arcadismo

32
O PROJETO LITERÁRIO DO O PROJETO LITERÁRIO DO ARCADISMO ARCADISMO

Upload: marcelo-lopes

Post on 16-Dec-2015

9 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

arcadismo

TRANSCRIPT

  • O PROJETO LITERRIO DO ARCADISMO

  • A grande odalisca - Ingres

  • A banhista - Ingres

  • ILUMINISMOFrana S XVII------Apogeu: s. XVIII/ Sculo das luzesDomnio da razo sobre a viso teocntrica.+ iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade.+ as crenas religiosas e o misticismo bloqueavam a evoluo do homem.Deus estava na natureza+ John Locke: conhecimento atravs de empirismo.+ Voltaire: liberdade do pensamento+ Jacques Rousseau: estado democrtico/igualdade. .(Contrato Social)+ Montesquieu:Diviso do poder em Ex./Leg./ Jud.+ Diderot: A Enciclopdia

  • ARCADISMO Literatura do sc. XVIII Setecentismo ou NeoclassicismoDomnio histrico no Brasil:

    1768: Obras, de Cludio Manuel da Costa

    1836: Suspiros poticos e Saudades, de Gonalves de Magalhes

  • Havia, na Grcia Antiga, uma parte central do Peloponeso denominada Arcdia. De relevo montanhoso, essa regio era habitada por pastores e vista como um lugar especial, quase mtico, em que os habitantes associavam o trabalho poesia, cantando o paraso rstico em que viviam.No sculo XVIII, o termo Arcdia passou a identificar as academias ou agremiaes de poetas que se reuniam para restaurar o estilo dos poetas clssico-renascentistas, com o objetivo declarado de combater o rebuscamento barroco.

    Ordem e convencionalismo

  • Nicolau Poussin (1594-1665): Et in Arcadia ego

  • A idealizao da vida no campoA esttica desenvolvida nessas academias de poetas passou a ser chamada Arcadismo. Tinha como caracterstica principal a idealizao da vida no campo. O desejo de seguir as regras da poesia clssica fez com que essa esttica tambm fosse conhecida como Neoclassicismo.

  • O pastoralismo Um dos aspectos mais artificiais da esttica rcade o fato de os poetas e de suas musas serem identificados como pastores e pastoras.

    Sou pastor, no te nego; os meus montadosSo esses, que a vs; vivo contenteAo trazer entre a selva florescenteA doce companhia dos meus gados;

    (Soneto IV - Cludio Manuel da Costa)

  • O bucolismoO adjetivo buclico faz referncia a tudo aquilo que relativo a pastores e seus rebanhos, vida e aos costumes do campo.Marlia de Dirceu: Lira XIII

    Num stio ameno, Cheio de rosas De Brancos lrios, Murtas viosas,

    Dos seus amores Na companhia, Dirceu passava Alegre o dia.

    (Toms Antnio Gonzaga)

  • Linguagem: simplicidade acima de tudoO Arcadismo adota como misso combater a artificialidade verbal dos poetas barrocos. Por isso, elege a simplicidade como norma para a criao literria.

    Enquanto pasta alegre o manso gado,Minha bela Marlia, nos sentemos sombra deste cedro levantado.Um pouco meditemosNa regular beleza,Que em tudo quanto vive nos descobreA sbia Natureza

    (Toms Antnio Gonzaga)

  • fugere urbem: fuga da cidade; afirmao das qualidades da vida no campo. locus amoenus: valorizao das coisas cotidianas, simples, focalizadas pela razo e pelo bom senso aurea mediocritas:caracterizao de um lugar ameno, onde os amantes se encontram paradesfrutar dos prazeres da natureza. carpe diem: cantar o dia; trata da passagem do tempo como algo que traz a velhice, a fragilidade e a morte, tornando imperativo aproveitar o momento presente de modo intenso. inutilia truncat: eliminao dos excessos, evitando qualquer uso mais elaborado da linguagem.

    Retomada dos lemas latinos:

  • CLUDIO MANUEL DA COSTA

    Influncia de Petrarca e Cames (sonetos); Resduos cultistas: (transio Barroco/Arcadismo); Fixao pelo cenrio rochoso de Minas (a imaginao da pedra); Conflito interior: provocado pelo contraste entre o rstico mineiro e a vivncia intelectual e social na Europa ; Ambiguidade: nativismo X colonialismo; Platonismo amoroso: Nise a musa freqente; Temtica: o amante infeliz; o contraste rstico X civilizado; a tristeza da mudana das coisas em relao permanncia dos sentimentos

  • Destes penhascos fez a natureza

    Destes penhascos fez a naturezaO bero em que nasci: oh! quem cuidaraQue entre penhas to duras se criaraUma alma terna, um peito sem dureza!

    Amor, que vence os tigres, por empresaTomou logo render-me; ele declaraContra meu corao guerra to raraQue no me foi bastante a fortaleza.

    Por mais que eu mesmo conhecesse o danoA que dava ocasio minha brandura,Nunca pude fugir ao cego engano;

    Vs que ostentais a condio mais dura,Temei, penhas, temei: que Amor tiranoOnde h mais resistncia mais se apura.Cludio Manuel da Costa

  • TOMS ANTNIO GONZAGA Elementos no-convencionais: representao direta da natureza mineira, e no clssica; lirismo pessoal (depressivo) decalcado da biografia, massem exageros

    .Obra lrica: MARLIA DE DIRCEU

    Eu, Marlia, no sou algum vaqueiro,Que viva de guardar alheio gado,De tosco trato, de expresses grosseiro,Dos frios gelos e dos sis queimado.Tenho prprio casal e nele assisto;D-me vinho, legume, fruta, azeite;Das brancas ovelhinhas tiro o leite,E mais as finas ls, de que visto.Graas, Marlia bela,Graas minha estrela!

    Eu vi o meu semblante numa fonte,Dos anos inda no est cortado;Os Pastores, que habitam este monte,Respeitam o poder do meu cajado.Com tal destreza toco a sanfoninha,Que inveja at me tem o prprio Alceste:Ao som dela concerto a voz celesteNem canto letra que no seja minha.Graas, Marlia bela,Graas minha estrela! ...

  • MARLIA DE DIRCEU 1. Parte

    - Valorizao da figura da mulheramada;- A natureza o cenrio perfeitopara o idlio;- Declarao de Dirceu a Marlia;- Dirceu assume-se como pastor;Sonhos de felicidade futura.

    2 parte

    - Escrita no crcere pelo inconfidente;- Substitui-se o locus amoenus pelolocus horrendus;- Pr-Romantismo: melancolia,saudade, depresso

  • Os teus olhos espalham luz divina,A quem a luz do Sol em vo se atreve:Papoula, ou rosa delicada, e fina,Te cobre as faces, que so cor de neve.Os teus cabelos so uns fios douro;Teu lindo corpo blsamos vapora.Ah! No, no fez o Cu, gentil Pastora,Para glria de Amor igual tesouro.Graas, Marlia bela,Graas minha Estrela! (...)

    Os seus compridos cabelos,Que sobre as costas ondeiam,So que os de Apolo mais belos;Mas de loura cor no so.Tm a cor da negra noite;E com o branco do rostoFazem, Marlia, um compostoDa mais formosa unio.

  • Pastoralismo e bucolismo: entendimento de que felicidade e beleza decorrem da vida no campo; Convencionalismo: pseudnimos rcades (Toms = Dirceu; Maria Dorotia Joaquina = Marlia) Texto monologal: Marlia vocativo, pretexto para o autor falar de si mesmo Otimismo e narcisismo: satisfao com o prprio destino,autovalorizao, exaltao sensibilidade artstica e aluso virilidade; Ideal burgus de vida: afirmao da privilegiada situao econmica e da posse da terra; Simplicidade: predomnio da ordem da frase, sem muitas figuras. Realismo descritivo: captao da rusticidade da paisagem e da vida da Colnia. Amor serdio: valorizao do carpe diem devido conscincia da fugacidade do tempo.

  • Toms Antnio Gonzaga satricoObra: CARTAS CHILENAS

    Forma e contedo: * Treze cartas annimas * Decasslabos brancos * Critilo (Gonzaga) escreve a seu amigo Doroteu (Cludio M. da Costa), criticando os atos do governador doChile, Fanfarro Minsio, (o governador de Minas Gerais, Lus da Cunha Menezes)

  • O INDIANISMO DE BASLIO DA GAMA E SANTA RITA DUROBASLIO DA GAMA SANTA RITA DUROINDIANISMOGlorificao do homem natural que enfrenta os representantes da civilizao europia.Glorificao do ndio que se converte religio do dominador luso e o auxilia na conquista da terra

  • BASLIO DA GAMA

    Poema pico: O URAGUAI Tema central: a histria das tropas luso-espanholas enviadas regio das misses jesuticas para desalojar os ndios e jesutas (aps o Tratado de Madri ) e subseqente destruio de So Miguel. O poema a narrao da luta pela posse da terra, travada em 1757 e foi dedicado ao irmo do Marqus de Pombal.

  • Personagens:

    - General Gomes Freire de Andrade (chefe portugus);- Catneo (chefe das tropas espanholas);- Cacambo (chefe indgena);- Cep (guerreiro ndio);- Balda (jesuta administrador de Sete Povos das Misses);- Caitutu (guerreiro indgena, irmo de Lindia);- Lindia (esposa de cacambo);- Tanajura (indgena feiticeira).

  • Este lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a msera Lindia. L reclinada, como que dormia, Na branda relva e nas mimosas flores, Tinha a face na mo, e a mo no tronco De um fnebre cipreste, que espalhava Melanclica sombra. Mais de perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente, e lhe passeia, e cinge Pescoo e braos, e lhe lambe o seio. Fogem de a ver assim, sobressaltados, E param cheios de temor ao longe; E nem se atrevem a cham-la, e temem Que desperte assustada, e irrite o monstro, E fuja, e apresse no fugir a morte. Porm o destro Caitutu, que treme Do perigo da irm, sem mais demora Dobrou as pontas do arco, e quis trs vezes Soltar o tiro, e vacilou trs vezes Entre a ira e o temor. Enfim sacode O arco e faz voar a aguda seta, Que toca o peito de Lindia, e fere A serpente na testa, e a boca e os dentesDeixou cravados no vizinho tronco.Aouta o campo co'a ligeira caudaO irado monstro, e em tortuosos girosSe enrosca no cipreste, e verte envoltoEm negro sangue o lvido veneno.Leva nos braos a infeliz LindiaO desgraado irmo, que ao despert-laConhece, com que dor! no frio rostoOs sinais do veneno, e v feridoPelo dente sutil o brando peito.Os olhos, em que Amor reinava, um dia,Cheios de morte; e muda aquela lnguaQue ao surdo vento e aos ecos tantas vezesContou a larga histria de seus males.Nos olhos Caitutu no sofre o pranto,E rompe em profundssimos suspiros,Lendo na testa da fronteira grutaDe sua mo j trmula gravadoO alheio crime e a voluntria morte.E por todas as partes repetidoO suspirado nome de Cacambo.Inda conserva o plido semblanteUm no sei qu de magoado e triste,Que os coraes mais duros enterneceTanto era bela no seu rosto a morte!

  • SANTA RITA DUROCARAMURU A glorificao do colonizador branco.Personagens: - Diogo lvares Correia - Paragua - Moema

  • Caractersticas de Caramuru:Tradicionalismo pico: duros trabalhos dum heris,contato entre gentes diversas, viso duma seqnciahistrica (uma brasilada!); Referncia: a fatos histricos desde o Descobrimentoat a poca do autor; Destaque ao teor informativo e descritivo: louvao daterra, dos costumes, dos ritos indgenas... Inspirao religiosa: louva a colonizao comoempresa religiosa desinteressada (objetivo:catequese!); Desprezo: viso laica e civil a qual se observa emO Uraguai e nos poemas satricos

  • XXXVIII'Brbaro (a bela diz), tigre e no homemPorm o tigre, por cruel que brame,Acha foras amor que enfim o domem;S a ti no domou, por mais que eu te ame.Frias, raios, coriscos, que o ar consomem,Como no consumis aquele infame?Mas pagar tanto amor com tdio e asco...Ah! que corisco s tu... raio... penhasco!XXXIXBem puderes, cruel, ter sido esquivo,Quando eu a f rendia ao teu engano;Nem me ofenderas a escutar-me altivo,Que favor, dado a tempo, um desengano;Porm, deixando o corao cativoCom fazer-te a meus rogos sempre humano,Fugiste-me, traidor, e desta sortePaga meu fino amor to crua morte?

  • O Arcadismo e a Inconfidncia MineiraA descoberta do ouro nas Minas Gerais deslocou para o sudeste o desenvolvimento urbano brasileiro no sculo XVIII. A produo cultural, acontecia principalmente na Bahia e em Pernambuco, passa a se concentrar na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), a mais prspera da regio.

    A opresso administrativa portuguesa, o declnio da produo do ouro, a convivncia com as idias liberais de Rousseau, Montesquieu, John Locke e a revoluo na Amrica do Norte

    principais fatores

    movimento revolucionrio em Vila Rica.

  • Vila Rica (atual Ouro Preto)1 2

  • Libertas quae sera tamen proclamar a RepblicaObjetivos dos inconfidentes tornar o Brasil independente de Portugal. A bandeira escolhida estamparia o lema dos inconfidentes, extrado de um verso de Virglio:

    Libertas quae sera tamen (liberdade ainda que tardia).

  • O fim dos inconfidentesOuvidor em Vila Rica, Foi preso e deportado para Moambique, onde falece, em 1810.

    Toms Antnio GonagaCludio Manuel da CostaFoi denunciado e preso. Enforcou-se, em 1789, na celda da priso em que aguardava julgamento, localizada na Casa dos Contos.

    **