in land use and re-gional climate changes caused by increasesin slash and burn farming and severe

drought. Under these circumstances, themodels foresee scenarios of even greaterconcern, with 31% of forest vegetation lostand 24% impacted by drought and selec-tive cutting as early as year 2030 (Nepstadet al. 2008).

Despite these pessimistic outlooks, wemust remember that, contrary to whathappens with most of the world’s biomes,most of Amazonia is still preserved (over80%). This is an impressive figure thatrepresents both a privilege and a greatresponsibility for present human genera-tions regarding the future of the forest and,consequently, of the entire planet.

The Cerrado and the expansionof agribusiness

The Cerrado is the second largest Brazil-ian biome with around 2.1 million km2, sur-passed in area only by Amazonia. Thelandscape of the Cerrado is comprised ofa mosaic of different types of vegetationranging from vast, clear fields to forest for-mations such as gallery forests along riv-ers, or seasonal semi-deciduous forestsin areas of more fertile soil. Until now, 837bird species have been reported in theentire region of the Cerrado, among whichonly 36 are endemic and 48 are consid-ered threatened according to global andnational listings of endangered species(Silva 1995; Silva & Bates 2002; Marine& Garcia 2005). The low number ofendemisms can be explained by the di-versity of the landscapes found in thebiome – which displays large stretches oftransition zones - which results in the pres-ence of avifauna that, although consider-ably varied, is far from being ‘characteristic’throughout the biome. Some bird speciesof the Cerrado can also be found in otherbiomes: open-area species also occur in theCaatinga, Pampa, and in the Pantanal, whileforest species correspond to birds ofAmazonia or of the Atlantic Forest.

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Despite being located in a part of Brazilthat is more densely occupied and easilyaccessed, many segments of the Cerradohave never undergone a census of avi-fauna and, therefore, its biodiversity as awhole has remained largely unknown.One such example of a knowledge gapwas the rediscovery in 2006 of theKaempfer's Woodpecker (Celeus obrieni),reencountered in the vicinity of the city ofGoiatins (IBA TO02); a fact which consti-tuted one of the most important ornitho-logical finds in recent history (Prado 2006).Another recently rediscovered species,which had not been observed since it wasdescribed 60 years ago, is the Cone-billedTanager (Conothraupis mesoleuca ),reencountered in 2005 at the “ParqueNacional das Emas” (IBA GO/MS 01)(Buzzetti & Carlos 2005). Following thatdiscovery, the species was also reportedin another three sites in Mato Grosso(IBAs MT03, MT 04 and MT 05).

This lack of knowledge regarding the avi-fauna would alone justify the conserva-tion of the remaining native vegetation ofthe biome but, besides that, due to thegreat diversity of species and the highlevel of risk to these species, the Cerradois listed among the world’s 25 ‘hotspots’ -the most biologically rich and threatenedregions of the planet (Myers et al. 2000).Likewise, according to Stotz et al. (1996),due to the diversity, rarity and degree ofrisk to its avifauna, the Cerrado is amongthe five most threatened biomes in all thetropics and, therefore, should be treatedas a priority for conservation. The percent-age of officially protected areas in theCerrado is also very low, with only 2.2%of the biome constituting conservationunits (Klink & Machado, 2005). Fortu-nately, there are still large tracts of well-preserved areas which represent a uniqueopportunity for the establishment of newprotected areas. Such is the case in thenortheast of Tocantins state (the region

where IBA TO02 is located) which has thelargest portions of preserved Cerrado inthe country, with diverse avifauna andthreatened species. In that part of thestate, there is a proposal to establish acorridor of conservation units that wouldprotect the entire region (Olmos 2007) andsignificantly increase the percentage ofthe biome’s area under official protection.

The history of greater human occupationof the Cerrado is relatively recent. As ofthe 1970’s, agricultural practices for forti-fication of the soil through liming and fer-tilization rendered the Cerrado ideal formechanized industrial farming. The regioncame to be considered a new agriculturalfrontier and an intense process of occu-pation of the Cerrado began, especiallyas a result of soybean cultivation. Besidessoybean cropping, cattle ranching wasalso to blame for the deforestation of largeareas for the formation of pastures. As aresult of this process, according to theBrazilian Ministry of the Environment,some 48% of the original vegetation of theCerrado had already been lost by 2009.Cerrado areas in states such as Goiás andMato Grosso do Sul are already very dis-turbed, with few continuous and well-pre-served areas remaining. The rate of habi-tat loss is not the same among the differ-ent plant physiognomies of the Cerrado;open areas (grassland cerrado, shrubcerrado, and wooded cerrado) are themost suitable for agriculture since they areflat and the soil has satisfactory conditionsfor drainage; features which enable theestablishment of extensive crop fields witha high degree of mechanization. Conse-quently, almost half of the threatened birdsin the biome occur exclusively in theseopen physiognomies such as the Cock-tailed Tyrant (Alectrurus tricolor) and theSeedeaters – Chestnut and Marsh –(Sporophila cinnamomea and Sporophilapalustris). These two species of Seedeat-ers migrate periodically between the fields

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be produced. In the future, regularizedproperties could be accredited, with envi-ronmental certification for ethanol that isproduced in conformity with environmen-tal legislation. This is already a practice insoybeans following the establishment ofthe Round Table on Responsible Soy As-sociation (RTRS) in 2004 by soybeangrowers, NGOs and companies for thepurpose of regularizing the production ofsoybeans in conformity with environmen-tal and social principles. The document“Principles and Criteria for ResponsibleSoy Production”, establishing guidelinesfor responsible production (RTRS 2009),was concluded recently. It will certainly stilltake some time for the entire soybean pro-duction chain to adjust to the rules of theRTRS but, in the medium and long terms,the initiative can contribute in a concretemanner toward conservation of importanttracts of Cerrado vegetation.

The Pantanal still preserved

The Pantanal of Mato Grosso, the world’slargest wetland, has an area of approxi-mately 150 thousand km2 and is locatedin the northern portion of the ParaguayRiver Basin between Amazonia, Brazil’sCentral Plateau and the Chaco. The re-gion is home to 463 bird species (Tubelis& Tomas 2003). However, as also appliesto Amazonia and the Cerrado, thebiodiversity of the Pantanal is still largelyunknown since many of its localities havenever been studied. It is likely, therefore,that further studies of the region will bringa considerable increase in the number ofregistered bird species.

Due to its geographic situation, the avi-fauna of the Pantanal region displays amixture of the species that are typical ofthe large neighboring biomes with fewendemic birds since all of its species haveaffinities with adjacent biomes. Thus, thePantanal can be divided into four phyto-

of Central Brazil and fields in the Pampain the south of Rio Grande do Sul state; ahabitat that is equally threatened.

In the last few years, with appreciation inthe value of ethanol in the internal and for-eign markets, the expansion of sugarcanecropping has become a new threat to thebiodiversity of the Cerrado. According to theAgroecological Sugarcane Zoning reportannounced by the Federal Government ofBrazil in September 2009, which should stillbe voted by Congress next year, degradedareas within a biome are authorized for usein the expansion of sugarcane crop fields,with incentives for cultivation of sugarcanein areas of pastures displaying a low rate ofinclination (gradient). Even if it is carried outin degraded areas, the establishment of ex-tensive monocultures of sugarcane wherepastures used to exist represents a nega-tive impact on the avifauna. Many bird spe-cies may still persist in pastures with a few,sparse trees, but not in areas that are to-tally dominated by sugarcane where evenremaining trees are removed to makemechanized harvesting possible. Further-more, according to Tubelis & Cavalcanti(2000), tracts of degraded pastures that dis-play sparse trees, although they representmuch more impoverished communities ofbirds, could serve as corridors betweentracts of preserved Cerrado.

There is no doubt that the great challengefor the Cerrado lies in integrating the ad-vances of agribusinesses with environ-mental conservation; something that couldbe done through the adoption of best prac-tices. In the case of sugarcane, to offsetthe impact resulting from the switch frompastures with sparse native trees to mo-noculture cropping, an important measurewould be the regularization of the“Reserva Legal” (Legal Refuge Area) andthe “Áreas de Preservação Permanente”(Permanently Protected Areas) on prop-erties where sugarcane should come to

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geographic provinces: First, the Chaco,which stretches through Bolivia and Para-guay; especially representative of thesouthern part of the Pantanal. Second, theprovince of the Cerrado; which dominatesmost of the Pantanal. Third, Amazonia orthe Amazon Rainforest; well representedin the northern part of the Pantanal,stretching throughout the gallery forestsalong the region’s great rivers. And lastly,the Atlantic province; represented by anextension of the forests that exist inBrazil’s southeast.

For migratory birds, the Pantanal acts asan important route (flyway) for migrations,both for incoming species from the North-ern Hemisphere and species from south-ernmost South America. Such is the caseof several species of Sandpipers - mi-grants from North America - which remainin the region of the Pantanal from April toOctober. Some migrant birds performshorter migratory movements. This is trueof the species called Vermilion Flycatcher(Pyrocephalus rubinus ), that migratesbetween Central Brazil and Argentina andalso of the Wood Stork (Mycteriaamericana), that reproduces in thePantanal and then migrates along theParaná River valley to wetlands in thesouth of Brazil.

The dynamics of flooding in all thePantanal floodplain and the importance ofits various rivers, whose sources (foun-tainheads) are located on higher groundon the edges of the Pantanal, make thebiome very vulnerable to the environmen-tal changes that happen in areas border-ing it. The expansion of farming in theCerrado has caused the silting up of sev-eral rivers consequently changing the pat-tern of flooding (Harris et al. 2005). Be-sides these external threats, many areasof the Pantanal have already suffereddegrading of the original habitat as a re-sult of deforestation for the establishment

of pastures, displacement of natural pas-tures by pastures that are dominated byexotic plant species, and the use of fire(slash and burn) for clearing of pastures,which often causes large uncontrollableblazes that are frequent during the droughtseason. One issue that has raised sub-stantial debate among environmentalistswas the proposed implementation of theParaguay-Paraná waterway which wouldcause great environmental impact to allthe Pantanal. Presently, the waterwaydoes not appear to be an imminent threat;nevertheless, whenever there are discus-sions related to development of Brazil’scenter region, the issue is raised anew.Compounded with these threats, we alsofind a poor system of protected areas (con-servation units) in the biome, with only 2.5%of its area protected (Harris et al. 2005). Inthis scenario, where most of the land is pri-vately owned and does not benefit fromgovernmental protection, the involvement ofland owners is fundamental for the estab-lishment of an efficient conservation strat-egy. A few initiatives in that direction are al-ready in place in areas of the Pantanal andits surroundings, such as the production oforganic beef targeting distinct market nichesof higher value. A total of 26 farms (16 inMato Grosso do Sul and 10 in Mato Grosso)are involved in this initiative (Domingos2005; Domingos pers. com.). Many farmshave also expanded their range of economicactivities by opening resort lodges focusedon ecotourism; a complementary activitywhich has continued in the region and grownconsiderably over the past 15 years.

As regards legislation, if passed by Con-gress, the Agroecological Sugarcane Zon-ing Bill will mean a victory for the Pantanalsince the document prohibits sugarcanecropping in new areas in the biome,whether already degraded or not, andbans projects for the construction of sugarand ethanol plants anywhere in the HighParaguay River Basin. Only preexisting

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plantations will be allowed without anypossibility of expansion thereof.

Despite threats of degradation of habitat andfew officially protected areas, the Pantanalcan still claim vast well-preserved areasharboring an incredibly diverse and abun-dant population of birds. Until now, gener-ally speaking, the economic activities car-ried out in the region have been compatiblewith environmental conservation. The physi-cal characteristics of the region, which isflooded during most of the year, makes oc-cupation of the area difficult. It is essentialthat any new process of development andoccupation of the region be very wellplanned and occur in a manner integratedwith the environment, enabling the conser-vation of the largest floodplain in the worldand all its associated biodiversity.

Final comments

Regardless of the differences in the de-gree of conservation and level of threatpresently observed in Amazonia, theCerrado and the Pantanal, it is clear that

the various sectors of society are con-cerned and that a change in their behav-ior is starting to take place. It is funda-mental to establish integration betweenscientists, conservationists and represen-tatives of the productive sectors in search-ing for innovative and viable solutions forthe conservation of these biomes. In thisregard, birds play an important role sincethey are excellent environmental indica-tors and can be of help in identifying andselecting priority areas, as well as assess-ing the effectiveness of conservation ac-tions. The identification of IBAs is an im-portant step in planning for the conserva-tion of these biomes and represents theminimum requirement to ensure the survivalof their inhabiting species. IBAs, therefore,deserve special attention and must be es-tablished and preserved. Furthermore,through the establishment of IBAs it is pos-sible to effectively influence the nation’spolicy on the environment with the supportof science-based data and the involvementof local stakeholders, researchers and de-cision makers, benefiting not only birds butbiodiversity as a whole.

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Introdução

A conservação de áreas é de importânciacentral para a conservação da biodiver-sidade e, entre os mecanismos parasalvaguardar “sítios” naturais, unidadesde conservação estão entre as fer-ramentas mais importantes e efetivaspara salvarmos a biodiversidade de suamaior ameaça – a perda de hábitat. OPrograma de Trabalho sobre ÁreasProtegidas da Convenção sobre aDiversidade Biológica reconhece expli-citamente a importância de áreas deproteção, declarando que estas são“componentes essenciais das estratégiasnacionais e globais de conservação dabiodiversidade”.

Um princípio fundamental da biogeografiaé que a biodiversidade se encontradistribuída de maneira não-uniforme oudesigual pela superfície do planeta(Gaston 2000, Lomolino et al. 2006). Istoé fato considerando uma escala global(Brooks et al. 2006), mas é tambémverdadeiro nas escalas mais sutis em quea conservação em solo precisa ocorrer

(Bennun et al. 2005). Os recursoslimitados para aplicação em conservação,em conjunto com a distribuição desigualda biodiversidade, significam que écriticamente importante visarmos, comprecisão, o estabelecimento de áreas deproteção e outros mecanismos de salva-guarda (Brooks et al. 2004, Rodrigues etal. 2004a e 2004b).

O planejamento sistemático de iniciativasde conservação (Pressey et al. 1993) visatratar da necessidade de identificar áreasprioritárias por meio do uso de um marcoconceitual de “vulnerabilidade” e “insubsti-tuibilidade” (Margules & Pressey 2000).A vulnerabilidade é uma medida dasopções de conservação ao longo dotempo, impulsionadas pela distribuiçãodesigual das ameaças, enquanto a“insubstituibilidade” é uma medida dasopções de conservação ao longo doespaço, impulsionadas pela distribuiçãodesigual da biodiversidade.

A metodologia de planejamento sistemá-tico de ações de conservação adotadapela BirdLife International e suas organi-

A Identificação de Áreas Importantes para a Conservaçãodas Aves (IBAs) em Grandes Regiões Naturais

Rob P. Clay*

* BirdLife International/Americas Secretariat, Gaetano Martino 215 esq. Tte. Ross. Asunción – Paraguay,Email: [email protected],

“Uma grande região natural, ao contrário daquelas áreas onde ohomem e suas obras dominam a paisagem, é assim definida como uma

região onde a terra e sua comunidade de seres vivos encontram-selivres, em sua expressão nativa, das amarras restritivas impostas pelo

homem, onde ele próprio se encontra como visitante que, ali, nãopermanece…”

– “The Wilderness Act” de 3 de setembro de 1964(Lei do EUA que define o que é “grande região natural” )

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zações parceiras é a da identificação deÁreas Importantes para a Conservaçãodas Aves, ou “Important Bird Areas”(IBAs). IBAs são locais de importânciainternacional para a conservação de avese de outros elemen-tos da biodiversidade,e são áreas com hábitat específico quepodem ser delineadas e, pelo menospotencialmente, manejadas visando àconservação. A seleção de IBAs érealizada pela aplicação de critérios-padrão reconhecidos internacionalmente.

A identificação de metas de conservaçãopara áreas de proteção em grandesextensões de hábitat relativamentehomogêneo, as chamadas “grandesregiões naturais”, apresenta desafiosespecíficos em razão da escassez dedados sobre a distribuição de biodiver-sidade, do viés na distribuição de dadose, em relação a algumas áreas, da faltade informações sobre a propriedade/titularidade de terras. Apesar dessesdesafios, as metodologias de conserva-ção com enfoque em áreas específicassão de grande valor, pois proporcionamuma oportunidade para a realização deinvestimentos proativos visando àproteção dos locais mais importantes paraa conservação da biodiversidade antesque as ameaças a essas áreas se inten-sifiquem, ocasionando a perda de maishábitats e espécies. O estabelecimentode áreas alvo possibilita também odesenvolvimento de redes interligadas deáreas “centrais” (i.e.“essenciais”) de con-servação, ligadas por corredores dehábitat, e protegidas por zonas de amorte-cimento (buffer zones), e a sua integraçãoem pautas sociopolíticas mais amplas.

Neste capítulo, primeiramente analisa-mosos desafios para a identificação de IBAs em“grandes regiões naturais”, discutimosalgumas das soluções possíveis e, então,explicamos como isso foi tratado naAmazônia legal brasileira.

A Definição de “Grandes RegiõesNaturais” (“Wilderness”)

Considera-se, geralmente, como “áreanativa” ou “grande área de região natural”aquele ambiente natural que não foimodificado substancialmente pelaatividade humana. Grandes regiõesnaturais são consideradas importantespor muitos motivos, entre os quais aconservação da biodiversidade, a conser-vação da diversidade cultural humana epor incontáveis razões associadas avalores estéticos, morais e espirituais.Entretanto, seu maior valor, talvez, estejanos serviços ambientais que tais regiõesprestam ao ecossistema por meio, porexemplo, do controle hidrológico, fixaçãode nitrogênio, da polinização, e doseqüestro de carbono (Daily 1997).

Definir o que seja um “wilderness” ou“grande região natural” pode ser difícil, poisa palavra possui muitas e diferentesacepções. Entretanto, duas das maisespecíficas são: como indicação daclassificação como área protegida (utilizadapelos Estados Unidos pela primeira vez emseu ‘Wilderness Act’ de 1964) e comodescritor biológico. O Marco IUCN paraÁreas de Proteção (IUCN Framework forProtected Areas ) define “grande regiãonatural” como “uma grande área não-modificada ou pouco modificada de terraou mar, que retém seu caráter e influêncianatural, a qual esteja protegida e sejaadministrada de modo a preservar suacondição natural” (IUCN 1994). Nestecontexto político, critérios sociais e políticos– além de critérios biológicos – são levadosem conside-ração, de forma que aquilo quese denomina uma “área de proteção degrande região natural” poderá não ser igualàquilo que se considera uma “grande regiãonatural” de um ponto de vista puramentebiológico.

Um aspecto central das definições bioló-

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gicas de “grande região natural” é aintegridade biológica. Por uma perspectivabiológica, o termo “wilderness” ou “granderegião natural” faz referência a lugaresselvagens com hábitats naturais, em grandeparte intactos, onde os processos naturaispredominam. Isso não quer dizer que umagrande região natural é um ambiente naturalintocado. Poucas, se é que ainda existem,áreas do planeta são verdadeiramenteintocadas (sem impacto humano). Nãoexiste uma metodologia única para definiraquilo que ainda é selvagem do ponto devista biológico, e diferentes organizaçõesconservacionistas desenvolveram diferen-tes métodos para fazer tal definição. Trêsdos mais usados em geral são “FrontierForests” (Florestas de Fronteira – FlorestasPrimárias de Grande Extensão), “Last of theWild” (Derradeiras Silvestres) e “WildernessAreas” (Grandes Regiões Naturais).

“Frontier Forests” ou “Florestas de Fron-teira” são definidas como os últimosgrandes ecossistemas florestais intactosdo mundo, relativamente pouco alteradospelo homem e suficientemente extensospara manter a sua diversidade biológica(Bryant et al. 1997). Para se qualificarcomo tal, uma floresta terá que preenchersete critérios qualitativos em relação à suaoriginalidade biológica (i.e., condiçãobiológica intacta). As “Last of the Wild” ou“Derradeiras Silvestres” são os maiorese mais selvagens locais remanescentesem todos os biomas do mundo, apuradospor meio de uma análise do humanfootprint – um mapa da influência humanasobre a Terra (Sanderson et al. 2002).

Mittermeier et al. (2002 e 2003) produzi-ram uma definição mais quantitativa de“Wilderness Area ” ou “Grande RegiãoNatural”, e identificaram e avaliaram ovalor biológico de tais áreas. A definiçãode Mittermeier et al. utilizou as ecorre-giões terrestres mundiais (Olson et al.2001) como a unidade básica de análise,

não obstante estas tenham sidocombinadas, onde apropriado, paraformarem unidades biogeográficas maisamplas, com extensão mínima de 10 milkm². Cada unidade foi, então, analisadaem relação à densidade populacionalhumana e originalidade (intactness) deseus hábitats naturais. Grandes RegiõesNaturais foram definidas como aquelasáreas que apresentam densidadehumana igual ou inferior a cinco pessoaspor km² e que retêm pelo menos 70% deextensão histórica de hábitat (tal comoexistente 500 anos atrás). Os autoresidentificaram 24 áreas que satisfazemesses critérios, abrangendo um total de44% da área terrestre do planeta, mashabitado por apenas 3% de sua população.

Imagina-se que essas 24 Áreas deGrandes Regiões Naturais abrigam cercade 55 mil espécies de plantas vascularesendêmicas (18% do total mundial) e 2.800espécies de vertebrados terrestresendêmicos (10%). A enorme maioriadessas espécies se concentra em apenascinco grandes regiões naturais:Amazônia, as florestas do Congo naÁfrica Central, Nova Guiné, as matasMiombo-Mopane no sul da África(incluindo o Delta do Rio Okavango), e ocomplexo de desertos norte-americanosno norte do México e sudoeste dosEstados Unidos, denominados “HighBiodiversity Wilderness Areas” (GrandesRegiões Naturais de Alta DiversidadeBiológica) por Mittermeier et al. (2003).Assim sendo, essas cinco regiõesconstituem áreas onde há uma clarasobreposição de alvos para a conser-vação de biodiversidade e para aconservação de grandes regiões naturais.

Desafios para a Identificação de IBAsem Grandes Regiões Naturais

A identificação de IBAs em GrandesRegiões Naturais apresenta uma série de

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desafios específicos. Por serem regiõesremotas, a freqüência de inventáriosornitológicos é, muitas vezes, baixa, eaqueles levantamentos que efetivamentesão realizados padecem de um viesgeográfico que tende a focar as rotas deacesso, tais como estradas e rios. Apesardisso se estender também a levantamen-tos biológicos feitos em outras áreas quenão são consideradas grandes regiõesnaturais, a relativa proporção de áreasinacessíveis versus áreas acessíveis emgrandes regiões naturais é considera-velmente maior, aumentando potencial-mente a significância desse viés.

A escassez de levantamentos ornitoló-gicos é especialmente problemáticaporque impossibilita a extrapolação (e.g.a modelagem) para a identificação deIBAs (ou de alvos para conservação deáreas em geral). Um foco rigoroso emdados de ocorrência conhecida énecessário para evitar o cometimento deerros (falsos positivos), que podem levarà extinção de espécies se tais errosacontecerem em relação às áreasespecíficas alvo de conservação (Loiselleet al. 2003, Rondinini et al. 2006).Conseqüentemente, poderá ser impossí-vel avaliar a importância de conservaçãode grandes trechos dessas grandesregiões naturais. Tais áreas deverão sermarcadas como prioritárias paralevantamentos e pesquisa em trabalhosfuturos.

A delimitação de IBAs em grandes regiõesnaturais é especialmente difícil. Em hábitatsmais fragmentados, os limites das IBAs sãofreqüentemente estabelecidos com base nohábitat intacto remanescente, combinadocom informações sobre a propriedade/titularidade das terras. Trechos extensivosde hábitat intacto e relativamente

homogêneo que tipificam as grandesregiões naturais, combinados com grandenúmero de “espécies gatilho” (triggerspecies)1 que se encontram uniformementedistribuídas por essas áreas enormes,constituem desafios significativos para aidentificação de áreas específicas quesejam ornitologicamente distintas das áreascircunvizinhas. Uma complicação adicionalé a falta de informações sobre a proprie-dade/titularidade de terras ou, em algumasáreas, a absoluta falta de estruturas formaisde administração territorial/fundiária.

Em algumas grandes regiões naturais,fenômenos naturais (tais como incêndios,pragas e geadas/neve) fazem parte dosprocessos ecológicos dos quais taisespécies gatilho dependem (ou pelosquais elas são adversamente afetadas).Em tais regiões, as áreas alvo deconservação precisam ser definidasnuma escala que contemple essesprocessos naturais e que assegure quehaja disponibilidade de hábitat suficientepara essas espécies.

Abordagem para a Identificação deIBAs em Grandes Regiões Naturais

Tentativas de identificar IBAs em GrandesRegiões Naturais até o momento têm sidoum tanto limitadas. Exemplos incluem asmatas Miombo-Mopane em Zâmbia, e oChaco, no Paraguai. Em relação às matasMiomo-Mopane, a extensa rede nacionalde áreas de proteção (36% da áreaterrestre) foi utilizada como ponto departida para a identificação e delimitaçãode IBAs (Leonard 2001). A utilizaçãodessas unidades de gerenciamento deterras permitiu que um conjunto inicial deáreas alvo fosse identificado dentro degrandes regiões naturais contíguas, efacilitou a identificação de áreas

1 Espécies gatilho (trigger especies ) são aquelas espécies que desencadeiam a aplicação de um oumais critérios determinantes de IBAs.

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adicionais para espécies alvo queestavam ausentes da rede de áreas deproteção (Upgren et al. 2009).

No Paraguai, IBAs foram identificadas noChaco utilizando, principalmente, o critériode “restrição ao bioma”. As áreas sãoidentificadas como IBAs segundo essecritério quando possuem uma parcelasignificativa do conjunto de espéciesrestritas ao bioma. Nas Américas,“parcela significativa” geralmente tem sidodefinida como 33% ou mais do conjuntode espécies. Entretanto, quando esseparâmetro limite ou limiar foi aplicado noChaco paraguaio, praticamente qualquerárea que tivesse dados de inventários deaves ultrapassava esse limiar. Em vezdisso, elevando-se o limiar para 50%,nove IBAs foram identificadas, as quais,quando analisadas em conjunto, incluíamtodas as espécies restritas ao bioma doChaco no país (Cartes & Clay 2009,Langhammer et al. 2007).

Em ambos os casos citados acima, asIBAs identificadas nas Grandes RegiõesNaturais tendiam a ser grandes (tais comoa “Selous Game Reserve” – Reserva deCaça de Selous – grande região naturalda mata Miombo-Mopane com 5 milhõesde hectares). Não há, de fato, um tama-nho máximo teórico para uma IBA: o queé sensato do ponto de vista biológicoprecisa ser equilibrado com aquilo que éprático para a conservação. O estabele-cimento de algumas áreas de proteçãomuito grandes, tais como a EstaçãoEcológica Grão-Pará, no estado do Pará,Brasil (com 4,25 milhões de hectares) oGuyana Amazon Park na Guiana Francesa(2 milhões de hectares), atesta que aextensão espacial/territorial desses sitesem grandes regiões naturais pode sermuito maior do que aquilo que, tradicio-nalmente, é concebido em outros locais.

Faz bastante sentido e é bom para a

conservação que as IBAs em grandesregiões naturais sejam grandes. Grandesreservas conseguem preservar não só asespécies alvo e seus hábitats diretos, mastambém as ligações e processos dentro dosecossistemas (Pickett et al. 1997), incluindoos regimes de fenômenos de interferêncianatural (natural disturbance regimes ).Grandes reservas podem também protegerrecursos preventivamente antes que estesse tornem ameaçados (Franklin 1993) eproporcionam uma oportunidade para ainclusão de um rol mais amplo de preocu-pações ambientais, tais como o uso susten-tável de espécies.

Enquanto a preferência por identificaráreas de proteção muito grandes dentrode grandes regiões naturais contribui parafacilitar a identificação de IBAs, o desafiode delimitar tais áreas ainda permanece.A interpolação de dados sobre ocorrên-cias de espécies dentro de áreas reaisou potencialmente gerenciáveis é umasolução potencial. Apesar da extrapolaçãode dados sobre as ocorrências deespécies não ser utilizada nos processosde identificação de IBAs, as IBAs sãofreqüentemente delimitadas utilizando ainterpolação de dados de ocorrênciasdentro de unidades de gestão. Talinterpolação pode ajudar a lidar não sócom a escassez de dados como tambémcom o viés em sua distribuição queprivilegia os pontos de acesso.

Identificação de IBAs na Baciado Rio Amazonas

Durante 2004-2008, IBAs foram identifi-cadas em toda a Bacia Amazônica,inicialmente dentro de cinco países dosAndes tropicais (Boyla & Estrada 2005),e depois nas Guianas (Devenish et al.2009) e Brasil (este diretório). Taisexperiências proporcionaram valiososinsights sobre a utilidade das metodolo-gias delineadas acima. Em resumo, os

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principais desafios foram resolvidos pormeio de:

1. Interpolação de dados sobre espéciesdentro da gestão existente ou emáreas potencialmente administráveis.

2. Cuidadoso exame dos biomas e daslistas que estiverem sendo seguidascom as espécies do bioma, apesarde, mesmo assim, esse critério poderser de difícil aplicação em paisagenshomogêneas (e áreas “biogeografica-mente anômalas” podem acabarsendo mais fáceis de identificar comoIBAs por meio de um ou mais dosoutros critérios).

3. Onde apropriado, para identificargrandes IBAs, houve a combinaçãode dados sobre espécies com mapasde tipos de solo, topografia, hidrologia,tipos florestais e de concessões paraextração madeireira para auxiliar nadefinição de unidades administráveis.

4. Refinamento dos limites de áreasutilizando dados socioeconômicospara evitar áreas que já são altamenteutilizadas ou que sejam sociopolitica-mente complexas e para incorporaras áreas de proteção existentes àrede de IBAs.

Essa abordagem resultou na identifi-cação de um número bastante grandede IBAs. Das 68 IBAs nas Américas comextensão de mais de 1 milhão dehectares, 47 se encontram nos domí-nios da Bacia Amazônica, inclusive amaior IBA do mundo: 7.351.066 ha(Tabocais AC/AM 01), no Brasi l(Devenish et al. 2009). Em muitoscasos, onde um site já t iver sidodesignado como uma área de proteçãoatual ou proposta, os limites existentesforam aceitos como os limites daquelaIBA. Somente sob circunstâncias excep-cionais é que estes foram modificados;por exemplo, se elas excluíam uma áreade especial importância ou se incluíam

uma área severamente degradada, compouca possibilidade de regeneração.

Um desafio em particular que se enfrentana Amazônia é o alto grau de incertezataxonômica. O uso recente de novoscaracteres, tais como vocalizações eseqüências de DNA nos estudostaxonômicos revelou uma diversidademuito maior em termos de espécies doque demonstrado por estudos taxonô-micos tradicionais (Capítulo 3 destevolume). Muitas das “novas” espécies queestão sendo descritas têm áreas dedistribuição mais restritas e/ou estão sobameaças diretas, tornando-as alvosapropriados para esforços de conser-vação “área-específicos”. Infeliz-mente,as revisões taxonômicas de espéciesamazônicas tradicionais estão sócomeçando, ainda não está claro até queponto a incerteza taxonômica estáimpedindo a identificação de áreas alvopara iniciativas de conservação.

Muitas das “novas” diferenças que estãosendo identificadas na “taxa” amazônica,por meio do uso de dados de voz e deseqüências de DNA, correspondem aáreas de endemismo documentadas.Pelo menos oito áreas principais deendemismo caracterizadas por conjuntossingulares de organismos, incluindoespécies e subespécies de aves, já foramdocumentadas (Haffer 1974, Cracraft1985, Silva et al. 2005, Capítulo 3 destevolume). Alguma margem de tolerânciapara a incerteza taxonômica foi esta-belecida por meio da incorporação dessasáreas endêmicas às análises de suarepresentação, que buscou assegurarque as IBAs fossem identificadas paracada espécie gatilho dentro de cada áreaendêmica.

Comentários Finais

Muitos dos desafios para a identificação

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de IBAs em grandes regiões naturais nãose restringem exclusivamente a taisáreas. A escassez de dados biológicos eo viés desses dados que focam as rotasde acesso são também uma preocupaçãoem relação a hábitats menos intactos. Afalta de informações sobre a propriedade/titularidade de terras é um problema emmuitas partes do mundo. Esses desafios,porém, são proporcionalmente maioresem grandes regiões naturais. Pensar emgrandes escalas espaciais (e temporais)ajuda a superar esses desafios. O usocriterioso de dados disponíveis sobre aocorrência de espécies e sobre apropriedade de terras, em conjunto commapas de tipos de florestas, tipos de solo,hidrologia e topografia, realmentepossibilita a interpolação de dados dentrode unidades efetivas ou potenciais deadministração de terras e, assim, aidentificação de IBAs.

Tais esforços para identificar áreas alvo paraações de conservação dentro de grandesregiões naturais valem a pena, poisproporcionam oportunidades para arealização de investimentos proativos deconservação visando à proteção das áreasmais importantes para a conservação dabiodiversidade, antes que as ameaças aessas áreas se intensifiquem e maisespécies e hábitats sejam perdidos.Entretanto, é importante considerar que arede constituída pelas áreas identificadasreflete o estágio em que se encontra onosso conhecimento e nada diz a respeitoda importância de conservação das áreascircunvizinhas, não identificadas comoIBAs. Estas devem ser consideradas, nomínimo, como áreas prioritárias parapesquisas e, potencialmente, como áreasprioritárias para conservação por meio deuma metodologia ampla em escala depaisagem.

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Introduction

Site conservation is central to theconservation of biodiversity, and among sitesafeguard mechanisms, protected areasare one of the most important and effectivetools for saving biodiversity from its greatestthreat – habitat loss. The Convention onBiological Diversity’s Programme of Workon Protected Areas explicitly recognizes theimportance of protected areas, stating thatthey are “essential components in nationaland global biodiversity conservationstrategies.”

A fundamental principle of biogeography isthat biodiversity is unevenly distributed overthe planet’s surface (Gaston 2000, Lomolinoet al. 2006). This is true at the global scale(Brooks et al. 2006), but is also equally trueat the fine scales at which conservation musttake place on the ground (Bennun et al.2005). The limited resources available forconservation, combined with the unevendistribution of biodiversity mean that it iscritically important to accurately target theestablishment of protected areas and othersafeguard mechanisms (Brooks et al. 2004,Rodrigues et al. 2004a and 2004b).

Systematic conservation planning(Pressey et al. 1993) aims to address theneed for accurately targeting priority areasthrough the use of a conceptual frameworkof “vulnerability” and “irreplaceability”(Margules & Pressey 2000). Vulnerabilityis a measure of conservation options overtime, driven by the uneven distribution ofthreats, while irreplaceability is a measureof conservation options in space, drivenby the uneven distribution of biodiversity.

The systematic conservation planningapproach used by BirdLife International andits partner organizations is Important BirdAreas (IBAs). IBAs are sites of internationalsignificance for the conservation of birds andother biodiversity, and are discrete areas ofhabitat that can be delineated and, at leastpotentially, managed for conservation. Theselection of IBAs is achieved through theapplication of standard, internationallyrecognized criteria.

The identification of site conservationtargets in large expanses of relativelyhomogeneous habitat, or “wildernessareas”, presents particular challengesrelated to the scarcity of biodiversity

Rob P. Clay*

Identifying Important Bird Areasin Wilderness Areas

* BirdLife International/Americas Secretariat, Gaetano Martino 215 esq. Tte. Ross. Asunción – Paraguay,Email: [email protected].

“A wilderness, in contrast with those areas where man and his ownworks dominate the landscape, is hereby recognized as an area wherethe earth and its community of life are untrammeled by man, where man

himself is a visitor who does not remain ...”– The Wilderness Act, September 3, 1964

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distribution data, biases in the datadistribution, and, in some areas, a lack ofinformation regarding land tenure. Despitethese challenges, site-based approachesto conservation are of great value, as theyprovide an opportunity for proactiveconservation investments to protect themost important sites for biodiversityconservation before threats to these areasintensify and more habitat and species arelost. Site targets also permit thedevelopment of inter-connected networksof core conservation areas, linked byhabitat corridors, and protected by bufferzones, and their integration into broadersocio-political agendas.

In this chapter, we first consider thechallenges of identifying IBAs in“wilderness areas”, discuss some of thepossible solutions, and then explain howthey were overcome in the BrazilianAmazon.

Defining “Wilderness”

A “wilderness area” is generally understoodto be a natural environment that has notbeen significantly modified by humanactivity. Wilderness areas are consideredimportant for many reasons, includingbiodiversity conservation, the conservation ofhuman cultural diversity, and for a myriad ofaesthetic, moral and spiritual values.However, perhaps their greatest value laysin the ecosystem services they provide,through, for example, hydrological control,nitrogen fixation, pollination, and carbonsequestration (Daily 1997).

Defining “wilderness” can be difficult, asthe word has many different usages.However, two of the more specific onesare as a protected area classification (firstused by the USA in the Wilderness Act of1964) and as a biological descriptor. TheIUCN Framework for Protected Areasdefines a wilderness area as “a large area

of unmodified or slightly modified land andor sea, retaining its natural character andinfluence, which is protected andmanaged so as to preserve its naturalcondition” (IUCN 1994). In this politicalcontext, social and political criteria, inaddition to biological criteria, are taken intoconsideration, such that a wildernessprotected area may not match what isconsidered as a “wilderness area” from apurely biological standpoint.

A core aspect of biological definitions ofwilderness is biological intactness. Froma biological perspective, wilderness refersto wild places with largely intact naturalhabitats, and where natural processespredominate. This is not to say that awilderness is a pristine natural environment.Few, if any areas of the planet are trulypristine (with no human impact). No onemethodology exists for defining what is stillwild from a biological standpoint, anddifferent conservation organizations havedeveloped different approaches. Three ofthe most commonly used are “FrontierForests”, “Last of the Wild” and “WildernessAreas”.

Frontier Forests are defined as the world’sremaining large intact natural forestecosystems, relatively undisturbed and ofsufficient size to maintain all of theirbiodiversity (Bryant et al. 1997). To qualify,a forest must meet seven qualitativecriteria related to biological intactness. TheLast of the Wild are the largest, wildestplaces left in all the biomes of the world,derived from an analysis of the “humanfootprint” – a map of human influence onEarth (Sanderson et al. 2002).

Mittermeier et al. (2002 and 2003)produced a more quantitative definition of“Wilderness Area” and identified andevaluated the biological value of suchareas. Their definition used the world’sterrestrial ecoregions (Olson et al. 2001)

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as the basic unit of analysis, though thesewere combined into broader biogeographicunits where appropriate, with a minimumsize of 10,000 km². Each unit was thenassessed for human population densityand intactness of natural habitats.Wilderness Areas were defined as thoseholding human densities of less than orequal to five people per km² and retainingat least 70% of their historical habitatextent (500 years ago). The authorsidentified 24 areas that meet these criteria,covering a total of 44% of the planet’s landarea, but inhabited by only 3% of itspeople.

These 24 Wilderness Areas are believedto hold about 55,000 endemic vascularplant species (18% of the global total) and2,800 endemic terrestrial vertebratespecies (10%). The vast majority of thesespecies are concentrated into just fivewilderness areas: Amazonia, the Congoforests of Central Africa, New Guinea, theMiombo-Mopane woodlands of SouthernAfrica (including the Okavango Delta), andthe North American desert complex ofnorthern Mexico and the southwesternU.S, termed “High Biodiversity WildernessAreas” by Mittermeier et al. (2003). Assuch, these five areas represent the areaswhere the targets of biodiversityconservation and of wildernessconservation clearly overlap.

Challenges to Identifying IBAs inWilderness Areas

The identification of IBAs in WildernessAreas presents a number of specificchallenges. Due to their remoteness, theintensity of ornithological inventories isoften very low, and those surveys that doexist are often geographically biasedtowards access routes such as roads andrivers. While the same is true of biological

surveys in other areas not considered tobe wilderness, the relative proportion ofinaccessible areas to accessible areas inwilderness areas is considerably greater,thereby potentially increasing thesignificance of the bias.

The scarcity of ornithological surveys is aparticular problem because extrapolation(e.g. modelling) is not permitted for theidentification of IBAs (or for siteconservation targets in general). A strictfocus on known occurrence data isrequired to prevent commission errors(false positives) that can lead to speciesextinctions if present in site conservationtargets (Loiselle et al. 2003, Rondinini etal. 2006). Consequently, it may proveimpossible to evaluate the conservationimportance of large tracts of wildernessareas. Such areas should be targeted aspriorities for surveys and research forfuture work.

The delimitation of IBAs in wildernessareas is particularly difficult. In morefragmented habitats, the boundaries ofIBAs are often set by the remaining intacthabitat, combined with information on landtenure. The extensive tracts of intact andrelatively homogeneous habitat that typifywilderness areas, combined with the largenumbers of trigger1 species that aredistributed uniformly across these hugeareas present significant challenges to theidentification of discrete sites that areornithologically distinct from surroundingareas. A further complication is the lackof information regarding land tenure, or,in some areas a complete lack of formalland management structures.

In some wilderness areas, naturaldisturbances (such as fires, pests andsnow/ice cover) form part of ecologicalprocesses on which trigger species

1 Trigger species are the species which trigger the application of one or more of the IBA criteria

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depend (or by which they are adverselyaffected). In such areas, site conservationtargets need to be defined at a scale whichtakes into account these naturalprocesses and ensures that sufficienthabitat is available for the trigger species.

Approaches to Identifying IBAs inWilderness Areas

Attempts to identify IBAs in WildernessAreas have to date been rather limited.Examples include the Miombo-Mopanewoodlands of Zambia, and the Chaco inParaguay. For the Miomo-Mopanewoodlands, the extensive national networkof protected areas (36% of the land area)was used as the starting point for identifyingand delimiting IBAs (Leonard 2001). Usingthese existing land management unitsenabled an initial set of site targets to beidentified within the contiguous wildernessarea, and facilitated the identification ofadditional areas for trigger species missingfrom the protected areas network (Upgrenet al. 2009).

In Paraguay, IBAs were identified in theChaco primarily using the biome-restrictedcriterion. Sites are identified as IBAs underthis criterion when they hold a significantcomponent of the assemblage of speciesrestricted to the biome. Within theAmericas, “significant component” hasgenerally been defined as 33% or moreof the assemblage of species. However,when this threshold was applied in theParaguayan Chaco, virtually any site withavian inventory data surpassed thethreshold. Instead, by raising the thresholdlevel to 50%, nine IBAs were identified,which, when considered together,included all Chaco biome-restrictedspecies in the country (Cartes & Clay2009, Langhammer et al. 2007).

In both of the above mentioned cases, theIBAs identified in the Wilderness Areas

tended to be large (such as the SelousGame Reserve, in the Miombo-Mopanewoodland wilderness area, at 5,000,000ha). There is, in fact, no theoreticalmaximum size for IBAs: what is sensiblefrom a biological perspective must bebalanced with what is practical forconservation. The establishment of somevery large protected areas, such as theGrão-Pará Ecological Station in Parástate, Brazil (4.25 million ha) and theGuyana Amazon Park in French Guiana(2 million ha) attest to the fact that thespatial extent of “sites” in wilderness areascan be much larger than that which istraditionally conceived elsewhere.

It makes good conservation sense thatIBAs in wilderness areas are large. Largereserves can preserve not just targetedspecies and their immediate habitats, butalso potentially important ecosystemlinkages and processes (Pickett et al.1997), including natural disturbanceregimes. Large reserves can alsopreemptively protect resources beforethey become threatened (Franklin 1993),and offer the opportunity to include abroader array of environmental concerns,such as the sustainable harvest ofspecies.

While a preference for identifying verylarge sites in wilderness areas helpsfacilitate the identification of IBAs, thechallenge of delimiting such sites stillremains. The interpolation of occurrencedata within actual or potentiallymanageable sites is one potential solution.Although the extrapolation of speciesoccurrence data is not used in IBAidentification processes, IBAs arefrequently delimited using the interpolationof occurrence data within managementunits. Such interpolation can help addressnot just the scarcity of data but also thebias in their distribution towards accesspoints.

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Identifying IBAs in the Amazon BasinDuring 2004-2008, IBAs were identifiedthroughout the Amazon basin, initiallywithin the five countries of the TropicalAndes (Boyla & Estrada 2005), and thenwithin the Guianas (Devenish et al. 2009)and Brazil (this directory). Theseexperiences have provided valuableinsights regarding the utility of theapproaches outlined above. In summary,the main challenges were resolvedthrough:

1. Interpolating species data withinexisting management or potentiallymanageable sites.

2. Careful consideration of the biomesand biome-species lists beingfollowed, though even then, thiscriterion can be difficult to apply inhomogeneous landscapes (and“biogeographically anomalous” sitesprove easier to identify as IBAs underone or more of the other criteria).

3. Where appropriate, to identify largeIBAs, combining species data withmaps of soil types, topography,hydrology, forest types, and loggingconcessions to help definemanageable units.

4. Refining site boundaries using socio-economic data, to avoid areas that arealready heavily utilized or socio-politically complex, and to incorporateexisting protected areas into the IBAnetwork.

These approaches have resulted in theidentification of a number of very largeIBAs. Of 68 IBAs in the Americas over 1million ha in size, 47 lie within the Amazonbasin, including the largest IBA in theworld: 7,351,066 ha (Tabocais AC/AM 01),in Brazil (Devenish et al. 2009). In manycases, where a site had already beendesignated as an actual or proposedprotected area, the existing boundarieswere accepted as the boundaries of the

IBA. Only in exceptional circumstanceswere they modified, for example if theyexcluded an area of particular importance,or included a severely degraded area withlittle possibility for regeneration.

One particular challenge faced in theAmazon is the high degree of taxonomicuncertainty. The recent use of novelcharacters such as vocalizations and DNAsequences in taxonomic studies hasrevealed far greater species-level diversitythan shown by traditional taxonomic studies(Chapter 3 of this volume). Many of the“novel” species that are being describedhave more restricted ranges and/or areunder direct threats, making themappropriate targets for site-basedconservation efforts. Unfortunately,taxonomic reviews of traditional Amazonianspecies are only just beginning, and it is asyet unclear as to the degree to whichtaxonomic uncertainty is impeding theidentification of site conservation targets.

Many of the “novel” differences that arebeing identified in Amazonian taxa throughthe use of voice and DNA sequence datacorrespond to the documented areas ofendemism. At least eight main areas ofendemism, characterized by unique setsof organisms, including bird species andsubspecies have been documented(Haffer 1974, Cracraft 1985, Silva et al.2005, Chapter 3 of this volume). Someallowance for taxonomic uncertainty wasmade by incorporating these endemicareas into analyses of representation,which sought to ensure that IBAs wereidentified for each trigger species withineach endemic area.

Concluding Remarks

Many of the challenges which face theidentification of IBAs in wilderness areasare not unique to such areas. A scarcityof biological data and their bias towards

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access routes is also a concern in lessintact habitats. And a lack of informationabout land tenure is a problem in manyparts of the world. These challenges are,however, often proportionally greater inwilderness areas. Thinking in large spatial(and temporal) scales helps overcomethese challenges. A judicious use of whatspecies occurrence and land tenure dataare available, combined with maps of foresttypes, soil types, hydrology and topography,do allow for the interpolation of data withinactual or potential land management units,and thus the identification of IBAs.

Such efforts to identify site conservation

targets within wilderness areas areworthwhile as they provide opportunitiesfor proactive conservation investments toprotect the most important sites forbiodiversity conservation before threats tothese areas intensify and more habitat andspecies are lost. However, it is importantto bear in mind that the network of sitesidentified reflects our state of knowledge andsays nothing regarding the conservationimportance of surrounding areas notidentified as IBAs. These should beconsidered, at a minimum, as priorityareas for research, and potentially aspriority areas for conservation through abroad landscape-scale approach.

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Superlativos são muitas vezes necessáriospara descrever a avifauna amazônica,incluindo o número e extensão daslacunas de conhecimento sobre adistribuição, a ecologia, a históriaevolutiva e a taxonomia de suas espécies.Talvez uma das lacunas mais impressionantesrefira-se ao número real de espécies deaves encontradas ao longo de toda aBacia Amazônica, cuja área é de tamanhoequivalente aos Estados Unidoscontinental; estimativas variam entrecerca de 1.300 a 1.800, com aproxima-damente 1.000 espécies reportadas paraa Amazônia brasileira, que, por si só,representa mais de 60% de toda asuperfície do bioma (Oren 2001,Mittermeier et al. 2003, Marini & Garcia2005, Vale et al. 2008). Essa amplavariação nas estimativas é explicadaprincipalmente pelo fato de que o últimolevantamento disponível (Vale et al. 2008,baseado em uma série de mapasgeoreferenciados de Ridgely et al. 2003),incluiu espécies cujos centros dedistribuição estão localizados nos Andes,savanas do Brasil Central (Cerrado) e donorte da América do Sul (Llanos), mas quetambém ocorrem na Amazônia emenclaves de hábitats específicos eecótonos; portanto, esta última estimativaparece ser mais realista, dado queespécies de aves tipicamente amazônicase não-amazônicas são encontradas emsimpatria ao longo dessas amplas zonasde transição (por exemplo, Perry et al.1997, Robbins et al. 2004, Aleixo & Poletto2007). Independentemente de como a

estimativa é considerada, comparaçõescom outros biomas dentro e fora dosNeotrópicos indicam que a Amazôniapode ser considerada a área mais rica domundo em espécies de aves (Stotz et al.1996, Mittermeier et al. 2003).

Desde a sua “descoberta” pela civilizaçãoocidental, a Amazônia ganhou areputação de “inferno verde”, uma áreaem que calor e umidade extremosimpediram o estabelecimento decolonizadores envolvidos com atividadeseconômicas de capital intensivo, como aagricultura e a indústria; em contraste, osprodutos oriundos da exploração dematérias-primas naturais exigem ummínimo de trabalho e transformação paraserem vendidos ao mercado consumidor,como castanha-do-pará e da borrachanatural, que foram os primeiros favore-cidos (Fearnside & Barbosa 2004). Comoconseqüência, as taxas de desmatamentoem toda a Amazônia permaneceramrelativamente baixas até a década de1970, quando o governo brasileiro (entãosob uma ditadura militar) planejou eexecutou o mais audacioso programa decolonização a ser realizado na região(Fearnside 2005). Desde então, as taxasde desmatamento na Amazônia brasileiracomeçaram lentamente a crescer até asatuais taxas alarmantes; durante odecorrer das décadas, o desempenhoeconômico geral do Brasil tornou-sealtamente correlacionado às taxas dedesmatamento anuais medidas naAmazônia, com anos de aumento no

Lacunas de Conhecimento, Prioridades de Pesquisa e PerspectivasFuturas na Conservação de Aves na Amazônia Brasileira

Alexandre Aleixo*

* Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Caixa Postal 399, CEP 66040-170, Belém,Brasil, [email protected].

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produto interno bruto (PIB) estritamenteligados a altas taxas de desmatamento(Fearnside 2005). Portanto, dada a atualexpansão econômica e o elevado númerode projetos de desenvolvimento plane-jados para a Amazônia brasileira(Allegretti 2006, Smeraldi 2006), o futuroda avifauna mais rica do mundo nuncafoi tão incerto.

Essa situação é seriamente agravadapelo fato de que a Amazônia não é umbioma homogêneo, mas sim um“arquipélago”, com pelo menos oitograndes áreas de endemismo caracte-rizadas por um conjunto único deorganismos endêmicos, incluindo muitasespécies e subespécies de aves (Haffer1974, Cracraft 1985, Silva et al. 2005;Figura 1). Nada menos que seis dessasoito áreas de endemismo na Amazôniaestão localizadas totalmente (Tapajós,Xingu, e Belém), quase inteiramente(Rondônia), ou em sua maioria (Inambari

e Guiana) em território brasileiro (Figura1; Silva et al. 2005); tragicamente, odesmatamento foi mais severo exata-mente nas áreas de endemismo situadasquase ou inteiramente no Brasil, onde aexpansão da agricultura avança de formadevido a uma rede de estradaspavimentadas e não pavimentadas queconecta essas áreas com a região sul doPaís, cada vez mais sequiosa de recursos(Fearnside 2006, Morton et al. 2006).

A atual crise da biodiversidade daAmazônia, especialmente a Amazôniabrasileira, criou a necessidade urgente deum conhecimento exato sobre os padrõesde riqueza e distribuição de gruposbiológicos com altos níveis de diversidade,como as aves (Vale et al. 2008). Nestetrabalho, avalio criticamente a qualidadedo nosso conhecimento atual sobre adiversidade e distribuição de avesamazônicas, com ênfase na Amazôniabrasileira, apontando algumas lacunas de

Figura 1. Principais áreas de endemismo na Amazônia baseadas na distribuição das aves eoutros vertebrados (mapa obtido de Silva et al. 2005).

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pesquisa que precisam ser urgentementepreenchidas para obtenção de uma basecientífica sólida para a conservaçãodesses organismos e de toda a biotaamazônica.

Áreas ornitologicamente malconhecidas na Amazônia brasileira ea importância das pesquisasornitológicas modernas

Apesar das suas muitas lacunas, oconhecimento atual sobre a avifauna daAmazônia começou a ser acumulado já nosséculos XVI e XVII, quando comerciantese jesuítas enviaram para a Europa avestaxidermizadas que, posteriormente, seriamdescritas como espécies por Linnaeus(1758) e muitos outros naturalistas (Oren1990). A primeira metade do século XIXpresenciou o início das exploraçõesornitológicas organizadas na Amazônia,quando expedições científicas patrocinadaspor países da Europa Ocidental começarama coletar aves encontradas nas proximida-des da costa nordeste amazônica (Guianas)e ao longo do Rio Amazonas e seusprincipais afluentes, como os Rios Madeirae Negro; a área correspondente às duasmais populosas cidades da AmazôniaBrasileira, Belém e Manaus, foram visitadaspor várias dessas expedições (Sick 1997).A maioria das espécies de aves amazônicasreconhecidas hoje foi descrita com base emindivíduos coletados durante esse período(CBRO 2009).

No final do século XIX, foi criada aprimeira coleção ornitológica com sede naAmazônia, em Belém (Museu Goeldi),que se tornou a sede de um programaintensivo de exploração ornitológicacentrado na Amazônia nos anos que seseguiram. Durante a primeira metade doséculo XX, o número de coletores de avespatrocinados por instituições brasileiras,européias e norte-americanas quetrabalhavam na Amazônia brasileira

cresceu exponencialmente. Esse períodotestemunhou o início da exploraçãoornitológica em áreas mais afastadas dosgrandes rios amazônicos: em 1908 e1909, a ornitóloga Emilie Snethlagecruzou o interflúvio Xingu-Tapajós,amostrando-o ornitologicamente pelaprimeira vez (Snethlage 1912). Duranteos anos 1920 e 1930, coletoresprofissionais, tais como Samuel M. Klagese a família Ollala, coletaram milhares deespécimes em diversas localidadesamazônicas ao longo dos Rios Amazonas,Tapajós, Purus e Juruá, entre eles váriosnovos taxons posteriormente descritoscomo espécies e subespécies (Griscon& Greeway 1941, Gyldenstope 1945 e1951, Todd 1948). A segunda metade doséculo XX marcou o início de um períodoem que as expedições ornitológicaspatrocinadas por brasileiros começarama superam aquelas financiadas porinstituições estrangeiras (Novaes 1951,Pinto 1947, Pinto & Camargo 1954 e1961); além disso, os primeiros estudosecológicos sobre comunidades de avesna Amazônia remontam a esse período(Novaes 1958 e 1969).

Ao analisar a cobertura dos levantamentosornitológicos na Amazônia brasileira, Oren(2001) listou 247 localidades para asquais há algumas informações ornito-lógicas disponíveis (Figura 2); no entanto,é importante ressaltar que apenasalgumas dessas localidades podem serconsideradas bem amostradas (Oren &Albuquerque 1990, Oren 2001). Apesardos quase quatro séculos de exploraçãoornitológica, uma análise das lacunas deconhecimento indicou que os seguintessetores da Amazônia brasileira,destacaram-se como os menos conhecidosornitologicamente e, portanto, foramconsiderados prioridade para os futurosinventários (Oren 2001): 1) o estado doTocantins; 2) a parte sul do estado doMaranhão; 3) a parte norte do escudo

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guianense; 4) a parte noroeste do estadode Roraima, ao longo da fronteiravenezuelana; 5) os altos cursos dos RiosJapurá, Javari, Tarauacá e Purus; 6)afluentes orientais e ocidentais do RioPurus; 7) afluentes orientais dos RiosMadeira e Juruena; 8) curso superior doRio Iriri; e 9) médio Rio Xingu acima dascorredeiras da Cachoeira Grande (Figura2). Oren (2001) salientou que muitasdessas últimas áreas conhecidas estãolocalizadas no chamado “arco dodesmatamento”, uma área que atravessaos centros de endemismo Rondônia,Tapajós, Xingu e Belém e onde aexpansão dos desmatamentos e daagricultura na Amazônia brasileira é maior

desde a década de 1970; de fato, intensosdesmatamentos em áreas como o sul doMaranhão têm reduzido a coberturaflorestal local a apenas poucos edispersos fragmentos localizadosprincipalmente dentro de reservasindígenas (Vieira e Almeida 2006).

Recentes estudos ornitológicos vêmsendo realizados na maioria das áreaslistadas por Oren (2001), tidas comoprioritárias para novos inventários deaves; alguns desses estudos já forampublicados (Aleixo & Poletto 2007, Cohn-Haft et al. 2007a e 2007b, Pacheco eOlmos 2006), mas a maioria ainda nãofoi publicada, principalmente por

Figura 2. Mapa apontando 247 localidades na Amazônia brasileira para as quais estãodisponíveis algumas informações ornitológicas baseadas em publicações e registros nãopublicados de espécimes até o final do século XX (veja Oren 2001). As áreas delimitadasrepresentam as maiores lacunas de amostragens de acordo com Oren (2001), listadas assim:1) Tocantins; 2) sul do Maranhão; 3) norte do Pará; 4) noroeste de Roraima; 5) alto curso doRio Japurá; 6) alto curso dos Rios Javari, Tarauacá, e Purus; 7) afluentes da margem oestedo Rio Purus; 8) afluentes da margem leste do Rio Purus; 9) afluentes da margem leste doRio Madeira; 10) afluentes da margem leste do Rio Juruena; e 11) alto curso do Rio Iriri emédio curso do Rio Xingu acima das corredeiras da Cachoeira Grande.

13ºS

6ºS

1ºN

OceanoPacífico

Equador

13ºS

6ºS

1ºN

70ºW 60ºW 50ºW

70ºW 60ºW 50ºW

0 80 160 320 km

Bolívia

Peru

Colômbia

ACRE

AMAZONAS

RONDÔNIA

MATOGROSSO

GOIÁS

MINAS GERAISDF

BAHIA

TOCANTINS

PIAUÍ

MARANHÃOPARÁ

AMAPÁRORAIMA

Oceano Atlântico

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pesquisadores das duas instituiçõesatuais mais ativas na realização deestudos ornitológicos de campo naAmazônia Brasileira: o Museu ParaenseEmílio Goeldi (MPEG), em Belém, e oInstituto Nacional de Pesquisas daAmazônia (INPA), em Manaus. De fato,desde a década de 1990, o pessoalassociado ao MPEG, INPA e outrasinstituições adotaram o conceito modernode pesquisas de campo e levantamentosde aves, que consiste na união dasabordagens tradicionais, como aobservação e coleta científica deespécimes, com gravações sistemáticasde vocalizações emitidas pelas aves(Parker 1991). Como resultado, nossoconhecimento sobre a distribuição ecomposição da avifauna na Amazôniabrasileira mudou drasticamente nosúltimos anos, com o registro de muitasexpansões de distribuição (Aleixo et al.2000, Borges et al. 2001, Cohn-Haft et al.1997, Cohn-Haft et al. 2007a e 2007b,Silva et al. 1997, Whitney 2005, Whittaker& Oren 1999, Whittaker et al. 2008) e avalidação ou descoberta de novasespécies (Bierregaard et al. 1997, Gaban-Lima et al. 2002, Silva et al. 1995 e 2002,Silveira et al. 2005, Whitney et al. 2004,Whittaker 2002). Isto é explicado pelo fatode que a maior parte dessas 247localidades amostradas ornitologicamentena Amazônia brasileira (Oren 2001) nãofoi explorada com técnicas modernas e,portanto, pode ser consideradasubamostrada em vários níveis; espéciescom baixas densidades, de hábitoscrípticos e associadas a hábitatsdistribuídos de forma fragmentada (todasrepresentando uma parte significativa daavifauna amazônica), passam facilmentedespercebidas em levantamentos nãobaseados na identificação e gravação devocalizações (Terborgh et al. 1990,Thiollay, 1994, Whittaker 2009). Portanto,dado o elevado número de “novidades”(aqui definidas como novas extensões de

ocorrência e taxons não descritos)encontrado pela maioria dos levantamentosornitológicos realizados atualmente naAmazônia por pesquisadores versadosem técnicas modernas de levantamentoornitológico, nosso conhecimento sobrea distribuição e composição da avifaunaamazônica pode ser considerado longede completo e metodologias modernas,de levantamento são essenciais parapreencher as lacunas ainda existentes.

Talvez a característica mais importantedas pesquisas ornitológicas modernas éque elas vão muito além do objetivo finalde simplesmente produzir listas deespécies, reunindo também provascientíficas sob a forma de espécimes evocalizações da presença de umadeterminada espécie em um determinadolocal. Tanto espécimes quanto vocalizaçõesrepresentam permanentes registros quepodem ser incorporados a coleçõescientíficas e são importantes não sóporque permitem a permanentepossibilidade de verificar a exatidão dasespécies registradas em expedições(Peterson et al. 1998), mas tambémporquê fornecem material bruto paraestudos taxonômicos, que também sãocríticos para melhorar o conhecimentoatual sobre as aves da Amazônia (vejaabaixo). Em anos mais recentes, aquantidade de informações obtidas apartir de espécimes de aves cresceuconsideravelmente, tornando-os aindamais úteis do que espécimes antigos,para os quais normalmente apenas dadosprimários sobre localidade e data de coletaeram anotados; atualmente, até 15 tiposdiferentes de informações podem seracessadas a partir de espécimes modernos,incluindo localidades georeferenciadas eseqüências de DNA obtidas a partir de tecidospreservados (Remsen 1995, Winker1996). Hoje em dia, para uma partesignificativa das aves coletadas naAmazônia com o uso de metodologias

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modernas, amostras vocais e genéticasestão disponíveis para um mesmoindivíduo, tornando-os recursos inesti-máveis e sem precedentes para o estudotanto da distribuição quanto da taxonomiada pouco conhecida avifauna amazônica.

Graças às novas metodologias deamostragem ornitológicas colocadas emprática por um crescente número deespecialistas e, paradoxalmente, a umamelhoria na rede de transportes e infra-estrutura que possibilita o acesso a áreasanteriormente remotas, o atual conhe-cimento ainda insuficiente sobre adistribuição e composição da avifaunaamazônica está sendo melhorado emritmo muito acelerado; no entanto, éprimordial que os recentes avanços sejamurgente e adequadamente consolidadose publicados devido à atual e futura taxaprevista de perda de florestas naAmazônia brasileira (Laurance et al. 2001,Nepstad et al. 2008).

Incerteza taxonômica e suasimplicações para a conservação deaves na Amazônia

Como já discutido anteriormente, diversasnovas espécies de aves vêm sendodescobertas na Amazônia após o início dautilização de técnicas modernas delevantamento ornitológico, revelando umconhecimento ainda incompleto sobre a realdiversidade da mais rica avifauna de todoo planeta. Embora muitas dessas novasespécies representem descobertas detaxons anteriormente não nomeados(Fitzpatrick & Willard 1990, Lanyon et al.1990, Silva et al. 1995 e 2002, Bierregaardet al. 1997, Gaban-Lima et al. 2002, Silveiraet al. 2005, Whitney et al. 2004, Whittaker2002), outras representam validações detaxons que foram considerados até entãocomo subespécies (Pierpont & Fitzpatrick1983, Isler et al. 1997, 1999, 2002, 2007a e2007b, Zimmer 1997 e 2002, Zimmer &

Whittaker 2000). Portanto, uma partesignificativa das novas espéciesreconhecidas recentemente para aAmazônia reflete importantes mudanças decultura taxonômica em vez de verdadeiras“descobertas”; na verdade, mudanças naprática taxonômica estão também por trásda descrição de alguns dos novos táxonscomo espécies em vez de subespécies (porexemplo, Silva et al. 1995 e 2002, Silveiraet al. 2005). A elevação de subespécies aespécies plenas, que segue a recentetendência de substituir o tradicionalConceito Biológico de Espécie (doravanteCBE) pelo o Conceito Filogenético deEspécie (doravante CFE), é tambémobservada em outros grupos de organismos“carismáticos”, tais como primatas (Groves2001), e tal fato tem sido chamado “inflaçãotaxonômica”, devido aos seus supostosefeitos negativos sobre a conservação(Alroy 2003, Isaac et al. 2004, Garnett &Christidis 2007). Portanto, é muitoimportante compreender em detalhes asimplicações para a conservação dosaspectos conceituais e empíricosrelacionados às recentes mudanças naprática taxonômica envolvidas no estabe-lecimento de limites interespecíficos emaves amazônicas.

A principal mudança recente na práticataxonômica observada na ornitologiaamazônica é empírica em vez deconceitual e, portanto, independente dealterações nos conceitos de espéciesadotados; ao contrário, essa mudança seinsere no âmbito da utilização de novoscaracteres, como vocalizações e seqüên-cias de DNA, em estudos taxonômicos,seguindo a disponibilidade de amostrasvocais e de tecidos no contexto de umamelhor amostragem de localidadesamazônicas obtidas por metodologiasmodernas de pesquisas ornitológicas,principalmente após os anos 1990 (vejaacima). Por exemplo, o contínuo uso doCBE no contexto de revisões taxonômicas

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que combinam caracteres morfológicostradicionais com análises vocais levou àdivisão de diversas espécies biológicasentre 2 e 6 “novas” espécies biológicas(Pierpont & Fitzpatrick 1983, Alonso &Whitney 2001, Bierregaard et al. 1997,Isler et al. 1997, 1999, 2002, 2007a e2007b, Whitney & Alonso 1998, Whittaker2002, Zimmer 1997 e 2002, Zimmer &Whittaker 2000, Zimmer et al. 2001). Defato, uma estimativa baseada apenas nosestudos supracitados indica que, emmédia, para cada espécie biológicaamazônica estudada com uma combi-nação de caracteres morfológicos evocais, quase três “novas” espéciesbiológicas são reconhecidas. A inclusãode dados genéticos em avaliaçõestaxonômicas das aves amazônicas aindanão é tão generalizada como a utilizaçãode dados vocais, mas um número cadavez maior de estudos modernos apontapara o mesmo padrão, ou seja, “antigas”espécies biológicas politípicas tendem aser divididas em duas ou mais “novas”espécies biológicas, principalmenteporque não existem evidências de fluxogênico entre suas supostas subespécies ouporque espécies politípicas “tradicionais”tornam-se parafiléticas ou até mesmopolifiléticas em relação a outras espéciesbiológicas aceitas (Aleixo 2002 e 2004,Armenta et al. 2005, Nyiári 2007, DaCosta& Klicka 2008, Miller et al. 2008, Rheindtet al. 2008, Tobias et al. 2008). No entanto,um número comparativamente menor denovas espécies de aves amazônicasparece sim refletir mudanças conceituaisrelacionadas ao uso do CFE emsubstituição ao CBE quando se descrevemnovos taxons e se revisam limitesinterespecíficos (Alvarenga et al. 2002,Lovette 2004, Ribas et al. 2006, Silva et al.1995 e 2002, Silveira et al. 2005) e, portanto,se encaixa na clássica definição de “inflaçãotaxonômica”. No entanto, “incerteza taxonô-mica”, em vez de “inflação taxonômica”,pode definir melhor a maioria dos casos

acima mencionados, onde mudançasempíricas e não conceituais na práticataxonômica foram responsáveis por umaumento do número de espécies de avesreconhecidas na Amazônia.

Para melhor compreender o problema daincerteza taxonômica, é importante lem-brar que os limites atuais de espéciesbiológicas amazônicas e neotropicaiscomo um todo foram estabelecidosprincipalmente por revisões durante aprimeira metade do século XX, entre 50e 70 anos atrás. Primeiro, o ornitólogo C.E. Hellmayr desempenhou um papel-chave na ligação entre museus norte-americanos e europeus, “limpando” umaparte significativa da taxonomia de avesamazônicas e neotropicais em geral, alémde estabelecer, pela primeira vez, limitesde espécies baseados no CBE para muitosgrupos de aves amazônicas (Hellmayr etal. 1918-1949); posteriormente, já com ataxonomia relativamente bem resolvida,revisões de limites interespecíficos foramrealizadas principalmente por ornitólogosnorte-americanos, como J. T. Zimmer(1931-1953), que também seguiu a lógicado CBE. A chamado “Peters check-list”(Peters 1934-1986), uma extraordináriae ainda única compilação de todos ostaxons de aves considerados válidos emtodo o mundo, consolidou os limitesinterespecíficos para espécies de avesamazônicas estabelecidos por aquelesautores principais e atualmente representao “diretório” aceito de espécies biológicasnão só para a Amazônia, mas para todoo mundo (Aleixo 2007). O principalproblema com essa abordagem não temrelação com a utilização do CBE em si,mas sim com a qualidade científicadessas delimitações históricas deespécies biológicas, geralmente baseadasem análises excessivamente simplistas esuperficiais de, freqüentemente, sériesmuito pequenas de espécimes ao longo deuma extensa área geográfica. Na grande

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maioria dos casos, o isolamento repro-dutivo ou sua ausência, que desem-penham um papel-chave na delimitaçãode espécies biológicas, foram inferidossobre uma base puramente subjetiva e,mais tarde, se revelaram errôneos porestudos baseados em uma abordagemque considera vários caracteres (vejaexemplos acima). Portanto, o “diretório”de espécies biológicas consolidadas na“Peters check-list” está tornando-seobsoleto muito rapidamente por estudostaxonômicos modernos, e essas mudan-ças estão ocorrendo em um ritmo tãoacelerado que é impossível prever quantas“novas” espécies biológicas serãoreconhecidas daqui a 30 anos, quando oslimites interespecíficos de muitas dasespécies biológicas da Amazônia irãocompletar um século de existência. Assim,o conhecimento taxonômico preciso é oúnico instrumento confiável para evitaravaliações errôneas em biologia daconservação influenciadas pela incertezataxonômica entre as aves amazônicas.

Proposta de uma agenda de pesquisaaplicada à conservação da avifaunaamazônica

Conforme discutido anteriormente, oconhecimento sobre a distribuição e averdadeira diversidade da avifaunaamazônica ainda é incompleto devido avárias razões e, portanto, pode serconsiderado como potencialmenteenganoso para planos de conservação.Abaixo, descrevo alguns dos principaispontos de uma agenda de pesquisaaplicada à conservação da avifaunaamazônica a fim de otimizar o tempo paraque as lacunas de conhecimentos aquidiscutidas sejam preenchidas.

O papel crítico desempenhado porlevantamentos ornitológicos modernos namelhora do nosso conhecimento sobre adistribuição e diversidade das aves

amazônicas já foi destacado diversasvezes, e sua continuação, no futuro, éprimordial para a conservação das avesna região. Felizmente, financiamentospara levantamentos ornitológicos naAmazônia brasileira são atualmentesatisfatórios, sendo normalmente ligadosa expedições biológicas mais generalizadasdestinadas a reunir informações a seremutilizadas na gestão de unidades deconservação existentes ou recentementecriadas; na verdade, o principal gargaloque afeta as atuais pesquisas ornitoló-gicas na Amazônia é a falta de ornitólogossuficientemente qualificados e comexperiência na identificação devocalizações das espécies de aves. Parapiorar, a maioria das espécies de avesamazônicas politípicas geralmenteapresenta acentuada variação vocal aolongo das áreas de endemismo (por sinal,um bom fator indicador de incertezataxonômica; veja acima), reduzindo assimainda mais o número atual de ornitólogosqualificados e capazes de realizarinventários em toda a Amazônia. O temponormalmente necessário para formar umnovo ornitólogo de campo, capaz deexecutar levantamentos modernos em todaa Amazônia, pode ser significativamentereduzido com o auxílio de guias devocalizações de aves, como aquelescriados por Isler & Whitney (2002),Marantz & Zimmer (2006) e Naka et al.(2008); portanto, a publicação de novosguias de áudio para diferentes grupostaxonômicos e diferentes áreas deendemismo amazônicas deve serestimulada em diferentes formas eentendidas como excelentes investimentosna conservação das aves. Melhorar oacesso de jovens ornitólogos quetrabalham na Amazônia a equipamentos deáudio essenciais para o seu treinamentomas relativamente caros, como grava-dores digitais e microfones direcionais,também é uma estratégia eficaz paratreinar mais profissionais qualificados em

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técnicas modernas de levantamentoornitológico; da mesma forma, a formaçãode arquivos sonoros digitais locais eminstituições amazônicas, como universi-dades, museus e centros de pesquisa, étambém importante e certamente terá umefeito sinergético com as outras medidasacima descritas, permitindo a jovensornitólogos construir seus próprios guiasde áudio, otimizando ainda mais seuperíodo de formação.

Embora os resultados de muitoslevantamentos ornitológicos modernos naAmazônia já tenham sido publicados, amaioria permanece inédita em relatóriosde circulação restrita (veja acima). Aconsolidação das IBAs apresentadasneste livro exemplifica de como essasfontes inéditas devem ser coligidas eutilizadas no planejamento da conservação,mas, idealmente, futuras análises deameaças devem ser baseadas emconjuntos de registros georeferenciadosde todas as espécies de aves distribuídaspela Amazônia brasileira, compilados apartir de publicações e fontes inéditas,incluindo relatórios e dados de espécimesde museus e arquivos sonoros. Aconclusão de tal esforço exigiria algunsanos e envolveria um pequeno quadro defuncionários trabalhando em tempointegral e, mas acima de tudo, acolaboração de várias pessoas einstituições, sendo isso de valorinestimável para futuros planejamentos emonitoramentos de conservação dasaves na Amazônia brasileira.

A contínua coleta de espécimes das avestambém é chave no esforço para melhorarnossos conhecimentos sobre a distribuiçãoe diversidade da avifauna da Amazônia erepresenta um componente extremamenteimportante dos atuais inventáriosornitológicos, como já explicado acima(ver também Peterson et al. 1998,Remsen 1995, Winker 1996). Recentes

avanços na legislação ambiental brasileiratêm reconhecido a importância da coletacientífica na pesquisa biológica e, entreoutras coisas, têm contribuído para umasignificativa simplificação do processoenvolvendo a emissão de licenças decoleta (Aleixo & Straube 2007). Coleçõesornitológicas na Amazônia brasileira(MPEG e INPA) estão entre as maiores,mais bem equipadas, e com o mais rápidocrescimento no País; acima de tudo,como a maior parte de seu crescimentoocorreu durante e após a década de 1980,ambas abrigam o maior número de espé-cimes modernos ricos em informação etecidos que qualquer outra coleçãoornitológica no País (Aleixo & Straube2007). Além disso, tais instituições têmuma boa cobertura de todas as áreas deendemismo amazônicas, enquanto outrascoleções brasileiras e estrangeirastendem a ter uma boa representação deapenas algumas dessas áreas. Assim,tanto o MPEG quanto o INPA abrigam,juntamente, recursos inestimáveis eprontos para serem util izados empesquisas por aqueles que trabalham emquase todos os aspectos relacionados àornitologia amazônica.

Tal como explicado anteriormente, estudostaxonômicos modernos baseados emcombinações de tipos distintos decaracteres estão desempenhando umpapel cada vez mais importante nopreenchimento das lacunas deconhecimento em relação à verdadeiradiversidade da avifauna na Amazônia;acima de tudo, esses estudos representama única solução para o problema daincerteza taxonômica. Atualmente, onúmero de estudos taxonômicos envol-vendo aves amazônicas pode serconsiderado muito pequeno, dado (1) orápido ritmo de desmatamentos emregiões inteiras da Amazônia que abrigamespécies e subespécies de avesendêmicas, e (2) o elevado nível de

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incerteza em torno dos limitesinterespecíficos na maioria das linhagens.A falta de financiamento adequado écertamente a principal causa, uma vez querevisões de taxonômicas modernasenvolvem viagens a museus localizados emvários países e, comparativamente,metodologias relativamente caras, taiscomo seqüenciamento de DNA; assim,esses estudos são menos atraentes paraos alunos de graduação que já vivem sobum rigoroso limite de tempo e financeiropara concluir os seus projetos. Taxonomis-tas já formados, por outro lado, têmdificuldade para finalizar seus projetos delongo prazo e estão constantementebuscando novos financiamentos paracompletar o próximo conjunto de análises.Na raiz desse déficit de financiamentos estáa percepção equivocada de que estudostaxonômicos podem contribuir pouco oumenos à conservação das aves do queestudos focados em monitoramentos deespécies ameaçadas em seus hábitats;como mostrado acima com váriosexemplos, em áreas como a Amazôniarevisões taxonômicas modernas fazem adiferença entre reconhecer ou ignorarcompletamente a presença de múltiplasespécies ameaçadas de extinção, e quesão, portanto de interesse inestimável àconservação. Atuais oportunidades definanciamento para estudos taxonômicosenvolvendo aves amazônicas estãorestritas a fundos governamentaisaltamente competitivos, com poucaparticipação do setor privado eOrganizações Não Governamentais(ONGs). Assim, um novo programa depequenos financiamentos (de até US$5.000) patrocinados por um fundo mantidopor uma única ou várias ONGs deconservação e destinados a financiarpesquisas taxonômicas sobre organismosamazônicos irá, sem dúvida, aumentar onúmero de revisões taxonômicasconcluídas anualmente e, conseqüente-mente,também o ritmo em que a incerteza

taxonômica e suas deletérias implicaçõesà conservação sejam erradicadas daornitologia amazônica.

Apesar de todas essas estratégias descritasacima, a questão central é saber se oconhecimento relativo à distribuição ediversidade da avifauna da Amazônia seráfinalmente considerado satisfatório emtempo hábil para ser incorporado emprogramas de conservação antes quepartes significativas da Amazônia sejamtotalmente ou quase completamentedesmatadas. Portanto, a abordagemadotada para a seleção das IBAsapresentadas neste livro representa umimportante e imediato esforço para eliminaressas importantes lacunas de conheci-mento para fins de conservação; entretanto,também é muito importante que a base paraa delimitação das diferentes IBAs sejarevista periodicamente, seguindo os novosdados a serem obtidos conforme a agendade pesquisas proposta acima sejaimplementada.

Agradecimentos

Agradeço a Glayson Bencke, Pedro F.Develey, Jaqueline Goerck e Andre C. deLuca (SAVE Brasil) pela honra em convidar-me para escrever este capítulo e pelaoportunidade de juntar-me ao esforço poreles coordenado para delimitar as IBAs naAmazônia brasileira. André C. de Lucatambém forneceu uma ajuda inestimávelcom as figuras apresen-tadas nestecapítulo. Minha pesquisa na Amazôniadurante os últimos anos tem sido apoiadapelas seguintes instituições e organizações:Ministério da Ciência e Tecnologia (CNPq– Auxílios 490387/2007-1 e 476212/2007-3; FINEP; PPBio), Ministério do MeioAmbiente (MMA / PROBIO), ConservaçãoInternacional (CI – Brasil), National ScienceFoundation (Auxílios DEB 0515672 e DEB0543562), e World Wildlife Fund (WWF –Brasil).

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Superlatives are often needed to describethe Amazonian avifauna, even as regardsthe number and extent of gaps in ourknowledge on the distribution, ecology,evolutionary history, and taxonomy of itsassociated species. Perhaps one of themost striking of these knowledge gapsrefers to the actual number of bird speciesfound throughout the entire Amazon basin,an area equivalent in size to that of thecontinental United States. Estimates varybetween 1,300 to 1,800 bird species, withroughly 1,000 species reported for theBrazilian Amazon alone which accountsfor over 60% of the entire surface of thebiome (Oren 2001, Mittermeier et al. 2003,Marini & Garcia 2005, Vale et al. 2008).Such a wide variation of estimates isexplained mainly by the fact that the latestavailable survey (Vale et al. 2008; basedon the geo-referenced range maps ofRidgely et al. 2003) included specieswhose strongholds are located in theAndes and the savannas of Central Brazil(Cerrado) and northern South America(Llanos), but which also occur in theAmazon in association with habitatenclaves and ecotones. Therefore, thislatest estimate appears more realisticgiven that typical Amazonian and non-Amazonian bird species are found insympatry along those wide transitionalzones (e.g., Perry et al. 1997, Robbins etal. 2004, Aleixo & Poletto 2007).Whatever estimate is considered though,comparisons with other biomes within andoutside the Neotropics indicate that theAmazon can be considered the world’s

richest area in bird species (Stotz et al.1996, Mittermeier et al. 2003).

Ever since its “discovery” by westerncivilization, the Amazon has been referredto as a “green hell”; an area whereextreme heat and humidity prevented theestablishment of settlers involved in labor-intensive and capital-intensive economicactivities such as agriculture and industry.Instead, exploitation of raw naturalproducts requiring a minimum of labor andtransformation to be sold in consumermarkets, such as Brazil nuts and naturalrubber, were favored early on (Fearnside& Barbosa 2004). As a consequence,deforestation rates throughout theAmazon remained relatively low until the1970’s when the government of Brazil(then under a military dictatorship) plannedand executed the boldest colonizationprogram ever to take place in the region(Fearnside 2005). Since then, deforestationrates in the Brazilian Amazon began slowlyclimbing to the current alarming rates.

During the unfolding decades, Brazil’soverall economic performance becamehighly correlated with annual deforestationrates measured in the Amazon, with yearsof high growth in the country’s grossnational product (GNP) tightly associatedwith years of record deforestation rates(Fearnside 2005). Therefore, given thecurrent economic expansion and highnumber of development projects plannedfor the Brazilian Amazon (Allegretti 2006,Smeraldi 2006), the future of the world’s

Alexandre Aleixo*

* Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Caixa Postal 399, CEP 66040-170, Belém,Brazil, [email protected].

Knowledge Gaps, Research Priorities, and Future Perspectives onBird Conservation in the Brazilian Amazon

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richest avifauna has never been grimmer.This situation is seriously worsened by thefact that the Amazon is not ahomogeneous biome, but instead an“archipelago” with at least eight mainareas of endemism characterized by aunique set of endemic organisms,including many bird species andsubspecies (Haffer 1974, Cracraft 1985,Silva et al. 2005; Figure 1). No less thansix of those eight areas of endemism inthe Amazon are located entirely (Tapajós,Xingu, and Belém), nearly entirely(Rondônia), or mostly (Inambari andGuiana) in Brazilian territory (Figure 1;Silva et al. 2005). Tragically, deforestationhas hit harder exactly those areas ofendemism located entirely and nearlyentirely in Brazil, where croplandexpansion is unprecedented given theconnection of those areas to the country’s

most populous and resource-demandingregions in the south via a network of pavedand unpaved roads (Fearnside 2006,Morton et al. 2006).

The current, unprecedented biodiversitycrisis in the Amazon, particularly in theBrazilian Amazon, has created an urgentneed for accurate knowledge on thepatterns of richness and distribution ofbiological groups with unparalleled highlevels of diversity in the region, such asbirds (Vale et al. 2008). Here, I criticallyevaluate the quality of our currentknowledge on the diversity and distributionof Amazonian birds, with an emphasis onthe Brazilian Amazon, pointing outresearch gaps that need to be urgentlyfilled to allow a sound scientific basis forthe conservation of those organisms andthe entire Amazonian biota.

Figure 1. Main areas of endemism in the Amazon based on the distribution of birds and othervertebrates (map taken from Silva et al. 2005).

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Ornithologically poorly-known areasin the Brazilian Amazon and theImportance of modern ornithologicalsurveys

Despite its many gaps, current knowledgeon the bird fauna of the Amazon began tobe accumulated as early as the 16th and17th centuries, when traders and priestsshipped skins of birds, later described asspecies by Linnaeus (1758) and manyother naturalists, to Europe (Oren 1990).The first half of the 19th Century witnessedthe beginning of the organized ornithologicalexploration of the Amazon, when scientificexpeditions sponsored by westernEuropean countries began collecting birdspecimens near the northeasternAmazonian coast (the Guyanas) andalong the Amazon river and its maintributaries, such as the Madeira and Negrorivers. The area corresponding to the twomost populous cities in the BrazilianAmazon, Belém and Manaus, was visitedby several of those expeditions (Sick1997). Most Amazonian bird speciesrecognized nowadays were describedbased on specimens collected during thisperiod (CBRO 2009).

In the late 19th Century, the first ornithologicalcollection was established in the Amazonin the city of Belém (Museu ParaenseEmílio Goeldi – The Goeldi Museum)which became the headquarters of anintensive ornithological explorationprogram focused on the Amazon in theyears to come. During the first half of the20th Century, the number of bird collectorssponsored by Brazilian as well as NorthAmerican and European institutionsworking in the Brazilian Amazon grewexponentially. This period witnessed thebeginning of the ornithological explorationof areas away from major Amazonianrivers. In 1908 and 1909, ornithologistEmilie Snethlage crossed the areabounded by the Xingu and Tapajós rivers,

sampling it ornithologically for the first time(Snethlage 1912). During the 1920’s and1930’s professional collectors, such asSamuel M. Klages and the Ollala family,collected thousands of specimens atseveral Amazonian localities along theAmazon, Tapajós, Purus, and Juruá rivers,among which several new taxa laterdescribed as species and subspecies(Griscon & Greenway 1941, Gyldenstolpe1945, 1951, Todd 1948).

The second half of the 20th Centurymarked the onset of a period whenBrazilian-sponsored ornithologicalexpeditions began to outnumber thosesponsored by foreign institutions (Novaes1951, Pinto 1947, Pinto & Camargo 1954and 1961). Furthermore, the firstecological studies on Amazonian birdcommunities date back to this period(Novaes 1958, 1969).

In reviewing the coverage of ornithologicalsurveys in the Brazilian Amazon, Oren(2001) listed 247 localities for which someornithological information is available(Figure 2); however, it is important tostress that only a few of those localitiescan be considered well-sampled (Oren &Albuquerque 1990, Oren 2001). Despitenearly four centuries of ornithologicalexploration, a gap analysis indicated thatthe following sectors of the BrazilianAmazon stood out as the least knownornithologically, and thus were consideredfirst-priority for future inventories (Oren2001): 1) the state of Tocantins; 2) thesouthern part of the state of Maranhão;3) the northern part of the Guiana Shield;4) the northwestern part of the state ofRoraima along the Venezuelan border; 5)the upper reaches of the Japurá, Javari,Tarauacá, and Purus rivers; 6) botheastern and western bank tributaries ofthe Purus river; 7) eastern bank tributariesof the Madeira and Juruena rivers; 8) theupper Iriri river, and 9) the middle Xingu

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river above the Cachoeira Grande rapids(Figure 2). Oren (2001) pointed out thatmany of those least-known areas arelocated in the “arc of deforestation”; anarea running through the Rondônia,Tapajós, Xingu, and Belém areas ofendemism where most of the recentdeforestation and cropland expansion inthe Brazilian Amazon is taking place. Infact, extensive deforestation in areas suchas southern Maranhão has reduced thelocal forest cover to only a few scatteredtracts located mostly within indigenousreserves (Vieira & Almeida 2006).

Recent ornithological surveys have takenplace in most of those areas listed by Oren(2001) as priority for new bird inventories,

including some published (Aleixo & Poletto2007, Cohn-Haft et al. 2007a, b, Pacheco& Olmos 2006), but mostly stil lunpublished studies authored mainly bythe staff of the two currently most activeinstitutions carrying out ornithological fieldwork in the Brazilian Amazon: MuseuParaense Emílio Goeldi (MPEG) inBelém, and Instituto Nacional dePesquisas da Amazonia (INPA), inManaus. In fact, since the 1990’s, the staffassociated with MPEG, INPA, and otherinstitutions adopted the concept of modernfield work in their bird surveys, whichconsists of coupling traditionalapproaches, such as observations andscientific specimen collecting, withsystematic tape-recording of bird voices

Figure 2. Map depicting 247 localities in the Brazilian Amazon for which some ornithologicalinformation is available based on publications and specimen records up to the end of the 20th

Century (see Oren 2001). Delimited areas represent major sampling gaps according to Oren(2001) and are labeled as follows: 1) Tocantins; 2) southern Maranhão; 3) northern Pará; 4)northwestern Roraima; 5) upper Japurá river; 6) upper reaches of the Javari, Tarauacá, andPurus rivers; 7) western bank tributaries of the Purus river; 8) eastern bank tributaries of thePurus river; 9) eastern bank tributaries of the Madeira river; 10) eastern bank tributaries of theJuruena river, and 11) the upper Iriri and the middle Xingu river above the Cachoeira Granderapids.

13ºS

6ºS

1ºN

PacificOcean

Ecuador

13ºS

6ºS

1ºN

70ºW 60ºW 50ºW

70ºW 60ºW 50ºW

0 80 160 320 km

Bolivia

Peru

Colombia

ACRE

AMAZONAS

RONDÔNIA

MATOGROSSO

GOIÁS

MINAS GERAISDF

BAHIA

TOCANTINS

PIAUÍ

MARANHÃOPARÁ

AMAPÁRORAIMA

Atlantic Ocean

Venezuela Guiana

SurinamFranceGuiana

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(Parker 1991). As a result, our knowledgeon the distribution and composition of thebird fauna in the Brazilian Amazon haschanged drastically in recent years, withmany reported range extensions (Aleixoet al. 2000, Borges et al. 2001, Cohn-Haftet al. 1997, Cohn-Haft et al. 2007a and2007b, Silva et al. 1997, Whitney 2005,Whittaker & Oren 1999, Whittaker et al.2008) and validation or discovery of newspecies (Bierregaard et al. 1997, Gaban-Lima et al . 2002, Silva et al. 1995 and2002, Silveira et al. 2005, Whitney et al.2004, Whittaker 2002). This is explainedby the fact that most of those 247 localitiessampled ornithologically in the BrazilianAmazon (Oren 2001) were not surveyedwith modern techniques, and hence canbe considered under-sampled at severallevels. Species with low densities, cryptichabits, and those associated with patchilydistributed habitats (all of which accountfor a significant part of the Amazonianavifauna) are easily missed by surveysthat are not based on vocal identificationand tape-recording (Terborgh et al. 1990,Thiollay 1994, Whittaker 2009).Therefore, given the current high numberof “novelties” (herein defined as rangeextensions and unnamed taxa) found bymost ornithological surveys carried outnowadays in the Amazon by skilledpersonnel with modern techniques, ourknowledge on the distribution andcomposition of the Amazonian avifaunacan be considered far from complete, andmodern ornithological surveys areessential to fill in the remaining gaps.

Perhaps, the most important characteristicof modern ornithological surveys is thatthey go well beyond the ultimate goal ofsimply producing species lists with distinctmethodologies. In addition to that, theyalso gather hard scientific evidence in theform of specimens and vocalizationsrelated to the presence of a given speciesat a particular site. Both specimens and

vocalizations represent permanentrecords that can be incorporated intoscientific collections, and are importantbecause they do not only allow thepermanent possibility of checking theaccuracy of species’ identificationrecorded in surveys (Peterson et al. 1998),but also provide raw material fortaxonomic studies, which are also criticalfor improving the current knowledge onbirds of the Amazon (see below). In morerecent years, the amount of informationobtained from bird specimens grewconsiderably, and they have become evenmore useful than earlier specimens forwhich only scanty data, primarily onlocality and collecting date, are usuallyavailable. Currently, up to 15 differenttypes of information can be accessed frommodern museum specimens, includinggeo-referenced localities and DNAsequences obtained from preservedtissues (Remsen 1995, Winker 1996).Today, for a significant part of birdscollected in modern surveys in theAmazon, vocal and genetic samples areavailable for the same individual, makingthem invaluable and unprecedentedresources for the study of both thedistribution and taxonomy of the poorly-known Amazonian avifauna.

Thanks to modern ornithological surveysbeing carried out by an increasingnumbers of experts and, paradoxically,an improved transportat ion andinfrastructure network giving access topreviously remote areas, the currentlyincomplete knowledge on thedistribution and composition of theAmazonian avifauna is being improvedat a very fast pace. Nonetheless, it isparamount that those recent advancesare urgently and properly summarizedgiving the current and predicted rates offorest loss in the Brazilian Amazon(Laurance et al. 2001, Nepstad et al.2008).

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to those recent changes in taxonomicpractice involved in the establishment ofinter-specific limits in Amazonian birds.

The main recent change in taxonomicpractice observed in Amazonianornithology was empirical rather thanconceptual and, hence, independent ofchanges in adopted species concepts. Itpertained instead to the use of novelcharacters such as voice and DNAsequences in taxonomic studies, followingthe availability of vocal and tissuesamples, in addition to a better samplingof Amazonian localities obtained bymodern ornithological surveys, mainlyafter the 1990’s (see above). For instance,the continuing use of the BSC in thecontext of taxonomic reviews combiningtraditional morphological characters withvocal characters has led to the splitting ofseveral formerly recognized singlebiological species into 2 to 6 “novel”biological species (Pierpont & Fitzpatrick1983, Alonso & Whitney 2001, Bierregaardet al. 1997, Isler et al. 1997, 1999, 2002,2007a and 2007b, Whitney & Alonso1998, Whittaker 2002, Zimmer 1997 and2002, Zimmer & Whittaker 2000, Zimmeret al. 2001). In fact, a rough estimatebased only on the aforementioned studiesindicates that, on the average, for everyAmazonian biological species studied witha combination of both vocal andmorphological characters, nearly three“novel” biological species have beenrecognized. The inclusion of genetic datainto taxonomic assessments ofAmazonian birds is not yet as widespreadas the use of vocal data, but a number ofexisting and ever-growing studies pointtowards the same pattern, i.e. “old”polytypic biological species tend to be splitin two or more “novel” biological species,mainly because no evidence of gene flowexists between alleged subspecies orbecause postulated polytypic species turnout to be paraphyletic and even

Taxonomic uncertainty and itsimplications for bird conservation inthe Amazon

As discussed earlier, several new specieshave been recognized for the Amazonianavifauna after modern ornithologicalsurveys began to be carried out in theregion, revealing yet incompleteknowledge on the true diversity of theworld’s richest bird fauna. While many ofthose new species representeddiscoveries of previously unnamed taxa(Fitzpatrick & Willard 1990, Lanyon et al.1990, Silva et al. 1995 and 2002,Bierregaard et al. 1997, Gaban-Lima etal. 2002, Silveira et al. 2005, Whitney etal. 2004, Whittaker 2002), others werespecies-level validations of previouslydescribed taxa which were regarded untilthen as subspecies (Pierpont & Fitzpatrick1983, Isler et al. 1997, 1999, 2002, 2007aand 2007b, Zimmer 1997 and 2002,Zimmer & Whittaker 2000). Therefore, asignificant part of the new speciesrecognized recently for the Amazon reflectimportant changes in taxonomic practicerather than true “discoveries”. In fact,changes in taxonomic practice are alsobehind the description of some of theunnamed taxa as species rather thansubspecies (e.g., Silva et al. 1995 and2002, Silveira et al. 2005). The elevationof many former subspecies to full speciesstatus following the recent trend to replacethe more traditional Biological SpeciesConcept (hereinafter BSC) with thePhylogenetic Species Concept(hereinafter PSC) is also observed in othergroups of “charismatic” organisms suchas primates (Groves 2001), and has beentermed “taxonomic inflation” due to itsalleged negative effects on conservation(Alroy 2003, Isaac et al. 2004, Garnett &Christidis 2007). Therefore, it is veryimportant to understand in detail theconservation implications of bothconceptual and empirical issues related

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polyphyletic with respect to other acceptedbiological species (Aleixo 2002 and 2004,Armenta et al. 2005, Nyiári 2007, DaCosta& Klicka 2008, Miller et al. 2008, Rheindtet al. 2008, Tobias et al. 2008). However,a comparatively smaller number of thenew bird species recognized recently forthe Amazon do reflect conceptualchanges related the use of the PSC inreplacement of the BSC when describingnew taxa and reviewing inter-specific limits(Alvarenga et al. 2002, Lovette 2004,Ribas et al. 2006, Silva et al. 1995 and2002, Silveira et al. 2005), and thus fit theclassic definition of “taxonomic inflation”.Nonetheless, “taxonomic uncertainty”rather than “taxonomic inflation” can betterdefine the majority of cases mentionedabove, where empirical rather thanconceptual changes in taxonomic practicewere responsible for an increase in thenumber of recognized bird species in theAmazon.

To better understand taxonomic uncertainty,it is important to remember that currentspecies limits in Amazonian biologicalspecies were consolidated primarily byreviews during the first-half of the 20th

century; between 50 and 70 years ago.First, ornithologist C. E. Hellmayr playeda key-role in bridging North American andEuropean museums and “cleaning-up” asignificant part of the taxonomy ofAmazonian and Neotropical birds ingeneral, besides establishing, for the firsttime, species limits based on the BSC formany groups of Amazonian birds(Hellmayr et al. 1918-1949). Subsequently,with the taxonomy reasonably well workedout, species limits reviews were carriedout mainly by North Americanornithologists such as J. T. Zimmer (1931-1953) also following the rationale of theBSC. The so called “Peters’ Check-list”(Peters 1934-1986), a monumental andyet unique compilation of all avian taxaconsidered valid in the world, consolidated

the species limits established for Amazonianbirds by those main early authors andcurrently represents the basis of acceptedbiological species not only for Amazoniabut for the whole world (Aleixo 2007). Themain problem with this approach hadnothing to do with the use of the BSC itself,but instead with the scientific quality of thoseearly biological species delimitations, usuallybased on overly-simplistic and superficialanalyses of often too small a series ofspecimens across wide geographicalareas. In the vast majority of cases,interbreeding or the lack thereof, whichplays a key-role in biological speciesdelimitations, was inferred on a purelysubjective basis and later proved to bewrong by studies based on a multi-character approach (see examplesabove). Therefore, the “directory” ofbiological species consolidated in the“Peters’ Check-list” is very quickly beingmade obsolete by modern taxonomicstudies, and changes are occurring atsuch a fast pace that it is impossible toknow how many “novel” biological specieswill be recognized about 30 years fromnow when many of the currently acceptedspecies limits in biological species ofAmazonia will complete a whole centuryof existence. Hence, accurate taxonomicknowledge is the only reliable toolpreventing misleading conservationassessments influenced by taxonomicuncertainty among Amazonian birds.

Proposal of a research agendaapplied to the conservation of theAmazonian avifauna

As discussed above, knowledge on thedistribution and true diversity of theAmazonian avifauna is still incomplete forseveral reasons and, hence, can beregarded as potentially misleading forconservation planning. Below, I outlinesome key points of a research agendaapplied to the conservation of the

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Amazonian avifauna to optimize the rateat which those knowledge gaps are filled.

The critical role played by modernornithological surveys in improving ourknowledge on the distribution and diversityof Amazonian birds has been stressedseveral times above, and their continuationin the future is paramount for birdconservation in the region. Fortunately,funding for modern ornithological surveysin the Brazilian Amazon is currentlysatisfactory, being usually linked to moregeneral biological surveys aimed atgathering general information to be usedin the management of existing or recentlycreated ‘conservation units’ or protectedareas. In fact the main bottleneck affectingmodern ornithological surveys in theAmazon is the lack of enough skilledornithologists with expertise in vocalidentification of bird species in the field.To make matters worse, most polytypicAmazonian bird species usually exhibitpronounced vocal variation across areasof endemism (a good predictor oftaxonomic uncertainty; see above), thusreducing even more the number ofqualified ornithologists presently capableof carrying out surveys throughout theAmazon. The long amount of time usuallyrequired to train new field ornithologistscapable of executing modern surveysthroughout the Amazon can be significantlyreduced with audio guides such as thoseauthored by Isler & Whitney (2002),Marantz & Zimmer (2006), and Naka etal. (2008). Therefore, the publication ofnew audio guides for different Amazonianareas of endemism and taxonomic groupsshould be stimulated in different ways andunderstood as an excellent investment inbird conservation. Improving the accessof young ornithologists working in theAmazon to relatively expensive audioequipment such as digital recorders anddirectional microphones is also aneffective strategy to train more skilled

ornithologists in modern surveytechniques. Similarly, the formation of localdigital audio archives in Amazonianinstitutions, such as universities, museums,and research centers, is also important andwill certainly have a synergistic effect withthose other measures outlined above byallowing young ornithologists to constructtheir own local audio guide, potentiallyoptimizing their training period even more.

While the results of many modernornithological surveys in the Amazon havealready been published, most remainunpublished as reports with restrictedcirculation (see above). The consolidationof the IBAs presented in this book sets theexample for how those unpublished sourcesshould be gathered and used inconservation planning but, ideally, futurethreat analyses should be based on adataset with geo-referenced records for allbird species throughout the BrazilianAmazon compiled from published as wellas unpublished sources, including reportsand data from museum specimens andsound archives. The completion of such adataset would require a few years, involvinga small full-time staff and, foremostly, thecollaboration of several people andinstitutions, and would be invaluable forfuture bird conservation planning andmonitoring in the Brazilian Amazon.

The continuing collection of birdspecimens is also a keystone in the effortto improve our knowledge on thedistribution and diversity of the Amazonianavifauna, and represents an extremelyimportant component of modernornithological surveys, as explained in detailabove (see also Peterson et al. 1998,Remsen 1995, Winker 1996). Recentadvances in Brazilian environmentallegislation have acknowledged theimportance of scientific collecting inbiological research and, among otherthings, have contributed for a significant

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simplification of the process involved inissuing ‘collecting permits’ (Aleixo &Straube 2007).

Ornithological collections in the BrazilianAmazon (MPEG and INPA) are among thelargest, best equipped, and fastestgrowing in the country. Foremost, theyexperienced most of their growth duringand after the 1980’s and thus house moredata-rich modern specimens and tissuesthan any other ornithological collection inthe country (Aleixo & Straube 2007).Furthermore, they have a good coverageof all Amazonian areas of endemism,whereas other Brazilian and foreigncollections tend to have a goodrepresentation for only a few of thoseareas. Therefore, both MPEG and INPAharbor, together, incredible ornithologicalresearch resources ready for use by thoseworking on nearly all aspects related toAmazonian ornithology.

As explained earlier, multi-charactertaxonomic studies are playing anincreasingly important role in filling inknowledge gaps on the true diversity ofthe Amazonian avifauna and, foremostly,they represent the only solution to theproblem of taxonomic uncertainty.Currently, the number of taxonomicstudies involving Amazonian birds can beconsidered very small given (1) the fast rateat which entire sectors of the Amazonharboring endemic species and subspeciesof birds are lost to deforestation, and (2)the high level of uncertainty surroundingspecies limits in most lineages. Lack ofappropriate funding is certainly the maincause, since thorough multi-charactertaxonomic reviews involve trips tomuseums located in several countries andcomparatively expensive methodologiessuch as DNA sequencing. Thus, thosestudies are less attractive to graduatestudents who already live under tight timeand financial constraints to finish their

projects. Senior taxonomists, on the otherhand, have difficulty to finish their long-term projects and are constantly strugglingfor funding to complete the next set ofanalyses. At the root of this funding deficitis the mistaken perception that taxonomicstudies can contribute little or less to birdconservation than studies focused onmonitoring endangered species in theirhabitats, for instance. As shown above withseveral examples, in areas such as theAmazon, modern taxonomic reviews makethe difference between acknowledging orcompletely ignoring the existence ofmultiple endangered species, and thus areof invaluable conservation interest.Current funding opportunities fortaxonomic studies involving Amazonianbirds are mostly restricted to highlycompetitive government-sponsored grants,with little participation of the private sectorand Non-Governmental Organizations(NGOs). Therefore, a new program ofsmall grants (up to US$ 5,000) sponsoredby a fund maintained by a single or severalconservation NGOs and aimed at fundingtaxonomic research on Amazonianorganisms will undoubtedly boosts thenumber of taxonomic reviews completedannually, consequently improving the rateat which taxonomic uncertainty and itsdeleterious conservation implications areeradicated from Amazonian ornithology.

Despite all those strategies outlinedabove, the main worrisome question iswhether the knowledge on the distributionand diversity of the Amazonian avifaunawill finally be regarded as satisfactory in atimely fashion to be incorporated intoconservation planning before significantparts of the Amazon are completely ornearly completely deforested. Therefore,the approach adopted for the selection ofthe IBAs presented in this book representsan important and immediate attempt toside-step those major knowledge gaps forconservation purposes. Nonetheless, it is

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also very important that the basis for thedelimitation of the different IBAs beperiodically reviewed as novel data,gathered under the research agendaoutlined above, come to light.

Acknowledgments

I thank Glayson Bencke, Pedro F. Develey,Jacqueline Goerck, and André C. de Luca(SAVE Brasil) for honoring me with theinvitation to write this chapter and for theopportunity to join in the effort theycoordinated to delimit IBAs in the Brazilian

Amazon. André C. de Luca also providedinvaluable help with the figures shown inthis chapter. My research in the Amazonduring the past years has been supportedby the following institutions andorganizations: The Brazilian Ministry ofScience and Technology (CNPq – grants# 490387/2007-1 and 476212/2007-3;FINEP; PPBIO), Brazilian Ministry of theEnvironment (MMA / PROBIO),Conservation International (CI – Brazil),National Science Foundation (grants # DEB-0515672 and DEB 0543562), and WorldWildlife Fund (WWF – Brazil).

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FOTOS DAS AVES E DOS HÁBITATSPICTURES OF BIRDS AND HABITATS

Tepuis – RRMontes Roraima e Roraiminha,ao fundo (Taylor Nunes)

Monte Roraima – RR(Osmar Borges)

Fura-flor-grandeDiglossa major

(Osmar Borges)

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Monte Roraima – RR(Osmar Borges)

Monte Roraima – RR(Osmar Borges)

Jandaia-amarelaAratinga solstitialis(Edson Endrigo)

Rio Cotingo – RR(Taylor Nunes)

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Rio Tacutu – RR(Osmar Borges)

João-de-barba-grisalhaSynallaxis kollari

(Edson Endrigo)

Rio Branco – RR(Osmar Borges)

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Beija-flor-brilho-de-fogoTopaza pella

(Edson Endrigo)

Galo-da-serraRupicola rupicola(Edson Endrigo)

Arquipélago de Anavilhanas – AM(Pedro F. Develey)

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Mata de terra firme – AM(Pedro F. Develey)

Mutum-porangaCrax alector

(Edson Endrigo)

MaúPerissocephalus tricolor(Edson Endrigo)

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76

Rio Roosevelt – AM(Edson Endrigo)

Araçari-mulatoPteroglossus beauharnaesii

(Edson Endrigo)

Campina – AM(Edson Endrigo)

Salto de Dardanelos – MT(Pedro F. Develey)

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Encontro das águas dos riosCristalino e Teles Pires – MT(Edson Endrigo)

Mãe-de-taocaPhlegopsis nigromaculata

(Edson Endrigo)

Gavião-realHarpia harpyja(Edson Endrigo)

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Praia no rio Javaés – TO(Pedro F. Develey)

Pato-corredorNeochen jubata(Édson R. Luiz)

Chororó-de-goiásCercomacra ferdinandi

(Ciro Albano)

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Parque Estadual do Cantão – TO(Carlos O. A. Gussoni)

CiganaOpisthocomus hoazin(Arthur Macarrão)

Jacu-de-barriga-castanhaPenelope ochrogaster

(Edson Endrigo)

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MineirinhoCharitospiza eucosma(Edson Endrigo)

Pica-pau-do-parnaíbaCeleus obrieni

(Ciro Albano)

Tabocal – TO(Advaldo D. do Prado)

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Pato-mergulhãoMergus octosetaceus(Edson Endrigo)

Jalapão – TO(Robson Silva e Silva)

Rio Novo – TO(Robson Silva e Silva)

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Mata seca – GO(Robson Silva e Silva)

Tiriba-de-pfrimerPyrrhura pfrimeri

(Edson Endrigo)

Mata seca – GO(Robson Silva e Silva)

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Parque Nacional das Emas(Robson Silva e Silva)

Tico-tico-de-máscara-negraCoryphaspiza melanotis(Edson Endrigo)

Tiê-bicudoConothraupis mesoleuca

(Edson Endrigo)

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Parque Nacional das Emas(Robson Silva e Silva)

GalitoAlectrurus tricolor(Edson Endrigo)

Papa-moscas-do-campoCulicivora caudacuta

(Edson Endrigo)

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Corixo na região doPantanal de Poconé – MT(Pedro F. Develey)

TuiuiúJabiru mycteria(Pedro F. Develey)

Periquito-de-cabeça-pretaNandayus nenday

(Edson Endrigo)

Arara-azul-grandeAnodorhynchus hyacinthinus(Edson Endrigo)

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Ilha dos Caranguejos – MA(Dorinny L. Carvalho)

GuaráEudocimus ruber

(Andre C. De Luca)

Ilha dos Caranguejos – MA(Dorinny L. Carvalho)

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Este capítulo descreve os métodosempregados na identificação de ÁreasImportantes para a Conservação dasAves (IBAs) na Amazônia Legal, noDistrito Federal e nos estados de Goiás eMato Grosso do Sul, bem como asadaptações metodológicas que semostraram necessárias para fazer face adificuldades específicas enfrentadasdurante o processo.

Definição da área de abrangência

A primeira parte do inventário das IBAs doBrasil (Bencke et al., 2006) enfocou osestados inseridos total ou parcialmente nodomínio da Mata Atlântica (Decreto Federal750/93), que se estende essencialmentepor 15 estados: Piauí, Ceará, Rio Grandedo Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,Sergipe, Bahia, Minas Gerais, EspíritoSanto, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná,Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Naocasião, dois outros estados que fazemparte desse domínio (Goiás e Mato Grossodo Sul) não foram considerados em razãoda pequena extensão de Mata Atlânticaexistente em seus territórios e de sua maiorafinidade biogeográfica com outros biomasbrasileiros. Dessa forma, o primeiroinventário cobriu toda a área dos biomasMata Atlântica, Caatinga e Pampa emterritório brasileiro, e parte do biomaCerrado.

O presente diretório apresenta as IBAs

identificadas nos estados que não foramavaliados no primeiro inventário. Além deGoiás e Mato Grosso do Sul, também sãoenfocados o Distrito Federal e os estadosque compõem a chamada AmazôniaLegal brasileira, de acordo com a Lei4.771/65: Acre, Pará, Amazonas,Roraima, Rondônia, Amapá, MatoGrosso, Tocantins e Maranhão (Figura 1).

Métodos e fontes

Essencialmente, os métodos aquiempregados seguiram o procedimentopara identificação de IBAs tal comodescrito na literatura específica (Grimmet& Jones 1989, Fishpool et al. 1998, Heath& Evans 2000, Wege 2001) e emconformidade com o que foi acordado noworkshop de treinamento do World BirdDatabase da BirdLife International,transcorrido na Venezuela em maio de2007. As adaptações metodológicasadotadas por Bencke et al. (2006) para aidentificação de IBAs nos estados dodomínio da Mata Atlântica foram mantidase são descritas abaixo.

Fontes de infor mação sobre áreas eespéciesUma compilação e análise prévia dasinformações divulgadas em fontespublicamente acessíveis foi conduzidacomo parte essencial do processo deidentificação de IBAs na região. Odocumento resultante dessa análise,

* BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. e-mail:[email protected].** Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul – Museu de Ciências Naturais. Rua Dr. Salvador França1427, Jardim Botânico, CEP: 90690-000 – Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail: [email protected].*** BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. e-mail:[email protected].

Abordagem Metodológica

Andre C. De Luca*, Glayson A. Bencke** &Pedro F. Develey***

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Figura 1. Área de abrangência do atual diretório. Os biomas brasileiros destacados seguemo IBGE (2004).

contendo uma lista preliminar de IBAs,serviu de base para as discussõesdurante os workshops com a comunidadeornitológica. As principais fontes utilizadaspara elaborar o documento-base foram:– Wege & Long (1995) – Key areas for

threatened birds in the Neotropics– Website da BirdLife International

(bancos de dados atualizados sobreespécies ameaçadas)

– Literatura recente, incluindo resumos decongressos

– Relatórios não publicados

Em comparação com os estados dodomínio da Mata Atlântica, a área deabrangência do presente inventárioapresenta um volume muito menor deinformações ornitológicas publicadas. Porexemplo, são escassas as listas deespécies divulgadas em periódicoscientíficos, notadamente para localidades

da Amazônia. Conseqüentemente, osdados inéditos cedidos pelos diversosornitólogos que colaboraram com oprograma tiveram uma importânciaproporcionalmente maior para aidentif icação das IBAs do que noinventário anterior.

Informações sobre o nível de proteçãodas IBAsPara avaliar o nível de proteção das IBAspropostas, consideraram-se somente asunidades de conservação federais eestaduais de proteção integral (e.g.,parques nacionais, reservas biológicas)e as particulares (e.g., reservas particu-lares do patrimônio natural – RPPNs),bem como áreas de preservação privadasque dispõem de infra-estrutura deproteção mínima. As unidades deconservação de uso sustentável (e.g.,áreas de proteção ambiental e florestas

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nacionais), embora listadas nos textosdas IBAs, foram desconsideradas naanálise porque a grande maioria delascarece de um plano de manejo que definadiretrizes de uso sustentável e zonas-núcleo para a proteção ambiental. Emconseqüência, presentemente não hágarantia de que os hábitats naturaisdentro dessas unidades de conservaçãoserão mantidos em um estado compatívelcom a preservação a longo prazo dasaves. Informações sobre a localização ea área das unidades de conservaçãoforam retiradas do Atlas de conservaçãoda natureza brasileira (2004), de publica-ções específicas disponíveis para algunsestados (e.g., Rondônia e Amazonas) e,principalmente, da internet (www.ibama.gov.br, www.socioambiental.org, websitesoficiais de secretarias estaduais de meioambiente e autarquias, cartas digitaisdisponíveis no website do Ministério doMeio Ambiente).

Informações sobre ameaçasInformações qualitativas sobre as prin-cipais ameaças (reais e potenciais) àsáreas e às espécies mais importantesforam compiladas da literatura ou defontes confiáveis na internet. Muitasinformações também foram fornecidas

por um grande número de ornitólogos quecolaboraram com o programa. Essasinformações são apresentadas na seção“Ameaças” dos textos das IBAs.

Um considerável esforço foi despendidona obtenção de informações atualizadassobre ameaças. Contudo, a disponibilidadede informações sobre os impactos(natureza, extensão e importância relativa)que afetam as áreas variou grandementeentre as IBAs propostas, e a informaçãoapresentada para algumas áreas podeestar incompleta e/ou desatualizada. Poressa razão, a falta de informação parauma determinada IBA não deve sertomada como indício de que a área nãosofre ameaças.

As informações reunidas foram classifi-cadas de forma padronizada parasimplificar sua análise e facilitar futurascomparações de dados. As classes deameaça definidas para os propósitosdesta publicação (listadas no Quadro 1)cobrem todos os tipos relatados para asIBAs dos estados considerados e refletem,em grande parte, o conteúdo do módulo deIBAs do World Bird Dat abase, utilizadopela aliança Birdlife International em todoo mundo.

Quadro 1. Classificação das ameaças que incidem sobre as IBAs nos estados consideradosno presente inventário¹

Nome abreviado AmeaçaPerda/degradação do hábitat Extração de madeira (corte seletivo, lenha, carvão),

desmatamento, queimadas, expansão agropecuária,construção de barragens etc.

Caça/captura Caça predatória (de subsistência ou para finscomerciais); captura de fauna silvestre para o comércioilegal ou manutenção em cativeiro

Perturbação humana indireta Tráfego veicular (causando perturbação eatropelamentos da fauna), recreação/turismo,exploração não-sustentável de produtos vegetais

Espécies invasoras Plantas/animais introduzidosPoluição (água, terra, ar) Contaminação por agrotóxicos e outros insumos

agrícolas e/ou industriais1 Adaptado de BirdLife International (2000).

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TaxonomiaA taxonomia utilizada nesta publicaçãoseguiu a adotada pela BirdLifeInternational (http://www.birdlife.org/datazone/species/taxonomy.html), tendosido incorporadas atualizações implemen-tadas por essa fonte até o final de 2007.O tratamento taxonômico utilizado emParker et al. (1996) serviu de base paraas espécies endêmicas de “biomas” ouregiões zoogeográficas (categoria A3),enquanto para as espécies de distribuiçãorestrita (categoria A2) seguiu-seStattersfield et al. (1998). Em ambos oscasos, foram feitas algumas inclusõespara complementar as listagens originais,que foram previamente discutidas edecididas em conjunto com oscoordenadores responsáveis pelaidentificação de IBAs em outros paísesda América do Sul, visando à uniformi-zação das listas para fins de aplicação doscritérios.

Espécies de distribuição restritaApenas duas espécies constituemadições em relação a Stattersfield et al.(1998). A área remanescente de man-guezais ao longo da distribuiçãoconhecida de Buteogallus aequinoctialis,um gavião estritamente associado a esseecossistema (Sick 1997), foi estimada emmenos de 50 mil km². Dessa forma, aespécie atende os critérios para inclusãonessa categoria. Adicionalmente,Schistocichla saturata, desmembrada deS. leucostigma, foi acrescentada à EBA064 (Tepuis), acatando-se a propostaelaborada por Braun et al. (2005).

Listas de espécies endêmicasLevando-se em conta desmembramentostaxonômicos, descrições de novas espéciese estudos recentes sobre endemismo, asespécies relacionadas a seguir comple-

mentam as listas de endemismosapresentadas por Parker et al. (1996) paraas regiões zoogeográficas da Amazônia:Amazônia Norte e Tepuis – Capito niger(distribuição geográfica redefinida porHaffer 1997; Armenta et al. 2005);Notharchus macrorhynchus (distribuiçãogeográfica redefinida por Rasmussen &Collar 2002; Alvarenga et al. 2002; vejaInfonatura, 2007 e South AmericanClassification Committee – www.museum.lsu.edu/~Remsen/SACCprop125.html);Schistocichla saturata (desmembrada de S.leucostigma; Braun et al. 2005); AmazôniaSul – Gypopsitta aurantiocephala (novaespécie, Gaban-Lima et al. 2002; descritaoriginalmente no gênero Pionopsitta,transferida para Gypopsitta por Ribas et al.2005); Capito brunneipectus (desmem-brada de C. niger ; Haffer 1997, Short &Horne 2001 e 2002, Armenta et al. 2005);Pteroglossus mariae (veja BirdLifeInternational 2007)1; Thamnophilusstictocephalus (desmem-brada de T.punctatus; Isler et al. 1997); T. divisorius(nova espécie, Whitney et al. 2004);Hylexetastes uniformis (veja proposta deRidgely & Tudor 1994); H. brigidai (novaespécie, Silva et. al. 1995).

Para o Cerrado, foram consideradasanálises mais recentes sobre a avifaunaendêmica do bioma. Fundamentalmente,acrescentaram-se à lista de Parker et al.(1996) três espécies tratadas comoendêmicas do Cerrado por Silva & Bates(2002): Phyllomyias reiseri , Suiririislerorum e Saltator atricollis. Além disso,outras duas espécies, Cercomacraferdinandi e Paroaria baeri, tratadas comoendêmicas da Amazônia Sul por Parkerat al. (1996), são aqui consideradasendêmicas do Cerrado, também deacordo com Silva & Bates (2002). Comessas alterações, buscou-se criar uma

1 Essa espécie não foi considerada válida de acordo com a nova listagem da BirdLife International em2008. Veja a Nota 09 do CBRO (www.cbro.org.br/cbro/decis.htm#nota%209) para informaçõestaxonômicas a respeito.

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lista de trabalho que refletisse melhor oconhecimento atual sobre a avifaunaendêmica do bioma, sem acumularmuitas divergências em relação à listaempregada para a identificação de IBAsnos estados do domínio da Mata Atlântica(Bencke et al. 2006), na qual foi seguidaestritamente a lista de Parker et al.(1996).

A inclusão dessas espécies pouco ounada altera os resultados do inventário deIBAs nos estados do domínio da MataAtlântica. A distribuição conhecida de C.ferdinandi, P. baeri (ambas as espéciestípicas da drenagem do Rio Araguaia) eS. islerorum não adentram os estadosenfocados em Bencke et al. (2006),enquanto P. reiseri ocorre apenasmarginalmente no sul do Piauí e noroesteda Bahia, onde extensas IBAs foramidentificadas (Estação Ecológica deUruçuí-Una e Nascentes do RioParnaíba). Apenas S. atricollis possui umagrande área de distribuição nos estadosdo domínio da Mata Atlântica, estando,porém, bem representada no quadro deIBAs identificadas.

Outra espécie aqui considerada endêmicado Cerrado é Celeus obrieni, tratada porParker at al. (1996) como um endemismoda Caatinga. Essa alteração tem por baseas novas informações obtidas desde arecente redescoberta da espécie, em2006, que indicam uma vinculação aambientes do Cerrado (Prado 2006,Santos & Vasconcelos 2007, Pinheiro &Dornas, no prelo).

A taxonomia recomendada pelo ComitêBrasileiro de Registros Ornitológicos(CBRO) não foi seguida porque o uso detal proposta poderia comprometer acomparabilidade com os resultados daidentificação de IBAs em outros paísesda América do Sul, especialmente no casode IBAs transfronteiriças. Já existe um

diretório publicado sobre as IBAs nospaíses dos Andes tropicais (Bolívia,Equador, Peru, Colômbia e Venezuela)(BirdLife International & ConservationInternational, 2005) e inventários estãoem andamento para eleger as áreasimportantes na Guiana, Suriname eGuiana Francesa. Todos esses paísesfazem divisa com o Brasil (com exceçãodo Equador) e vêm adotando a taxonomiautilizada pela BirdLife International emseus inventários nacionais.

Aplicação dos critériosA identificação de IBAs nos estados daAmazônia Legal, Goiás, Mato Grosso doSul e no Distrito Federal seguiu os critériosglobais unificados desenvolvidos pelaBirdLife International ao longo dos últimosvinte anos (Tabela 1). A aplicação doscritérios não apresentou dificuldades, masem alguns casos ajustes se mostraramnecessários (descritos a seguir).

Categoria A1. Espécies globalmenteameaçadasA presente análise baseia-se exclusi-vamente na lista mundial de espéciesameaçadas (BirdLife International 2007),de acordo com o procedimento padrãopara a identificação de IBAs. Portanto, alista oficial das espécies da faunabrasileira ameaçadas de extinção(Instrução Normativa 3, de 27 de maio de2003, do Ministério do Meio Ambiente)não foi levada em consideração para aaplicação dos critérios. É importanteressaltar que essa lista coincide emgrande parte com a lista mundial da IUCN/BirdLife International. Contudo, há algu-mas diferenças importantes, tais como ainclusão de subespécies na lista nacionalque não são tratadas na lista mundial. A listadas espécies que são alvo de atençãoconservacionista global registradas nosestados analisados, juntamente com suascategorias de ameaça, é apresentada noApêndice 2.

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Tabela 1. Critérios para a Identificação das Áreas Importantes para a Conservação das AvesCategoria

A1 Espéciesglobalmenteameaçadas deextinção

A2 Espécies deDistribuiçãoRestrita

A3 EspéciesRestritas aoBioma

A4 Espéciescongregantes

Critério

Área que regularmente abriga número significativode espécies globalmente ameaçadas, ou outrasespécies de interesse global de conservação

Área conhecida por abrigar espécies de distribuiçãorestrita, isto é, aquelas cujas distribuições dereprodução definem as Áreas de Aves Endêmicas(EBAs) ou Áreas Secundárias1 (Secondary Area –SA)

Área onde se tem o conhecimento ou se estima queabrigue um grupo de espécies cujas distribuiçõessão larga ou completamente confinadas a um biomaespecífico

(i) Área onde se tem o conhecimento ou se estimaque abrigue, em uma base regular, ≥1% de umapopulação biogeográfica de espécies aquáticascongregantes

ou

(ii) Área onde se tem o conhecimento ou se estimaque abrigue, em uma base regular, ≥1% dapopulação global de espécies congregantes de avesmarinhas ou terrestres

ou

(iii) Área onde se tem o conhecimento ou se estimaque abrigue, em uma base regular, ≥20 mil avesaquáticas ou ≥10 mil casais de aves marinhas deuma ou mais espécies.

ou

(iv) Área onde se tem o conhecimento ou se estimaque exceda os limiares definidos para espéciesmigratórias em locais de gargalo durante a migração

Observações

A área se qualifica caso se tenhaconhecimento ou se estime que elaabrigue uma população de espéciesconsideradas Criticamente Ameaçadasou Em Perigo. O tamanho daspopulações de espécies para as quaissão atribuídas classificações deVulnerável, com Dados Insuficientes ouQuase-Ameaçadas é estabelecidoregionalmente, conforme apropriado,para auxiliar na seleção das áreas

A área deve fazer parte de um gruposelecionado para assegurar que, namedida do possível, todas as espéciesde distribuição restrita de uma EBA ouSA estejam presentes em númerosignificativo em pelo menos um locale, preferivelmente, em mais de um

A área deve fazer parte de um gruposelecionado para assegurar que, namedida do possível, todas as espéciesconfinadas a um bioma sejamadequadamente representadas

Esta categoria se aplica às espéciesaquáticas definidas pela WetlandsInternational (2002). Os limiares sãogerados em alguns casos combinandopopulações migratórias dentro de umaregião biogeográfica. Para outrasespécies sobre as quais faltam dadosquantitativos, os limiares são definidosregional ou inter-regionalmente,conforme apropriado. Nesses casos, oslimiares serão estimados em 1% dapopulação biogeográfica

Esta categoria inclui aquelas espéciesde aves marinhas não definidas porWetlands International (2002). Naausência de dados quantitativos, oslimiares numéricos para cada espéciesão definidos regional ou inter-regionalmente, conforme apropriado.Nesses casos, os limiares serãoestimados em 1% da população global

Para as aves aquáticas, são aplicadosos mesmos critérios adotados nacategoria 5 da Convenção Ramsar

Os limiares numéricos são definidosregional ou inter-regionalmente,conforme apropriado

1 Áreas Secundárias são áreas que abrigam uma ou mais espécies de aves com distribuição restrita, mas que não sequalificam como uma Endemic Bird Areas (EBA), uma vez que menos do que duas espécies têm sua distribuiçãototalmente confinada a essas áreas.

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Categoria A2. Espécies de distribuiçãorestritaDefinem-se como espécies de distri-buição restrita aquelas que apresentamdistribuição geográfica global menor doque 50 mil km² e como Áreas deEndemismo de Aves (Endemic Bird Areas– EBA) as regiões onde as distribuiçõesde duas ou mais dessas espécies sesobrepõem. Foram consideradas tambémas Áreas Secundárias (Secondary Areas– indicadas nas tabelas e apêndices pelaletra “s” seguida de seu número), queabrigam uma ou mais espécies dedistribuição restrita, mas que não sequalificam como EBAs porque menos queduas espécies são totalmente confinadasa elas (Stattersfield et al. 1998).

Globalmente há 218 EBAs e 138 ÁreasSecundárias, das quais 7 EBAs e 6 ÁreasSecundárias situam-se na área deabrangência do presente diretório (Tabela2).

Para as IBAs que abrigam espécies dedistribuição restrita mas que não sequalificam sob o critério A2 pela análisede complementaridade, Bencke et al.(2006) adotaram um procedimentooperacional em que consideraram IBAsas áreas que apresentam um número deespécies de distribuição restrita igual ousuperior a 50% do número máximoregistrado para uma única área, consi-derando todas as IBAs identificadas. Essemesmo procedimento foi aplicado para os

Tabela 2. Números máximo e mínimo de espécies endêmicas e de distribuição restrita decada região zoogeográfica/EBA utilizados para identificar e classificar IBAs

Regiões Zoogeográficas/ Sigla Número de Máximo Mínimo paraEBAs/Áreas Secundárias espécies* encontrado classificar

as IBAsRegiões ZoogeográficasAmazônia Norte e Tepuis ANT 100 42 21Amazônia Sul AMS 78 37 19Cerrado CER 40 24 9**Chaco CHA 9 6 3Áreas de Endenismo de Aves (EBAs)Florestas de Galeria do Rio Branco EBA063 2 2 2Tepuis EBA064 35 18 9Florestas do Orinoco-Negro EBA065 10 5 3Baixadas do Alto Amazonas-Napo EBA066 3 3 2Florestas Inundáveis do Rio Amazonas EBA067 4 2 2Baixadas do Sudeste Peruano EBA068 9 8 4Matas Decíduas de Minas Gerais e Goiás EBA074 1 1 1

Áreas SecundáriasRio Ji-Paraná s025 1 1 1Rio Guaporé s026 1 1 1Borba s029 1 1 1Alto Rio Cururu s030 1 1 1Rio Araguaia s031 1 1 1Interior do Centro-Sul Brasileiro s032 1 1 1

* Registradas nos estados da Amazônia Legal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Fontes: Parker et al.(1996), Stattersfield et al. (1998).** Mantido o valor adotado nas análises dos estados do domínio da Mata Atlântica (Bencke et al. 2006).

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estados agora avaliados. Por exemplo,áreas com quatro ou mais espécies daEBA Baixadas do Sudeste Peruano (068)foram classificadas como IBAs sob ocritério A2 porque esses valores sãoequivalentes ou superiores a 50% do valormáximo registrado (8) entre todas as IBAsidentificadas. No caso das ÁreasSecundárias, a simples presença dasespécies que as definem foi consideradasuficiente para classificar uma área comoIBA.

Categoria A3. Espécies endêmicas deregiões zoogeográficasOs biomas considerados para a aplicaçãodos critérios dessa categoria correspon-dem às regiões zoogeográficas definidasem Stotz et al. (1996) (Figura 2), conformeadotado pelo programa de IBAs daBirdLife International nas Américas. Aaplicação do critério A3 também seguiuos ajustes propostos por Bencke et al.(2006) para a identificação das IBAs nosestados do domínio da Mata Atlântica,empregando-se um procedimento opera-cional similar ao descrito para a aplicaçãodo critério A2. Ou seja, áreas onde onúmero de endemismos é igual ou su-perior a 50% do valor máximo encontradoentre todas as IBAs propostas foramconsideradas IBAs. Também foi mantidaa divisão da região zoogeográfica Centroda América do Sul (sensu Stotz et al.1996) em três regiões distintas: Caatin-ga, Cerrado e Chaco2.

Mais alguns ajustes a esse critério foramnecessários para se analisarem as IBAsdos estados tratados no presente inventário.

CerradoComo frisado anteriormente, as IBAs daporção do Cerrado abrangida pelosestados do domínio da Mata Atlânticaforam identificadas em Bencke et al.

(2006). Entre as IBAs do Cerradoidentificadas nessa região, o maiornúmero de endemismos encontrado emuma mesma área foi de 18 espécies. Ouseja, qualquer outra IBA com 9 ou maisespécies endêmicas foi consideradaelegível também pelo critério A3.Entretanto, no novo diretório, o ParqueNacional das Emas (IBA GO/MS01), emGoiás/Mato Grosso do Sul, apresentou 24espécies endêmicas, o que elevaria alinha de corte para 12 espécies. Dessaforma, tomou-se uma decisão conser-vadora e mantiveram-se as 9 espéciesendêmicas como um mínimo paraclassificar IBAs no Cerrado, de modo agarantir a aplicação de um mesmo critérioem todo o bioma.

ChacoO Pantanal, definido como um bioma noBrasil (IBGE 2004), é tratado por Stotz etal. (1996) como parte da sub-regiãozoogeográfica do Chaco. Portanto, foramconsideradas as espécies indicadascomo endêmicas do Chaco para avaliaras IBAs dessa região do País.

AmazôniaSegundo Stotz et al. (1996), a Amazôniabrasileira está inserida em três regiõeszoogeográficas: Amazônia Sul (AMS),Amazônia Norte (AMN) e Tepuis (TEP).Como as espécies endêmicas aos Tepuiscoincidem em grande parte com aquelasque definem a EBA Tepuis (064), foi houveconsenso entre os coordenadoresnacionais dos programas de identificaçãode IBAs nos países da América do Sulque essa região zoogeográfica seriaincorporada à Amazônia Norte (AMN),passando a se chamar Amazônia Norte eTepuis, sob a sigla ANT.

Os números máximo e mínimo deespécies de distribuição restrita e de

2 Bencke et al. (2006) apresentam os argumentos que justificam essa separação.

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Figura 2. Regiões zoogeográficas da América do Sul continental, adaptado de Stotz et al.(1996). A região zoogeográfica Centro da América do Sul está dividida nas sub-regiões Cer-rado e Chaco; Tepuis foi unida à Amazônia Norte e renomeada como Amazônia Norte eTepuis. A região de abrangência do presente diretório é mostrada em azul: ANT – AmazôniaNorte e Tepuis, AMS – Amazônia Sul, CER – Cerrado, CHA – Chaco.

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Conservation of Birds in the Atlantic ForestRegion of Brazil

espécies endêmicas de biomas nas IBAspropostas são indicados na Tabela 2. Umalista de todas as espécies de distribuiçãorestrita (critério A2) e endêmicas debiomas (critério A3) que ocorrem nos 11estados avaliados e no Distrito Federal éapresentada no Apêndice 3.

Categoria A4. Espécies congregantesWetlands International (2006) serviucomo fonte primária para a compilaçãodos limiares numéricos (correspondentesa 1% das populações biogeográficas)para as aves aquáticas. Informaçõessobre outras espécies congregantes (e.g.,aves marinhas coloniais, andorinhõesetc.) foram obtidas por consulta àliteratura.

Análise de complementaridadeHá numerosas espécies ameaçadas,endêmicas e de distribuição restrita nosestados da Amazônia Legal, Goiás, MatoGrosso do Sul e no Distrito Federal, e ograu de sobreposição entre as áreas deocorrência dessas espécies variaenormemente. Portanto, é necessáriauma rede de áreas para assegurar aadequada representação de todas asespécies. Embora os critérios deidentificação de IBAs sejam construídosde forma a evitar a seleção de áreas tão-somente pela presença de uma oualgumas poucas espécies de interesseque se distribuem por amplas regiões e,portanto, ocorrem em várias IBAs identi-ficadas, em alguns casos é necessárioselecionar áreas adicionais paraassegurar a presença de espécies que,de outra forma, estariam sub-represen-tadas3. Desse modo, uma análise decomplementaridade foi realizada paraconferir maior robustez ao processo deseleção de IBAs.

3 Por exemplo, espécies que requerem hábitats particulares que dependem de áreas críticas onde poucasou nenhuma outra espécie ameaçada/endêmica está presente (e.g., Synallaxis kollari).4 Estas metas conservadoras foram previamente estabelecidas por Bencke et al. (2006).

Para os efeitos dessa análise, definiu-seque cada espécie globalmente ameaçadaou quase ameaçada deveria estarrepresentada em, no mínimo, três IBAs,e cada espécie de distribuição restrita ouendêmica de bioma em pelo menos umaIBA4. A análise foi conduzida selecionan-do-se inicialmente as IBAs com maiornúmero de espécies ameaçadas, dedistribuição restrita ou endêmicas (umgrupo em cada vez). A seguir, as listas deespécies dessas IBAs foram comparadascom a de outras áreas para identificar(pelo critério apropriado) aquelas quecontêm o maior número de espécies deinteresse não representadas no conjuntoinicial de IBAs. Esse procedimento foirepetido até que cada espécie estivesseadequadamente representada no sistemade IBAs proposto.

Localização, limites e área das IBAsOs mapas contendo os limites e alocalização das IBAs identificadas nosestados da Amazônia Legal, Goiás, MatoGrosso do Sul e Distrito Federal sãoapresentados junto aos textos referentes acada área. Os mapas foram elaboradoscom o programa ArcGis 9.2 (EnvironmentalSystems Research Institute, Inc.).

Os estados enfocados no presenteinventário apresentam áreas aindaextensamente preservadas, como é ocaso da floresta amazônica, o que tornamais complexa a tarefa de definir oslimites de uma IBA. Em virtude dacontinuidade do ambiente, muitas vezesfoi necessário recorrer a diversos critériosobjetivos para estabelecer os limites dasáreas. Para tanto, consideraram-secritérios biológicos (fitofisionomias, hábitate capacidade de dispersão das espécies-alvo etc.) e não-biológicos (limites

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políticos, l imites de unidades deconservação e áreas indígenas, uso eocupação do solo, malha rodoviária,topografia e hidrografia). Entretanto, emalgumas situações foi necessáriodesenhar linhas secas para fechar umpolígono, pela falta de referênciasgeográficas adequadas. Muitas vezes,essa decisão pragmática reflete umacarência de informações sobre abiodiversidade e o ambiente da área. Nosmapas apresentados, esses limitesarbitrários são assinalados com uma linhatracejada.

A delimitação de cada IBA também levouem consideração a viabilidade de seimplementarem iniciativas práticas deconservação, o que inclui uma avaliaçãodo contexto social e ambiental das áreascomo parte do processo de identificaçãodas IBAs. Por exemplo, nos casos em quea junção de duas ou mais áreas vizinhasem uma mesma IBA poderia resultar emuma complexa combinação de conflitos/cenários ambientais de natureza muitodistinta, o que poderia dificultar odesenvolvimento e a implementação deplanos de conservação, essas áreasforam consideradas separadamente.

A superfície de cada IBA foi calculadacom o uso do programa ArcGis 9.2, comexce-ção das IBAs cujos l imitescorrespondem àqueles de unidades deconservação. Os polígonos dasunidades de conservação foram obtidosprincipalmente por meio de cartasdigitais (arquivos shapefile) dispo-níveisno website do Ministério do MeioAmbiente (Portal Brasi leiro sobreBiodiversidade – http://www.mma.gov.br/index.php?ido= conteudo.monta&idEstrutura=72& idMenu=3813), e asuperfície de cada uma delas foi obtidadiretamente das fontes consultadas(e.g., www.ibama.gov.br; www.socioambiental.org).

Para efeito das análises e da apresen-tação dos dados, cada IBA interestadualfoi atribuída ao estado que contém amaior parte de sua área. Por exemplo, aIBA Ji-Paraná/Roosevelt (MT/RO/AM01)é tratada sob o Estado do Mato Grosso,pois cerca de 60% de sua área localiza-se nesse estado.

Denominação das IBAsPara cada IBA escolheu-se a designaçãoo mais informativa e familiar possível.Quando a área correspondia totalmenteou sobrepunha-se em grande parte a umaunidade de conservação, deu-se pre-ferência ao nome completo dessa áreaprotegida. Para grandes áreas homo-gêneas apenas parcialmente cobertas porunidades de conservação (ainda queextensas), ou protegida por váriasunidades de conservação diferentes,adotou-se um nome descritivo relacio-nado a alguma característica fitofisio-nômica, topográfica, geológica ougeomorfológica da região (e.g., MatasCiliares do Rio do Coco e Afluentes,Várzeas do Médio Rio Amazonas,Arquipélago de Anavilhanas, Maciço doUrucum e Adjacências).

Nível de conhecimento sobre aavifaunaTanto a disponibilidade quanto aqualidade dos inventários ornitológicospodem limitar consideravelmente arobustez do processo de avaliação dasáreas candidatas pelos critérios deidentificação de IBAs. Assim, o nível deconhecimento sobre a avifauna de cadaárea é indicado por meio de umaclassificação subjetiva, com as seguintescategorias:– Representativo: uma lista de espécies

razoavelmente completa ou completaestá disponível para consulta;

– Preliminar: somente uma listapreliminar de espécies está disponívelpara consulta;

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5 Fontes históricas são aqui definidas como aquelas publicadas há 20 anos ou mais e foram consideradassomente se o hábitat (e, portanto, provavelmente também a lista de espécies) permaneceu essencialmenteinalterado desde a divulgação da informação. Um esforço foi realizado junto a ornitólogos querecentemente realizaram ou estão realizando pesquisas nas IBAs identificadas, para a obtenção deregistros atualizados das espécies-alvo.6 Vinte e seis ornitólogos, representando o Distrito Federal e quase todos os 11 estados sob análise,participaram dos workshops, assegurando que a lista preliminar de IBAs fosse o mais completa possívele, ao mesmo tempo, refletisse um aporte eqüitativo de informações de todos os estados.

– Não disponível: não há listas deespécies disponíveis para consulta, maspode haver citações de algumasespécies em particular na literatura.

Listas de espécies de distribuição restritae endêmicas de biomas foram compiladaspara todas as IBAs que dispõem de pelomenos um inventário ornitológico pre-liminar e recente. Em adição, para tornara análise de complementaridade maisconsistente, registros isolados de fontesconfiáveis também foram considerados,inclusive para as IBAs que não dispõemde inventários ornitológicos. Em regra,desconsideraram-se as fontes históricas5,uma vez que não fornecem informaçõesatualizadas sobre a ocorrência e asituação das espécies nas IBAs.

Seleção final das IBAsApós a elaboração do documento-base,finalizado em setembro de 2007, doisworkshops de discussão com a comu-nidade ornitológica foram realizados (em

Brasília, em outubro, e em Manaus, emnovembro de 2007). Essas reuniõescontaram com a presença de ornitólogosque atuam nos estados enfocados etiveram o objetivo de revisar as informa-ções compiladas da literatura e incorporarinformações inéditas que até então nãohaviam sido consideradas, bem comorecolher sugestões de novas IBAs6. Osworkshops resultaram em uma lista finalde IBAs candidatas, acompanhada deinformações úteis sobre configuração,situação das espécies e ameaças paramuitas áreas. Na medida do possível, in-formações recebidas após os workshopstambém foram analisadas e incorporadasao resultado final do inventário. Destaca-se aqui a grande contribuição que osworkshops trouxeram ao processo deidentificação de IBAs nos estados daAmazônia Legal, já que os dadosinéditos cedidos pelos participantes deambos os eventos foram responsáveispela identificação de 14 IBAs nessaregião.

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This chapter presents a description of themethodology employed to identifyImportant Bird Areas (IBAs) in the regionof the Amazon Rainforest (BrazilianAmazonia), the Federal District, and in thestates of Goiás and Mato Grosso do Sul,as well as the modifications to themethodology that were found to berequired to handle specific problemsaddressed during such identification.

Establishment of coverage (areaencompassed)

The first part of the inventory of IBAs in Brazil(Bencke et al., 2006) focused on the statesthat are totally or partially within the territorialdominion of the Atlantic Forest (as definedin Federal Decree No. 750/93), whichessentially extends along 15 of Brazil’sstates: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe,Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio deJaneiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina,and Rio Grande do Sul. At the time, twoother states which are also considered tobe a part of the Atlantic Forest, namely Goiásand Mato Grosso do Sul, were notconsidered because only a minor part oftheir territory possesses Atlantic Forest andthose states show greater biological andgeographical affinities with other Brazilianbiomes. Thus, the first inventoryencompassed all the area of the AtlanticForest, Caatinga and Brazilian Pampa

biomes and part of the Cerrado biome.This account presents the IBAs identifiedin those states which were not assessedin the first inventory. Besides Goiás andMato Grosso do Sul, this inventory alsoconsidered the Federal District and thestates that comprise the region known asthe Brazilian Amazonia (Amazônia Legalbrasileira) as defined in Law 4.771/65,namely: Acre, Pará, Amazonas, Roraima,Rondônia, Amapá, Mato Grosso,Tocantins and Maranhão (Figure 1).

Methods and sources

The methodology employed hereinessentially followed the procedure foridentifying IBAs described in the specificliterature (Grimmett & Jones 1989,Fishpool et al. 1998, Heath & Evans 2000,Wege 2001) and as agreed at the BirdLifeInternational World Bird Databaseworkshop held in Venezuela in May 2007.Modifications in the methodology adoptedby Bencke et al. (2006) for identificationof IBAs in the states within the territorialdominion of the Atlantic Forest weremaintained and are described below.

Sources of information on species andsitesPrior collection and analysis of informationfrom sources available to the public atlarge was undertaken as an essential stepin the process of identifying IBAs for this

Methodological Approach

Andre C. De Luca*, Glayson A. Bencke** &Pedro F. Develey***

* BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. e-mail:[email protected].** Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul – Museu de Ciências Naturais. Rua Dr. Salvador França1427, Jardim Botânico, CEP: 90690-000 – Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail: [email protected].*** BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. e-mail:[email protected].

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region. The resulting account containinga preliminary listing of IBAs served as thefoundation for discussions duringworkshops with the ornithologicalcommunity. The main sources used inelaborating the foundation documentwere:– Wege & Long (1995) – Key Areas for

Threatened Birds in the Neotropics;– Website of BirdLife International (up-to-

date data banks on endangeredspecies);

– Recent published literature, includingabstracts from scientific meetings/congresses; and

– Unpublished reports.

In comparison with the states within theAtlantic Forest territorial dominion, thereis a much smaller volume of publishedornithological information on the areacovered by the present inventory. For

example, there are few listings of speciespublished in scientific journals, mostnotably as regards localities situated inAmazonia. Consequently, the previouslyunreleased data provided by severalornithologists who collaborated with theprogram were of proportionally greaterimportance for the identification of theIBAs than in last year’s inventory.

Information on protection status of IBAsIn order to evaluate the level of protectionof the proposed IBAs, only data on federaland state protected areas – conservationunits – (e.g. National Parks, BiologicalReserves) and private nature preserves(e.g. Natural Heritage Private Reserves –RPPNs), as well as private conservationareas that possess a minimum of protectioninfrastructure. Protected areas (conservationunits) designated for sustainable use (e.g.Environmental Protection Areas, National

Figure 1. Area covered by the present account (directory). The Brazilian Biomes are high-lighted according to data from the IBGE (2004).

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Forests), though listed in the IBA accounts,were not considered in the analysis becausethe majority lack management plansdefining core areas for protection andsustainable-use guidelines. Consequently,there is presently no guarantee that naturalhabitats within these protected areas will bemaintained in a state compatible with thelong-term conservation of birds. Informationon the location and characteristics of eachconservation unit (protected area) weregathered from the Atlas de conservação danatureza Brasileira (2004) - Brazilian natureconservation Atlas (2004) -, from specificpublications available for certain states (e.g.Rondônia and Amazonas) and, especially,from the internet (www.ibama.gov.br,www.socioambiental.org, official websites ofstate-level environmental secretariats andindependent governmentally-constitutedagencies, and digital charts available at thewebsite of the Brazilian Ministry of theEnvironment).

Information on threatsQualitative information on the main threats(actual and potential) to IBA sites and keyspecies was collected directly from theliterature or from reliable sources in theinternet. Much information was also

obtained through the contribution of alarge number of ornithologists who havecollaborated with the programme. Thisinformation is presented under the“Ameaças” (Threats) section of the IBAaccounts.

Much effort was expended in obtaining up-to-date information on threats. However,the availability of information on threatsimpacting on the sites (their nature, extentand relative importance) varied greatlyamong the proposed IBAs, and theinformation presented on some IBAs islikely to be incomplete and/or out-of-date.Therefore, a lack of information on aparticular IBA should not be taken to implythat the site faces no threats.

The collective information on threats wascategorized in a standard manner tosimplify its analysis and to facilitate anysubsequent comparison of data. Theclasses of threat defined for the purposesof this publication (listed in Box 1) coverall the types reported for IBAs in the statesaddressed herein and reflect, to a greatextent, the content of the IBA module ofthe World Bird Dat abase, as used by theBirdLife International Partnership worldwide.

Box 1. Classification of threats faced by IBAs in the states considered under the presentinventory ¹

Abbreviated name ThreatLoss/degradation of habitat Extraction of wood (logging, firewood, charcoal),

deforestation/clearing, fire-setting (slash-and-burn),expansion of cropping and cattle ranching, constructionof dams, etc.

Hunting/trapping Predatory hunting (for subsistence or for commercialgain); capture of woodland fauna for illegal sale orholding in captivity.

Indirect human disturbance Vehicle traffic (causing disturbance and running over offauna), recreation/tourism, unsustainable exploration ofplant products

Alien invasive species Introduced plants/animalsPollution (water, soil, air) Contamination by agrochemicals and other agricultural

and/or industrial inputs1 Adapted from BirdLife International (2000).

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TaxonomyThe taxonomy utilized in this publicationfollows the nomenclature adopted byBirdLife International (http://www.birdlife.org/datazone/species/taxonomy.html),which includes any updates made by thesource throughout year 2007. Thetaxonomic arrangement proposed byParker et al. (1996) was adopted as thebasis for “biome” endemic orzoogeographic region species (categoryA3), while restricted-range species(category A2) followed what waspresented by Stattersfield et al. (1998). Inboth cases, a few additional species wereadded as complementary to the originallistings, which were previously discussedand settled in agreement with thecoordinators responsible for theidentification of the IBAs in other SouthAmerican countries to assure uniformityamong the lists for the purpose of applyingthe criteria.

Restricted-range speciesOnly two species constitute actualadditions to what was established byStattersfield et al. (1998). The remainingarea of mangroves along the knowndistribution of Buteogallus aequinoctialis,a hawk which is closely associated withthis ecosystem (Sick 1997), wasestimated to be less than 50 thousandsquare kilometers (50,000 km²). Thus, thespecies fulfills the criteria for inclusion inthis category. Additionally, Schistocichlasaturata, distinguished and segregatedfrom S. leucostigma, was added to EBA064 (Tepuis), conceding to the propositionelaborated by Braun et al. (2005).

Listings of endemic speciesConsidering taxonomic segregations,descriptions of new species and recentstudies on endemism, the species listed

below complement the listings ofendemisms presented by Parker et al.(1996) for the zoogeographic regions inAmazonia. Northern Amazonia and Tepuis– Capito niger (geographic distributionredefined by Haffer 1997; Armenta et al.2005); Notharchus macrorhynchus(geographic distribution redefined byRasmussen & Collar 2002; Alvarenga etal. 2002; see Infonatura, 2007 and SouthAmerican Classification Committee –www.museum. l su .edu /~Remsen /SACCprop125.html); Schistocichlasaturata (segregated from S. leucostigma;Braun et al. 2005); South Amazonia –Gypopsitta aurantiocephala (new species,Gaban-Lima et al. 2002; describedoriginally under the genus Pionopsitta,transferred to Gypopsitta by Ribas et al.2005); Capito brunneipectus (segregatedfrom C. niger; Haffer 1997, Short & Horne2001, 2002, Armenta et al. 2005);Pteroglossus mariae (see BirdLifeInternational 2007)1; Thamnophilusstictocephalus (segregated from T.punctatus; Isler et al. 1997); T. divisorius(new species, Whitney et al., 2004);Hylexetastes uniformis (see proposition byRidgely & Tudor, 1994); H. brigidai (newspecies, Silva et. al., 1995).

As applies to the Cerrado, more recentanalyses on the endemic avifauna in thebiome were considered. Fundamentally,the listing established by Parker et al.(1996) received the addition of threespecies that are treated as endemic to theCerrado by Silva & Bates (2002):Phyllomyias reiseri, Suiriri islerorum andSaltator atricollis . In addition, two otherspecies, Cercomacra ferdinandi andParoaria baeri , which are treated asendemic to South Amazonia by Parker atal. (1996), are considered herein asendemic to the Cerrado, also according

1 This species was not considered valid according to the new listing by BirdLife International in 2008. SeeNote 09 of the CBRO (www.cbro.org.br/cbro/decis.htm#nota%209) for respective taxonomical informationto this effect.

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to Silva & Bates (2002). These changeswere made in an effort to create a list fromwhich to work that might better reflect thecurrent level of knowledge on the endemicavifauna of the biome without diverting toomuch from the list used in the identificationof the IBAs in the states within theterritorial dominion of the Atlantic Forest(Bencke et al. 2006); for which purposethe list established by Parker et al. (1996)had been strictly observed.

The inclusion of these species does littleor nothing to alter the results of theinventory of IBAs in those states within theterritorial dominion of the Atlantic Forest.The known distribution of C. ferdinandi,P. baeri (both of the preceding species aretypical of the catchment area or drainagebasin of the Araguaia River) and S.islerorum does not extend into the statesaddressed in Bencke et al. (2006), whileP. reiseri occurs just marginally in thesouth of Piauí and northwest of Bahiawhere extensive IBAs were identified (i.e“Estação Ecológica de Uruçuí-Una” and“Nascentes do Rio Parnaíba”). Only S.atricollis is distributed over a large area inthe states of Atlantic Forest territorialdominion but it is, nevertheless, wellrepresented among the identified IBAs.

Another species that is consideredendemic to the Cerrado is Celeus obrieni,which is treated by Parker at al. (1996)as an endemism of the Caatinga. Thischange is based on new information thatwas obtained since the recent rediscoveryof the species in 2006, which indicates alink with the environments of the Cerrado(Prado 2006, Santos & Vasconcelos 2007,Pinheiro & Dornas, in press).

The taxonomy recommended by theBrazilian Ornithological Records Committee(CBRO) was not observed because theapplication of said proposition mightcompromise comparability with the results

from IBA identification in other SouthAmerican countries, especially as refersto transboundary IBAs. There is alreadya directory published on IBAs in tropicalAndrean countries (Bolivia, Ecuador,Peru, Colombia and Venezuela) (BirdLifeInternational & Conservation International,2005) and inventories are underway toelect important areas in Guiana, Surinameand the French Guiana. All these countrieswhich share borders with Brazil (with theexception of Ecuador) have been adoptingthe taxonomy util ized by BirdLifeInternational in their national inventories.

Application of IBA criteriaStandardised global criteria developed byBirdLife International over the last 20 years(Table 1) were used to identify IBAs in thestates within Amazonia (Brazilian Amazonregion) Goiás, Mato Grosso do Sul andthe Federal District. The application ofcriteria did not pose a challenge, but in afew cases certain adjustments had to bemade (described below).

Category A1. Globally threatened speciesThe analysis presented herein is solelybased on the global list of threatenedspecies (BirdLife International 2007),following the standard procedure for theidentification of IBAs. Therefore, theofficial Brazilian List of Threatened AnimalSpecies (Ministry of EnvironmentNormative Ruling Number 3, dated May27, 2003) was not considered in theapplication of the criteria. It is importantto underscore that said list overlaps largelywith the worldwide IUCN/BirdLifeInternational list. However, there are someimportant differences, such as theinclusion of subspecies in the Brazilian list,which are not treated in the global list. Alist of the bird species of globalconservation concern reported within thestates addressed herein, together withtheir threat status, is presented inAppendix 2.

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Table 1. Criteria for identification of Important Bird Areas

Category

A1 Globally-threatenedspecies

A2 Assemblageof restricted-range species

A3 Assemblageof biome-restrictedspecies

A4Congregations

Criterion

The site regularly holds significant populations of aglobally threatened species, or other species ofglobal conservation concern.

The site is known to hold restricted-range specieswhose breeding distributions define Endemic BirdAreas (EBAs) or Secondary Areas1 (SA).

The site is known to hold or thought to hold a groupof species whose distributions are largely or whollyconfined to one specific biome.

(i) The site is known to hold or thought to hold, on aregular basis, ≥1% of a biogeographic population ofa congregatory waterbird species

or

(ii) The site is known to hold or thought to hold, on aregular basis, ≥1% of the global population of acongregatory seabird or terrestrial species.

or

(iii) The site is known to hold or thought to hold, on aregular basis, ≥20,000 waterbirds or ≥10,000 matedpairs of seabirds of one or more species.

or

(iv) The site is known to exceed or thought to exceedthresholds set for migratory species at bottlenecksites during their migrations.

Notes

The site qualifies if it is known orestimated to hold a population of aspecies categorised as CriticallyThreatened or Endangered. Population-size thresholds for Vulnerable, DataDeficient and Near-threatened speciesare set regionally, as appropriate, to helpin site selection

The site should belong to a group/setselected to ensure, as far as possible,that all restricted-range species of anEBA or SA are present in significantnumbers in at least one site or,preferably, more.

The site should belong to a group/setselected to ensure, as far as possible,that all species restricted to a biome areadequately represented

This category applies to waterbirdspecies as defined by WetlandsInternational (2002). Thresholds aregenerated in some instances bycombining flyway populations within abiogeographic region. For other speciesthat lack quantitative data, thresholdsare set regionally or inter-regionally, asappropriate. In such cases, thresholdswill be taken as estimates of 1% of thebiogeographic population

This category includes those seabirdspecies not covered by WetlandsInternational (2002). Where quantitativedata are lacking, numerical thresholdsfor each species are set regionally orinter-regionally, as appropriate. In suchcases, thresholds will be taken asestimates of 1% of the global population

For waterbirds, criteria are the same asadopted in Category 5 of the RamsarConvention

Numerical thresholds are set regionallyor inter-regionally, as appropriate

1 Secondary Area is an area which holds and supports one or more restricted-range bird species, but does not qualify asan EBA because fewer than two species are entirely confined to it.

Category A2. Restricted-range speciesRestricted-range species are defined asspecies that are globally distributed overa geographic area of less than 50,000square kilometers. Endemic Bird Areas(EBAs) are defined as regions where the

ranges of two or more such speciesoverlap. Also considered were theSecondary Areas (indicated on the tablesand appendixes by the letter “s” followedby their number) which hold and supportone or more restricted- range species, but

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107

do not qualify as EBAs because less thantwo species are entirely confined to thoseareas (Stattersfield et al. 1998). Globally,there are 218 EBAs and 138 SecondaryAreas, of which 7 EBAs and 6 SecondaryAreas are located within the area ofcoverage of the present directory (Table 2).

For those IBAs that hold and supportrestricted-range species but do not qualifyunder criterion A2 based on the analysis ofcomplementarity, Bencke et al. (2006)adopted an operational procedure whereIBAs were defined as ‘those areas thatdisplay a number of restricted-ranges

species equal to or greater than 50% of themaximum number registered for a singlearea, considering all the IBAs identified’. Thissame procedure was applied for the statespresently assessed. For example, areasdisplaying 4 or more species of the“Baixadas do Sudeste Peruano” EBA (068)were classified as IBAs under the A2criterion because these figures are equal toor greater than 50% of the maximum figure(8) registered among all the identified IBAs.In the case of Secondary Areas, the merepresence of defining species wasconsidered enough to qualify an area to beclassified as an IBA.

Table 2. Maximum and minimum numbers of endemic and restricted-range species for eachzoogeographic region/EBA utilized to identify and classify IBAs

Zoogeographic regions /EBAs/ Abbrev. Number of Maximum Minimum forSecondary Areas species* found classification

of IBAsZoogeographica regionsNorth Amazonia and Tepuis ANT 100 42 21South Amazonia AMS 78 37 19Cerrado CER 40 24 9**Chaco CHA 9 6 3Endemic Bird AreasRio Branco (River) Gallery Forests EBA063 2 2 2Tepuis EBA064 35 18 9Orinoco-Negro white-sand forests EBA065 10 5 3Upper Amazon-Napo lowlands EBA066 3 3 2Amazon Flooded Forests EBA067 4 2 2South east Peruvian lowlands EBA068 9 8 4Deciduous Forest of Minas Gerais and Goiás EBA074 1 1 1

Secondary AreasRio Ji-Paraná (River) s025 1 1 1Rio Guaporé (River) s026 1 1 1Borba s029 1 1 1Upper Rio Cururu (River) s030 1 1 1Rio Araguaia (River) s031 1 1 1Interior Southern Brazil s032 1 1 1

* Registered in the states of the Brazilian Amazonia (Amazon Rainforest), Goiás, Mato Grosso do Sul and FederalDistrict. Sources: Parker et al. (1996), Stattersfield et al. (1998).** Maintained the figure adopted in the analysis of states within the Atlantic Forest territorial dominion (Bencke et al.2006).

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108

Category A3. Biome-restrictedassemblageThe biomes considered for application ofthe criteria established for this categorycorrespond to the zoogeographic regionsdefined in Stotz et al. (1996) (Figure 2),as adopted by BirdLife International’s IBAprogramme in the Americas. Theapplication of criterion A3 also followed theadjustments proposed by Bencke et al(2006) for identification of IBAs in thestates within the Atlantic Forest territorialdominion, adopting an operationalprocedure similar to the provisionsestablished for the application of criterionA2. Areas where the reported number ofendemic species was equal to or greaterthan 50% of the maximum number foundamong all the proposed IBAs wereconsidered IBAs. The division of thezoogeographic region ‘Center of SouthAmerica’ (sensu Stotz et al. 1996) intothree distinct regions: Caatinga, Cerradoand Chaco2 was also maintained.

A few more adjustments to this criterionwere necessary for an analysis of the IBAsin the states treated under the presentinventory.

CerradoAs stressed earlier, the IBAs in thesegment of the Cerrado, which is coveredby the states that belong to the AtlanticForest territorial dominion, were identifiedin Bencke et al. (2006). Among the IBAsof the Cerrado that were identified in theregion, the largest number of endemicspecies found in a single area was 18species. In other words, any other IBA with9 or more endemic species was alsoconsidered to qualify under criterion A3.However, in the new directory, the “ParqueNacional das Emas” (IBA GO/MS01) inGoiás/Mato Grosso do Sul, displayed 24endemic species, which would raise the

cut-off limit to 12 species. Thus, aconservative decision was made tomaintain the number of 9 endemic speciesas the minimum for classification of IBAsin the Cerrado so as to ensure theapplication of one and the same criteriathroughout the entire biome.

ChacoThe Pantanal, defined as a biome in Brazil(IBGE 2004), is treated by Stotz et al.(1996) as part of the zoogeographic sub-region of the Chaco. Therefore, thespecies indicated as being endemic to theChaco were considered for assessmentof the IBAs in this region of the country.

AmazôniaAccording to Stotz et al. (1996), theBrazilian Amazonia is found within threezoogeographic regions: South Amazonia(AMS), North Amazonia (AMN) and Tepuis(TEP). Since the species that are endemicto the Tepuis coincide to a great extentwith those species that define the TepuisEBA (064), the national coordinators of theprogrammes for the identification of IBAsin South American countries consensuallydecided that this zoogeographic regionwould be merged with North Amazonia(AMN) and henceforth be called ‘NorthAmazonia and Tepuis’, going by theacronym of “ANT”.

The maximum and minimum numbers ofrestricted-range and endemic species inthe proposed IBAs are given in Table 2. Alist of all restricted-range (A2 criterion) andbiome-restricted (A3 criterion) speciesthat occur in the 11 assessed states andthe Federal District is given in Appendix3.

Category A4. Congregatory speciesWetlands International (2006) was usedas the primary source for compiling

2 Bencke et al. (2006) present the arguments that justify this separation.

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Figure 2. Zoogeographic regions of continental South America adapted according to Stotz etal. (1996). The zoogeographic region of ‘Center of South America’ is divided into the sub-regions of Cerrado and Chaco; Tepuis was merged with North Amazonia and renamed NorthAmazonia and Tepuis. The region covered by the present directory is displayed in blue: ANT –North Amazonia and Tepuis, AMS – South Amazonia, CER – Cerrado, CHA – Chaco.

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numerical thresholds (corresponding to1% of biogeographic populations) forwaterbird species. Information on othercongregatory species (e.g., colonialseabirds, swifts, etc.) was obtained fromthe literature.

Complementarity analysisThere are many threatened, endemic andrestricted-range species in the states ofthe Brazilian Amazonia, Goiás, MatoGrosso do Sul and the Federal District andthe extent to which the ranges of thesespecies overlap varies greatly. Therefore,a network of areas or sites is needed toensure adequate representation of allthese species. Although the criteria foridentification of IBAs are designed to avoidselecting sites solely on the basis of thepresence of one or a just few species ofinterest that are spread over large regionsand, therefore, occur at several otheridentified IBAs, it is sometimes necessaryto select additional sites to ensure thepresence of species that would otherwisebe under-represented3. Therefore, acomplementarity analysis was undertakento provide greater consistency in theprocess used for identification of IBAs.

For the purpose of this analysis, eachglobally-threatened species would have tobe represented at a minimum of threeIBAs and restricted-range or endemicspecies at at least one IBA4. The analysiswas undertaken by first selecting the IBAswith the largest number of threatened,restricted-range and biome-restricted(endemic) species (one group at a time)and then comparing these IBA specieslists with those of other areas to select(under the appropriate criteria) the sitescontaining the largest number ofthreatened, restricted-range, or endemic

species not represented in the first groupof IBAs. This procedure was repeated untileach species was adequately representedin the proposed IBA system.

Location, boundaries and estimation ofthe area of IBAsMaps with the boundaries and coordinatesfor each IBA identified in the states of theBrazilian Amazonia (Amazon Rainforest),Goiás, Mato Grosso do Sul and theFederal District are presented along withthe texts referring to each area. The mapswere elaborated with the use of the ArcGis9.2 (Environmental Systems ResearchInstitute, Inc.) program.

The states considered in the presentinventory display areas that are stillextensively preserved, as is the case ofthe Amazon Rainforest, which makesdefining the boundaries of an IBA morecomplex. Due to the continuous extensionof the environment/habitat, it was oftennecessary to resort to several differentobjective criteria to establish theboundaries of IBA sites. To do so,biological criteria (plant physiognomy,habitat and capacity of dispersal of targetspecies, etc.) and non-biological criteria(political boundaries, limits of conservationunits and indigenously occupied areas,soil use and occupation, network of roads,topography and hydrography) wereconsidered. However, in a few situations itwas necessary to sketch in connectingboundary lines to close a polygon due tothe lack of adequate geographicalreferences. Very often, a pragmatic decisionof this kind reflects the lack of informationon biodiversity and the environment of thearea. On the maps presented, thesearbitrarily established limits are indicated bythe use of a broken line.

3 For example, species that required particular habitats which depend on critical areas where few or noother threatened/endemic species occur (e. g., Synallaxis kollari).4 These conservative goals were previously established by Bencke et al. (2006).

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111

The delineation of each IBA also took intoaccount the feasibility of implementingpractical conservation initiatives, whichincludes an evaluation of the social andenvironmental context of those areas aspart of the process for identification ofIBAs. For example, in cases wheregrouping of two or more neighbouringareas into one IBA might result in acomplex combination of very distinctenvironmental conflicts/scenarios thatwould hinder the development andimplementation of conservation plans forthe area, these sites were treatedseparately.

The surface area of each proposed IBAwas estimated using the ArcGis 9.2software program, with the exception ofIBAs whose boundaries correspond tothose that determine conservation units.The polygons which correspond toconservation units were obtained mainlyfrom digital charts (shapefile format files)available in the website of the BrazilianMinistry of the Environment (BrazilianPortal on Biodiversity – http://www.mma.gov.b r / i ndex .php? ido=con teudo .monta&idEstrutura=72&idMenu=3813)and the surface area of each conservationunit was obtained directly from theconsulted sources: (e.g., www.ibama.gov.br; www.socioambiental.org).

For the purpose of analyses andpresentation of data, each interstate(transboundary) IBA was assigned to thestate that possesses the outstanding partof that IBA’s area. For example, the Ji-Paraná/Roosevelt IBA (MT/RO/AM01) istreated as belonging to the state of MatoGrosso since around 60% of its area lieswithin that state.

Selection of IBA namesThe designations of IBAs were chosen tobe as informative and familiar as possible.When an area completely corresponded

to or largely overlapped a protected area,the IBA preferentially took the full nameof the protected area. For largehomogeneous areas only partially coveredby protected areas (even extensive ones),or including many different protectedareas, a descriptive name related to sometopographic, geological, orgeomorphological feature of the regionwas used instead (e.g., Matas Ciliares doRio do Coco e Afluentes, Várzeas doMédio Rio Amazonas, Arquipélago deAnavilhanas, Maciço do Urucum eAdjacências).

Level of knowledge on the avifaunaShortcomings in availability or quality ofornithological inventories can considerablylimit the consistency of the process usedin evaluating target areas via theapplication of criteria for identification ofIBAs. Therefore, the extent of informationon the avifauna at each IBA was assessedsubjectively according to the followingcategories:– Representative: a complete or

reasonably complete list of speciesavailable;

– Preliminary: only a preliminary list ofspecies available;

– Not available: no lists of speciesavailable, but there may be citations ofa few specific species in the literature.

Lists of endemic and restricted-rangespecies were compiled for all those IBAsthat had at least a preliminary andrecently updated inventory. In addition,in order to make the complementarityanalyses more consistent, isolatedrecords collected from reliable sourceswere also taken into account, includingfor those IBAs for which bird inventorylists were not available. As a rule,historical sources were disregarded5

since they did not provide up-to-dateinformation on species’ occurrence andstatus in the IBAs.

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112

Final Selection of Important Bird AreasAfter the elaboration of a foundationdocument, concluded in September 2007,two workshops for discussions were heldwith the ornithological community (one inBrasilia in October, and another in Manausin November 2007). The meetings wereattended by ornithologists who work in thetarget states and focused on reviewing theinformation compiled from the literatureand incorporating new and unpublishedinformation that had not been consideredpreviously, as well as collecting suggestionsfor new IBAs6. The workshops resulted in a

final list of candidate IBAs, along withuseful information on configuration, statusof species and threats to many IBA sites.To the extent possible, the informationcollected following the workshops wasalso analysed and incorporated into thefinal result of the inventory. One shouldunderscore, at this point, the greatcontribution that the workshops made tothe process applied in the identification ofIBAs in the Brazilian Amazonia since thepreviously unpublished data provided byparticipants at both events was responsiblethe identification of 14 IBAs in that region.

5 Historical sources are defined herein as those sources published 20 or more years ago and wereconsidered only if the habitat (and most likely, the list of species, too) remained essentially unchangedsince the release of such information. Efforts were made to obtain up-to-date records on target speciesfrom ornithologists that had recently performed or were conducting research on the identified IBAs.6 Twenty-six ornithologists, representing the Federal District and almost all the 11 states being analyzed,participated in the workshops ensuring that the preliminary list of IBAs was as complete as possible and,at the same time, reflected an equitable input of information from all the states.

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113

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115

Introdução

Apresenta-se neste capítulo uma síntesedos principais resultados obtidos a partirda análise das Áreas Importantes para aConservação das Aves (Important BirdAreas – IBAs) identificadas nos Estadosda Amazônia Legal, Goiás, Mato Grossodo Sul e Distrito Federal.

Identificação das IBAs

Um total de 74 áreas1, dentre mais de 150avaliadas, apresentaram os requisitospara serem reconhecidas como IBAs. Agrande maioria foi identificada por meioda combinação dos critérios A1 e A3 ouA1, A2 e A3, e poucas foram aquelas queatenderam a apenas um critério (Figuras1 e 2).

Apenas 16 (21,5%) IBAs possueminventário ornitológico representativo,permitindo a plena aplicação dos critériosA2 e A3, e um total de 42 (57%) IBAspossuem apenas inventários prelimi-nares. Por fim, 16 (21,5%) IBAs são poucoconhecidas sob o ponto de vistaornitológico, visto que não há listas deespécies acessíveis (publicadas ou não)para tais áreas. Dessa forma, um maiornúmero de espécies endêmicas,

ameaçadas e/ou quase ameaçadas podeestar mais bem representado no quadrode IBAs apresentado e conhecido atéentão.

Número, Distribuição, Tamanho e Nívelde Proteção das IBAs

Número e distribuiçãoA Figura 3 representa a distribuição dasIBAs nos 11 estados e Distrito Federalconsiderados nesse diretório. Os doismaiores estados brasileiros (Amazonase Pará, respectivamente) correspondemàqueles que englobam o maior númerode IBAs identificadas. Incluindo as IBAsinterestaduais2, o Pará conta com 17áreas, seguido pelo Amazonas, com 13áreas. Da mesma maneira, a áreaoberta por IBAs é maior no Pará,seguido por Amazonas e Roraima(Tabela 1). Tanto o número de espéciesglobalmente ameaçadas quanto o dequase ameaça-das varia entre 0 e 11. AIBA GO/MS01 (Parque Nacional dasEmas) possui o maior número deespécies ameaçadas e quase amea-çadas. Na Amazônia a IBA com o maiornúmero de espécies ameaçadas foi aPA/MT01 (Cristal ino/Serra doCachimbo), com três Em Perigo e oitoquase ameaçadas.

Síntese dos Resultados

Andre C. De Luca*, Glayson A. Bencke** &Pedro F. Develey***

* BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias, 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. e-mail:[email protected].** Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul/ Museu de Ciências Naturais. Rua Dr. Salvador França,1427, Jardim Botânico, CEP: 90690-000 – Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail: [email protected].*** BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias, 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. e-mail:[email protected] Este número pode variar no futuro, uma vez que o processo de identificação de IBAs é dinâmico.Novas áreas podem ser identificadas à medida que mais informações estiverem disponíveis, ou IBAs járeconhecidas podem ser desqualificadas no caso de não mais serem viáveis para a conservação.2 IBAs compartilhadas por dois ou mais estados.

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116

Figura 1. Número de áreas que satisfazem os diferentes critérios para identificação de IBAsnos estados da Amazônia legal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Figura 2. Número de IBAs que satisfazem cada critério nos estados da Amazônia legal,Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. O número junto ao topo das barras pretasindica a quantidade de IBAs que satisfazem somente aquele critério.

25

22

9

43 3 3

2 21

0

5

10

15

20

25

30

A1

+A

3

A1

+A

2+A

3

A1

A1

+A

2

A2

+A

4

A3

A4

A2

A2+

A3

A1+

A3

+A

4

Critérios

me

rod

eIB

As

me

rod

eIB

As

2 3 4

9 7

53

33

61

0

10

20

30

40

50

60

70

A1 A2 A3 A4

Critérios

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117

Figura 3. Distribuição das IBAs nos estados da Amazônia legal, Goiás, Mato Grosso do Sul eDistrito Federal (total de 74 IBAs).

ÁreaO tamanho das IBAs variou de 740hectares (Saltos das Andorinhas e deDardanelos – MT01) até 7,3 milhões dehectares (Tabocais – AC/AM01), sendoque a maioria das IBAs (38%) identi-ficadas tem mais de 1 milhão hectares(Figura 4). Esse padrão é bem distinto doencontrado nos Estados do Domínio daMata Atlântica, onde a grande maioria dasIBAs (78%) tinha menos de 100 milhectares (Bencke et al. 2006). A presençade extensas áreas florestadas, ainda bempreservadas, confere uma oportunidadeúnica de estabelecer e implementarmegareservas na Amazônia (Peres2005), sendo que a delimitação das IBAsé uma ferramenta importante a ser usadanesse processo.

Cerca de 14% da superfície compreendi-da pelos estados considerados nasanálises, ou 9,6% do território nacional, érepresentada por IBAs (82.117.192 ha).Esse número corresponde a uma áreaequivalente aos territórios dos estados deRoraima, Rondônia e Mato Grosso do Suljuntos.

Distribuição por biomaOs seis biomas definidos pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística(IBGE 2004), mais as Zonas Costeira eMarinha, estão representados no quadrode IBAs proposto. Tanto a Mata Atlânticaquanto a Caatinga foram consideradasquase que integralmente na primeira partedo processo de identificação de IBAs(Bencke 2006) e, portanto, estão margi-

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118

Tabela 1. Número e área das IBAs identificadas em cada um dos Estados consideradosnas análises

Estado Número de IBAs Área total (ha)Acre 2 1.380.819Amapá 3 2.145.692Amazonas 7 12.882.541Distrito Federal 3 61.394Goiás 2 1.071.871Maranhão 2 2.325.991Mato Grosso 10 4.141.162Mato Grosso do Sul 5 1.245.623Pará 10 19.070.551Rondônia 3 2.535.893Roraima 4 7.084.604Tocantins 9 3.311.687IBAs interestaduais*Acre/Amazonas 1 7.351.066Amapá/Pará 1 3.882.120Amazonas/Pará 1 2.875.752Amazonas/Rondônia 2 3.175.649Goiás/Mato Grosso do Sul 1 133.064Maranhão/Pará 2 2.527.826Maranhão/Piauí/Ceará 1 217.139Mato Grosso/Rondônia/Amazonas 1 1.112.493Pará/Amazonas 1 1.161.379Pará/Mato Grosso 1 1.123.562Tocantins/Bahia 1 1.187.017Tocantins/Maranhão/Pará 1 112.297

TOTAL 74 82.117.192* IBAs compartilhadas por dois ou mais estados.

nalmente represen-tadas nos estados eIBAs aqui considerados (Figura 5). Comoera de se esperar, a maioria das IBAs sãorepresentativas da Amazônia ou incluemecossistemas associados a esse bioma(Figura 5). A cobertura da Amazônia foicompleta em escala nacional, mas aindahá outras que deverão ser identificadas

em países vizinhos3. Menos da metadedo Cerrado foi contemplado no processode reconhecimento de IBAs no Brasil,iniciado por Bencke et al. (2006), e seucomplemento foi analisado no atualdiretório. Por fim, toda a extensão doPantanal foi coberta na presenteanálise.

3 O inventário das IBAs amazônicas nos países representativos dos Andes Tropicais (Bolívia, Peru,Equador, Colômbia e Venezuela) já foi publicado (BirdLife International & Conservation International2005) e recentemente iniciou-se o processo de identificação de IBAs no Suriname, Guiana e GuianaFrancesa.

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119

Figura 4. Distribuição por tamanho das IBAs continentais dos estados da Amazônia legal,Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Figura 5. Biomas brasileiros representados no sistema de IBAs proposto. A soma dos valoresdas barras é maior do que 74 porque algumas IBAs incluem mais de um bioma. AMZ –Amazônia, CER – Cerrado, PAN – Pantanal, C/M – Zonas Costeira e Marinha, CAA – Caatinga,ATL – Mata Atlântica.

mero

de

IBA

s

0

5

10

15

20

25

30

0 a 9.999 10.000 a

99.999

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1.000.000 ou

mais

Classe de tamanho (ha)

me

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46

43

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40

45

50

AMZ CER PAN C/M CAA ATL

Biomas

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120

Nível de proteçãoUma pequena proporção (16%) das IBAsidentificadas está totalmente protegidapelo atual sistema de unidades deconservação ou por áreas de preservaçãoprivadas, o que corresponde a cerca de11% da superfície total coberta por IBAsnos 11 Estados mais o Distrito Federal.Proteção parcial é encontrada em 41%das áreas. Ainda assim, áreas protegidasvêm perdendo sua biodiversidade aolongo dos anos em função da perda dehábitat, caça predatória e outros fatoresde origem antrópica. São exemplos asreservas biológicas Nascentes da Serrado Cachimbo e do Gurupi (veja adianteas descrições das IBAs que envolvemessas unidades de conservação). Orestante das áreas (43% – ou cerca de32% da superfície total de IBAs) carecede proteção integral. A solução para a faltade proteção em muitas IBAs, portanto,não está somente na criação de novasunidades de conservação, mas tambémem tornar mais efetivas as áreas prote-gidas já existentes e em encorajar o usosustentável dos recursos naturais nasáreas de entorno.

Cobertura das Espécies Ameaçadas

Esta seção apresenta os resultados daanálise de complementaridade.

Número de espéciesNo Brasil ocorrem 114 espécies de avesglobalmente ameaçadas de extinção (nãoconsiderando espécies marinhas que nãose reproduzem em território nacional) e95 espécies quase ameaçadas (BirdLifeInternational 2007). Destas, 30 espéciesameaçadas são registradas para osestados da Amazônia legal, Goiás, MatoGrosso do Sul e Distrito Federal(considerando Sporophila melanop s,provavelmente extinta na região), o quecorresponde a 26% do total de espéciesglobalmente ameaçadas do País. O

número de espécies quase ameaçadasnessa região é um pouco maior, com 37espécies (ou 39% do total nacional), aocontrário do que ocorre nos Estado deDomínio da Mata Atlântica onde a grandemaioria das aves globalmente amea-çadas e quase ameaçadas do Paísencontra-se (ver Bencke et al. 2006).

Representatividade das espéciesameaçadas e endêmicas nas IBAsEm média, cada espécie globalmenteameaçada está presente em 4,5 IBAs, ecada espécie quase ameaçada em 6,3IBAs (embora faltem inventários ornitoló-gicos completos para muitas áreas e,portanto, estes números estejam sujeitosa alterações).

A raridade de algumas espécies, assimcomo o pequeno número de inventáriosornitológicos completos, fez que não sealcançasse a meta de se ter cada espécieameaçada ou quase ameaçada (critérioA1) representada em pelo menos trêsIBAs e cada espécie de distribuiçãorestrita ou endêmica de região zoogeo-gráfica (critérios A2 e A3) representadaem pelo menos uma IBA (Tabela 2). Entreas espécies globalmente ameaçadas,uma (Sporophila melanops) não possuiregistros conhecidos desde sua desco-berta em 1823 e provavelmente estáextinta (BirdLife international 2007). Outraespécie ameaçada (Herpsilochmuspectoralis), apesar de sua ausência naregião analisada, já foi identificada emseis IBAs nos Estados do Domínio daMata Atlântica (Bencke et al. 2006). Omesmo é válido para a quase ameaçadaSporophila melanogaster, encontrada emnove IBAs pelos mesmos autores. JáPseudocolopteryx dinelliana , tambémquase ameaçada, registrada uma únicavez em uma reserva privada binacional(Refúgio Biológico Maracaju, entre oParaguai e Brasil, mais precisamente nadivisa com o Mato Grosso do Sul), tem

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121

Tabela 2. Espécies globalmente ameaçadas ou quase ameaçadas não representadas ousub-representadas (i. e. , presentes em menos de três áreas) nas IBAs dos Estadosconsiderados nas análisesNome científico Nome em português Categoria Número Justificativa*

de ameaça de IBAsCrax globulosa Mutum-de-fava VU 1 3Mergus octosetaceus Pato-mergulhão CR 2 1Laterallus xenopterus Sanã-de-cara-ruiva VU 2 3Columbina cyanopisCER Rolinha-do-planalto CR 1 3Eleothreptus candicansCER Bacurau-de-rabo-branco EN 1 3Lepidothrix vilasboasiAMS Dançador-de-coroa-dourada VU 1 3Clytoctantes atrogularis AMS Choca-de-garganta-preta CR 2 3Herpsilochmus pectoralisCAA Chorozinho-de-papo-preto VU 0 4, 5Synallaxis kollariANT João-de-barba-grisalha VU 2 1Xiphocolaptes falcirostris CAA Arapaçu-do-nordeste VU 1 5Sporophila melanops Papa-capim-do-bananal CR (PE) 0 6Sporophila nigrorufaCER Caboclinho-do-sertão VU 2 2, 4Ortalis superciliaris Aracuã-de-sobrancelhas NT 1 1Tryngites subruficollis Maçarico-acanelado NT 1 2Nannopsittaca dachilleaeAMS Periquito-da-amazônia NT 2 3Neomorphus squamigerAMS Jacu-estalo-escamoso NT 2 3Eleothreptus anomalus Curiango-do-banhado NT 1 4Picumnus fuscusCER Pica-pau-anão-fusco NT 1 3Pseudocolopteryx dinellianaCHA Tricolino-pardo NT 0 2Myrmoborus melanurusAMS Formigueiro-de-rabo-preto NT 1 3Scytalopus novacapitalisCER Tapaculo-de-brasília NT 2 1Formicarius rufifronsAMS Pinto-do-mato-de-fronte-ruiva NT 2 3Grallaria eludensAMS Tovacuçu-xodó NT 1 3Sporophila melanogasterATL Caboclinho-de-barriga-preta NT 0 2, 4Conothraupis speculigera Tiê-preto-e-branco NT 1 2

AMS – Endêmico da Amazônia Sul; ANT – Endêmico da Amazônia Norte e Tepuis; ATL – Endêmico da Mata Atlântica;CAA – Endêmico da Caatinga; CER – Endêmico do Cerrado; CHA – Endêmico do Chaco; * 1 – Hábitat naturalmenterestrito ou atualmente muito reduzido; 2 – Não há populações reprodutoras (conhecidas) na região; algumas espéciespodem ser apenas vagantes; 3 – Não conhecido de outras áreas (na região ou globalmente); 4 – A maior parte dapopulação global da espécie ocorre fora da região; 5 – Sem registros recentes na região; pode estar regionalmenteextinto; 6 – Provavelmente extinto, pelo menos na natureza.

no Brasil uma pequena faixa marginal dedistribuição e não existem registros dareprodução da espécie em territórionacional (Bornschein 2000; BirdLifeInternational 2007).

Espécies nacionalmente ameaçadasO sistema de IBAs proposto tambémcobre a quase totalidade das espécies esubespécies consideradas ameaçadas deextinção em escala nacional (InstruçãoNormativa 03/2003 do Ministério do MeioAmbiente; ver Machado et al. 2005). Um

total de 37 taxons nacionalmenteameaçados ocorrem nos estados daAmazônia legal, Goiás, Mato Grosso doSul e Distrito Federal. Desconsiderandoos taxons extintos e as aves marinhas quenão se reproduzem em território nacional,apenas três (8%) não estão represen-tados nas IBAs identificadas: 1 – Pyrrhuralepida coerulescens é conhecida apenasdo exemplar-tipo (“Miritiba”, atualHumberto de Campos, Maranhão) (Pinto1978); 2 – Dendrocincla fuliginosa trumaiocorre na região do alto curso do Rio

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122

em 24% das áreas. Espécies vegetaisinvasoras (e. g. , Brachiaria spp.) foramidentificadas como ameaças em nove IBAs,a grande maioria em áreas de Cerrado. Porfim, a poluição é representada em quasesua totalidade por despejos de agrotóxicosque contaminam, principalmente, cursos deágua dentro de uma IBA. Entre outrosproble-mas que ameaçam indiretamente asaves, a questão fundiária não resolvida dealgumas unidades de conservação deproteção integral foi identificada em 13 IBAs.A falta de infraestrutura mínima e proteçãoineficiente nas unidades de conservaçãotambém são relatadas nas fontes consul-tadas para a compilação de informaçõessobre ameaças. Como as informaçõespara muitas áreas provavelmente estãoincompletas, é de se esperar que osnúmeros aqui apresentados sejam maiselevados.

Xingu (Marantz et al. 2003), onde não foiidentificada nenhuma IBA; Crax fasciolatapinima tem o status atual desconhecido,apesar de escassos registros confirma-dos na Região da Reserva Biológica doGurupi e terras indígenas adjacentes nofinal dos anos 90 (Clay & Oren 2006).

Ameaças às IBAs

Uma síntese das principais ameaças queafetam as 74 IBAs identificadas éapresentada na Figura 6. A perda/degra-dação do hábitat é a ameaça que mais afetaas IBAs, atingindo pratica-mente 88% delas.A perturbação direta às aves vem emseguida e atinge 45% das IBAs, representa-da pela caça e captura ilegal de animaissilvestres. Perturbação humana indireta(por exemplo, o tráfego intenso de veículosno Parque Estadual do Jalapão) foi relatada

Figura 6. Ameaças que afetam as IBAs nos estados da Amazônia legal, Goiás, Mato Grossodo Sul e Distrito Federal.

0 10 20 30 40 50 60 70

Número de IBAs

Perda/degradação do hábitat

Caça/captura

Perturbação humana indireta

Espéciesinvasoras

Poluição:água,

ar, terra

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123

Bibliografia

Bencke, G. A., G. N. Maurício, P. F. Develey & J. M. Goerck (2006) Áreas importantes para aconservação das aves no Brasil. Parte I – Est ados do Domínio da Mat a Atlântica. SãoPaulo: SAVE Brasil.

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Bornschein, M. R. (2000) É igualmente brasileiro o registro de Pseudocolopteryx dinellianus(Passeriformes: Tyrannidae) para o Refúgio Biológico de Maracaju, uma reserva binacional(Paraguai-Brasil). Nattereria, 1: 23-24.

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Machado, A. B. M., C. S. Martins & G. M. Drummond (eds.) (2005) Lista da fauna brasileiraameaçada de extinção, incluindo as listas das espécies quase ameaçadas e deficientesem dados. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas.

Marantz, C. A., A. Aleixo, L. R. Bevier & M. A. Patten (2003) Family Dendrocolaptidae(Woodcreepers). In: J. Del Hoyo, A. Elliot & D. A. Christie (eds.) Handbook of the birds ofthe world. Barcelona: Lynx Edicions. Vol. 8 – Broadbills to Tapaculos.

Peres, C. A. (2005). Why we need mega-reserves in Amazonian forests. Conservation Biology19: 728-733.

Pinto, O. M. O. (1978) Novo catálogo das aves do Brasil. Primeira Parte. São Paulo: Empr.Graf. da Revista dos Tribunais.

Se quisermos que as IBAs nos estados daAmazônia legal, Goiás, Mato Grosso do Sule Distrito Federal mantenham sua integri-dade e importância para as aves ameaça-

das e endêmicas, assim como para a biodi-versidade que abrigam, ações de manejoe/ou proteção precisam ser incrementadasem muitas das áreas identificadas.

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124

Introduction

This chapter presents a brief summary ofthe main results of the analysis of theImportant Bird Areas (IBAs) identified forthe states within the Brazilian Amazonia(Amazon Rainforest), Goiás, Mato Grossodo Sul and the Federal District.

Identification of IBAs

A total of 74 areas1 among the 150analysed met the requirements for IBAstatus. The great majority of these wereidentified as IBAs based on a combinationof the A1 and A3; or A1, A2, and A3 criteriaand few of these areas met one criterionalone (Figures 1 and 2).

Only 16 IBAs (21.5%) possess representativeornithological inventories allowing fullapplication of criteria A2 and A3, and atotal of 42 IBAs (57%) have no more thanpreliminary inventories. Lastly, another 16IBAs (21.5%) are still poorly known froman ornithological point of view since theseareas do not possess accessible specieslists (whether published or unpublished).Consequently, a greater number ofendemic species, threatened and/or near

threatened, may be better represented inthe listing of IBAs presented and knownuntil then.

Number, Distribution, Size andProtection Status of IBAs

Number and distributionFigure 3 indicates the distribution of IBAsin the 11 states and the Federal Districtwhich were considered in this directory.Among these, the two largest Brazilianstates (Amazonas, the larger of the two;and Pará) possess the largest number ofIBAs identified. Including transboundaryIBAs2, the state of Pará has 17 areasfollowed by Amazonas with 13 areas.Likewise, the surface area occupied byIBAs is larger in Pará, followed byAmazonas and Roraima (Table 1). Thenumber of both globally-threatened andnear-threatened species varies from 0 to11. The GO/MS01 IBA (Parque Nacionaldas Emas) displays the largest numberof threatened and near-threatenedspecies. In the Amazonia, the IBA with thelargest number of threatened species wasPA/MT01 (Cristalino/Serra do Cachimbo),with three threatened and eight near-threatened.

Overview of Results

Andre C. De Luca*, Glayson A. Bencke** &Pedro F. Develey***

* BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias, 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. e-mail:[email protected].** Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul/ Museu de Ciências Naturais. Rua Dr. Salvador França,1427, Jardim Botânico, CEP: 90690-000 – Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail: [email protected].*** BirdLife/SAVE Brasil – R. Fernão Dias, 219 cj. 2, CEP: 05427-010 – São Paulo, SP, Brasil. e-mail:[email protected] This figure may vary in the future since the process for identification of IBAs is dynamic. New areas maybe identified as more information becomes available or areas that have already been recognized as IBAsmay be disqualified if they are no longer viable for the purpose of conservation.2 - IBAs shared by two or more states (i.e. IBAs which lie within the areas of two or more states).

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125

Figure 1. Number of areas that meet the various criteria for identification of IBAs in the statesof the Brazilian Amazonia, Goiás, Mato Grosso do Sul and the Federal District.

Figure 2. Number of IBAs that meet each criterion in the states of the Brazilian Amazonia,Goiás, Mato Grosso do Sul and the Federal District. The numeral at the top of the each blackbar indicates the number of IBAs that meet that criterion alone.

25

22

9

43 3 3

2 21

0

5

10

15

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25

30

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3

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3

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4

Criteria

Nu

mb

er

of

IBA

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Criteria

Nu

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IBA

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2 3 4

9 7

53

33

61

0

10

20

30

40

50

60

70

A1 A2 A3 A4

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126

Conservation of Birds in the Atlantic ForestRegion of Brazil

AreaThe surface areas of the IBAs rangedfrom 740 hectares (Saltos das Andorinhasand Dardanelos – MT01) to 7.3 millionhectares (Tabocais – AC/AM01) with thelargest number (among those ranges ofarea specified in Figure 4) or 38% of thetotal number of identified IBAs measuringover 1,000,000 ha (Figure 4). Thisstandard is very distinct from what we findin the states within the territorial dominionof the Atlantic Forest where theoutstanding majority of IBAs (78%) areless than 100,000 hectares (Bencke et al.2006). The presence of extensive forestedareas that are still well preserved providesa unique opportunity for the establishmentof ‘megareserves’ in the Amazonia (Peres,

2005), with the mapping of IBAsconstituting an important tool in carryingout this process.

Some 14% of the total surface area of thestates that were analysed, or 9.6% ofBrazil’s national territory, is made up ofIBAs (82,117,192 ha). This figurecorresponds to an area equivalent to thecombined territories of the states ofRoraima, Rondônia and Mato Grosso doSul.

Distribution according to biomeThe six biomes as defined by the BrazilianInstitute of Geography and Statistics(IBGE 2004), plus coastal and marinezone ecosystems are represented in the

Figure 3. Distribution of IBAs in te states of the Brazilian Amazonia, Goiás, Mato Grosso doSul and the Federal District (a total of 74 IBAs).

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127

Table 1. Number and area of the IBAs identified in each of the states analysed.

State Number of IBAs Total Area (ha)

3 The inventory of Amazonian IBAs in countries representing the tropical Andes (Bolivia, Peru, Ecuador,Colombia and Venezuela) has already been published (BirdLife International & Conservation Interna-tional 2005) and the process for identification of IBAs in Suriname, Guiana and the French Guiana wasinitiated recently.

proposed IBA system. Both the AtlanticForest and the Caatinga were almostentirely analysed in the first part of theprocess for identification of IBAs (Bencke2006) and, therefore, are marginallyrepresented in those states and IBAsanalysed herein (Figure 5). As one wouldexpect, most IBAs are representative of

the Amazonia or include the ecosystemsassociated with that biome (Figure 5).Coverage of the Amazonia was completeon a national scale, but there are still otherIBAs that must be identified inneighbouring countries3. Less than half ofthe area of the Cerrado had beenaddressed in the process for identification

Acre 2 1.380.819Amapá 3 2.145.692Amazonas 7 12.882.541Distrito Federal 3 61.394Goiás 2 1.071.871Maranhão 2 2.325.991Mato Grosso 10 4.141.162Mato Grosso do Sul 5 1.245.623Pará 10 19.070.551Rondônia 3 2.535.893Roraima 4 7.084.604Tocantins 9 3.311.687Transboundary IBAs*Acre/Amazonas 1 7.351.066Amapá/Pará 1 3.882.120Amazonas/Pará 1 2.875.752Amazonas/Rondônia 2 3.175.649Goiás/Mato Grosso do Sul 1 133.064Maranhão/Pará 2 2.527.826Maranhão/Piauí/Ceará 1 217.139Mato Grosso/Rondônia/Amazonas 1 1.112.493Pará/Amazonas 1 1.161.379Pará/Mato Grosso 1 1.123.562Tocantins/Bahia 1 1.187.017Tocantins/Maranhão/Pará 1 112.297

TOTAL 74 82.117.192* IBAs which lie within the areas of two or more states.

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Figure 4. Distribution of continental IBAs according to size in the states of the BrazilianAmazonia, Goiás, Mato Grosso do Sul and the Federal District.

Figure 5. Brazilian biomes represented in the proposed system of IBAs. The sum of the numberof IBAs as expressed in the bars above exceeds 74 because certain IBAs include more thanone biome. AMZ – Amazonia, CER – Cerrado, PAN – Pantanal, C/M – Costal and MarineZones, CAA – Caatinga, ATL – Atlantic Forest.

Nu

mb

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of

IBA

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0

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15

20

25

30

0 to 9,999 10,000 to

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999,999

1,000,000 or

more

Range of Size (ha)

Nu

mb

er

of

IBA

s

46

43

86

4

1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

AMZ CER PAN C/M CAA ATL

Biomes

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129

of IBAs in Brazil which was initiated byBencke et al. (2006), and its complementaryarea was analysed in the present directory.Lastly, the entire expanse of the Pantanalwas covered by the present analysis.

Protection statusA small proportion of the IBAs identified(16%) are totally protected within theexisting protected-areas (conservationunits) network or as private preserves.This corresponds to around 11% of thetotal surface area covered by IBAs in the11 states plus the Federal District. Partialprotection is found in 41% of the areas. Inspite of this, protected areas have beensuffering a loss of biodiversity over theyears from loss of habitat, predatoryhunting/over-hunting, and otheranthropogenic factors. Examples of thisare the biological preserves ‘Nascentesda Serra do Cachimbo’ and ‘Gurupi’ (seebelow the descriptions of IBAs that pertainto these conservation units). Theremaining areas (43% – or around 32%of the total surface area of IBAs) lack fullprotection. The solution to the lack ofprotection of many IBAs resides not onlyin creating new protected areas, but alsoin managing existing areas moreeffectively and encouraging thesustainable use of natural resources in theareas surrounding IBAs.

Coverage of Threatened Species

This section presents the results of thecomplementarity analysis.

Number of speciesIn Brazil, there are 114 globally threatenedbird species (excluding marine speciesthat do not breed within the country’sterritory), and another 95 species that areconsidered near threatened (BirdLifeInternational 2007). Of these, 30threatened bird species have beenrecorded for the states of the Brazilian

Amazonia, Goiás, Mato Grosso do Suland the Federal District (consideringSporophila melanops, which is probablyextinct in the region). That correspondsto 26% of the total number of globally-threatened species in the country. Thenumber of near-threatened species in thisregion is a little larger, with 37 species (or39% of the nation’s total), contrary to whathappens in the states within the territorialdominion of the Atlantic Forest where onewill find the outstanding majority of thecountry’s globally-threatened and near-threatened birds (see Bencke et al. 2006).

Representativeness of threatened andendemic species in the IBAsOn the average, each globally-threatenedspecies is present in 4.5 IBAs and eachnear-threatened species is found in 6.3IBAs (although there is a lack of completeornithological inventories for many areasand, therefore, these numbers are subjectto changes).

The rarity of certain species, as well as thesmall number of complete ornithologicalinventories, has jeopardized theachievement of the goal to have eachthreatened or near-threatened species(criterion A1) represented in at least threeIBAs, and each restricted-range speciesor species endemic to a particularzoogeographic region (criateria A2 andA3) represented in at least one IBA (Table2). Among the species that are globallythreatened, one in particular – Sporophilamelanops – does not have any knownrecord of occurrence since its discoveryin 1823, and is probably extinct (BirdLifeinternational 2007). Another threatenedspecies – Herpsilochmus pectoralis –despite its absence in the region analysed,has already been found in six IBAs instates within the territorial dominion of theAtlantic Forest (Bencke et al. 2006). Thesame is also true of the near-threatenedSporophila melanogaster , which was

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Table 2. Globally-threatened or near-threatened species that are either not represented orunder-represented (i. e., present in fewer than three areas) in IBAs for the states consideredin the analyses.Scientific name English name Category Number Justification*

of IBAsCrax globulosa Mutum-de-fava VU 1 3Mergus octosetaceus Pato-mergulhão CR 2 1Laterallus xenopterus Sanã-de-cara-ruiva VU 2 3Columbina cyanopisCER Rolinha-do-planalto CR 1 3Eleothreptus candicansCER Bacurau-de-rabo-branco EN 1 3Lepidothrix vilasboasiAMS Dançador-de-coroa-dourada VU 1 3Clytoctantes atrogularis AMS Choca-de-garganta-preta CR 2 3Herpsilochmus pectoralisCAA Chorozinho-de-papo-preto VU 0 4, 5Synallaxis kollariANT João-de-barba-grisalha VU 2 1Xiphocolaptes falcirostris CAA Arapaçu-do-nordeste VU 1 5Sporophila melanops Papa-capim-do-bananal CR (PE) 0 6Sporophila nigrorufaCER Caboclinho-do-sertão VU 2 2, 4Ortalis superciliaris Aracuã-de-sobrancelhas NT 1 1Tryngites subruficollis Maçarico-acanelado NT 1 2Nannopsittaca dachilleaeAMS Periquito-da-amazônia NT 2 3Neomorphus squamigerAMS Jacu-estalo-escamoso NT 2 3Eleothreptus anomalus Curiango-do-banhado NT 1 4Picumnus fuscusCER Pica-pau-anão-fusco NT 1 3Pseudocolopteryx dinellianaCHA Tricolino-pardo NT 0 2Myrmoborus melanurusAMS Formigueiro-de-rabo-preto NT 1 3Scytalopus novacapitalisCER Tapaculo-de-brasília NT 2 1Formicarius rufifronsAMS Pinto-do-mato-de-fronte-ruiva NT 2 3Grallaria eludensAMS Tovacuçu-xodó NT 1 3Sporophila melanogasterATL Caboclinho-de-barriga-preta NT 0 2, 4Conothraupis speculigera Tiê-preto-e-branco NT 1 2

AMS – Endemic to South Amazonia; ANT – Endemic to North Amazonia and Tepuis; ATL – Endemic to the Atlantic Forest;CAA – Endemic to the Caatinga; CER – Endemic to the Cerrado; CHA – Endemic to the Chaco; *1 – Habitat naturallyrestricted or presently very reduced/minimal; 2 – There are no (known) reproducing populations in the region; somespecies may only be roaming; 3 – Not known from other areas (in the region or globally); 4 – Most of the global populationof the species occurs outside the region; 5 – Without recent reports of sightings in the region; may be regionally extinct;6 – Likely extinct, at least in nature.

found in nine IBAs by the same authors.Pseudocolopteryx dinelliana , however,also a near-threatened species which wasreported just once in a private bi-nationalpreserve (namely, Refúgio BiológicoMaracaju, between Paraguay and Brazil;more precisely on the border between thatcountry and Mato Grosso do Sul), isdistributed in Brazil along a small marginalstrip and there are no reports of itsreproduction in the country (Bornschein2000; BirdLife International 2007).

Nationally threatened speciesThe proposed system of IBAs also coverspractically all the species and subspeciesconsidered endangered on a nationalscale (Statute: Instrução Normativa 03/2003 of the Ministry of the Environment;see Machado et al. 2005). A total of 37nationally threatened taxons occur in thestates of the Brazilian Amazonia, Goiás,Mato Grosso do Sul and the Federal District.Disregarding extinct taxons and seabirdsthat do not reproduce in Brazilian territory,

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Figure 6. Threats that affect IBAs in the states of the Brazilian Amazonia, Goiás, Mato Grossodo Sul and the Federal District.

0 10 20 30 40 50 60 70

Number of IBAs

Loss/deterioration of habitat

Hunting/trapping

Indirect human disturbance

Invasivespecies

Pollution:water,

air, soil

only three of the 37 taxons (8%) are notrepresented in the identified IBAs: 1 –Pyrrhura lepida coerulescens is known onlyfrom its type-specimen (“Miritiba”, currentlyHumberto de Campos, Maranhão) (Pinto1978); 2 – Dendrocincla fuliginosa trumaioccurs in the region of the upper course ofthe Xingu River (Marantz et al. 2003) whereno IBA has been identified; Crax fasciolatapinima whose present status is unknown,despite scant reports of sightings confirmedin the region of the Reserva Biológica doGurupi (Gurupi Biological Preserve) andadjacent indigenous lands in the late 1990s(Clay & Oren 2006).

Threats to IBAs

Figure 6 presents a summary of the mainthreats affecting the 74 IBAs identified.

Habitat loss/deterioration is the threat withthe greatest impact, affecting practically88% of all IBAs. The direct disturbance ofbirds through hunting and the illegaltrapping of wildlife comes next and affects45% of the IBAs. Indirect disturbance byhumans (such as intense vehicle traffic inthe Jalapão State Park) has been reportedin 24% of the areas. Invasive plant species(e.g. Brachiaria spp.) were identified asthreats in nine IBAs, most of which arelocated in areas of Cerrado. Lastly,pollution consisting almost entirely ofagrochemical discharges whichcontaminate, mainly, courses of waterwithin an IBA. Among other problems thatindirectly threaten birds, unresolvedagrarian/land tenure issues affecting ‘full-protection conservation units’ wereidentified in 13 IBAs. The lack of bare

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minimum infrastructure and ineffectivenessof protection provided by conservationunits are also reported in the sources usedto compile information on threats. Sinceinformation on many of the areas isprobably incomplete, it should beexpected that the figures reported hereinare actually greater

If the IBAs in the states of the BrazilianAmazonia, Goiás, Mato Grosso do Suland the Federal District are to retain theirvalue for threatened/endemic birdspecies and other biodiversity, actionsfor management and/or protection mustbe greatly improved and enhanced atmany of the identified sites.

Bibliography

Bencke, G. A., G. N. Maurício, P. F. Develey & J. M. Goerck (2006) Áreas importantes para aconservação das aves no Brasil. Parte I – Est ados do Domínio da Mat a Atlântica. SãoPaulo: SAVE Brasil.

BirdLife International (2007) The BirdLife checklist of the birds of the world with conservationstatus and taxonomic sources. Version 0. Available at: www.birdlife.org/datazone/species/downloads/BirdLife_Checklist_Version_0.xls

Bornschein, M. R. (2000) É igualmente brasileiro o registro de Pseudocolopteryx dinellianus(Passeriformes: Tyrannidae) para o Refúgio Biológico de Maracaju, uma reserva binacional(Paraguai-Brasil). Nattereria, 1: 23-24.

Clay, R. P & D. C. Oren (2006) Cracídeos quase ameaçados: mutum-pinima (Crax fasciolata).In: D. M. Brooks (ed.) Conservando os cracídeos: a família de aves mais ameaçada dasAméricas. Houston, Texas: Misc. Publ. Houston Mus. Nat. Sci, 6.

IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] (2004) Mapa de biomas do Brasil. Primeiraaproximação. Brasília: IBGE e Ministério do Meio Ambiente.

Machado, A. B. M., C. S. Martins & G. M. Drummond (eds.) (2005) Lista da fauna brasileiraameaçada de extinção, incluindo as listas das espécies quase ameaçadas e deficientesem dados. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas.

Marantz, C. A., A. Aleixo, L. R. Bevier & M. A. Patten (2003) Family Dendrocolaptidae(Woodcreepers). In: J. Del Hoyo, A. Elliot & D. A. Christie (eds.) Handbook of the birds ofthe world. Barcelona: Lynx Edicions. Vol. 8 – Broadbills to Tapaculos.

Peres, C. A. (2005). Why we need mega-reserves in Amazonian forests. Conservation Biology19: 728-733.

Pinto, O. M. O. (1978) Novo catálogo das aves do Brasil. Primeira Parte. São Paulo: Empr.Graf. da Revista dos Tribunais.

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Os textos sobre cada uma das ÁreasImportantes para a Conservação dasAves (IBAs) tratadas neste livro estãoseparados em seções organizadas porestado. A seqüência de apresentação dos11 estados analisados e do DistritoFederal segue uma ordem geográfica denorte para sul (de Roraima ao Mato Grossodo Sul). A seqüência de apresentação dasIBAs de cada estado, incluindo ascompartilhadas com estados vizinhos,obedece à mesma ordem geográfica.

Apresentação por estado

MapasNo início de cada seção é apresentadoum mapa com a localização e os limitesde todas as IBAs do estado, incluindoaquelas compartilhadas com estadosvizinhos (IBAs interestaduais). Um mapamenor mostra a localização do estado naárea de abrangência do inventário.

IlustraçõesJunto ao mapa apresentado na aberturade cada seção aparece a ilustração deuma ave que ocorre no estado. Asilustrações utilizadas correspondem àsutilizadas no livro Threatened birds of theworld (BirdLife International 2000), assimcomo na série Handbook of the birds ofthe world (Lynx Edicions), e foramgentilmente cedidas por Josep Del Hoyo.

Tabelas dos estadosPara cada estado são apresentadasquatro tabelas. A primeira relaciona todasas IBAs do estado e contém o código

nacional e o nome das IBAs, o bioma noqual estão inseridas e o(s) critério(s)segundo o(s) qual(is) foram definidas.As IBAs interestaduais tratadas emseções referentes a outros estadosestão relacionadas ao final da tabela.O número da página onde cada IBA édescrita consta no Apêndice 1. Osbiomas citados correspondem àquelesdefinidos para o território brasileiro peloIBGE (2004). Contudo, algumas IBAsapresentam vegetação e avifaunacaracterísticas de mais de um bioma.Nesses casos, dois ou mais biomas sãocitados para uma mesma área. Porexemplo, a IBA Campo do Alto Marmelos(AM/RO02) é considerada representativatanto da Amazônia como do Cerrado,pois, apesar de estar totalmente inseridano bioma Amazônia (sensu IBGE 2004),abriga algumas aves típicas do Cerrado,como Phaethornis nattereri, Suiriri islerorume Melanopareia torquata. Consideraram-setambém as Zonas Costeira e Marinha, nãotratadas como biomas pelo IBGE (2004).Para as IBAs que satisfazem os critériosdas categorias A2 e A31, o número da Áreade Endemismo de Aves (EBA – EndemicBird Area, sensu Stattersfield et al. 1998) eda região zoogeográfica da qual a IBA érepresentativa são indicados nas colunasA2 e A3, respectivamente. As regiõeszoogeográficas consideradas para aaplicação do critério A3 baseiam-se naproposta de Stotz et al. (1996)2 para aRegião Neotropical (com modificações) esão as seguintes: Amazônia Norte e Tepuis(ANT), Amazônia Sul (AMS), Cerrado(CER) e Chaco (CHA).

APRESENTAÇÃO DOS DADOS

1 Os critérios para identificação de IBAs são apresentados no capítulo 4.2 Veja capítulo 4 para mais informações.

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Uma segunda tabela apresenta dadosgerais sobre o estado e sobre as IBAsexistentes em seus limites. A áreaterritorial de cada estado corresponde àindicada na Resolução 5 do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), publicada em 10 de outubro de2002. O número total de IBAs leva emconta aquelas totalmente inseridas noestado, além das interestaduais3 descritasna seção. Também é informado otamanho mínimo e máximo das IBAsidentificadas para o estado, assim comoa área total e o percentual do territórioestadual ocupado pelas IBAs. Para efeitode cálculo, as IBAs interestaduais foramdesmembradas, atribuindo-se a cadaestado apenas a porção inserida em seuterritório. No caso dos Estados doMaranhão, Tocantins e Mato Grosso doSul, incluiu-se na somatória as IBAsinterestaduais identificadas na primeiraparte do inventário das IBAs do Brasil(Bencke et al. 2006). O número de espéciesameaçadas ou quase ameaçadas e o totalde espécies endêmicas presentes nasIBAs de cada estado foi obtido,respectivamente, a partir da terceira equarta tabelas, descritas a seguir.

A terceira e quarta tabelas encontram-seao final das descrições das IBAs de cadaestado. A terceira tabela apresenta asespécies que são alvo de atençãoconservacionista global (ameaçadas equase ameaçadas de extinção), a suacategoria de ameaça, a(s) IBA(s) ondeocorrem, o número de IBAs do estadoonde estão presentes (coluna a), semconsiderar as IBAs interestaduais tratadassob outros estados, e o número total deIBAs em que são encontradas (coluna b),considerando a região de abrangência dopresente inventário. Ao final dessa tabelasão apresentados os totais de espéciesameaçadas e quase ameaçadas de cada

IBA. O Apêndice 6 apresenta um quadrocom as espécies ameaçadas e quaseameaçadas comuns à Amazônia,Cerrado, Pantanal e Estados do Domínioda Mata Atlântica.

A quarta tabela apresenta as espécies dedistribuição restrita (segundo Stattersfield etal. 1998) e as espécies endêmicas dos“biomas” considerados (regiõeszoogeográficas de Stotz et al. 1996),com o número da EBA que representam(quando for o caso), as IBAs em queocorrem, o número de IBAs do estado ondeestão representadas (coluna a), semconsiderar as IBAs interestaduais tratadassob outros estados, e o número total deIBAs em que são encontradas (coluna b),considerando a região de abrangência dopresente inventário. As espécies estãolistadas separadamente por bioma. Ao finalde cada parte da tabela referente a umdeterminado bioma encontram-se os totaisde espécies endêmicas de cada IBA.

Nas tabelas 3 e 4, as espécies sãolistadas somente pelo nome científico. Osnomes em português (segundo CBRO2007) e em inglês de todas as espéciesameaçadas, de distribuição restrita ouendêmicas constam nos apêndices 2, 3e 4. Para destacar as IBAs que dispõemde inventário ornitológico representativo,o código dessas áreas aparece emnegrito nas tabelas. Os números deespécies ameaçadas e endêmicasindicados nas tabelas 3 e 4 não necessa-riamente correspondem ao número totalde espécies dessas categorias presentesno respectivo estado, uma vez queespécies adicionais podem estarpresentes em IBAs interestaduaistratadas sob outros estados, ou entãopodem não estar representadas nas IBAsidentificadas para o estado, ainda queefetivamente ocorram em seu território. Por

3 Veja o capítulo 4 para definição de IBA interestadual.

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exemplo, Clytoctantes atrogularis é listadonas tabelas 3 e 4 referentes ao Estado doMato Grosso, pois a IBA Ji-Paraná/Roosevelt onde ocorre foi tratada sob esseestado, ainda que os registros conhecidosdessa espécie para a IBA sejamprovenientes dos dois outros estados quea compõem (Rondônia e Amazonas).

Descrição das 74 IBAs identificadas

CabeçalhoVeja abaixo um exemplo das informaçõescontidas nos cabeçalhos.

DescriçãoAs descrições gerais das IBAs forneceminformações sucintas e objetivas sobrecada área, tais como localizaçãogeopolítica, características físicas, tiposde vegetação, grau de preservação edados climáticos. A disponibilidade deinformações sobre as IBAs não éuniforme. Conseqüentemente, algumasdescrições são mais completas edetalhadas do que outras. Em geral,informações sobre os tipos de vegetaçãopresentes em cada área foram extraídasdiretamente dos mapas de coberturavegetal potencial disponíveis no websitedo MMA (http://www.mma.gov.br/i n d e x . p h p ? i d o = c o n t e u d o . m o n ta&idEstrutura=72&idMenu=3813), ecomplementadas com informaçõespublicadas ou fornecidas pelospesquisadores consultados. Da mesmaforma, os dados pluviométricos foramobtidos, em sua maioria, do website daAgência Nacional de Águas (www.a n a . g o v. b r / G e s ta o R e c H i d r i c o s /InfoHidrologicas/ infohidrologicas/brasil.htm).

AvesEssa seção destaca a importânciaornitológica da área, enfatizando apresença e a situação de espéciesameaçadas de extinção, de distribuição

restrita ou endêmicas, em especialdaquelas para as quais a área éparticularmente importante. Quandodisponível, a informação sobre o númerototal de espécies de aves registradas naárea também é fornecida.

AmeaçasNessa seção é apresentada uma listagemou descrição sucinta dos principaisproblemas de conservação relatados paracada IBA e, eventualmente, para algumasdas espécies de interesse especial queocorrem na área.

ReferênciasAs referências ao final de cada textoincluem todas as fontes utilizadas paraelaborar os textos descritivos e paracompor as listas de espécies ameaçadase endêmicas da área. Númerossobrescritos ao longo dos textos direcionampara as respectivas citações ao final dadescrição de cada IBA. As referênciascompletas são apresentadas na seção“Literatura Consultada”.

IBAs sugeridas pelos colaboradoresA inclusão de algumas IBAs nesteinventário resulta da indicação deornitólogos que colaboraram com oprograma, durante e após os workshopspara revisão do documento-base (vejacapítulo 4). O nome desses ornitólogos émencionado logo após as referências.Todas as sugestões dos colaboradoresforam cuidadosamente avaliadas peloscompiladores antes de serem incorporadasao inventário, para checar se as áreassugeridas apresentavam de fato osrequisitos necessários para seremreconhecidas como IBAs.

MapasUm mapa simplificado é apresentado pa-ra cada IBA, mostrando a sua posiçãogeográfica e seus limites. Os mapastambém mostram algumas sedes

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municipais, os principais rios e a topografiada região, para servirem como referência.Veja abaixo um exemplo da informaçãocontida nos mapas4.

Tabelas das IBAsAs seguintes informações são apresen-tadas em tabelas que acompanham adescrição de cada IBA:– Lista e total de espécies globalmenteameaçadas e quase ameaçadas deextinção registradas na IBA, com asprincipais fontes que documentam e/ouindicam sua ocorrência recente na área.Breves informações sobre a situação decada espécie na área são adicionadas,quando disponíveis.– Total de espécies de distribuição restritae o número da EBA que representam,quando a IBA satisfaz os critérios dacategoria A2; no caso de a IBA qualificar-se sob este critério pela análise decomplementaridade (veja capítulo 4), onúmero da EBA aparece entre colchetes eas espécies que justificam essacategorização são listadas em seguida,também entre colchetes.

– Total de espécies endêmicas e o biomaao qual estão restritas, quando a IBAsatisfaz os critérios da categoria A3; no casode a IBA qualificar-se sob esse critério pelaanálise de complementaridade, a sigla dobioma aparece entre colchetes e asespécies que justificam essa categori-zaçãosão listadas em seguida.– Lista das unidades de conservaçãoestaduais e federais (públicas ou particu-lares) e áreas protegidas privadas que sesobrepõem à IBA, seu tipo de manejo(proteção integral ou uso sustentável) esuperfície (em hectares). Siglas foramutilizadas para abreviar os nomes quealgumas categorias de unidades deconservação: APA – Área de ProteçãoAmbiental, ARIE – Área de RelevanteInteresse Ecológico, FES – FlorestaEstadual, FERS – Floresta Estadual deRendimento Sustentado, FLONA – FlorestaNacional, FLOREX – Floresta Extrativista,MONAT – Monumento Natural, RDS –Reserva de Desenvolvimento Sustentável,RESEX – Reserva Extrativista, RPPN –Reserva Particular do Patrimônio Natural eRVS – Refúgio de Vida Silvestre.

4 Os limites georeferenciados das IBAs estarão disponíveis (em formato shapefile) no website da SAVEBrasil (www.savebrasil.org.br).

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Exemplo de cabeçalho

Nome da IBA

Critérios pelosquais a área sequalifica como IBA

Código nacional da IBA,formado pela sigla do(s)estado(s) onde a área estálocalizada e um númeroindicando a localizaçãogeográfica, de norte a sul

Coordenadasgeográficascentrais daIBA

Municípios onde a IBAestá localizada

Área aproximada daIBA. Aquelas quenão correspondemtotalmente aunidades deconservação tiveramsua superfíciecalculada com o usodo programa ArcGis9.2.

Altitude ou faixaaltitudinal, emrelação aonível do mar

Cristalino / Serra do Cachimbo PA/MT01A1, A3 9°11'41"S, 55°12'32"W

Área da IBA: 1.123.562 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Altamira, Novo Progresso (PA), Altitude: 240–800 mNovo Mundo, Alta Floresta (MT) Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Area 012

Bioma no qual a IBAestá inserida

Nível de proteção da IBA,baseado na existência deunidades de conservaçãode proteção integral eáreas protegidas privadasdotadas de infra-estruturamínima. Três categoriassão consideradas: Total,Parcial e Nenhum (vercapítulo 5)

Nível de conhecimentosobre a avifauna daIBA, baseado naexistência deinventários publicadosou disponíveis. Trêscategorias sãoconsideradas:Representativo,Preliminar e Nãodisponível

Número da(s) área(s)-chave(s) para avesameaçadas no Neotrópico(de acordo com Wege &Long 1995) e das ZonasÚmidas de ImportânciaInternacional (sítiosRAMSAR) quecorrespondem ousobrepõem-se à IBA.

Exemplo de mapa

Limite da IBA

Coordenadas dereferência

Sede municipal

Escala do mapa (km)

Escala altimétrica

Código da IBA

Malha hidrográfica

Limite estadual ouinternacional

Estado

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1 The criteria for identification of IBAs are presented in chapter 4.2 See chapter 4 for further information.

PRESENTATION OF DATA

Information on each Important Bird Area(IBA) addressed in this edition ispresented in sections organized by state.The sequence in which the elevenBrazilian states considered herein and theFederal District are presented follows anorth-south geographic orientation (fromRoraima to Mato Grosso do Sul). Thesequence of IBAs within each state,including transboundary IBAs shared withneighboring states, also follows the samenorth-south geographic order.

Information per State

MapsA map showing the location andboundaries of all the IBAs, including thosethat are shared with neighbouring states(i.e. transboundary IBAs), is presented atthe beginning of each section. An insertshows the location of the state within thearea covered by this inventory/account.

IllustrationsAlong with the map presented on the initialpage of each section, there is anillustration of a species of bird that occursin that state. Permission to use suchillustrations, which were collected from thebook Threatened Birds of the World(BirdLife International 2000) as well as theHandbook of Birds of the World (LynxEdicions), was kindly granted by Josep delHoyo.

Tables for each stateFour tables are presented for each state.The first table lists all the IBAs in that state

and contains the national code and fullname of each IBA, the biome where it islocated, and the criterion(a) used to definethese sites. The interstate (transboundary)IBAs covered in sections referring to otherstates are listed at the end of the table.The page where each IBA is described isfound in Appendix 1. The biomes citedcorrespond to those established by theIBGE in 2004 for Brazil. However, certainIBAs display flora and avifauna that aretypical of more than one biome. In suchcases, two or more biomes are cited forthe same area. For example, the Campodo Alto Marmelos IBA (AM/RO02) isconsidered to represent the region knownas Amazonia (Amazon Rainforest) as wellas the Cerrado since, even though Campodo Alto Marmelos is totally within theAmazonia biome (sensu IBGE 2004), it ishome to a few birds that typically inhabitthe Cerrado, such as Phaethornis nattereri,Suiriri islerorum and Melanopareia torquata.Also assessed are the Costal and MarineZones, which are not listed as biomes bythe IBGE (2004). For those IBAs that meetthe A2 and A31 criteria, the number of theEndemic Bird Area (EBA – sensuStattersfield et al. 1998) and biome forwhich they qualify as IBAs are indicatedin columns “A2” and “A3”, respectively.The zoogeographic regions consideredfor the application of criteria A3 basedon the proposition expounded by Stotzet al. (1996)2 for the Neotropical Region(with modifications) are: North Amazoniaand Tepuis (ANT), South Amazonia(AMS), Cerrado (CER) and Chaco(CHA).

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The second table presents general dataon the state and on the IBAs situatedwithin its boundaries. The territorial areafor each state corresponds to the areaestablished in Resolution 5 published bythe IBGE (Brazilian Institute of Geographyand Statistics) on October 10, 2002. Thetotal number of IBAs considers thoseareas which are totally within the state’sboundaries, as well as transboundaryIBAs3 described in the section. Alsoinformed therein are the minimum andmaximum areas of the IBAs identified forthe state, as well as the total area and thepercentage of that state’s territoryoccupied by the IBAs. For the sake ofcalculation, transboundary IBAs were splitup into partial areas for attribution of thedistinct portion thereof to the state to whichsuch area pertained. In the case of thestates of Maranhão, Tocantins and MatoGrosso do Sul, the transboundary IBAsidentified in the first part of the inventoryof Brazilian IBAs (Bencke et al. 2006) wereincluded in the sum total. The number ofthreatened or near-threatened speciesand the total of endemic species found inthe IBAs of each state were collected,respectively, from the third and fourthtables described below.

The third and fourth tables are presentedat the end of each section, following theIBA accounts for each state. The thirdtable lists species that are the target ofglobal conservation efforts (threatenedand near-threatened species), their threatstatus, the IBA(s) where they are found,the number of IBAs in the state whereeach species is present (column a),without considering transboundary IBAswhich are addressed under other states,and the total number of IBAs where eachspecies occurs (column b) considering theregion covered under the presentinventory. Totals of threatened and near-

threatened species are given for each IBAat the end of this table. Appendix 6provides a chart with the threatened andnear-threatened species that are commonto the Amazonia, Cerrado and Pantanalregions, and to states within the territorialdominions of the Atlantic Forest.

The fourth table lists the restricted-rangespecies (sensu Stattersfield et al. 1998)and the endemic species in the “biomes”considered (zoogeographic regionsaccording to Stotz et al. 1996), along withthe number of the EBA which theyrepresent (wherever the case), thenumber of IBAs in the state where thespecies are present (column a), withoutconsidering transboundary IBAs which areaddressed under other states, and thetotal number of IBAs where each speciesoccurs (column b), considering the regioncovered under the present inventory.Species are listed separately by biome.Totals of endemic species for each IBAare given at the end of each biome sectionof the table.

Tables 3 and 4 list the species by theirscientific names alone. Vernacular namesin Portuguese (according to the CBRO –Brazilian Ornithological Records Committee– 2007) and English for all threatened,restricted-range or endemic species aregiven in Appendices 2, 3 and 4. So as topoint out those IBAs for whichrepresentative ornithological inventoriesare available, the code of these IBAs isshown in bold typeface in these tables.The number of threatened and endemicspecies listed in tables 3 and 4 do notcorrespond necessarily to the totalnumber of these species occurring in therespective state since other species maybe represented in transboundary IBAsaddressed under other states, or theremay be no IBAs identified for a given

3 See chapter 4 for a definition of ‘transboundary IBA’ (Interstate IBA).

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species in the state, even if they actuallyoccur in the state’s territory. For example,Clytoctantes atrogularis is listed in tables3 and 4 referring to the state of MatoGrosso, since the Ji-Paraná/RooseveltIBA where it occurs was addressed underthis state, even though known recordedsightings of this species for the IBA comefrom the two other states that comprise it(Rondônia and Amazonas).

Description of the 74 identified IBAs

HeaderSee below for an example of theinformation contained in the header.

DescriptionThe general IBA accounts give brief,objective information about the sites,including location, topographical features,vegetation types, conservation status, anddata on the climate. The availability ofinformation on the IBAs is uneven.Consequently, some descriptions aremore complete and detailed than others.In general, information on vegetation typesoccurring in each area were taken directlyfrom maps of potential vegetation coveravailable at the website of Brazil’s Ministryof the Environment (http://www.mma.gov.b r / i ndex .php? ido=con teudo .monta&idEstrutura=72&idMenu=3813),and complemented with information thathas been published or provided by theresearchers who were consulted.Likewise, rainfall data was collectedlargely from the website of the NationalAgency of Water Resources http://www.ana.gov.br/gestaorechidricos/in fohidro logicas/ in fohidro logicas/brasil.htm

BirdsThis section highlights the ornithologicalimportance of the area, giving emphasisto the occurrence and status of threatened,

restricted-range, or endemic species forwhich the site is particularly important.Where known, the total number of speciesthat have been recorded at the site is alsogiven.

ThreatsThis section gives a listing or briefdescription of the main threats toconservation reported to affect each IBAand, occasionally, threats to certainspecies of key interest occurring at thesite.

ReferencesThe references section at the end of eachaccount includes all the sources used toelaborate the descriptions and compile thelists of threatened and endemic speciesfor the area. Superscript numbers in thetext refer the reader to the respectivesources of the information at the end ofthe description of each IBA. The fullcitations are given in the “Generalbibliography” section.

IBAs proposed by the collaboratorsOrnithologists who have collaborated withthe programme, during and following theworkshops for review of the foundationdocument (see chapter 4), proposed thatcertain IBAs be included in this inventory.The names of these ornithologists appearafter the references section. All siteproposals made by collaborators werecarefully evaluated by the compilersbefore incorporation into the inventory ofIBAs to ensure that the proposed sitesactually qualified and complied with thecriteria for recognition as an IBA.

MapsA simplified map showing the geographiclocation and boundaries of each IBAs isprovided. The maps also show a few citiesof jurisdiction, main rivers and thetopography of the region for the sake of

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4 The georeferenced boundaries of the IBAs are available (in shapefile format) at the website of SAVEBrasil (www.savebrasil.org.br).

reference. See below an example of theinformation supplied on the maps4.

IBA tablesThe following information is provided intables that accompany the accounts oneach IBA:– Listing and total number of globally-threatened or near-threatened speciesreported at the IBA, together with the mainsources that report and/or that indicate therecent occurrence of the species in thatarea. Brief comments on the status ofeach species are also added wheneverthis information is available.– Total number of restricted-range speciesand the EBA to which they belong, forthose IBAs qualifying under the criteriaestablished for the A2 category. If the IBAhas been found to qualify under thiscriterion by the complementarity analysis(see chapter 4), the number of the EBA isgiven in brackets followed by a listing ofthe relevant qualifying species, also givenin brackets;– Total number of endemic species and thebiome to which they are confined, for thoseIBAs qualifying under the criteria establishedfor the A3 category. If the IBA has beenfound to qualify under this criterion by thecomplementarity analysis (see chapter 4),

the initials of the biome are given in bracketsfollowed by a listing of the relevant qualifyingspecies.– Listing of protected areas – state andfederal conservation units – (bothgovernmental and private) and privateprotected areas that overlap the IBA, alongwith the type of management applied(complete protection or sustainable use) andsurface area (in hectares). Initials were usedin abbreviating the names of certaincategories of conservation units: APA – Áreade Proteção Ambiental (EnvironmentallyProtected Area), ARIE – Área de RelevanteInteresse Ecológico (Area of RelevantEcological Interest), FES – FlorestaEstadual (State Forest), FERS – FlorestaEstadual de Rendimento Sustentado(State Forest for Sustained Livelihood),FLONA – Floresta Nacional (NationalForest), FLOREX – Floresta Extrativista(Extraction Forest), MONAT – MonumentoNatural (Natural Monument), RDS –Reserva de Desenvolvimento Sustentável(Reserve for Sustainable Development),RESEX – Reserva Extrativista (Reservefor Extraction), RPPN – ReservaParticular do Patrimônio Natural (PrivateReserve of the Natural Heritage) e RVS– Refúgio de Vida Silvestre (WildlifeRefuge).

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Example of Header

Name of the IBA

Criteria under whichthe area qualifies asan IBA

Geographiccoordinates atthe center ofthe IBA

Municipalities wherethe IBA is located

Approximate area ofthe IBAs. The areasof IBAs that do notcorrespond entirelyto conservation unitswere calculated withthe help of ArcGis9.2. software.

Altitude orapproximatealtitudinal rangeabove sea level

Cristalino / Serra do Cachimbo PA/MT01A1, A3 9°11'41"S, 55°12'32"W

Área da IBA: 1.123.562 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Altamira, Novo Progresso (PA), Altitude: 240–800 mNovo Mundo, Alta Floresta (MT) Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Area 012

Biome to which theIBA belongs

Level of protection of theIBA based on the existenceof conservation units forcomplete protection andprivate protected areasequipped with a minimumof infrastructure. Threecategories are considered:Total, Partial and None(see chapter 5)

Level of knowledge onthe IBA’s avifaunabased on the existenceof published oravailable inventories.Three categories areconsidered:Representative,Preliminary and Notavailable.

Number of key area(s) forthreatened birds in theNeotropic (according toWege & Long 1995) andInternationally ImportantWetlands (RAMSAR sites)which correspond to oroverlap the IBA.

Example of a map

Boundaries of theIBA

Referencecoordinates

City of jurisdiction

Map of scale (km)

Altimetric scale

IBA code

Hydrographicnetwork

State or internationalborder

State

National code of the IBA,composed of the State(s)code plus a numberreflecting the north-southsequence of the sites

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OCEANOATLÂNTICO

OCEANOPACÍFICO

RORAIMA

Syn

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kolla

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IMA Tabela 1. Lista das IBAs no Estado de Roraima

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

RR01 Tepuis de Roraima AMZ 64 (ANT)RR02 Savanas do Rio Cotingo AMZ, CER x 63 (ANT)RR03 Lavrados de Roraima AMZ, CER x 63 (ANT)RR04 Campinas e Várzeas do Rio Branco AMZ x 63, 65, 67 ANT

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.

Tabela 2. Resumo do Estado de RoraimaÁrea do estado (ha) 22.429.898Nº de IBAs¹ 4Tamanho das IBAs (ha) Mín. 248.250

Máx. 3.859.627Área total das IBAs no estado (ha e %) ha 7.084.604

% 31,59Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica² ANT 45Nº de espécies ameaçadas³ VU 2

NT 5

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (ANT - Amazônia Norte e Tepuis).³ Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

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IMA

DescriçãoO extremo norte do Estado de Roraimacaracteriza-se pelas imponenteschapadas areníticas, conhecidas comoTepuis, que se estendem maisamplamente pelos territórios adjacentesda Venezuela e Guiana1. Tais formaçõesatingem mais de 2.500 m de altitude,sendo o Monte Roraima um dos cumesmais elevados do país, com 2.734metros2. A IBA abrange as áreas situadasacima da cota altimétrica de 900 m,englobando assim todo o Parque Nacionaldo Monte Roraima e uma pequena parteda Terra Indígena Raposa Serra do Sol.A pluviosidade anual varia de 1.300 a1.900 mm e as temperaturas médias sãoinferiores a 18ºC, em razão da altitude3.

Responsável por drenar grande parte daregião, o rio Cotingo possui várias de suasnascentes dentro da IBA. A vegetação écomposta basicamente pela florestaombrófila densa montana, onde sãofreqüentes Ocotea roraimae , Pouteriasurinamensis, Qualea schomburgkiana ,Didymopanax sp., Jacaratia sp. eManilkara sp.1. Nos cumes dasmontanhas, a cerca de 2.500 m dealtitude, predomina uma vegetaçãoherbácea, composta por diversasespécies características, como Marcetiataxifolia e Lycopodium alopecuroides3, eendêmicas, como Befaria imthurnii 4. Noplatô do Monte Roraima há espéciesexclusivas, entre as quais estão Orectantesceptrum, Drosera roraimae e Stegolepisguianensis 4. Já na faixa altitudinal emtorno dos 1.000 m, a vegetação édominada por uma melastomatácea dogênero Miconia 3.

AvesAs partes mais elevadas dos Tepuisabrigam uma avifauna peculiar, comgrande número de espécies endêmicase de distribuição restrita. Ainda queapenas uma pequena parte dessasmontanhas esteja em território brasileiro,a maioria dos endemismos está presentena IBA, conforme apontam os poucosinventários realizados até agora na região,todos recentes 5,6. Algumas espéciescaracterísticas não encontradas emoutras IBAs do país são Campylopterushyperythrus (asa-de-sabre-canela),Elaenia dayi (guaracava-dos-tepuis) –recentemente registrada no país –,

A2, A3 5°0’32"N, 60°22’38"W

Área da IBA: 248.250 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Uiramutã, Pacaraima Altitude: 900–2.734 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Preliminar

Tepuis de Roraima RR01

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Thamnophilus insignis (choca-de-roraima), Myrmothera simplex (torom-de-peito-pardo), Roraimia adusta (joão-de-roraima), Automolus roraimae(chorozinho-de-roraima), Troglodytesrufulus (corruíra-do-tepui), Myioboruscastaneocapillus (mariquita-de-cabeça-parda), Macroagelaius imthurni (iraúna-da-guiana), Atlapetes personatus (tico-tico-do-tepui), Mitrospingus oleagineus(pipira-olivácea) e Diglossa major (fura-flor-grande) 5,6,7. Apesar de não ser umendemismo dos Tepuis, Nannopsittacapanychlora (periquito-dos-tepuis) é maisuma espécie de distribuição restritapresente na área. Caracterísitico dassavanas ao pé do Monte Roraima,Polystictus pectoralis (papa-moscas-canela) foi observado também em áreasmais elevadas5.

AmeaçasNão há ameaças diretas conhecidas àIBA. O turismo no Monte Roraima só épossível a partir do território venezuelano,onde, ocasionalmente, turistas coletamalgumas plantas e outros souvenirs3. Aquestão fundiária do P. N. do MonteRoraima ainda não foi definida8 em virtudede sua sobreposição com a TerraIndígena Raposa Serra do Sol,recentemente homologada pelo governofederal.

Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. www.ibge.gov.br/home/presidencia/not ic ias/not ic ia_visual iza.php?id_not ic ia=412&id_pagina=1; 3. www.ibama.gov.br/parna/planos_de_manejo/59/html/index.htm; 4. Silva(1997); 5. Czaban (2003); 6. Borges (2007);7. Osmar Borges (verb); 8. www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=59.

A1, A2, A3 4°15’13"N, 60°19’14"W

Área da IBA: 1.499.454 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Uiramutã, Pacaraima, Normandia Altitude: 30–1.700 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Preliminar

Key Area 001

Savanas do Rio Cotingo RR02

DescriçãoEssa área corresponde basicamente aoslimites da Terra Indígena Raposa Serrado Sol, excluindo-se os territórios ao nortesituados acima da cota altitudinal de

900 m, que fazem parte da IBA Tepuis deRoraima (RR01). Compreendeprincipalmente as savanas sobre solospedregosos existentes imediatamente aosul do Parque Nacional do Monte

Espécie quase ameaçada: 1Polystictus pectoralis Czaban (2003).

Espécies endêmicas: 15 [ANT] (Nannopsittaca pa nychlora, Campylopterushyperythrus, Elaenia dayi, Thamnophilus insignis, Myrmothera simplex, Roraimiaadusta, Automolus roraimae, Myioborus castaneocapillus, Macroagelaius imthurni,Atlapetes personatus, Mitrospingus oleagineus, Diglossa major)

Espécies de distribuição restrita: 14 EBA064

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Nacional do Monte Roraima Proteção Integral 117.147 ha

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Roraima. Essas formações sãoclassificadas como savana estépica econstituem a fisionomia predominante emtoda a área. Uma série de manchas defloresta ombrófila densa montana (nosextremos leste e norte da área) esubmontana, com a presença de florestasde galeria, estabelecem várias zonas decontato entre savanas e florestas. O climada região caracteriza-se pela ocorrênciade um período seco entre dezembro emarço1, com pluviosidade anual entre1.000 e 1.500 mm.

AvesAs savanas que se estendem do sopé dasáreas elevadas do P. N. do Monte Roraimaaté o centro-sul do estado abrigamdiversas espécies amazônicas típicas

dessa fisionomia. Em território brasileiro,apenas uma restringe-se às savanas dabacia do rio Cotingo, o tiranídeoAtalotriccus pilaris (maria-de-olho-claro)2,3,4. Estão presentes três espéciesendêmicas das savanas de Roraima/Rupununi: Aratinga solstitialis (jandaia-amarela), Synallaxis kollari (joão-de-barba-grisalha) e Campylorhynchusgriseus (garrincha-dos-lhanos)5. A IBAengloba toda a distribuição conhecida deA. solstitialis no Brasil. Esse psitacídeoraro tem população global estimada em,no máximo, 1.000 indivíduos6.Lepidocolaptes souleyetii (arapaçu-listrado) e Euphonia finschi (gaturamo-capim), registradas na área, são espéciesque, no Brasil, têm distribuição restrita àsformações de savana de Roraima2,4,7. Háuma boa população de Polystictuspectoralis (papa-moscas-canela) naregião, distribuída por toda a área desavanas4. A IBA representa também umimportante sítio para S. kollari, que habitaas comunidades vegetais ribeirinhas dosrios Surumu e Tacutu8. Já Cercomacracarbonaria (chororó-do-rio-branco) estápresente apenas em hábitats apropriadosao longo do rio Tacutu8. A região foi muitopouco amostrada e tem potencial paraabrigar espécies ainda não registradasem território brasileiro, como, porexemplo, o fringilídeo ameaçadoCarduelis cucullat a, conhecido delocalidades da Guiana bem próximas àdivisa com o Brasil4.

AmeaçasA Terra Indígena Raposa Serra do Sol foi

Espécies ameaçadas: 2Cercomacra carbonaria Vale et al. (2007).Synallaxis kollari Vale et al. (2007).

Espécie quase ameaçada: 1Polystictus pectoralis Boa população (M. Cohn-Haft, verb.).

Espécies endêmicas: 4 [ANT] (Aratinga solstitialis, Synallaxis kollari)

Espécies de distribuição restrita: 2 EBA063

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recentemente homologada pelo governobrasileiro. Porém, a maior parte dapopulação indígena local não aceita apresença de produtores de arroz dentrode seus limites. Com isso, ocorremconstantes conflitos entre índios eprodutores. A grande maioria dosplantadores de arroz está instalada aolongo do rio Surumu, limite sul da IBA. Asplantações degradam as matasribeirinhas, ambientes importantes para S.kollari e C. carbonaria 5,8. A jandaia-amarela (A. solstitialis) é capturada paraabastecer o comércio ilegal de faunasilvestre. O garimpo e o extrativismo não-

madeireiro já foram detectados dentro daterra indígena9.

Referências1. Barbosa (1997); 2. Luís Fábio Silveira (dadosinéditos); 3. Andrew Whitaker (verb.); 4. MárioCohn-Haft (verb.); 5. Santos & Silva (2007); 6. LuísFábio Silveira - www.birdlifeforums.org/WebX?128@@.2cba4a4f; 7. Forrester (1995); 8. Vale et al.(2007); 9. www.socioambiental.org.br/pib/portugues/quonqua/ indicadores/detalhes_ti.html?id_arp=3835.

IBA sugerida por Osmar Borges,Mário Cohn-Haft e Andrew Whittaker

DescriçãoOs limites dessa IBA incluem as

fitofisionomias relacionadas a savanasnão-estépicas do centro-norte deRoraima, englobando assim parte daTerra Indígena São Marcos e outras demenor tamanho. O termo “lavrado” é dadoregionalmente aos campos que seformam no entorno de Boa Vista, a capitaldo estado1,2. Geomorfologicamente, aárea insere-se na formação Boa Vista,composta basicamente por solosarenosos3 sujeitos a uma pluviosidademédia anual em torno de 1.600 mm, comchuvas concentradas entre maio e julho4.Na margem direita do rio Uraricoera hádominância de savana parque e savanaarborizada, enquanto na margemesquerda, incluindo a bacia do rio Tacutu,predominam savanas gramíneo-lenhosas; em ambas as margens existemflorestas de galeria. Tais savanasgraminosas são caracterizadas pelapresença de Byrsonima verbascifolia ,especialmente na região de Boa Vista e

A1, A2, A3 3°4’40"N, 60°34’55"W

Área da IBA: 1.477.273 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Pacaraima, Amajari, Bonfim, Boa Vista, Altitude: 30–290 mAlto Alegre, Canta Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial

Key Area 002, 003

Lavrados de Roraima RR03

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Alto Alegre5. As savanas estépicas queocorrem ao norte da IBA, no interflúviodos rios Surumu e Tacutu, não aparecemaqui, onde as formações passam a tercaracterísticas gramíneo-lenhosas. Apaisagem da região também apresentaáreas alagadiças e vegetação ciliar compresença de buritis (Mauritia flexuosa ),além de outras espécies típicas, comoBowdichia virgilioides , Anadenantheraperegrina e Curatella americana2.

AvesAssim como nas savanas estépicas daregião do rio Cotingo (RR03), ocorrem naárea Lepidocolaptes souleyetii (arapaçu-listrado), Campylorhynchus griseus(garrincha-dos-lhanos) e Euphonia finschi(gaturamo-capim), espécies nacional-mente confinadas às savanas deRoraima6,7. A região dos lavradoscompreende importantes hábitats naporção setentrional da distribuição deCercomacra carbonaria (chororó-do-rio-branco), cujas populações encontram-seao longo dos rios Uraricoera e Tacutu8. AIBA também inclui importantes sítios paraa conservação de Synallaxis kollari (joão-de-barba-grisalha), que tem na área o seulimite meridional de distribuição8.

Espécies ameaçadas: 2Cercomacra carbonaria Grosset & Minns (2002), Vale et al (2007).Synallaxis kollari Grosset & Minns (2002), Vale et al. (2007).

Espécies endêmicas: 3 [ANT] (Synallaxis kollari)

Espécies de distribuição restrita: 2 EBA063

Área protegidaNome Categoria ÁreaRPPN Tupaquiri Particular 883 ha

AmeaçasEm toda a extensão de savanas doEstado de Roraima, as áreas alagadiçassão aproveitadas para a produção dearroz9. As várzeas dos rios sãotransformadas e, muitas vezes, avegetação ciliar é suprimida, afetando aavifauna que utiliza esses ambientes,inclusive C. carbonaria e S. kollari 8,9,10. Aregião também sofre com problemas deocupação desordenada, que vão desdeassentamentos de reforma agrária ainvasões de terras9. Conseqüentemente,a paisagem é alterada pela substituiçãodos campos por agricultura – princi-palmente plantações de soja – epastagens, que comumente sãomanejadas com o uso do fogo9,11. Caça emineração ilegal ocorrem em pontosisolados11.

Referências1. Vanzolini & Carvalho (1991); 2. Silva (1997);3. Ab’Saber (1997); 4. Barbosa (1997); 5. Miranda& Absy (2000); 6. Luís Fábio Silveira (dadosinéditos); 7. Mário Cohn-Haft (verb.); 8. Vale et al.(2007); 9. Osmar Borges (verb.); 10. Santos & Silva(2007); 11. Ambtec (1994) in Santos & Silva (2007);Grosset & Minns (2002).

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DescriçãoEssa área é composta pela várzea do rioBranco e pelas formações de campinas/campinaranas que se estendem desde asua foz com o rio Negro, ao sul, até oconjunto de áreas protegidas doComplexo Caracaraí, ao norte. Juntas, asáreas de proteção integral dessecomplexo somam mais de 900 milhectares. O Parque Nacional da Serra daMocidade foi criado em terras doadas peloMinistério do Exército ao IBAMA, ao passoque a criação do Parque Nacional doViruá se deu em razão da baixa fertilidadedo solo da região, que inviabiliza ainstalação de assentamentos rurais1. Todaa área caracteriza-se pela existência deplanícies aluviais sazonalmente alagáveisda bacia do rio Branco e por extensões

de terra firme assentada sobre rochas deorigem pré-cambriana1. A vegetação ébastante heterogênea em virtude davariação topográfica. Há áreas de florestaombrófila densa, especialmente naporção noroeste da IBA, onde estálocalizado o P. N. da Serra da Mocidade,assim como zonas de transição ecampinaranas florestadas ou gramíneo-lenhosas1, sendo essas últimas asformações predominantes na região.

AvesEm todo o Complexo Caracaraí já foramregistradas mais de 300 espécies deaves2 e acredita-se que mais de 400possam habitar a região3. As várzeaspreservadas do rio Branco e suas ilhassão importantes sítios para a conservaçãode espécies tipicamente associadas aesses ambientes, como é o caso deStigmatura napensis (papa-moscas-do-sertão), Synallaxis propinqua (joão-de-barriga-branca), Cercomacra carbonaria(chororó-do-rio-branco) e Myrmotherulaklagesi (choquinha-do-tapajós)4.Cercomacra carbonaria ocorre empraticamente toda a extensão do rioBranco2,5,6, tendo na região o seu limitemeridional de ocorrência. JáMyrmotherula klagesi está presente noextremo norte de sua distribuição, maspossui uma população numerosa naárea4. Espécie normalmente associada amanguezais7, Conirostrum bicolor(figuinha-do-mangue) ocorre aqui emflorestas ribeirinhas ao longo do rioBranco8. As campinas abrigam elementospróprios, como Dolospingus fringilloides(papa-capim-de-coleira), Hemitriccus

A1, A2, A3 0°40’4"N, 61°23’36"W

Área da IBA: 3.859.627 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Iracema, Caracaraí, Rorainópolis Altitude: 30–75 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Preliminar

Campinas e Várzeas do Rio Branco RR04

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inornatus (maria-da-campina) eMyrmeciza disjunct a (formigueiro-de-yapacana), todas consideradas dedistribuição restrita. Essa última,encontrada no Brasil primeiramente noParque Nacional do Jaú9, tem no P. N. doViruá apenas a sua segunda área deocorrência conhecida no país3. A Serra daMocidade é ainda completamentedesconhecida sob o ponto de vistaornitológico e apresenta grande potencialpara a descoberta de novas espécies deaves4.

AmeaçasO processo de desmatamento na porçãoleste da área é evidente em imagens desatélite, especialmente próximo às sedesdos municípios de Rorainópolis e São

Luiz, e junto às rodovias BR174 e BR210.Em ambos os lados dessas rodovias sãoabertas pequenas estradas paralelas,com a expansão humana estendendo-semata adentro por mais de 20 km, criandoum padrão de ocupação conhecido como“espinha de peixe”. As queimadas sãofreqüentes1, principalmente em campinase campinaranas. O restante da área aindaestá bem preservado, especialmente asvárzeas4.

Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. Naka & Barnett (2001); 3. Cohn-Haft etal. (2001); 4. Mário Cohn-Haft (verb.); 5. Santos(2003a); 6. Naka et al. (2006); 7. Sick (1997);8. Andrew Whittaker (verb.); 9. Borges & Almeida(2001); Czaban (2004a); Czaban (2005).

Espécie ameaçada: 1Cercomacra carbonaria Presente em diversas ilhas fluviais no rio Branco

(Naka & Barnett, 2001); registrada no Parque Nacionaldo Viruá (Santos, 2003a).

Espécies quase ameaçadas: 4Neochen jubata Nas proximidades da Estação Ecológica de Niquiá (Naka &

Barnett, 2001).Morphnus guianensis Czaban (2004a, 2005).Harpia harpyja Santos (2003b), Czaban (2005).Myrmotherula klagesi Naka e Barnett (2001).

Espécies endêmicas: 28 AMS

Espécies de distribuição restrita: 5 EBA065,1 [EBA063] (Cercomacra carbonaria),1 [EBA067] (Myrmotherula klagesi)

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Caracaraí Proteção Integral 87.195 haEstação Ecológica de Niquiá Proteção Integral 286.049 haParque Nacional da Serra da Mocidade (parte) Proteção Integral 377.937 haParque Nacional do Viruá Proteção Integral 215.917 haFLONA de Anauá (parte) Uso Sustentável 392.725 ha

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IMA Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs de Roraima

Espécies Categ.*Código IBA Total**

RR01 RR02 RR03 RR04 a bCercomacra carbonaria VU X X X 3 3Synallaxis kollari VU X X 2 2Total de espécies 0 2 2 1Neochen jubata NT X 1 7Morphnus guianensis NT X 1 12Harpia harpyja NT X 1 20Polystictus pectoralis NT X X 2 6Myrmotherula klagesi NT X 1 5Total de espécies 1 1 0 4

Tabela 4. Espécies endêmicas e/ou de distribuição restrita por IBAs no Estado de Roraima agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*Código IBA Total**

RR01 RR02 RR03 RR04 a bAmazônia Norte e TepuisCrypturellus duidae 65 X 1 1Penelope marail X X 2 6Mitu tomentosum X 1 3Crax alector X 1 5Aratinga solstitialis (inclui pintoi) X 1 1Pyrrhura egregia 64 X 1 2Nannopsittaca panychlora 64 X 1 1Pionites melanocephalus X 1 7Campylopterus hyperythrus 64 X 1 1Pteroglossus viridis X 1 5Capito niger X 1 4Veniliornis cassini X 1 4Galbula albirostris X 1 11Monasa atra X 1 6Neopelma chrysocephalum X 1 4Heterocercus flavivertex X 1 4Pachyramphus surinamus X 1 4Perissocephalus tricolor X 1 6Elaenia dayi 64 X 1 1Hemitriccus inornatus 65 X 1 2Todirostrum pictum X 1 5Conopias parvus X 1 13Thamnophilus nigrocinereus X 1 7Thamnophilus insignis 64 X 1 1

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Roraima; b - Região como um todo.

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Roraima; b - Região como um todo.

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IMA Tabela 4. (continuação) Espécies endêmicas e/ou de distribuição restrita por IBAs no Estado de

Roraima agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*Código IBA Total**

RR01 RR02 RR03 RR04 a bAmazônia Norte e TepuisMyrmotherula guttata X 1 5Herpsilochmus dorsimaculatus 65 X 1 5Cercomacra carbonaria 63 X X X 3 3Percnostola rufifrons X 1 5Myrmeciza disjuncta 65 X 1 2Gymnopithys rufigula X 1 7Myrmothera simplex 64 X 1 1Synallaxis kollari 63 X X 2 2Roraimia adusta 64 X 1 1Automolus roraimae 64 X 1 1Cyanocorax cayanus X 1 2Troglodytes rufulus 64 X 1 2Microbates collaris X 1 5Myioborus castaneocapillus 64 X 1 1Macroagelaius imthurni 64 X 1 1Dolospingus fringilloides 65 X 1 3Atlapetes personatus 64 X 1 1Mitrospingus oleagineus 64 X 1 1Diglossa major 64 X 1 1Euphonia plumbea X 1 6Euphonia finschi X X 2 2Total de espécies 15 4 3 28Espécies de distribuiçãorestrita e não endêmicasMyrmotherula klagesi 67 X 1 5Total de espécies 0 0 0 1Total geral de espécies 15 4 3 29

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Roraima; b - Região como um todo.

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DescriçãoO decreto de criação do Parque Nacionaldo Cabo Orange data de 1980, o que otorna uma das primeiras unidades deconservação do Estado do Amapá. Oparque ocupa uma faixa terrestre paralela

A2 3°37'37"N, 51°15'27"W

Área da IBA: 410.424 ha Bioma: Zonas Costeira e Marinha,Municípios: Oiapoque, Calçoene AmazôniaGrau de proteção: Total Altitude: 0–70 m

Inventário Ornitológico: Preliminar

Parque Nacional do Cabo Orange AP01

Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Amapá

*Vide capítulo 4 para explicação dos critérios.** Referente a Buteogallus aequinoctialis (ver capítulo 6).

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

AP01 Parque Nacional do Cabo Orange C/M, AMZ **AP/PA01 Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque AMZ ANTAP02 Goiabal / Piratuba C/M, AMZ ** xAP03 Savanas do Amapá AMZ, CER x

Tabela 2. Resumo do Estado do AmapáÁrea do estado (ha) 14.281.458,50Nº de IBAs¹ 4Tamanho das IBAs (ha) Mín. 410.424

Máx. 3.882.120Área total das IBAs no estado (ha e %) ha 5.991.277

% 41,95Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica² ANT 27

AMS 2CER 2

Nº de espécies ameaçadas³ NT 4

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (ANT - Amazônia Norte e Tepuis;AMS - Amazônia Sul; CER - Cerrado).³ Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

à costa, com aproximadamente 200 kmde extensão, além de uma porçãomarítima que se estende 10 km paradentro do oceano Atlântico. Os limites daIBA não consideraram a porção oceânicado Parque. Durante muitos anos, o Cabo

Espécie de distribuição restrita: 1 (Buteogallus aequinoctialis)

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Nacional do Cabo Orange (parte) Proteção Integral 442.437 ha

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maçaricos Calidris alba , C. pusilla , C.canutus, Tringa flavipes e T. melanoleuca,e pelas batuíras Pluvialis squatarola eCharadrius semip almatus1. Os dadosacerca do número de aves aquáticas quefreqüentam a área são relativamenteantigos. Cerca de 350 indivíduos dePhoenicopterus ruber (flamingo) foramestimados em 19923. Há registroshistóricos de sítios de nidificação dessaespécie na área do parque4, masatualmente só são conhecidos refúgios dealimentação1. A população de Eudocimusruber (guará) foi estimada em 1.489indivíduos no final de 1991 e em menosda metade desse total em maio de 19923.Cerca de 6.300 indivíduos do anatídeoDendrocygna autumnalis (asa-branca) emais de 500 Cairina moschata (pato-do-mato) utilizam os campos alagáveis daárea como abrigo durante o processo demuda de penas, ou desasagem, deacordo com contagens feitas ao final de19913,4. Buteogallus aequinoctialis(caranguejeiro), espécie de distribuiçãorestrita, é comum na área do parque5,6.Há um registro histórico deAnodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande) para a localidade de Cunani, aosul do parque7, mas não se conhecemregistros recentes dessa espécie em todoo Estado do Amapá. Acredita-se quetambém o tiranídeo Hemitriccusjosephinae (maria-bicudinha), endêmicodo norte amazônico, possa ocorrer naárea1; os registros mais recentes no Brasilprovêm apenas da área do ProjetoDinâmica Biológica de FragmentosFlorestais (IBA AM05), ao norte deManaus.

AmeaçasA situação fundiária do parque estáparcialmente regularizada8. A presençahumana limita-se a pequenascomunidades tradicionais, que geramalterações apenas em seu entorno1.Entretanto, é tradicional a prática da caça

Orange (Oiapoque) foi considerado oponto mais setentrional do país, masrecentemente descobriu-se que esse selocaliza em Roraima (Monte Caburaí). Oparque destaca-se pela variedade deecossistemas, abrangendo ambientesmarinhos, estuarinos, lagoas e lagunas,manguezais, restingas, florestasinundáveis e, em menor proporção,florestas de terra firme e savanas1. Nasplanícies campestres, a cobertura vegetalé formada predominantemente porgramíneas e ciperáceas2. O clima naregião é quente e úmido, compluviosidade anual acima de 3.000 mm.

AvesDados preliminares apontam a ocorrênciade pelo menos 236 espécies de aves naárea1. A avifauna local é bastantediversificada em razão da hetero-geneidade ambiental. Entretanto, são asaves limícolas e aquáticas que sedestacam, devido ao predomínio dehábitats úmidos. Entre setembro e abril,migrantes do hemisfério norteconcentram-se em grande número,representados principalmente pelos

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DescriçãoO Parque Nacional Montanhas doTumucumaque é uma das maioresunidades de conservação de proteçãointegral do Brasil. O parque situa-se nadivisa com a Guiana Francesa e com umpequeno trecho do Pará, na porção lestedo Estado do Amapá, em uma região quecompreende os planaltos residuais donorte amazônico1. O clima da região éclassificado como tropical quente úmido,

A3 2°3'43"N, 53°10'41"W

Área da IBA: 3.882.120 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Vitoriano Jari, Oiapoque, Pedra Branca do Altitude: 80–375 mAmapari, Serra do Navio, Calçoene (AP), Almeirim (PA) Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Total

Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque AP/PA01

para fins comerciais na região, inclusivedas aves aquáticas3. Durante o períodode desasagem, os anatídeos ficamcompletamente incapacitados para o vôo,tornando-se alvos fáceis de caçadores.Da mesma forma, há relatos sobreconsumo de mutuns e araras em algumascomunidades da região1.

com temperatura média de 25ºC e chuvasque atingem 2.000–3.250 mm anuais1.Dentre os rios que banham a regiãodestaca-se o Oiapoque, que serve delimite entre os países e tem algumas desuas cabeceiras no interior do parque. Ascabeceiras de alguns dos formadores doJari, como os rios Cuc e Curapi, tambémse situam dentro da unidade deconservação. A vegetação predominanteé a floresta ombrófila densa submontana,em sua maior parte apresentando dosselalto e uniforme.AvesA avifauna do parque ainda é poucoconhecida. Esforços de pesquisarecentes resultaram em uma lista comcerca de 300 espécies, algumasconstituindo registros ainda inéditos parao Estado do Amapá2. Harpia harpyja(gavião-real) é a única sujeita a algumgrau de ameaça2. Provavelmente existeuma população considerável dessa avede rapina de grande porte nas extensasflorestas da região. O conjunto deespécies endêmicas do norte amazônicoque habita o parque possui elementossingulares. Threnetes niger (balança-rabo-escuro), Contopus albogularis (piuí-queixado) e Sakesphorus melanothorax(choca-de-cauda-pintada), por exemplo,

Referências1. Sousa et al. (dados inéditos); 2. Atlas deConservação da Natureza Brasileira (2004);3. João Luiz Xavier do Nascimento (in litt.);4. Nascimento et al. (1992); 5. Andrei Langloh Roos(in litt.); 6. Roos et al. (2005); 7. Novaes (1974);8. www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=55.

IBA sugerida por Andrew Whittaker

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o turismo clandestino, a biopirataria, acaptura de espécimes para o tráfico deanimais, o desmatamento e, princi-palmente, o garimpo5. Os garimposilegais já são conhecidos há algum tempoe seus impactos, incluindo a construçãode pistas de pouso clandestinas, alterama paisagem da região5,6. Porém, essasameaças ocorrem de forma localizada ea maior parte da área ainda continuaisolada e bem conservada.

Referências1.www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=154; 2. Luiz Antônio Coltro Jr. (dadosinéditos); 3. Forrester (1995); 4. Andrew Whittakerin Whitney et al. (1998); 5. www.wwf.org.br;6. www.agenciaamazonia.com.br/ index.php?option=com_content&task=view&id=173&Itemid=259.

IBA sugerida por Luiz Antônio Coltro Jr.

não possuem ocorrência conhecida emoutras IBAs do Brasil e têm no extremonorte do país o limite meridional de suasdistribuições. Também endêmicos,Synallaxis macconnelli (joão-escuro) eCyanocorax cayanus (gralha-da-guiana)contam com poucos registros recentesem território nacional. Há a possibilidadede que outros táxons típicos do EscudoGuianense ainda não encontrados naSerra do Tumucumaque estejampresentes na área. Esse é o caso deHerpsilochmus stictocephalus (choro-zinho-de-cabeça-pintada) e H. sticturus( c h o r o z i n h o - d e - c a u d a - p i n ta d a ) ,registrados na região da Serra do Navio,a sudeste do parque3,4.

AmeaçasEntre as ameaças identificadas citam-se

Espécie quase ameaçada: 1Harpia harpyja L. A. Coltro Jr. (dados inéditos).

Espécies endêmicas: 27 ANT

Espécies de distribuição restrita: 4 EBA068

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Nacional Montanhas do Tumucumaque Proteção Integral 3.882.120 ha

DescriçãoLocalizada no extremo leste do Amapá,essa área estende-se desde a Praia doGoiabal, nas proximidades do rioCalçoene, até o rio Araguari, englobandoa Estação Ecológica de Maracá-Jipiocae a Reserva Biológica do Lago Piratuba.

A2, A4i 1°48'32"N, 50°24'43"W

Área da IBA: 968.625 ha Bioma: Zonas Costeira e Marinha,Municípios: Calçoene, Amapá, Pracuúba, Tartarugalzinho AmazôniaGrau de proteção: Parcial Altitude: 0–70 m

Inventário Ornitológico: Preliminar

Goiabal / Piratuba AP02

O clima na região é tropical quente, comum período seco de três meses ao ano. Aprecipitação anual atinge índicessuperiores a 3.250 mm e a umidaderelativa do ar mantém-se em torno de80%1. Toda a zona costeira da IBA sofregrande influência do rio Amazonas e o

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praticamente todo o setor costeiro,incluindo a E. E. de Maracá-Jipioca. Oscampos inundáveis, influenciadosdiretamente pelas chuvas, predominamna porção lacustre da área2.

AvesA faixa de mangues é importante paravárias espécies de aves, especialmenteo guará (Eudocimus ruber ), que formaninhais em toda a sua extensão, inclusivenas proximidades da Praia do Goiabal3,4.Nessa mesma área há grandes con-centrações de aves aquáticas, comdestaque para Calidris alba (maçarico-branco), que forma congregações de até3.000 indivíduos3, e para várias espéciesde Sterna spp., também presentes emgrande número4. Phoenicopterus ruber(flamingo) tem na E. E. de Maracá-Jipiocaum importante sítio de alimentação, ondeforam observados cerca de 150indivíduos3,5. Historicamente, havianinhais dessa espécie nas proximi-dades do Lago Piratuba6. Buteogallusaequinoctialis (caranguejeiro), comdistribuição restrita, habita os manguezaisda região7. A R. B. do Lago Piratuba e asáreas alagadas adjacentes abrigamconcentrações de aves aquáticas.Diversas espécies migratórias neárticas,como Calidris pusilla (maçarico-rasteirinho) e Calidris minutil la(maçariquinho), utilizam a área comoponto de parada antes de seguirem suamigração para o sul, ou então invernamlocalmente7. Cerca de 15 mil indivíduosde Hirundo rustica (andorinha-de-bando)concentram-se nas proximidades do

fenômeno da pororoca se faz presente naE. E. de Maracá-Jipioca1. A Ilha de Jipiocanão mais faz parte dessa unidade deconservação, em virtude de seu totaldesaparecimento pelo efeito erosivo daságuas1. O relevo da porção continental daIBA é suave e as grandes planícies estãosujeitas a inundações periódicas.Algumas áreas mantêm-se constan-temente alagadas, especialmente na R.B. do Lago Piratuba e arredores1, ondehá um grande número de lagos. Mais de670 espécies vegetais já foramencontradas na região2. A extensão deflorestas ombrófilas é muito pequena e aIBA abrange principalmente formaçõespioneiras de influência fluviomarinha efluviolacustre. Grandes trechos demanguezais se estendem em

Espécie congregante: 1Calidris alba Cerca de 3.000 indivíduos (Antônio A. F. Rodrigues, verb.).

Espécie de distribuição restrita: 1 (Buteogallus aequinoctialis)

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Maracá-Jipioca Proteção Integral 59.977 haReserva Biológica do Lago Piratuba Proteção Integral 392.293 ha

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igarapé do Tijolo3.

AmeaçasApenas 50% da área da E. E. de Maracá-Jipioca estão regularizados1. Nos camposalagáveis ao longo de toda a extensão dorio Araguari, inclusive dentro da R. B. doLago Piratuba, bem como nasproximidades dos lagos Novo e Pracuúba,ocorre a criação extensiva de búfalos.Devido ao pisoteio constante, a presençadesses animais leva à formação de canaisque drenam a água dos campos efacilitam a ocorrência e a propagação de

queimadas nos meses de estiagem,alterando completamente a paisagem2.Os habitantes das comunidades doentorno da R. B. do Lago Piratubapraticam a caça e a pesca predatórias8.Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. Costa Neto et al. (2006); 3. AntônioAugusto Ferreira Rodrigues (verb.); 4. AndrewWhittaker (verb.); 5. Luiz Antônio Coltro Jr. (verb.);6. Teixeira & Best (1981); 7. Rodrigues (2006);8. www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=54.

IBA sugerida por Antônio Augusto FerreiraRodrigues e Andrew Whittaker

DescriçãoAs savanas do Amapá assentam-se sobresedimentos terciários da chamadaFormação Barreiras1. A área inclui asprincipais manchas de savana existentes

A1 0°43'24"N, 51°3'1"W

Área da IBA: 766.643 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Tartarugalzinho, Ferreira Gomes, Altitude: 30–130 mPorto Grande, Macapá, Itaubal, Santana Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial

Key Area 005

Savanas do Amapá AP03

a oeste da Reserva Biológica do LagoPiratuba (que faz parte da IBA AP02),onde a vegetação cresce sobre solosalagadiços, até o encontro dessas commatas amazônicas de terra firme. Ao sul,a IBA estende-se até as proximidades deMacapá, capital do estado. O clima équente e úmido, com temperatura médiade 26º-27ºC e umidade relativa variandoentre 75% e 90%1. A precipitação médiaanual está em torno de 2.000-2.400 mm.Predominam formações vegetaisclassificadas como savana parque, compresença de florestas de galeria. Muitostrechos encontram-se alterados,principalmente pela formação depastagens. O estrato herbáceo édominado por gramíneas (e. g.,Trachypogon plumosus , Bulbostylisconifera, Scleria spp., Paspalum spp.) eo estrato arbóreo, que atinge entre 3 e 10m de altura, é representado principal-mente por Curatella americana ,Byrsonima sp., Himatanthus obovat a,

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Palicourea rigida e Hancornia speciosa1.Nos vales, à beira dos rios, existe umavegetação alta, com 15 a 25 m de altura,dominada principalmente por Jacarandacopaia e Symphonia globulifera , bemcomo por algumas espécies de palmeiras,como Euterpe oleracea 1. Em valesestreitos, onde os solos permanecemalagados, estão presentes gramíneas eburitizais1.

AvesSão escassas as informações disponíveissobre a avifauna das savanas no Amapá1.A listagem mais completa já publicadainclui mais de 170 espécies, registradasem uma única propriedade particular1. Opadrão de distribuição das avesassociadas às savanas do Amapá revelainfluência biogeográfica das duas maioresregiões de savanas da América do Sul,os Lhanos e o Cerrado, mas princi-palmente desse último1. Entre oselementos em comum com as savanasdo Brasil central, há duas espéciesconsideradas endêmicas do Cerrado:Cypsnagra hirundinacea (bandoleta) eNeothraupis fasciata (cigarra-do-campo)1.

Essa última é encontrada em grandenúmero na área, assim comoEuscarthmus rufomarginatus (maria-corruíra), o que faz dessa área um dosmais importantes sítios para aconservação dessas espécies no nortebrasileiro2. Polystictus pectoralis (papa-moscas-canela) habita as mesmas áreas,mas não é tão abundante quanto as duasespécies anteriores2.

AmeaçasAs savanas são provavelmente osecossistemas mais ameaçados daAmazônia brasileira1. A expansão degrandes centros urbanos, como é o casode Macapá e Santana, ao sul da IBA,aumenta as pressões sobre essas áreas.Uma das principais ameaças às savanasdo Amapá é o programa de monoculturasde Pinus caribea para a produção depapel1. A expansão agrícola é mais notadana parte central da IBA, onde já háextensas áreas degradadas2,3.Referências1. Silva et al. (1997); 2. Andrew Whittaker (verb.);3. Gustavo Accácio (verb.).

IBA sugerida porMarcos Pérsio Dantas Santos

Espécies quase ameaçadas: 3Polystictus pectoralis A. Whittaker (verb.).Euscarthmus rufomarginatus Boa população (A. Whittaker, verb.); Silva et al. (1997).Neothraupis fasciata Comum (A. Whittaker, verb.); Silva et al. (1997).

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaReserva Biológica da Fazendinha Proteção Integral 93 haAPA do Rio Curiaú (parte) Uso Sustentável 23.000 ha

Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Amapá

Espécies Categ.*

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Amapá; b - Região como um todo.

Código IBA Total**

AP01 AP/PA01 AP02 AP03 a bHarpia harpyja NT X 1 20Polystictus pectoralis NT X 1 6Euscarthmus rufomarginatus NT X 1 10Neothraupis fasciata NT X 1 19Total de espécies 0 1 0 3

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Tabela 4. Espécies endêmicas e/ou de distribuição restrita por IBAs no estado do Amapá agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Amapá; b - Região como um todo.(***) Ver capítulo 6.

Código IBA Total**

AP01 AP/PA01 AP02 AP03 a bAmazônia Norte e TepuisPenelope marail X X 2 6Crax alector X 1 5Pionites melanocephalus X 1 7Gypopsitta caica X 1 3Threnetes niger X 1 1Pteroglossus viridis X 1 5Selenidera piperivora X X 2 4Veniliornis cassini X 1 4Galbula albirostris X X 2 11Notharchus macrorhynchos X 1 3Monasa atra X X 2 6Tyranneutes vi rescens X 1 3Corapipo gutturalis X 1 3Lepidothrix serena X X 2 3Perissocephalus tricolor X X 2 6Todirostrum pictum X 1 5Contopus albogularis X 1 1Conopias parvus X 1 13Frederickena viridis X 1 3Sakesphorus melanothorax X 1 1Myrmotherula guttata X 1 5Myrmotherula gutturalis X 1 3Gymnopithys rufigula X X 2 8Synallaxis macconelli X 1 2Hylexetastes perrotii X 1 3Cyanocorax cayanus X 1 2Microbates collaris X 1 5Total de espécies 6 27 0 1

Amazônia SulCrypturellus atrocapillus 1 1 3Hemitriccus minimus X 1 11Total de espécies 1 0 0 1CerradoCypsnagra hirundinacea X 1 22Neothraupis fasciata X 1 19Total de espécies 0 0 0 2Espécies de distribuiçãorestrita e não endêmicasButeogallus aequinoctialis (***) X X 2 4Total de espécies 1 0 1 0Total geral de espécies 8 27 1 4

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OCEANOATLÂNTICO

OCEANOPACÍFICO

PARÁ

Lepi

doth

rix v

ilasb

oasi

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Tabela 2. Resumo do Estado do ParáÁrea do estado (ha) 124.768.951,50Nº de IBAs¹ 12Tamanho das IBAs (ha) Mín. 409.585

Máx. 3.910.144Área total das IBAs no estado (ha e %) ha 22.215.087

% 17,8Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica² ANT 27

AMS 49CER 3

Nº de espécies ameaçadas³ EN 3VU 2NT 12

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (ANT - Amazônia Norte e Tepuis;AMS - Amazônia Sul; CER - Cerrado).³ Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Pará

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

PA01 Savanas do Alto Paru AMZ, CER xPA02 Ilha de Marajó AMZ, C/M xPA03 Reserva Biológica do Rio Trombetas AMZ ANTPA04 Várzeas de Monte Alegre AMZ x 67PA05 Caxiuanã / Portel AMZ x AMSPA06 Rio Capim AMZ xPA07 Baixo Rio Xingu AMZ xPA/AM01 Parque Nacional da Amazônia AMZ x AMSPA08 Jamanxim / Altamira AMZ x AMSPA09 Serra dos Carajás AMZ, CER x AMSPA10 Novo Progresso AMZ x s030 (AMS)PA/MT01 Cristalino / Serra do Cachimbo AMZ, CER x AMSIBAs interestaduais descritas em seção referente a outro estado

Parque Nacional Montanhas doTumucumaque

AM/PA01 Várzeas do Médio Rio Amazonas AMZ x 67MA/PA01 Reentrâncias Maranhenses/Paraenses C/M, AMZ ** xMA/PA02 Gurupi AMZ xTO/MA/PA01 São Pedro da Água Branca AMZ, CER x s031

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.** Referente a Buteogallus aequinoctialis (ver capítulo 6).

AP/PA01 AMZ ANT

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DescriçãoEssa grande mancha de savanas localiza-se na fronteira entre o Brasil e o Suriname.A maior parte está em território nacionale corresponde a um dos mais extensosbolsões de savanas em toda a Amazôniabrasileira. Toda a área encontra-se dentroda Terra Indígena Parque do Tumucu-maque. A região é drenada principalmentepelo rio Paru de Oeste e seus diversosafluentes. Outro rio importante é o Marapi,que faz a divisa oeste da IBA. A paisagemé caracterizada pela predominânciaquase absoluta de savana parque comflorestas de galeria, existindo tambémalgumas manchas de floresta ombrófiladensa submontana. Uma pequena partedas savanas ocorre no lado surinamense,na região de Sipaliwini, onde também foiproposta uma IBA1.

AvesNão há inventários ornitológicos feitos naárea. Apenas a região do rio Paru de Este,que corre entre a IBA e a divisa dosestados do Pará e Amapá, foi amostradaaté agora, em 19782. Essa região situa-se a cerca de 140 km a sudeste. Noentanto, presume-se que as savanas doalto Paru abriguem um conjuntosignificativo de espécies ameaçadas eendêmicas, a julgar pela avifaunaencontrada no território surinamêsadjacente. O tiranídeo quase ameaçadoEuscarthmus rufomarginatus (maria-corruíra) é considerado comum nassavanas do Suriname1 e o lado brasileiropresumivelmente corresponde a umaimportante extensão de hábitat para essaespécie no norte paraense. Outrotiranídeo quase ameaçado encontradoem Sipaliwini é Polystictus pectoralis(papa-moscas-canela), que igualmentedeve encontrar grandes extensões dehábitats propícios e preservados no ladobrasileiro. As florestas de terra firme efisionomias de transição que cercam assavanas podem abrigar algumasespécies endêmicas da Amazônia Nortecom escassos registros no Brasil, comoHerpsilochmus sticturus e Hemitriccusjosephinae, registradas no Suriname1.Outra ave incomum no país,Herpsilochmus stictocephalus (choro-zinho-de-cabeça-pintada), possui registrohistórico para as proximidades da área3.

AmeaçasPor ser uma área ainda pouco conhecidado ponto de vista biológico, não sãorelatadas ameaças à área. No lado

A1 1°42’2"N, 55°47’37"W

Área da IBA: 512.992 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Oriximiná, Óbidos, Almeirim Altitude: 250–570 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Não disponível

Savanas do Alto Paru PA01

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surinamês também são escassas asinformações sobre pressões àbodiversidade local, apesar de existirempesquisas na região1.

Referências1. Otte Ottema (in litt.); 2. Novaes (1980); 3. Novaes(1978).

DescriçãoA Ilha de Marajó localiza-se na foz do rioAmazonas, tendo um lado totalmentevoltado para o oceano Atlântico. Portanto,a ilha está sob influência tanto de águasdoces quanto salgadas. Essa caracte-rística faz com que seja grande adiversidade fitofisionômica em toda a suazona costeira. Nas áreas litorâneasexistem manguezais, principalmente nosetor nordeste, que está em contato diretocom o oceano aberto. Em contraste,

florestas ombrófilas densas aluviaispredominam nas faces oeste e sudoesteda ilha, que estão sob influência daságuas doces do rio Amazonas. Essamesma vegetação estende-se até a partecentral da ilha, onde começam a aparecerformações vegetais mais baixas,associadas às áreas com influência fluviale lacustre. Formações campestres estãorepresentadas na porção centro-nordesteda ilha, sobre terrenos mais secos1. Osíndices pluviométricos na ilha variamentre 2.500 e 4.000 mm, com períodochuvoso compreendido entre dezembroe maio. A temperatura média é de 27ºC ea umidade relativa do ar, em geral, ésuperior a 80%2. O complexo formadopelos rios Anajás e Aramá, que deságuamna porção oeste da ilha, forma o sistemade drenagem mais importante da ilha2.

AvesAcompanhando a grande variedade deambientes da ilha, a avifauna marajoaraé bastante diversificada1. Ainda poucoconhecido e com distribuição pontual,Anthracothorax viridigula (beija-flor-de-veste-verde) foi recentemente registradoem Marajó3. Nas savanas são encon-trados alguns elementos associados aoCerrado, inclusive uma populaçãonumerosa e geograficamente isolada de

A1 0°55’26"S, 49°34’38"W

Área da IBA: 3.910.144 ha Bioma: Amazônia, Zonas Costeira eMunicípios: Afua, Chaves, Souré, Santa Cruz do Arari, MarinhaCachoeira do Arari, Salvaterra, Ponta de Pedras, Altitude: 0–35 mMuana, Anajás, Breves, Curralinho, Inventário Ornitológico: PreliminarSão Sebastião da Boa VistaGrau de proteção: Nenhum

Ilha de Marajó PA02

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Coryphaspiza melanotis (tico-tico-de-máscara-negra), a qual também é umadas mais setentrionais da espécie3. Nostrechos de várzea ocorrem Thripophagafusciceps obidensis (joão-liso) eCranioleuca muelleri (joão-escamoso)3,4,5,ambos com distribuição restrita às várzeasdo baixo rio Amazonas5. Amazonaochrocephala xantholaema (papagaio-campeiro), um táxon raro, aparece nasáreas mais florestadas1. Já os ambientescosteiros e lacustres recebem grandequantidade de aves migratórias, comobatuíras e maçaricos1,6. As ilhas e ilhotasque estão ao redor de Marajó,principalmente o arquipélago de Bailique,também são sítios importantes para essegrupo de aves. Porém, as estimativaspopulacionais ainda são preliminares6. Hátambém registros históricos de Neochenjubata (pato-corredor)7.

AmeaçasA crescente ocupação humana da ilhavem causando alterações no ambiente,especialmente por conta da formação depastagens para criação de bovinos ebubalinos1. Os búfalos são criados deforma extensiva e o pisoteio causado poresses animais altera as áreas de campo.Além disso, o manejo inadequado dossolos para favorecer atividadesagropecuárias acaba facilitando osurgimento de queimadas.Referências1. Luiza Magalli Pinto Henriques (verb.); 2. Limaet al. (2005); 3. Luiza Magalli Pinto Henriques(dados inéditos); 4. Andrew Whittaker (verb.);5. Mario Cohn-Haft, Luciano N. Naka e AlexandreM. Fernandes (em prep.); 6. Antônio AugustoFerreira Rodrigues (verb.); 7. Henriques & Oren(1997).

IBA sugerida por Luiza Magalli PintoHenriques, Marcos Pérsio Dantas Santos e

Antônio Augusto Ferreira Rodrigues

Espécie ameaçada: 1Coryphaspiza melanotis L. M. P. Henriques (dados inéditos).

Espécie quase ameaçada: 1Primolius maracana L. M. P. Henriques (dados inéditos).

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaAPA do Arquipélago de Marajó Uso Sustentável 5.500.000 haRESEX Mapuá* Uso Sustentável 94.919 haRESEX Marinha do Souré** Uso Sustentável 13.660 haRESEX Terra Grande-Pracuúba* Uso Sustentável 194.695 ha* totalmente sobrepostas à APA do Arquipélago de Marajó** parcialmente sobreposta à APA do Arquipélago de Marajó

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PA

DescriçãoA Reserva Biológica do Rio Trombetastem a maior parte de sua área situadaentre os rios Trombetas (limites sul esudoeste) e Acapu (limites oeste enoroeste), ao norte do rio Amazonas, esitua-se próximo à divisa com o estadode mesmo nome. O clima local é quentee úmido, com precipitação anual em tornode 2.100 mm e chuvas concentradas dejaneiro a maio1. A área pode ser divididaem duas partes distintas: na porção nortehá um relevo mais acidentado ecaracterizado por formações maiselevadas, que chegam a altitudessuperiores a 250 m; a porção sul éformada por baixadas drenadas pelo rioTrombetas e pelo sistema da Lagoa do

Erepecuru. Vários rios menores quenascem nas porções elevadas da reservadeságuam diretamente nessa lagoa. Orelevo elevado permite a ocorrência deextensões de floresta ombrófila densasubmontana na área. Há tambémalgumas manchas de campinasespalhadas pela região2. Na porção maisbaixa predominam florestas ombrófilasdensas abertas e de terras baixas, emespecial ao redor da Lagoa do Erepecuru.Várias espécies arbóreas de grande porteespalham-se pela reserva, comoManilkara huberi , Ceiba pent andra,Caryocar villosum e Dinizia excelsa2.

AvesA R. B. do Rio Trombetas possui uma dasmaiores listas de aves entre todas aslocalidades inventariadas na porção norteda Amazônia brasileira, com 512 espéciesregistradas3. Das 21 espécies endêmicasda Amazônia Norte encontradas na área,13 são restritas ao Escudo Guianense, ousub-região das Guianas4. Entre elas,Frederickena viridis (borralhara-do-norte),Gypopsitta caica (curica-caica) eMyrmotherula gutturalis (choquinha-de-barriga-parda) ocorrem em apenas outrasduas IBAs. Porém, a presençaconfirmada de Herpsilochmusstictocephalus (chorozinho-de-cabeça-pintada)3, com escassos registros no país,é a principal razão que qualifica a áreacomo IBA. Essa espécie não temocorrência conhecida em nenhuma outraIBA identificada até agora no Brasil,havendo apenas registros recentes naEstação Ecológica do Jari5. As florestas

A3 1°4’33"S, 56°40’31"W

Área da IBA: 409.585 ha Bioma: AmazôniaMunicípio: Oriximiná Altitude: 30–340 mGrau de proteção: Total Inventário Ornitológico: Representativo

Reserva Biológica do Rio Trombetas PA03

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A1, A2 1°52’54"S, 53°55’51"W

Área da IBA: 2.664.834 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Oriximiná, Juruti, Óbidos, Santarém, Altitude: 15–30 mCuruá, Belterra, Alenquer, Monte Alegre, Prainha, Inventário Ornitológico: Não disponívelAlmeirim, Porto de Moz, CurupáGrau de proteção: Nenhum

Várzeas de Monte Alegre PA04

Espécies quase ameaçadas: 2Morphnus guianensis Rara (STPC, 2004).Harpia harpyja STPC (2004).

Espécies endêmicas: 21 [ANT] (Herpsilochmus stictocephalus)

Área protegidaNome Categoria ÁreaReserva Biológica do Rio Trombetas Proteção Integral 409.585 ha

do rio Trombetas representam o extremosul da distribuição conhecida de H.stictocephalus3. Entre as aves de rapinade grande porte, destacam-se as quaseameaçadas Harpia harpyja (gavião-real)e Morphnus guianensis (uiraçu-falso).

AmeaçasA regularização fundiária da unidade deconservação não está concluída e háação de grileiros em trechos da reserva2.Comunidades estabelecidas nos limitesda área dedicam-se principalmente àagricultura de subsistência e à coleta decastanha-do-pará2. A presença humanano local é notada em virtude das áreasdesmatadas para dar lugar a pastagens,assim como das queimadas, realizadaspara renovar as áreas de cultivo2. Trechosde florestas de igapó também são

queimados; essa prática é utilizada paraaumentar a superfície das praias noslagos e para incrementar a área dedesova de quelônios, que são caçados etêm seus ovos coletados posteriormente2.Já foram encontradas gramíneas exóticasnas áreas alteradas e há presença deanimais domésticos, como bois, cabrase porcos, que prejudicam o estratoherbáceo e o sub-bosque da floresta,assim como cães, que caçam pequenosanimais silvestres e também sãoutilizados em caçadas2. Ovos de aves queutilizam as praias como sítio reprodutivosão coletados para consumo humano2.

Referências1. www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=50; 2. STPC (2004); 3. Schulz-Neto et al.(2007); 4. sensu Parker et al. (1996); 5. Mestre(2005).

DescriçãoEssa área abrange os hábitats dasespécies de aves típicas das várzeas notrecho do rio Amazonas compreendidoentre a foz do rio Trombetas e a foz do rioXingu. Em ambas as margens do rio, háum mosaico vegetacional composto porflorestas ribeirinhas (floresta ombrófila

densa aluvial), formações pioneiras sobinfluência fluvial/lacustre e contatos comáreas de savana. A influência das marésé determinante para a existência deextensos trechos de vegetação pioneira1.Os limites da IBA incluem também muitasáreas alteradas, visto que osremanescentes de vegetação natural

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RÁ distribuem-se de forma descontínua e

estão espalhados por toda a região1. Entreos rios que deságuam no baixo curso dorio Amazonas destacam-se o Trombetas,Curuá, Maicuru e Paru, na margemesquerda, e o Tapajós, Curuá-Una eXingu, na margem direita.

AvesA avifauna de várzea entre os rios Xingue Tocantins assemelha-se muito àqueladas matas de terra firme em outrasregiões da Amazônia, talvez pelo fato dea floresta ser mais semelhante àsflorestas de áreas não inundáveis, emrazão dos períodos de cheia mais curtos2.Porém, há endemismos próprios das

várzeas do baixo rio Amazonas, entre osrios Trombetas e Xingu2. Cranioleucamuelleri (joão-escamoso), por exemplo,é característico dessa região, mas o táxonmais representativo e restrito a essetrecho é Picumnus cirratus macconnelli(pica-pau-anão-barrado)2. As áreasribeirinhas são importantes também paraMyrmotherula klagesi (choquinha-do-tapajós), que tem boas populações nostrechos mais preservados1.

AmeaçasAs várzeas do médio e baixo curso do rioAmazonas são as mais alteradas, emrazão da extensiva ocupação humana aolongo de ambas as margens1. Cidades demaior porte, como Monte Alegre,localizam-se à beira do rio e o contínuocrescimento de suas populações urbanasacarreta a destruição da vegetação doentorno. A fertilidade dos solos dessasvárzeas favorece as atividadesagropecuárias, o que leva ao desmata-mento ao longo de seu curso1. Da mesmaforma, as fisionomias de várzea sãonaturalmente restritas e fragmentadas,sendo importante que seja adotada umaestratégia de preservação que consideretodo o conjunto desses diversos trechosde ambientes diferenciados.

Referências1. Mário Cohn-Haft (verb.); 2. Mário Cohn-Haft,Luciano N. Naka e Alexandre M. Fernandes (emprep.).

IBA sugerida por Mário Cohn-Haft

Espécie quase ameaçada: 1Myrmotherula klagesi Mário Cohn-Haft et al. (em prep.).

Espécies de distribuição restrita: 2 EBA067

Área protegidaNome Categoria ÁreaRESEX Tapajós-Arapiuns (parte) Uso Sustentável 677.171 haRESEX Verde para Sempre (parte) Uso Sustentável 1.319.661 ha

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A1, A3 2°49’13"S, 50°47’50"W

Área da IBA: 3.422.612 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Melgaço, Portel, Porto de Moz, Bagre, Altitude: 20–160 mOeiras do Pará, Senador José Porfírio, Anapu, Inventário Ornitológico: RepresentativoPacajá, BaiãoGrau de proteção: Nenhum

Caxiuanã / Portel PA05

DescriçãoA rodovia PA167 e o limite da FlorestaNacional de Caxiuanã formam a bordaoeste dessa IBA, situada logo ao sul daIlha de Marajó. Entre os extremossudoeste e sudeste, o limite é dado poruma linha paralela à BR230(Transamazônica), que exclui as áreasantropizadas existentes ao longo dessetrecho da rodovia. A borda oeste seguealguns rios e a rodovia PA156. Por fim, arodovia PA368, o rio Pacajá e a Baía deCaxiuanã perfazem o limite norte. Operímetro da IBA engloba a F. N. deCaxiuanã e, conseqüentemente, aEstação Científica Ferreira Penna,mantida pelo Museu Paraense EmílioGoeldi e voltada ao desenvolvimento depesquisas científicas na região, inclusive

sobre a biodiversidade1. Dados obtidosnessa estação científica indicam umapluviosidade anual em torno de 2.000 mm,com estação chuvosa entre dezembro emaio; a temperatura média é de 26,7ºC ea umidade relativa gira em torno de 87%2.Predomina em toda a região a florestaombrófila densa de terras baixas, comuma menor incidência da fitofisionomiasubmontana a sudeste. Ao longo dos riosAlto Anapu, Pacajá e Camaraípe háflorestas aluviais. Árvores emergentescom mais de 45 m de altura destacam-sena paisagem, como Anacardiummicrocarpum, Trattinickia rhoifolia, Diniziaexcelsa, Aspidosperma nitidum, Pouteriaoppositifolia e Tachigalia myrmecophila3.

AvesA rica avifauna da região é altamenterepresentativa da sub-região “Pará”4.Alguns importantes elementos ama-zônicos fazem parte da avifauna peculiarencontrada a leste do rio Tapajós, comoNeomorphus squamiger (jacu-estalo-escamoso) e Xipholena lamellipennis(anambé-de-rabo-branco). O raro N.squamiger foi observado apenas nasproximidades da Estação CientíficaFerreira Penna5 e o registro é um dospoucos obtidos até hoje no Brasil. A áreatambém é de grande importância paraGuarouba guarouba (ararajuba) ePyrrhura lepida (tiriba-pérola), ambaspsitacídeos ainda comuns na região5,6.Anodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande) ainda não foi encontrada na área,mas sua presença é esperada em razãoda boa população existente na região da

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PA

DescriçãoEssa área está situada no leste do Pará,próximo à divisa com o Maranhão, econstitui um dos mais importantesremanescentes florestais do extremoleste amazônico. A área inclui toda a TerraIndígena Amanaye, entre os rios Surubijue Ararandeua, cuja confluência forma o

rio Capim. Esse último atravessa grandeparte da região e deságua ao norte, norio Guamá. Os limites da IBAcorrespondem à área do grande blocoflorestal remanescente na região,excluindo-se as áreas antrópicas queaparecem em seu entorno, especialmentenas porções norte e oeste. A formação

A1 3°34’52"S, 48°18’40"W

Área da IBA: 2.141.584 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Tailândia, Tomé-Açu, Ipixuna do Pará, Altitude: 15–290 mParagominas, Goianésia do Pará, Ulianópolis, Inventário Ornitológico: PreliminarDon Eliseu, Rondon do ParáGrau de proteção: Nenhum

Rio Capim PA06

Espécie ameaçada: 1Guarouba guarouba Comum na Floresta Nacional de Caxiuanã (Valente, 2006);

presente nas proximidades de Portel (S. M. Dantas, dadosinéditos).

Espécies quase ameaçadas: 5Penelope pileata Incomum (Valente, 2006).Morphnus guianensis Valente (2006).Harpia harpyja Rara (Valente, 2006).Pyrrhura lepida Comum (Valente, 2006); presente nas proximidades de

Portel (S. M. Dantas, dados inéditos).Neomorphus squamiger Valente (2006).

Espécies endêmicas: 22 AMS

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaFLONA de Caxiuanã Uso Sustentável 324.060 haRESEX Arióca Pruanã (parte) Uso Sustentável 83.445 ha

chamada Volta Grande do Xingu (IBAPA07), situada a apenas cerca de 80 kma sudoeste.

AmeaçasToda a região sofre intensa pressãodevido à exploração das terras ao longoda rodovia Transamazônia (BR230) e àocupação humana nas cercanias doreservatório de Tucuruí, impactos queafetam especialmente os setores sul esudeste da IBA. O desmatamento comabertura de estradas perpendiculares à

Transamazônica é evidente em imagensde satélite da região, caracterizando umpadrão de ocupação conhecido como“espinha de peixe”. A atividade madeireiratambém ocorre na área7, assim como naregião do estuário do rio Amazonas8 e aosul da cidade de Portel9.

Referências1. Lisboa (2002); 2. Costa & Moraes (2002); 3. Ilkiu-Borges et al. (2002); 4. sensu Parker et al. (1996);5. Valente (2006); 6. Sidnei de Melo Dantas (dadosinéditos); 7. Alexandre Aleixo (verb.); 8. Smith(2002); 9. Sidnei de Melo Dantas (verb.).

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Espécie ameaçada: 1Guarouba guarouba Silveira (2006); K. Zimmer e A. Whittaker (dados inéditos).

Espécies quase ameaçadas: 5Ortalis superciliaris Provavelmente uma das maiores populações conhecidas

(A. Aleixo, verb.).Penelope pileata Silveira (2006).Morphnus guianensis Silveira (2006).Harpia harpyja Silveira (2006); K. Zimmer e A. Whittaker (dados inéditos).Pyrrhura lepida Boa população (A. Aleixo, verb.); Silveira (2006);

K. Zimmer e A. Whittaker (dados inéditos).

vegetal predominante é a florestaombrófila densa submontana, que ocorreprincipalmente na metade sul da área,onde o relevo exibe pequenas elevaçõesque atingem, no máximo, 250 m dealtitude. O restante é coberto por florestasde terras baixas, especialmente a porçãonorte, à margem esquerda do rio Capim.

AvesOs poucos levantamentos ornitológicosrealizados na região apontam a presençade pelo menos 370 espécies1,2. Asflorestas que restam na porção maisoriental da Amazônia, a leste do rioTocantins, abrigam táxons exclusivos dochamado “Centro Belém” de endemismo3,

como Ortalis superciliaris (aracuã-de-sobrancelhas). O bloco florestal do rioCapim aparentemente abriga uma dasmaiores populações conhecidas dessaespécie4. Grupos de Guarouba guarouba(ararajuba) são observados comfreqüência na região4 e a reprodução daespécie foi constatada em áreaspróximas5. Pyrrhura lepida (tiriba-pérola)também é relativamente abundante4.Táxons nacionalmente ameaçadosconferem uma importância ainda maior àárea, entre os quais estão Psophia viridisobscura (jacamim-de-costas-verdes),Pteroglossus bitor quatus bitor quatus( a r a ç a r i - d e - p e s c o ç o - v e r m e l h o ) ,Dendrocincla merula badia (arapaçu-da-taoca), Dendrocolaptes certhia medius(arapaçu-barrado) e Phlegopsisnigromaculata p araensis (mãe-de-taoca)1,2. Considerado raro em toda a suaárea de ocorrência, concentradaprincipalmente no Escudo Guianense, oregistro de Haematoderus milit aris(anambé-militar) no rio Capim representaum dos poucos ao sul do rio Amazonas4.

AmeaçasTodo o bloco florestal remanescente estásob forte pressão humana e áreasextremamente alteradas aparecem emtoda a sua volta, especialmente ao longodas rodovias que circundam a área. Adegradação mais intensa é notada aolongo da rodovia PA256, que é paralelaao limite oeste da IBA. Atividadesmadeireiras e projetos de colonização

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levam à substituição das florestas nativaspor pastagens4,5. A captura ilegal defilhotes, assim como o corte seletivo demadeira, representam sérias ameaças àararajuba, que aparentemente necessitade cavidades em árvores altas paranidificar5,6. A caça tem como alvosprincipais os cracídeos, como Mitutuberosum (mutum-cavalo)4. Na regiãotambém ocorrem constantes conflitos

DescriçãoA área situa-se à margem direita do rioXingu, junto à grande curva que esse riodescreve a cerca de 200 km de sua fozno rio Amazonas, conhecida como “VoltaGrande do Xingu”. As Terras IndígenasKoatinemo e Trincheira Bacajá, que

A1 3°47’14"S, 51°59’22"W

Área da IBA: 622.266 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Altamira, Senador José Porfírio Altitude: 75–370 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Preliminar

Baixo Rio Xingu PA07

entre madeireiros, posseiros, comu-nidades tradicionais e órgãos deficalização ambiental, devido aosdesmatamentos e à ocupação ilegal dasterras.

Referências1. Silveira (2006); 2. Kevin Zimmer e AndrewWhittaker (dados inéditos); 3. sensu Cracraft(1985); 4. Alexandre Aleixo (verb.); 5. Silveira &Belmonte (2005); 6. Oren & Novaes (1986).

apresentam maciços florestais bempreservados, definem o limite sul da IBA,enquanto o rio Bacajá representa partedo seu limite leste. Na margem esquerdado rio Xingu está localizada a cidade deAltamira. A média pluviométrica da regiãoé de aproximadamente 2.000 mm anuais.A área caracteriza-se pela dominância deflorestas ombrófilas abertas submon-tanas, com grande presença de cipós epalmeiras em praticamente toda a suaextensão.

AvesHá na região uma importante populaçãoamazônica de Anodorhynchushyacinthinus (arara-azul-grande). Apesarde não haver estudos locais sobre aespécie, levantamentos preliminaresregistraram alguns bandos com certafreqüência, inclusive em ambientesrelativamente alterados junto à VoltaGrande e às margens do Xingu1. Outropsitacídeo ameaçado que habita asflorestas da região é Guarouba guarouba(ararajuba)1. O registro documentado deNeomorphus squamiger (jacu-estalo-escamoso)2 representa um dos poucos

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Espécies ameaçadas: 2Anodorhynchus hyacinthinus Graves & Zusi (1990); boa população

(L. M. P. Henriques, verb.).Guarouba guarouba S. M. Dantas (verb.).

Espécies quase ameaçadas: 5Penelope pileata Graves & Zusi (1990).Morphnus guianensis S. M. Dantas (verb.).Neomorphus squamiger Graves & Zusi (1990).Synallaxis cherriei S. M. Dantas (verb.).Simoxenops ucayalae Graves & Zusi (1990).

no país dessa espécie ainda malconhecida. Os aglomerados de taquarasabrigam aves associadas a essasformações, como Simoxenops ucayalae(limpa-folha-de-bico-virado)2. As duasúltimas espécies representam ende-mismos notáveis da Amazônia Sul.Também ainda pouco conhecidos,ocorrem na área Synallaxis cherriei(puruchém) e Taeniotriccus andrei (maria-bonita)2.

AmeaçasA IBA está inserida em um dos pontosonde se registram os maiores índices dedesmatamento em toda a Amazôniabrasileira. É grande a devastação aolongo da BR230, mais conhecida comoTransamazônica, com destaque para a

margem esquerda do rio Xingu, onde estáa cidade de Altamira. O processo dedesmatamento é notório também namargem direita do rio Bacajá, no entornoda mesma rodovia, de onde segue paraleste. Essa faixa de florestas alteradas eáreas degradadas separa a IBA de outra,Caxiuanã/Portel (PA05), situada logo anordeste. Junto à margem direita da VoltaGrande também já há sinais evidentes deocupação e desmatamento, masAnodorhynchus hyacinthinus ainda éobservada nesse trecho1. Não háunidades de conservação em toda aregião.

Referências1. Luiza Magalli Pinto Henriques (verb.); 2. Graves& Zusi (1990); Sidnei de Melo Dantas (verb.).

DescriçãoEssa IBA corresponde aos limites doParque Nacional da Amazônia, criado em1974. Entre os rios que banham a regiãoestão o Monguba, Urupadi, Mariaquá,Mamuru e Tapajós, esse último formandoo limite sudeste da IBA. O clima é quentee úmido, com temperaturas médias

A1, A3 4°17’52"S, 56°45’0"W

Área da IBA: 1.161.379 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Aveiro, Itaiatuba (PA), Maués (AM) Altitude: 15–290 mGrau de proteção: Total Inventário Ornitológico: Representativo

Key Area 009

Parque Nacional da Amazônia PA/AM01

anuais entre 24º–26ºC1 e níveispluviométricos atingindo cerca de 2.200mm por ano. A floresta ombrófila densa éa vegetação predominante, incluindo asfeições submontana e de baixada.Trechos com florestas aluviais sãoencontrados ao longo dos rios, onde sedestacam as palmeiras buriti (Mauritia

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flexuosa) e açaí (Euterpe oleracea )2.Árvores de grande porte presentes naregião incluem Dalbergia spruceana ,Vouacapoua americana , Cordiagoeldiana, bem como algumasemergentes que chegam a cerca de 50m de altura, como Bertholletia excelsa ePithecellobium racemosum 2. A ricabiodiversidade local inclui algumasespécies de mamíferos ameaçados deextinção, tais como o cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) , ariranha(Pteronura brasiliensis) , peixe-boi(Trichechus inunguis) e boto-cor-de-rosa(Inia geoffrensis)2.

AvesO P. N. da Amazônia é uma das poucasunidades de conservação de proteçãointegral do bioma que possuem uma listarepresentativa de aves publicada3. Porconta disso, o número de endemismos daAmazônia Sul registrados na área éelevado, destacando-se espécies restritasao interflúvio Madeira–Tapajós:Lepidothrix nattereri (uirapuru-de-chapéu-branco), Rhegmatorhina berlepschi (mãe-de-taoca-arlequim), Conopophagamelanogaster (chupa-dente-grande),Skutchia borbae (mãe-de-taoca-dourada)e Dendrocolaptes hoffmannsi (arapaçu-marrom)3. A substituição de espéciesendêmicas que ocorre de um interflúviopara outro fica clara entre o P. N. daAmazônia e a Floresta Nacional doTapajós, essa última separada do parqueapenas pelo rio de mesmo nome, maslocalizada em sua margem direita. Asespécies R. berlepschi e L. nattereri sãosubstituídas a leste do rio Tapajós por R.gymnops (mãe-de-taoca-de-cara-branca)e L. iris (cabeça-de-prata), respectiva-mente4. Entre as espécies de maiorinteresse para a conservação, destaca-se Guarouba guarouba (ararajuba)3.Neomorphus squamiger (jacu-estalo-escamoso), cuculídeo quase ameaçadoe pouco representado em IBAs, foiregistrado historicamente3. O parquetambém é uma das poucas localidadesconhecidas de ocorrência de Capitobrunneipectus (capitão-de-peito-marrom),

Espécie ameaçada: 1Guaruba guarouba Forrester (1993) in Wege & Long (1995);

Oren & Parker III (1997).

Espécies quase ameaçadas: 2Penelope pileata Oren & Parker III (1997).Harpia harpyja Oren & Parker III (1997).

Espécies endêmicas: 29 AMS

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Nacional da Amazônia Proteção Integral 1.161.379 ha

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endemismo sul-amazônico com pequenadistribuição, assim como deMyrmotherula erythrura (choquinha-de-cauda-ruiva).

AmeaçasCerca de 25% da área do parque nãoestão com sua situação fundiáriaregularizada1 e existe sobreposição coma Terra Indígena Andirá-Marau,correspondendo a pouco menos de 10%do território. Foram detectadosdesmatamentos dentro e na zona deamortecimento da unidade deconservação5. A cidade de Itaituba estámuito próxima à borda leste do parque,que hoje representa o limite alcançado

pelos desmatamentos causados pelaexpansão da ocupação humana nessaregião. Várias outras formas de pressãosobre a biodiversidade foram detectadasna unidade de conservação e em seuentorno, como caça e pesca ilegais,extrativismo de produtos vegetais,invasão por posseiros, garimposclandestinos e projetos de aproveitamentohidrelétrico no rio Tapajós3,6.

Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004) 2. IBAMA (1989); 3. Oren & Parker (1997);4. Henriques et al. (2003); 5. Alves et al. (2007);6. www.socioambiental.org.br/uc/590/pressoes_ameacas; Forrester (1993) in Wege & Long(1995).

DescriçãoA IBA corresponde aos limites da FlorestaNacional de Altamira e do recém-criadoParque Nacional Jamanxim, que ocupamtrechos das bacias dos rios Tapajós eXingu situados em sua maior parte entre200 e 400 m de altitude. Níveispluviométricos que atingem cerca de2.400 mm anuais garantem a elevadaumidade da região. Os rios Jamanxim,Aruri Grande e Carapuça são os maisimportantes e compõem grande parte dadrenagem da área. A floresta ombrófilaaberta é a formação vegetal predominantena região, dividindo espaço com a florestaombrófila densa.

AvesAs expedições ornitológicas à região sãomuito recentes. Aparentemente há uma

A1, A3 5°44’55"S, 55°34’17"W

Área da IBA: 1.541.628 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Trairão, Itaituba, Altamira Altitude: 30–460 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Preliminar

Jamanxim / Altamira PA08

espécie ainda não descrita do gêneroTerenura1, ao passo que uma novaespécie de Hylopezus está sendo descritapara a região2. Também foi encontrado alium novo táxon de Campylorhamphus(arapaçu-beija-flor), endêmico dointerflúvio Tapajós-Xingu e ainda nãodescrito formalmente mas jácaracterizado3. Outras espécies restritasao mesmo interflúvio estão presentes naárea, como Rhegmatorhyna gymnop s(mãe-da-taoca-de-cara-branca) e umbeija-flor, Phaethornis aethopyga (rabo-branco-de-aranta-escura)1, cujo statustaxonômico foi apenas recentementeesclarecido4. Anodorhynchus hyacinthinus(arara-azul-grande) foi observada emdiversos pontos da área, inclusivenidificando1. Aparentemente, é a araramais comum entre as existentes na região

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(ocorrem também Ara ararauna, A. macaoe A. chloropterus ), ao contrário deGuarouba guarouba (ararajuba), que éincomum e só foi observada na margemleste do rio Jamanxim1.

AmeaçasA presença de madeireiros ilegais,garimpeiros e grileiros torna as áreas aolongo da BR163, que cruza o ParqueNacional do Jamanxim, um tantoinseguras. Na chamada “Terra do Meio”,problemas envolvendo pesquisadores,agentes sociais, proprietários de terra e

posseiros são freqüentemente noticiadospela mídia, revelando questões fundiárias,desmatamentos e até mesmoassasinatos por conta desses conflitos.Na F. N. de Altamira foram recentementeencontradas estradas clandestinas pararetirada de madeira e garimposabandonados; esses últimos deixaramgrandes clareiras abertas na mata5. Hátambém posseiros em toda a área, queinstalam suas fazendas, ocupam eexploram irregularmente as terras daunidade de conservação. Além disso,projetos de construção da Ferrovia Norte-Sul mostram um traçado atravessando afloresta nacional6. Por outro lado, apresença freqüente de espécies de avescinegéticas, como Tinamus tao (azulona),Penelope pileat a (jacupiranga), Mitutuberosum (mutum-cavalo) e Craxfasciolata (mutum-de-penacho), mostraque aparentemente não há intensapressão de caça na unidade deconservação1. Próximo à borda sudoesteda IBA passa a rodovia “Transgarimpeira”,onde há vários garimpos, inclusive emformadores do rio Jamanxim7,8. Análisesrealizadas com peixes coletados nasproximidades da vila São Chico mostramque há contaminação das águas pormercúrio7. Por fim, também foramdetectados desmatamentos dentro doparque nacional9.

Espécies ameaçadas: 2Anodorhynchus hyacinthinus A. Aleixo e F. Poletto (dados inéditos).Guarouba guarouba Um bando com 8 indivíduos observados em 2007

(A. Aleixo e F. Poletto, dados inéditos).

Espécies quase ameaçadas: 2Penelope pileata A. Aleixo e F. Poletto (dados inéditos).Simoxenops ucayalae A. Aleixo e F. Poletto (dados inéditos).

Espécies endêmicas: 20 AMS

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Nacional do Jamanxim Proteção Integral 852.616 haFLONA de Altamira Uso Sustentável 689.012 ha

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181

PA

Referências1. Alexandre Aleixo e Fabíola Poletto (dadosinéditos); 2. Carneiro & Aleixo (em prep.) inAlexandre Aleixo e Fabíola Poletto (dados inéditos);3. Portes (2007) in Alexandre Aleixo & FabíolaPoletto (dados inéditos); 4. Piacentini et al. (2008);5. www.wwf.org.br/natureza_brasileira/meio_

ambiente_brasi l /arpa/arpa_news/index.cfm?uNewsID=11400; 6. www.socioambiental.org/uc/1328/ambiental; 7. Castilhos (2004); 8. Egler(2006); 9. Alves et al. (2007).

IBA sugerida por Alexandre Aleixo

DescriçãoA IBA compreende o conjunto de unidadesde conservação composto pela ReservaBiológica do Tapirapé e pelas FlorestasNacionais de Carajás, de Itacaiúnas eTapirapé-Aquiri, acrescido da TerraIndígena Xikrin do Rio Cateté, todaslocalizadas no interflúvio Tocantins–Xingu, no centro-leste do Pará. A Serrados Carajás possui a maior mina de ferroconhecida no mundo, bem como grandesjazidas de manganês, cobre e ouro1,

A1, A3 6°6’25"S, 50°38’51"W

Área da IBA: 1.223.610 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Marabá, São Félix do Xingu, Paraupebas, Altitude: 150–900 mCanaã dos Carajás, Água Azul do Norte Inventário Ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial

Key Area 010

Serra dos Carajás PA09

exploradas pela Companhia Vale. AReserva Biológica do Tapirapé, a únicana categoria de proteção integral, foicriada com apoio dessa empresa e daSociedade Brasileira para o Progresso daCiência (SBPC)1. Áreas serranasestendem-se até pouco acima dos 800 m,mas a IBA abrange principalmenteterrenos na faixa entre os 200 e os 400 mde altitude2. A vegetação é constituída porflorestas ombrófilas, tanto densas quantoabertas, e por um tipo de formaçãoarbustiva baixa que ocorre nos topos dasmontanhas, conhecida como “canga”.Florestas com presença marcante decipós surgem em áreas escarpadas, porexemplo, na F. N. do Tapirapé-Aquiri1. Nasformações florestais submontanasdestacam-se a emergente Bertholletiaexcelsa e outras árvores de porte médio,como as dos gêneros Vochysia e Erisma2.O clima é classificado como tropicalchuvoso, mas há um período de estiagementre os meses de maio e agosto1.

AvesA região da Serra dos Carajás abriga umadas avifaunas mais ricas já encontradasno país, com 575 espécies registradas3.Embora a grande maioria seja deespécies florestais amazônicas, a regiãose localiza em uma zona de transição com

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PA

o Cerrado, de modo que elementos típicosdesse bioma também são vistos na área,como Phaethornis nattereri (besourão-de-sobre-amarelo). Da mesma forma, odesmatamento no entorno cria hábitatspropícios a uma série de espécies deáreas abertas. Alguns tabocais esparsospermitem a ocorrência de espécies típicasdesse ambiente, incluindo Simoxenopsucayale3, que tem na região o limiteoriental de sua distribuição conhecida. Asespécies Lepidothrix iris (cabeça-de-prata) e Xipholena lamellipenis (anambé-de-rabo-branco) estão entre osendemismos da sub-região “Pará”4

presentes nas zonas florestadas,importantes também para grandesfalconiformes, como Harpia harpyja(gavião-real) e Morphnus guian ensis(uiraçu-falso), e para outras espéciesainda pouco conhecidas, comoTaeniotriccus andrei (maria-bonita) eSynallaxis cherriei (puruchém)3. A regiãoabriga uma pequena população de

Anodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande)3.

AmeaçasA exploração mineral na região é, semdúvida, uma das atividades que mais geraimpactos ao meio ambiente, pois suprimeas florestas e modifica completamente apaisagem. Outras formas de pressão queameaçam a biota regional incluem a caçapredatória, a coleta de produtos vegetais,a extração de madeira e os garimposclandestinos1. Da mesma forma, háproblemas com a situação fundiária dealgumas unidades de conservação, comoa R. B. do Tapirapé, ainda não totalmenteregularizada1. A agricultura desubsistência é praticada por pequenosprodutores, assim como por posseiros,que costumam entrar em conflito entre si1.Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. Araújo & Maia (1991); 3. Pacheco et al.(2007); 4. sensu Parker et al. (1996); Wege & Long(1995).

Espécie ameaçada: 1Anodorhynchus hyacinthinus Pacheco et al. (2007).

Espécies quase ameaçadas: 7Penelope pileata Pacheco et al. (2007).Morphnus guianensis Pacheco et al. (2007).Harpia harpyja Pacheco et al. (2007).Pyrrhura lepida Pacheco et al. (2007).Contopus cooperi Pacheco et al. (2007).Synallaxis cherriei Wege & Long (1995), Pacheco et al. (2007).Simoxenops ucayalae Pacheco et al. (2007).

Espécies endêmicas: 25 AMS

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaReserva Biológica do Tapirapé Proteção Integral 99.703 haAPA do Igarapé Gelado Uso Sustentável 20.637 haFLONA de Carajás Uso Sustentável 411.948 haFLONA de Itacaiúnas* Uso Sustentável 141.400 haFLONA Tapirapé-Aquiri* Uso Sustentável 190.000 ha* parcialmente sobrepostas

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DescriçãoA área é formada pelos limites conjuntosdo Parque Nacional Rio Novo, FlorestaNacional Jamanxim e núcleo sul da Áreade Proteção Ambiental Tapajós. Paralelaà borda leste da IBA está a rodoviaBR163. O Jamanxim, Novo e Crepori sãoos principais rios da região. Os índicespluviométricos atingem cerca de 2.000mm anuais. A floresta ombrófila abertasubmontana é o tipo de vegetaçãopredominante na paisagem, com afloresta ombrófila densa submontanaocupando extensões menores,especialmente dentro da APA Tapajós.Nas formações florestais densas, árvoresrepresentativas incluem Bertholletiaexcelsa, Protium op acum e P.spruceanum, enquanto nas formações

A1, A2, A3 7°30’6"S, 56°15’24"W

Área da IBA: 2.621.296 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Novo Progresso, Itaituba, Jacareacanga Altitude: 230–480 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Preliminar

Novo Progresso PA10

abertas destacam-se Goupia glabra ,Tabebuia impetiginosa, Euterpe oleracea,Helicostylis tomentosa e Ocoteaglomerata1. Há no sul da área pequenasextensões de contatos entre florestasombrófilas e formações de savana.

AvesO único levantamento ornitológicorealizado até agora na região marcou aredescoberta de Lepidothrix vilasboasi(dançador-de-coroa-dourada), namargem oeste do rio Jamanxim2,3,4. Essaespécie não era registrada desde a suadescrição, feita a partir de três exemplarescoletados em julho de 1957, no alto rioCururu4. Explorações ornitológicasconduzidas na margem leste do rioJamanxim não tiveram êxito em localizara espécie5. Como o Consórcio Jamanxim,próximo à cidade de Novo Progresso, é aúnica localidade onde L. vilasboasi temsido encontrada até o momento,especula-se que sua distribuição estejarestrita ao interflúvio entre os rios Tapajóse Jamanxim5. Apesar da grande alteraçãoambiental na área, Anodorhynchushyacinthinus (arara-azul-grande) ainda éregistrada com certa freqüência2,5.

AmeaçasA região de Novo Progresso foicontemplada com recursos para projetosde colonização na margem oeste do rioJamanxim, o que gerou desmatamentospara a formação de pastagens4. Aexploração de madeira também ocorre deforma intensa e as estradas construídaspara o escoamento da produção

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madeireira facilitam a invasão porposseiros e grileiros2,4. Da mesma forma,a pavimentação da BR163 deveráaumentar a pressão sobre as florestas3.Já foram detectadas mineraçõesclandestinas em toda a área, assim comogrileiros e posseiros que agemdiariamente na região, criando conflitoscom proprietários de terras. Hádesmatamentos tanto na zona deamortecimento quanto no interior do P. N.Rio Novo6. A exploração das florestasfavorece a propagação das queimadas ao

longo de toda a BR163, que assimatingem inclusive áreas protegidas, comoo P. N. Rio Novo7,8.

Referências1. ECOPLAN (2003) in Pacheco & Olmos (2005);2. Pacheco & Olmos (2005); 3. Olmos & Pacheco(2002); 4. Olmos & Pacheco (2003); 5. AlexandreAleixo (verb.); 6. Alves et al. (2007);7. www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/inc-ndios-criminosos-destroem; 8. http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=163&textCode=28451.

DescriçãoLocalizada na fronteira entre o MatoGrosso e o Pará, essa IBA engloba os doisnúcleos do Parque Estadual do Cristalinoe a Reserva Biológica Nascentes da Serrado Cachimbo. Informações climáticasobtidas na base aérea do Cachimbo, daForça Aérea Brasileira, indicam umatemperatura média anual de 24,2ºC eíndices pluviométricos superiores a 2.300mm anuais1. Toda a região caracteriza-se por ser um grande mosaico de

A1, A3 9°11’41"S, 55°12’32"W

Área da IBA: 1.123.562 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Altamira, Novo Progresso (PA), Altitude: 240–800 mNovo Mundo, Alta Floresta (MT) Inventário Ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial

Key Area 012

Cristalino / Serra do Cachimbo PA/MT01

vegetação, que inclui desde diferentesfisionomias florestais (campinarana,igapó, matas de galeria e terra firme) atéformações associadas ao Cerrado(campos limpos, campinas, matas secas,cerrado sensu stricto )1,2,3. Na reservabiológica predominam a floresta ombrófiladensa submontana e as campinaranas,que juntas compõem cerca de 60% desua área1. Árvores como Bertholletiaexcelsa, Euterpe precatoria ePhenakospermum guyanense destacam-

Espécies ameaçadas: 2Anodorhynchus hyacinthinus Pacheco & Olmos (2005).Lepidothrix vilasboasi Olmos & Pacheco (2003), Pacheco & Olmos (2005).

Espécies endêmicas: 12 [AMS] (Lepidothrix vilasboasi)

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s030

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Nacional Rio Novo Proteção Integral 537.757 haAPA Tapajós (parte) Uso Sustentável 2.069.486 haFLONA Jamanxim Uso Sustentável 1.301.120 ha

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se nas florestas submontanas1. Nascampinaranas arbóreas há espécies quechegam a atingir 35 m de altura, como asdos gêneros Dendropanax, Protium ePlatycarpum1, mas nessa formação é

mais característica a Humiriabalsamifera2.

AvesAssim como as IBAs Ji-Paraná/Roosevelt(MT/RO/AM01) e Alto Juruá (AC02), aárea abriga uma avifauna riquíssima ecom elevado número de espéciesendêmicas do sul amazônico. Pesquisasornitológicas já foram conduzidas tanto naR. B. Nascentes da Serra do Cachimbo2,3,4

como na região do P. E. do Cristalino5,6.Além disso, listagens ocasionais daavifauna são elaboradas como resultadodo ativo turismo de observação de avesdesenvolvido na região de Alta Floresta,onde já foram detectadas 474 espéciesde aves5. A compilação dessas listassoma mais de 520 espécies para a IBA.Essa elevada riqueza está relacionada àvariedade de hábitats existente na região,que resulta não só da forte influência doCerrado sobre as paisagens da Serra doCachimbo, mas também da existência deformações secundárias e áreas abertas

Espécies ameaçadas: 3Harpyhaliaetus coronatus Na região da Serra do Cachimbo (Buzzetti, 2005).Anodorhynchus hyacinthinus Wege & Long (1995), Pacheco & Olmos (2005),

Buzzetti (2005).Guarouba guarouba Três indivíduos observados em 1991 (Lo, 1995).

Espécies quase ameaçadas: 8Penelope pileata Santos et al. (2004).Morphnus guianensis Rara (Zimmer et al., 1997).Harpia harpyja Rara (Zimmer et al., 1997); Buzzetti (2002a).Primolius maracana Pacheco & Olmos (2005), Buzzetti (2002a, 2005).Gypopsitta aurantiocephala Pacheco & Olmos (2005), Buzzetti (2005).Contopus cooperi Whittaker (2004).Synallaxis cherriei Incomum (Zimmer et al., 1997); Whitney (1997).Simoxenops ucayalae Incomum (Zimmer et al., 1997).

Espécies endêmicas: 36 AMS

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Estadual Cristalino I Proteção Integral 66.900 haParque Estadual Cristalino II Proteção Integral 118.000 haReserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo Proteção Integral 343.619 haRPPN Lote Cristalino Particular 670 ha

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causadas por desmatamentos. Até omomento, duas espécies de avesconsideradas endêmicas de Cerradoforam encontradas na área: Melanopareiatorquata (tapaculo-de-colarinho) eCyanocorax crist atellus (gralha-do-campo)2,3,4. A região do Cristalino é umadas únicas localidades no país comregistros recentes de Synallaxis cabanisi(joão-do-norte)5,7, mas acredita-se que aforma ali presente possa ser, na verdade,uma espécie ainda não descrita8. Omesmo é válido para um Herpsilochmus(chorozinho) encontrado na Serra doCachimbo, normalmente identificadocomo H. sellowi2, mas que também devetratar-se de uma espécie nova3,9. Entreas espécies raras encontradas na áreadestacam-se os quase ameaçadosSimoxenops ucayalae (limpa-folha-de-bico-virado) e Gypopsitta aurantiocephala(papagaio-de-cabeça-laranja), além deCercomacra manu (chororó-de-manu),Rhegmatorhina gymnops (mãe-de-taoca-de-cara-branca), Anabazenops dorsalis(barranqueiro-de-topete) e Dacnisalbiventris (saí-de-barriga-branca)2,3,4,5,6,10.Há também um provável registro deClytoctantes atrogularis (choca-de-garganta-preta) feito em Alta Floresta5,mas ainda não foi confirmado.

AmeaçasA rodovia BR163, que liga as cidades deCuiabá, no Mato Grosso, e Santarém, noPará, representa o maior fator de ameaçaà região. Imagens de satélite mostramque há diversas áreas alteradas ao longodo trecho dessa rodovia situado dentroda IBA. A ocupação humana nessas áreasameaça a integridade da R. B. Nascenteda Serra do Cachimbo, localizadaimediatamente a leste da rodovia e já comcerca de 10% de sua área fortementeimpactados1. São realizadosdesmatamentos para a abertura depastagens e, muitas vezes, utiliza-se ofogo para a sua renovação, causandoqueimadas na região1,11. Esse manejoinadequado facilita a expansão degramíneas invasoras, que são mais vistasnas pastagens e ao longo das estradas1.A presença de posseiros, ocupaçãoagrícola, caça predatória e corte seletivode madeira são uma realidade em toda aárea1,12.Referências1. ICV (2006a); 2. Pacheco & Olmos (2005);3. Santos et al. (2004); 4. Buzzetti (2005);5. Zimmer et al. (1997); 6. Buzzetti (2002a);7. Parker et al. (1997); 8. Luís Fábio Silveira (verb.);9. Andrew Whitaker (verb.); 10. Whitney (1997);11. Fábio Olmos (verb.); 12. FEMA (2002); Wege& Long (1995); Lo (1995); Whittaker (2004).

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Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Pará

Espécies Categ.*

Código IBA Total**

a b

Harpyhaliaetus coronatus EN X 1 15Anodorhynchus hyacinthinus EN X X X X X 5 20Guaruba guarouba EN X X X X X X 6 10Lepidothrix vilasboasi VU X 1 1Clytoctantes atrogularis*** CR ? 0 2Coryphaspiza melanotis VU X 1 8Total de espécies 0 1 0 0 1 1 2 1 2 1 2 3Ortalis superciliaris NT X 1 1Penelope pileata NT X X X X X X X 7 10Morphnus guianensis NT X X X X X X 6 12Harpia harpyja NT X X X X X X 6 20Primolius maracana NT X X 2 6Pyrrhura lepida NT X X X 3 3Gypopsitta aurantiocephala NT X 1 3Neomorphus squamiger NT X X 2 2Contopus cooperi NT X X 2 5Myrmotherula klagesi NT X 1 5Synallaxis cherriei NT X X X 3 6Simoxenops ucayalae NT X X X X 4 6Total de espécies 0 1 2 1 5 5 5 2 2 7 0 8

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Pará (sem considerar IBAs interestaduais que jáestão citadas em outro estado); b - Região como um todo.*** Um registro não confirmado na região do Parque Estadual do Cristalino, Mato Grosso.

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Tabela 4. Espécies endêmicas por IBAs no estado do Pará agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Pará (sem considerar IBAs interestaduais que jáestão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

Código IBA Total**

a b

Amazônia Norte e TepuisPenelope marail X 1 6Crax alector X 1 5Pionites melanocephalus X 1 7Gypopsitta caica X 1 3Pteroglossus viridis X 1 5Selenidera piperivora X 1 4Capito niger X 1 4Veniliornis cassini X 1 4Galbula albirostris X X X 3 11Notharchus macrorhynchos X 1 3Tyranneutes virescens X 1 3Lepidothrix serena ? 0 3Phylloscartes virescens X 1 3Todirostrum pictum X 1 5Conopias parvus X X 2 13Frederickena viridis X 1 3Thamnophilus nigrocinereus X X X 3 7Myrmotherula guttata X 1 5Myrmotherula gutturalis X 1 3Herpsilochmus stictocephalus X 1 1Herpsilochmus dorsimaculatus 65 X 1 5Percnostola rufifrons X 1 5Gymnopithys rufigula X 1 7Hylexetastes perrotii X 1 3Hylophilus brunneiceps X ? 1 3Cyanicterus cyanicterus X 1 2Euphonia plumbea X 1 6Total de espécies 0 0 22 0 1 3 2 1 0 1 0 1Amazônia SulCrypturellus strigulosus X X X X X X 6 10Penelope pileata X X X X X X X 7 10Aburria cujubi X X X X X X 6 13Leucopternis kuhli X X X X 4 7Psophia viridis X X X X X X X 7 11Guarouba guarouba X X X X X X 6 10Pyrrhura lepida X X X 3 3Pyrrhura perlata X X X X 4 7Pionites leucogaster X X X X X X 6 15

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Amazônia SulGypopsitta aurantiocephala X 1 3Gypopsitta vultur ina X X X X X X X 7 8Amazona kawalli X X X 3 8Neomorphus squamiger X X 2 2Phaethornis philippii X 1 9Pteroglossus bitorquatus X X X X X X X X X 9 15Pteroglossus beauharnaesii X 1 6Selenidera gouldii X X X X X X 6 12Capito dayi X X X X 4 7Capito brunneipectus X 1 1Picumnus aurifrons ? X X X X X X 6 14Galbula cyanicollis X X X X X X X X 8 14Malacoptila semicincta 68 X 1 3Malacoptila rufa X X X X X X X X 8 13Lepidothrix nattereri X X 2 5Lepidothrix vilasboasi s030 X 1 1Lepidothrix iris X X 2 3Heterocercus linteatus X X X X 4 9Xipholena lamellipennis X X X X X 5 5Hemitriccus minimus X X X X 4 11Thamnophilus stictocephalus X X X 3 7Clytoctantes atrogularis s025 ? 0 2Thamnomanes saturninus X X 2 9Myrmotherula sclateri X X X X X 5 14Myrmotherula leucophthalma X X X X X X X 7 12Myrmotherula iheringi X 1 5Cercomacra manu X 1 4Hypocnemoides maculicauda X X X X X 5 15Rhegmatorhina berlepschi X 1 1Rhegmatorhina gymnops X X 2 2Conopophaga melanogaster X X X X 4 6Skutchia borbae X 1 4Hylopezus berlepschi X X X X X X X 7 12Synallaxis cabanisi X 1 1Simoxenops ucayalae X X X X 4 6Hylexetastes un iformis X X 2 6Hylexetastes brigidai X X 2 2Dendrocolaptes hoffmannsi X 1 4

Tabela 4. (continuação) Espécies endêmicas por IBAs no estado do Pará agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

Código IBA Total**

a b

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Pará (sem considerar IBAs interestaduais que jáestão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

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Tabela 4. (continuação) Espécies endêmicas por IBAs no estado do Pará agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

Código IBA Total**

a b

Amazônia SulOdontorchilus cinereus X X 2 3Lanio versicolor X X X X X X X 7 15Total de espécies 0 7 0 0 22 17 15 29 20 25 12 36CerradoPhaethornis nattereri X 1 11Melanopareia torquata X 1 20Cyanocorax cristatellus X 1 22Total de espécies 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2Espécies de distribuiçãorestrita e não endêmicasPicumnus varzeae 67 X 1 2Myrmotherula klagesi 67 X 1 5Cranioleuca muelleri 67 X X 2 3Total de espécies 0 1 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0Total geral de espécies 0 8 23 2 23 20 17 30 20 27 12 39* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Pará (sem considerar IBAs interestaduais que jáestão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

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AM

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ON

AS

OCEANOATLÂNTICO

OCEANOPACÍFICO

AMAZONAS

Cra

x gl

obul

osa

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AZ

ON

AS

Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Amazonas

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.

Tabela 2. Resumo do Estado do AmazonasÁrea do estado (ha) 157.074.568Nº de IBAs¹ 10Tamanho das IBAs (ha) Mín. 46.207

Máx. 4.629.900Área total das IBAs no estado (ha e %) ha 21.601.245

% 13,75Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica² ANT 73

AMS 38CER 4

Nº de espécies ameaçadas³ CR 1EN 2VU 3NT 9

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (ANT - Amazônia Norte e Tepuis;AMS - Amazônia Sul; CER - Cerrado).³ Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

AM01 Tepuis do Amazonas AMZ 64, 65 ANTAM02 Parque Nacional do Jaú AMZ x 65, 67 ANTAM/PA01 Várzeas do Médio Rio Amazonas AMZ x 67AM03 Mamirauá AMZ x 66 (ANT)AM04 Arquipélago de Anavilhanas AMZ x 67

ARIE Projeto Dinâmica Biológica deFragmentos Florestais

(ANT),(AMS)

AM07 Alto Sucunduri AMZ x s025 (AMS)AM/RO01 Campos de Humaitá-Lábrea AMZ, CER xAM/RO02 Campo do Alto Marmelos AMZ, CER x AMSIBAs interestaduais descritas em seção referente a outro estadoPA/AM01 Parque Nacional da Amazônia AMZ x AMS

s025,s029

AC/AM01 Tabocais AMZ x 68 AMS

AM05 AMZ ANT

AM06 Baixo Rio Javari AMZ x 66

MT/RO/AM01 Ji-Paraná / Roosevelt AMZ x AMS

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DescriçãoA IBA corresponde às áreas do ParqueNacional da Serra da Neblina e do ParqueEstadual da Serra do Aracá, bem comodas serras que se interpõem a eles, acimada cota altitudinal de 900 m. Toda a regiãofaz parte do Pantepui, imenso platôarenítico que se estende ao longo dadivisa com a Venezuela e inclui osmaciços das Serras da Neblina, doTapirapecó e do Aracá. A maior parte doPantepui está em território venezuelano,sendo a Serra do Aracá o único tepuitotalmente inserido em território brasileiroe o mais ao sul dentro da Amazônia. Naregião está localizado o Pico da Neblina,com 2.993 m de altitude, ponto culminantedo Brasil1. A maior cachoeira do país, porsua vez, está situada no P. N. da Serrado Aracá, com queda de 365 metros2. A

A2, A3 0°55'7"N, 64°48'15"W

Área da IBA: 4.429.575 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: São Gabriel da Cachoeira, Altitude: 30–2.993 mSanta Isabel do Rio Negro, Barcelos Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial

Tepuis do Amazonas AM01

IBA é vizinha aos parques nacionaisvenezuelanos Serranía La Neblina eParima-Tapirapecó, que também sãoconsiderados IBAs. Em conjunto, essasáreas somam 9,2 milhões de hectares, amaior parte protegida (100% naVenezuela e cerca de 90% no Brasil).Devido ao gradiente altitudinal, a regiãoapresenta uma grande diversidade defisionomias vegetais. Nas cotas maiselevadas ocorrem florestas de carátermontano, que predominam nos trechosprotegidos da IBA, acompanhadas devegetação herbáceo-arbustiva em algunspontos. Nas demais áreas, a florestasubmontana constitui a vegetação maiscomum. Nas zonas elevadas da Serra daNeblina existem gêneros endêmicos deplantas, como Neblinaea, Neblinathamnuse Neblinanthera3. As campinaranasocorrem sobre solos arenosos dasporções mais baixas, especialmente noparque nacional1. Estudos recentes naSerra do Aracá revelaram a existência deum complexo mosaico de formaçõesvegetais, destacando-se um tipo peculiarde floresta que cresce sobre solosarenosos e encharcados das cotas maisbaixas, em cujo sub-bosque predominamas palmeiras Leopoldinia piassaba(piaçava) e Manicaria saccifera (bussú),bem como os campos rupestres domi-nados por gramíneas e uma espécie deRapateaceae, no topo das montanhas4.

AvesApesar de não ocorrerem táxonsameaçados ou quase ameaçados naárea, as zonas elevadas da regiãoabrigam fauna e flora únicas. A avifauna

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AS das formações montanhosas do norte do

Amazonas é peculiar aos tepuisocidentais. Embora os levantamentosornitológicos na região, especialmentenas partes mais altas, sejam aindapreliminares, já foram registradas 17espécies endêmicas dos tepuis5,6. Outroimportante resultado dos levantamentosrecentes na região foi o primeiro registroconfirmado de Polytmus milleri para oBrasil6. Os registros de Myrmotherasimplex (torom-de-peito-pardo), contudo,ainda requerem confirmação5,6. Nasextensas terras baixas incluídas na IBAocorrem Myrmotherula ambigua (cho-quinha-de-coroa-listrada), Herpsilochmusdorsimaculatus (chorozinho-de-costas-manchadas), Cyanocorax heilprini(gralha-de-nuca-azul) e Dolospingusfringilloides (papa-capim-de-coleira)5,6,todos representativos da EBA065(Florestas do Orinoco-Negro).Cyanocorax heilprini não está presenteem outras IBAs do Brasil, assim comoRupicola rupicola (galo-da-serra),registrado na área5. Fora da IBA, àsmargens da rodovia que liga São Gabrielda Cachoeira à divisa com a Venezuela,foi observada Myrmeciza pelzelni(formigueiro-de-barriga-cinza)7, espécieendêmica do oeste do rio Negro etambém de distribuição restrita, ausente

de outras IBAs brasileiras. Entretanto, suapresença na área é muito provável, nãosó pela proximidade desse registro emrelação ao P. N. do Pico da Neblina, mastambém pela continuidade de hábitatsadequados.

AmeaçasFaltam apenas 5% da área do P. N. doPico da Neblina por serem regularizados1.No entanto, mais de 50% de suasuperfície sobrepõem-se à Terra IndígenaYanomami. A Reserva Biológica Morrodos Seis Lagos (estadual), o P. E. da Serrado Aracá e a Floresta Nacional doAmazonas também são sobrepostas aessa área indígena. Há comunidadeshumanas no entorno dos parques, comoa de Ucuqui, que está próxima à Serrado Aracá e vive basicamente da extraçãoda fibra de piaçava4. No platô dessa serra,até poucos anos atrás, havia atividade demineração para a extração de tantalita8.

Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. www.cnpm.embrapa.br/vs/vs_0906/expedicao.html; 3. Lentino et al. (2005); 4. FVA(2006); 5. Mário Cohn-Haft & Luciano Naka (dadosinéditos); 6. Borges (2008); 7. Kevin Zimmer perAndrew Whittaker (in litt.); 8. Sérgio HenriqueBorges (verb.).

IBA sugerida por Mário Cohn-Haft

Espécies endêmicas: 42 ANT

Espécies de distribuição restrita: 18 EBA064 4 EBA065

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Estadual da Serra do Aracá* Proteção Integral 1.818.700 haParque Nacional do Pico da Neblina Proteção Integral 2.260.344 haReserva Biológica Morro dos Seis Lagos** Proteção Integral 36.900 haFLONA do Amazonas (parte)* Uso Sustentável 1.573.100 ha* parcialmente sobrepostas** totalmente sobreposta ao Parque Nacional do Pico da Neblina

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DescriçãoA IBA corresponde ao Parque Nacionaldo Jaú, uma das maiores unidades deconservação de sua categoria no país,localizado na margem oeste do rio Negro.Como na maior parte da Amazônia, oclima da região é quente e úmido, comtemperatura média anual entre 26 e 27ºCe precipitação variando entre 1.750–2.500mm ao ano. A estação seca vai de junhoa setembro e a úmida de dezembro amaio1. Representadas em cerca de 65%da área do parque, as florestas de terrafirme formam a vegetação predominantena região, sendo Alexa grandiflora ,Scleronema micranthum , Oenocarpusbacaba, Bertholletia excelsa e Goupiaglabra algumas das árvores mais

A1, A2, A3 2°15'5"S, 62°40'15"W

Área da IBA: 2.377.889 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Barcelos, Novo Airão Altitude: 35–90 mGrau de proteção: Total Inventário Ornitológico: Representativo

Parque Nacional do Jaú AM02

comuns2. O restante da área apresentauma série de outras formações vegetais,como florestas de igapó e campinaranasabertas ou florestadas3. Em uma dasmaiores manchas de campina existentesno parque, conhecida como Campina doPatauá, destaca-se a gramíneaArundaclaytonia jauensis e a palmeiraMauritiella aculeata (buritirana)4. Sobresolos arenosos e inundáveis no centro daunidade de conservação há extensasflorestas de palmeiras, caracterizadas porespécies como Euterpe longi bracteata,Oenocarpus bataua, Mauritia carana eLeopoldinia pulchra1.

AvesCom mais de dez anos consecutivos deestudos ornitológicos5, o P. N. do Jaú podeser considerado uma das áreas mais bemamostradas de toda a Amazôniabrasileira. Já foram registradas 445espécies de aves em seus limites, boaparte das quais restrita às florestas deterra firme (28%) ou às florestas de igapó(12%)3. Apesar da pouca representa-tividade dentro do parque, não chegandoa 0,5% de sua superfície1, as campinaspossuem espécies típicas, comoXenopipo atronitens (pretinho), muitocomum nessa formação, e Dolospingusfringilloides (papa-capim-de-coleira)5. Aspoucas ilhas fluviais do rio Negro, limiteoeste da área, servem de hábitat a umapequena população de Myrmotherulaklagesi (choquinha-do-tapajós)5,6. Táxonsraros que fazem parte da avifauna localincluem Percnostola rufifrons minor(formigueiro-de-pelzeln) e Rhegmatorhina

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AmeaçasAparentemente não há ameaçassignificativas ao ambiente e àbiodiversidade do parque, o que se deve,em parte, à baixa densidade humanadentro da unidade de conservação.

Referências1. FVA (1998); 2. Ferreira & Prance (1998); 3.Borges et al. (2001); 4. Vicentini (2004); 5. Borges(2006); 6. Sérgio Henrique Borges (verb.);7. Whittaker et al. (1995).

cristata (mãe-de-taoca-cristada)3. Alémdisso, o P. N. do Jaú também foi palco darecente redescoberta de duas espéciesque, assim como as anteriores, sãoendêmicas da Amazônia setentrional, aonorte do rio Amazonas: Nonnulaamaurocephala (freirinha-de-cabeça-castanha), restrita às matas de igapó5,7,e Myrmeciza disjuncta (formigueiro-de-yapacana), esse último registrado pelaprimeira vez em território brasileiro3.

Espécies quase ameaçadas: 2Harpia harpyja Rara (Borges et al., 2001); Borges (2006).Myrmotherula klagesi Rara (Borges, 2006).

Espécies endêmicas: 24 ANT

Espécies de distribuição restrita: 5 EBA0652 EBA067

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Nacional do Jaú Proteção Integral 2.377.889 ha

DescriçãoEssa área estende-se desde a foz do rioNegro até a foz do rio Trombetas,abrangendo as várzeas ao longo domédio curso do rio Amazonas. Apesar deambas as margens do rio apresentaremtrechos alterados, ainda há, em toda a suaextensão, fragmentos de hábitatimportantes para a conservação dasespécies-alvo, assim como trechos bempreservados. Formações vegetaispioneiras são mais comuns ao longo damargem esquerda, assim como oscontatos entre florestas e áreassavanizadas, enquanto no lado oposto há

A1, A2 2°48'18"S, 57°52'24"W

Área da IBA: 2.875.752 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Manaus, Iranduba, Careiro da Várzea, Altitude: 15–35 mCareiro, Itacoatiara, Autazes, Nova Olinda do Norte, Inventário Ornitológico: Não disponívelSilves, Itapiranga, Urucurituba, Boa Vista do Ramos,Maués, Parintins, Barreirinha, Nhamundá (AM), Faro,Terra Santa, Juruti, Oriximiná (PA)Grau de proteção: Parcial

Várzeas do Médio Rio Amazonas AM/PA01

mais áreas de floresta ombrófila densaaluvial ou de terras baixas. No trechocompreendido pela IBA estão localizadasas foz dos rios Madeira, Maués e Mamuru,à margem direita, e dos rios Negro, Urubue Uatumã, à margem esquerda.

AvesDe acordo com estudos ornitológicosrecentes, as várzeas ao longo dos riosAmazonas e Solimões apresentam umadiferenciação geográfica, o que sugere aexistência de “zonas de endemismo” paraaves típicas desse ambiente1. Essesestudos mostram que aparentemente há

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pau-anão-da-várzea)1 que, assim comoC. muelleri e Myrmotherula klagesi(choquinha-do-tapajós), é exclusivo deecossistemas de várzea. Há na regiãouma das maiores populações de M.klagesi2. É importante destacar que aindasão escassos os estudos ornitológicosnas várzeas do complexo Solimões-Amazonas, o que levanta a possibilidadede existirem táxons ainda desconhecidosna região, especialmente tendo em vistaque as pesquisas recentes estãorevelando uma série de padrões inéditose extensões de distribuição de aves.

AmeaçasA avifauna especializada em várzeasparece ser tolerante a pequenasalterações ambientais, mas ainda sãopoucas as informações disponíveis parapermitir uma avaliação consistente doimpacto da ocupação humana sobre aavifauna desse ambiente1. Além dasmatas de várzea propriamente ditas,vários outros hábitats encontrados aolongo do rio Amazonas, incluindo ilhasfluviais e formações vegetais suces-sionais, também são importantesambientes a serem preservados1. Asvárzeas do médio rio Amazonas jáapresentam um histórico antigo deutilização e ocupação, não só pelaexpansão de grandes centros urbanos,mas também porque os solos nasmargens dos rios são férteis e favorecematividades agropecuárias1. Muitas áreasestão sendo usadas para o cultivo dehortifrutigranjeiros, visando ao abas-

uma substituição de espécies de ummesmo gênero nas várzeas do rioAmazonas, a partir da foz do rio Negro.Esse é o caso, por exemplo, de Galbulagalbula (ariramba-de-cauda-verde),presente a jusante, e G. tombacea(ariramba-de-barba-branca), presente amontante da foz do rio Negro1. Outrasespécies só são detectadas a partir dafoz do rio Negro e suas distribuições navárzea aparentemente não se estendemrio Amazonas acima, como Sakesphorusluctuosus (choca-d’água), Hylophiluspectoralis (vite-vite-de-cabeça-cinza) eCranioleuca muelleri (joão-escamoso)1.Porém, a única espécie inteiramenterestrita às várzeas entre os rios Negro eTrombetas é Picumnus varzeae (pica-

Espécie quase ameaçada: 1Myrmotherula klagesi Mário Cohn-Haft et al. (em prep).

Espécies de distribuição restrita: 3 EBA067

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Estadual Nhamundá (parte) Proteção Integral 56.671 haAPA Nhamundá Uso Sustentável 195.900 ha

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tecimento da cidade de Manaus. Projetosde aproveitamento hidrelétrico emgrandes afluentes do Amazonas, como oMadeira, podem alterar a dinâmicahidrológica do rio1.

DescriçãoA Reserva de Desenvolvimento Sus-tentável Mamirauá localiza-se naconfluência dos rios Solimões e Japurá.Os terrenos das várzeas, de origemquaternária, apresentam uma série depequenos canais que interligam rios(“paranás”) e um grande número de lagos.Esses últimos – são mais de 600 jámapeados1 – servem de refúgio às avesaquáticas em épocas secas2. As cheiasperiódicas dos rios influenciam toda aárea, onde predominam as florestas devárzea3. A maior parte da precipitação

A1, A2, A3 2°27'22"S, 66°2'0"W

Área da IBA: 1.124.000 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Tonantins, Fonte Boa, Japurá, Altitude: 15–70 mMaraã, Uarini Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Nenhum

Key Area 006; RAMSAR 623

Mamirauá AM03

concentra-se de janeiro a abril, commédias anuais entre 2.200 e 2.400 mm4.Os terrenos mais elevados, tambémchamados de restinga alta, possuemvegetação com estrutura semelhante àdas florestas de terra firme3. Nessasáreas estão presentes algumas árvoresde grande porte, como Ceiba pentandra,Hura crepitans e Parinari excelsa 3. Naspartes mais baixas há o chavascal,vegetação influenciada por longosperíodos de inundação (6 a 8 meses),onde predominam densas formaçõesbaixas e pantanosas3. São característicasnessa fisionomia Bambusa sp., Piranheatrifoliata e algumas árvores, comoPseudobombax munguba3. Já a restingabaixa, representada pela vegetação quese forma nos trechos de transição entreo chavascal e a restinga alta, temPterocarpus amazonicus , Eschweileraalbiflora e Neoxythece elegans comoespécies mais abundantes3. De formageral, as restingas ocupam 44,3% daárea, enquanto os chavascaiscorrepondem a 31,3%1. Na fauna,destacam-se os primatas globalmenteameaçados Saimiri vanzolinii e Cacajaocalvus1, o primeiro sendo endêmico doBrasil5.

AvesMamirauá é uma das áreas maisimportantes para a conservação da

Referências1. Mario Cohn-Haft, Luciano N. Naka e AlexandreM. Fernandes (em prep.); 2. Mário Cohn-Haft(verb.).

IBA sugerida por Mário Cohn-Haft

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ASavifauna de várzea na região do rio

Solimões6. Suas florestas de várzeaabrigam o cracídeo ameaçado Craxglobulosa (mutum-de-fava)7 e Mamirauátalvez seja a única área conhecida ondehá uma população significativa dessaespécie6. Em 2005, sua população localfoi estimada em cerca de 250 indivíduos8.Nas áreas inundáveis da reserva tambémsão encontrados diversos táxons compoucos registros conhecidos oupublicados no país. Entre as espécies quehabitam as várzeas e ilhas fluviais estãoLeuccipus chlorocercus (beija-flor-pintado), Serpophaga hypoleuca (ale-grinho-do-rio), Synallaxis propinqua (joão-de-barriga-branca) e Metopothrixaurantiaca (joão-folheiro)9. Não inteira-mente restritas às várzeas são Myrmecizamelanoceps (formigueiro-grande) eGalbacyrhynchus leucotis (ariramba-vermelha), essa última, tal como C.globulosa, sem ocorrência conhecida emoutras IBAs brasileiras. Um pica-pau-anão (Picumnus spp.) observado na áreafoi identificado provisoriamente como P.pumilus (pica-pau-anão-do-orinoco) e,caso o registro se confirme, essa será aúnica IBA no país a abrigar a espécie10.Por fim, vários indivíduos de Neochen

jubata (pato-corredor) já foramregistrados nas margens dos rios e ilhasda reserva10.

AmeaçasAparentemente a região não vemsofrendo ameaças comuns em outraspartes da região amazônica, comodesmatamentos e queimadas. As famíliasque vivem dentro da reserva praticamatividades de subsistência e pesquisa-dores monitoram de perto as ações quelá ocorrem11. Quatro terras indígenas(Jaquiri, Uati-Paraná, Porto Praia eAcapuri de Cima) sobrepõem-se aoslimites da reserva, mas a área desobreposição equivale a apenas 3,5% desua superfície total. Por outro lado, apesardo constante monitoramento sobre acaça, Crax globulosa aparentementecontinua sendo perseguido na região8.

Referência1. SCM (1996); 2. Rodrigues (1994); 3. Ayres(1993); 4. Salati & Marques (1984) in SCM (1996);5. Infonatura (2007); 6. Mário Cohn-Haft (verb.); 7.BirdLife International (2007); 8. Bret M. Whitney(in litt.) in BirdLife International (2007); 9. Pacheco(1995a); 10. José Fernando Pacheco (dadosinéditos); 11. www.mamiraua.org.br; Wege & Long(1995).

Espécie ameaçada: 1Crax globulosa Wege & Long (1995), J. F. Pacheco (dados inéditos).

Espécies quase ameaçadas: 2Neochen jubata J. F. Pacheco (dados inéditos).Harpia harpyja J. F. Pacheco (dados inéditos).

Espécies endêmicas: 2 [ANT] (Galbalcyrhynchus leucotis)

Espécie de distribuição restrita: 1 [EBA066] (Leucippus chlorocercus)

Área protegidaNome Categoria ÁreaRDS Mamirauá Uso Sustentável 1.124.000 ha

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DescriçãoSituado no rio Negro, o arquipélago deAnavilhanas está totalmente inserido naEstação Ecológica de Anavilhanas. A IBAnão inclui as áreas de terra firme dessaunidade de conservação, que nãoapresentam relevância internacional paraas aves. Anavilhanas situa-se a apenas40 km da cidade de Manaus e é formadapor mais de 400 ilhas, sendo consideradao maior arquipélago fluvial do mundo1. Adisposição das ilhas, associada àvariação sazonal do nível das águas, criano local um verdadeiro labirinto formadopor canais, lagos, áreas pantanosas ebancos de areia. O tamanho das ilhas évariável, com algumas chegando a cercade 50 km de comprimento. Dependendoda intensidade da estação chuvosa, as

A1, A2 2°32'25"S, 60°46'20"W

Área da IBA: 197.812 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Novo Airão, Manaus Altitude: 15–35 mGrau de proteção: Total Inventário Ornitológico: Preliminar

Arquipélago de Anavilhanas AM04

florestas do arquipélago podem ficar detrês a nove meses por ano sob influênciada inundação2 e algumas pequenas ilhaschegam a ficar totalmente submersas.Não há terra firme nas ilhas e as florestasde igapó rodeiam as lagoas que existemno interior das ilhas maiores e até mesmoem ilhotas com cerca de 1 km deextensão2. Tabernaemontana rupicola ,Amphirrhox longifolia e Aldina latifolia sãoas árvores mais freqüentes3. As mais altasatingem entre 15–20 m de altura, havendoemergentes de até 25 m4, com destaquepara Astrocaryum jauari , Eschweileraalbiflora e Virola surinamensis 5, amea-çada de extinção no país6. O volumeanual de chuvas atinge cerca de 2.200mm e há duas estações distintas naregião, sendo uma mais chuvosa (entreoutubro e maio) e outra menos chuvosa(entre junho e setembro).

AvesMais de 160 espécies de aves foramidentificadas somente no arquipélago, quepossui uma avifauna peculiar e distinta daexistente nas florestas adjacentes e emoutros sistemas insulares estudados naregião2. Aves especializadas emambientes fluviais são encontradas comrelativa freqüência nas ilhas, comoMyrmotherula klagesi (choquinha-do-tapajós), Myrmoborus lugubris (formi-gueiro-liso) e Xiphorhynchus kienerii(arapaçu-ferrugem)2,7. Com distribuiçãorestrita às várzeas, M. klagesi tem nocomplexo de ilhas da estação ecológicasua maior população protegida7. As ilhastambém fornecem ambientes preser-vados e adequados às aves migratórias.

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Grandes grupos de maçaricos seconcentram nos lagos insulares durantea época menos úmida, incluindo Tringamelanoleuca (maçarico-grande-de-perna-amarela) e Calidris fuscicollis (maçarico-de-sobre-branco)2,8. Além disso, centenasde milhares de Progne subis (andorinha-azul) congregam-se na área8, assim comograndes grupos de P. tapera (andorinha-do-campo), que utilizam as ilhas comodormitório coletivo7,8. Diversas espéciesde psitacídeos deixam as áreas de terrafirme adjacentes para se concentrar nasilhas nas épocas com grande oferta defrutas. Entre os grandes falconiformesencontrados na área, Harpia harpyja(gavião-real) possui boa população8.

AmeaçasAs populações locais utilizam a área para

a pesca e a caça, especialmente do peixe-boi (Trichechus inunguis )1, exploradoprincipalmente por comunidades de NovoAirão5. Constantes invasões paraextração ilegal de madeira e areia, assimcomo para a caça, são fortes ameaçasàs áreas de terra firme da estaçãoecológica, mas não à porção insular1.Entretanto, a proximidade em relação àcidade de Manaus traz ao arquipélago umgrande número de embarcações e geraturismo sem controle.

Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. Cintra et al. (2007); 3. Parolin et al.(2003); 4. Piedade et al. (2003); 5. www.ibama.gov.br/siucweb/unidades/esec/planos_de_manejo/58/html/index.htm; 6. www.ibama.gov.br/flora/extincao.htm; 7. Mário Cohn-Haft (verb.); 8. AndrewWhittaker (verb.).

Espécies quase ameaçadas: 3Morphnus guianensis A. Whittaker (verb.).Harpia harpyja A. Whittaker (verb.).Myrmotherula klagesi Rara (Cintra et al., 2007); M. Cohn-Haft (verb.).

Espécie de distribuição restrita: 1 [EBA067] (Myrmotherula klagesi)

Área protegidaNome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Anavilhanas Proteção Integral 342.344 ha

DescriçãoA IBA abrange a Área de RelevanteInteresse Ecológico Projeto DinâmicaBiológica de Fragmentos Florestais(PDBFF), formada pelas fazendasDimona, Porto Alegre e Esteio, e parte dasflorestas no entorno. Uma pequena parteda Área de Proteção Ambiental da

A3 2°22'18"S, 59°54'15"W

Área da IBA: 46.207 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Manaus, Rio Preto da Eva Altitude: 30–150mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Representativo

ARIE Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais e Entorno AM05

Margem Esquerda do Rio Negro tambémestá dentro dos limites da IBA, em seuextremo oeste. O clima da região é quentee úmido, com pluviosidade anual entre1.900–2.300 mm e temperatura média de26ºC. Entre dezembro e maio há umaestação chuvosa, sendo o restante do anode estiagem1. Terraços pleistocênicos

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interglaciais formados por latossolospobres em nutrientes dão a estruturageomorfológica da área, cuja topografiaapresenta-se ondulada1. Dominam asflorestas primárias de terra firme (florestaombrófila densa), entremeadas por umasérie de “ilhas” de hábitats secundários,dominados por Cecropia spp. ou Vismiaspp.2,3,4,5, mas também há trechos comfloresta ombrófila aberta. O dossel dafloresta tem entre 30–37 m de altura, comalgumas emergentes esparsas e sub-bosque relativamente aberto1,2. O PDBFFfoi criado em meados da década de 1970,a partir de uma parceria entre o Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia(INPA) e o Smithsonian Institute, com oobjetivo de estudar as conseqüênciasecológicas do desmatamento e dafragmentação florestal sobre a biodi-versidade amazônica1.

AvesA avifauna da área do PDBFF é uma dasmais bem estudadas ao norte do rioAmazonas, em razão do grande númerode estudos ornitológicos realizados naárea. Um total de 394 espécies já foiregistrado na área2, sendo muitasexclusivas do centro de endemismo dasGuianas. Iodopleura fusca (anambé-fusco) e Hemitriccus josephinae (maria-bicudinha), duas espécies com registrosescassos e pontuais na Amazôniabrasileira e que não são conhecidas deoutras IBAs do país, qualificam a áreacomo IBA. Um par de H. josephinae foirecentemente anilhado durante umapesquisa de campo, sendo esse oprimeiro registro da espécie na área doprojeto, os anteriores tendo ocorrido naregião de Balbina6. Há outros tiranídeosraros, como Hemitriccus inornatus (maria-da-campina) e Phylloscartes virescens(borboletinha-guianense)2.

AmeaçasOs projetos de colonização e aconseqüente instalação de assenta-mentos nas proximidades das estradasque cruzam a região, em especial a que

Espécies quase ameaçadas: 3Morphnus guianensis Rara (Cohn-Haft et al., 1997); Naka (2004).Harpia harpyja Rara (Cohn-Haft et al., 1997).Contopus cooperi Migrante raro (Cohn-Haft et al., 1997).

Espécies endêmicas: 34 ANT

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaARIE Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais* Uso sustentável 3.192 haAPA Margem Esquerda do Rio Negro (parte)* Uso sustentável 643.215 ha* parcialmente sobrepostos

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atravessa as fazendas Porto Alegre eEsteio a partir da BR164, ameaçam acontinuidade do projeto e a integridadeda área7,8. Os desmatamentos e a caçapredatória constituem ameaças adi-cionais7.

Referências1. www.inpa.gov.br/~pdbff/area1p.htm; 2. Cohn-Haft et al. (1997); 3. Laurance et al. (2001);4. Laurance et al. (2002); 5. Monaco et al. (2003);6. Andrew Whittaker (in litt.); 7. Laurance & Luizão(2007); 8. www.cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/97185; Naka (2004).

DescriçãoA área localiza-se no extremo oeste daAmazônia brasileira, na divisa com o Peru,estendendo-se pelo baixo curso do rioJavari, a cerca de 40 km de suaconfluência com o rio Solimões. O limitenorte da área situa-se logo acima daconfluência com o rio Quixito. O rio Javaricaracteriza-se por seu curso sinuoso,ladeado por canais e lagoas influenciadas

A1, A2, A3 4°16'28"S, 70°35'26"W

Área da IBA: 77.158 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Atalaia do Norte Altitude: 70–110 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Não disponível

Baixo Rio Javari AM06

pela grande variação sazonal no nível daságuas. A IBA inclui cerca de 30% da áreada Terra Indígena Lameirão. A vegetaçãopredominante é a floresta ombrófila densaaluvial, havendo uma faixa de transiçãoe contato com a floresta ombrófila aberta.

AvesAs várzeas inundáveis do baixo curso dorio Javari e de um pequeno trechoadjacente do Solimões, na divisa com oPeru, correspondem ao extremo leste daárea de endemismo Baixadas do AltoAmazonas-Napo (EBA066). Nasproximidades de Palmari foramencontradas três espécies repre-sentativas dessa EBA, todas restritas ahábitats ribeirinhos do rio Javari:Leuccipus chlorocercus (beija-flor-pintado), Myrmoborus melanurus (formi-gueiro-de-rabo-preto) e Heterocercusaurantiivertex (dançarino-de-crista-laranja)1. É possível que as várzeassituadas mais ao sul, além dos limitespropostos para a IBA, tenham importânciasimilar, mas presentemente não hálevantamentos ornitológicos quesuportem a inclusão dessas áreas. Outrasespécies com escassos registros no paístambém habitam a região do baixo rioJavari, como Laterallus fasciatus (sanã-

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zebrada), Schistocichla schistacea (formi-gueiro-cinza), Myrmeciza melanocep s(formigueiro-grande), Thryothorus griseus(garrincha-cinza) e Cacicus latirostris(japu-de-rabo-verde)1. Nas áreas detransição entre florestas inundáveis e deterra firme ocorre Myrmotherula sunensis(choquinha-do-oeste)2, espécie raraencontrada somente no oeste amazônico.O primeiro registro confirmado deSteatornis caripensis (guácharo) no Brasilse deu em Palmari, junto à divisa com oPeru, através da descoberta de umexemplar em decomposição3. Primoliuscouloni (maracanã-de-cabeça-azul),

psitacídeo ameaçado que, no Brasil, éencontrado principalmente no Acre,também foi registrado na área1.

AmeaçasNão são conhecidas ameaças à área. Osdesmatamentos são mais intensos naregião de Benjamin Constant, logo anordeste da IBA, e resultam da expansãode sua sede municipal4.Referências1. Andrew Whittaker (dados inéditos); 2. KevinZimmer & Andrew Whitaker (in litt.); 3. Whittakeret al. (2004); 4. Andrew Whittaker (in litt.).

IBA sugerida por Andrew Whittaker

Espécie ameaçada: 1Primolius couloni A. Whittaker (dados inéditos).

Espécie quase ameaçada: 1Myrmoborus melanurus A. Whittaker (dados inéditos).

Espécies endêmicas: 14 [AMS] (Myrmoborus melanurus) 4 [ANT] (Heterocercus aurantiivertex)

Espécies de distribuição restrita: 3 EBA066

DescriçãoA área engloba o chamado Mosaico deUnidades de Conservação do Sul doEstado do Amazonas, criado pelo governoestadual com a finalidade de barrar aintensa pressão de madeireiros e grileirosque agem na região1. O limite norte daárea acompanha a rodovia Transama-zônica, desde a divisa entre os Estadosdo Pará e Amazonas até o encontro como rio Juma e, seguindo em direção sul,até a ponta noroeste da Floresta Nacionaldo Jatuarana. Apenas o trecho entre aTransamazônica e as áreas da Floresta

A1, A2, A3 7°34'9"S, 59°29'39"W

Área da IBA: 4.629.900 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Novo Aripuanã, Apuí, Maués Altitude: 30–380 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Preliminar

Alto Sucunduri AM07

Nacional do Jatuarana e do ParqueNacional do Juruena não está coberto porunidades de conservação. Predominamna região as matas de terra firme,representadas principalmente pelasflorestas ombrófilas densa e aberta,ambas com feição submontana. Contatoscom savanas são mais evidentes naporção sudoeste da IBA. A drenagem daregião é feita principalmente pelos riosAripuanã, Acari, Sucunduri e Juruena.

AvesOs levantamentos ornitológicos na área

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são ainda preliminares, mas seusresultados já permitem compreender acomposição da avifauna local, comaproximadamente 270 espécies2. Estãopresentes algumas aves incomuns eendêmicas do interflúvio Madeira–Tapajós, como Pyrrhura perlata (tiriba-de-

Espécies ameaçadas: 2Guarouba guarouba L. F. Silveira (verb.).Clytoctantes atrogularis Whitney (2005).

Espécie quase ameaçada: 1Gypopsitta aurantiocephala Buzzetti (2006).

Espécies endêmicas: 14 [AMS] (Clytoctantes atrogularis)

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s025

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Estadual do Guariba Proteção Integral 72.296 haParque Estadual do Sucunduri Proteção Integral 808.312 haParque Nacional do Juruena (parte) Proteção Integral 1.957.000 haFES Apuí Uso Sustentável 185.946 haFES do Aripuanã Uso Sustentável 336.040 haFES do Manicoré (parte) Uso Sustentável 83.381 haFES do Sucunduri Uso Sustentável 492.905 haFLONA do Jatuarana Uso Sustentável 837.100 haRDS Aripuanã Uso Sustentável 224.290 haRDS Bararati Uso Sustentável 113.606 haRESEX do Guariba Uso Sustentável 150.465 ha

barriga-vermelha), Dendrocolapteshoffmannsi (arapaçu-marrom) e oameaçado Clytoctantes atrogularis(choca-de-garganta-preta). Esse últimofoi observado próximo à rodoviaTransamazônica e ao rio Sucunduri, emárea de vegetação secundária3. Gruposde Guarouba guarouba (ararajuba) têmsido observados ao longo da rodovia,entre Apuí e Jacareacanga4. Tambémmerece destaque a presença do quaseameaçado Gypopsitta aurantiocephal a(papagaio-de-cabeça-laranja), recente-mente descrito2. Ao sul, no ParqueEstadual do Sucunduri, foi detectada umaespécie aparentemente ainda nãodescrita de Herpsilochmus (chorozinho),afim de H. sellowi5,6. Esse parque abrangeformações de matas com cipó, provávelhábitat de C. atrogularis , e tambémapresenta grande potencial para aocorrência da ararajuba5.

AmeaçasToda a região encontra-se sob fortepressão de desmatamento. Ao sul, afronteira agrícola do Estado do Mato

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Grosso avança rapidamente em direçãoà área e representa uma ameaçaiminente. Ao norte, o desmatamentoamplia-se a partir da Transamazônica.Entre as ameaças ao mosaico deunidades de conservação estão aabertura de estradas clandestinas,desmatamentos, extração ilegal de

madeira, queimadas e garimpo7,8.

Referências1. www.socioambiental.org/uc/4258/ambiental;2. Buzzetti (2006); 3. Whitney (2005); 4. Luís FabioSilveira (verb.); 5. Mário Cohn-Haft (verb.);6. Andrew Whittaker (verb.); 7. ICV (2006b);8. www.socioambiental.org.br.

IBA sugerida por Mário Cohn-Haft

DescriçãoA área inclui todo o conjunto de manchasisoladas de campos naturais ao norte e aoeste de Porto Velho (Rondônia) e asudoeste de Humaitá (Amazonas), assimcomo as florestas circunvizinhas. Avegetação desses campos é classificadacomo savana parque e savana arbo-rizada, exceto a daquele mais próximo àcidade de Humaitá, que possui

A1 8°5'54"S, 64°2'43"W

Área da IBA: 2.724.632 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Lábrea, Canutama, Humaitá (AM), Altitude: 30–230 mPorto Velho (RO) Inventário Ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Parcial

Campos de Humaitá - Lábrea AM/RO01

características de formação campestretípica (savana gramíneo-lenhosa). Oscampos da região costumam ficaralagados na época chuvosa1. Ao redordessas manchas campestres estabe-lecem-se zonas de contato entre áreassavanizadas e florestadas, essas últimasrepresentadas em praticamente toda aIBA pela floresta ombrófila aberta deterras baixas. Na Estação Ecológica deCuniã, a precipitação anual atinge cercade 2.500 mm e a temperatura média estáentre 23 e 25ºC, com umidade relativa doar em torno de 85%.

AvesOs encraves de campo natural queocorrem dispersos pela florestaamazônica contêm expressivaspopulações de aves associadas aoCerrado, já que alguns desses encravespossuem características fitofisionômicasmuito semelhantes às desse bioma. Naárea de campo situada junto à cidade deHumaitá foi registrado Culicivoracaudacuta (papa-moscas-do-campo),sendo essa uma das poucas localidadesamazônicas com ocorrência dessepássaro ameaçado1. Populaçõesimportantes de Coryphaspiza melanotis

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(tico-tico-de-máscara-negra) também sãoencontradas nos campos1. Já a avifaunadas florestas que cercam as savanas étípica do sul amazônico e só recen-temente vem sendo estudada2,3,4. Algunsregistros interessantes realizados nessasflorestas incluem os de Metopothrixaurantiaca (joão-folheiro), Cercomacraserva (chororó-preto) e Hylexetastesstresemanni (arapaçu-de-barriga-pintada)3. Uma nova espécie de gralha(Cyanocorax sp.), que habita a transiçãoentre campos e florestas e nidifica naspequenas ilhas florestais dispersas nomeio dos campos, está em processo dedescrição científica1. Cerca de 250 km anordeste há outro conjunto de campos,onde essa gralha também foi encontrada1.Ao sul, a Estação Ecológica Serra dosTrês Irmãos engloba a chamada “Serra

do Candomblé”, que possui áreas comvegetação relativamente aberta ondeoutros táxons novos podem seresperados1.

AmeaçasAs áreas de campo sofrem queimadas eestão sendo ocupadas por fazendas deagricultura. Já foram detectadas tanto acaça ilegal como a extração de produtosnaturais na região, inclusive dentro deunidades de conservação de proteçãointegral5.

Referências1. Mário Cohn-Haft (verb.); 2. Alexandre Aleixo(verb.); 3. Kevin Zimmer & Andrew Whittaker(dados inéditos); 4. Cohn-Haft et al. (2007);5. www.socioambiental.org.br/uc/826/pressoes_ameacas.

IBA sugerida por Mário Cohn-Haft

Espécies ameaçadas: 2Culicivora caudacuta M. Cohn-Haft (verb.).Coryphaspiza melanotis M. Cohn-Haft (verb.).

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Cuniã (parte) Proteção Integral 49.888 haEstação Ecológica Serra dos Três Irmãos (parte) Proteção Integral 99.813 haFERS do Rio Madeira (A) (parte) Uso Sustentável 63.812 haFERS do Rio Madeira (B) (parte) Uso Sustentável 51.856 haFERS do Rio Madeira (C) (parte) Uso Sustentável 30.000 haFERS do Rio Vermelho (C) (parte) Uso Sustentável 20.215 haFLONA Balata-Tufari (parte) Uso Sustentável 802.023 haFLONA de Humaitá (parte) Uso Sustentável 468.970 haRESEX do Lago de Cuniã (parte) Uso Sustentável 55.850 ha

DescriçãoEssa IBA abrange os extensos camposexistentes na porção oeste do Parque

A1, A3 8°32'47"S, 61°38'10"W

Área da IBA: 451.017 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã (AM), Altitude: 30–160 mMachadinho d'Oeste (RO) Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial

Campo do Alto Marmelos AM/RO02

Nacional dos Campos Amazônicos,situados em sua maior parte em territórioamazonense. Os limites da área seguem

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o contorno dessa enorme mancha desavanas, uma das maiores na Amazôniabrasileira. Cerca de metade da área estáinserida no parque nacional e quase todoo restante na Terra Indígena TenharimMarmelos. Uma pequena parte da IBA, aleste, está dentro da Terra IndígenaTenharim do Igarapé-Preto. A vegetaçãocompreende a savana parque e a savanaarborizada, com presença de florestas degaleria. Um grande número de drenagenscorta a área, principalmente o rio dosMarmelos e seus diversos formadores,assim como o rio Branco e seus afluentes.No entorno do rio dos Marmelos há umafloresta mais alta, já caracterizada comofloresta ombrófila aberta, bem comocontatos com savanas arbóreas.

AvesAssim como em outras áreas de camposamazônicos, ocorrem aves associadas acerrados e a formações abertas, comoUropelia campestris (rolinha-vaqueira),Aratinga pertinax (periquito-de-bochecha-parda), Brotogeris chiriri (periquito-de-encontro-amarelo), Phaethornis pretrei(rabo-branco-acanelado), Lepidocolaptesangustirostris (arapaçu-de-cerrado),Synallaxis albescens (uí-pi), Hemitriccusmargaritaceiventer (sebinho-de-olho-de-ouro) e Sporophila plumbea (patativa)1.Três espécies endêmicas do Cerradohabitam os campos da região:Phaethornis nattereri (besourão-de-sobre-amarelo), Suiriri islerorum (suiriri-da-chapada) e Melanopareia torquat a(tapaculo-de-colarinho)1. Pequenaspopulações de Euscarthmus rufomarginatus(maria-corruíra) e Polystictus pectoralis(papa-moscas-canela) são encontradasem campos altos com predomínio degramíneas1. A subespécie de P. pectoralisencontrada na região é a mesma quehabita as savanas do norte do país (P. p.brevipennis) e seu recente registrorepresenta um aumento considerável desua distribuição geográfica conhecida1.Um táxon não descrito de Herpsilochmus,observado nas matas de terra firme ecampinaranas, encontra-se em processode descrição1.

AmeaçasImagens de satélite mostram a ocupaçãodas áreas de savana situadas no Estadode Rondônia, onde a expansão dodesmatamento é mais intensa. Colonos

Espécies quase ameaçadas: 2Polystictus pectoralis Aleixo & Poletto (2007).Euscarthmus rufomarginatus Aleixo & Poletto (2007).

Espécies endêmicas: 23 AMS

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Nacional dos Campos Amazônicos (parte) Proteção Integral 873.570 ha

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ocupam a região há mais de 20 anos,cultivando diversos produtos agrícolas,incluindo o arroz2.

Referências1. Aleixo & Poletto (2007); 2. Andrew Whittaker eMário Cohn-Haft (verb.).

Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Amazonas

Espécies Categ.*

Código IBA Total**

a b

Crax globulosa VU X 1 1Primolius couloni EN X 1 4Guarouba guarouba EN X 1 10Culicivora caudacuta VU X 1 10Clytoctantes atrogularis CR X 1 2Coryphaspiza melanotis VU X 1 8Total de espécies 0 0 0 1 0 0 1 2 2 0Neochen jubata NT X 1 7Morphnus guianensis NT X X 2 12Harpia harpyja NT X X X X 4 20Gypopsitta aurantiocephala NT X 1 3Polystictus pectoralis NT X 1 6Euscarthmus ru fomarginatus NT X 1 10Contopus cooperi NT X 1 5Myrmotherula klagesi NT X X X 3 5Myrmoborus melanurus NT X 1 1Total de espécies 0 2 1 2 3 3 1 1 0 2

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* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Amazonas (sem considerar IBAs interestaduais quejá estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

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Tabela 4. Espécies endêmicas e/ou de distribuição restrita por IBAs no estado do Amazonas agrupadas por região zoogeográfica

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Amazonas (sem considerar IBAs interestaduais quejá estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

Espécies Categ.*

Código IBA Total**

a b

Amazônia Norte e TepuisCrypturellus duidae 65 ? 0 1Penelope marail X 1 6Mitu tomentosum X ? X 2 3Crax alector X X 2 5Pyrrhura egregia 64 X 1 2Pionites melanocephalus X X X X 4 7Gypopsitta caica X 1 3Neomorphus rufipennis X 1 1Streptoprocne phelpsi 64 X 1 1Campylopterus duidae 64 X 1 1Topaza pyra X X X 3 3Lophornis pavoninus 64 X 1 1Polytmus milleri 64 X 1 1Leucippus chlorocercus 66 X X 2 2Heliodoxa xanthogonys 64 X 1 1Pteroglossus viridis X X 2 5Selenidera nattereri X 1 1Selenidera piperivora X 1 4Capito niger X X 2 4Picumnus pumilus 65 ? 0 0Picumnus lafresnayi X X 2 2Veniliornis cassini X 1 4Galbalcyrhynchus leucotis X 1 1Galbula albirostris X X X X X 5 11Notharchus macrorhynchos X 1 3Nonnula amaurocephala 67 X 1 1Monasa atra X X X 3 6Neopelma chrysocephalum X X X 3 4Tyranneutes vi rescens X 1 3Corapipo gutturalis X X 2 3Lepidothrix serena X 1 3Lepidothrix suavissima 64 X 1 1Xenopipo uniformis 64 X 1 1Heterocercus flavivertex X X X 3 4Heterocercus aurantiivertex 66 X 1 1Pipra cornuta 64 X 1 1Iodopleura fusca X 1 1Pachyramphus surinamus X X X 3 4Rupicola rupicola X 1 1Perissocephalus tricolor X X X 3 6Phylloscartes nigrifrons 64 X 1 1

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Tabela 4. (continuação) Espécies endêmicas e/ou de distribuição restrita por IBAs no estado do Amazonas agrupadas por região zoogeográfica

Espécies Categ.*

Código IBA Total**

a b

Phylloscartes chapmani 64 X 1 1Phylloscartes virescens X X 2 3Hemitriccus josephinae X 1 1Hemitriccus inornatus 65 X 1 2Todirostrum pictum X X 2 5Conopias parvus X X X X X 5 13Frederickena viridis X 1 3Thamnophilus nigrocinereus X X X 3 7Myrmotherula ambigua 65 X X 2 2Myrmotherula guttata X X 2 5Myrmotherula gutturalis X 1 3Herpsilochmus dorsimaculatus 65 X X X 3 5Herpsilochmus roraimae 64 X 1 1Percnostola rufifrons X X X 3 5Schistocichla caurensis 64 X 1 1Myrmeciza disjuncta 65 X 1 2Gymnopithys rufigula X X X 3 7Rhegmatorhina cristata 65 X 1 1Myrmothera simplex 64 ? 0 1Synallaxis macconelli X 1 2Cranioleuca demissa 64 X 1 1Hylexetastes perrotii X 1 3Hylophilus sclateri 64 X 1 1Hylophilus brunneiceps X X ? 2 3Cyanocorax heilprini 65 X 1 1Troglodytes rufulus 64 X 1 2Microcerculus ustulatus 64 X 1 1Microbates collaris X X X 3 5Dolospingus fringilloides 65 X X 2 3Cyanicterus cyanicterus X 1 2Diglossa duidae 64 X 1 1Euphonia plumbea X X X X 4 6Total de espécies 42 22 0 2 11 34 4 0 3 1Amazônia SulCrypturellus strigulosus X 1 10Aburria cujubi X X 2 13Psophia viridis X X 2 11Primolius couloni X 1 4Guarouba guarouba X 1 10Pyrrhura perlata X 1 7Pionites leucogaster X X X 3 15Gypopsitta aurantiocephala X 1 3

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* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Amazonas (sem considerar IBAs interestaduais quejá estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

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Tabela 4. (continuação) Espécies endêmicas e/ou de distribuição restrita por IBAs no estado do Amazonas agrupadas por região zoogeográfica

Espécies Categ.*

Código IBA Total**

a b

Amazona kawalli X X X X 4 8Phaethornis philippii X X X 3 9Pteroglossus bitorquatus X X 2 15Pteroglossus mariae X 1 4Pteroglossus beauharnaesii X X 2 6Selenidera gouldii X X 2 12Capito dayi X 1 7Picumnus aurifrons X X X 3 14Galbula cyanicollis X X 2 14Galbula cyanescens ? 0 3Malacoptila rufa X X 2 13Lepidothrix nattereri X 1 5Heterocercus linteatus X X 2 9Hemitriccus minimus X X X 3 11Thamnophilus stictocephalus X X 2 7Clytoctantes atrogularis s025 X 1 2Thamnomanes saturninus X X X 3 9Thamnomanes schistogynus X 1 5Myrmotherula sclateri X X X 3 14Myrmoborus melanurus 66 X 1 1Hypocnemoides maculicauda X ? 1 15Gymnopithys salvini X X 2 5Rhegmatorhina hoffmannsi X 1 4Conopophaga melanogaster X 1 6Skutchia borbae X 1 4Hylexetastes un iformis X 1 6Dendrocolaptes hoffmannsi X X 2 4Odontorchilus cinereus X 1 6Thryothorus griseus X 1 2Tachyphonus ruf iventer X 1 3Lanio versicolor X X 2 15Total de espécies 0 2 0 0 0 0 14 14 12 23CerradoPhaethornis nattereri X 1 11Suiriri islerorum X 1 6Culicivora caudacuta X 1 10Melanopareia torquata X 1 20Total de espécies 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3Espécies de distribuiçãorestrita e não endêmicasPicumnus varzeae 67 X 1 2Myrmotherula klagesi 67 X X X 3 5Cranioleuca muelleri 67 X 1 3Total de espécies 0 1 3 0 1 0 0 0 0 0Total geral de espécies 42 25 3 2 12 34 18 14 16 27

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* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Amazonas (sem considerar IBAs interestaduais quejá estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

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OCEANOATLÂNTICO

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Tabela 2. Resumo do Estado do MaranhãoÁrea do estado (ha) 33.198.329,30Nº de IBAs¹ 5Tamanho das IBAs (ha) Mín. 217.139

Máx. 2.045.444Área total das IBAs no estado (ha e %)² ha 4.672.049

% 14,07Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica³ AMS 7

CER 11CAA 3

Nº de espécies ameaçadas4 CR 1EN 2VU 1NT 7

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Incluiu-se a extensão maranhense da IBA PI/MA/TO01 (Nascentes do Rio Parnaíba), identificada por Bencke et al.(2006).³ Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (AMS - Amazônia Sul; CER - Cerrado;CAA - Caatinga).4 Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Maranhão

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.** Referente a Buteogallus aequinoctialis (ver capítulo 6).

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

MA/PA01 Reentrâncias Maranhenses/Paraenses C/M, AMZ ** xMA/PA02 Gurupi AMZ x

C/M, AMZ,CER, CAA

MA/PI/CE01 Delta do Parnaíba C/M, CER, CAA ** xMA02 Barragem de Boa Esperança CER, CAA x CERIBAs interestaduais descritas em seção referente a outro estadoTO/MA/PA01 São Pedro da Água Branca AMS, CER x s031

MA01 Baixada Maranhense x

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A2, A4i, A4iii 1°34’5"S, 46°14’54"W

Área da IBA: 1.134.852 ha Bioma: Zonas Costeira e Marinha,Municípios: Vigia, São Caetano de Odivelas, AmazôniaSão João da Ponta, Curuca, Marapanim, Altitude: 0–100 mMagalhães Barata, Maracanã, Salinópolis, Inventário Ornitológico: PreliminarSão João de Pirabas, Primavera, Quatipuru,Tracuateua, Bragança, Augusto Corrêa,Viseu (PA), Carutapera, Luis Domingues,Godofredo Viana, Cândido Mendes, Turiaçu,Turilândia, Bacuri, Serrano do Maranhão,Apicum-Açu, Cururupu, Mirinzal,Porto Rico do Maranhão, Cedral, Guimarães,Bequimão, Alcântara (MA)Grau de proteção: Nenhum

RAMSAR 640

Reentrâncias Maranhenses/Paraenses MA/PA01

DescriçãoDispostas ao longo de uma extensaplanície, as reentrâncias costeirasocidentais do Maranhão e da árealitorânea adjacente do Pará são formadaspor uma grande variedade de ambientessob influência fluvial e marinha. Nessecomplexo sistema, grandes extensões demanguezais intercalam-se com pontõesarenosos. A vegetação de mangue é bemdesenvolvida, com algumas espéciesatingindo 30 m de altura1. Há também

praias de areias brancas, dunas costeiras,falésias rochosas marinhas, lagos,restingas e brejos herbáceos de águadoce, dispostos entre os diversosestuários e enseadas, em que sedestacam algumas baías de grande porte,como Cumã, Gurupi, Maracanã eTuriaçú2,3. O clima da região é quente eúmido, com temperaturas médiasvariando entre 25–26ºC2 e pluviosidadeanual de 2.400 a 2.900 mm. Existemregistros do ameaçado peixe-boi-marinho(Trichechus manatus) na área4.

AvesAs reentrâncias maranhenses eparaenses constituem uma das maisimportantes áreas de concentração deaves limícolas migratórias em todo opaís5,6. Em virtude dessa importância, aárea foi reconhecida como sítio RAMSARe incluída na Rede Hemisférica deReservas para Aves Limícolas.Provenientes principalmente do hemis-fério norte, são diversas as espéciesmigratórias que utilizam a área paraalimentação e repouso5,6. Passam pelaregião, por exemplo, aves que se dirigemem migração até a Lagoa do Peixe (IBARS06), outro importante local de con-centração de aves limícolas7. Algumasespécies concentram-se em números que

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excedem 1% de suas populaçõesbiogeográficas. Há congregaçõesimportantes de Limnodromus griseus(maçarico-de-costas-brancas) e Numeniusphaeopus (maçarico-galego) nomunicípio de Cururupu (Maranhão), deCalidris canutus (maçarico-de-papo-vermelho) em Alcântara (Maranhão), e deCalidris pusilla (maçarico-rasteirinho) emViseu (Pará)6,8. Aves aquáticas tambémformam grandes concentrações naregião, como Eudocimus ruber (guará).Contagens realizadas na década de 1990permitiram detectar duas localidades comcerca de 3.500 indivíduos cada9,10. Outraespécie que se destaca na área éButeogallus aequinoctialis (carangue-jeiro)11, ave de rapina especializada emmanguezais.

AmeaçasÉ grande a ocupação humana em toda aextensão da área. Centros urbanoscrescem perto da costa, como é o casode Alcântara, no extremo leste da IBA, etambém de Viseu e Salinópolis. O despejode esgoto doméstico, efluentes industriaise resíduos sólidos, além da remoção dedunas (especialmente na região deSalinópolis), são impactos comuns nasáreas sujeitas a crescente urbanização3.Há trechos das reentrâncias ocupadospor sistemas agrícolas, sendo o arroz umdos principais cultivos2,3. O turismodesordenado e a especulação imobiliáriaameaçam as áreas ainda bempreservadas3. Por fim, há também a caçae a pesca predatórias em toda a área2,3.Os ninhais de guarás (Eudocimus ruber)

Espécies congregantes: 5Eudocimus ruber Cerca de 3.500 indivíduos na Ilha dos Pássaros,

Pará (Rodrigues & Fernandes, 1994), e 2.000–3.400 paresna Ilha do Cajual, Maranhão (Martinez & Rodrigues, 1999;Haas et al. 1999).

Limnodromus griseus Cerca de 1.200 indivíduos na Ponta Seca, Cururupu,Maranhão (Rodrigues, 2007).

Numenius phaeopus Cerca de 700 indivíduos na Croa Alta, Cururupu, Maranhão(Rodrigues, 2007).

Calidris canutus Concentração com 2.000 indivíduos na Croa Criminosa, Viseu,Pará (Rodrigues, 2007)

Calidris pusilla Entre 20.000–24.000 aves estimadas na Ilha do Cajual(Rodrigues, 2000).

Espécie de distribuição restrita: 1 (Buteogallus aequinoctialis)

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaAPA de Algodoal-Maiandeua (parte) Uso Sustentável 2.378 haAPA Reentrâncias Maranhenses (parte) Uso Sustentável 2.680.911 haRESEX de São João da Ponta Uso Sustentável 3.203 haRESEX do Cururupu* Uso Sustentável 185.046 haRESEX Mãe Grande de Curuçá (parte) Uso Sustentável 37.062 haRESEX Maracanã (parte) Uso Sustentável 30.019 haRESEX Marinha de Araí-Peroba (parte) Uso Sustentável 11.480 haRESEX Marinha de Caeté-Taperaçu (parte) Uso Sustentável 42.069 haRESEX Marinha de Tracuatea (parte) Uso Sustentável 27.154 haRESEX Marinha Gurupi-Piriá Uso Sustentável 74.081 ha* totalmente sobreposta à APA Reentrâncias Maranhenses

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DescriçãoO bloco florestal de Gurupi situa-sepraticamente no limite oriental da florestaamazônica, onde já é extensiva adevastação, que se faz notar pelapresença de pastagens e florestassecundárias fragmentadas. A áreacompreende basicamente o conjunto dasTerras Indígenas Alto Turiaçú, Alto RioGuamá, Awa e Caru, além da ReservaBiológica do Gurupi, englobando as

A1 2°55’57"S, 46°26’48"W

Área da IBA: 1.392.974 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Santa Luiza do Pará, Nova Esperança do Altitude: 15–315 mPiriá, Paragominas (PA), Centro Novo do Maranhão, Inventário Ornitológico: PreliminarMaranhãozinho, Santa Luzia do Paruá, Araguana,Governador Newton Belo, São João do Caru, Bom Jardim (MA)Grau de proteção: Parcial

Key Area 022

Gurupi MA/PA02

Serras da Desordem e do Tiracambu. AR. B. do Gurupi foi criada com o objetivode preservar as florestas da chamadaPré-Amazônia Maranhense1. Entretanto,há fortes sinais de devastação em seuinterior, assim como nas terras indígenasadjacentes. O clima da região é quente eúmido, com pluviosidade média anual de1.750-2.000 mm e temperaturas entre24º–26ºC2. Grande parte da áreaapresenta-se recoberta pela florestaombrófila densa de terras baixas,especialmente a Terra Indígena AltoTuriaçú, onde aparentemente estão osmaiores remanescentes florestaiscontínuos de toda a IBA. A porção sul,onde está a reserva biológica, possuiflorestas ombrófilas densas submon-tanas. Na fauna da região, destaca-se omacaco-caiarara (Cebus kaapori ), quetem na reserva biológica a única área deproteção integral dentro de suadistribuição3.

AvesA avifauna da R. B. do Gurupi foi muitopouco estudada até agora, pois o acessoà área é difícil devido à presença deposseiros e, principalmente, madeireirosilegais. Até o momento, foramidentificadas 144 espécies na reserva4.

costumam ser saqueados e os ovos sãousados como alimento por parte dapopulação local.

Referências1. www.amazoniamaranhense.com.br/pagvegetação.html; 2. Diegues (2002); 3. Fundação BIO-

RIO et al. (2002); 4. Lima (1999); 5. Morrison &Ross (1989); 6. Rodrigues (2007); 7. AntônioAugusto Ferreira Rodrigues (verb.); 8. Rodrigues(2000); 9. Rodrigues & Fernandes (1994); 10. Haaset al. (1999); 11. Antônio Augusto FerreiraRodrigues (in litt.); Martinez & Rodrigues (1999).

IBA sugerida porAntônio Augusto Ferreira Rodrigues

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Algumas informações publicadas sobre aavifauna do entorno também dão umaidéia das espécies esperadas dentrodesse bloco florestal, que incluemLepidothrix iris (cabeça-de-prata),endêmica da margem direita do rioTapajós, Periporphyrus ery thromelas(bicudo-encarnado), um cardinalídeoincomum, e o cracídeo quase ameaçadoPenelope pileata (jacupiranga)5. Na áreaocorre Psophia viridis obscura 6 e talvezali exista a última população em liberdadede Crax fasciolata pinima7,8, ambos táxonsclassificados como “Em Perigo” na listabrasileira de animais em extinção. Outraespécie que habita a região é Guaroubaguarouba (ararajuba)2, psitacídeoameaçado tanto em nível global quantonacional. Tal conjunto de espéciesencontra em Gurupi um dos seus últimosredutos de floresta amazônica no Estadodo Maranhão. É importante destacar aexistência da Terra Indígena Araribóia,distante cerca de 50 km a sudeste, queaparenta ter florestas em excelenteestado de conservação; não hálevantamentos ornitológicos nessa área,mas é provável que ali ocorram asmesmas espécies de aves encontradasem Gurupi.

AmeaçasA R. B. do Gurupi é uma das unidades deconservação mais vulneráveis do país esua situação fundiária ainda não estáresolvida1,9. São muitos os impactosobservados na região, que incluemdesmatamentos constantes, corte seletivode madeira e expansão de siderúrgicasnas proximidades1. Só a reserva biológicaperdeu cerca de 20% de sua área porconta de ocupações ilegais para aexploração agropecuária10. Comunidadesindígenas locais vendem madeira e fazemcultivo de maconha, e também há forteatividade de madeireiros8. Recentemente(2007), a Polícia Federal realizouoperações de fiscalização na reservabiológica e cercanias, autuandomadeireiras e pessoas que agiamilegalmente na região.

Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. IBAMA (1989); 3. Cunha et al. (2007);4. www.amazoniamaranhense.com.br/paggurupi2.html; 5. Oren (1990); 6. Andrew Whittaker(verb.); 7. Clay & Oren (2006); 8. Luis Fábio Silveira(verb.); 9. Rylands & Pinto (1998); 10. Oliveira(2004) in Atlas da Conservação da NaturezaBrasileira (2004); Wege & Long (1995).

Espécie ameaçada: 1Guarouba guarouba Wege & Long (1995).

Espécies quase ameaçadas: 2Penelope pileata Oren (1990).Morphnus guianensis Oren (1990).

Área protegidaNome Categoria ÁreaReserva Biológica do Gurupi Proteção Integral 272.375 ha

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DescriçãoA IBA inclui a Área de Proteção Ambientalda Baixada Maranhense, a sul/sudoesteda baía de São Marcos, e estende-se aleste até o rio Munim, englobando assimafluentes desse rio e também doItapecuru. O Mearim e o Pindaré, prin-cipais rios da região, transbordamanualmente e suas águas inundam todas

A4i, A4iii 2°57’33"S, 44°46’4"W

Área da IBA: 2.045.444 ha Bioma: Zonas Costeira e Marinha,Municípios: Turiaçú, Turilândia, Santa Helena, Amazônia, Cerrado, CaatingaSerrano do Maranhão, Cururupu, Mirinzal, Altitude: 15–110 mPorto Rico do Maranhão, Cedral, Guimarães, Inventário Ornitológico: PreliminarCentral do Maranhão, Pinheiro, Bequimão,Presidente Sarney, Peri Mirim, Palmeirândia,Alcântara, São Bento, Bacurituba, São Luís,Cajapio, São Vicente Ferrer, Olinda Nova do Maranhão,Bacabeira, Rosário, Axixá, São João Batista, Morros,Cachoeira Grande, Presidente Juscelino, Matinha,Santa Rita, Anajatuba, Viana, Penalva, Cajari, Arari,Vitória do Mearim, Monção, Bom Jardim,Pindaré Mirim, Igarapé do Meio, Satubinha,Conceição do Lago-Açú, Matões do Norte,Olho d’Água das Cunhas, Bacabal,São Mateu do MaranhãoGrau de proteção: Nenhum

Key Area 021; RAMSAR 1020

Baixada Maranhense MA01

as planícies baixas adjacentes1. O nívelmáximo das enchentes ocorre em abril/maio e o nível mínimo em novembro/dezembro. Com relação à vegetação, hána área campos abertos e alagadiços nasproximidades dos lagos, assim comodensas florestas de galeria1. Perto dosrios existem formações pioneiras sobinfluência fluvial, lacustre ou fluvioma-rinha. Também são encontrados trechoscom formações secundárias e pastagens.Em razão de sua importância para amanutenção da biodiversidade de áreasúmidas, a Baixada Maranhense éconsiderada um sítio RAMSAR.

AvesA diversidade de hábitats possibilita aocorrência de uma avifauna composta porespécies associadas a ambientescosteiros, marinhos e lacustres. Toda aárea apresenta importantes sítios dealimentação e repouso para avesmigratórias1. Mais de 20 espécies demaçaricos e batuíras foram observadasna região, concentrando-se em maiornúmero nas proximidades de Viana,inclusive na bacia do rio Pindaré, e nabacia do rio Mearim1. Uma das maioresconcentrações de Calidris canutus

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(maçarico-de-papo-vermelho) do Brasil foiencontrada no extremo norte da Ilha dosCaranguejos, em um local conhecidocomo “Ponta da Ilha”2. Na área tambémocorre uma grande congregação deCalidris pusilla 2, talvez a maior emterritório nacional3. A Baixada Mara-nhense é um dos poucos lugares do Brasilonde há numerosas concentrações dePorphyrio martinica (frango-d’água-azul),um ralídeo de hábitos migratórios3. Outrosgrupos de aves bem representados naregião são os Ciconiiformes e osAnseriformes3. Há registros históricos doameaçado Herpsilochmus pectoralis(chorozinho-de-papo-preto), endêmico daCaatinga, nos municípios de Axixá4 eBacabal5.

AmeaçasA exploração agropecuária na região éantiga. Nas áreas alagadiças há muitas

plantações de arroz, assim como criaçõesde búfalos1. Esses animais transitampelas áreas de campo e alteram oambiente através do pisoteio, formandovalas de drenagem que modificam avegetação1. A caça de aves aquáticas naregião também é antiga. Um estudorealizado nos anos sessenta estimou em150 a 200 mil o número de aves(“jaçanãs”) abatidas anualmente6. Aespécie mais caçada é Porphyriomartinica, seguindo-se P. flaviros tris eGallinula chloropus1, todas consideradasiguarias culinárias na região3.

Referências1. Roth & Scott (1987); 2. Dorinny Lisboa deCarvalho (dados inéditos); 3. Antônio AugustoFerreira Rodrigues (verb.); 4. Wege & Long (1995);5. E. O. Willis (in litt) in BirdLife International (2007);6. Aguirre (1962) in Roth & Scott (1987).

IBA sugerida porAntônio Augusto Ferreira Rodrigues

Espécies congregantes: 2Calidris pusilla Cerca de 35.000 indivíduos em Jurará, sul da Ilha dos

Caranguejos (D. L. Carvalho, dados inéditos).Calidris canutus Cerca de 7.000 indivíduos na Ilha dos Caranguejos

(D. L. Carvalho, dados inéditos).

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaAPA da Baixada Maranhense Uso Sustentável 1.775.035 haAPA Upaon-Açu / Miritiba / Alto Preguiças (parte) Uso Sustentável 1.535.510 ha

DescriçãoCorrespondendo à Area de ProteçãoAmbiental Federal Delta do Parnaíba,com exceção de sua porção oceânica,essa IBA estende-se desde o extremooeste da região costeira do Ceará até o

extremo leste do Maranhão, cobrindo,portanto, todo o litoral piauiense. O climana região caracteriza-se por índicespluviométricos médios anuais superioresa 1.200 mm e temperaturas entre 25º–27ºC1. O delta do rio Parnaíba, cuja maior

A2, A4i 2°52’42"S, 41°48’45"W

Área da IBA: 217.139 ha Bioma: Zonas Costeira e Marinha,Municípios: Paulino Neves, Tutóia, Cerrado, CaatingaÁgua Doce do Maranhão, Araioses (MA), Altitude: 0–74 mIlha Grande, Parnaíba, Luis Correia, Inventário Ornitológico: Não disponívelCajueiro da Praia (PI), Barroquinha, Chaval (CE)Grau de proteção: Nenhum

Delta do Parnaíba MA/PI/CE01

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parte está em território maranhense, éformado por cerca de 70 ilhas e mais de100 praias, entrecortadas por baías eestuários, além de marismas, apicuns(zonas de transição entre o mangue eoutras formações vegetais), dunas epraias arenosas1,2. Devido à variação damaré, a vegetação existente no delta éinfluenciada diretamente pelo nível daságuas e pela deposição de sedimentos1.Também existem matas cil iares,formações pioneiras e vegetação detabuleiro, essa compreendendo espéciesvegetais de florestas, caatinga e cerrado1.Entretanto, são os mangues bem

estruturados e altos que se destacam napaisagem, dominando as ilhas e outrostrechos sob influência fluviomarinha.

AvesA avifauna do delta do Parnaíba ainda épouco estudada3. Porém, a diversidadede hábitats faz com que a área tenha umaavifauna rica e diversificada, especial-mente em espécies aquáticas4. A Ilha doCaju é um dos pontos mais bemamostrados do delta3. Só nessa ilha foramregistradas 119 espécies de aves,incluindo um grande número demaçaricos e batuíras, como Charadriuswilsonia (batuíra-bicuda), Numeniusphaeopus (maçarico-galego), Limnodromusgriseus (maçarico-de-costas-brancas),Calidris pusilla (maçarico-rasteirinho) e C.canutus (maçarico-de-papo-vermelho)4.Buteogallus aequinoctialis (gavião-do-mangue ou caranguejeiro), ave de rapinaespecializada em manguezais, tambémfoi observado na área4. Além das espécieslimícolas, uma grande quantidade de avesaquáticas habita a área, em especialEudocimus ruber (guará)3. A populaçãodessa espécie no delta possivelmente éuma das maiores do país. Só na Ilha doCaju cerca de 5.000 indivíduos estão seestabelecendo e nidificando nosmanguezais, alimentando-se também nascercanias3.

AmeaçasA ocupação humana na APA Delta do

Espécie congregante: 1Eudocimus ruber Cerca de 5.000 indivíduos na Ilha do Caju

(A. A. F. Rodrigues, verb.).

Espécie de distribuição restrita: 1 (Buteogallus aequinoctialis)

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaAPA Delta do Parnaíba (parte) Uso Sustentável 313.800 haRESEX Marinha do Delta do Parnaíba* Uso Sustentável 26.771 haAPA Foz do Rio Preguiças (parte)** Uso Sustentável 269.684 ha

* totalmente sobreposta à APA Delta do Parnaíba** parcialmente sobreposta à APA Delta do Parníba

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Parnaíba é grande e a intensidade daspressões sobre o ambiente naturalacompanha a tendência de crescimentopopulacional na região. Mangues sãotransformados em terrenos para moradiase áreas agrícolas para subsistência, aomesmo tempo em que crescem aespeculação imobiliária e o turismodesordenado5. A extração de lenha paraprodução de carvão também é comum6.A atividade de carcinicultura espalha-sepela região, algumas vezes sem licençaambiental, alterando toda a paisagem,mas principalmente os mangues7. Odesmatamento nas margens dos rios estáassociado à substituição dessesambientes por plantações de arroz8. Écomum na área a caça predatória, que

inclui o abate de jacarés e tartarugasmarinhas, assim como a captura ilegal deaves, que são comercializadas comofonte de renda complementar1.

Referências1. Marcelino (1999) - www.anp.gov.br/brnd/round6/guias/PERFURACAO/PERFURACAO-_R6/refere/re fe re /Reg iaoNordes te_RGN_CE_PI .pd f ;2. www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./snuc/index.html&conteudo=./snuc/nordeste/apa/deltaparnaiba.html; 3. AntônioAugusto Ferreira Rodrigues (verb.); 4. Rodrigues(s/d) - http://www.ilhadocaju.com.br/novaong.htm;5. www.ibama.org.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=117; 6. Diegues (2002); 7. Araripe et al. (2006);8. www.santuarios.com.br/delta/pagina.asp?pag=sco2.

IBA sugerida porAntônio Augusto Ferreira Rodrigues

DescriçãoSituada na divisa com o Piauí, a área élimitada ao norte pelo riacho do Riachão,a leste pela rodovia MA040 e, ao sul, pelorio Parnaíba e pelo reservatório de BoaEsperança. Grande parte da área situa-se abaixo dos 200 m de altitude,especialmente próximo ao reservatório,à exceção da Serra da Raposa, que seestende na porção central da área echega próximo de 450 m de altitude.Pouco se sabe a respeito da biota daregião1, cuja paisagem é composta porremanescentes florestais e áreasalteradas para cultivos e pastagens. Avegetação é marcada pela transição entreo Cerrado, as florestas semidecíduasinfluenciadas pela Caatinga e os encravesde babaçuais, formações com domi-nância da palmeira Attalea speciosa. Os

A1, A3 6°33’45"S, 43°25’43"W

Área da IBA: 280.547 ha Bioma: Cerrado, CaatingaMunicípios: Nova Iorque, São João dos Patos, Altitude: 130–450 mSucupira do Riachão, São Francisco do Maranhão, Inventário Ornitológico: PreliminarBarão de GrajaúGrau de proteção: Nenhum

Barragem de Boa Esperança MA02

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melhores trechos de floresta semidecíduaencontram-se na Serra da Raposa,formando um contínuo com poucaalteração antrópica1.

AvesUm levantamento recente, incluindo amargem direita do reservatório de BoaEsperança, identificou 209 espécies deaves na região1. A avifauna local érepresentativa do Cerrado, com 11espécies endêmicas desse bioma. Umadelas, Amazona xanthops, tem no médiorio Parnaíba seu limite setentrional dedistribuição1. Outra espécie registrada naIBA que aparentemente também tem seulimite norte de distribuição na área é ofalconiforme ameaçado Harpyhaliaetuscoronatus (águia-cinzenta)1. Algunsindivíduos de Xiphocolaptes falcirostris(arapaçu-do-nordeste), igualmenteameaçado e endêmico da Caatinga,foram observados nos trechos maispreservados de floresta semidecídua1. Háoutras duas espécies endêmicas daCaatinga na área: Paroaria dominicana(cardeal-do-nordeste) e Picumnuspygmaeus (pica-pau-anão-pintado). Nasflorestas ocorre Conopophaga roberti(chupa-dente-de-capuz), cuja biologia épouco conhecida. O registro mais

significativo, no entanto, foi a descobertade Celeus obrieni (pica-pau-do-parnaíba)nas matas secas da Serra da Raposa2.Essa espécie criticamente ameaçada eendêmica do Cerrado permaneceudesconhecida na natureza até 2006,quando foi redescoberta perto deGoiatins, no Tocantins.

AmeaçasA construção do reservatório de BoaEsperança alterou muito a paisagem daregião e eliminou completamente avegetação que outrora existia nos valesao longo do curso do rio Parnaíba1. Asflorestas decíduas, que são o hábitat devárias espécies de maior interesseconservacionista, estão ameaçadas pelaretirada ilegal de madeira3. As áreaspróximas a brejos e buritizais sãopreferenciais para a implantação deatividades agrícolas1. Há também sinaisde queimadas freqüentes1. A raridade deaves cinegéticas na região pode ser umindício de que a caça é uma ameaçaimportante à avifauna1,4.

Referências1. Olmos & Brito (2007); 2. Santos & Vasconcelos(2007); 3. Fábio Olmos (verb.); 4. Marcos PérsioDantas Santos (dados inéditos).

Espécies ameaçadas: 3Harpyhaliaetus coronatus Dois indivíduos observados (Olmos & Brito, 2007).Celeus obrieni Registrado na Serra da Raposa (Santos & Vasconcelos, 2007).Xiphocolaptes falcirostris Olmos & Brito (2007).

Espécies quase ameaçadas: 5Rhea americana M. P. D. Santos (dados inéditos).Amazona xanthops Olmos & Brito (2007).Porphyrospiza caerulescens Olmos & Brito (2007).Charitospiza eucosma Olmos & Brito (2007).Neothraupis fasciata Olmos & Brito (2007).

Espécies endêmicas: 11 CER

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Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Maranhão

Espécies Categ.*Código IBA Total**

MA/PA01 MA/PA02 MA01 MA/PI/CE01 MA02 a bHarpyhaliaetus coronatus EN X 1 15Guaruba guarouba EN X 1 10Celeus obrieni CR X 1 4Xiphocolaptes falcirostris VU X 1 1Total de espécies 0 1 0 0 3Rhea americana NT X 1 25Penelope pileata NT X 1 10Morphnus guianensis NT X 1 12Amazona xanthops NT X 1 21Porphyrospiza caerulescens NT X 1 15Charitospiza eucosma NT X 1 16Neothraupis fasciata NT X 1 19Total de espécies 0 2 0 0 5

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Maranhão (sem considerar IBAs interestaduais quejá estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

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Tabela 4. Espécies endêmicas e/ou de distribuição restrita por IBAs no estado do Maranhão agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*Código IBA Total**

MA/PA01 MA/PA02 MA01 MA/PI/CE01 MA02 a bAmazônia SulPenelope pileata X 1 10Aburria cujubi X 1 13Guarouba guarouba X 1 10Pionites leucogaster X 1 15Gypopsitta vultur ina X 1 8Malacoptila rufa X 1 13Lepidothrix iris X 1 3Total de espécies 0 7 0 0 0CerradoAmazona xanthops X 1 21Phaethornis nattereri X 1 11Celeus obrieni X 1 4Melanopareia torquata X 1 20Cyanocorax cristatellus X 1 22Porphyrospiza caerulescens X 1 15Charitospiza eucosma X 1 16Compsothraupis loricata X 1 6Cypsnagra hirundinacea X 1 22Neothraupis fasciata X 1 19Saltator atricollis X 1 19Total de espécies 0 0 0 0 11CaatingaPicumnus pygmaeus X 1 1Xiphocolaptes falcirostris X 1 1Paroaria dominicana X 1 1Total de espécies 0 0 0 0 3Espécies de distribuiçãorestrita e não endêmicasButeogallus aequinoctialis (***) X X 1 4Total de espécies 1 0 0 1 0Total geral de espécies 1 7 0 1 14

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Maranhão (sem considerar IBAs interestaduais quejá estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.(***) Ver Capítulo 6.

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Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Tocantins

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

TO/MA/PA01 São Pedro da Água Branca AMZ, CER x s031Monumento Natural das ÁrvoresFossilizadas e Adjacências

TO02 Cerrados do Nordeste de Tocantins CER x CERTO03 Lizarda CER x CERTO04 Parque Estadual do Cantão AMZ, CER x s031 (CER)

Matas Ciliares do Rio do Cocoe Afluentes

TO/BA01 Jalapão CER x CERTO06 Formoso do Araguaia CER xTO07 Vale do Rio Palmeiras CER x 74 CERTO08 Interflúvio dos Rios Tocantins e Paranã CER x CERTO09 Aurora do Tocantins / Taguatinga CER x 74 (CER)

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.

Tabela 2. Resumo do Estado do TocantinsÁrea do estado (ha) 27.762.091,40Nº de IBAs¹ 11Tamanho das IBAs (ha) Mín. 90.017

Máx. 1.296.041Área total das IBAs no estado (ha e %)² ha 4.586.591

% 16,52Nº de espécies endêmicas por Bioma³ AMS 3

CER 27Nº de espécies ameaçadas4 CR 2

EN 4VU 4NT 13

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Incluiu-se a extensão tocantinense da IBA PI/MA/TO01 (Nascentes do Rio Parnaíba), identificada por Bencke et al.(2006).³ Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (AMS - Amazônia Sul; CER - Cerrado).4 Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

TO01 CER x s031 CER

TO05 CER, AMZ x s031 CER

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DescriçãoEssa área localiza-se na tríplice fronteiraentre os Estados do Pará, Maranhão eTocantins, em uma região conhecidacomo “Bico do Papagaio”. Os limites daIBA incluem os remanescentes de florestaombrófila densa, principalmente matasaluviais, existentes ao longo do rioTocantins, no trecho situado logo acimada confluência com o rio Araguaia. Nessetrecho, predominam florestas de várzeasecundárias com muitos emaranhados delianas, sendo Cecropia obtusa , C.sciadophylla, Inga capit ata, I.heterophylla, Guarea guidonea, Celtis sp.,Coccoloba sp. e Genipa ameri cana as

espécies vegetais mais características1.A paisagem do entorno já se encontraextremamente alterada em decorrênciada ocupação humana. Dadospluviométricos obtidos na região deAraguatins, no norte de Tocantins,mostram médias anuais em torno de1.500 mm.

AvesAs poucas informações disponíveis sobrea avifauna da região provêm de umlevantamento bastante preliminar e aindainédito1. Apesar da forte influênciaamazônica, são observadas muitasespécies relacionadas a áreas abertas,como Columbina squammat a (fogo-apagou), Aratinga leucophthalma(periquitão-maracanã) e Volatinia jacarina(tiziu), resultado do extensivodesmatamento que a região do Bico doPapagaio vem sofrendo há tempos2. Entreos elementos amazônicos registradosestão Selenidera gou ldii (saripoca-de-gould), Todirostrum maculatum(ferreirinho-estriado), Sakesphorusluctuosus (tem-tem-de-dragona-branca) eMyrmotherula multostriat a (choquinha-estriada-da-amazônia)1. Duas espéciesameaçadas de extinção e endêmicas doBrasil central ocorrem na área.Cercomacra ferdinandi (chororó-de-goiás) foi observado em trechos alteradosde floresta ciliar, onde tem o seu limitenorte de distribuição3. Celeus o brieni(pica-pau-do-parnaíba), por sua vez, foiencontrado nos remanescentes florestais

A1, A2 5°13’57"S, 48°19’32"W

Área da IBA: 112.297 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: Esperantina, São Sebastião do Tocantins, Altitude: 100–130 mBuriti do Tocantins, Carrasco Bonito, Sampaio (TO), Inventário Ornitológico: Não disponívelSão Pedro da Água Branca, Vila Nova dos Martírios (MA),Bom Jesus do Tocantins (PA)Grau de proteção: Nenhuma

São Pedro da Água Branca TO/MA/PA01

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preservados, sem taquaras, à margemdireita do rio Tocantins4.

AmeaçasA maior ameaça à área são os projetosde construção de hidrelétricas no rioTocantins, no trecho a jusante daconfluência com o rio Araguaia, como é ocaso da Usina Hidrelétrica de Marabá.Esse empreendimento, se concretizado,afetará toda a área de confluência dos riosAraguaia e Tocantins5. Também ocorrem

A1, A2, A3 7°25’5"S, 47°45’58"W

Área da IBA: 152.140 ha Bioma: CerradoMunicípios: Babaçulândia, Filadélfia, Barra do Ouro Altitude: 130–500 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Preliminar

Monumento Natural das Árvores Fossilizadas e Adjacências TO01

DescriçãoSituada no norte do Tocantins, na divisacom o Maranhão, essa área é limitada asudoeste e ao norte pelas rodovias TO222e TO478, a leste pelo rio Tocantins e aosul pelo Monumento Natural das ÁrvoresFossilizadas. A sudoeste da IBA existemmatas remanescentes nas margens do rioTocantins, também incluídas na IBA. Aforao rio Tocantins, o rio Corrente e o ribeirãodas Arraias são importantes drenagensna área. A temperatura média anual atingecerca de 26ºC e as chuvas distribuem-seprincipalmente entre outubro e abril,

chegando a cerca de 1.800 mm por ano1.A savana arborizada é a vegetaçãopredominante na área, mas também háextensões de savana florestada e deflorestas estacionais. Elementos arbóreosencontrados em trechos de cerrado sensustricto são Curatella americana ,Hymenaea stignocarpa e Byrsonima spp.,enquanto nos cerradões (savanaflorestada) são freqüentes Sclerolobiumpaniculatum, Parkia platycephala eCaryocar coriaceum , entre outras2.Ocorrem algumas espécies vegetaisamazônicas nas matas de galeria da

Espécies ameaçadas: 2Celeus obrieni Santos & Vasconcelos (2007).Cercomacra ferdinandi Registro mais setentrional da espécie

(Vasconcelos & Werneck, 2008).

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s031

Área protegidaNome Categoria ÁreaRESEX do Extremo Norte do Estado do Tocantins (parte) Uso Sustentável 9.164 ha

desmatamentos e extração de areia àsmargens do rio Tocantins1.

Referências1. Marcelo Ferreira Vasconcelos (in litt.); 2. MarceloFerreira Vasconcelos (verb.); 3. Vasconcelos &Werneck (2008); 4. Santos & Vasconcelos (2007);5. http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias-do-site/meio-ambiente-e-patr imonio-cultural/pr-to-participa-de-reuniao-publica-sobre-licenciamento-ambiental-de-hidreletrica-de-maraba/

IBA sugerida porMarcelo Ferreira de Vasconcelos

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região, com destaque para Psidiumguianense, Oenocarpus bacaba e Protiumtenuifolium2.

AvesA região do M. N. das Árvores Fossilizadas

inclui os cerrados mais setentrionais doEstado de Tocantins, pois um pouco maisao norte ocorre a transição paraformações amazônicas. Apesar disso, aárea abriga um conjunto muitosignificativo de espécies de avesendêmicas do Cerrado, muitas das quaisainda abundantes, como é o caso deAmazona xanthop s (papagaio-galego),Neothraupis fasciata (cigarra-do-campo)e Porphyrospiza caerulescens(campainha-azul)2. Grandes bandos deCharitospiza eucosma (mineirinho), com20–30 indivíduos, são observados comfreqüência nas áreas dominadas porgramíneas3. Concentraçõesmultiespecíficas de Sporophila(caboclinhos e coleiros) aparecem naárea, em migração, muitas vezessomando mais de cem indivíduos3.Dessas concentrações participam oquase ameaçado S. hypochroma(caboclinho-de-sobre-ferrugem) e oameaçado S. p alustris (caboclinho-de-papo-branco)2,3. Especula-se que essesgrupos venham à região em virtude da

Espécies ameaçadas: 2Cercomacra ferdinandi J. F. Pacheco e F. Olmos (dados inéditos).Sporophila palustris F. Olmos (dados inéditos).

Espécies quase ameaçadas: 7Rhea americana F. Olmos (dados inéditos).Amazona xanthops Comum (F. Olmos, verb.); F. Olmos (dados inéditos).Euscarthmus rufomarginatus Comum (F. Olmos, verb.); F. Olmos (dados inéditos).Porphyrospiza caerulescens Comum (F. Olmos, verb.); F. Olmos (dados inéditos).Sporophila hypochroma F. Olmos (dados inéditos).Charitospiza eucosma Bandos de 20-30 indivíduos (F. Olmos, verb.);

F. Olmos (dados inéditos).Neothraupis fasciata Comum (F. Olmos, verb.); F. Olmos (dados inéditos).

Espécies endêmicas: 11 CER

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s031

Área protegidaNome Categoria ÁreaMONAT das Árvores Fossilizadas Proteção Integral 32.152 ha

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oferta de alimento nos capinzais que seformam às margens do rio Tocantins3. Avegetação ribeirinha desse rio constituiimportante hábitat para Cercomacraferdinandi4, espécie ameaçada e restritaa esse ambiente.

AmeaçasEm toda a área há sinais de ocupaçãohumana e substituição de vegetaçãonatural por atividades agropecuárias,inclusive dentro dos limites do M. N. dasÁrvores Fossilizadas2. Gramíneasexóticas são utilizadas nas pastagens eespalham-se pela região2. O pisoteio dogado, o uso inadequado do fogo e o corte

DescriçãoA IBA é delimitada pelas rodovias TO010

(a oeste), TO226 (ao norte) e BR236 (aosul), e pela divisa estadual Tocantins/Maranhão (a leste). Áreas tomadas porplantações no município de CamposLindos, entretanto, estão fora dessepolígono. Os índices pluviométricos daregião atingem cerca de 1.500-1.700 mmanuais. A rede hidrográfica é formadaprincipalmente pelos rios Manoel AlvesGrande e Manoel Alves Pequeno, assimcomo seus diversos formadores. As cotasmais elevadas estão no trecho leste daárea, onde se localizam as encostas daSerra Geral. No município de CamposLindos encontra-se o astroblema da Serrada Cangalha, resultante do impacto de ummeteorito, um dos mais bem conservadosdo continente1. A vegetação inclui umasérie de formações de cerrado,principalmente savana parque e savanaarborizada, mas contando também comsavana gramíneo-lenhosa (na porção

A1, A3 8°23’3"S, 47°9’27"W

Área da IBA: 1.296.041 ha Bioma: CerradoMunicípios: Goiatins, Barra do Ouro, Campos Lindos, Altitude: 215–500 mItacajá, Recursolândia, Santa Maria do Tocantins, Inventário Ornitológico: PreliminarCentenário, Bom Jesus do TocantinsGrau de proteção: Nenhum

Cerrados do Nordeste de Tocantins TO02

seletivo de madeira modificam apaisagem original2. Animais silvestres sãoafetados diretamente pela caça ilegal epor um elevado índice de atropelamentosnas rodovias estaduais2. Projetos deaproveitamento hidrelétrico do rioTocantins ameaçam a integridade davegetação ciliar, afetando diretamente aspopulações de C. ferdinandi3.

Referências1. SEPLAN (2005); 2. Fábio Olmos (dadosinéditos); 3. Fábio Olmos (verb.); 4. José FernandoPacheco & Fábio Olmos (dados inéditos).

IBA sugerida por Fábio Olmos

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sudoeste), matas de galeria e florestasestacionais. Os tabocais (bambuzais outaquarais) aparecem isoladamente emmeio à vegetação florestal2. Dentro daTerra Indígena Kraolândia há bonstrechos preservados de cerrado, assimcomo grandes blocos de tabocas2.

AvesO setor nordeste do Estado de Tocantinscontém os maiores trechos preservadosde Cerrado do país e abriga uma avifaunaextremamente diversa3. Em 2006, Celeusobrieni (pica-pau-do-parnaíba) foireencontrado nas proximidades da cidadede Goiatins, fato que constituiu uma dasmais importantes descobertasornitológicas dos últimos tempos4. Desdeentão, mais de 20 indivíduos foramencontrados, tanto ao sul quanto a oesteda Terra Indígena Kraolândia, inclusiveum juvenil, indicando que ocorre areprodução na área5. O interior da terraindígena ainda não foi amostrado, masmoradores locais relatam a presença degrandes extensões de tabocais,aparentemente o hábitat preferencial daespécie2. Os endemismos do Cerradoestão espalhados por toda a área. Porém,grandes populações de Charistospiza

Espécies ameaçadas: 2Anodorhynchus hyacinthinus Um bando com oito indivíduos nas proximidades de Goiatins

(A. D. Prado, verb.); registros na Serra da Cangalha(J. F. Pacheco & F. Olmos, em prep.).

Celeus obrieni Prado (2006); 23 indivíduos encontrados na região(A. D. Prado, verb.).

Espécies quase ameaçadas: 6Rhea americana A. D. Prado (verb.).Euscarthmus rufomarginatus Comum nas proximidades da Serra da Cangalha

(J. F. Pacheco & F. Olmos, em prep.).Porphyrospiza caerulescens Comum nas proximidades da Serra da Cangalha

(J. F. Pacheco & F. Olmos, em prep.).Amaurospiza moesta Pacheco et al. (2008).Charitospiza eucosma Comum (F. Olmos, verb.); A. D. Prado (verb.).Neothraupis fasciata A. D. Prado (verb.).

Espécies endêmicas: 10 CER

eucosma (mineirinho), Porphyrospizacaerulescens (campainha-azul) eEuscarthmus rufomarginatus (maria-corruíra), todas quase ameaçadas deextição, ocorrem nas proximidades dadivisa com o Maranhão2,6. Pequenosbandos de Anodorhynchus hyacinthinus(arara-azul-grande) foram observadosnas proximidades de Goiatins2 e a lesteda Terra Indígena Kraolândia6.

AmeaçasCogita-se a criação de um corredor deunidades de conservação que preservea região em sua totalidade, incluindo aárea da IBA1,3. Alguns pontos já sofremcom a expansão agropecuária,especialmente na região de PedroAfonso, conhecida em Tocantins como acapital estadual da soja, e no municípiode Campos Lindos2,3. A construção derodovias e a conseqüente ocupaçãohumana ameaça o entorno imediato daIBA2,3. Atividades de caça parecemocorrer em pequena escala2.

Referências1. Olmos (2007); 2. Advaldo Dias do Prado (verb.);3. Fábio Olmos (verb.); 4. Prado (2006); 5. AdvaldoDias do Prado (in litt.); 6. José Fernando Pacheco& Fábio Olmos (em prep.).

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DescriçãoSituada no extremo leste do Tocantins,essa área limita-se ao sul pela rodoviaTO245, a partir da qual segueaproximadamente os limites municipaisde Lizarda. Os rios Vermelho e Perdidasão os principais responsáveis peladrenagem da área, que possui relevosbaixos em quase toda a sua extensão.As partes mais elevadas estão na porçãoleste, representadas pelas encostas e poralguns poucos topos tabulares da SerraGeral. Predomina em praticamente todaa região a formação de savana gramíneo-lenhosa. Há, também, trechos de savanaparque, savana florestada e florestasestacionais, essas últimas associadas àsencostas da serra.

AvesExpedições ornitológicas à extensa faixade cerrados logo ao norte de Parque

Estadual do Jalapão foram realizadasapenas recentemente (2006) e ainda nãohá dados publicados. Essas expediçõesapontaram a presença de pelo menos 216espécies na região de Lizarda, queincluem algumas aves não observadas noparque adjacente e um total de dozeendemismos do Cerrado1. O pequenotiranídeo Euscarthmus rufomarginatus(maria-corruíra) foi encontradoexclusivamente em trechos de cerradosensu stricto das porções elevadas daSerra Geral, onde também foi observadoHarpyhaliaetus coronatus (águia-cinzenta)1. Os campos úmidos junto àsveredas são habitados por Culicivoracaudacuta (papa-moscas-do-campo),enquanto Amaurospiza moesta (negrinho-do-mato) ocorre nas matas semidecíduascom abundância de taquaras1,2. Algunsindivíduos de Anodorhynchushyacinthinus (arara-azul-grande) foram

A1, A3 9°16’29"S, 46°57’6"W

Área da IBA: 349.193 ha Bioma: CerradoMunicípio: Lizarda Altitude: 280–530 mGrau de proteção: Nenhuma Inventário Ornitológico: Preliminar

Lizarda TO03

Espécies ameaçadas: 4Penelope ochrogaster J. F. Pacheco e F. Olmos (em prep.).Harpyhaliaetus coronatus Observada no alto da Serra Geral

(J. F. Pacheco & F. Olmos, em prep.).Anodorhynchus hyacinthinus Ao menos sete indivíduos registrados

(J. F. Pacheco & F. Olmos, em prep.).Culicivora caudacuta J. F. Pacheco & F. Olmos (em prep.).

Espécies quase ameaçadas: 7Rhea americana J. F. Pacheco & F. Olmos (em prep.).Amazona xanthops J. F. Pacheco & F. Olmos (em prep.).Euscarthmus rufomarginatus Registrado nas porções mais elevadas, a sudoeste da IBA

(J. F. Pacheco & F. Olmos, em prep.).Porphyrospiza caerulescens J. F. Pacheco & F. Olmos (em prep.).Amaurospiza moesta Pacheco et al. (2007).Charitospiza eucosma Comum (J. F. Pacheco & F. Olmos, em prep.).Neothraupis fasciata Comum (J. F. Pacheco & F. Olmos, em prep.).

Espécies endêmicas: 12 CER

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registrados nas veredas próximas àscabeceiras do rio das Balsas1.

AmeaçasA ocupação humana e as atividadesagropecuárias ainda são reduzidas naregião1. Os proprietários de grandesfazendas pretendem implementar cultivosde eucalipto, soja e cana-de-açúcar1, masa grande maioria das propriedades é depequeno porte, voltada a plantios e àpecuária de subsistência1. Nessaspropriedades, o manejo das pastagenscom uso de fogo pode levar a grandesqueimadas em épocas secas.

Referências1. José Fernando Pacheco & Fábio Olmos (emprep.); 2. Pacheco et al. (2007).

IBA sugerida por Fábio Olmos

DescriçãoO Parque Estadual do Cantão situa-seimediatamente ao norte da Ilha doBananal e corresponde à planícieformada entre os rios do Coco, Araguaiae Javaés, braço menor do Araguaia. Aprecipitação na região gira em torno de2.000 mm por ano, com época seca entremaio–setembro e chuvosa entre outubro–abril. A temperatura média anual é de28ºC1. As cheias do rio Araguaia inundamanualmente a planície, compostabasicamente por areias quartzosasbrancas1. O Cantão é considerado um“delta interior”, uma grande planície aluvialrepleta de meandros, lagos e canaisnaturais, além de apresentar uma sériede curvas e calhas abandonadas,

interpretadas como leitos fósseis do rioJavaés1. Mais de 800 lagos foramidentificados dentro do parque1. Avegetação compreende florestas cominfluência amazônica, principalmente afloresta ombrófila aberta aluvial, comalgumas manchas esparsas de savana,representando um ecótono entre aAmazônia e o Cerrado1. A leste, fora doperímetro do parque, há áreas comcerrado, em grande parte játransformadas em pastagens. A oeste, háo contato com a floresta amazônica deterra firme e manchas de cerrado, ambosos ambientes já bem alterados em razãoda existência de grande fazendas1. Asflorestas sazonalmente alagadas atingemcerca de 25 m de altura, onde se

A1, A2, A3 9°33’2"S, 50°4’20"W

Área da IBA: 90.017 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípio: Pium Altitude: 130–180 mGrau de proteção: Total Inventário Ornitológico: Preliminar

Parque Estadual do Cantão TO04

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destacam árvores como Protiumheptaphyllum, Pouteria glabrescens ,Xylopia sericea e Alchorneaschomburgkii, além de algumasemergentes, como Calophyllumbrasiliense e Terminalia brasiliensis 1.Entre os mamíferos comuns no parquedestacam-se os ameaçados boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis ) e ariranha(Pteronura brasiliensis)1.

AvesTendo em vista que as florestasinundáveis do P. E. do Cantão cobrem

praticamente toda a sua extensão, sãopoucos os endemismos de Cerradopresentes na área. Entretanto, todas astrês espécies mais típicas da drenagemdo rio Araguaia são encontradas dentroda unidade de conservação: Cercomacraferdinandi (chororó-de-goiás), Paroariabaeri (cardeal-de-goiás) e Synallaxisalbilora simoni2,3. A população local de C.ferdinandi é uma das maiores conhecidas.Outra ave incomum encontrada na regiãoé o beija-flor Phaethornis nattererimaranhaoensis2, cuja taxonomia ainda émotivo de debate. Nas florestas ciliaresdo rio do Coco, há uma boa populaçãode Penelope ochrogaster 2,3, talvez umadas maiores em áreas protegidas.Bandos de Neochen jubat a (pato-corredor) com até 40 indivíduos são vistosnas diversas praias do rio Araguaia2,3.Muito provavelmente também háconcentrações de N. jubata no adjacenteParque Nacional do Araguaia, mas a faltade inventários ornitológicos recentesnessa área não permite avaliar suaimportância para a conservação das aves.

AmeaçasComo o entorno do P. E. do Cantão éconstituído por grandes extensões deterras já ocupadas ou degradadas, é dese esperar uma série de pressões emsuas bordas. A destruição dos hábitats doentorno também prejudica os animais que

Espécies ameaçadas: 2Penelope ochrogaster Comum (R. T. Pinheiro, verb.); Buzzetti (2000).Cercomacra ferdinandi Buzzetti (2000).

Espécies quase ameaçadas: 3Penelope pileata Buzzetti (2000).Neochen jubata Buzzetti (2000).Harpia harpyja R. T. Pinheiro (in litt.).

Espécies endêmicas: 7 [CER] (Cercomacra ferdinandi)

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s031

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Estadual do Cantão Proteção Integral 90.017 ha

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ali se refugiam durante a época deenchentes1. O turismo é realizado semcontrole, causando trânsito excessivo deembarcações, ruídos e incêndioscriminosos1. As queimadas ocorremprincipalmente no setor norte do parque,nas proximidades de Caseara, onde aagricultura está em expansão1. Projetoshidroviários no rio Araguaia podem trazerefeitos negativos à unidade deconservação, enquanto a presença debarragens e a captação de água para airrigação de lavouras, a montante, alterama dinâmica das enchentes1. Porém, a

principal ameaça advém dos agrotóxicose fertilizantes oriundos de grandesprojetos de agricultura irrigada emecanizada a montante dos principaisrios. Esses contaminantes se depositamno parque durante as cheias e põem emrisco toda a biodiversidade local1. A pescapredatória também foi identificada naárea1.

Referências1. SEPLAN (2001); 2. Buzzetti (2000); 3. Pinheiro& Dornas (no prelo); Renato Torres Pinheiro (verb.);Renato Torres Pinheiro (in litt.).

DescriçãoEssa área abrange o conjunto deremanescentes de vegetação natural quese estende ao longo do rio do Coco, desde

a sua porção contígua ao ParqueEstadual do Cantão, onde está a sua fozno rio Araguaia, seguindo em direçãoleste, até os ribeirões da Prata, Surubi ePiedade. A paisagem mostra-se bemdescaracterizada, com numerosas áreasjá degradadas em decorrência deatividades agropecuárias1. Diferente-mente das florestas aluviais de influênciaamazônica que caracterizam o parqueestadual adjacente, a área compreendeum mosaico de fitofisionomias de cerrado,com predominância de cerradões.Florestas de galeria orlam os cursosd´água e ainda se apresentamrelativamente bem conservadas1.

AvesAs florestas ciliares do rio do Coco e seusafluentes constituem importantes redutospara espécies globalmente ameaçadas1.Uma grande população de Penelopeochrogaster (jacu-de-barriga-castanha) éencontrada na área e concentra-se

A1, A2, A3 9°43’6"S, 49°38’53"W

Área da IBA: 138.721 ha Bioma: Cerrado, AmazôniaMunicípios: Caseara, Marianópolis do Tocantins, Altitude: 130–250 mDivinópolis do Tocantins, Pium, Chapada de Areia, Inventário Ornitológico: PreliminarMonte Santo do TocantinsGrau de proteção: Nenhum

Matas Ciliares do Rio do Coco e Afluentes TO05

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principalmente nesse ambiente2,3.Cercomacra ferdinandi (chororó-de-goiás) ocorre em bom número navegetação ribeirinha3. Um númerosignificativo de espécies endêmicas doCerrado distribui-se nas manchas desavana, especialmente nos trechos maispreservados próximos à divisa com oparque, à margem direita do rio do Coco.Há também registros de Neochen jubata(pato-corredor)3, mas as maiorespopulações dessa espécie quaseameaçada estão dentro do P. E. doCantão1. Celeus obrieni (pica-pau-do-parnaíba), cujos registros concentram-seno nordeste de Tocantins4,5, foiencontrado em um remanescenteflorestal à margem esquerda do rio doCoco e também a cerca de 20 km a leste,

nas matas ciliares do ribeirão Piedade3.

AmeaçasA expansão agropecuária na região fezcom que os grandes blocos florestaisfossem reduzidos e fragmentados.Atualmente, a maioria das matasencontra-se muito alterada e os melhorestrechos estão na beira dos rios1,2. Muitasvezes, as plantações e as pastagens sãomanejadas com o uso do fogo1. Por contadas pastagens, há presença degramíneas exóticas espalhadas pelaárea6.Referências1. Renato Torres Pinheiro (verb.); 2. Olmos (2003);3. Pinheiro & Dornas (no prelo); 4. Prado (2006);5. Advaldo Dias do Prado (in litt.); 6. Saboya et al.(2007); Renato Torres Pinheiro e Túlio Dornas (inlitt.).

Espécies ameaçadas: 4Penelope ochrogaster Boa população (R. T. Pinheiro, verb.); Olmos (2003);

Pinheiro & Dornas (no prelo).Harpyhaliaetus coronatus Pinheiro & Dornas (no prelo).Celeus obrieni Pinheiro & Dornas (no prelo).Cercomacra ferdinandi Freqüente ao longo do rio do Coco (R. T. Pinheiro e T. Dornas,

in litt.); Pinheiro & Dornas (no prelo).

Espécies quase ameaçadas: 3Rhea americana Freqüente nos cerrados das imediações (R. T. Pinheiro e

T. Dornas, in litt.); Pinheiro & Dornas (no prelo).Penelope pileata Incomum (R. T. Pinheiro e T. Dornas, in litt.); Pinheiro &

Dornas (no prelo).Neochen jubata Pinheiro & Dornas (no prelo).Amazona xanthops Incomum (R. T. Pinheiro e T. Dornas, in litt.); Pinheiro &

Dornas (no prelo).Charitospiza eucosma Incomum (R. T. Pinheiro e T. Dornas, in litt.); Pinheiro &

Dornas (no prelo).

Espécies endêmicas: 13 CER

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s031

Área protegidaNome Categoria ÁreaAPA Ilha do Bananal/Cantão (parte) Uso Sustentável 1.678.000 ha

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DescriçãoO complexo formado pelo ParqueEstadual do Jalapão e a EstaçãoEcológica Serra Geral de Tocantinsrepresenta uma das mais preservadasextensões de cerrado em todo o territórionacional. A IBA engloba essas duasunidades de conservação e também aÁrea de Proteção Ambiental Jalapão. Aregião apresenta uma das mais baixasdensidades demográficas do país1. Ocomplexo orográfico da Serra Geraldetermina a existência de altitudes maiselevadas nas bordas sul e leste da área,onde certos trechos chegam a mais de800 m, enquanto áreas mais baixas estãorepresentadas ao longo dos rios do Sonoe Vermelho, incluindo sua confluência, anoroeste. A drenagem da região é feitaprincipalmente pelo rio Novo, que

deságua no rio do Sono. Os índicespluviométricos não superam os 1.700 mmanuais, com chuvas mais intensas entreoutubro e abril, e temperaturas médiasentre 23,5º–26,5º C2. A vegetaçãopredominante é a savana gramíneo-lenhosa, sendo Hirtella ciliata e Qualeaparviflora espécies vegetaiscaracterísticas. Callisthene fasciculata éuma espécie arbórea representativa noscerradões, enquanto as matas de galeriada região são caracterizadas pelapresença de Protium pilosissimum 2. Aárea é contígua à IBA interestadual“Nascentes do Rio Parnaíba” (PI/MA/TO01)3, com a qual perfaz um total deaproximadamente 1,9 milhões dehectares de cerrados e outros ambientesbem preservados.

AvesA avifauna do P. E. do Jalapão já érelativamente bem conhecida2,4,5,6. Oslevantamentos ornitológicos realizados naE. E. Serra Geral de Tocantins, por outrolado, ainda não foram publicados. A regiãoabriga um conjunto de espécies de avesque a tornam de grande valor para aconservação, não só pelo elevadonúmero de endemismos do Cerrado, masespecialmente em virtude da presença depopulações significativas de espéciesameaçadas. O criticamente ameaçadoMergus octosetaceus (pato-mergulhão)tem na região do rio do Sono uma de suasprincipais populações mundiais6,7. Deforma semelhante, recentes expediçõesà estação ecológica resultaram nadescoberta de, talvez, uma das maiorespopulações conhecidas de Euscarthmus

A1, A3 10°39’14"S, 46°35’5"W

Área da IBA: 1.187.017 ha Bioma: CerradoMunicípios: Novo Acordo, Mateiros, Altitude: 280–800 mPonte Alta do Tocantins, Almas, Inventário Ornitológico: PreliminarRio da Conceição (TO), Formosa do Rio Preto (BA)Grau de proteção: Parcial

Jalapão TO/BA01

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rufomarginatus (maria-corruíra) no país8.Ao norte da IBA, na região de São Félix,são conhecidos registros de algumasespécies ameaçadas ou endêmicas aindanão registradas na área, mas com grandeprobabilidade de ocorrência, comoPrimolius maracana (maracanã-verdadeira), Eleothreptus anomalus(curiango-do-banhado) e Suiriri islerorum(suiriri-da-chapada)7.

AmeaçasAssim como em grande parte dasunidades de conservação do Cerrado, osincêndios de origem antropogênicaconstituem uma das grandes ameaças àbiodiversidade local. Os incêndios foramregistrados no P. E. do Jalapão2 erecentemente destruíram extensas áreasda E. E. da Serra Geral. As comunidades

que moram no entorno dessas unidadesde conservação – e também dentro doparque estadual – coletam o capim-dourado (Sygnonanthus nitens ) para aconfecção de artesanatos e acreditamque o fogo facilita o rebrotamento dessaespécie. As queimadas realizadas comesse propósito alastram-se e destroem avegetação, inclusive nas veredas2. Oturismo ainda é realizado de formadesordenada na região e o lixo não temuma destinação adequada. O fluxo deautomóveis, inclusive fora das estradas,danifica a vegetação e dá origem aprocessos erosivos2. Há presença deanimais domésticos, como gado, e jáforam detectadas a caça e a captura ilegalde aves2. O projeto de transposição daságuas do rio São Francisco inclui aestação ecológica como um dos pontos

Espécies ameaçadas: 5Taoniscus nanus Braz (2003), Braz et al. (2003).Mergus octosetaceus Braz (2003), Braz et al. (2003),

SEPLAN & NATURATINS (2003).Harpyhaliaetus coronatus Braz (2003), Braz et al. (2003).Anodorhynchus hyacinthinus Braz (2003), Braz et al. (2003),

SEPLAN & NATURATINS (2003).Culicivora caudacuta Pacheco & Silva e Silva (2002).

Espécies quase ameaçadas: 6Rhea americana Braz (2003), Braz et al. (2003),

SEPLAN & NATURATINS (2003).Amazona xanthops Braz (2003), Braz et al. (2003),

SEPLAN & NATURATINS (2003).Euscarthmus rufomarginatus Braz (2003), Braz et al. (2003),

SEPLAN & NATURATINS (2003).Porphyrospiza caerulescens Pacheco & Silva e Silva (2002).Charitospiza eucosma Braz (2003), Braz et al. (2003),

SEPLAN & NATURATINS (2003).Neothraupis fasciata Braz (2003), Braz et al. (2003),

SEPLAN & NATURATINS (2003).

Espécies endêmicas: 14 CER

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaEstação Ecológica Serra Geral do Tocantins Proteção Integral 715.448 haParque Estadual do Jalapão* Proteção Integral 158.885 haAPA do Jalapão Uso Sustentável 461.730 ha* totalmente sobreposta à APA do Jalapão

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principais da obra, representando umagrande ameaça à área9.Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. SEPLAN & NATURATINS (2003);

3. Bencke et al. (2006); 4. Leite e Lopes (2002);5. Pacheco & Silva e Silva (2002); 6. Braz et al.(2003); 7. José Fernando Pacheco & Fábio Olmos(dados inéditos); 8. Luís Fábio Silveira (verb.);9. www.conservation.org.br/onde/cerrado/index.php?id=169; Braz (2003).

DescriçãoSituada a leste da Ilha do Bananal, a IBAengloba uma série de lagoas importantespara a avifauna aquática, formadas nasproximidades dos rios, sendo o Formosoo principal. A oeste, fora da IBA, localiza-se o chamado Projeto Rio Formoso, umaextensa planície tomada por plantaçõesirrigadas e dispostas em lotes separadospor valas de drenagem, ocupando cercade 34 mil hectares. A área está inseridaem uma paisagem já bastante modificada

A4i 11°43'46"S, 49°39’38"W

Área da IBA: 169.672 ha Bioma: CerradoMunicípio: Formoso do Araguaia, Sandolândia Altitude: 160–280 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Não disponível

Formoso do Araguaia TO06

em razão da presença de pastagens eplantações de soja, frutas e,principalmente, arroz. A vegetação naturalque resta é formada por savana parque esavana arborizada, além de florestas queacompanham o curso dos rios. Sãoconhecidos na área alguns biótopos deraros peixes anuais, ameaçados deextinção1.

AvesApesar da intensa expansão agro-pecuária, a região ainda mantém trechosde cerrados e de vegetação ribeirinharelativamente bem conservados2. Aindaé possível observar grupos de Rheaamericana (ema) nas áreas de vegetaçãobaixa, assim como estão presentes osquase ameaçados Charitospiza eucosma(mineirinho) e Neothraupis fasciat a(cigarra-do-campo)3. As matas ciliaressão importantes refúgios para Paroariabaeri (cardeal-de-goiás)2, cuja distribuiçãoconhecida restringe-se à drenagem do rioAraguaia, no oeste de Goiás e Tocantins,e ao alto rio Xingu, no Mato Grosso4. Ascongregações de aves aquáticaschamam a atenção em toda a área. Oconjunto de lagos provavelmente abrigamais de 20 mil indivíduos desse grupo2.Em uma só lagoa foram contados maisde 5.000 Dendrocygna viduat a (irerê),

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com números semelhantes estimadospara Phalacrocorax brasilianus (biguá) eEgretta thula (garça-branca-pequena),além de centenas de indivíduos de outrasespécies de anseriformes2. De maiorimportância, porém, são as concen-trações de Mycteria americana (cabeça-seca) e Jabiru mycteria (tuiuiú)2, cujosnúmeros ultrapassam 1% de suaspopulações biogeográficas estimadas.

AmeaçasO entorno da área já está transformadopela presença de pastagens e,principalmente, plantações. O Projeto RioFormoso, outrora uma das maiores áreasde cultivo de arroz irrigado no país, está

parcialmente desativado e com diversospontos convertidos para a fruticultura2. Autilização de agrotóxicos constitui um dosmaiores problemas à biodiversidade local,já que os contaminantes escoam para asvalas de drenagem e poluem os cursosd’água no entorno, inclusive o rioFormoso2. Na década de 1990, milharesde marrecas foram mortas apósconsumirem alimentos contaminadoscom pesticidas2.

Referências1. Costa & Nielsen (1997); 2. Advaldo Dias doPrado (verb.); 3. Advaldo Dias do Prado (dadosinéditos); 4. Sick (1997).

IBA sugerida por Advaldo Dias do Prado,Fábio Olmos e Renato Torres Pinheiro

Espécies quase ameaçadas: 3Rhea americana A. D. Prado (dados inéditos).Charitospiza eucosma A. D. Prado (dados inéditos).Neothraupis fasciata A. D. Prado (dados inéditos).

Espécies congregantes: 2Mycteria americana Mais de 1.000 indivíduos (A. D. Prado, verb.).Jabiru mycteria Mais de 500 indivíduos (A. D. Prado, verb.).

DescriçãoOs limites da área, situada no extremosudeste de Tocantins, são formadosbasicamente pelas rodovias TO387 (aoeste), TO040 (ao norte) e TO110 (aleste), e pelos rios Ponte Alta e Conceição(ao sul). Dados pluviométricos da regiãomostram médias anuais entre 1.500 mm(Dianópolis) e 2.000 mm (Ponte Alta doBom Jesus). A vegetação compõe-se deum mosaico de formações associadas aoCerrado, incluindo campos, cerradões,

A1, A2, A3 11°58’58"S, 46°44’5"W

Área da IBA: 272.225 ha Bioma: CerradoMunicípios: Dianópolis, Novo Jardim, Altitude: 315–750 mPonte Alta do Bom Jesus, Taipas do Tocantins Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Nenhum

Vale do Rio Palmeiras TO07

cerrado sensu stricto , matas secas eburitizais, assim como trechosantropizados1. Nas florestas ciliaressemidecíduas do rio Palmeiras sãocaracterísticas as figueiras (Ficus sp.) eos babaçus (Attalea speci osa)1.Afloramentos rochosos calcários commatas decíduas associadas estãoconcentrados principalmente na parte sulda área. Essas matas apresentamcomposição florística peculiar1. Longe dosafloramentos, as espécies arbóreas mais

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comuns incluem Tabebuia alba , T.impetiginosa, T. roseo-alba eAspidosperma sp.1.

AvesHá uma única listagem publicada daavifauna da área, com 275 espécies1. Osblocos de florestas secas sobreafloramentos calcários são um importantehábitat para Pyrrhura pfrimeri (tiriba-de-pfrimer), ameaçada de extinção e comdistribuição restrita1,2. Um grupo dessepsitacídeo foi detectado nas matas secasa cerca de 5 km a oeste da rodoviaTO040, no mesmo local onde foramobservados dois pares de Phyllomyiasreiseri (piolhinho-do-grotão), espécie

Espécie ameaçada: 1Pyrrhura pfrimeri Pacheco & Olmos (2006).

Espécies quase ameaçadas: 4Amazona xanthops Pacheco & Olmos (2006).Knipolegus franciscanus Pacheco & Olmos (2006).Porphyrospiza caerulescens Pacheco & Olmos (2006).Charitospiza eucosma Dezenas de indivíduos (Pacheco & Olmos, 2006).

Espécies endêmicas: 12 CER

Espécie de distribuição restrita: 1 EBA074

pouco conhecida2. O raro tiranídeoKnipolegus franciscanus (maria-preta-do-nordeste) aparentemente está associadoaos mesmos ambientes que P. pfrimeri.Os recentes registros dessa espécie e deP. reiseri na área representaram osprimeiros para o Estado do Tocantins1. Aárea também parece conter uma dasmaiores concentrações regionais deAmazona xanthops (papagaio-galego), doqual vários grupos foram vistosalimentando-se em cajueiros1.

AmeaçasA substituição dos cerrados por pastagense plantações é uma das principaisameaças, sobretudo nas áreas maisbaixas3. Através de imagens de satélite épossível detectar trechos já bemalterados, especialmente ao longo dasrodovias TO40 e TO110, entre as sedesmunicipais de Dianópolis e Ponte Alta doBom Jesus. Existem projetos deaproveitamento hidrelétrico do rioPalmeiras3. As florestas secas sofremcorte seletivo de madeira, inclusiveaquelas que estão junto aos afloramentoscalcários1. É de extrema importância apreservação dessas florestas, poispossuem pouca representatividade naregião e constituem o hábitat principal deP. pfrimeri. Além disso, não há unidadesde conservação em toda a porçãosudeste do Estado do Tocantins.

Referências1. Pacheco & Olmos (2006); 2. Carlos A. Bianchi(verb.); 3. Fábio Olmos (verb.).

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DescriçãoA IBA corresponde à porção do interflúviodos rios Tocantins e Paranã localizadadentro do Estado do Tocantins. Aconfluência desses rios e a Área deProteção Ambiental Lago de Peixe/Angical formam o seu limite norte, e adivisa entre os Estados de Goiás eTocantins, o limite sul. Uma cadeiamontanhosa, chamada Serra das Traíras,estende-se ao longo do interflúvio e atingecotas altitudinais acima de 1.000 m.Nessa serra está localizado o pontoculminante de Tocantins, com cerca de1.340 m de altitude1. A paisagem écaracterizada por um mosaico dediferentes fisionomias vegetais, comocerrado sensu stricto, cerradões, matasciliares, florestas semidecíduas aluviais,buritizais e babaçuais, essas últimas nas

A1, A3 12°49’36"S, 48°0’27"W

Área da IBA: 472.744 ha Bioma: CerradoMunicípios: Peixe, Paranã, São Salvador do Tocantins, Altitude: 250–1200 mPalmeirópolis Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Nenhum

Interflúvio dos Rios Tocantins e Paranã TO08

partes mais baixas e ao longo dos rios2.Nas encostas da Serra das Traírasdesenvolvem-se florestas semidecíduasque, em sua porção setentrional,possuem semelhanças com o chamado“Mato Grosso de Goiás”, ou formaçõesmais similares às florestas de caráteratlântico que outrora existiram no centroe sul de Goiás. Entre as árvores que sedestacam estão Hymenaea courbaril ,Copaifera langsd orffii, Anadenantheraspp., Schefflera morototoni e Guazumaulmifolia2. Campos limpos e cerradosrupestres são encontrados acima dos1.000 m de altitude, sendo esses últimosfloristicamente semelhantes aosencontrados na região da Chapada dosVeadeiros2.

AvesComo várias outras áreas no Estado doTocantins, a região é carente deinformações ornitológicas2. Em umlevantamento de 32 horas deobservações, foram registradas 254espécies de aves, um númeroconsiderável tendo em vista o poucotempo de amostragem2. Na Serra dasTraíras foram encontrados Neothraupisfasciata (cigarra-do-campo),Anodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande) e Geositta poeciloptera(andarilho)2. Elementos atlânticos, comoPhilydor rufum (limpa-folha-de-testa-baia)e Saltator similis (trinca-ferro-verdadeiro),estão presentes nas florestas de encostadessa mesma serra2. Nos cerrados emcotas altitudinais mais baixas ocorreCharistospiza eucosma (mineirinho)2. Avegetação junto às margens do rio Paranã

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Espécies ameaçadas: 2Penelope ochrogaster Vários registros ao longo do rio Paranã

(Pacheco & Olmos, 2006).Anodorhynchus hyacinthinus Um par registrado na Serra das Traíras

(Pacheco & Olmos, 2006).

Espécies quase ameaçadas: 5Amazona xanthops Pacheco & Olmos (2006).Geositta poeciloptera Um par observado (Pacheco & Olmos, 2006).Porphyrospiza caerulescens Pacheco & Olmos (2006).Charitospiza eucosma Freqüente em altitudes mais baixas (Pacheco & Olmos, 2006).Neothraupis fasciata Vários grupos (Pacheco & Olmos, 2006).

Espécies endêmicas: 12 CER

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaAPA Lago de Peixe/Angical Uso Sustentável 78.873 haAPA Lago de São Salvador do Tocantins,Paranã e Palmeirópolis Uso Sustentável 14.525 ha

serve de hábitat a alguns grupos dePenelope ochrogaster (jacu-de-barriga-castanha), constituindo um dos principaissítios para a conservação da espécie noEstado do Tocantins2. Em razão daexistência de pequenos rios de águascristalinas nas zonas serranas, é possívela ocorrência de populações de Mergusoctosetaceus (pato-mergulhão) naregião3.

AmeaçasA presença de populações significativasde Crax fasciolata (mutum-de-penacho),ave cinegética, é um forte indício de quea caça e a destruição do hábitat não são

intensos na região2. Imagens de satélitemostram, porém, que há pontos jáalterados na margem esquerda do rioTocantins e nas porções leste e noroesteda IBA. Em contrapartida, o relevoacidentado dificulta a expansão da sojana região. A partir de 2006, a UsinaHidrelétrica do Peixe fez com que o baixocurso do rio Paranã ficasse submerso,encobrindo os ambientes ribeirinhos epraias, outrora importantes sítios denidificação de aves migratórias2.

Referências1. www.to.gov.br/Geografia; 2. Pacheco & Olmos(2006); 3. Fábio Olmos (verb.).

DescriçãoA área corresponde basicamente aointerflúvio formado pelos rios Palma e

A1, A2, A3 12°33’11"S, 46°32’33"W

Área da IBA: 370.934 ha Bioma: CerradoMunicípios: Taguatinga, Aurora do Tocantins, Lavandeira Altitude: 340–670 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Preliminar

Aurora do Tocantins / Taguatinga TO09

Conceição, no extremo sudeste doTocantins. O rio Ponte Alta perfaz partedo limite norte, desde a sua confluência

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com o rio Conceição até a divisa com aBahia. A principal feição geomorfológicada região é a escarpa oeste da SerraGeral, localizada no limite estadual entreTocantins e Bahia. As porções mais altasdessa serra são formadas por tabuleiros,situados em sua quase totalidade no ladobaiano e já completamente tomados porplantações. No lado tocantinense,entretanto, as encostas da serra aindaresguardam blocos bem conservados deflorestas decíduas1,2, assim comodiversas nascentes e cursos d’águaformadores da bacia do rio Paranã1. Aárea é composta por um mosaico de tiposvegetacionais, que inclui porções de

cerrado, matas secas e áreas alteradas1,2.Há afloramentos calcários dispersos pelaregião, onde crescem florestas secascaracterizadas pela presença marcantede cactáceas, bromeliáceas, euforbiáce-as e espécies arbóreas como Cavanillesiaarborea e Chorisia sp., algumas degrande porte1. Já nas matas secas nãoassociadas a afloramentos rochosos sãofreqüentes Hymenaea stignocarp a,Dilodendron bipinnatum e Magoniapubescens, entre outras árvores1.

AvesA região entre Aurora do Tocantins eTaguatinga possui importantes trechoscom a presença de afloramentoscalcários e florestas secas associadas2.O psitacídeo Pyrrhura pfrimeri (tiriba-de-pfrimer) distribui-se nas matassemidecíduas associadas aosafloramentos, deslocando-se também poráreas de pastagens e plantações1,2. Aregião constitui um dos últimos redutospara essa espécie ameaçada, endêmicados Estados de Tocantins e Goiás epresente em apenas outras duas IBAs2.Bandos são observados principalmentenas áreas florestadas, alguns com maisde 20 indivíduos1,3. São poucos osendemismos de Cerrado encontrados atéagora na região, mas há outras trêsespécies sob alguma categoria deameaça além de P. p frimeri: Penelopeochrogaster (jacu-de-barriga-castanha),raro na região, Amazona xanthop s

Espécies ameaçadas: 2Penelope ochrogaster I. P. Faria (in litt).Pyrrhura pfrimeri Um grupo observado contendo mais de 20 indivíduos

(Pacheco & Olmos, 2006).

Espécies quase ameaçadas: 2Amazona xanthops Pacheco & Olmos (2006); I. P. Faria (in litt).Knipolegus franciscanus Alguns casais registrados (I. P. Faria, in litt.).

Espécies endêmicas: 6 [CER] (Pyrrhura pfrimeri)

Espécie de distribuição restrita: 1 EBA074

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(papagaio-galego) e Knipolegusfranciscanus (maria-preta-do-nordeste)3.

AmeaçasIncêndios criminosos e desmatamentosi legais relacionados à expansãoagropecuária são as maiores ameaças àregião2,4. As florestas secas sofremgrande pressão por conta do corte seletivode madeira1. Acredita-se que, assim comoocorre na região do Parque Estadual de

Terra Ronca (GO01), o uso de agrotóxicosnas terras agrícolas situadas sobre osplatôs da Serra Geral possa provocar acontaminação dos cursos d’água quedescem as encostas e irrigam as áreasde baixada2.

Referências1. Pacheco & Olmos (2006); 2. Carlos A. Bianchi(verb.); 3. Iubatã de Paula Faria (in litt.); 4. FábioOlmos (verb.).

Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs de Tocantins

Espécies Categ.*

Código IBA Total**

a b

Taoniscus nanus VU X 1 7Penelope ochrogaster VU X X X X X 5 7Mergus octosetaceus CR X 1 2Harpyhaliaetus coronatus EN X X X 3 15Anodorhynchus hyacinthinus EN X X X X 4 20Pyrrhura pfrimeri EN X X 2 3Celeus obrieni CR X X X 3 4Culicivora caudacuta VU X X 2 10Cercomacra ferdinandi VU X X X X 4 5Sporophila palustris EN X 1 3Total de espécies 2 2 2 4 2 4 5 0 1 2 2Rhea americana NT X X X X X X 6 25Penelope pileata NT X X 2 10Neochen jubata NT X X 2 7Harpia harpyja NT X 1 20Amazona xanthops NT X X X X X X X 7 21Euscarthmus rufomarginatus NT X X X X 4 10Knipolegus franciscanus NT X X 2 3Geositta poeciloptera NT X 1 6Porphyrospiza caerulescens NT X X X X X X 6 15Sporophila hypochroma NT X 1 3Amaurospiza moesta NT X X 2 3Charitospiza eucosma NT X X X X X X X X 8 16Neothraupis fasciata NT X X X X X X 6 19Total de espécies 0 7 6 7 3 5 6 3 4 5 2

TO/M

A/P

A01

TO01

TO02

TO03

TO04

TO05

TO/B

A01

TO06

TO07

TO08

TO09

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Tocantins; b - Região como um todo.

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Tabela 4. Espécies endêmicas e/ou de distribuição restrita por IBAs no estado de Tocantins agrupadas por região zoogeográfica

Espécies Categ.*

Código IBA Total**

a b

Amazônia SulPenelope pileata X X 2 10Selenidera gouldii X 1 12Hypocnemoides maculicauda X 1 15Total de espécies 1 0 0 0 2 1 0 0 0 0 0CerradoTaoniscus nanus X 1 7Penelope ochrogaster X X X X X 5 7Pyrrhura pfrimeri X X 2 3Amazona xanthops X X X X X X X 7 21Phaethornis nattereri X X 2 11Celeus obrieni X X X 3 4Antilophia galeata X X X X X 5 18Phyllomyias reiseri X 1 2Suiriri islerorum X X 2 6Culicivora caudacuta X X 2 10Knipolegus franciscanus 74 X X 2 3Herpsilochmus longirostris X X X X X 5 17Cercomacra ferdinandi s031 X X X X 4 5Melanopareia torquata X X X X X X 6 20Geositta poeciloptera X 1 6Synallaxis albilora (inclui simoni) X 1 12Cyanocorax cristatellus X X X X X X X X 8 22Basileuterus hypoleucus X X X X 4 17Basileuterus leucophrys X 1 8Porphyrospiza caerulescens X X X X X X 6 15Sporophila hypochroma X 1 3Charitospiza eucosma X X X X X X X X 8 16Paroaria baeri X X X 3 4Compsothraupis loricata X X X X 4 6Cypsnagra hirundinacea X X X X X X X X 8 22Neothraupis fasciata X X X X X X 6 19Saltator atricollis X X X X X X X 7 19Total de espécies 2 11 10 12 7 13 14 6 12 12 6Total geral de espécies 3 11 10 12 9 14 14 6 12 12 6

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Tocantins; b - Região como um todo.

TO/M

A/P

A01

TO01

TO02

TO03

TO04

TO05

TO/B

A01

TO06

TO07

TO08

TO09

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AC

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OCEANOATLÂNTICO

OCEANOPACÍFICO

ACRE

Prim

oliu

s co

ulon

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RE

DescriçãoEssa IBA engloba um extenso trecho deflorestas do sudoeste amazônicocaracterizadas pela grande incidência debambus (tabocas). Predomina em toda aárea a floresta ombrófila aberta, divididaem duas fisionomias distintas: compalmeiras e com bambus. As formaçõescom presença de tabocas espalham-sepor toda a área, ocupando grandesextensões, tanto no Acre quanto noEstado do Amazonas. Estudos realizados

A1, A2, A3 9°4'56"S, 69°19'35"W

Área da IBA: 7.351.066 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Feijó, Manoel Urbano, Santa Rosa dos Purus, Altitude: 75-300 mSena Madureira, Assis Brasil (AC), Eirunepé, Envira, Inventário Ornitológico: PreliminarPauini, Boca do Acre (AM)Grau de proteção: Parcial

Tabocais AC/AM01

Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Acre

*Vide capítulo 4 para explicação dos critérios.

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

AC/AM01 Tabocais AMZ x 68 AMSAC01 Parque Nacional da Serra do Divisor AMZ x 68 AMSAC02 Alto Juruá AMZ x 68 AMS

Tabela 2. Resumo do Estado do AcreÁrea do estado (ha) 15.258.138,80Nº de IBAs¹ 3Tamanho das IBAs (ha) Mín. 539.864

Máx. 7.351.066Área total das IBAs no estado (ha e %) ha 5.629.529

% 36,9Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica² ANT 1

AMS 41Nº de espécies ameaçadas³ EN 1

NT 9

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (ANT - Amazônia Norte e Tepuis;AMS - Amazônia Sul).³ Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

na Estação Ecológica do Rio Acrerevelaram que a densidade de bambusdo gênero Guadua é mais elevada emterrenos aluviais1. As únicas unidades deconservação de proteção integralexistentes na região representam poucomais que 10% de sua superfície total.Dados obtidos na Reserva ExtrativistaCazumbá-Iracema apontam umapluviosidade média anual de 2.000 a2.500 mm, com longa estação chuvosaentre os meses de novembro e maio, e

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possui vegetação e avifauna seme-lhantes3. Em conjunto, as duas IBAstotalizam cerca de 10 milhões de hectaresde formações amazônicas singulares.

AvesOs extensos tabocais do Acre e regiõesvizinhas abrigam uma avifauna peculiar,que inclui várias espécies exclusivasdesse ambiente. Tais espécies tambémsão encontradas no Peru, nas áreas deUcayali, Madre de Dios e Pando, onde asgrandes formações de tabocas têmcontinuidade. A E. E. do Rio Acre é, porenquanto, a unidade de conservação deproteção integral com a mais rica avifaunarelacionada às florestas com bambu járegistrada no Brasil1. Das 12 espécies dedistribuição restrita que compõem aEBA068 (Baixadas do Sudeste Peruano),nove já foram confirmadas no país e oitosão encontradas na IBA. Dessas, o quaseameaçado Formicarius rufifrons (pinto-da-mata-de-fronte-ruiva) e Myrmeciza goeldi

umidade relativa em torno de 80 a 90%2.A IBA é a maior identificada em territóriobrasileiro e é contígua à IBA “ZonaReservada Alto Purus”, no Peru, que

Espécie ameaçada: 1Primolius couloni Freqüente na E.E. Rio Acre (A. Aleixo e E. Guilherme, dados

inéditos); Aleixo & Guilherme (2008).

Espécies quase ameaçadas: 4Nannopsittaca dachilleae Freqüente na E.E. Rio Acre (A. Aleixo e E. Guilherme, dados

inéditos); Aleixo & Guilherme (2008).Formicarius rufifrons Rara na E.E. Rio Acre (A. Aleixo e E. Guilherme, dados

inéditos); Aleixo & Guilherme (2008).Synallaxis cherriei Incomum na E.E. Rio Acre (A. Aleixo e E. Guilherme, dados

inéditos); Aleixo & Guilherme (2008).Simoxenops ucayalae Incomum na E.E. Rio Acre (A. Aleixo e E. Guilherme, dados

inéditos).

Espécies endêmicas: 34 AMS

Espécies de distribuição restrita: 8 EBA068

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaEstação Ecológica do Rio Acre Proteção Integral 78.125 haParque Estadual do Chandless Proteção Integral 695.303 haFLONA de São Francisco Uso Sustentável 21.600 haFLONA do Macauã Uso Sustentável 173.475 haRESEX do Cazumbá-Iracema Uso Sustentável 752.654 ha

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DescriçãoA Serra do Divisor, que deu origem aonome do parque, é o único maciçomontanhoso existente no Estado do Acre,dividindo as bacias do médio rio Ucayali,no Peru, e do alto rio Juruá, no Brasil1. OJuruá é o principal rio do parque1. Apluviosidade local é elevada, atingindo de1.750 a 2.580 mm anuais, e a temperaturamédia oscila entre 23,5ºC e 25,5ºC1.

A1, A2, A3 8°9'14"S, 73°22'25"W

Área da IBA: 840.955 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Altitude: 185-560 mCruzeiro do Sul, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Total

Parque Nacional da Serra do Divisor AC01

(formigueiro-de-goeldi)4 ocorrem tambémna bacia do alto rio Juruá (IBA AC02), masPicumnus subtilis só foi registrado napresente área e seu recente registrorepresenta uma adição à avifaunabrasileira5,6. Nannopsittaca dachilleae(periquito-da-amazônia) é outra espéciequase ameaçada presente em apenasduas IBAs brasileiras (ocorre também noParque Nacional da Serra do Divisor, IBAAC01). Espécies com distribuiçãoreduzida no Brasil encontradas na áreasão Cnipodectes superrufus (flautim-rufo), tiranídeo recém-descrito4,7, eXiphorhynchus chunchotambo (arapaçu-de-tschudi), dendrocolaptídeo registradorecentemente na E. E. do Rio Acre, ondese deu o primeiro registro em territóriobrasileiro1,4. Na porção amazonense daIBA está presente Thryothorus gris eus(garrincha-cinza)8, espécie ainda nãoregistrada na porção acreana e comdistribuição reduzida. No lado peruanoocorrem Conothraupis speculigera (tiê-preto-e-branco), que muito provavelmenteestá presente no lado brasileiro, e Cacicuskoepckae, icterídeo ameaçado ainda nãoregistrado no Brasil. Por fim, aves com

alto valor cinegético, como Tinamus tao(azulona) e Mitu tuberosum (mutum-cavalo), são comuns na região1.

AmeaçasAs poucas ameaças à IBA são localizadase pouco significativas. Porém, apesar desua singularidade e importância para asaves, as florestas com bambus dosudoeste amazônico ainda são poucorepresentadas no sistema nacional deáreas protegidas1. Sabe-se que no ladoperuano já existem acampamentos ativosde madeireiros1. Na Floresta Nacional deMacauã, a caça de subsistência ecomercial é praticada pelos moradoreslocais9. Essa unidade de conservação tempor objetivo a produção de madeiraindustrial, sendo a primeira no país comesse tipo de exploração9.

Referências1. Aleixo & Guilherme (dados inéditos);2. www.cazumba.org; 3. Franke et al. (2005);4. Aleixo & Guilherme (2008); 5. Marco A. Rego,Sidnei de M. Dantas, Édson Guilherme & PauloMartuscelli (em prep.); 6. Guilherme & Dantas(2008); 7. Tobias et al. (2008); 8. Mário Cohn-Haft(verb.); 9. Atlas de Conservação da NaturezaBrasileira (2004).

Grande parte da área é coberta porfloresta ombrófila aberta caracterizadapela presença marcante de palmeiras dediversas espécies, como Mauritiaflexuosa, Phytelephas macrocarp a,Oenocarpus bataua e Iriartea deltoidea1.Algumas árvores emergentes sobres-saem-se nessa fitofisionomia e chegama atingir 60 m de altura, como é o casode Pithecellobium racemosum 1. Há

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foram 14 táxons registrados, incluindoCacajao calvus rubicundus , Saguinusimperator subgrisescens , Callimicogoeldii, Ateles chamek e Lagothrixpoeppigii2.

AvesUm total de 490 espécies de aves já foiregistrado no Parque Nacional da Serrado Divisor3, incluindo quatro espéciesrepresentativas da EBA068 (Baixadas doSudeste Peruano): Eubucco tucinkae(capitão-de-colar-amarelo), Conioptilonmcilhennyi (anambé-de-cara-preta),Lophotriccus eulophotes (maria-topetuda)e Percnostola lophotes (formigueiro-do-bambu)4. O parque e a Estação Ecológicado Rio Acre são as únicas áreas do paísonde há registros recentes deNannopsittaca dachilleae (periquito-da-amazônia), psitacídeo quase ameaçadoe nacionalmente restrito ao Estado doAcre. Essas unidades de conservaçãotambém são as duas únicas da categoriade proteção integral a abrigar aameaçada Primolius couloni (maracanã-de-cabeça-azul), relativamente comumno parque nacional5. Outra espécie quaseameaçada com poucos registros no Brasilé Conothraupis speculigera (tiê-preto-e-branco). Pouco se sabe sobre a biologiadessa espécie, mas acredita-se queempreenda movimentos migratórios no

também florestas com característicasaluviais, por exemplo, próximo aos riosMôa, Juruá-Mirim e Ouro Preto. Emmenor proporção, a floresta ombrófiladensa ocupa cerca de 22% da área doparque, onde se destacam Prieurellaprieurii, Inga alba e Sloanea grandis1. Osestudos realizados para a elaboração doplano de manejo do parque revelaram,além de uma rica avifauna, a presençade mais de 100 espécies de mamíferos eoutro tanto de anfíbios1. Só de primatas

Espécie ameaçada: 1Primolius couloni Whittaker & Oren (1999), F. Poletto e A. Aleixo (dados inéditos).

Espécies quase ameaçadas: 3Nannopsittaca dachilleae F. Poletto e A. Aleixo (dados inéditos).Contopus cooperi F. Poletto e A. Aleixo (dados inéditos).Conothraupis speculigera Whittaker & Oren (1999).

Espécies endêmicas: 27 AMS

Espécies de distribuição restrita: 4 EBA068

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra do Divisor Proteção Integral 840.955 ha

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DescriçãoOs limites da Reserva Extrativista do AltoJuruá definem essa IBA, situada no oestedo Acre. Criada em janeiro de 1990, a R.E. do Alto Juruá foi a primeira áreaprotegida de sua categoria a receber ostatus de unidade de conservação1. A áreaassenta-se sobre a formação Solimõesda bacia sedimentar do Acre,caracterizada pela presença de rochassedimentares de origem fluviolacustre, eestá inserida na bacia hidrográfica do rioJuruá, formada por rios muito sinuosos2.

A1, A2, A3 9°4'48"S, 72°27'41"W

Área da IBA: 539.864 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Marechal Thaumaturgo Altitude: 185-390 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Representativo

Alto Juruá AC02

âmbito da Amazônia ocidental5. Outrasespécies raras em território nacionalpresentes na área são Micrastur buckleyi(falcão-de-buckley), Cercomacra manu(chororó-de-manu),Automolus melanopezus(barranqueiro-escuro) e Cacicus oseryi(japu-de-capacete)3,4,6,7. Synallaxischerriei (puruchém) foi observado nasimediações do parque e provavelmenteocorre também em seu interior5.Recentemente descrito à ciência,Thamnophilus divisorius (choca-do-acre)tem na área a sua localidade-tipo8.

AmeaçasMais da metade da área do P. N. da Serrado Divisor está com a situação fundiáriaregularizada9. Entretanto, são muitas asatividades ilegais praticadas no parque eem seu entorno, como exploraçãomineral, extração de produtos vegetais,atividades agropecuárias e queimadas1,10.Madeireiros ilegais estão presentes naunidade de conservação, tanto brasileirosquanto peruanos, que atuam também em

áreas fora do parque, contribuindo assimpara o desmatamento11. As florestas devárzea, principalmente ao longo dos riosmaiores, são as mais atingidas pelosdesmatamentos e pela presença humana.A madeira extraída nesses pontos éprocessada no próprio local ecomercializada em cidades próximas1. Acaça ilegal e o tráfico de fauna foramrecentemente identificados na região,através da apreensão de carne e animaissilvestres12.

Referências1. IBAMA et al. (1998); 2. www.pnsd.ac.gov.br/;3. Poletto & Aleixo (2006); 4. Fabíola Poletto &Alexandre Aleixo (dados inéditos); 5. AndrewWhittaker (verb.); 6. Whittaker & Oren (1999);7. Whittaker (2001); 8. Whitney et al. (2004);9. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 10. www.socioambiental.org.br/uc/598/pressoes_ameacas; 11. www.seiam.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=796&Itemid=105; 12. www.ibama.gov.br/2008/03/06/ibama-apreende-116-jabutis-em-operacao-corujao-no-alto-jurua/.

Os terrenos mais elevados nãoultrapassam os 500 m de altitude e asáreas mais baixas apresentam porçõesinundadas e barrancos1. Tal heteroge-neidade proporciona ambientes variadose alta diversidade biológica1,3. Adiversidade vegetal da bacia do Alto Juruáestá entre as mais altas da região alto-amazônica1, reunindo, por exemplo, cercade 70% das espécies de palmeirasocorrentes na Amazônia Ocidental3.Aglomerados de bambus (ou tabocais),principalmente do gênero Guadua,

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década de 19905, quando expedições àregião revelaram a ocorrência de seteespécies que ainda não haviam sidoobservadas no Brasil: Crypturellusatrocapillus (inhambu-de-coroa-preta),Eubucco tucinkae (capitão-de-colar-amarelo), Percnostola lophotes(formigueiro-do-bambu), Formicariusrufifrons (pinto-do-mato-de-fronte-ruiva),Conioptilon mcilhennyi (anambé-de-cara-preta), Pipra chloromeros (dançador-de-cauda-graduada) e Vireo flavoviridis(juruviara-verde-amarelada)6. Micrasturbuckleyi (falcão-de-buckley), ave derapina rara e pouco conhecida, foiobservada em alguns pontos dessetrecho do rio Juruá7. Expediçõesposteriores à região levaram à elaboraçãode uma lista com 543 espécies, fazendoda reserva extrativista uma das áreasmais ricas do Brasil em diversidade deaves, muito próxima da encontrada nasduas áreas que detêm o récorde mundialem número de espécies de aves: oParque Nacional de Manu e a Reservade Tambopata, ambas no Peru6.Considerando que as áreas peruanas jásão amostradas há mais de 20 anos eque a lista da avifauna do alto Juruácertamente será incrementada com arealização de novos estudos, pode-se

espalham-se em grandes extensões portoda a paisagem. A mortandade dessasplantas, que ocorre logo após afrutificação, chega a abrir clareiras demilhares de hectares na mata,favorecendo o aparecimento deformações vegetais pioneiras1,4.

AvesO alto rio Juruá permaneceu seminventários ornitológicos até o final da

Espécie ameaçada: 1Primolius couloni Whittaker & Oren (1999), Whittaker et al. (2002).

Espécies quase ameaçadas: 6Morphnus guianensis Whittaker et al. (2002).Tryngites subruficollis Whittaker et al. (2002).Formicarius rufifrons Whittaker & Oren (1999), Whittaker et al. (2002).Grallaria eludens Whittaker & Oren (1999), Whittaker et al. (2002).Synallaxis cherriei Whittaker et al. (2002).Simoxenops ucayalae Whittaker & Oren (1999), Whittaker et al. (2002).

Espécies endêmicas: 37 AMS

Espécies de distribuição restrita: 8 EBA068

Área protegidaNome Categoria ÁreaRESEX do Alto Juruá Uso Sustentável 539.864 ha

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esperar uma diversidade igual ou atémaior na área brasileira6. Assim como aIBA interestadual Tabocais (AC/AM01), oalto Juruá abriga oito elementos daEBA068 (Baixadas do Sudeste Peruano),sendo também uma das únicaslocalidades no Brasil onde se podeencontrar Formicarius rufifrons (pinto-da-mata-de-fronte-ruiva) e Grallaria eludens(tovacuçu-xodó), ambas quaseameaçadas de extinção. A IBA resguardaum dos maiores conjuntos deendemismos da região zoogeográficaAmazônia Sul, com 37 espécies.

AmeaçasA população da reserva extrativista é de5.400 pessoas, voltadas principalmenteà exploração da seringa (Hevea

brasiliensis), o que garante um baixoimpacto ambiental sobre a floresta8. Damesma maneira, a caça ocorre comoatividade de subsistência e acomercialização de seus produtos éproibida pelo plano de utilização dareserva, que também proíbe as caçadascom utilização de cães9. Entretanto, existea caça ilegal na região, cujo produto écomercializado nas cidades próximas10.

Referências1. Brown & Freitas (2002); 2. Roig & Martini (2002);3. Daly & Silveira (2002); 4. Silveira et al. (2002);5. Whitaker & Oren (1999); 6. Pacheco & Parrini(2002); 7. Whittaker (2001); 8. Almeida et al.(2002a); 9. Almeida et al. (2002b);10. www.ibama.gov.br/2008/03/06/ibama-apreende-116-jabutis-em-operacao-corujao-no-alto-jurua/;Whittaker et al. (2002).

Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Acre

Espécies Categ.*Código IBA Total**

AC/AM01 AC01 AC02 a bPrimolius couloni EN X X X 3 4Total de espécies 1 1 1Morphnus guianensis NT X 1 12Tryngites subruficollis NT X 1 1Nannopsittaca dachilleae NT X X 2 2Contopus cooperi NT X 1 5Formicarius rufifrons NT X X 2 2Grallaria eludens NT X 1 1Synallaxis cherriei NT X X 2 6Simoxenops ucayalae NT X X 2 6Conothraupis speculigera NT X 1 1Total de espécies 4 3 6

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Acre; b - Região como um todo.

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Tabela 4. Espécies endêmicas por IBAs no estado do Acre agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Acre; b - Região como um todo.

Código IBA Total**

AC/AM01 AC01 AC02 a bAmazônia Norte e TepuisConopias parvus X X 2 13Total de espécies 0 1 1Amazônia SulCrypturellus strigulosus X 1 10Crypturellus atrocapillus X X 2 3Leucopternis kuhli X 1 7Psophia leucoptera X X X 3 4Primolius couloni X X X 3 4Pyrrhura rupicola X X 2 2Nannopsittaca dachilleae X X 2 2Pionites leucogaster X X X 3 15Phaethornis philippii X X X 3 9Pteroglossus mariae X X X 3 4Pteroglossus beauharnaesii X X X 3 6Eubucco tucinkae 68 X X X 3 3Picumnus aurifrons X 1 14Picumnus subtilis 68 X 1 1Galbalcyrhynchus purusianus X X 2 2Brachygalba albogularis X X X 3 3Galbula cyanescens X X X 3 3Malacoptila semicincta 68 X X 2 3Nonnula sclateri X X X 3 3Neopelma sulphureiventer X X 2 4Conioptilon mcilhennyi 68 X X X 3 3Hemitriccus flammulatus X X X 3 4Lophotriccus eulophotes 68 X X X 3 3Cymbilaimus sanctaemariae X X 2 4Thamnophilus divisorius X 1 1Thamnomanes saturninus X X 2 9Thamnomanes schistogynus X X X 3 5Myrmotherula sclateri X X X 3 14Myrmotherula leucophthalma X X X 3 12Myrmotherula iheringi X X 2 5Cercomacra manu X X X 3 4Hypocnemoides maculicauda X X X 3 15Percnostola lophotes 68 X X X 3 3Myrmeciza goeldii 68 X X 2 2Gymnopithys salvini X X X 3 5Formicarius rufifrons 68 X X 2 2Grallaria eludens 68 X 1 1Hylopezus berlepschi X X X 3 12Simoxenops ucayalae X X 2 6Thryothorus griseus X 1 2Tachyphonus rufiventer X X 2 3Lanio versicolor X X X 3 15Total de espécies 35 27 37Total geral de espécies 35 28 38

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OCEANOATLÂNTICO

OCEANOPACÍFICO

MATO GROSSO

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Tabela 2. Resumo do Estado do Mato GrossoÁrea do estado (ha) 90.335.790,80Nº de IBAs¹ 11Tamanho das IBAs (ha) Mín. 740

Máx. 1.450.560Área total das IBAs no estado (ha e %) ha 5.012.509

% 5,54Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica² ANT 1

AMS 38CER 26CHA 4

Nº de espécies ameaçadas³ CR 3EN 3VU 5NT 16

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (ANT - Amazônia Norte e Tepuis;AMS - Amazônia Sul; CER - Cerrado; CHA - Chaco).³ Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Mato Grosso

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

MT/RO/AM01 Ji-Paraná / Roosevelt AMZ x s025, s029 AMSSaltos das Andorinhas e deDardanelosInterflúvio dos Rios das Mortese Araguaia

MT03 Alto Rio Juruena CER x CERMT04 Tirecatinga / Utiariti CER x (CER)MT05 Rio Claro CER, AMZ x (CER)MT06 Campos do Encanto CER x (CER)

Parque Nacional da Chapada dosGuimarães e Adjacências

CER,AMZ, PAN

MT09 Cáceres CER, PAN xMT10 RPPN SESC Pantanal e Entorno CER, PAN x CER, CHA xIBAs interestaduais descritas em seção referente a outro estadoPA/MT01 Cristalino / Serra do Cachimbo AMZ, CER x AMS

MT02 CER x s031 CER

MT07 CER x CER

MT08 Estação Ecológica Serra das Araras x CER

MT01 AMZ x

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.

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DescriçãoQuase metade dessa IBA, situada nonoroeste do Mato Grosso, é constituídapor unidades de conservação de proteçãointegral estaduais e federais. A área nãoinclui, porém, o Parque Nacional dosCampos Amazônicos, localizado noEstado do Amazonas, mas engloba aregião da confluência dos rios Madeirinhae Roosevelt. A Reserva Biológica do Jaruinclui a única porção do interflúvio dos riosJi-Paraná e Aripuanã que ainda estápreservada no Estado de Rondônia.Florestas ombrófilas abertas compalmeiras predominam na área, onde sãocaracterísticas espécies arbóreas dosgêneros Pouteria, Protium eSclerolobium1. Nas porções com florestaombrófila densa, destacam-se Pouteriabilocularis, P. laurifolia e Tetragastris

altissima1. Estudos realizados nessareserva identificaram uma grandediversidade biológica, com destaque paraa ictiofauna, composta por cerca de 2.000espécies2.

AvesA delimitação da IBA teve por base ospontos extremos de registro do ameaçadoClytoctantes atrogularis (choca-de-garganta-preta), de modo a abranger umaporção significativa de florestas ao longode sua restrita área de ocorrência. Essaespécie é conhecida de apenas trêsregistros confirmados, dois deles nointerflúvio Ji-Paraná/Roosevelt. A R. B. doJaru, em Rondônia, é a localidade-tipo deC. atrogularis 3, que foi recentementereencontrada no local4. O outro registroocorreu nas proximidades da confluênciaentre os rios Roosevelt e Madeirinha, jáno Amazonas5. Próximo a essa últimaárea há um barreiro que atrai grandenúmero de periquitos e papagaios dediversas espécies6. A região tambémabriga dois psitacídeos de interesseconservacionista, Guarouba guarouba(ararajuba), localmente rara7, eGypopsitta aurantiocephala (papagaio-de-cabeça-laranja ou papagaio-careca)8,endêmico do sul amazônico. Merecedestaque a presença de Poecilotriccussenex (maria-do-madeira) nasproximidades do rio Roosevelt, uma daspoucas localidades de ocorrência dessaespécie9, que permaneceu por muitotempo conhecida apenas da região deBorba, no Amazonas10, mas que nosúltimos anos vem sendo encontrada emdiversas outras localidades8,9.

A1, A2, A3 9°21’6"S, 61°21’47"W

Área da IBA: 1.112.493 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Aripuanã (MT), Machadinho d’Oeste, Altitude: 75–280 mVale do Anari, Ji-Paraná (RO), Novo Aripuanã (AM) Inventário Ornitológico: RepresentativoGrau de proteção:Parcial

Key Area 014

Ji-Paraná / Roosevelt MT/RO/AM01

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AmeaçasO setor da IBA localizado no Estado deRondônia é, sem dúvida, o trecho maisameaçado da área, pois correspondeexatamente à fronteira do desmatamentona região. A situação fundiária da R. B.do Jaru ainda não está regularizada e aárea sofre a invasão de pequenosagricultores2. Os projetos deaproveitamento hidrelétrico do rio Ji-Paraná representam uma grande ameaçaadicional. Dentro do Estado do MatoGrosso, focos de desmatamento sãovisíveis em imagens de satélite, indicandoque existe certa pressão também sobre

essa parte da IBA. Nas quatro unidadesde conservação da área foram detectadasmadeireiras ilegais, garimpos clandes-tinos, caça e grilagem de terras11.

Referências1. Olmos et al. (1999); 2. Atlas de Conservação daNatureza Brasileira (2004); 3. Lanyon et al. (1990);4. Buzzetti (2007); 5. Édson Endrigo (verb.);6. Andrew Whittaker (verb.); 7. Mário Cohn-Haft(verb.); 8. Luís Fábio Silveira (dados inéditos);9. Whittaker (2004); 10. Stattersfield et al. (1998);11. www.socioambiental.org.br; Wege & Long(1995); Stotz et al. (1997); Andrew Whittaker (VictorEmanuel Nature Tours trip report 2006 – http://v e n t b i r d . c o m / s y s t e m / t o u r _ d e p a r t u r e /legacy_birdlist/551/birdlist_551.pdf).

Espécies ameaçadas: 2Guarouba guarouba M. Cohn-Haft (verb.).Clytoctantes atrogularis Registros na Reserva Biológica do Jaru (Lanyon et al., 1990;

Wege & Long, 1995; Stotz et al., 1997; Buzzetti, 2007) eproximidade da confluência dos rios Roosevelt e Madeirinha,Amazonas (E. Endrigo, verb.).

Espécies quase ameaçadas: 6Neochen jubata Rara (Stotz et al., 1997).Morphnus guianensis Rara (Stotz et al., 1997).Harpia harpyja Buzzetti (2007).Primolius maracana Buzzetti (2007).Gypopsitta aurantiocephala L. F. Silveira (dados inéditos).Contopus cooperi A. Whittaker.

Espécies endêmicas: 36 AMS

Espécies de distribuição restrita: 1 Área Secundária s0251 Área Secundária s029

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaEstação Ecológica do Rio Madeirinha Proteção Integral 13.682 haEstação Ecológica do Rio Roosevelt Proteção Integral 80.915 haParque Estadual Tucumã Proteção Integral 66.475 haReserva Biológica do Jaru Proteção Integral 353.335 haFES de Manicoré (parte) Uso Sustentável 83.381 ha

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DescriçãoEssa área localiza-se na borda norte dachamada Chapada de Dardanelos,marcada por uma queda abrupta norelevo na transição para a Depressão doNorte de Mato Grosso1. Corredeiras equedas d’água, como os Saltos deDardanelos e das Andorinhas, formam-se no trecho do rio Aripuanã que percorrea área. Tais formações, situadas no médiocurso do rio e junto à cidade de Aripuanã,possuem grande beleza cênica e atraemturistas à região. O Salto de Dardanelosé formado por cinco degraus emseqüência e uma queda livre, quetotalizam 130 m de altura1. A vegetaçãooriginal nas margens do rio Aripuanã é afloresta ombrófila submontana, mas hápoucos remanescentes nas proximidades

da cidade, onde é grande a alteraçãoantrópica. Áreas florestadas existemapenas na margem esquerda do rio. Oslimites da IBA abrangem os saltos acimae a vegetação preservada à sua volta.

AvesDuas espécies de andorinhõescongregam-se nos saltos: Streptoprocnezonaris (taperuçu-de-coleira-branca) eCypseloides senex (taperuçu-velho).Ambos utilizam fendas e buracos nasrochas para reprodução e repouso, tantopróximo quanto logo atrás das cortinasde água das cachoeiras de menorvolume2. A presença de centenas demilhares de S. zonaris no Salto deDardanelos foi relatada já em meados dadécada de 19703. Um censo realizado emnovembro de 2004 estimou em cerca de1,5 milhões o número dessesandorinhões, o que, de acordo com aliteratura, é a maior concentração deespécies da família Apodidae conhecidano Brasil2. Logo acima das quedasformam-se pequenas lagoas nosafloramentos rochosos adjacentes àscorredeiras, que fornecem alimento fartoa várias espécies de aves migratórias quevêm da América do Norte e passam pelaregião, como Pluvialis dominica(batuiruçu), Tringa solit aria (maçarico-solitário), T. melanoleuca (maçarico-grande-de-perna-amarela) e Actitismacularius (maçarico-pintado)2. O trechode florestas preservadas na margemesquerda do rio Aripuanã abriga váriostáxons endêmicos do sul amazônico,inclusive alguns restritos ao interflúvio dosrios Madeira e Tapajós, como

A4ii 10°9’30"S, 59°27’20"W

Área da IBA: 740 ha Bioma: AmazôniaMunicípio: Aripuanã Altitude: 160–280 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Preliminar

Saltos das Andorinhas e de Dardanelos MT01

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DescriçãoEssa área no nordeste do Mato Grossoabrange todo o território existente desdea confluência do rio das Mortes com oAraguaia, que formam, respectivamente,os limites oeste e leste da IBA, até arodovia MT326, que representa o limitesul. O relevo é plano, com as partes maisbaixas localizadas ao norte, em direçãoà foz do rio das Mortes. A drenagem daregião é feita também pelo rio Cristalino,que cruza a área paralelamente ao rio dasMortes e, tal como esse, deságua noAraguaia. Índices pluviométricos atingemmédias anuais de cerca de 1.600 mm. A

paisagem apresenta um mosaico defitofisionomias relacionadas principal-mente ao Cerrado, que inclui desdecampos até matas inundáveis1. Umlevantamento florístico preliminarencontrou 248 espécies vegetais,mostrando maior riqueza de espécies nasmatas inundáveis, onde se destacamespécies arbóreas como Vochysiadivergens, Amaioua guianensis eCalophyllum brasiliense 1, essa últimaalcançando 20 a 30 m de altura. Nocampo cerrado há presença marcante deVochysia rufa , enquanto Byrsonimaorbignyana indica campos que sofrem

Rhegmatorhina hoffmannsi (mãe-de-taoca-papuda).

AmeaçasAmbas as quedas estão ameaçadas porprojetos de aproveitamento hidrelétricoque têm como conseqüência amodificação da paisagem e da vazão dorio Aripuanã exatamente na área dossaltos2. A proximidade da cidade deAripuanã traz uma série de impactos. Asflorestas ao redor dos saltos estãodesaparecendo rapidamente em razão dacrescente urbanização e da formação de

A1, A2, A3 13°3’51"S, 51°5’37"W

Área da IBA: 1.450.560 ha Bioma: CerradoMunicípios: Cocalinho, Ribeirão Cascalheira Altitude: 80–240 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Não disponível

Interflúvio dos Rios das Mortes e Araguaia MT02

pastagens2. A atividade de caça na regiãoparece ser intensa. A presença de Harpiaharpyja (gavião-real), por exemplo, só foiconstatada através do abate de umexemplar4.

Referências1. SEPLAN (2002); 2. Marcelo F. Vasconcelos (inlitt.); 3. Novaes (1976); 4. E. L. Sábato per M. F.Vasconcelos (in litt.); Marcelo F. Vasconcelos(verb.).

IBA sugerida porMarcelo Ferreira de Vasconcelos

Espécies quase ameaçadas: 2Harpia harpyja E. L. Sábato per M. F. Vasconcelos (in litt.).Synallaxis cherriei M. F. Vasconcelos (in itt.).

Espécies congregantes: 2Streptoprocne zonaris Aparentemente mais numerosa que C. senex

(M. F. Vasconcelos, verb.).Cypseloides senex M. F. Vasconcelos (in litt.).

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também babaçuais dominados pelapalmeira Attalea speciosa1.

AvesA avifauna encontrada na área combinaespécies de savanas e de áreasalagadiças2. Treze endemismos doCerrado foram detectados na área, entreos quais estão Amazona xanthop s(papagaio-galego), Suiriri islerorum(suiriri-da-chapada) e Neothraupisfasciata (cigarra-do-campo)3. Nasproximidades da confluência dos rios dasMortes e Araguaia foram observadosvários indivíduos de Synallaxis albilorasimoni (joão-do-araguaia) e do ameaçadoCercomacra ferdinandi (chororó-de-goiás), espécies associadas a hábitatsribeirinhos e que muitas vezes ocorremlado a lado2,3. Paroaria baeri (cardeal-de-goiás) também foi observada nessamesma área, formando pequenosgrupos3. A região aparentemente éfreqüentada por muitas aves aquáticas,com destaque para o quase ameaçadoNeochen jubata (pato-corredor)3.

Espécies ameaçadas: 2Penelope ochrogaster A. Whittaker (dados inéditos).Cercomacra ferdinandi Diversos pares observados no rio das Mortes

(A. Whittaker, dados inéditos); E. Endrigo (verb.).

Espécies quase ameaçadas: 4Rhea americana E. Endrigo (verb.).Neochen jubata Um bando com 100-200 indivíduos observado

recentemente (E. Endrigo, verb.).Amazona xanthops A. Whittaker (dados inéditos).Neothraupis fasciata A. Whittaker (dados inéditos).

Espécies endêmicas: 13 CER

Espécie de distribuição resrita: 1 Área Secundária s031

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Estadual do Araguaia Proteção Integral 230.000 haRVS Corixão da Mata Azul* Proteção Integral 40.000 haRVS Quelônios do Araguaia Proteção Integral 60.000 haAPA dos Meandros do Rio Araguaia (parte)* Uso Sustentável 358.717 ha* parcialmente sobrepostas

alagamentos nas épocas chuvosas1. Nasárea de cerrado sensu stricto o estratoarbóreo atinge cerca de 10–15 m dealtura, sendo Qualea p arvilora, Andiracuyabensis e Tabebuia aurea algumasdas espécies mais freqüentes1. Há

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AmeaçasA atividade agropecuária extensiva estáem franca expansão na região e áreasdegradadas são visíveis em imagens desatélite, tanto em trechos de cerradosquanto de florestas1. Porém, aimplantação de uma hidrovia no complexofluvial dos rios das Mortes, Araguaia eTocantins talvez seja uma das maioresameaças à região1. Há tambémempreendimentos de aproveitamento

DescriçãoEssa área localiza-se na região daChapada dos Parecis, no oeste do MatoGrosso, entre a Terra IndígenaNambikwara, que corresponde ao limiteoeste, e a IBA adjacente Tirecatinga-

Utiariti (MT04), a leste. A IBA engloba osvales dos rios Juína (a oeste), Formiga,Juruena, Água Quente e Papagaio, esseúltimo a leste, em trecho imediatamenteao norte da Terra Indígena Tirecatinga. Avegetação é de cerrado, compostabasicamente por savanas arborizadas,com savanas florestadas nos interflúvioscolinosos ou tabulares. Trechospreservados de cerrado são mais comunsna porção norte da área e o contato entreesses e as florestas estacionais ocorrenos vales fluviais. Na porção sul da IBA,os limites seguem a vegetação de galeriaremanescente ao longo dos rios, já queentre eles as formações originais já foramsubstituídas por plantações e pastagens.Os cultivos ocorrem principalmente nasáreas acima dos 400 m de altitude, ondeo relevo é plano.

AvesAcredita-se que a localidade-tipo deConothraupis mesoleuca (tiê-bicudo)situe-se nessa região1. Recentespesquisas nos cerrados e matas de

A1, A3 13°8’51"S, 58°46’54"W

Área da IBA: 910.054 ha Bioma: CerradoMunicípios: Brasnorte, Sapezal, Campos de Júlio Altitude: 240–480 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Não disponível

Alto Rio Juruena MT03

hidrelétrico em rios do entorno, como é ocaso do rio Noidore4, um formador do riodas Mortes. O turismo excessivo,especialmente o vinculado à pescadesportiva, foi identificado como um fatorde pressão adicional1.

Referências1. Marimon & Lima (2001); 2. Andrew Whittaker(dados inéditos); 3. Édson Endrigo (verb.); 4. Rivaet al. (2007).

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galeria do alto rio Juruena de fatoresultaram na redescoberta da espécie naregião no final de setembro de 2006.Desde então, foram identificados 13pontos diferentes com ocorrência daespécie1. O tiê-bicudo foi detectadoapenas em hábitats ribeirinhos alagadoscom presença de gramíneas, arbustos eburitis1. Assim, estão incluídos na IBA osremanescentes de vegetação ciliarexistentes ao longo dos rios, inclusive emáreas onde há desmatamentos. Na regiãotambém são freqüentemente observadosgrandes bandos de Amazona xanthops(papagaio-galego)2. Comum na área,Rhea americana (ema) ocorre emcampos naturais ou abandonados, assimcomo em plantações de soja adjacentes2.

Espécie ameaçada: 1Conothraupis mesoleuca Ao menos 30 indivíduos recentemente detectados

(Candia-Gallardo & Kuniy, 2008).

Espécies quase ameaçadas: 3Rhea americana C. Candia-Gallardo (dados inéditos).Amazona xanthops C. Candia-Gallardo (dados inéditos).Neothraupis fasciata C. Candia-Gallardo (dados inéditos).

Espécies endêmicas: 10 CER

AmeaçasA maior ameaça é representada pelosprojetos de aproveitamento hidrelétrico naregião. Há a intenção de se construíremusinas hidrelétricas ao longo do alto rioJuruena, que levariam a uma significativaperda do hábitat de C. mesoleuca 1. Aexpansão do cultivo da soja ameaça ostopos tabulares da chapada, que abrigamaves do Cerrado1.

Referências1. Candia-Gallardo & Kuniy (2008); 2. CarlosCandia-Gallardo (in litt.).

IBA sugerida porCarlos Candia-Gallardo

DescriçãoInserida na Chapada dos Parecis, a áreaé formada pelas Terras Indígenas deTirecatinga e Utiariti, essa últimaocupando a maior parte da IBA, bemcomo pelos remanescentes florestais queacompanham as suas bordas. Tanto aleste quanto a oeste predominam áreasde culturas cíclicas (predominantemente

soja) e de pastagens. Dessa forma, a IBAcorresponde a um grande contínuo devegetação preservada na paisagem daregião. Os rios mais importantes são oVerde, na borda leste, o Buriti, a oeste, eo Papagaio, que corta grande parte daárea e divide as terras indígenas.Florestas de galeria bem desenvolvidasacompanham o curso desses rios e de

A1, A3 13°23’5"S, 58°18’58"W

Área da IBA: 605.359 ha Bioma: CerradoMunicípios: Sapezal, Brasnorte, Campo Novo do Parecis Altitude: 280–630 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Não disponível

Tirecatinga / Utiariti MT04

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Espécie ameaçada: 1Conothraupis mesoleuca Candia-Gallardo & Kuniy (2008).

Espécie quase ameaçada: 1Rhea americana C. Candia-Gallardo (dados inéditos).

Espécies endêmicas: 3 [CER] (Conothraupis mesoleuca)

seus afluentes. Os interflúvios dos riosprincipais apresentam relevos colinososou tabulares, sobre os quais crescemsavanas arborizadas, mais ao norte, esavana parque, nas porções central e sul.

AvesConhecido até pouco tempo atrássomente pelo exemplar-tipo e porregistros recentes no Parque Nacionaldas Emas, em Goiás, Conothraupismesoleuca (tiê-bicudo) foi encontrado nasmargens do rio Papagaio, no território

indígena Tirecatinga, em ambiente compredomínio de vegetação aluvialherbáceo-arbustiva às margens dos rios1.Tendo em vista a aparente especializaçãoecológica da espécie1, os limites da IBAforam definidos de modo a incluirdrenagens com vegetação ciliarpreservada, assegurando assim aincorporação de importantes extensõesde hábitat para a conservação de C.mesoleuca, inclusive cerrados. Esforçosde campo devem ser investidos paraverificar se a espécie é encontradatambém no sul da IBA, onde as altitudessão maiores, mas onde os vales dos riosaparentemente ainda mantêm asmesmas características encontradas emseus baixos cursos.

AmeaçasA análise de imagens de satélite da regiãomostra uma extensa área ocupada poratividades agropecuárias no entorno dasterras indígenas. Há diferentes tipos deplantações na área, mas a de soja é aprincipal, embora realizada ainda empequena escala2.

Referências1. Candia-Gallardo & Kuniy (2008); 2. CarlosCandia-Gallardo (verb.).

IBA sugerida porCarlos Candia-Gallardo

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DescriçãoA área situa-se na faixa de transição entrea Floresta Amazônica e o Cerrado nonorte de Mato Grosso, na bacia do rioArinos, este que deságua no rio Juruena.A exploração de madeira e expansãoagropecuária a partir da década de 1980ocasionou grandes desmatamentos emtoda a região. Atualmente restam grandesfragmentos de mata e poucas áreas decerrado, que foram substituídas porlavouras de soja e, mais recentemente,pela cana-de-açúcar. Mesmo as áreas demata remanescentes sofreram umaintensa retirada seletiva de madeira,existindo poucos trechos de mataprimária. Ao longo do rio Claro a mataainda está relativamente bem preservada,com vários trechos que sofrem

A1, A3 13°46’21"S, 56°43’18"W

Área: 146.773 ha Bioma: Cerrado, AmazôniaMunicípios: São José do Rio Claro, Diamantino Altitude: 290–500 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível

Rio Claro MT05

inundações sazonais, onde predominamMauritia flexuosa (buriti) e Mauritiellaaculeata (buritirana). Há muitos lagosformados pelas mudanças no cursooriginal do rio, margeados por umavegetação de porte menor e mais aberta,adaptada a solos alagados.

AvesAs matas de galeria ao longo do rio Claroe, principalmente, a vegetação de mataaberta ao longo dos lagos, são hábitatsdo Conothraupis mesoleuca (tiê-bicudo),registrado no local ao final de 2008. O rioClaro é a quarta área conhecida deocorrência da espécie, junto com as IBAsAlto Rio Juruena (MT03) e Tirecatinga/Utiariti (MT04), no Mato Grosso, e oParque Nacional das Emas (GO/MS01),na divisa entre Goiás e Mato Grosso doSul. Informações sobre o tamanho dapopulação de C. mesoleuca na região sãodesconhecidas, mas considerando adisponibilidade e grau de preservação dohábitat típico da espécie, acredita-se quepossa ser comum no local. Por se tratarde uma área de transição, espéciestipicamente amazônicas também podemser observadas, tais como Capito dayi(capitão-de-cinta), Heterocercus linteatus(coroa-de-fogo) e Odontorchilus cinereus(cambaxirra-cinzenta).

AmeaçasAtualmente os desmatamentos foraminterrompidos em toda a região devido àsações de fiscalização envolvendo oIBAMA, Ministério do Meio Ambiente ePolícia Federal, sendo que muitasmadeireiras foram fechadas. Além disso,

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DescriçãoSituados a cerca de 400 km a oeste deCuiabá, os campos entre Vila Bela ePontes e Lacerda inserem-se em umaregião de transição entre os domíniosmorfoclimáticos da Amazônia e doCerrado1. A área é delimitada ao sul e aoeste pelo rio Alegre e, ao norte,principalmente pelo rio Sararé. Os níveispluviométricos atingem uma média decerca de 1.350 mm anuais. A vegetaçãoé dominada por cerrados bem

A1, A3 15°8’18"S, 59°40’29"W

Área da IBA: 274.114 ha Bioma: CerradoMunicípios: Vila Bela da Santíssima Trindade, Altitude: 0–670 mPontes e Lacerda Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Nenhum

Campos do Encanto MT06

preservados, com grandes áreas decampo natural entre os rios Guaporé,Sararé e Alegre. Áreas de vegetaçãosecundária e pastagens aparecem empraticamente toda a IBA. Florestasestacionais ocorrem na Serra da Borda ena Serra do Caldeirão, ambas situadasna borda leste da IBA. O Parque NacionalNoel Kempff Mercado, uma IBA bolivianacom cerca de 1,5 milhões de hectares depaisagens preservadas2, está situada aapenas cerca de 30 km de distância.

boa parte da madeira de maior valor jáfoi retirada. A expansão das lavouras desoja e cana-de-açúcar pode representaruma ameaça, no entanto, os fazendeirosestão cientes das restrições ambientaise necessidade de respeitar áreas deReserva Legal e Áreas de PreservaçãoPermanente (APP). O hábitat específico

Espécie ameaçada: 1Conothraupis mesoleuca Pedro F. Develey e Marcelo P. Pádua (verb.).

Espécie quase ameaçada: 1Harpia harpyja Rara (M. P. Pádua, verb).

Espécie endêmica: 1 [CER] (Conothraupis mesoleuca)

de C. mesoleuca é área de APP e,portanto, estaria teoricamente protegido.Finalmente, próximo ao local do registro,existe uma pousada que explora o eco-turismo e a observação de aves.

ReferênciasPedro F. Develey e Marcelo P. Pádua (verb.)

Espécie ameaçada: 1Sporophila nigrorufa Bandos com mais de 50 indivíduos (L. F. Silveira, verb.);

Willis & Oniki (1990); Silveira & D’ Horta (2002).

Espécies quase ameaçadas: 3Rhea americana Silveira & D’ Horta (2002).Sporophila ruficollis Willis & Oniki (1990).Charitospiza eucosma Silveira & D’ Horta (2002).

Espécies endêmicas: 5 [CER] (Sporophila nigrorufa)

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AvesEssa talvez seja a localidade onde sãoregistradas as maiores concentrações deSporophila nigrorufa (caboclinho-do-sertão) no país3. Bandos com mais de 50indivíduos já foram observados noscampos da região4, fazendo dessa áreauma das mais importantes para aconservação da espécie em escalaglobal3. O principal sítio reprodutivo daespécie encontra-se na Bolívia, no ParqueNacional Noel Kempff Mercado, ondebandos de até 70 indivíduos já foramregistrados5. A sudoeste da IBAaparentemente há extensos trechos devegetação campestre preservada,intercalados por terrenos pantanosos sob

influência das águas dos rios Alegre e rioBarbado. Essa área tem grande potencialpara abrigar S. nigrorufa , mas não háinformações disponíveis sobre ela. NoParque Estadual Serra de Santa Bárbara,logo ao sul da IBA, a espécie não foiencontrada, apesar da existência delevantamentos ornitológicos prelimi-nares6. A oeste, o Parque Estadual Serrade Ricardo Franco, que é contíguo ao P.N. Noel Kempff Mercado, é uma áreaainda pouco explorada ornitologicamente,onde é possível a presença deTachyphonus nattereri (pipira-de-natterer)4 e Picumnus fuscus (pica-pau-anão-fusco).

AmeaçasAs unidades de conservação existentesnas proximidades da IBA (ParquesEstaduais Serra de Santa Bárbara e Serrade Ricardo Franco) aparentemente nãoincluem hábitats adequados a Sporophilanigrorufa, já que são áreas mais elevadase com vegetação diferente. Não há outraárea protegida na região e os campos quea espécie utiliza sofrem grande pressãoem virtude da expansão agropecuária.Projetos de assentamentos ruraisaumentam a pressão sobre os ambientescampestres4.

Referências1. Ab’Saber (1967); 2. Auza & Hennessey (2005);3. Silveira & D’Horta (2002); 4. Luís Fábio Silveira(verb.); 5. BirdLife International (2000); 6. EduardoCarrano (in litt.).

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DescriçãoO Parque Nacional da Chapada dosGuimarães, localizado a cerca de 40 kmde Cuiabá, foi criado em 1989 e faz parteda Reserva da Biosfera do Pantanal1. AChapada em si é formada por rochaspaleozóicas da Bacia do Paraná,enquanto as porções mais baixas sãoconstituídas por formações rochosasmais antigas, de idade pré-cambriana1. Aregião apresenta grande beleza cênica,contando com cânions e cavernas,algumas com inscrições rupestres. Avariação altitudinal garante diferentestipos climáticos, que vão desde o tropicalcom estação seca de inverno (naDepressão Cuiabana) até o mesotérmicoúmido (no topo das chapadas). A médiapluviométrica anual varia de 1.800 a 2000

A1, A3 15°21’29"S, 55°48’14"W

Área da IBA: 66.042 ha Bioma: CerradoMunicípios: Cuiabá, Chapada dos Guimarães Altitude: 200–900 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Representativo

Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e Adjacências MT07

mm, enquanto a temperatura média ficaentre 21,5º e 25ºC2. Durante as friagensmais intensas, porém, a temperatura podecair até próximo de zero grau nas porçõesmais altas1. São encontradas na regiãodiferentes fitofisionomias de Cerrado,assim como formações rupestres nasáreas mais elevadas e florestas deciduais,semideciduais e de galeria2. Além daunidade de conservação, ondepredominam formações abertas do tiposavana arborizada, a IBA inclui oscerrados preservados a leste, bem comoas matas preservadas ao sul da cidadede Chapada dos Guimarães, abrangendoassim não só uma proporção maior dosremanescentes importantes para as avesameaçadas de extinção, mas tambémuma parte da zona de amortecimento doparque nacional.

AvesA avifauna da região é típica do Cerrado.No parque existem boas populações deRhea am ericana (ema)3 e grandesfalconiformes foram observados alirecentemente, com destaque para oameaçado Harpyhaliaetus coronatus(águia-cinzenta) e para Harpia harpyja(gavião-real), essa última talvez deocorrência apenas ocasional4. Ictiniamississippiensis (sauveiro-do-norte), avede rapina migratória com poucos registrosno Brasil e observada principalmente nasplanícies pantaneiras5, foi registrada noparque4. Rara na região, os poucosregistros de Anodorhynchus hyacinthinus(arara-azul-grande) para a área sãoatribuídos a prováveis indivíduosvagantes6. Ao longo da estrada que

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conduz à Fazenda Água Fria, a nordestedo parque, foram observados indivíduosde Euscarthmus rufomarginatus (maria-corruíra)6.

AmeaçasMuitos dos problemas enfrentados peloparque decorrem de sua situaçãofundiária, já que cerca de 65% de suasuperfície são propriedades particularesainda não indenizadas1,4. No entorno daunidade de conservação há diversos tiposde pressões com influência direta ouindireta sobre a biodiversidade regional.A supressão da vegetação ocorreprincipalmente por conta de atividadesagropecuárias, como horticultura (nos

vales), monoculturas de soja e algodão(porção leste) e plantios de eucalipto(limite norte), ou para a construção deloteamentos de casas de veraneio, nosvales4. Queimadas e caça predatóriatambém representam impactos à região.

Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. www.ibama.gov.br/parna_guimaraes;3. Luís Fábio Silveira (verb.); 4. João Batista doPinho, Leonardo Esteves Lopes, BiancaBernardon, Fabiano Ficagna de Oliveira, GiulianoBernardon, Luciana Pinheiro Ferreira, MarceloFerreira Vasconcelos, Marcos Maldonado Coelho,Paula Fernanda Albonette de Nóbrega & TatianaColombo Rubio (em prep.); 5. Antas (2004);6. Leonardo Esteves Lopes (verb.).

Espécies ameaçadas: 2Harpyhaliaetus coronatus Pinho et al. (em prep.).Anodorhynchus hyacinthinus Rara (Pinho et al., em prep.).

Espécies quase ameaçadas: 8Rhea americana Pinho et al. (em prep.); boa população

(L. F. Silveira, verb.).Harpia harpyja Pinho et al. (em prep.).Primolius maracana Pinho et al. (em prep.).Amazona xanthops Rara (Pinho et al., em prep.).Euscarthmus rufomarginatus Uma pequena população fora do parque

(Pinho et al., em prep.).Porphyrospiza caerulescens Pinho et al. (em prep.).Charitospiza eucosma Willis & Oniki (1990); Pinho et al. (em prep.).Neothraupis fasciata Willis & Oniki (1990); Pinho et al. (em prep.).

Espécies endêmicas: 14 CER

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Nacional da Chapada dos Guimarães Proteção Integral 32.776 haAPA da Chapada dos Guimarães (parte) Uso Sustentável 251.847 ha

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DescriçãoA Estação Ecológica Serra das Araras,situada a nordeste de Cáceres e jápróximo à Planície Pantaneira, possuirelevo caracterizado por extensassuperfícies planas de estrutura geológicacristalina ou sedimentar1. Fisionomiasvegetais associadas ao Cerrado ocupammais de 50% da serra, representadas pelasavana florestada e savana parque,havendo também áreas de florestaestacional semidecidual e trechos deveredas e campos úmidos1. Nas matasciliares são características as palmeirasScheelea phalerata e Attalea speciosa ,essa última configurando os pequenostrechos de matas de babaçus existentesna área2. O clima é tropical quente e semi-úmido, com 4 a 5 meses de seca e

A1, A3 15°39’7"S, 57°11’25"W

Área da IBA: 29.741 ha Bioma: Cerrado, Amazônia, PantanalMunicípios: Porto Estrela, Cáceres Altitude: 180–880 mGrau de proteção: Total Inventário Ornitológico: Preliminar

Key Area 016

Estação Ecológica Serra das Araras MT08

temperatura anual média em torno de24ºC. A pluviosidade anual está entre1.400 e 1.500 mm1.

AvesExiste apenas uma lista publicada dasaves da estação ecológica, feita há cercade duas décadas atrás3. As poucasinformações recentes derivam daatividade ocasional de observadores deaves e ornitólogos, principalmente noentorno da unidade de conservação. Asflorestas da estação ecológicadistinguem-se pela presença de várioselementos tipicamente amazônicos, comoAratinga weddellii (periquito-de-cabeça-suja), Tyranneutes stolzmanni(uirapuruzinho), Attila bolivianus (bate-pára), Rhegmatorhina hoffmannsi (mãe-de-taoca-papuda) e Tangara chilensis(sete-cores-da-amazônia)3,4. Harpiaharpyja (gavião-real) só foi visto fora daunidade de conservação, inclusive comninho ativo durante alguns anos5. Porocasião dos levantamentos que deramorigem à lista da avifauna da área,Anodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande) e Culicivora caudacuta (papa-moscas-do-campo) foram consideradoscomuns3, o que, porém, não tem sidoconstatado no entorno em anos maisrecentes6. A E. E. Serra das Ararasganhou notoriedade no cenárioornitológico mundial por ter sido palco dealguns dos últimos registros conhecidosda rara Columbina cyanopis (rolinha-do-planalto), observada na área em duasocasiões3. Essa espécie é conhecidasomente por escassos registros nos

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Estados de São Paulo, Mato Grosso doSul e Goiás7.

AmeaçasAs ameaças dentro da unidade deconservação são pouco conhecidas,porém, no entorno são desenvolvidasatividades como exploração de calcário,monoculturas de soja e silvicultura6,8.Essa última atividade refere-se ao plantiode teca (Tectona grandis), árvore exóticautilizada para diversos fins, especialmenteem carpintaria e marcenaria9. Os plantiosdessa árvore estão substituindo a

Espécies ameaçadas: 3Columbina cyanopis Silva & Oniki (1988).Anodorhynchus hyacinthinus Silva & Oniki (1988).Culicivora caudacuta Silva & Oniki (1988).

Espécies quase ameaçadas: 3Euscarthmus rufomarginatus Wege & Long (1995).Porphyrospiza caerulescens Willis & Oniki (1990).Neothraupis fasciata Willis & Oniki (1990).

Espécies endêmicas: 9 CER

Área protegidaNome Categoria ÁreaEstação Ecológica Serra das Araras Proteção Integral 29.741 ha

vegetação nativa nas proximidades daestação ecológica. Em épocas secas, aárea sofre com incêndios iniciados noentorno para o manejo e a abertura depastagens10.

Referências1. Atlas de Conservação da Natureza Brasileira(2004); 2. Santos-Filho & Silva (2002); 3. Silva &Oniki (1988); 4. Willis & Oniki (1990); 5. Marcelo F.Vasconcelos (in litt.); 6. Marcelo F. Vasconcelos(verb.); 7. BirdLife International (2007); 8. JoãoBatista do Pinho (verb); 9. Tsukamoto Filho et al.(2003); 10. www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=77 ; Wege & Long (1995).

DescriçãoEssa área, situada a sudoeste da cidadede Cáceres, no extremo sudoeste doMato Grosso, está inserida em umaregião de relevos baixos associados àPlanície Pantaneira. Praticamente 80% daárea é tomada por vegetação de cerradoclassificada como savana parque esavana arborizada. A pequena incidência

A1 16°29’43"S, 58°0’33"W

Área da IBA: 151.172 ha Bioma: Cerrado, PantanalMunicípios: Cáceres Altitude: 50–160 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Não disponível

Cáceres MT09

de cursos d’água nessa região nãofavorece a formação de florestas ciliares,que aparecem apenas mais a leste, aolongo do rio Paraguai e ao redor daspequenas lagoas formadas pela dinâmicadas enchentes (onde se estabelece afloresta estacional semidecidual aluvial).Há uma IBA no território bolivianoadjacente, logo a oeste, chamada “Área

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Espécie ameaçada: 1Anodorhynchus hyacinthinus Grandes bandos registrados recentemente

(J. B. Pinho, dados inéditos).

Espécies quase ameaçadas: 3Rhea americana Grupos observados nos campos (J. B. Pinho, dados inéditos).Oryzoborus maximiliani J. B. Pinho (dados inéditos).Amaurospiza moesta J. B. Pinho (dados inéditos).

Natural de Manejo Integrado San Matías”,que ocupa cerca de 3 milhões de hectarese abrange variadas paisagens bemconservadas1. No entanto, as duas IBAsnão são contíguas por causa de uma faixaintermediária de cerca de 20 km delargura, onde são desenvolvidasatividades agropecuárias.

AvesHá apenas um levantamento da avifaunada área, realizado recentemente2. Noentorno, há um inventário conduzido emuma localidade a sudeste, na margemesquerda do rio Paraguai3. Oryzoborusmaximiliani (bicudo), espécie listada comocriticamente em perigo na lista nacionalde espécies ameaçadas de extinção e

globalmente quase ameaçada,representa uma ocorrência importante2,já que são extremamente raras asobservações recentes dessa espécie nopaís. Tanto o bicudo quanto Amaurospizamoesta (negrinho-do-mato) sãoencontrados em formações de cerradocom taquarais2. Nesse mesmo ambientefoi registrado Thamnophilus sticturus(choca-da-bolívia)2, que possuidistribuição marginal no Brasil4. Penelopeochrogaster (jacu-de-barriga-vermelha) éfreqüente nas matas semidecíduas damargem esquerda do rio Paraguai3 e hágrande probabilidade de ser encontradotambém na margem oposta. Nasformações baixas de savanas aparecemgrupos com 15–20 indivíduos de Rheaamericana (ema)2. Bandos deAnodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande) também ocorrem na área e cercade 80 indivíduos foram vistos em uma sólocalidade2.

AmeaçasPouco se sabe sobre possíveis ameaçasà área. As porções mais alteradasencontram-se ao norte e a leste da IBA,sendo a substituição das savanas e matasdecíduas por pastagens o impactoaparentemente mais significativo5.

Referências1. Auza & Hennessey (2005); 2. João Batista doPinho (dados néditos); 3. Pedro F. Develey (dadosinéditos); 4. InfoNatura (2007); 5. João B. do Pinho(verb.).

IBA sugerida porJoão Batista do Pinho

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DescriçãoFazendo parte do Pantanal Norte, essaárea tem como limites principais os riosCuiabá (ao norte e a oeste), São Lourenço(ao sul) e Corixo Grande (a leste). Toda aregião está sobre uma planíciesedimentar Quaternária1, composta emsua quase totalidade por grandesextensões de áreas inundáveis. Cerca de40% da área são cobertos por savanaarborizada e savana parque, com poucarepresentatividade de florestas de galeria.O restante caracteriza-se por um mosaicode tipologias de cerrado e florestasestacionais semideciduais. Ao longo dosrios maiores desenvolvem-se florestasaluviais. Nas matas ciliares, algumasárvores destacam-se por seu tamanho,como Astronium fraxinifolium eMyracrodruon urundeuva , comuns na

A1, A3, A4i, A4iii 16°42’10"S, 56°2’24"W

Área da IBA: 506.607 ha Bioma: Cerrado, PantanalMunicípios: Barão de Melgaço, Santo Antônio do Leverger Altitude: 50–200 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Representativo

RAMSAR 1270

RPPN SESC Pantanal e Entorno MT10

RPPN, ao longo do rio Cuiabá. A palmeiraScheelea phalerata é uma das espéciesmais comuns nos estratos inferiores1. Hátambém na área extensas florestasdominadas por Vochysia divergens ,chamadas localmente de cambarazais1.Na RPPN SESC Pantanal, a precipitaçãomédia anual varia entre 1.000 e 1.200mm, com período de chuvas estendendo-se de outubro a abril1. Nessa reservaparticular existem espécies raras depeixes anuais, duas delas encontradasaté agora somente dentro de seuslimites1.

AvesA avifauna da RPPN SESC Pantanal émuito bem conhecida e seus mais de 100mil hectares protegidos constituem umimportante reduto para muitas espéciesameaçadas ou endêmicas2. Dozeendemismos do Cerrado são encontradosna área da IBA, entre os quais estão osameaçados Penelope ochrogaster (jacu-de-barriga-castanha)2,3,4 e Culicivoracaudacuta (papa-moscas-do-campo)4.Harpyhaliaetus coronatus (águia-cinzenta), rapinante de grande porte, foiregistrado nas proximidades do rioMutum4, na porção nordeste da IBA.Formações de gramíneas altas em áreaspaludosas atraem espécies granívorasmigratórias, como Sporophila ruficollis(caboclinho-de-papo-escuro) e S.cinnamomea (caboclinho-de-chapéu-cinzento)2, que têm na área um importantesítio de repouso e alimentação. A regiãoabriga uma das maiores concentraçõesde Anodorhynchus hyacinthinus (arara-

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azul-grande), onde grandes grupos sãofreqüentemente observados2,3. Osmaiores, com 300–400 indivíduos, foramvistos na região de São Francisco doPirigara, no sul da IBA5. Por fim, a RPPNtalvez constitua um dos maiores sítiosreprodutivos de biguás (Phalacrocoraxbrasilianus) no Brasil, com mais de 20 milindivíduos6.

AmeaçasA bacia do rio São Lourenço sofre com asubstituição de sua vegetação natural porpastagens e o conseqüente processo deerosão do solo1. O AproveitamentoMúltiplo do rio Manso é considerado aprincipal obra hidrelétrica da bacia do altocurso do rio Paraguai1. A modificação dadinâmica das cheias e das secas naregião de influência desse rio está entreos impactos ambientais causados pelo

empreendimento7. A utilização do fogopara o manejo de pastagens em fazendasvizinhas à RPPN SESC Pantanal é umaséria ameaça. Em 1999 e 2000, umagrande queimada atingiu cerca de 70 milhectares da reserva1. Essa área protegidatambém faz parte da rota de passagemde comitivas de gado, o que traz algunsimpactos adicionais, pois os boisaproveitam-se das pastagens naturais epodem levar doenças como a bruceloseaos herbívoros nativos1. A caça ainda érealizada por comunidades indígenas,que muitas vezes exercem essa atividadedentro dos limites da RPPN1.

Referências1. Dourojeanni (2006); 2. Antas (2004); 3. Pinho(2005); 4. Oliveira (2007); 5. João Batista do Pinho(verb.); 6. www.ramsar.org/wn/w.n.brazil_reserva.htm; 7. Barros (2004) in Dourojeanni(2006).

Espécies ameaçadas: 5Penelope ochrogaster Antas (2004), Pinho (2005), Oliveira (2007).Harpyhaliaetus coronatus Oliveira (2007).Anodorhynchus hyacinthinus Observada em toda extensão da RPPN (Antas, 2004);

Pinho (2005), Oliveira (2007).Culicivora caudacuta Oliveira (2007).Sporophila cinnamomea Registros escassos na RPPN (Antas, 2004).

Espécies quase ameaçadas: 5Rhea americana Antas (2004), Pinho (2005), Oliveira (2007).Harpia harpyja Nas proximidades de Barão do Melgaço (J. B. Pinho, verb.).Primolius maracana Pinho (2005).Amazona xanthops Antas (2004).Sporophila ruficollis Na RPPN, registrada junto a outras espécies do

mesmo gênero (Antas, 2004).

Espécie congregante: 1Phalacrocorax brasilianus Mais de 20.000 indivíduos

(www.ramsar.org/wn/w.n.brazil_reserva.htm).

Espécies endêmicas: 12 CER 4 CHA

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Estadual Encontro das Águas (parte) Proteção Integral 108.960 haRPPN SESC Pantanal Particular 106.644 ha

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Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Mato Grosso

Espécies Categ.*

Código IBA Total**

a b

Penelope ochrogaster VU X X 2 7Harpyhaliaetus coronatus EN X X 2 15Columbina cyanopis CR X 1 1Anodorhynchus hyacinthinus EN X X X X 4 20Guaruba guarouba EN X 1 10Culicivora caudacuta VU X X 2 10Clytoctantes atrogularis*** CR X 1 2Cercomacra ferdinandi VU X 1 5Sporophila nigrorufa VU X 1 2Sporophila cinnamomea VU X 1 4Conothraupis mesoleuca CR X X X 3 4Total de espécies 2 0 2 1 1 1 1 2 3 1 5Rhea americana NT X X X X X X X 7 25Neochen jubata NT X X 2 7Morphnus guianensis NT X 1 12Harpia harpyja NT X X X X X 5 20Primolius maracana NT X X 2 6Gypopsitta aurantiocephala NT X 1 3Amazona xanthops NT X X X X 4 21Euscarthmus rufomarginatus NT X X 2 10Contopus cooperi NT X 1 5Synallaxis cherriei NT X 1 6Porphyrospiza caerulescens NT X X 2 15Sporophila ruficollis NT X X 2 5Oryzoborus maximiliani NT X 1 3Amaurospiza moesta NT X 1 3Charitospiza eucosma NT X X 2 16Neothraupis fasciata NT X X X X 4 19Total de espécies 5 2 4 3 1 1 3 8 3 3 5

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* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Mato Grosso (sem considerar IBAs interestaduais quejá estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.*** Esta espécie foi registrada apenas nos estados de Rondônia e Amazonas e não existem registros confirmados parao Mato Grosso.

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Tabela 4. Espécies endêmicas por IBAs no estado do Mato Grosso agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

Código IBA Total**

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Amazônia Norte e TepuisConopias parvus X 1 13Total de espécies 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Amazônia SulCrypturellus strigulosus X X 2 10Aburria cujubi X X X 3 13Leucopternis kuhli X X 2 7Psophia viridis X X 2 11Guarouba guarouba X 1 10Pyrrhura perlata X X 2 7Pionites leucogaster X X 2 15Gypopsitta aurantiocephala X 1 3Amazona kawalli X 1 8Phaethornis philippii X X 2 9Pteroglossus bitorquatus X X X X 4 15Selenidera gouldii X X X 3 12Capito dayi X X 2 7Picumnus aurifrons X X X 3 14Galbula cyanicollis X X X 3 14Malacoptila rufa X X 2 13Neopelma sulphureiventer X 1 4Lepidothrix nattereri X X 2 5Heterocercus linteatus X X X 3 9Hemitriccus minimus X 1 11Poecilotriccus senex s029 X 1 2Cymbilaimus sanctaemariae X X 2 4Thamnophilus stictocephalus X X 2 7Clytoctantes atrogularis s025 X 1 2Thamnomanes saturninus X X 2 9Thamnomanes schistogynus X 1 5Myrmotherula sclateri X X X 3 14Myrmotherula leucophthalma X X 2 12Myrmotherula iheringi X X 2 5Hypocnemoides maculicauda X X X X 4 15Rhegmatorhina hoffmannsi X X X 3 4Conopophaga melanogaster X 1 6Skutchia borbae X X 2 4Hylopezus berlepschi X 1 12Hylexetastes un iformis X X X 3 6Dendrocolaptes hoffmannsi X 1 4Odontorchilus cinereus X X X 3 6Lanio versicolor X X X 3 15Total de espécies 36 25 0 0 0 11 0 0 5 0 2

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Mato Grosso (sem considerar IBAs interestaduaisque já estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

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Tabela 4. (continuação) Espécies endêmicas por IBAs no estado do Mato Grosso agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

Código IBA Total**

a b

CerradoPenelope ochrogaster X X 2 7Columbina cyanopis X 1 1Amazona xanthops X X X X 4 21Phaethornis nattereri X X X X X 5 11Antilophia galeata X X X X X 5 18Suiriri islerorum X X 2 6Culicivora caudacuta X X 2 10Gubernetes yetapa X X X 3 10Herpsilochmus longirostris X X X X X 5 17Cercomacra ferdinandi s031 X 1 5Melanopareia torquata X X X X 4 20Synallaxis albilora (inclui simoni) X X X X X 5 12Syndactyla dimidiata X 1 7Hylocryptus rectirostris ? 0 7Cyanocorax cristatellus X X X X X 5 22Basileuterus hypoleucus X X X 3 17Basileuterus leucophrys X X 2 8Porphyrospiza caerulescens X X 2 15Sporophila nigrorufa s028 X 1 2Charitospiza eucosma X X 2 16Paroaria baeri X 1 4Conothraupis mesoleuca X X X 3 4Compsothraupis loricata X 1 6Cypsnagra hirundinacea X X X X X 5 22Neothraupis fasciata X X X X 4 19Saltator atricollis X X X X 4 19Total de espécies 0 0 13 10 3 1 5 14 13 2 12ChacoOrtalis canicollis X X 2 7Phaethornis subochraceus X X 2 5Cercomacra melanaria X 1 5Xiphocolaptes major X X 2 7Total de espécies 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 4Total geral de espécies 37 25 13 10 3 12 5 14 19 4 18

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* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Mato Grosso (sem considerar IBAs interestaduaisque já estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

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OCEANOATLÂNTICO

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Tabela 1. Lista das IBAs no Estado de Rondônia

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

RO01 Jamari AMZ xRO02 Abunã AMZ s029RO03 Vale do Guaporé AMZ, CER x s026 (CER)IBAs interestaduais descritas em seção referente a outro estadoAM/RO01 Campos de Humaitá-Lábrea AMZ, CER xAM/RO02 Campo do Alto Marmelos AMZ, CER x AMSMT/RO/AM01 Ji-Paraná / Roosevelt AMZ x s025, s029 AMS

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.

Tabela 2. Resumo do Estado de RondôniaÁrea do estado (ha) 23.757.616,70Nº de IBAs¹ 3Tamanho das IBAs (ha) Mín. 79.289

Máx. 1.664.439Área total das IBAs no estado (ha e %) ha 3.085.282

% 12,99Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica² ANT 1

AMS 12CER 4

Nº de espécies ameaçadas nas IBAs ³ EN 2NT 3

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (ANT - Amazônia Norte e Tepuis;AMS - Amazônia Sul; CER - Cerrado).³ Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

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DescriçãoLocalizada no norte de Rondônia, essaárea delimita-se ao norte pelos limites daEstação Ecológica de Samuel e peladivisa entre os municípios de Porto Velhoe Cujubim; a leste, pelos limites daFloresta Extrativista Rio Preto-Jacundá,e, ao sul, pelos limites das unidades deconservação existentes na região. A IBAengloba importantes trechos de florestaamazônica remanescente no Estado deRondônia, que exibe um alto grau dedesmatamento. Predomina a florestaombrófila aberta, caracterizada pelapresença de cipós ou palmeiras. Hátrechos de floresta ombrófila densa efloresta ombrófila aberta submontana,essa última composta por espéciesarbóreas como Astronium lecointei ,

Pithecellobium racemosum, Pouteria spp.,Protium sp. e Vatairea paraensis1. Juntoà porção sul da área, especialmente nasproximidades da Floresta SustentávelAraras, a paisagem apresenta-se alteradae dominada por pastagens e trechos devegetação secundária.

AvesNão existem levantamentos ornitológicospublicados para a área. Para a E. E. deSamuel, há apenas uma listagem com220 espécies identificadas, elaboradadurante o estudo de impacto ambientalda Usina Hidrelétrica de Samuel2. A listainclui algumas espécies endêmicas dointerflúvio dos rios Madeira e Tapajós,como Capito dayi (capitão-de-cinta) eLepidothrix nattereri (uirapuru-de-chapéu-branco), e outras de interesse cinegético,como Mitu tuberosum (mutum-cavalo) eNothocrax urumutum (urumutum), bemcomo o pouco conhecido Neomorphusgeoffroyi (jacu-estalo). A única informaçãoornitológica publicada sobre a área refere-se ao registro de uma população deGuarouba gua rouba (ararajuba) naFloresta Nacional do Jamari, querepresenta o limite ocidental dedistribuição da espécie3. Sabe-se,também, que áreas nas proximidades doreservatório de Samuel são visitadas poraves migratórias oriundas do hemisférionorte1.

AmeaçasA região sofre grande pressão dedesmatamento, especialmente no setorsul da IBA. As florestas são suprimidas

A1 9°4’54"S, 62°39’42"W

Área da IBA: 792.165 ha Bioma: AmazôniaMunicípios: Candeias do Jamari, Jamari, Cujubim, Altitude: 32–240 mMachadinho d’Oeste Inventário Ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Parcial

Key Area 013

Jamari RO01

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para dar lugar a atividades agropecuárias,inclusive na E. E. de Samuel, onde estãosendo feitos esforços para eliminar o gadobovino de seus limites4. Constantesinvasões são feitas para extração ilegalde madeira e para garimpagem5. Na F.N. do Jamari, algumas áreas que outroraforam exploradas para a extração de

cassiterita estão sendo recuperadasatravés do plantio de espécies nativas6.Referências1. Olmos et al. (1999); 2. PLANAFLORO (1998);3. Yamashita & França (1991); 4. www.rondonia.ro .gov.br /no t ic ias .asp? id=653&t ipo=Mais%20Noticias; 5. Mata de Est anho - 27/10/2007 -www.oeco.com.br; 6. Atlas da Conservação daNatureza Brasileira (2004); Wege & Long (1995).

DescriçãoSituada no alto rio Madeira, essa IBA temseus limites definidos por esse rio ao nortee a oeste, junto à divisa com a Bolívia, epela rodovia BR364, ao sul, excluindo-seos trechos já alterados. No lado bolivianoadjacente há uma IBA com cerca de 180mil hectares (“Federico Román”), entre osrios Madeira e Abunã1. Diferentemente dolado brasileiro, essa área apresentapredomínio de florestas em bom estadode conservação. A vegetação da regiãode Abunã forma um mosaico defisionomias de savana (campinas) e defloresta de terra firme (floresta ombrófiladensa de terras baixas), além de zonas

de contato entre ambas. Nas matas devárzea ao longo do rio Madeira sãoabundantes as grandes sumaúmas(Ceiba pentandra), árvores importantespara a nidificação de aves de rapina comoHarpia harpyja (gavião-real).

AvesEssa área abrange um trecho do rioMadeira onde há barreiros visitados pormilhares de psitacídeos. Diversasespécies, entre elas Amazona farinosa(papagaio-moleiro), A. ochrocephala(papagaio-campeiro), Pionus menstruus(maitaca-de-cabeça-azul) e Gypop sittabarrabandi (curica-de-bochecha-laranja),

A2 9°38’11"S, 65°8’39"W

Área da IBA: 79.289 ha Bioma: AmazôniaMunicípio: Porto Velho Altitude: 32–105 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Não disponível

Abunã RO02

Espécie ameaçada: 1Guarouba guarouba Yamashita & França (1991), Wege & Long (1995).

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Samuel* Proteção Integral 71.061 haFERS Gavião Uso Sustentável 440 haFERS Araras Uso Sustentável 925 haFLONA do Jamari Uso Sustentável 215.000 haFLOREX Rio Preto-Jacundá (parte)* Uso Sustentável 1.055.000 ha* parcialmente sobrepostas

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s029

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aglomeram-se nas barrancas à beira dorio na época seca, para ingerir o barroexposto2, fenômeno conhecido como“geofagia”3. A ingestão de certoselementos químicos presentes na terraneutraliza a toxicidade dos frutosconsumidos por essas aves na floresta.Os barreiros do alto Madeira são os únicosno Brasil que recebem centenas ou atémilhares de psitacídeos diariamente,fenômeno observado somente embarreiros do Peru e da Bolívia,considerados os maiores do mundo2. Emuma área próxima foi registradoAnurolimnas cast aneiceps (sanã-de-cabeça-castanha)4, pequena saracuracuja distribuição no país é poucoconhecida. A IBA também abrange

importantes trechos de campinas aindabem preservadas do Estado de Rondônia.As campinas que se distribuem pelamargem direita do rio Madeira abrigamPoecilotriccus senex (maria-do-madeira)5,tiranídeo relativamente raro e dedistribuição pontual. Por fim, provém dasimediações o exemplar-tipo de Tityraleucura6. Essa ave tem sido consideradaum exemplar subadulto anormal de Tityrainquisitor ou um híbrido, mas recentesobservações de campo sugerem quepode representar um táxon válido6.

AmeaçasA construção das usinas hidrelétricas deSalto do Jirau e Santo Antônio alterarãopermanentemente a dinâmica hidrológicae a distribuição de sedimentos ao longodo rio Madeira7. As campinas serãoafetadas pela modificação do regimehidrológico, colocando em risco o hábitatespecífico de Poecilotriccus senex 7. Aelevação do nível das águas do riosubmergirá permanentemente osbarreiros utilizados pelos psitacídeos,possivelmente prejudicando suaspopulações regionais7. Apesar dapresença de unidades de conservação namargem oposta do rio Madeira, como aEstação Ecológica Antonio Mugica Nava,a área onde a IBA se insere não possuiproteção.

Referências1. Auza & Hennessey (2005); 2. Cohn-Haft et al.(2005); 3. Gilardi et al. (1999); 4. Pacheco (1996);5. Whittaker (2004); 6. Whittaker (2008); 7. MárioCohn-Haft (verb.).

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DescriçãoA área inclui as unidades de conservaçãoe os remanescentes florestaisdesprotegidos existentes na zona deinfluência do vale do rio Guaporé, no sulde Rondônia, englobando a ReservaBiológica do Guaporé, uma das maioresde sua categoria no Brasil. Com umaaltitude média de 200 m, a região écaracterizada por relevos de planície ondehá extensas áreas ainda bempreservadas de florestas marginais ao rioGuaporé. A vegetação no vale doGuaporé é composta por um mosaico defitofisionomias que vão desde florestasombrófilas até savanas, incluindoformações de transição. Em uma grandeárea que está sob influência direta dasdrenagens associadas ao rio existem

florestas de galeria e campos alagadiços,além de florestas aluviais com palmeiras.No território boliviano adjacente há duasIBAs contíguas ao vale do Guaporé,denominadas “Noel Kempf Mercado”,sítio já bem conhecido por sua ricaavifauna, e “Reserva de InmovilizaciónIténez”1. A soma das áreas das três IBAsperfaz cerca de 4,13 milhões de hectaresde um mosaico único de fisionomiasamazônicas e de cerrado. Dadospluviométricos apontam médias anuaismáximas próximas de 2.000 mm.

AvesO vale do Guaporé é mais conhecido porcausa das concentrações de avesaquáticas, que estão entre as maiores detoda a Amazônia, com destaque para osciconiformes2. Por outro lado, oslevantamentos ornitológicos sãoescassos, especialmente nas áreasflorestais e de cerrado. Uma compilaçãode dados históricos resultou na listagemde 187 espécies para a região3, enquantoum inventário de campo preliminar,realizado em 2001 nas ReservasExtrativistas de Pedras Negras e deCurralinho, apontou a presença de 280espécies, incluindo alguns endemismosamazônicos incomuns, como Neopelmasulphureiventer (fruxu-de-barriga-amarela) e Hemitriccus flammulatus(maria-de-peito-machetado), e quatroespécies consideradas endêmicas doCerrado: Phaethornis nattereri (besourão-de-sobre-amarelo), Herpsilochmuslongirostris (chorozinho-de-bico-comprido), Synallaxis albilora (joão-do-pantanal) e Picumnus fuscus (pica-pau-

A1, A2, A3 12°52’39"S, 62°17’54"W

Área da IBA: 1.664.439 ha Bioma: Amazônia, CerradoMunicípios: São Francisco do Guaporé, Altitude: 30–350 mAlta Floresta d’Oeste, Alto Alegre do Parecis, Inventário Ornitológico: PreliminarPimenteiras do Oeste, CerejeirasGrau de proteção: Parcial

Vale do Guaporé RO03

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anão-fusco)4. Esse último é conhecidoapenas da região do vale do Guaporé,onde habita florestas de várzea5,6 e parecepreferir áreas com lianas e bambus5. AIBA é de grande importância para aconservação desse pica-pau-anão econstitui a única área onde sua ocorrênciaé conhecida no Brasil. Apenas umaespécie globalmente ameaçada,Anodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande), foi encontrada na região, tendosido detectada em 1997 durante umsobrevôo exploratório2. No entanto, é dese esperar a presença de mais espéciessob algum grau de ameaça global, já quenas IBAs bolivianas há quatro espéciesglobalmente ameaçadas e doze quaseameaçadas1. O beija-flor Amaziliaversicolor rondoniae, que ainda é alvo dediscussões taxonômicas7, também ocorrena região4, enquanto Hylopezusauricularis, espécie globalmenteameaçada e ainda não encontrada noBrasil, foi detectada no território bolivianoimediatamente adjacente8.

AmeaçasTodo o vale do Guaporé permanecerelativamente bem preservado, mas apressão humana em seu entorno é

intensa. A supressão das florestas aoredor do vale facilitou a chegada decolonos em conseqüência da abertura deestradas pelas madeireiras. A R. B. doGuaporé é ameaçada por extrativismovegetal não manejado, atividadesagropecuárias, caça e desmatamentos9,e também devido à abertura de estradase instalação de propriedadesclandestinas. As porções de cerradosinundáveis são utilizadas para a pecuáriade corte e são queimadas na estaçãoseca, sendo muitas vezes substituídas porpastos com gramíneas exóticas2. Asáreas mais elevadas da planície tambémsão desmatadas e substituídas porpastagens2. A criação de búfalos,introduzida na região na década de 1980,representa outra séria ameaça à área, jáque os rebanhos circulam livremente pelovale e o pisoteio intenso por essesanimais causa alterações na paisagem2,9.

Referências1. Auza & Hennessey (2005); 2. Rondônia (1998);3. Argel-de-Oliveira (1990) in Rondônia (1998);4. Buzzetti (2002b); 5. Parker & Rocha (1991);6. Sick (1997); 7. Nota 8 - www.cbro.org.br/CBRO/decis.htm; 8. Alexandre Aleixo (verb.); 9. Atlas daConservação da Natureza Brasileira (2004).

Espécie ameaçada: 1Anodorhynchus hyacinthinus Rondônia (1998).

Espécies quase ameaçadas: 3Neochen jubata Buzzetti (2002b).Harpia harpyja Buzzetti (2002b).Picumnus fuscus Buzzetti (2002b).

Espécies endêmicas: 4 [CER] (Picumnus fuscus)

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s026

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaReserva Biológica do Guaporé Proteção Integral 617.724 haParque Estadual de Corumbiara* Proteção Integral 384.055 haFERS do Rio Mequéns (parte)* Uso Sustentável 425.844 haRESEX Pedras Negras Uso Sustentável 124.409 ha* parcialmente sobrepostas

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Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs de Rondônia

Espécies Categ.*Código IBA Total**

RO01 RO02 RO03 a bAnodorhynchus hyacinthinus EN X 1 20Guarouba guarouba EN X 1 10Total de espécies 1 0 1Neochen jubata NT X 1 7Harpia harpyja NT X 1 20Picumnus fuscus NT X 1 1Total de espécies 0 0 3

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Rondônia (sem considerar IBAs interestaduais que jáestão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

Tabela 4. Espécies endêmicas por IBAs no estado de Rondônia agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Rondônia (sem considerar IBAs interestaduais quejá estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

Código IBA Total**

RO01 RO02 RO03 a bAmazônia Norte e TepuisConopias parvus X 1 13Total de espécies 0 1 0Amazônia SulAburria cujubi X 1 13Psophia leucoptera X 1 4Guarouba guarouba X 1 10Pyrrhura perlata ? 0 7Picumnus aurifrons X 1 14Galbula cyanicollis X 1 14Neopelma sulphureiventer X 1 4Hemitriccus flammulatus X 1 4Hemitriccus minimus X X 2 11Poecilotriccus senex s029 X 1 2Hypocnemoides maculicauda X 1 15Hylopezus berlepschi X 1 12Total de espécies 1 2 9CerradoPhaethornis nattereri X 1 11Picumnus fuscus s026 X 1 1Herpsilochmus longirostris X 1 17Synallaxis albilora (inclui simoni) X 1 12Total de espécies 0 0 4Total geral de espécies 1 3 13

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OCEANOATLÂNTICO

OCEANOPACÍFICO

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Tabela 2. Resumo do Estado de GoiásÁrea do estado (ha) 34.008.669,80Nº de IBAs¹ 3Tamanho das IBAs (ha) Mín. 133.064

Máx. 676.190Área total das IBAs no estado (ha e %) ha 1.201.672

% 3,53Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica² CER 26

CAA 1PAM 2

Nº de espécies ameaçadas³ CR 2EN 5VU 7NT 13

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (CER - Cerrado; CAA - Caatinga;PAM - Pampas).³ Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

DescriçãoA área abrange os remanescentes dematas semidecíduas e os afloramentoscalcários existentes na porção nordestedo Estado de Goiás, entre a divisa com aBahia e o planalto da Chapada dosVeadeiros. Ao norte, o limite é definidopelas rodovias GO447 e GO118, e, ao sul,pela rodovia GO446. A IBA inclui a Serra

do Prata, situada no setor noroeste daárea, que possui bons trechos de florestaestacional semidecidual em sua porçãoleste e cerrados em sua vertente oeste1.As florestas que crescem sobre os férteissolos calcários da região apresentamdossel com 15 a 20 m de altura (com-posto, por exemplo, por Tabebuiaimpetiginosa e Myracrodruon urundeuva),

Tabela 1. Lista das IBAs no Estado de Goiás

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

GO01 Terra Ronca CER, CAA x 74 CERParque Nacional da Chapada dosVeadeiros e Adjacências

GO/MS01 Parque Nacional das Emas CER x CER

A1, A2, A3 13°40’52"S, 46°33’15"W

Área da IBA: 676.190 ha Bioma: Cerrado, CaatingaMunicípios: Monte Alegre de Goiás, Divinópolis de Goiás, Altitude: 370–1.000 mSão Domingos, Guarani de Goiás, Iaciara, Posse Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial

Key Area 059

Terra Ronca GO01

GO02 CER x CER

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onde se destacam algumas poucasemergentes com até 25 m de altura, comoCavanillesia arborea 2. A paisagemregional, porém, já está bastante alterada,especialmente na parte central da área,ao longo do curso do rio Paranã. O climaé marcado por uma estação seca entremaio e setembro, ocorrendo uma

precipitação anual em torno de1.300 mm3.

AvesDe acordo com pesquisas realizadas nosúltimos 10–15 anos, os melhores trechosremanescentes do hábitat de Pyrrhurapfrimeri (tiriba-de-pfrimer) estariam emGoiás1,4. Esse psitacídeo distribui-se nasmatas decíduas e semidecíduas quecrescem sobre solos ou afloramentoscalcários existentes desde o sul deTaguatinga (Tocantins) até Iaciara, emGoiás2. A espécie se desloca entre asáreas florestadas, atravessando trechosdegradados ou tomados por pastagens eplantações1, bem como util iza osremanescentes florestais existentes aolongo do rio Paranã para alimentação erepouso2. Flores de Tabebuia impetiginosae sementes novas de Hyptis sp.representam a maior parte da dieta de P.pfrimeri2. Na região também existe umapopulação significativa de Knipolegusfranciscanus (maria-preta-do-nordeste),pássaro quase ameaçado e represen-tativo da EBA074 (Florestas Decíduas deMinas Gerais e Goiás). É observado com

Espécies ameaçadas: 2Anodorhynchus hyacinthinus Um indivíduo observado em São Domingos em 1993 (J.M.C.

da Silva in Wege & Long, 1995); quatro indivíduos observadosem 2003 nas proximidades do Parque Estadual de Terra Ronca(C. A. Bianchi, verb.).

Pyrrhura pfrimeri Bandos de até 50 indivíduos (Olmos et al., 1997);Bianchi et al. (2001).

Espécies quase ameaçadas: 3Rhea americana L. E. Lopes (dados inéditos).Knipolegus franciscanus Boa população (C. A. Bianchi e E. Endrigo, verb.).Neotraupis fasciata M. A. Bagno per F. Olmos.

Espécies endêmicas: 9 CER

Espécie de distribuição restrita: 1 EBA074

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Estadual de Terra Ronca Proteção Integral 57.000 haAPA da Serra Geral de Goiás Uso Sustentável 49.000 haFLONA Mata Grande Uso Sustentável 2.009 ha

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DescriçãoA Chapada dos Veadeiros, localizada acerca de 185 km ao norte de Brasília, é odivisor de águas das bacias dos riosParanã e Maranhão, esse último umimportante afluente do Tocantins1. Alémdo Parque Nacional da Chapada dosVeadeiros, a IBA também inclui as zonasmais elevadas ao norte da Chapada, queabrigam diversas nascentes de rios,acima da cota altitudinal de 500 m. Todaa área caracteriza-se por apresentarchapadas de superfícies planasentremeadas por rios de planalto emorros, tendo na Serra do Pouso Alto o

A1, A3 13°55’48"S, 47°26’57"W

Área da IBA: 395.681 ha Bioma: CerradoMunicípios: Teresina de Goiás, Nova Roma, Altitude: 380–1.650 mCavalcante, Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial

Key Area 058

Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e Adjacências GO02

ponto culminante do parque nacional, com1.643 metros de altitude1. Dentre oscursos d’água da região destaca-se o rioPreto, que forma uma série de corredeirase cachoeiras, uma delas com quase 120m de altura1,2. O clima é definido comotropical sazonal, com chuvas maisintensas entre dezembro e março. Osíndices pluviométricos anuais atingemcerca de 1.650 mm e a temperatura médiaestá em torno de 21ºC1. A vegetação decerrado que cobre a maior parte da áreaapresenta grande riqueza de espéciesvegetais (mais de 1.300 identificadas) ealto índice de endemismo, especialmente

mais freqüência ao longo da estrada queliga Nova Roma a São Domingos5,6 eentre Nova Roma e Monte Alegre deGoiás1. A existência de ambientes deCaatinga faz com que estejam presentesalguns elementos da avifaunacaracterística desse bioma, comoMegaxenops parnaguae (bico-virado-da-caatinga)2.

AmeaçasO desmatamento permanece como amaior ameaça a P. pfrimeri, ainda que aespécie seja capturada – em pequenaescala – para o comércio ilegal de animaisde estimação2. Restam apenas 40% dasflorestas originais da região e o que restoucontinua sendo destruído ou exploradopara permitir a expansão agropecuária e,especialmente, para a extração deTabebuia impetiginosa e Myracrodruonurundeuva2. As florestas em áreas planase as matas de galeria são as mais

impactadas, com as melhores matasrestando nas áreas escarpadas erochosas2. Pyrrhura p frimeri e outrasespécies de psitacídeos costumam sealimentar em plantações e acabam sendoperseguidas como pragas na região6. Ofogo criminoso é outra ameaça iden-tificada no local1,2. O Parque Estadual deTerra Ronca conta apenas com cerca de20% de sua área regularizada e hápresença de gado dentro de seus limites,nas áreas ainda não indenizadas4. Aexploração de soja incentiva o desma-tamento e os agrotóxicos oriundos daslavouras do topo da serra contaminamcursos d’água, escarpas e porções maisabaixo1,4.

Referências1. Carlos A. Bianchi (verb.); 2. Olmos et al. (1997);3. RADAMBRASIL (1989); 4. Fábio Olmos (verb.);5. Leonardo Esteves Lopes (dados inéditos);6. Édson Endrigo (verb.); J. M. C. da Silva in Wege& Long (1995); Marcelo A. Bagno per Fábio Olmos.

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nas porções mais elevadas, onde háformações rupestres3. Aspidospermamultiflorum, Heteropterys byrsonimifolia eVellozia tubiflora são exemplos de plantastípicas dos cerrados rupestres3. A faunalocal também é extremamente diversa,com destaque para a presença deanfíbios endêmicos, como a pererecarecém-descrita Phyllomedusa oreades4,5.O P. N. da Chapada dos Veadeirosrecebeu, em 2001, o título de PatrimônioMundial Natural da UNESCO6.

AvesA Chapada dos Veadeiros é uma áreacrítica para a conservação de Mergusoctosetaceus (pato-mergulhão) na Região

Centro-Oeste do país. Alguns indivíduosisolados e pequenos grupos familiaresforam encontrados tanto dentro do parquenacional como em seu entorno7,8,9,10,11.Atualmente, projetos voltados àconservação da espécie, como o “ProjetoPato-Mergulhão”12, têm desenvolvidoestudos sobre a ecologia da espécie, bemcomo expedições em busca de novaslocalidades de ocorrência10. A regiãoabriga um grande número deendemismos do Cerrado (19), entre osquais estão várias espécies ameaçadas,como Nothura minor (codorna-mineira),Taoniscus nanus (inhambu-carapé),Culicivora caudacuta (papa-moscas-do-campo), Alectrurus tricolor (galito) e

Espécies ameaçadas: 8Nothura minor Rara (V. S. Braz, in litt.); Reinert et al. (1997).Taoniscus nanus Rara (V. S. Braz, in litt.); Reinert et al. (1997).Mergus octosetaceus Dois casais e três indivíduos imaturos observados

recentemente no rio Preto, dentro do parque(V. S. Braz, in litt.); Reinert et al. (1997).

Harpyhaliaetus coronatus Registros dentro e fora do parque (V. S. Braz, in litt.);Reinert et al. (1997).

Culicivora caudacuta V. S. Braz (in litt.), Reinert et al. (1997).Alectrurus tricolor V. S. Braz (in litt.), Reinert et al. (1997).Poospiza cinerea Observada com freqüência nas proximidades das residências

e alojamentos do parque (V. S. Braz, in litt.);Reinert et al. (1997).

Coryphaspiza melanotis Ocorre em altas densidades nos campos do parque(V. S. Braz, in litt.); Reinert et al. (1997).

Espécies quase ameaçadas: 6Rhea americana Comum (V. S. Braz, in litt.); Reinert et al. (1997).Primolius maracana Reinert et al. (1997).Amazona xanthops V. S. Braz (in litt.), Reinert et al. (1997).Geositta poeciloptera Rara (V. S. Braz, in litt.); Reinert et al. (1997).Porphyrospiza caerulescens V. S. Braz (in litt.), Reinert et al. (1997).Neothraupis fasciata Comum (V. S. Braz, in litt.); Reinert et al. (1997).

Espécies endêmicas: 19 CER

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Nacional da Chapada dos Veadeiros Proteção Integral 65.038 haAPA Pouso Alto (parte) Uso Sustentável 695.430 haRPPN Cara Preta Particular 975 haRPPN Fazenda Campo Alegre Particular 7500 haRPPN Fazenda Mata Funda Particular 110 haRPPN Vale dos Sonhos Particular 60 ha

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Poospiza cinerea (capacetinho-do-oco-do-pau)8,11. Estimativas populacionaisforam calculadas para diversas avesameaçadas dentro do parque nacional. Apopulação de Coryphaspiza melanotis ,por exemplo, foi estimada em mais de5.000 indivíduos e possivelmente é umadas maiores no país11. O ardeídeoTigrisoma fasciatum (socó-boi-escuro),espécie que habita rios e riachos comáguas rápidas e cristalinas, normalmentecercados por formações rochosas13, foiencontrado tanto dentro do parque7

quanto fora dele, na RPPN de CampoAlegre14 e mais ao norte, no rio dasPedras10. A região de Alto Paraíso deGoiás é a localidade-tipo de Tangaracyanicollis albotibialis (saíra-de-cabeça-

azul), forma conhecida apenas peloexemplar-tipo15.

AmeaçasDesde a sua criação, o parque passou poruma série de alterações de tamanho,diminuindo de 620 mil para os atuais 60mil hectares. Mesmo assim, sua situaçãofundiária ainda não foi regularizada16. Aespeculação imobiliária é intensa ao longodas rodovias da região16. No entorno doparque, o fogo é usado de formadescontrolada, muitas vezes atingindoáreas protegidas16. Também hádesmatamentos, intensificados pelaextração ilegal de produtos vegetais,madeira e minerais2,16. O turismo, tantona unidade de conservação quanto nasáreas particulares do entorno,aparentemente não é uma ameaça grave,mas pode vir a afetar, por exemplo, o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus), que ésensível a esse fator17.

Referências1. www.ibama.gov.br/parna_veadeiros/; 2. Atlas deConservação da Natureza Brasileira (2004);3. Munhoz & Proença (1998); 4. Brandão (2002);5. www.amphibiaweb.org/cgi-bin/amphib_query? w h e r e - g e n u s = P h y l l o m e d u s a & w h e r e -species=oreades; 6. http://whc.unesco.org/en/list/1035; 7. Yamashita & Valle (1990); 8. Reinert et al.(1997); 9. Bianchi et al. (2005); 10. Paulo De TarsoZuquim Antas e Iubatã Paula de Faria (in litt.);11. Vívian S. Braz (in litt.); 12. http://funatura.org.br/h o m e / i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _ c o n t e n t&task=view&id=41&Itemid=2; 13. Sick (1997);14. Iubatã Paula de Faria (em prep.); 15. Silva(1989); 16. www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=12; 17. Vivian S. Braz, Carlos A.Bianchi e Ana Maria A. Ferreira (verb.).

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DescriçãoO Parque Nacional das Emas foidesignado Patrimônio Mundial Naturalpela UNESCO, em 20011. Atualmente, oparque é uma importante “ilha” decerrados preservados imersa em umamatriz essencialmente agrícola. Mesmoassim, continua sendo considerado umadas áreas mais importantes para aconservação da biodiversidade do bioma.Os rios Formoso e Jacuba são osprincipais responsáveis pela drenagem doparque2. A temperatura média é de 22,5ºCe as chuvas têm seu ápice entre os mesesde outubro e abril, com média anual de1.600 mm2. Cerca de 80% da superfíciedo parque são cobertos por formaçõesabertas de cerrado3. Um trecho de campolimpo existente no sudoeste da áreamantém-se alagado durante a estação

A1, A3 18°6’19"S, 52°55’42"W

Área da IBA: 133.064 ha Bioma: CerradoMunicípios: Mineiros, Chapadão do Céu (GO), Altitude: 700–880 mCosta Rica (MS) Inventário Ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Total

Key Area 061

Parque Nacional das Emas GO/MS01

mais úmida, sendo um dos poucoscerrados inundados de que se temconhecimento2. Tanto nas fisionomias decampo limpo quanto de campo sujo, ocapim-flecha (Tristachya leiostachya) é agramínea mais freqüente2. Já no campocerrado destacam-se alguns represen-tantes arbustivo-arbóreos, comoAnadenanthera falcat a, Ourateaacuminata e Pouteria ramiflora , quechegam a atingir 5 m de altura2. Ao longodos rios e córregos se desenvolvemmatas de galeria com grande número deburitis (Mauritia flexuosa), conhecidascomo veredas. Também florestas sedesenvolvem ao longo de rios e ribeirões,onde são características Geonomabrevispatha, Protium hept aphyllum,Vochysia pyramidalis e Xylopiaemarginata2. Levantamentos recentesrealizados para a elaboração do plano demanejo da unidade de conservaçãoidentificaram uma rica biodiversidade,incluindo 85 espécies de mamíferos2. Oparque abriga espécies raras de peixes,como Simpsonichthys p aralellus, umpeixe anual4.

AvesJá foram registradas mais de 350espécies de aves dentro dos limites do P.N. das Emas2,5, sendo 24 endêmicas doCerrado, o maior número de endemismosjá encontrado em uma única áreaprotegida de cerrado. Há populaçõesconsideráveis de várias espécies, comoNothura minor (codorna-mineira),Alectrurus tricolor (galito), Culicivoracaudacuta (papa-moscas-do-campo) eNeothraupis fasciata (cigarra-do-campo).

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Da mesma forma, o P. N. das Emas é aIBA brasileira com o maior número deespécies ameaçadas no bioma (11),mesmo sem considerar Mergusoctosetaceus (pato-mergulhão), visto umaúnica vez em 19906 e sem registrosatuais2. O quase ameaçado Sporophilamelanogaster (caboclinho-de-barriga-preta), observado em 19937, também nãomais foi encontrado na área2. Algumasespécies ameaçadas possuem no parqueredutos essenciais para a suaconservação, como é o caso deEleothreptus candicans (bacurau-de-rabo-branco), cuja população é a únicaconhecida no país2,8,9,10, conhecendo-seadicionalmente apenas um registro

isolado na região de Palmas, Tocantins11.O mesmo é válido para Sporophilamaximiliani (bicudo), espécie rara,extremamente perseguida como ave degaiola e com poucos registros recentesconfirmados no país. O parque nacionalfoi palco da redescoberta de Conothraupismesoleuca (tiê-bicudo), traupídeocriticamente ameaçado, que não era vistopor mais de 60 anos desde a suadescrição5. Após essa importanteredescoberta, já foram identificados aomenos mais três outros pontos deocorrência da espécie dentro dos limitesdo parque12. Em áreas próximas háregistros de Anodorhynchus hyacinthinus(arara-azul-grande), ainda não observada

Espécies ameaçadas: 11Nothura minor Wege & Long (1995), Hass et al. (2000),

IBAMA & CEBRAC (2004).Taoniscus nanus Hass et al. (2000), IBAMA & CEBRAC (2004).Harpyhaliaetus coronatus Hass et al. (2000), IBAMA & CEBRAC (2004).Eleothreptus candicans Wege & Long (1995), Rodrigues et al. (1999),

Hass et al. (2000), IBAMA & CEBRAC (2004).Culicivora caudacuta Hass et al. (2000), IBAMA & CEBRAC (2004).Alectrurus tricolor IBAMA & CEBRAC (2004).Poospiza cinerea Wege & Long (1995), Hass et al. (2000),

IBAMA & CEBRAC (2004).Sporophila palustris Wege & Long (1995), Hass et al. (2000).Sporophila cinnamomea IBAMA & CEBRAC (2004).Coryphaspiza melanotis Hass et al. (2000), IBAMA & CEBRAC (2004).Conothraupis mesoleuca Buzzetti & Carlos (2005).

Espécies quase ameaçadas: 11Rhea americana IBAMA & CEBRAC (2004).Amazona xanthops Abundante (IBAMA & CEBRAC, 2004); Hass et al. (2000).Polystictus pectoralis IBAMA & CEBRAC (2004).Euscarthmus rufomarginatus Hass et al. (2000), IBAMA & CEBRAC (2004).Geositta poeciloptera IBAMA & CEBRAC (2004).Porphyrospiza caerulescens IBAMA & CEBRAC (2004).Sporophila ruficollis IBAMA & CEBRAC (2004).Sporophila hypochroma Wege & Long (1995), IBAMA & CEBRAC (2004).Sporophila maximiliani IBAMA & CEBRAC (2004).Charitospiza eucosma IBAMA & CEBRAC (2004).Neothraupis fasciata IBAMA & CEBRAC (2004).

Espécies endêmicas: 24 CER

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Nacional das Emas Proteção Integral 133.064 ha

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na unidade de conservação2.

AmeaçasA zona de amortecimento do P. N. dasEmas é dominada por áreasfragmentadas de cerrado, pastagens eextensas plantações, principalmente desoja. Essas áreas do entornonormalmente são manejadas com o usodo fogo, que acaba se alastrando para ointerior do parque, causando incêndios degrandes proporções2. A fragmentação dasáreas naturais, associada aos efeitos dasqueimadas, favorece a dispersão degramíneas exóticas2. Agrotóxicos sãoutilizados nas lavouras e, possivelmente,contaminam animais que se alimentam degrãos cultivados. Também é provável queesteja havendo a contaminação do solo,dos cursos d’água e até mesmo deplantas, especialmente junto aos limitesdo parque, ainda mais considerando que

as nacentes do rio Jacuba estãolocalizadas fora da unidade deconservação2. A grande movimentação deveículos nas estradas que circundam oparque gera um elevado índice deatropelamentos de animais silvestres2.Existe caça no entorno, e aves sãocapturadas para o comércio ilegal e atémesmo oferecidas para venda nasproximidades2,12. O rio Corrente, formadopela união dos rios Jacuba e Formoso,vem sendo cogitado para a exploraçãohidrelétrica, algo que afetaria diretamentea unidade de conservação2.

Referências1. http://whc.unesco.org/en/list/1035; 2. IBAMA &CEBRAC (2004); 3. Ramos-Neto (2000) in IBAMA& CEBRAC (2004); 4. Costa (2000); 5. Buzzetti &Carlos (2005); 6. Wege & Long (1995); 7. Williams(1995); 8. Rodrigues et al. (1999); 9. Hass et al.(2000); 10. Queiroga et al. (2005); 11. Iury Accordi(verb.); 12. Andre C. De Luca (obs. pess.).

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Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs de Goiás

Espécies Categ.*Código IBA Total**

GO01 GO02 GO/MS01 a bNothura minor VU X X 2 5Taoniscus nanus VU X X 2 7Mergus octosetaceus CR X ? 1 2Harpyhaliaetus coronatus EN X X 2 15Anodorhynchus hyacinthinus EN X 1 20Pyrrhura pfrimeri EN X 1 3Eleothreptus candicans EN X 1 1Culicivora caudacuta VU X X 2 10Alectrurus tricolor VU X X 2 6Poospiza cinerea VU X X 2 3Sporophila palustris EN X 1 3Sporophila cinnamomea VU X 1 4Coryphaspiza melanotis VU X X 2 8Conothraupis mesoleuca CR X 1 4Total de espécies 2 8 11Rhea americana NT X X X 3 25Primolius maracana NT X 1 6Amazona xanthops NT X X 2 21Polystictus pectoralis NT X 1 6Euscarthmus rufomarginatus NT X 1 10Knipolegus franciscanus NT X 1 3Geositta poeciloptera NT X X 2 6Porphyrospiza caerulescens NT X X 2 15Sporophila ruficollis NT X 1 5Sporophila hypochroma NT X 1 3Sporophila melanogaster NT ? 0 0Oryzoborus maximiliani NT X 1 3Charitospiza eucosma NT X 1 16Neothraupis fasciata NT X X X 3 19Total de espécies 3 6 11

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Goiás; b - Região como um todo.

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Tabela 4. Espécies endêmicas por IBAs no estado de Goiás agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Goiás (sem considerar IBAs interestaduais que jáestão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

Código IBA Total**

GO01 GO02 GO/MS01 a bCerradoNothura minor X X 2 5Taoniscus nanus X X 2 7Pyrrhura pfrimeri X 1 3Amazona xanthops X X 2 21Eleothreptus candicans X 1 1Antilophia galeata X X X 3 18Culicivora caudacuta X X 2 10Knipolegus franciscanus 74 X 1 3Gubernetes yetapa X X 2 10Alectrurus tricolor X X 2 6Herpsilochmus longirostris X X 2 17Melanopareia torquata X X 2 20Geositta poeciloptera X X 2 6Syndactyla dimidiata X X 2 7Hylocryptus rectirostris X X X 3 7Cyanocorax cristatellus X X X 3 22Basileuterus hypoleucus X X X 3 17Basileuterus leucophrys X X 2 8Porphyrospiza caerulescens X X 2 15Poospiza cinerea X X 2 3Sporophila hypochroma X 1 3Charitospiza eucosma X 1 16Conothraupis mesoleuca X 1 4Cypsnagra hirundinacea X X X 3 22Neothraupis fasciata X X X 3 19Saltator atricollis X X 2 19Total de espécies 9 19 24CaatingaMegaxenops parnaguae X 1 1Total de espécies 1 0 0PampasSporophila cinnamomea X 1 3Sporophila palustris X 1 2Total de espécies 0 0 2Total geral de espécies 10 19 26

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Tabela 2. Resumo do Distrito FederalÁrea do Distrito Federal (ha) 580.193,70Nº de IBAs¹ 3Tamanho das IBAs (ha) Mín. 10.547

Máx. 31.895Área total das IBAs no Distrito Federal (ha e %) ha 61.394

% 10,58Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica² CER 23Nº de espécies ameaçadas³ EN 1

VU 7NT 9

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (CER - Cerrado).³ Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

DescriçãoA Estação Ecológica de ÁguasEmendadas está localizada no setornordeste do Distrito Federal. Éconsiderada uma das unidades deconservação mais bem estudadas noBrasil, o que certamente se deve à suaproximidade em relação à capital federal1.A estação ecológica tem grandeimportância por abrigar nascentes de riosque abastecem tanto a bacia do Paranáquanto a amazônica. Seu relevo écomposto basicamente por planícies do

A1, A3 15°33'45"S, 47°37'15"W

Área da IBA: 10.547 ha Bioma: CerradoMunicípios: Brasília Altitude: 950–1200 mGrau de proteção: Total Inventário Ornitológico: Representativo

Estação Ecológica de Águas Emendadas DF01

Planalto Central, com variaçõesaltitudinais inferiores a 200 m. Formaçõesde cerrado, como campos limpos,campos sujos, cerradões e cerrado sensustricto distribuem-se pela área. Cerca de450 espécies de plantas já foramencontradas na unidade de conser-vação1,2. As matas de galeria alagáveissão caracterizadas pela presença deCalophyllum brasiliense , Ferdinandusaspeciosa, Talauma ovata e, principalmete,Xylopia emarginat a, enquanto nasporções secas há elementos arbóreos de

Tabela 1. Lista das IBAs no Distrito Federal

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

DF01 Estação Ecológica de Águas Emendadas CER x CERDF02 Parque Nacional de Brasília CER x s032 CERDF03 Cerrados ao Sul de Brasília CER x s032 CER

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grande porte, como Belangera tomentosa,Hirtella gracilipes, Hymenaea courbaril eVochysia pyramidalis2. Também existemveredas com buritis (Mauritia flexuosa),campos de murunduns e camposúmidos2.

AvesForam identificadas 301 espécies de avesdentro da unidade de conservação1,3, dasquais 21 são endêmicas do Cerrado. Oentorno da área foi muito alterado nosúltimos anos e várias dessas espéciesnão têm sido encontradas recentemente4,mas espécies ameaçadas associadas acampos limpos preservados continuamsendo registradas, como Nothura minore Culicivora caudacut a3,4. Essa últimaaparece sazonalmente, sempre empequenos grupos4. O registro de Paroariabaeri, realizado há alguns anos3,provavelmente refere-se a um indivíduoque escapou de cativeiro4.

AmeaçasO setor sudoeste da IBA faz divisa comuma área fortemente urbanizada,agravando o quadro de alteraçãoverificado em todo o entorno da estaçãoecológica. A caça ilegal é constante naunidade de conservação, sendo ostinamídeos os alvos mais visados entreas aves1. A ema (Rhea americana) teve

Espécies ameaçadas: 6Nothura minor Rara (Bagno, 1998).Taoniscus nanus Rara (Bagno, 1998).Harpyhaliaetus coronatus Rara (Bagno, 1998).Culicivora caudacuta Rara (L. E. Lopes, in litt.; Bagno, 1998).Alectrurus tricolor Freqüente (Bagno, 1998).Coryphaspiza melanotis Rara (Bagno, 1998).

Espécies quase ameaçadas: 6Rhea americana Provavelmente extinta (Bagno, 1998).Amazona xanthops Rara (Bagno, 1998).Geositta poeciloptera Rara (Bagno, 1998).Porphyrospiza caerulescens Rara (Bagno, 1998).Charitospiza eucosma Indivíduos vagantes (L. E. Lopes, in litt.); freqüente

(Bagno, 1998).Neothraupis fasciata Comum (L. E. Lopes, in litt.); Bagno (1998).

Espécies endêmicas: 21 CER

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Águas Emendadas* Proteção Integral 10.547 haAPA do Planalto Central (parte) Uso Sustentável 504.608 ha* totalmente sobreposta à APA do Planalto Central

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DescriçãoO Parque Nacional de Brasília localiza-se a apenas 10 km do centro da capitalfederal. A criação dessa unidade deconservação ocorreu junto com aconstrução de Brasília, tendo parte da

A1, A2, A3 15°40’42"S, 47°58’35"W

Área da IBA: 31.895 ha Bioma: CerradoMunicípios: Brasília Altitude: 1.000–1.300 mGrau de proteção: Total Inventário Ornitológico: Representativo

Key Area 062

Parque Nacional de Brasília DF02

área sido utilizada como viveiro de plantasdestinadas à arborização da nova cidade1.Grande parte de Brasília é abastecidacom água potável oriunda da Barragemde Santa Maria, que está dentro doparque1. Diversos tipos de vegetação deCerrado são encontradas na área, desdecampos – nas tipologias sujo, limpo,rupestre e de murunduns – até brejos ematas de galeria. Porém, o cerrado sensustricto é a fitofisionomia dominante1,2.Apesar da proximidade com Brasília, afauna do parque ainda é bem repre-sentativa. Entre os mamíferos amea-çados de extinção que podem serobservados na área estão o lobo-guará(Chrysocyon brachyurus ), o veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus ), otatu-canastra (Priodontes maximus ), otatu-bola (Tolypeutes tricinctus ) e otamanduá-bandeira (Myrmecophagatridactyla)2.

AvesVinte espécies de aves endêmicas doCerrado já foram registradas no P. N. de

seu último registro durante o ano de 19933

e provavelmente foi extinta localmente emvirtude da ação de caçadores. Tambémé intensa a captura de aves para ocomércio ilegal de animais silvestres,especialmente as canoras e os ninhegosde papagaio-verdadeiro (Amazonaaestiva)1. Matilhas formadas por cãesferais representam outra ameaça à faunalocal, já que se tornam predadores,inclusive de ninhos5. Incêndios criminosostambém ocorrem na estação ecológica.

Durante o ano de 2003, a unidade deconservação teve cerca de 550 ha de suaárea queimados1. Além das questõesambientais, outro problema enfrentadopela E. E. de Águas Emendadas são osfreqüentes arrombamentos de suasinstalações de pesquisa1.

Referências1. Lopes et al. (2005); 2. Maury et al. (1994);3. Bagno (1998); 4. Leonardo Esteves Lopes (inlitt.); 5. Lopes et al. (2004).

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Brasília, apenas uma a menos que naEstação Ecológica de Águas Emendadas(IBA DF01), situada a cerca de 40 km anordeste2,3. Entretanto, algumas espéciessão consideradas raras e não contamcom registros recentes, como é o casode Nothura minor (codorna-mineira),Taoniscus nanus (inhambu-carapé) eGeositta poeciloptera (andarilho)4. Omesmo é válido para o ameaçadoLaterallus xenopterus (sanã-de-cara-ruiva)4, antes registrado no parque2,3.Igualmente raro, Harpyhaliaetuscoronatus (águia-cinzenta) é observadoesporadicamente4. Em contrapartida,Scytalopus novacapit alis (tapaculo-de-brasília) tem na área um importante sítiopara a sua conservação e, apesar de serincomum, essa espécie de distribuiçãorestrita é conhecida de poucas

localidades na atualidade e de um totalde apenas três IBAs2,3,4.

AmeaçasA proximidade de Brasília traz uma sériede pressões relacionadas à presençahumana, como caça, pesca, coleta demateriais vegetais e captura ilegal deanimais silvestres1. Moradores epequenos agricultores da regiãoconstroem poços artificiais, encana-mentos e pequenas barragens5, alterandoem parte a dinâmica hidrológica deambientes do parque nacional. Assimcomo em outras unidades de conser-vação de Brasília, há matilhas de cãesferais na área1. A invasão pelo capim-gordura parece ser um dos principaisproblemas enfrentados, já que essainvasora ocupa cerca de 10% de toda a

Espécies ameaçadas: 8Nothura minor Wege & Long (1995), Antas (1995).Taoniscus nanus Wege & Long (1995).Harpyhaliaetus coronatus Rara (V. S. Braz, in litt.); Wege & Long (1995), Antas (1995).Laterallus xenopterus Wege & Long (1995), Antas (1995).Culicivora caudacuta Incomum (V. S. Braz, in litt.); Antas (1995).Alectrurus tricolor Incomum (V. S. Braz, in litt.); Antas (1995).Poospiza cinerea Incomum (V. S. Braz, in litt.); Wege & Long (1995).Coryphaspiza melanotis Incomum (V. S. Braz, in litt.); Antas (1995).

Espécies quase ameaçadas: 9Rhea americana Rara (V. S. Braz, in litt.).Amazona xanthops Incomum (V. S. Braz, in litt.); Antas (1995).Eleothreptus anomalus Wege & Long (1995), Antas (1995).Euscarthmus rufomarginatus Wege & Long (1995).Scytalopus novacapitalis Incomum (V. S. Braz, in litt.); Wege & Long (1995),

Antas (1995).Geositta poeciloptera Rara (V. S. Braz, in litt.); Antas (1995).Porphyrospiza caerulescens Rara (V. S. Braz, in litt.); Antas (1995).Charitospiza eucosma Rara (V. S. Braz, n litt.); Antas (1995).Neothraupis fasciata Comum (V. S. Braz, in litt.); Antas (1995).

Espécies endêmicas: 20 CER

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s032

Área protegidaNome Categoria ÁreaParque Nacional de Brasília Proteção Integral 31.895 ha

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área1. Os incêndios criminosos tambémrepresentam outra grande ameaça. Porexemplo, só em 2007 cerca de 30% daextensão do parque foram destruídos pelofogo.

Referências1. Atlas (2004); 2. Antas (1995); 3. Wege & Long(1995); 4. Vívian S. Braz (in l itt.);5. www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=72.

DescriçãoEssa área abrange os remanescentes decerrado preservados na porção sul doDistrito Federal, incluindo assim asunidades de conservação públicas eprivadas ali existentes. O climacaracteriza-se pela forte sazonalidade,com duas estações bem definidas, sendoa chuvosa entre outubro e abril. Apluviosidade anual atinge cerca de 1.500mm e a umidade relativa do ar gira emtorno de 67%. A temperatura média é de

A1, A2, A3 15°57’4"S, 47°54’20"W

Área da IBA: 18.952 ha Bioma: CerradoMunicípios: Brasília Altitude: 1.000–1.300 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Representativo

Cerrados ao Sul de Brasília DF03

25,6ºC1. Toda a região situa-se nochamado Pediplano de Brasília, umaformação geomorfológica originada noTerciário1. A drenagem é feita princi-palmente pelos ribeirões do Gama eCabeça de Veado, pelos córregosTaquara e Capetinga, e pelo rio SãoBartolomeu. Só na Reserva Ecológica doIBGE foram catalogadas mais de 1.800espécies de plantas vasculares1. A savanagramíneo-lenhosa é a fisionomia vegetalpredominante, com marcante presençade florestas de galeria, onde são comunsespécies arbóreas como Xylopiaemarginata, Richeria grandis, Hymenaeacourbaril e Qualea dichotoma 1. Nasveredas é bem característica a presençade buritis (Mauritia flexuosa ), quecompõem a maior parte do estratoarbóreo1. Nas porções de cerrado maisdenso, onde há diversas espécies deárvores com até 12 m de altura,destacam-se Copaifera langsdorffii, Virolasebifera e Vochysia thyrsoidea , entreoutras1. Grandes mamíferos aindaencontrados na região são o tatu-canastra(Priodontes maximus ), a anta (Tapirusterrestris), o lobo-guará (Chrysocyonbrachyurus) e a onça-parda (Pumaconcolor). O pirá-brasília (Simpsonichthysboitonei), uma espécie rara de peixeanual, representa uma especialidadedessa região2.

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AvesA avifauna é típica do Cerrado, mas apressão do entorno faz com que poucasespécies ameaçadas e quase ameaçadassejam comuns3. Entretanto, a área abrigaum conjunto significativo da avifaunaendêmica do bioma, com 21 espé-cies4,5,6,7. A pequena saracura ameaçadaLaterallus xenopterus (sanã-de-cara-ruiva), rara no Brasil, é conhecida na áreapor apenas um registro relativamenteantigo8. De forma semelhante, tanto Rheaamericana (ema) como Harpyhaliaetuscoronatus (águia-cinzenta) possuemapenas registros esporádicos9. Por outro

lado, são razoavelmente comunsCulicivora caudacuta (papa-moscas-do-campo), Amazona xanthops (papagaio-galego) e Neothraupis fasciata (cigarra-do-campo)3. O quase ameaçado Scytalopusnovacapitalis (tapaculo-de-brasília), espéciede distribuição restrita e pontual, foiregistrado recentemente nas proximi-dades da R. E. do IBGE, onde há umapequena população3.

AmeaçasOcorrem problemas com caça, extraçãode produtos vegetais e, assim como no

Espécies ameaçadas: 7Nothura minor Negret (1983).Taoniscus nanus Incomum (I. P. Faria, in litt.); Teixeira & Negret (1984),

Tubélis & Cavalcanti (2000, 2001).Harpyhaliaetus coronatus Rara (I. P. Faria, in litt.); Negret (1983).Laterallus xenopterus Um único registro (Negret, 1983).Culicivora caudacuta Razoavelmente comum (I. P. Faria, in litt.);

Tubélis & Cavalcanti (2000, 2001).Alectrurus tricolor Rara (I. P. Faria, in litt.); Tubélis & Cavalcanti (2000, 2001).Coryphaspiza melanotis Incomum (I. P. Faria, in litt.); Tubélis & Cavalcanti (2000, 2001).

Espécies quase ameaçadas: 7Rhea americana Rara (I. P. Faria, in litt.); Tubélis & Cavalcanti (2001).Amazona xanthops Razoavelmente comum (I. P. Faria, in litt.);

Tubélis & Cavalcanti (2000, 2001).Scytalopus novacapitalis Razoavelmente comum (I. P. Faria, in litt.); Negret (1983).Geositta poeciloptera Incomum (I. P. Faria, in litt.); Tubélis & Cavalcanti (2000).Porphyrospiza caerulescens Incomum (I. P. Faria, in litt.); Tubélis & Cavalcanti (2000, 2001).Charitospiza eucosma Incomum (I. P. Faria, in litt.); Alves & Cavalcanti (1996),

Tubélis & Cavalcanti (2000).Neothraupis fasciata Comum (I. P. Faria, in litt.); Alves & Cavalcanti (1996),

Tubélis & Cavalcanti (2000, 2001).

Espécies endêmicas: 21 CER

Espécie de distribuição restrita: 1 Área Secundária s032

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaEstação Ecológica do Jardim Botânico* Proteção Integral 4.429 haReserva Ecológica do IBGE Privada (IBGE) 1.360 haAPA das Bacias do Gama e Cabeça de Veado (parte)** Uso Sustentável 25.000 haAPA do Planalto Central (parte)** Uso Sustentável 486.311 haARIE Capetinga/Taquara* Uso Sustentável 2.050 ha* totalmente sobrepostas pela APA do Planalto Central e APA das Bacias do Gama e Cabeça de Veado** parcialmente sobrepostas

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Parque Nacional de Brasília e na EstaçãoEcológica de Águas Emendadas, existemmatilhas de cães ferais na área. A invasãode capim-gordura (Melinis minutiflora) ede outros capins do gênero Brachiaria5,10

é uma ameaça à paisagem local. Só naEstação Ecológica do Jardim Botânico deBrasília estima-se que quase 5% da áreajá estejam tomados pelo capim-gordura10.

As queimadas, freqüentes na região,constituem outro grave problema.Referências1. IBGE (2004); 2. http://www.recor.org.br/cerrado/fauna.html; 3. Iubatã Paula de Faria (in litt.);4. Teixeira & Negret (1984); 5. Tubélis & Cavalcanti(2000); 6. Tubélis & Cavalcanti (2001); 7. Braz &Cavalcanti (2001); 8. Negret (1983); 9. Iubatã Paulade Faria (verb.); 10. www.institutohorus.org.br/download/fichas/Melinis_minutiflora.htm.

Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Distrito Federal

Espécies Categ.*Código IBA Total**

DF01 DF02 DF03 a bNothura minor VU X X X 3 5Taoniscus nanus VU X X X 3 7Harpyhaliaetus coronatus EN X X X 3 15Laterallus xenopterus VU X X 2 2Culicivora caudacuta VU X X X 3 10Alectrurus tricolor VU X X X 3 6Poospiza cinerea VU X 1 3Coryphaspiza melanotis VU X X X 3 8Total de espécies 6 8 7Rhea americana NT X X X 3 25Amazona xanthops NT X X X 3 21Eleothreptus anomalus NT X 1 1Euscarthmus rufomarginatus NT X 1 10Scytalopus novacapitalis NT X X 2 2Geositta poeciloptera NT X X X 3 6Porphyrospiza caerulescens NT X X X 3 15Charitospiza eucosma NT X X X 3 16Neothraupis fasciata NT X X X 3 19Total de espécies 6 9 7

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Distrito Federal; b - Região como um todo.

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Tabela 4. Espécies endêmicas por IBAs no Distrito Federal agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Distrito Federal; b - Região como um todo.

Código IBA Total**

DF01 DF02 DF03 a bCerradoNothura minor X X X 3 5Taoniscus nanus X X X 3 7Amazona xanthops X X X 3 21Antilophia galeata X X X 3 18Suiriri islerorum X 1 6Culicivora caudacuta X X X 3 10Gubernetes yetapa X X X 3 10Alectrurus tricolor X X X 3 6Herpsilochmus longirostris X X 2 17Melanopareia torquata X X X 3 20Scytalopus novacapitalis s032 X X 2 2Geositta poeciloptera X X X 3 6Syndactyla dimidiata X X X 3 7Hylocryptus rectirostris X X 2 7Cyanocorax cristatellus X X X 3 22Basileuterus hypoleucus X X X 3 17Basileuterus leucophrys X X X 3 8Porphyrospiza caerulescens X X X 3 15Poospiza cinerea X 1 3Charitospiza eucosma X X X 3 16Cypsnagra hirundinacea X X X 3 22Neothraupis fasciata X X X 3 19Saltator atricollis X X X 3 19Total de espécies 21 20 21Total geral de espécies 21 20 21

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Tabela 2. Resumo do Estado do Mato Grosso do SulÁrea do estado (ha) 35.712.496,20Nº de IBAs¹ 5Tamanho das IBAs (ha) Mín. 43.887

Máx. 468.274Área total das IBAs no estado (ha e %)² ha 1.275.005

% 3,57Nº de espécies endêmicas por região zoogeográfica³ CER 21

CHA 7ATL 4PAM 2

Nº de espécies ameaçadas4 EN 3VU 5NT 11

¹ Inclui as IBAs interestaduais consideradas para o estado (ver capítulo 4 para mais informações).² Incluiu-se a extensão da IBA PR/MS01 (Parque Nacional de Ilha Grande) no Mato Grosso do Sul, identificada porBencke et al. (2006).³ Consideram-se apenas as espécies endêmicas registradas nas IBAs identificadas (CER - Cerrado; CHA - Chaco; PAM- Pampas).4 Consideram-se apenas as espécies ameaçadas e quase ameaçadas registradas nas IBAs identificadas (CR - criticamenteem perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada).

Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Mato Grosso do Sul

* Ver capítulo 4 para explicações dos critérios.

Critérios*

Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4

MS01 Nhumirim CER, PAN x CHAMS02 Maciço do Urucum e Adjacências CER, PAN x CHAMS03 Rios Negro e Aquidauana CER, PAN x CER, CHAMS04 Pantanal de Nabileque CER, PAN x CHA

Parque Nacional da Serra daBodoquena e Entorno

IBAs interestaduais descritas em seção referente a outro estadoGO/MS01 Parque Nacional das Emas CER x CER

MS05 CER, PAN, ATL x CER, CHA

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DescriçãoEssa área está inserida na sub-região daNhecolândia, setor do Pantanal Mato-Grossense caracterizado pela grandequantidade de salinas e limitado ao nortepelo rio Taquari e ao sul pelo rio Negro. AEmbrapa (Empresa Brasileira dePesquisas Agropecuárias) possui umapropriedade na área, com uma reservadestinada à conservação da natureza(Estação Ecológica Nhumirim), criada em19931. Baías, salinas, vazantes e camposinundáveis compõem os ambientesaquáticos da região2. A vegetação incluicapões de mata e matas de cordilheiras(terrenos não sujeitos a inundações) defloresta semidecídua, além de cerradão,cerrado sensu stricto e campos cerrados3.Um levantamento preliminar na Fazenda

Nhumirim apontou a ocorrência de 606espécies de plantas, distribuídas em 116famílias botânicas3. Nas matas decordilheira são comuns as árvoresProtium hept aphyllum, Caryocarbrasiliensis, Casearia sylvestris ,Hymenaea stignocarp a e Attaleaphalerata3. Nas matas que circundam assalinas são bem representativasPseudobombax margi natum, Trichiliaelegans, Copernicia australis e Magoniapubescens3. Já os campos cerrados têmTabebuia caraiba, Buchenavia tomentosae Curatella americana como espécieslenhosas mais freqüentes3. O clima daregião é tropical sub-úmido com estaçõesbem definidas, sendo a da cheia entrenovembro e abril e a da seca de maio aoutubro2. A precipitação anual está emtorno de 1.180 mm, com temperaturamédia mensal oscilando entre 20,4ºC e31,7ºC4.

AvesLevantamentos ornitológicos na FazendaNhumirim resultaram em uma lista com272 espécies2. As muitas baías e corposd’água atraem um grande número deaves aquáticas à região, incluindoespécies migratórias1,5. Rhea americana(ema) é freqüentemente observada empequenos grupos nas áreas de campo,tal como em muitas outras áreas doPantanal. O mesmo ocorre comAmazona xanthops (papagaio-galego) eAnodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande), psitacídeos que estão sob algumgrau de ameaça global5. Bandos dediferentes espécies do gênero Sporophilasão observados durante a época de oferta

A1, A3 18°57’7"S, 56°28’51"W

Área da IBA: 43.887 ha Bioma: Cerrado, PantanalMunicípios: Corumbá Altitude: 30–150mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Representativo

Nhumirim MS01

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DescriçãoLocalizado na porção oeste do estado,próximo à fronteira com a Bolívia, ocomplexo planáltico do Urucum situa-selogo ao sul das cidades de Ladário eCorumbá e é formado principalmentepelas morrarias do Urucum, Grande,Rabichão, Santa Cruz, São Domingos eTromba dos Macacos. Algumas dessasmontanhas atingem mais de 1.000 m dealtitude e no morro de Santa Cruz está oponto culminante de todo o Estado do

Mato Grosso do Sul1. O relevo da regiãoé do tipo residual, originado a partir demovimentações tectônicas terciárias2 einserido nos domínios dos planaltos doUrucum-Jacadigo, cujos solos são, emsua maioria, rasos3. A existência dediversos tipos de vegetação e de solospermite uma alta riqueza de espéciesvegetais na área: cerca de 1.000 espéciesjá foram registradas. Como tipologias devegetação predominam a florestaestacional semidecidual e a floresta

de sementes de capim-mimoso, comdestaque ao quase ameaçado S.ruficollis (caboclinho-de-papo-escuro),visto alimentando-se dessa gramíneaem grupos de mais de 30 indivíduos5.Recentemente, um casal deHarpyhaliaetus coronatus (águia-cinzenta) nidificou na área6.

AmeaçasA atividade pecuária no local altera aspastagens naturais7. Gramíneas exóticas

Espécies ameaçadas: 2Harpyhaliaetus coronatus Chiaravalloti & Tomás (em prep.) in A. P. Nunes (in litt.).Anodorhynchus hyacinthinus Mauro & Tomás (1994), Nunes et al. (2005).

Espécies quase ameaçadas: 3Rhea americana Mauro & Tomás (1994), Nunes et al. (2005).Amazona xanthops Mauro & Tomás (1994), Nunes et al. (2005).Sporophila ruficollis Nunes et al. (2005).

Espécies endêmicas: 3 CHA

Área protegidaNome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Nhumirim Privada (EMBRAPA) 681 ha

utilizadas como forrageiras para o gadoconstituem uma ameaça à biota local,sobretudo as espécies do gêneroBrachiaria, com grande capacidade dedispersão5.

Referências1. Mauro & Tomás (1994); 2. Nunes et al. (2005);3. Pott et al. (1986); 4. Soriano & Alves (2005);5. Alessandro Pacheco Nunes (verb.);6. Chiaravalloti & Tomás (em prep.) in AlessandroPacheco Nunes (in litt.); 7. Alessandro PachecoNunes (in litt.).

A1, A3 19°12’53"S 57°23’56"W

Área da IBA: 118.718 ha Bioma: Cerrado, PantanalMunicípios: Corumbá, Ladário Altitude: 80–1050 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Não disponível

Key Area 019

Maciço do Urucum e Adjacências MS02

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estacional decidual, onde se destacamAnadenanthera colubrina e Myracrodruonurundeuva4. Esse tipo de matas secas éuma extensão de formações tipicamentechaquenas presentes no territórioboliviano adjacente, chamadas debosques chiquitanos, que apresentamdistribuição muito restrita em territóriobrasileiro5. Nas áreas montanhosas detopos tabulares há cerrados e tambémvegetação rupícola sobre a canga, aindarelativamente preservados6. Ali ocorreinclusive uma espécie herbáceaendêmica e ameaçada de extinção nopaís, Aspilia grazielae. Na parte leste daárea ocorrem diversos tipos de ambientespantaneiros, inclusive savanas estépicas

e matas ciliares à beira do rio Paraguai,também em bom estado de conservação6.Na região, o verão é seco e o inverno,chuvoso. A temperatura média oscila emtorno de 25ºC7.

AvesUm estudo preliminar identificou 235espécies de aves na região6. Adiversidade de ambientes, com misturade elementos de Cerrado, Pantanal eChaco, resulta na presença de umaavifauna muito variada. Aves do Cerradopodem ser encontradas em toda a área,inclusive nos topos das morrarias, comoPorphyrospiza caerulescens (campainha-azul), cujas populações locais só foramregistradas nessas porções maiselevadas8. Rhea americana (ema) élocalmente comum nas áreas de pantanale pastagens antrópicas adjacentes6. Ainclusão na IBA das terras baixas einundáveis a leste e a sudeste dasmorrarias, assim como a margem oestedo rio Paraguai, é justif icada pelapresença de endemismos associadosao Chaco, como Ortal is canicollis(aracuã-do-pantanal), Xiphocolaptesmajor (arapaçu-do-campo), Cercomacramelanaria (chororó-do-pantanal) ePhaethornis subochraceus (rabo-branco-de-barriga-fulva)6. Esse último tambémhabita os bosques chiquitanos, onde écomum Thamnophilus sticturus (choca-da-bolívia), de distribuição restrita noBrasil5,8. Nessa mesma fisionomia, chamaa atenção a ocorrência de Myrmotherulamultostriata (choquinha-estriada-da-

Espécies ameaçadas: 2Harpyhaliaetus coronatus W. M. Tomas per A. P. Nunes (in litt.).Anodorhynchus hyacinthinus Mauro & Campos (2000).

Espécies quase ameaçadas: 3Rhea americana Localmente comum (M. F. Vasconcelos, in litt.).Amazona xanthops Mauro & Campos (2000).Porphyrospiza caerulescens Incomum (Vasconcelos et al., 2008).

Espécies endêmicas: 4 CHA

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DescriçãoOs rios Negro e Aquidauana representamas principais drenagens dentro dessa IBA,situada nas sub-regiões pantaneirasdenominadas Nhecolândia, Abobral,Miranda e Aquidauana. A vegetaçãocompõe-se de um mosaico de diferentesformações de savanas, incluindo asavana arborizada, a florestada e,

principalmente, a gramíneo-lenhosa. Deacordo com estudos realizados na RPPNDona Aracy, as espécies de gramíneasmais representativas nos campos limposincluem Axonopus purpusii, Mesosetumspp., Paspalum spp. e Panicum spp.1. János campos sujos destacam-se oscaronais, comunidades vegetaisdominadas pela gramínea Elyonurus

amazônia), que representa um elementoamazônico dentro do complexo deambientes predominantemente secos daregião8. Ao sul do maciço do Urucum foiobservado um indivíduo dePseudocolopteryx acutipennis (tricolino-oliváceo)8, correspondendo a um dospoucos registros dessa espécie no país.Outra espécie migratória e rara no país,com apenas três registros em territóriobrasileiro, é Empidonax alnorum (papa-moscas-de-alder), observado em umapropriedade próxima ao limite oeste daIBA8.

AmeaçasAté o ano de 2000, seis projetos deassentamento rural ligados à reformaagrária ocuparam quase 30 mil hectaresna região do Complexo do Urucum3. Taisprojetos de ocupação e a recenteimplantação de pólos siderúrgicos naregião vêm causando desmatamentosnas áreas de bosque chiquitano6. Avegetação nativa é utilizada para lenha,produção de carvão vegetal e finsmadeireiros, aproveitando-se as áreasdesmatadas para o estabelecimento de

pastagens e plantações3. O município deLadário está entre os que mais perderamvegetação original na região da bacia doAlto Paraguai, de acordo com estimativasde 20059. Nas morrarias há jazidas deferro e manganês3 e a mineração destróias formações de Cerrado e a vegetaçãorupestre sobre a canga, justamente ondeocorrem espécies endêmicas da flora6.Ecoturismo desenfreado e poluiçãoatmosférica causada por siderúrgicas emineradoras somam-se às ameaças àbiodiversidade local6. Apesar de suagrande importância biológica e daexistência de córregos e nascentes (porexemplo, nas morrarias do Rabichão eTromba dos Macacos), a região nãopossui unidades de conservação3.

Referências1. Damasceno Júnior (2005); 2. Okida & Anjos(2000); 3. Silva et al. (2000a); 4. Pott et al. (2000a);5. Vasconcelos & Hoffmann (2006); 6. Marcelo F.Vasconcelos (in l itt.); 7. Soriano (1997);8. Vasconcelos et al. (2008); 9. Harris et al. (2005);Walfrido Moraes Tomas per Alessandro PachecoNunes (in litt.); Mauro & Campos (2000).

IBA sugerida por Marcelo Ferreira deVasconcelos e Alessandro Pacheco Nunes

A1, A3 19°52’20"S, 55°58’47"W

Área da IBA: 287.852 ha Bioma: Cerrado, PantanalMunicípios: Aquidauana, Miranda Altitude:100–160 mGrau de proteção: Parcial Inventário Ornitológico: Preliminar

Rios Negro e Aquidauana MS03

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muticus1,2. Na paisagem há também áreasalteradas, sobretudo pastagens exóticas,e fisionomias vegetais pioneirasinfluenciadas pelo regime das cheias,onde pode ser encontrada Tabebuiaheptaphylla1,2. Os índices pluviométricosregionais atingem cerca de 1.100 mmanuais, com chuvas concentradas entreoutubro e março1.

AvesEssa área é a que abriga o maior númerode espécies endêmicas em toda aplanície pantaneira. São 17 endemismosdo Cerrado, incluindo os quase amea-çados Amazona xanthop s (papagaio-galego), Charitospiza eucosma(mineirinho) e Neothraupis fasciat a(cigarra-do-campo), e seis do Chaco:

Espécies ameaçadas: 7Harpyhaliaetus coronatus Donatelli (2005).Anodorhynchus hyacinthinus Donatelli (2005), Endrigo (2005), Melo (2006),

E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Alectrurus tricolor Endrigo (2005), Cestari (2006a), E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Sporophila nigrorufa Cestari (2006b), E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Sporophila palustris Cestari (2006b), Melo (2006), E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Sporophila cinnamomea Cestari (2006b), Melo (2006), E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Coryphaspiza melanotis Donatelli (2005), E. C. T. Pinto et al. (em prep.).

Espécies quase ameaçadas: 8Rhea americana Donatelli (2005), Endrigo (2005), Melo (2006),

E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Amazona xanthops Donatelli (2005), Endrigo (2005), Melo (2006),

E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Polystictus pectoralis E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Sporophila ruficollis Donatelli (2005), Endrigo (2005), Cestari (2006b),

Melo (2006), E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Sporophila hypochroma Cestari (2006b), E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Oryzoborus maximiliani Donatelli (2005).Charitospiza eucosma E. C. T. Pinto et al. (em prep.).Neothraupis fasciata Donatelli (2005), Endrigo (2005), Melo (2006),

E. C. T. Pinto et al. (em prep.).

Espécies endêmicas: 17 CER 6 CHA

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaRPPN Fazenda Rio Negro Particular 7.000 haRPPN Dona Aracy Particular 5.603 ha

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Ortalis canicollis (aracuã-do-pantanal),Pyrrhura devillei (tiriba-fogo), Phaethornissubochraceus (rabo-branco-de-barriga-fulva), Campephilus leucopogon (pica-pau-de-barriga-preta), Cercomacramelanaria (chororó-do-pantanal) eXiphocolaptes major (arapaçu-do-campo)3,4,5,6. Estudos realizadosrecentemente na Fazenda Rio Negro, nonoroeste da área, resultaram no primeiroregistro do ameaçado Alectrurus tricolor(galito) no Pantanal7, e também levaramà constatação de diversas espécies deSporophila, como o ameaçado S.nigrorufa (caboclinho-do-sertão) e oquase ameaçado S. hypochroma(caboclinho-de-sobre-ferrugem)8. Namesma fazenda foram observadas outrasespécies de grande interesse con-servacionista, como um casal deHarpyhaliaetus coronatus (águia-cinzenta) e Falco deiroleucus (falcão-de-peito-laranja)3, espécie rara enacionalmente ameaçada. Assim comogrande parte do Pantanal, a região recebeum número significativo de avesmigratórias entre junho e setembro3. Umimportante registro nas área de campo foio do raríssimo ralídeo Coturnicops notatus(pinto-d’água-carijó), encontrado durantea estação seca na região do Rio Negro3.A existência de RPPNs e pousadas queexploram a atividade de observação deaves, como a Fazenda Caiman e aPousada Aguapé, contribui cons-tantemente para a atualização da lista deaves da região, assim como para a

conservação dos hábitats da avifauna emgeral.

AmeaçasA expansão agropecuária representa umadas maiores ameaças à região. Campose savanas são destruídos para dar lugarà agricultura mecanizada e à pecuáriaintensiva, eliminando o hábitat de váriasespécies de aves. O alastramento dosincêndios criminosos causados pelo usoinadequado do fogo no manejo daspastagens destrói áreas adjacentesimportantes para a biodiversidade9.Desmatamentos ocorrem principalmentenas chamadas matas de cordilheira, paraabastecer as carvoarias existentes naárea e em seu entorno9. Aparentementea caça de animais silvestres ocorresomente em pequena escala9. Graças àatitude de fazendeiros conscientes dasituação de ameaça de Anodorhynchushyacinthinus (arara-azul-grande),coibindo a entrada de traficantes em suaspropriedades, há um aparente declínio nacaptura dessa espécie nas regiões do RioNegro, Abobral e Nhecolândia3.

Referências1. Silva & Abdon (2000); 2. Pott et al. (2000b);3. Donatelli (2005); 4. Édson Endrigo (2005) 5. Melo(2006); 6. Elaine Cristina Teixeira Pinto, GeorgeCamargo, Sandro Menezes Silva & RicardoMachado (dados obtidos para a elaboração doPlano de Manejo da RPPN Fazenda Rio Negro);7. Cestari (2006a); 8. Cestari (2006b); 9. FernandaP. de Melo (verb.).

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DescriçãoO Pantanal de Nabileque é formado porplanícies fluviais e espraiamentos aluviaisdo rio Paraguai, que permaneceminundados por nove ou mais mesesdurante o ano1. A área envolve toda aplanície alagável existente entre a divisado país com o Paraguai e o rio Nabileque,esse situado na borda leste da IBA. Apluviosidade média na região varia entre1.000–1.100 mm anuais. Os tipos devegetação predominantes no Pantanal doNabileque, em ordem de importância, sãoo campo inundado, carandazal, camposeco e paratudal, os dois primeiroscorrespondendo a cerca de 40% da área2.Brejo, pirizal, baceiro, buritizal, chaco,mata semidecídua e mata de galeria,entre outras formações, compõem outros

30% de sua superfície2. Os carandazaissão formados por um estrato arbóreodominado principalmente por umaespécie de palmeira, o carandá(Copernicia alba)3.

AvesA região da bacia do rio Nabilequeconstitui uma das grandes lacunas deconhecimento ornitológico no Estado doMato Grosso do Sul1,4. Em curtasexpedições de pesquisa realizadasrecentemente foram encontradas cercade 230 espécies1 em diversos pontos deamostragem, que ajudaram a delimitar aIBA. A área qualifica-se sob o critério A3por abrigar um componente significativode espécies endêmicas do Chaco (5).Destaca-se Poospiza melanoleuca(capacetinho), que não está representadaem outras IBA brasileiras, apesar deocorrer em outras localidades do país.Em áreas próximas à IBA foramencontrados Sporophila p alustris(caboclinho-de-papo-branco), espécieameaçada de extinção, e Phyllomyiasreiseri (piolhinho-do-grotão), endêmico doCerrado1. É muito provável que a primeiraocorra também dentro da IBA, em razãoda continuidade de hábitats favoráveis. JáP. reiseri foi encontrado em um trecho defloresta decidual junto à Terra IndígenaKadiwéu, em uma formação vegetalpraticamente inexistente dentro da IBA.Essa terra indígena possui trechos bempreservados de florestas secas, além deambientes tipicamente pantaneiros5, masnão há informações que permitam umaavaliação de sua importância para asaves.

A1, A3 20°18’48"S, 57°50’21"W

Área da IBA: 468.274 ha Bioma: Cerrado, PantanalMunicípios: Corumbá Altitude:0–80 mGrau de proteção: Nenhum Inventário Ornitológico: Preliminar

Pantanal de Nabileque MS04

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AmeaçasPor ser uma área que permanece alagadapor longos períodos, o sobrepastoreioocorre apenas em pontos específicos5.Entretanto, as conseqüências desseimpacto já são notadas na área. Háregistros históricos de incêndios deorigem antrópica que destruíram grandeparte da área durante épocas secas5. A

presença de pastagens artificiais e asalterações ambientais favorecem adisseminação de diversas gramíneasexóticas, que já se espalharam pelaregião5.

Referências1. Straube et al. (2006); 2. Silva et al. (2000b);3. Silva et al. (1998); 4. Tubélis & Tomás (2003);5. Fernando C. Straube (verb.).

DescriçãoEssa IBA corresponde ao ParqueNacional da Serra da Bodoquena e suazona de amortecimento, porém semincluir a Terra Indígena Kadiwéu, aindacompletamente desconhecida sob oponto de vista ornitológico. O relevo daregião é constituído por um planaltoescarpado, com morros e encostassuaves em sua porção leste e pontosmais íngremes e acidentados em seusetor oeste1,2. A Serra da Bodoquena, quefunciona como divisor de águas entre asbacias dos rios Paraguai e Miranda,abriga uma série de nascentes de rios quebanham toda a região1. O rio Perdido, quecorre em meio a paredões calcários, é umdos mais importantes da área. Os soloscalcários fazem com que a água dos riosda região seja extremamente cristalina2.O clima local é classificado como

A1, A3 21°2’32"S, 56°42’27"W

Área da IBA: 326.892 ha Bioma: Cerrado, Pantanal, Mata AtlânticaMunicípios: Bodoquena, Bonito, Porto Murtinho, Altitude: 130–970 mJardim, Bela Vista Inventário Ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial

Key Area 020

Parque Nacional da Serra da Bodoquena e Entorno MS05

subtropical, com estação seca bemdefinida, temperaturas médias que nãoexcedem 25ºC, umidade relativa do ar emtorno de 80%1 e índice pluviométrico decerca de 1.400 mm anuais. A região estáinserida na zona de contato entre oCerrado e a Mata Atlântica1.

AvesPelo fato de estar situada em uma zonade tensão ecológica entre biomas, aregião do P. N. da Bodoquena possui umaavifauna que mistura elementos típicos doCerrado, da Mata Atlântica e, inclusive,do Chaco3. Uma lista da avifauna da área,que inclui os resultados de mais de 500horas de inventário de campo e registrosrecentes da literatura, indica a ocorrênciade 353 espécies3. Nas áreas florestadasocorrem alguns endemismos da MataAtlântica, como Florisuga fusca (beija-flor-

Espécie ameaçada: 1Anodorhynchus hyacinthinus Um grupo de 5 indivíduos observado recentemente no rio

Nabileque e outros nas adjacências (Straube et al., 2006).

Espécie quase ameaçada: 1Rhea americana Straube et al. (2006).

Espécies endêmicas: 5 CHA

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preto), Synallaxis ruficapilla (pichororé),Automolus leucophthalmus (barranqueiro-de-olho-branco) e Myiornis auricularis(miudinho). Mas os conjuntos de espéciesendêmicas do Chaco (5) e do Cerrado(11) que habitam a área são maisrepresentativos e a qualificam sob ocritério A3. Algumas espécies endêmicasdo Cerrado, como Culicivora caudacuta(papa-moscas-do-campo), Cyanocorax

cristatellus (gralha-do-campo) eThryothorus guarayanus (garrincha-do-oeste), foram registrados somente noentorno, mas a sua presença na IBA éesperada, tendo em vista a proximidadedos pontos onde essas espécies foramregistradas em relação aos limites daárea. O registro de Phyllomyias r eiseri(piolhinho-do-grotão) dentro do parquenacional é um dos poucos realizadosrecentemente no Brasil4. Duas grandesaves de rapina, ambas quase ameaçadase com populações reduzidas fora daAmazônia, também foram encontradas naregião: Harpia harpyja (gavião-real) eMorphnus guianensis (uiraçu-falso)3, esseúltimo registrado por enquanto somentenas adjacências.

AmeaçasA situação fundiária do parque nacionalnão está regularizada e representa umdos maiores obstáculos à sua efetividade.Fazendeiros que antigamente ocupavama área do parque fazem pressão parareaver suas terras5. Áreas de pastagensocupam grande parte da paisagem e ouso descontrolado do fogo causaincêndios criminosos, freqüentes duranteos períodos de estiagem6. Gramíneas

Espécies ameaçadas: 3Taoniscus nanus J. F. Pacheco e C. Bauer in Pivatto et al. (2006).Anodorhynchus hyacinthinus Registrada em pequenos números (Pivatto et al., 2006);

Wege & Long (1995).Sporophila cinnamomea Vários indivíduos observados nas bordas norte e

sudoeste do Parque (Pivatto et al., 2006).

Espécies quase ameaçadas: 5Rhea americana Comum (Pivatto et al., 2006); Braz (2003).Harpia harpyja Nidifica na área (Pereira & Salzo 2006); Pivatto et al. (2006).Primolius maracana Pivatto et al. (2006).Amazona xanthops Pivatto et al. (2006).

Espécies endêmicas: 11 CER 5 CHA

Áreas protegidasNome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra da Bodoquena Proteção Integral 77.232 haRPPN Fazenda São Geraldo Particular 642 ha

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Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Mato Grosso do Sul

Espécies Categ.*Código IBA Total**

MS01 MS02 MS03 MS04 MS05 a bTaoniscus nanus VU X 1 7Harpyhaliaetus coronatus EN X X X 3 15Anodorhynchus hyacinthinus EN X X X X X 5 20Alectrurus tricolor VU X 1 6Sporophila nigrorufa VU X 1 2Sporophila palustris EN X 1 3Sporophila cinnamomea VU X X 2 4Coryphaspiza melanotis VU X 1 8Total de espécies 2 2 7 1 3Rhea americana NT X X X X X 5 25Harpia harpyja NT X 1 20Primolius maracana NT X 1 6Amazona xanthops NT X X X X 4 21Picumnus fuscus NT ? 0 1Polystictus pectoralis NT X 1 6Porphyrospiza caerulescens NT X 1 15Sporophila ruficollis NT X X 2 5Sporophila hypochroma NT X 1 3Oryzoborus maximiliani NT X 1 3Charitospiza eucosma NT X 1 16Neothraupis fasciata NT X 1 19Total de espécies 3 3 8 1 4

exóticas, como Brachiaria spp., estãopresentes em toda a área, inclusive dentrodo parque nacional6. Desmatamentosameaçam as matas secas, cuja madeira,extraída ilegalmente, é util izadaprincipalmente para a produção de carvãoque, até recentemente, abasteciainclusive as indústrias de Corumbá5,6.Apesar de não fazer parte da IBA, asmelhores áreas de matas secasencontram-se dentro da Terra IndígenaKadiwéu5, cujos habitantes estão

arrendando terras para a criação de gadoe, às vezes, praticam a caça até mesmodentro dos limites do parque nacionaladjacente6.

Referências1. Corrêa et al. (1979); 2. Atlas de Conservaçãoda Natureza Brasileira (2004); 3. Pivatto et al.(2006); 4. Braz (2003); 5. Fernando C. Straube(verb.); 6. Tietta Pivatto (in litt.); José FernandoPacheco e Cláudia Bauer in Pivatto et al. (2006);Wege & Long (1995); Pereira & Salzo (2006).

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Mato Grosso do Sul (sem considerar IBAs interestaduaisque já estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

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Tabela 4. Espécies endêmicas por IBAs no estado do Mato Grosso do Sul agrupadas por região zoogeográfica

Espécies nº EBA*

* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998).Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a - Mato Grosso do Sul (sem considerar IBAs interestaduaisque já estão citadas em outro estado); b - Região como um todo.

Código IBA Total**

MS01 MS02 MS03 MS04 MS05 a bCerradoTaoniscus nanus X 1 7Amazona xanthops X X X X 4 21Antilophia galeata X X 2 18Phyllomyias reiseri X 1 2Gubernetes yetapa X X 2 10Alectrurus tricolor X 1 6Herpsilochmus longirostris X X 2 17Melanopareia torquata X X 2 20Synallaxis albilora (inclui simoni) X X X X X 5 12Syndactyla dimidiata X 1 7Hylocryptus rectirostris X X 2 7Cyanocorax cristatellus X 1 22Thryothorus guarayanus X X X X 4 4Basileuterus hypoleucus X X X X 4 17Porphyrospiza caerulescens X 1 15Sporophila nigrorufa X 1 2Sporophila hypochroma X 1 3Charitospiza eucosma X 1 16Cypsnagra hirundinacea X 1 22Neothraupis fasciata X 1 19Saltator atricollis X X 2 19Total de espécies 4 5 17 3 11ChacoOrtalis canicollis X X X X X 5 7Pyrrhura devillei X X X 3 3Phaethornis subochraceus X X X 3 5Campephilus leucopogon X X 2 2Cercomacra melanaria X X X X 4 5Xiphocolaptes major X X X X X 5 7Poospiza melanoleuca X 1 1Total de espécies 3 4 6 5 5Mata AtlânticaFlorisuga fusca X 1 1Synallaxis ruficapilla X 1 1Automolus leucophthalmus X 1 1Myiornis auricularis X 1 1Total de espécies 0 0 0 0 4PampasSporophila cinnamomea X X 2 3Sporophila palustris X 1 2Total de espécies 0 0 2 0 1Total geral de espécies 7 9 25 8 21

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343

Apêndice 1. Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) nos Estados daAmazônia Legal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito FederalCódigo Nome Bioma1 Inventário2 Proteção3 Área Páginada IBA (ha)AC/AM01 Tabocais AMZ PR P 7.351.066 250AC01 Parque Nacional da Serra do Divisor AMZ PR T 840.955 252AC02 Alto Juruá AMZ RE N 539.864 254AM01 Tepuis do Amazonas AMZ PR P 4.429.575 193AM02 Parque Nacional do Jaú AMZ RE T 2.377.889 195AM/PA01 Várzeas do Médio Rio Amazonas AMZ ND P 2.875.752 196AM03 Mamirauá AMZ PR N 1.124.000 198AM04 Arquipélago de Anavilhanas AMZ PR T 197.812 200

ARIE Projeto Dinâmica Biológica deFragmentos Florestais e Entorno

AM06 Baixo Rio Javari AMZ ND N 77.158 203AM07 Alto Sucunduri AMZ PR P 4.629.900 204AM/RO01 Campos de Humaitá-Lábrea AMZ, CER ND P 2.724.632 206AM/RO02 Campo do Alto Marmelos AMZ, CER PR P 451.017 207AP01 Parque Nacional do Cabo Orange C/M, AMZ PR T 410.424 156

Parque Nacional Montanhas doTumucumaque

AP02 Goiabal / Piratuba C/M, AMZ PR P 968.625 159AP03 Savanas do Amapá AMZ, CER PR P 766.643 161DF01 Estação Ecológica de Águas Emendadas CER RE T 10.547 304DF02 Parque Nacional de Brasília CER RE T 31.895 306DF03 Cerrados ao Sul de Brasília CER RE P 18.952 308GO01 Terra Ronca CER, CAA PR P 676.190 292

Parque Nacional deChapada dos Veadeiros e Adjacências

GO/MS01 Parque Nacional das Emas CER RE T 133.064 297MA/PA01 Reentrâncias Maranhenses/Paraenses C/M, AMZ PR N 1.134.852 215MA/PA02 Gurupi AMZ PR P 1.392.974 217

C/M, AMZ,CER, CAA

MA/PI/CE01 Delta do Parnaíba C/M, CER, CAA ND N 217.139 220MA02 Barragem de Boa Esperança CER, CAA PR N 280.547 222MS01 Nhumirim CER, PAN RE P 43.887 315MS02 Maciço do Urucum e Adjacências CER, PAN ND N 118.718 316MS03 Rios Negro e Aquidauana CER, PAN PR P 287.852 318MS04 Pantanal de Nabileque CER, PAN PR N 468.274 321

Parque Nacional da Serra daBodoquena e Entorno

MT/RO/AM01 Ji-Paraná / Roosevelt AMZ RE P 1.112.493 261MT01 Saltos das Andorinhas e de Dardanelos AMZ PR N 740 263MT02 Interflúvio dos Rios das Mortes e Araguaia CER ND P 1.450.560 264MT03 Alto Rio Juruena CER ND N 910.054 266MT04 Tirecatinga / Utiariti CER ND N 605.359 267MT05 Rio Claro CER, AMZ ND N 146.773 269MT06 Campos do Encanto CER PR N 274.114 270

Parque Nacional da Chapada dosGuimarães e Adjacências

MT08 Estação Ecológica Serra das Araras CER, AMZ, PAN PR T 29.741 274MT09 Cáceres CER, PAN ND N 151.172 275MT10 RPPN SESC Pantanal e Entorno CER, PAN RE P 506.607 277

¹Bioma: AMZ (Amazônia), CER (Cerrado), PAN (Pantanal), CAA (Caatinga), ATL (Mata Atlântica), C/M (Zonas costeira e marinha)²Inventário ornitológico: ND (não disponível), PR (preliminar), RE (representativo)³Grau de proteção: N (nenhum), P (parcial), T (total)

AP/PA01 AMZ PR T 3.882.120 158

AM05 AMZ RE N 46.207 201

MA01 Baixada Maranhense PR N 2.045.444 219

GO02 CER PR P 395.681 294

MS05 CER, PAN, ATL PR P 326.892 322

MT07 CER RE P 66.042 272

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344

Apêndice 1. (continuação) Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) nosEstados da Amazônia Legal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito FederalCódigo Nome Bioma1 Inventário2 Proteção3 Área Páginada IBA (ha)PA01 Savanas do Alto Paru AMZ, CER ND N 512.992 167PA02 Ilha de Marajó AMZ, C/M PR N 3.910.144 168PA03 Reserva Biológica do Rio Trombetas AMZ RE T 409.585 170PA04 Várzeas de Monte Alegre AMZ ND N 2.664.834 171PA05 Caxiuanã / Portel AMZ RE N 3.422.612 173PA06 Rio Capim AMZ PR N 2.141.584 174PA07 Baixo Rio Xingu AMZ PR N 622.266 176PA/AM01 Parque Nacional da Amazônia AMZ RE T 1.161.379 177PA08 Jamanxim / Altamira AMZ PR P 1.541.628 179PA09 Serra dos Carajás AMZ, CER RE P 1.223.610 181PA10 Novo Progresso AMZ PR P 2.621.296 183PA/MT01 Cristalino / Serra do Cachimbo AMZ, CER RE P 1.123.562 184RO01 Jamari AMZ ND P 792.165 285RO02 Abunã AMZ ND N 79.289 286RO03 Vale do Guaporé AMZ, CER PR P 1.664.439 289RR01 Tepuis de Roraima AMZ PR P 248.250 145RR02 Savanas do Rio Cotingo AMZ, CER PR N 1.499.454 146RR03 Lavrados de Roraima AMZ, CER PR P 1.477.273 148RR04 Campinas e Várzeas do Rio Branco AMZ PR P 3.859.627 150TO/MA/PA01 São Pedro da Água Branca AMZ, CER ND N 112.297 229

Monumento Natural das ÁrvoresFossilizadas e Adjacências

TO02 Cerrados do Nordeste de Tocantins CER PR N 1.296.041 232TO03 Lizarda CER PR N 349.193 234TO04 Parque Estadual do Cantão AMZ, CER PR T 90.017 235TO05 Matas Ciliares do Rio do Coco e Afluentes CER, AMZ PR N 138.721 237TO/BA01 Jalapão CER PR P 1.187.017 239TO06 Formoso do Araguaia CER ND N 169.672 241TO07 Vale do Rio Palmeiras CER PR N 272.225 242TO08 Interflúvio dos Rios Tocantins e Paranã CER PR N 472.744 244TO09 Aurora do Tocantins / Taguatinga CER PR N 370.934 245Total 82.117.192

¹ Bioma: AMZ (Amazônia), CER (Cerrado), PAN (Pantanal), CAA (Caatinga), ATL (Mata Atlântica), C/M (Zonas costeira e marinha)² Inventário ornitológico: ND (não disponível), PR (preliminar), RE (representativo)³rau de proteção: N (nenhum), P (parcial), T (total)

TO01 CER PR P 152.140 230

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Apêndice 2. Espécies globalmente ameaçadas e quase ameaçadas (Critério A1) comocorrência nos estados considerados nas análises

¹ Categoria de ameaça, segundo IUCN (2007)*: CR (criticamente em perigo), EN (em perigo), VU (vulnerável), NT (quase ameaçada)* IUCN (2007) 2007 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org> Acessado em: 31 dezembro 2007.

Espécies ameaçadasNothura minor Codorna-mineira Lesser Nothura VUTaoniscus nanus Inhambu-carapé Dwarf Tinamou VUPenelope ochrogaster Jacu-de-barriga-castanha Chestnut-bellied Guan VUCrax globulosa Mutum-de-fava Wattled Curassow VUMergus octosetaceus Pato-mergulhão Brazilian Merganser CRHarpyhaliaetus coronatus Águia-cinzenta Crowned Eagle ENLaterallus xenopterus Sanã-de-cara-ruiva Rufous-faced Crake VUColumbina cyanopis Rolinha-do-planalto Blue-eyed Ground-Dove CRAnodorhynchus hyacinthinus Arara-azul-grande Hyacinth Macaw ENPrimolius couloni Maracanã-de-cabeça-azul Blue-headed Macaw ENGuarouba guarouba Ararajuba Golden Parakeet ENPyrrhura pfrimeri Tiriba-de-pfrimer Pfrimer’s Parakeet ENEleothreptus candicans Bacurau-de-rabo-branco White-winged Nightjar ENCeleus obrieni Pica-pau-do-parnaíba Kaempfer’s Woodpecker CRLepidothrix vilasboasi Dançador-de-coroa-dourada Golden-crowned Manakin VUCulicivora caudacuta Papa-moscas-do-campo Sharp-tailed Tyrant VUAlectrurus tricolor Galito Cock-tailed Tyrant VUClytoctantes atrogularis Choca-de-garganta-preta Rondonia Bushbird CRHerpsilochmus pectoralis Chorozinho-de-papo-preto Pectoral Antwren VUCercomacra ferdinandi Chororó-de-goiás Bananal Antbird VUCercomacra carbonaria Chororó-do-rio-branco Rio Branco Antbird VUSynallaxis kollari João-de-barba-grisalha Hoary-throated Spinetail VUXiphocolaptes falcirostris Arapaçu-do-nordeste Moustached Woodcreeper VUPoospiza cinerea Capacetinho-do-oco-do-pau Cinereous Warbling-Finch VUSporophila melanops Papa-capim-do-bananal Hooded Seedeater CRSporophila nigrorufa Caboclinho-do-sertão Black-and-tawny Seedeater VUSporophila palustris Caboclinho-de-papo-branco Marsh Seedeater ENSporophila cinnamomea Caboclinho-de-chapéu-cinzento Chestnut Seedeater VUCoryphaspiza melanotis Tico-tico-de-máscara-negra Black-masked Finch VUConothraupis mesoleuca Tiê-bicudo Cone-billed Tanager CR

Espécies quase ameaçadasRhea americana Ema Greater Rhea NTOrtalis superciliaris Aracuã-de-sobrancelhas Buff-browed Chachalaca NTPenelope pileata Jacupiranga White-crested Guan NTNeochen jubata Pato-corredor Orinoco Goose NTMorphnus guianensis Uiraçu-falso Crested Eagle NTHarpia harpyja Gavião-real Harpy Eagle NTTryngites subruficollis Maçarico-acanelado Buff-breasted Sandpiper NTPrimolius maracana Maracanã-verdadeira Blue-winged Macaw NTPyrrhura lepida Tiriba-pérola Pearly Paraket NTNannopsittaca dachilleae Periquito-da-amazônia Amazonian Parrotlet NTGypopsitta aurantiocephala Papagaio-de-cabeça-laranja Bald Parrot NTAmazona xanthops Papagaio-galego Yellow-faced Parrot NTNeomorphus squamiger Jacu-estalo-escamoso Scaled Ground-Cuckoo NTEleothreptus anomalus Curiango-do-banhado Sickle-winged Nightjar NTPicumnus fuscus Pica-pau-anão-fusco Rusty-necked Piculet NTPolystictus pectoralis Papa-moscas-canela Bearded Tachuri NT

Nome vulgar

Português InglêsNome científico

Categoriade

ameaça1

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346

Apêndice 2. (continuação) Espécies globalmente ameaçadas e quase ameaçadas (CritérioA1) com ocorrência nos estados considerados nas análises

Espécies quase ameaçadasPseudocolopteryx dinelliana Tricolino-pardo Dinelli’s Doradito NTEuscarthmus rufomarginatus Maria-corruíra Rufous-sided Pygmy-Tyrant NTContopus cooperi Piui-boreal Olive-sided Flycatcher NTKnipolegus franciscanus Maria-preta-do-nordeste Caatinga Black-Tyrant NTMyrmotherula klagesi Choquinha-do-tapajós Klages’ Antwren NTMyrmoborus melanurus Formigueiro-de-rabo-preto Black-tailed Antbird NTScytalopus novacapitalis Tapaculo-de-brasília Brasilia Tapaculo NTFormicarius rufifrons Pinto-do-mato-de-fronte-ruiva Rufous-fronted Antthrush NTGrallaria eludens Tovacuçu-xodó Elusive Antpitta NTGeositta poeciloptera Andarilho Campo Miner NTSynallaxis cherriei Puruchém Chestnut-throated Spinetail NTSimoxenops ucayalae Limpa-folha-de-bico-virado Peruvian Recurvebill NTPorphyrospiza caerulescens Campainha-azul Yellow-billed Blue Finch NTSporophila ruficollis Caboclinho-de-papo-escuro Dark-throated Seedeater NTSporophila hypochroma Caboclinho-de-sobre-ferrugem Rufous-rumped Seedeater NTSporophila melanogaster Caboclinho-de-barriga-preta Black-bellied Seedeater NTOryzoborus maximiliani Bicudo Great-billed Seed-Finch NTAmaurospiza moesta Negrinho-do-mato Blackish-blue Seedeater NTCharitospiza eucosma Mineirinho Coal-crested Finch NTConothraupis speculigera Tiê-preto-e-branco Black-and-white Tanager NTNeothraupis fasciata Cigarra-do-campo White-banded Tanager NT

Nome vulgar

Português InglêsNome científico

Categoriade

ameaça1

¹ Categoria de ameaça, segundo IUCN (2007)*: CR (criticamente em perigo), EN (em perigo), VU (vulnerável), NT (quase ameaçada)* IUCN (2007) 2007 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org> Acessado em: 31 dezembro 2007.

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347

Apêndice 3. Espécies de distribuição restrita e endêmicas de regiões zoogeográficas*(Critérios A2 e A3) com ocorrência nos estados considerados nas análises

* No Brasil, as regiões zoogeográficas propostas por Stotz el al. (1996) são praticamente coincidentes com os biomas definidos pelo IBGE(2004). A Amazônia constitui a única exceção, pois foi dividida em duas regiões zoogeográficas diferentes: Amazônia Norte e Tepuis(ANT) e Amazônia Sul (AMS). Ver capítulo 4.**EBA: Endemic Bird Area; número das Áreas Secundárias precedido pela letra “s” (Stattersfield et al. 1998).

Amazônia Norte e Tepuis

Nome vulgar

Português InglêsNome científico EBA/Áreas

Secundárias**

Crypturellus duidae Inhambu-de-pé-cinza Gray-legged Tinamou 65Penelope marail Jacumirim Marail GuanMitu tomentosum Mutum-do-norte Crestless CurassowCrax alector Mutum-poranga Black CurassowAratinga solstitialis (inclui pintoi) Jandaia-amarela Sun ParakeetPyrrhura egregia Tiriba-de-cauda-roxa Fiery-shouldered Parakeet 64Nannopsittaca panychlora Periquito-dos-tepuis Tepui Parrotlet 64Pionites melanocephalus Marianinha-de-cabeça-preta Black-headed ParrotGypopsitta caica Curica-caica Caica ParrotNeomorphus rufipennis Jacu-estalo-de-asa-vermelha Rufous-winged Ground-CuckooCaprimulgus whitelyi Bacurau-dos-tepuis Roraiman Nightjar 64Streptoprocne phelpsi Taperuçu-dos-tepuis Tepui Swift 64Threnetes niger Balança-rabo-escuro Sooty BarbthroatCampylopterus hyperythrus Asa-de-sabre-canela Rufous-breasted Sabrewing 64Campylopterus duidae Asa-de-sabre-de-peito-camurça Buff-breasted Sabrewing 64Topaza pyra Topázio-de-fogo Fiery TopazLophornis pavoninus Topetinho-pavão Peacock Coquette 64Polytmus milleri Beija-flor-verde-de-garganta-dourada Tepui Goldenthroat 64Leucippus chlorocercus Beija-flor-pintado Olive-spotted Hummingbird 66Heliodoxa xanthogonys Brilhante-veludo Velvet-browed Brilliant 64Pteroglossus viridis Araçari-miudinho Green AracariSelenidera nattereri Saripoca-de-bico-castanho Tawny-tufted ToucanetSelenidera piperivora Araçari-negro Guianan ToucanetCapito niger Capitão-de-bigode-carijó Black-spotted BarbetPicumnus pumilus Pica-pau-anão-do-orinoco Orinoco Piculet 65Picumnus lafresnayi Pica-pau-anão-do-amazonas Lafresnaye’s PiculetVeniliornis cassini Pica-pau-de-colar-dourado Golden-collared WoodpeckerGalbalcyrhynchus leucotis Ariramba-vermelha White-eared JacamarGalbula albirostris Ariramba-de-bico-amarelo Yellow-billed JacamarNotharchus macrorhynchos Macuru-de-testa-branca Guianan PuffbirdNonnula amaurocephala Freirinha-de-cabeça-castanha Chestnut-headed Nunlet 67Monasa atra Chora-chuva-de-asa-branca Black NunbirdNeopelma chrysocephalum Fruxu-do-carrasco Saffron-crested Tyrant-ManakinTyranneutes virescens Uirapuruzinho-do-norte Tiny Tyrant-ManakinCorapipo gutturalis Dançarino-de-garganta-branca White-throated ManakinLepidothrix serena Uirapuru-estrela White-fronted ManakinLepidothrix suavissima Dançador-do-tepui Orange-bellied Manakin 64Xenopipo uniformis Dançarino-oliváceo Olive Manakin 64Heterocercus flavivertex Dançarino-de-crista-amarela Yellow-crested ManakinHeterocercus aurantiivertex Dançarino-de-crista-laranja Orange-crested Manakin 66Pipra cornuta Dançador-de-crista Scarlet-horned Manakin 64Iodopleura fusca Anambé-fusco Dusky PurpletuftPachyramphus surinamus Caneleiro-da-guiana Glossy-backed BecardPipreola whitelyi Anambé-de-whitely Red-banded Fruiteater 64Rupicola rupicola Galo-da-serra Guianan Cock-of-the-rockLipaugus streptophorus Cricrió-de-cinta-vermelha Rose-collared Piha 64Perissocephalus tricolor Maú CapuchinbirdElaenia dayi Guaracava-dos-tepuis Great Elaenia 64

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Apêndice 3. (continuação) Espécies de distribuição restrita e endêmicas de regiõeszoogeográficas* (Critérios A2 e A3) com ocorrência nos estados considerados nas análises

* No Brasil, as regiões zoogeográficas propostas por Stotz el al. (1996) são praticamente congruentes aos biomas definidos pelo IBGE(2004). A Amazônia constitui a única exceção, pois foi dividida em duas regiões zoogeográficas diferentes: Amazônia Norte e Tepuis(ANT) e Amazônia Sul (AMS). Ver capítulo 4.**EBA: Endemic Bird Area; número das Áreas Secundárias precedido pela letra “s” (Stattersfield et al. 1998).

Amazônia Norte e Tepuis

Nome vulgar

Português InglêsNome científico EBA/Áreas

Secundárias**

Phylloscartes nigrifrons Maria-de-testa-preta Black-fronted Tyrannulet 64Phylloscartes chapmani Barbudinho-do-tepui Chapman’s Bristle-Tyrant 64Phylloscartes virescens Borboletinha-guianense Olive-green TyrannuletHemitriccus josephinae Maria-bicudinha Boat-billed Tody-TyrantHemitriccus inornatus Maria-da-campina Pelzeln’s Tody-Tyrant 65Poecilotriccus russatus Ferreirinho-ferrugem Ruddy Tody-Flycatcher 64Todirostrum pictum Ferreirinho-de-sobrancelha Painted Tody-FlycatcherContopus albogularis Piui-queixado White-throated PeeweeConopias parvus Bem-te-vi-da-copa Yellow-throated FlycatcherFrederickena viridis Borralhara-do-norte Black-throated AntshrikeSakesphorus melanothorax Choca-de-cauda-pintada Band-tailed AntshrikeThamnophilus nigrocinereus Choca-preta-e-cinza Blackish-gray AntshrikeThamnophilus insignis Choca-de-roraima Streak-backed Antshrike 64Myrmotherula ambigua Choquinha-de-coroa-listrada Yellow-throated Antwren 65Myrmotherula guttata Choquinha-de-barriga-ruiva Rufous-bellied AntwrenMyrmotherula gutturalis Choquinha-de-barriga-parda Brown-bellied AntwrenHerpsilochmus sticturus Chorozinho-de-cauda-pintada Spot-tailed AntwrenHerpsilochmus stictocephalus Chorozinho-de-cabeça-pintada Todd’s AntwrenHerpsilochmus dorsimaculatus Chorozinho-de-costas-manchadas Spot-backed Antwren 65Herpsilochmus roraimae Chorozinho-de-roraima Roraiman Antwren 64Cercomacra carbonaria Chororó-do-rio-branco Rio Branco Antbird 63Percnostola rufifrons Formigueiro-de-cabeça-preta Black-headed AntbirdSchistocichla saturata Formigueiro-de-roraima Roraiman Antbird 64Schistocichla caurensis Formigueiro-do-caura Caura Antbird 64Myrmeciza disjuncta Formigueiro-de-yapacana Yapacana Antbird 65Myrmeciza pelzelni Formigueiro-de-barriga-cinza Gray-bellied Antbird 65Gymnopithys rufigula Mãe-de-taoca-de-garganta-vermelha Rufous-throated AntbirdRhegmatorhina cristata Mãe-de-taoca-cristada Chestnut-crested Antbird 65Myrmothera simplex Torom-de-peito-pardo Tepui Antpitta 64Synallaxis macconelli João-escuro MacConnell’s SpinetailSynallaxis kollari João-de-barba-grisalha Hoary-throated Spinetail 63Cranioleuca demissa João-do-tepui Tepui Spinetail 64Roraimia adusta João-de-roraima Roraiman Barbtail 64Automolus roraimae Barranqueiro-de-roraima White-throated Foliage-gleaner 64Hylexetastes perrotii Arapaçu-de-bico-vermelho Red-billed WoodcreeperHylophilus sclateri Vite-vite-do-tepui Tepui Greenlet 64Hylophilus brunneiceps Vite-vite-de-cabeça-marrom Brown-headed GreenletCyanocorax heilprini Gralha-de-nuca-azul Azure-naped Jay 65Cyanocorax cayanus Gralha-da-guiana Cayenne JayTroglodytes rufulus Corruíra-do-tepui Tepui Wren 64Microcerculus ustulatus Flautista-do-tepui Flutist Wren 64Microbates collaris Bico-assovelado-de-coleira Collared GnatwrenMyioborus castaneocapillus Mariquita-de-cabeça-parda Tepui Redstart 64Macroagelaius imthurni Iraúna-da-guiana Golden-tufted Grackle 64Dolospingus fringilloides Papa-capim-de-coleira White-naped Seedeater 65Atlapetes personatus Tico-tico-do-tepui Tepui Brush-Finch 64Mitrospingus oleagineus Pipira-olivácea Olive-backed tanager 64Cyanicterus cyanicterus Pipira-azul Blue-backed Tanager

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Apêndice 3. (continuação) Espécies de distribuição restrita e endêmicas de regiõeszoogeográficas* (Critérios A2 e A3) com ocorrência nos estados considerados nas análises

* No Brasil, as regiões zoogeográficas propostas por Stotz el al. (1996) são praticamente congruentes aos biomas definidos pelo IBGE(2004). A Amazônia constitui a única exceção, pois foi dividida em duas regiões zoogeográficas diferentes: Amazônia Norte e Tepuis(ANT) e Amazônia Sul (AMS). Ver capítulo 4.**EBA: Endemic Bird Area; número das Áreas Secundárias precedido pela letra “s” (Stattersfield et al. 1998).

Amazônia Norte e Tepuis

Nome vulgar

Português InglêsNome científico EBA/Áreas

Secundárias**

Diglossa duidae Fura-flor-escamado Scaled Flowerpiercer 64Diglossa major Fura-flor-grande Greater Flowerpiercer 64Euphonia plumbea Gaturamo-anão Plumbeous EuphoniaEuphonia finschi Gaturamo-capim Finsch’s EuphoniaAmazônia SulCrypturellus strigulosus Inhambu-relógio Brazilian TinamouCrypturellus atrocapillus Inhambu-de-coroa-preta Black-capped TinamouPenelope pileata Jacupiranga White-crested GuanAburria cujubi Cujubi Red-throated Piping GuanLeucopternis kuhli Gavião-vaqueiro White-browed HawkPsophia leucoptera Jacamim-de-costas-brancas Pale-winged TrumpeterPsophia viridis Jacamim-de-costas-verdes Dark-winged TrumpeterPrimolius couloni Maracanã-de-cabeça-azul Blue-headed MacawGuarouba guarouba Ararajuba Golden ParakeetPyrrhura lepida Tiriba-pérola Pearly ParaketPyrrhura perlata Tiriba-de-barriga-vermelha Crimson-bellied ParakeetPyrrhura rupicola Tiriba-rupestre Black-capped ParakeetNannopsittaca dachilleae Periquito-da-amazônia Amazonian ParrotletPionites leucogaster Marianinha-de-cabeça-amarela White-bellied ParrotGypopsitta aurantiocephala Papagaio-de-cabeça-laranja Bald ParrotGypopsitta vulturina Curica-urubu Vulturine ParrotAmazona kawalli Papagaio-dos-garbes Kawall’s ParrotNeomorphus squamiger Jacu-estalo-escamoso Scaled Ground-CuckooPhaethornis philippii Rabo-branco-amarelo Needle-billed HermitPteroglossus bitorquatus Araçari-de-pescoço-vermelho Red-necked AracariPteroglossus mariae Araçari-de-bico-marrom Brown-mandibled AracariPteroglossus beauharnaesii Araçari-mulato Curl-crested AracariSelenidera gouldii Saripoca-de-gould Gould’s ToucanetCapito dayi Capitão-de-cinta Black-girdled BarbetCapito brunneipectus Capitão-de-peito-marrom Brown-chested BarbetEubucco tucinkae Capitão-de-colar-amarelo Scarlet-hooded Barbet 68Picumnus aurifrons Pica-pau-anão-dourado Bar-breasted PiculetPicumnus subtilis (Pica-pau-anão) Fine-barred Piculet 68Galbalcyrhynchus purusianus Sovela-vermelha Chestnut JacamarBrachygalba albogularis Agulha-de-garganta-branca White-throated JacamarGalbula cyanicollis Ariramba-da-mata Blue-cheeked JacamarGalbula cyanescens Ariramba-da-capoeira Bluish-fronted JacamarMalacoptila semicincta Barbudo-de-coleira Semicollared Puffbird 68Malacoptila rufa Barbudo-de-pescoço-ferrugem Rufous-necked PuffbirdNonnula sclateri Freirinha-amarelada Fulvous-chinned NunletNeopelma sulphureiventer Fruxu-de-barriga-amarela Sulphur-bellied Tyrant-ManakinLepidothrix nattereri Uirapuru-de-chapéu-branco Snow-capped ManakinLepidothrix vilasboasi Dançador-de-coroa-dourada Golden-crowned Manakin s030Lepidothrix iris Cabeça-de-prata Opal-crowned ManakinHeterocercus linteatus Coroa-de-fogo Flame-crested ManakinConioptilon mcilhennyi Anambé-de-cara-preta Black-faced Cotinga 68Xipholena lamellipennis Anambé-de-rabo-branco White-tailed CotingaHemitriccus flammulatus Maria-de-peito-machetado Flammulated Bamboo-Tyrant

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Apêndice 3. (continuação) Espécies de distribuição restrita e endêmicas de regiõeszoogeográficas* (Critérios A2 e A3) com ocorrência nos estados considerados nas análises

* No Brasil, as regiões zoogeográficas propostas por Stotz el al. (1996) são praticamente congruentes aos biomas definidos pelo IBGE(2004). A Amazônia constitui a única exceção, pois foi dividida em duas regiões zoogeográficas diferentes: Amazônia Norte e Tepuis(ANT) e Amazônia Sul (AMS). Ver capítulo 4.**EBA: Endemic Bird Area; número das Áreas Secundárias precedido pela letra “s” (Stattersfield et al. 1998).

Amazônia Sul

Nome vulgar

Português InglêsNome científico EBA/Áreas

Secundárias**

Hemitriccus minimus Maria-mirim Zimmer’s Tody-TyrantLophotriccus eulophotes Maria-topetuda Long-crested Pygmy-Tyrant 68Poecilotriccus senex Maria-do-madeira Buff-cheeked Tody-Flycatcher s029Cymbilaimus sanctaemariae Choca-do-bambu Bamboo AntshrikeThamnophilus stictocephalus Choca-de-natterer Natterer’s Slaty-AntshrikeThamnophilus divisorius Choca-do-acre Acre AntshrikeClytoctantes atrogularis Choca-de-garganta-preta Rondonia Bushbird s025Thamnomanes saturninus Uirapuru-selado Saturnine AntshrikeThamnomanes schistogynus Uirapuru-azul Bluish-slate AntshrikeMyrmotherula sclateri Choquinha-de-garganta-amarela Sclater’s AntwrenMyrmotherula leucophthalma Choquinha-de-olho-branco White-eyed AntwrenMyrmotherula iheringi Choquinha-de-ihering Ihering’s AntwrenCercomacra manu Chororó-de-manu Manu AntbirdMyrmoborus melanurus Formigueiro-de-rabo-preto Black-tailed Antbird 66Hypocnemoides maculicauda Solta-asa Band-tailed AntbirdPercnostola lophotes Formigueiro-do-bambu White-lined Antbird 68Myrmeciza goeldii Formigueiro-de-goeldi Goeldi’s Antbird 68Gymnopithys salvini Mãe-de-taoca-de-cauda-barrada White-throated AntbirdRhegmatorhina hoffmannsi Mãe-de-taoca-papuda White-breasted AntbirdRhegmatorhina berlepschi Mãe-de-taoca-arlequim Harlequin AntbirdRhegmatorhina gymnops Mãe-de-taoca-de-cara-branca Bare-eyed AntbirdConopophaga melanogaster Chupa-dente-grande Black-bellied GnateaterSkutchia borbae Mãe-de-taoca-dourada Pale-faced AntbirdFormicarius rufifrons Pinto-do-mato-de-fronte-ruiva Rufous-fronted Antthrush 68Grallaria eludens Tovacuçu-xodó Elusive Antpitta 68Hylopezus berlepschi Torom-torom Amazonian AntpittaSynallaxis cabanisi João-do-norte Cabanis’s SpinetailSimoxenops ucayalae Limpa-folha-de-bico-virado Peruvian RecurvebillHylexetastes uniformis Arapaçu-uniforme Uniform WoodcreeperHylexetastes brigidai Arapaçu-de-loro-cinza Brigida’s WoodcreeperDendrocolaptes hoffmannsi Arapaçu-marrom Hoffmann’s WoodcreeperOdontorchilus cinereus Cambaxirra-cinzenta Tooth-billed WrenThryothorus griseus Garrincha-cinza Gray WrenTachyphonus rufiventer Tem-tem-de-crista-amarela Yellow-crested TanagerLanio versicolor Pipira-de-asa-branca White-winged Shrike-TanagerCerradoNothura minor Codorna-mineira Lesser NothuraTaoniscus nanus Inhambu-carapé Dwarf TinamouPenelope ochrogaster Jacu-de-barriga-castanha Chestnut-bellied GuanColumbina cyanopis Rolinha-do-planalto Blue-eyed Ground-DovePyrrhura pfrimeri Tiriba-de-pfrimer Pfrimer’s ParakeetAmazona xanthops Papagaio-galego Yellow-faced ParrotEleothreptus candicans Bacurau-de-rabo-branco White-winged NightjarPhaethornis nattereri Besourão-de-sobre-amarelo Cinnamon-throated HermitPicumnus fuscus Pica-pau-anão-fusco Rusty-necked Piculet s026Celeus obrieni Pica-pau-do-parnaíba Kaempfer’s WoodpeckerAntilophia galeata Soldadinho Helmeted ManakinPhyllomyias reiseri Piolhinho-do-grotão Reiser’s Tyrannulet

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Apêndice 3. (continuação) Espécies de distribuição restrita e endêmicas de regiõeszoogeográficas* (Critérios A2 e A3) com ocorrência nos estados considerados nas análises

* No Brasil, as regiões zoogeográficas propostas por Stotz el al. (1996) são praticamente congruentes aos biomas definidos pelo IBGE(2004). A Amazônia constitui a única exceção, pois foi dividida em duas regiões zoogeográficas diferentes: Amazônia Norte e Tepuis(ANT) e Amazônia Sul (AMS). Ver capítulo 4.**EBA: Endemic Bird Area; número das Áreas Secundárias precedido pela letra “s” (Stattersfield et al. 1998).

Cerrado

Nome vulgar

Português InglêsNome científico EBA/Áreas

Secundárias**

Suiriri islerorum Suiriri-da-chapada Chapada FlycatcherCulicivora caudacuta Papa-moscas-do-campo Sharp-tailed TyrantKnipolegus franciscanus Maria-preta-do-nordeste Caatinga Black-Tyrant 74Gubernetes yetapa Tesoura-do-brejo Streamer-tailed TyrantAlectrurus tricolor Galito Cock-tailed TyrantHerpsilochmus longirostris Chorozinho-de-bico-comprido Large-billed AntwrenCercomacra ferdinandi Chororó-de-goiás Bananal Antbird s031Melanopareia torquata Tapaculo-de-colarinho Collared CrescentchestScytalopus novacapitalis Tapaculo-de-brasília Brasilia Tapaculo s032Geositta poeciloptera Andarilho Campo MinerSynallaxis albilora (inclui simoni) João-do-pantanal White-lored SpinetailSyndactyla dimidiata Limpa-folha-do-brejo Russet-mantled Foliage-gleanerHylocryptus rectirostris Fura-barreira Chestnut-capped Foliage-gleanerCyanocorax cristatellus Gralha-do-campo Curl-crested JayThryothorus guarayanus Garrincha-do-oeste Fawn-breasted WrenBasileuterus hypoleucus Pula-pula-de-barriga-branca White-bellied WarblerBasileuterus leucophrys Pula-pula-de-sobrancelha White-striped WarblerPorphyrospiza caerulescens Campainha-azul Yellow-billed Blue FinchPoospiza cinerea Capacetinho-do-oco-do-pau Cinereous Warbling-FinchSporophila nigrorufa Caboclinho-do-sertão Black-and-tawny SeedeaterSporophila hypochroma Caboclinho-de-sobre-ferrugem Rufous-rumped SeedeaterCharitospiza eucosma Mineirinho Coal-crested FinchParoaria baeri Cardeal-de-goiás Crimson-fronted CardinalConothraupis mesoleuca Tiê-bicudo Cone-billed TanagerCompsothraupis loricata Carretão Scarlet-throated TanagerCypsnagra hirundinacea Bandoleta White-rumped TanagerNeothraupis fasciata Cigarra-do-campo White-banded TanagerSaltator atricollis Bico-de-pimenta Black-throated SaltatorChacoOrtalis canicollis Aracuã-do-pantanal Chaco ChachalacaPyrrhura devillei Tiriba-fogo Blaze-winged ParakeetPhaethornis subochraceus Rabo-branco-de-barriga-fulva Buff-bellied hermitCampephilus leucopogon Pica-pau-de-barriga-preta Cream-backed WoodpeckerPseudocolopteryx dinelliana Tricolino-pardo Dinelli’s DoraditoKnipolegus striaticeps Maria-preta-acinzentada Cinereous TyrantCercomacra melanaria Chororó-do-pantanal Mato Grosso AntbirdXiphocolaptes major Arapaçu-do-campo Great Rufous WoodcreeperPoospiza melanoleuca Capacetinho Black-capped Warbling-FinchCaatingaPicumnus pygmaeus Pica-pau-anão-pintado Spotted PiculetXiphocolaptes falcirostris Arapaçu-do-nordeste Moustached WoodcreeperMegaxenops parnaguae Bico-virado-da-caatinga Great XenopsParoaria dominicana Cardeal-do-nordeste Red-cowled CardinalMata AtlânticaFlorisuga fusca Beija-flor-preto Black JacobinSynallaxis ruficapilla Pichororé Rufous-capped SpinetailAutomolus leucophthalmus Barranqueiro-de-olho-branco White-eyed Foliage-gleanerMyiornis auricularis Miudinho Eared Pygmy-Tyrant

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352

Sporophila cinnamomea Caboclinho-de-chapéu-cinzento Chestnut SeedeaterSporophila palustris Caboclinho-de-papo-branco Marsh Seedeater

Apêndice 3. (continuação) Espécies de distribuição restrita e endêmicas de regiõeszoogeográficas* (Critérios A2 e A3) com ocorrência nos estados considerados nas análises

Pampas

Nome vulgar

Português InglêsNome científico EBA/Áreas

Secundárias**

* No Brasil, as regiões zoogeográficas propostas por Stotz el al. (1996) são praticamente congruentes aos biomas definidos pelo IBGE(2004). A Amazônia constitui a única exceção, pois foi dividida em duas regiões zoogeográficas diferentes: Amazônia Norte e Tepuis(ANT) e Amazônia Sul (AMS). Ver capítulo 4.**EBA: Endemic Bird Area; número das Áreas Secundárias precedido pela letra “s” (Stattersfield et al. 1998).

Apêndice 4. Espécies de distribuição restrita (Critério A2) e não endêmicas com ocorrêncianos estados considerados nas análises

Amazônia Norte e Tepuis

Nome vulgar

Português InglêsNome científico EBA*

Buteogallus aequinoctialis Caranguejeiro Rufous Crab-Hawk (**)Picumnus varzeae Pica-pau-anão-da-várzea Varzea Piculet 64Myrmotherula klagesi Choquinha-do-tapajós Klages’ Antwren 64Cranioleuca muelleri João-escamoso Scaled Spinetail 64

* EBA: Endemic Bird Area (Stattersfield et al. 1998)** Ver capítulo 4.

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353

Código da IBA Nome Código PROBIO*

* Ver MMA (2007).

Apêndice 5. Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefíciosda Biodiversidade Brasileira (PROBIO) inseridas parcial ou totalmente nas IBAs identificadas

Am039, 045, 068, 070, 074, 079, 083, 099, 122, 358, 366,382, 405, 415, 495, 812, 813, 834

AC01 Parque Nacional da Serra do Divisor Am454AC02 Alto Juruá Am407AM01 Tepuis do Amazonas Am293, 752, 759, 765, 777, 821AM02 Parque Nacional do Jaú Am702

Am177, 185, 188, 199, 210, 212, 216, 222, 642, 652, 653,661, 695, 705

AM03 Mamirauá Am693AM04 Arquipélago de Anavilhanas Am691

ARIE Projeto Dinâmica Biológica deFragmentos Florestais e Entorno

AM06 Baixo Rio Javari -Am113, 122, 443, 445, 451, 457, 463, 469, 500, 828, 829,830, 831

AM/RO01 Campos de Humaitá-Lábrea Am075, 089, 092, 093, 112, 113, 425, 480, 485, 490, 504, 517AM/RO02 Campo do Alto Marmelos Am456, 461, 466AP01 Parque Nacional do Cabo Orange AmZc801

Parque Nacional Montanhas doTumucumaque

AP02 Goiabal / Piratuba AmZc312, 313, 316, 318, 322, 771, 776AP03 Savanas do Amapá AmZc280, 288, 289, 290, 292, 297, 300, 305, 312, 313, 757

Estação Ecológica de ÁguasEmendadas

DF02 Parque Nacional de Brasília Ce343DF03 Cerrados ao Sul de Brasília Ce120, 122, 330, 331, 333GO01 Terra Ronca Ce168, 171, 182, 187, 189, 381

Parque Nacional da Chapada dosVeadeiros e Adjacências

GO/MS01 Parque Nacional das Emas Ce305AmZc079, 229, 236, 241, 244, 248, 251, 252, 254, 255, 256,261, 267, 704, 717, 722, 730, 731, 732, 735, 736, 740, 743,745 ; Zm034

MA/PA02 Gurupi Am614, 615, 644, 658, 674, 696AmZc182, 184, 190, 197, 209, 611, 641, 645, 682, 683, 688,712

MA/PI/CE01 Delta do Parnaíba CaZc211, 293; CeZc208, 246, 249, 248, 250, 430, 431; Zm078MA02 Barragem de Boa Esperança Ce234MS01 Nhumirim Pa012, 014MS02 Maciço do Urucum e Adjacências Pa009, 011, 016MS03 Rios Negro e Aquidauana Ce063, 295; Pa003, 006, 010MS04 Pantanal de Nabileque Pa005

Parque Nacional da Serra daBodoquena e Entorno

MT/RO/AM01 Ji-Paraná / Roosevelt Am051, 069, 391, 445, 432, 435, 436MT01 Saltos das Andorinhas e de Dardanelos Am044

Interflúvio dos Rios dasMortes e Araguaia

MT03 Alto Rio Juruena Ce184, 186, 195MT04 Tirecatinga / Utiariti Ce184, 382, 385MT05 Rio Claro Ce173MT06 Campos do Encanto Am002

AC/AM01 Tabocais

AM/PA01 Várzeas do Médio Rio Amazonas

AM05 Am199, 703

AM07 Alto Sucunduri

AP/PA01 Am774

DF01 Ce347

GO02 Ce165, 170, 171, 182, 187, 377

MA/PA01 Reentrâncias Maranhenses/Paraenses

MA01 Baixada Maranhense

MS05 Ce043, 049, 281

MT02 Ce174, 384, 388, 390

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354

Código da IBA Nome Código PROBIO*

Apêndice 5. (continuação) Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartiçãode Benefícios da Biodiversidade Brasileira (PROBIO) inseridas parcial ou totalmente nas IBAsidentificadas

Parque Nacional da Chapada dosGuimarães e Adjacências

MT08 Estação Ecológica Serra das Araras Ce345MT09 Cáceres Pa034, 038MT10 RPPN SESC Pantanal e Entorno Pa030, 033, 036, 049PA01 Savanas do Alto Paru Am772

Am245; AmZc230, 231, 237, 243, 250, 253, 259, 262, 265,268, 270, 274, 275, 724, 729, 744, 753, 812

PA03 Reserva Biológica do Rio Trombetas Am728Am195, 201, 207, 208, 212, 218, 222, 223, 227, 665, 706,710, 713; AmZc228, 249

PA05 Caxiuanã / Portel Am168; AmZc203, 714PA06 Rio Capim Am150, 159, 165, 180, 647, 663PA07 Baixo Rio Xingu Am170, 179, 627PA/AM01 Parque Nacional da Amazônia Am596, 618PA08 Jamanxim / Altamira Am552, 814PA09 Serra dos Carajás Am527, 533, 540, 541, 547, 554PA10 Novo Progresso Am493, 507, 538PA/MT01 Cristalino / Serra do Cachimbo Am043, 062, 080, 411, 434RO01 Jamari Am067, 072, 086, 412, 422, 429, 431RO02 Abunã Am050RO03 Vale do Guaporé Am008, 012, 019, 334, 335, 340, 341RR01 Tepuis de Roraima Am809RR02 Savanas do Rio Cotingo Am809

Am320, 324, 326, 328, 778, 779, 781, 782, 783, 784, 785,786, 787, 788, 791, 792, 794, 795, 797, 799, 800, 802, 803Am260, 279, 282, 293, 302, 311, 314, 319, 767, 768, 769,773, 777, 811, 820

TO/MA/PA01 São Pedro da Água Branca Am133, 140, 143, 563; Ce428Monumento Natural das ÁrvoresFossilizadas e Adjacências

TO02 Cerrados do Nordeste de Tocantins Ce220, 224, 229, 414TO03 Lizarda Ce215TO04 Parque Estadual do Cantão Ce409

Matas Ciliares do Rio do Coco eAfluentes

TO/BA01 Jalapão Ce399, 402, 403TO06 Formoso do Araguaia Ce208TO07 Vale do Rio Palmeiras Ce199, 203, 205, 206TO08 Interflúvio dos Rios Tocantins e Paranã Ce188TO09 Aurora do Tocantins / Taguatinga Ce189, 198

* Ver MMA (2007).

PA02 Ilha de Marajó

PA04 Várzeas de Monte Alegre

RR03 Lavrados de Roraima

RR04 Campinas e Várzeas do Rio Branco

TO01 Ce229, 415

TO05 Ce410

MT07 Ce132, 144, 149, 356

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355

Nome científico Categoria de ameaça* Total**a b c

Apêndice 6. Espécies ameaçadas e quase ameaçadas comuns à Amazônia, Cerrado,Pantanal e Estados do Domínio da Mata Atlântica, e número IBAs em que ocorrem

Nothura minor VU 3 5 8Taoniscus nanus VU 1 7 8Mergus octosetaceus CR 2 2 4Harpyhaliaetus coronatus EN 13 15 28Laterallus xenopterus VU 1 2 3Anodorhynchus hyacinthinus EN 2 20 22Culicivora caudacuta VU 6 10 16Alectrurus tricolor VU 4 6 10Herpsilochmus pectoralis VU 6 0 6Xiphocolaptes falcirostris VU 5 1 6Poospiza cinerea VU 4 3 7Sporophila palustris EN 5 3 8Sporophila cinnamomea VU 5 4 9Coryphaspiza melanotis VU 3 8 11Rhea americana NT 13 25 38Ortalis superciliaris NT 1 1 2Morphnus guianensis NT 3 12 15Harpia harpyja NT 4 20 24Tryngites subruficollis NT 5 1 6Primolius maracana NT 25 6 31Amazona xanthops NT 1 21 22Eleothreptus anomalus NT 7 1 8Polystictus pectoralis NT 2 6 8Euscarthmus rufomarginatus NT 3 10 13Contopus cooperi NT 5 5 10Knipolegus franciscanus NT 3 3 6Scytalopus novacapitalis NT 1 2 3Geositta poeciloptera NT 3 6 9Porphyrospiza caerulescens NT 7 15 22Sporophila ruficollis NT 1 5 6Sporophila hypochroma NT 1 3 4Sporophila melanogaster NT 9 0 9Oryzoborus maximiliani NT 1 3 4Amaurospiza moesta NT 9 3 12Charitospiza eucosma NT 6 16 22Neothraupis fasciata NT 7 19 26

* Categorias de ameaça: CR - criticamente em perigo; EN - em perigo; VU - vulnerável; NT - quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie está presente em: a - Estados do Domínio da Mata Atlântica (Bencke et al. 2006); b - Amazônia,Cerrado e Pantanal (presente diretório); c - Brasil. As informações para as IBAs dos estados do Domínio da Mata Atlântica correspondemàs apresentadas em Bencke et al. (2006), não tendo sido atualizadas desde a publicação dessa obra. O total referente às demaisespécies pode ser encontrado nos respectivos diretórios.

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Apêndice 7. Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) no Brasil

Código da IBA Nome Fonte*

* Fonte onde está descrita a IBA: 1 - Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil. Parte I - Est ados do Domínio da MataAtlântica (Bencke et al. 2006); 2 - presente diretório (De Luca et al. 2009).

AC/AM01 Tabocais 2AC01 Parque Nacional da Serra do Divisor 2AC02 Alto Juruá 2AL/PE01 São José da Laje/Canhotinho 1AL01 Engenho Coimbra (Usina Serra Grande) 1AL02 Murici 1AL/PE02 Reserva Biológica de Pedra Talhada 1AL03 Usina Cachoeira 1AP01 Parque Nacional do Cabo Orange 2AP/PA01 Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque 2AP02 Goiabal / Piratuba 2AP03 Savanas do Amapá 2AM01 Tepuis do Amazonas 2AM02 Parque Nacional do Jaú 2AM/PA01 Várzeas do Médio Rio Amazonas 2AM03 Mamirauá 2AM04 Arquipélago de Anavilhanas 2AM05 ARIE Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais e Entorno 2AM06 Baixo Rio Javari 2AM07 Alto Sucunduri 2AM/RO01 Campos de Humaitá-Lábrea 2AM/RO02 Campo do Alto Marmelos 2BA01 Curaçá 1BA02 Raso da Catarina 1BA03 Sento Sé/Campo Formoso 1BA04 Mangue Seco 1BA05 Parque Estadual do Morro do Chapéu 1BA06 Matas de Conde e Baixios 1BA07 Serra de Bonito 1BA08 Itanagra 1BA09 Mata da Campina e Fragmentos Adjacentes 1BA10 Ibiquera/Ruy Barbosa 1BA11 Santo Amaro/Cachoeira 1BA12 Parque Nacional da Chapada Diamantina 1BA13 Jaguaquara 1BA14 Baixo-Sul 1BA15 Jequié 1BA16 Rio Arrojado 1BA17 Boa Nova/Serra da Ouricana 1BA18 Ilhéus/Itabuna 1BA19 Vitória da Conquista 1BA20 Serra do Teimoso 1BA21 Una 1BA22 Serras das Lontras e do Javi 1BA23 Serra Bonita 1BA24 Foz dos Rios Pardo e Jequitinhonha 1BA25 Santa Cruz Cabrália/Belmonte 1BA26 Estação Veracruz 1BA27 Parque Nacional do Pau Brasil/Trancoso 1BA28 Parque Nacional de Monte Pascoal 1BA29 Serra de Itamaraju 1BA30 Parque Nacional do Descobrimento 1

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Apêndice 7. (continuaçãos) Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) no Brasil

Código da IBA Nome Fonte*

* Fonte onde está descrita a IBA: 1 - Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil. Parte I - Est ados do Domínio da MataAtlântica (Bencke et al. 2006); 2 - presente diretório (De Luca et al. 2009).

BA31 Rio Mucuri 1CE01 Serra de Ibiapaba 1CE02 Serras de Maranguape e da Aratanha 1CE03 Serra do Baturité 1CE/PE01 Chapada do Araripe 1DF01 Estação Ecológica de Águas Emendadas 2DF02 Parque Nacional de Brasília 2DF03 Cerrados ao Sul de Brasília 2ES01 Sooretama/Linhares 1ES02 Santa Teresa 1ES03 Itarana 1ES04 Reserva Biológica de Duas Bocas 1ES05 Fazenda Pindobas IV e Arredores 1ES/MG01 Parque Nacional do Caparaó 1ES06 Encostas da Região de Domingos Martins 1ES07 Complexo Pedra Azul/Forno Grande 1ES08 Trindade e Martim Vaz 1ES09 Ilhas do Litoral Sul do Espírito Santo 1ES10 Cafundó e Bananal do Norte 1GO01 Terra Ronca 2GO02 Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e Adjacências 2GO/MS01 Parque Nacional das Emas 2MA/PA01 Reentrâncias Maranhenses/Paraenses 2MA/PA02 Gurupi 2MA01 Baixada Maranhense 2MA/PI/CE01 Delta do Parnaíba 2MA02 Barragem de Boa Esperança 2MT/RO/AM01 Ji-Paraná / Roosevelt 2MT01 Saltos das Andorinhas e de Dardanelos 2MT02 Interflúvio dos Rios das Mortes e Araguaia 2MT03 Alto Rio Juruena 2MT04 Tirecatinga / Utiariti 2MT05 Rio Claro 2MT06 Campos do Encanto 2MT07 Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e Adjacências 2MT08 Estação Ecológica Serra das Araras 2MT09 Cáceres 2MT10 RPPN SESC Pantanal e Entorno 2MS01 Nhumirim 2MS02 Maciço do Urucum e Adjacências 2MS03 Rios Negro e Aquidauana 2MS04 Pantanal de Nabileque 2MS05 Parque Nacional da Serra da Bodoquena e Entorno 2MG01 Mocambinho 1MG02 Vale do Peruaçu 1MG03 Januária 1MG/BA01 Bandeira/Macarani 1MG04 Fazenda Santana 1MG05 Reserva Biológica da Mata Escura 1MG/BA02 Alto Cariri 1MG06 Chapada do Catuni 1MG07 Botumirim 1

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Apêndice 7. (continuaçãos) Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) no Brasil

Código da IBA Nome Fonte*

* Fonte onde está descrita a IBA: 1 - Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil. Parte I - Est ados do Domínio da MataAtlântica (Bencke et al. 2006); 2 - presente diretório (De Luca et al. 2009).

MG08 Baixo Rio das Velhas 1MG09 Parque Estadual do Rio Preto 1MG10 Parque Estadual do Pico do Itambé e Serra do Gavião 1MG11 Serra do Cipó 1MG12 Parque Estadual do Rio Doce 1MG13 Caratinga 1MG14 Serra do Caraça 1MG15 Serra da Canastra 1MG16 Ouro Preto/Mariana 1MG17 Parque Estadual da Serra do Brigadeiro 1MG/RJ01 Laranjal/Miracema 1MG18 Parque Estadual da Serra do Papagaio 1PA01 Savanas do Alto Paru 2PA02 Ilha de Marajó 2PA03 Reserva Biológica do Rio Trombetas 2PA04 Várzeas de Monte Alegre 2PA05 Caxiuanã / Portel 2PA06 Rio Capim 2PA07 Baixo Rio Xingu 2PA/AM01 Parque Nacional da Amazônia 2PA08 Jamanxim / Altamira 2PA09 Serra dos Carajás 2PA10 Novo Progresso 2PA/MT01 Cristalino / Serra do Cachimbo 2PB01 Mamanguape 1PB02 Usina Jacuípe 1PB03 Mata do Pau-Ferro 1PR/MS01 Parque Nacional de Ilha Grande 1PR01 Jaguariaíva 1PR02 Cânion do Guartelá 1PR03 Parque Estadual das Lauráceas e Entorno 1PR/SP01 Guaraqueçaba/Jacupiranga/Cananéia 1PR04 Campos Gerais do Paraná 1PR05 Várzeas da Região Metropolitana de Curitiba 1PR06 Serra do Marumbi 1PR07 Parque Estadual do Rio Guarani 1PR08 Baixo Curso do Rio Nhundiaquara 1PR09 Parque Nacional do Iguaçu 1PR10 Corredor do Iguaçu 1PR11 Rio Guaraguaçu 1PR12 APA de Guaratuba 1PR13 Ilhas dos Currais 1PR14 Várzeas do Curso Médio-Superior do Rio Iguaçu 1PR15 Várzeas em Tijucas do Sul 1PR16 General Carneiro 1PE01 Arquipélago de Fernando de Noronha 1PE02 Mata do Estado 1PE03 Serra do Mascarenhas 1PE04 Igarassu 1PE05 Brejo de Taquaritinga 1PE06 Tapacurá 1PE07 Complexo Gurjaú 1

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Apêndice 7. (continuaçãos) Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) no Brasil

Código da IBA Nome Fonte*

* Fonte onde está descrita a IBA: 1 - Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil. Parte I - Est ados do Domínio da MataAtlântica (Bencke et al. 2006); 2 - presente diretório (De Luca et al. 2009).

PE08 Reserva Ecológica Maurício Dantas 1PE09 Brejo dos Cavalos 1PE10 Guadalupe 1PE11 Parque Nacional do Catimbau 1PE12 Serra Negra (Floresta) 1PE13 Serra do Urubu 1PE14 Garanhuns 1PI01 Parque Nacional da Serra da Capivara 1PI02 Estação Ecológica de Uruçuí-Una 1PI03 Parque Nacional da Serra das Confusões 1PI/MA/TO01 Nascentes do Rio Parnaíba 1RJ01 Parque Estadual do Desengano e Entorno 1RJ/MG01 Parque Nacional de Itatiaia 1RJ02 Região Serrana do Rio de Janeiro 1RJ03 Reserva Biológica União 1RJ04 Serra dos Órgãos 1RJ05 Reserva Biológica de Poço das Antas 1RJ06 Serra do Tinguá 1RJ07 Maciços da Tijuca e Pedra Branca 1RJ08 Restinga de Maçambaba e Ilha de Cabo Frio 1RJ09 Ilha Grande 1RJ/SP01 Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis 1RN01 Atol das Rocas 1RN02 Mata Estrela 1RN03 Estação Ecológica do Seridó 1RS01 Parque Estadual do Turvo 1RS/SC01 Campos do Planalto das Araucárias 1RS02 Banhado São Donato 1RS03 Campos de Cima da Serra 1RS/SC02 Região dos Aparados da Serra 1RS04 Banhado dos Pachecos 1RS05 Médio Rio Camaquã 1RS06 Parque Nacional da Lagoa do Peixe 1RS07 Campos da Região de Bagé 1RS08 Região de Pinheiro Machado 1RS09 Estuário da Laguna dos Patos 1RS10 Várzea do Canal São Gonçalo 1RS11 Banhado do Maçarico e Cordões Litorâneos Adjacentes 1RS12 Banhado do Taim 1RO01 Jamari 2RO02 Abunã 2RO03 Vale do Guaporé 2RR01 Tepuis de Roraima 2RR02 Savanas do Rio Cotingo 2RR03 Lavrados de Roraima 2RR04 Campinas e Várzeas do Rio Branco 2SC01 Baía da Babitonga 1SC02 Salto do Piraí 1SC/PR01 Campos de Água Doce e Palmas 1SC03 Região de Blumenau 1SC04 Parque Estadual da Serra do Tabuleiro 1SC05 Painel/Urupema 1

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Apêndice 7. (continuaçãos) Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) no Brasil

Código da IBA Nome Fonte*

SC06 Urubici 1SC07 Parque Nacional de São Joaquim 1SP01 Itirapina 1SP/MG01 Serra da Mantiqueira 1SP/MG02 São Francisco Xavier/Monte Verde 1SP02 Parque Estadual da Serra do Mar (entre Caraguatatuba e Picinguaba) 1SP03 Serra da Cantareira 1SP04 Parque Estadual da Serra do Mar (entre Santos e São Sebastião) 1SP05 Bertioga 1SP06 Parque Estadual de Ilhabela 1SP07 Parque Estadual da Serra do Mar (entre Pedro de Toledo e Cubatão) 1SP08 Itanhaém/Mongaguá 1SP09 Arquipélago dos Alcatrazes 1SP10 Maciço Florestal de Paranapiacaba 1SP11 Estação Ecológica de Juréia-Itatins 1SP12 Ilhas Comprida e Cananéia 1SE01 Serra de Itabaiana e Matas de Areia Branca 1SE02 Mata do Crasto e Restingas de Itaporanga e Estância 1TO/MA/PA01 São Pedro da Água Branca 2TO01 Monumento Natural das Árvores Fossilizadas e Adjacências 2TO02 Cerrados do Nordeste de Tocantins 2TO03 Lizarda 2TO04 Parque Estadual do Cantão 2TO05 Matas Ciliares do Rio do Coco e Afluentes 2TO/BA01 Jalapão 2TO06 Formoso do Araguaia 2TO07 Vale do Rio Palmeiras 2TO08 Interflúvio dos Rios Tocantins e Paranã 2TO09 Aurora de Tocantins / Taguatinga 2Total de IBAs no país 237

* Fonte onde está descrita a IBA: 1 - Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil. Parte I - Est ados do Domínio da MataAtlântica (Bencke et al. 2006); 2 - presente diretório (De Luca et al. 2009).

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Apêndice 8. Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) no Brasil

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• O que é a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil – SAVE Brasil?A Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil) é uma organização da sociedade civilsem fins lucrativos, que tem um foco especial na conservação das aves brasileiras. A SAVE Brasil faz parteda aliança global da BirdLife International e compartilha suas prioridades, políticas e programas deconservação, trocando informações, conhecimentos e experiências, para implementar os objetivos globaisda aliança no âmbito nacional, adequando-os às necessidades do cenário brasileiro. Seguindo os princípiosda BirdLife International, a SAVE Brasil atua de maneira participativa e elabora e implementa estratégias eações de conservação em conjunto com organizações locais e nacionais, órgãos governamentais, líderescomunitários, pesquisadores e demais instituições e membros da sociedade civil, visando sua capacitaçãoe fortalecimento institucional como forma de assegurar a continuidade das ações no longo prazo.

• Qual é o objetivo da SAVE Brasil? – MissãoA SAVE Brasil visa promover a conservação das aves, de seus hábitats e da biodiversidade em geral,trabalhando com as pessoas para o uso sustentável dos recursos naturais.

• Qual é o caminho da SAVE Brasil? – VisãoCom o enfoque nas aves, nas áreas onde elas ocorrem, e nos hábitats dos quais elas dependem, a SAVEBrasil trabalha para conservar os ambientes naturais e para melhorar a qualidade de vida das pessoas deum modo geral.

• O que é o Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica?O Museu de Ciências Naturais foi criado em 5 de novembro de 1955. Em 1972, tornou-se um dos órgãosoperacionais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, instituição pública vinculada à Secretaria deMeio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul.

• Qual é o objetivo da Fundação Zoobotânica e do Museu de Ciências Naturais? – MissãoA Fundação Zoobotânica tem por missão gerar e disponibilizar conhecimento sobre a biodiversidade do RioGrande do Sul e atuar em prol de sua conservação e utilização sustentável. Ao Museu de Ciências Naturaiscabe a responsabilidade de realizar estudos e pesquisas sobre a fauna, flora e ecossistemas naturais, mantercoleções científicas zoológicas, botânicas e paleontológicas de referência e colaborar com a preservação econservação da biodiversidade.

• Qual é a contribuição do Museu de Ciências Naturais?O Museu de Ciências Naturais (MCN) está entre as sete principais instituições de pesquisa do país, que emconjunto agregam metade de todo o acervo científico nacional. As suas coleções científicas, construídas aolongo de mais de meio século de pesquisas, constituem o maior acervo de material-testemunho dabiodiversidade do Rio Grande do Sul e perfazem hoje quase 400.000 registros, entre os quais estão cerca de1.850 exemplares-tipo. Além de executar pesquisas sobre os mais variados grupos da fauna e flora gaúchas,desde algas até vertebrados (atuais e fósseis), o MCN realiza inventários biológicos, diagnósticos ambientaise o biomonitoramento da qualidade ambiental, elabora planos de gestão de unidades de conservação esubsidia a conservação e o manejo de recursos naturais em diversas escalas geográficas, além de possuirdestacada atuação no campo da educação ambiental. O MCN edita dois periódicos científicos, IheringiaSérie Zoologia e Iheringia Série Botânica, que publicam artigos elaborados pelos pesquisadores da própriainstituição e de outras instituições nacionais e do exterior. A partir de 2002, a Iheringia Série Zoologia passoua integrar o sistema Sciello/FAPESP de publicações on-line, sendo a primeira revista científica do Brasil naárea de Zoologia a aderir a esta iniciativa.

M U S E UD E C I Ê N C I A S

N A T U R A I SF u n d a ç ã o Z o o b o t â n i c a - R S - B r a s i l

Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil – SAVE BrasilRua Fernão Dias, 219, Conjunto 2, Pinheiros, 05427-010, São Paulo, SP, Brasil - Tel/Fax: 55 11 3815 2862

Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do SulRua Dr. Salvador França, 1427, Jardim Botânico, 90.690-000, Porto Alegre, RS, Brasil - Tel: 55 51 3320 2033; [email protected]

www.savebrasil.org.brFotos 4ª capa Visão geral de um cerrado na região do Jalapão/TO (Foto de Robson Silva e Silva). Aves: (da esquerda para a direita):Mergus octosetaceus, Anodorhynchus hyacinthinus, Alectrurus tricolor. (Fotos de Édson Endrigo)

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• 74 IBAs identificadas na Amazônia Legal, no Distrito Federal e nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul

• Informações sobre localização, mapas, tamanho, espécies ameaçadas e status atual de proteção de todas as áreas

• 30 espécies ameaçadas e 37 quase ameaçadas localizadas nas áreas identificadas

• O mais completo estudo sobre as aves ameaçadas da Amazônia, Cerrado e Pantanal

• Uma ferramenta prática para a formulação de estratégias de conservação

O Programa de Áreas Importantes para a Conservação das Aves (Important Bird Areas – IBAs) visa a identificação, o monitoramento e a proteção de uma rede de áreas para a conservação das aves e da biodiversidade em geral.

Os critérios para a seleção das IBAs são universais e, portanto, as IBAs são prioridades globais para a conservação. As IBAs são áreas que possuem uma ou mais das seguintes características:

• Possuem populações viáveis de uma ou mais espécies globalmente em perigo de extinção

• Fazem parte de uma rede de áreas que, juntas, englobam um grupo de espécies de distribuição restritas ou endêmicas

• Possuem grandes concentrações de espécies migratórias ou congregantes

Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil

ISBN 85-9980801-X