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    ARBORIZAOURBANA

    Eng. Florestal Michiko Nakai de Araujo

    Eng. Florestal Antonio Jos de Araujo

    Srie de Cadernos Tcnicos da Agenda Parlamentar

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    SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    Srie de Cadernos Tcnicos

    aRBoRIZao URBana

    Enga. Florestal Michiko Nakai de AraujoEng. Florestal Antonio Jos de Araujo

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    SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    EXPEDIENTEPublicaes temcas da Agenda Parlamentar do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura

    e Agronomia do Paran CREA-PR

    Acessibilidade

    Cercas Eletricadas

    Conservao de solos e gua

    Construo Coisa Sria

    Ideias e Solues para os Municpios

    Iluminao Pblica

    Inspeo e Manuteno Predial

    Instalaes ProvisriasLicenciamentos Ambientais

    Licitaes e Obras Pblicas

    Nossos Municpios mais Seguros

    Obteno de Recursos

    Planos Diretores

    Preveno de Catstrofes

    Produtos Orgnicos

    Programas e Servios do CREA-PR

    Resduos Slidos

    Saneamento Ambiental

    Uso e Reso de gua

    Mobilidade Urbana

    Psicultura

    Qualicao de mo de obraarbriz Urb

    Sistema Virio e Trnsito Urbano

    Arquitetura e Engenharia Pblicas

    Prossionais na Gesto Municipal

    Recursos Financeiros para os Municpios

    Licitao I - Compra direta

    pUBlIcao:

    ANO 2011

    Direri: PRESIDENTE: Engenheiro Agrnomo lvaro Jos Cabrini Jnior (licenciado); 1 VICE-PRESIDENTE: Engenheiro Civil Andr Luis Gonalves (em exercciode 8/08/11 a 8/11/11); 2 VICE-PRESIDENTE: Engenheiro Agrnomo Orley Jayr Lopes; 1 SECRETRIO: Engenheiro Civil Jos Rodolfo de Lacerda; 2 SECRETRIO:Engenheiro Eletricista Aldino Beal; 3 SECRETRIO: Tcnico em Edicaes Mrcio Gamba; 1 TESOUREIRO: Engenheiro Mecnico Silmar Brunao Van Der Broo-cke; 2 TESOUREIRA: Engenheira Agrnoma Adriana Baumel; DIRETORA ADJUNTA: Arquiteta Ana Carmen de Oliveira.

    Jornalista Responsvel: Anna Preussler; Projeto grco e diagramao: Mamute Design; Reviso ortogrca: Lia Terbeck; Organizao: Patrcia Blmel; Edio:Assessoria de Comunicao do CREA-PR.

    Agenda Parlamentar CREA-PR Assessoria de Apoio s Endades de Classe: Gestor Claudemir Marcos Praes; Eng. Mario Guelbert Filho; Eng. Jeerson Oliveirada Cruz; Eng. Vander Della Colea Moreno; Eng. Helio Xavier da Silva Filho; Eng. Israel Ferreira de Mello; Eng. Gilmar Pernoncini Rier; Eng. Edgar Matsuo Tsuzuki.

    Tiragem: 1.000 exemplares

    * O contedo deste caderno tcnico de inteira responsabilidade do autor.

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    SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    apRESEntaoResultado das discusses da Agenda Parlamentar, programa de contribuio tcnica s gestes

    municipais realizados pelo CREA-PR Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura, Agronomia em

    parceria com endades de classe nos municpios, a presente publicao tm o objevo de orientar eauxiliar os gestores na implementao das propostas apresentadas como prioritrias para a melhoriada qualidade de vida dos paranaenses. Foram mais de 250 propostas compiladas em trs grandes re-as: Cidade, Cidadania e Sustentabilidade.

    Os temas foram detalhados por especialistas e so apresentados de forma a subsidiar projetose propostas de polcas pblicas para os municpios. Os contedos so apresentados em formato decarlha, totalizando vrias publicaes, como: Acessibilidade; Cercas Eletricadas; Conservao de so-

    los e gua; Construo Coisa Sria; Iluminao Pblica; Inspeo e Manuteno Predial; InstalaesProvisrias; Licenciamentos Ambientais; Licitaes e Obras Pblicas; Nossos Municpios mais Seguros;Obteno de Recursos; Planos Diretores; Preveno de Catstrofes;Produtos Orgnicos; Programase Servios do CREA-PR; Propostas da Agenda Parlamentar; Resduos Slidos; Saneamento Ambien-tal; Uso e Reso de gua; Mobilidade Urbana; Psicultura; Qualicao de mo de obra; ArborizaoUrbana; Sistema Virio e Trnsito Urbano; Arquitetura e Engenharia Pblicas; Prossionais na GestoMunicipal; Recursos Financeiros para os Municpios; Licitao I - Compra direta.

    Alm dos contedos apresentados nas publicaes o CREA-PR, as Endades de Classe das reas

    da Engenharia, Arquitetura e Agronomia e os prossionais ligados a estas reas esto disposio dosgestores no auxlio e assessoramento tcnico que se zerem necessrios para a busca da aplicaodeste trabalho tcnico na prca, a exemplo do que j vem acontecendo com muitas das propostasapresentadas e que j saram do papel. Da mesma forma, o programa Agenda Parlamentar no se en-cerra com estas publicaes, mas ganha nova fora e expanso do trabalho com a apresentao tcnicae fundamentada dos assuntos.

    Diretoria CREA-PR

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    SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    Sumrio

    1. INTRODUO ......................................................................................................................................9

    2. OBJETIVO .............................................................................................................................................9

    3. FUNDAMENTAO LEGAL .................................................................................................................10

    4. CONCEITOS DE ARBORICULTURA, FLORESTA URBANA E GESTO DA FLORESTA URBANA .................11

    5. GESTO DA FLORESTA URBANA: PLANO DIRETOR DA ARBORIZAO URBANA ................................11

    5.1 INVENTRIO DA ARBORIZAO URBANA: SUBSDIOS PARA O PDAU...................................12

    5.1.1 Inventrio O Que Temos? ........................................................................................12

    5.1.2 Objevos ....................................................................................................................13

    5.1.3 Tipos de Inventrio.....................................................................................................13

    5.1.4 Fases de um Inventrio ..............................................................................................14

    5.1.5 Anlise dos Dados e Relatrio Final ...........................................................................16

    5.1.6 Uso e Atualizao do Inventrio .................................................................................17

    5.1.7 Avaliao de Atudes .................................................................................................17

    5.2 OBJETIVO E METAS PARA O FUTURO: O QUE QUEREMOS COM O PDAU ............................17

    5.3 PLANO DE MANEJO ..............................................................................................................185.4 AJUSTE DO PLANO DE MANEJO ...........................................................................................18

    6. PROGRAMA DE PLANTIO DE RVORES URBANAS ............................................................................19

    6.1 SELEO DE ESPCIES...........................................................................................................19

    6.2 DIVERSIDADE DE ESPCIES E IDADES ....................................................................................21

    6.3 A PRODUO DE MUDAS ALTAS ...........................................................................................21

    6.4 PLANTIO ..............................................................................................................................22

    6.5 ESPAAMENTO ENTRE RVORES ..........................................................................................23

    7. PROGRAMA DE MANUTENO DE RVORES URBANAS ...................................................................24

    7.1 TIPOS E RAZES PARA FAZER A PODA ..................................................................................24

    7.2 QUANDO FAZER A PODA? .....................................................................................................25

    7.3 CICLO DE PODA.....................................................................................................................25

    7.4 GUIA PARA UMA PODA REGULAR ........................................................................................26

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    8 SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    7.5 MTODO DE TRS CORTES ..................................................................................................26

    7.6 TRATAMENTO DA LESO DE PODA OU OUTRAS LESES ......................................................27

    7.7 DENDROCIRURGIA ................................................................................................................27

    7.8 OUTRAS OPERAES DE MANUTENO DE RVORES URBANAS........................................27

    8. EXEMPLOS .........................................................................................................................................27

    9. CONCLUSES .....................................................................................................................................28

    10. REFERNCIAS ...................................................................................................................................29

    11. AUTORES..........................................................................................................................................30

    12. ANEXOS ...........................................................................................................................................31

    ANEXO 1 .....................................................................................................................................32

    CAPTULOS DA POLTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DA CONSTITUIO FEDERAL .32ANEXO 2A ...................................................................................................................................33

    INVENTRIO DE RVORES URBANAS ..................................................................................33

    ANEXO 2B ...................................................................................................................................34

    INVENTRIO DE RVORES URBANAS ..................................................................................34

    ANEXO 3 .....................................................................................................................................35

    GUIA PARA AVALIAR A CONDIO DE RVORES URBANAS ................................................35

    ANEXO 4 .....................................................................................................................................36

    INSTRUES PARA UTILIZAR O GUIA PARA AVALIAR A CONDIO DE RVORES URBANAS .... 36

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    9SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    1. IntRoDUoAs rvores urbanas e as vegetaes associadas tm inmeros usos e funes no ambiente ur-

    bano. Alm do uso estco e arquitetnico, a vegetao urbana desempenha vrias funes de enge-

    nharia. As rvores urbanas so importantes para a sociedade porque a maioria das pessoas vive nascidades. Desde o ano 2000, mais de 81% da populao brasileira mora em cidades. As rvores ajudamna melhoria da qualidade de vida das pessoas, contribuem para o lazer, conforto e bem-estar das pes-soas. As rvores fazem parte de nossa vida diria.

    Os benecios das rvores urbanas so vrios. As rvores e orestas urbanas tm a funo dediminuir os impactos ambientais da urbanizao, moderando o clima, conservando energia no interiorde casas e prdios, absorvendo o dixido de carbono, melhorando a qualidade da gua, controlando oescoamento das guas e as enchentes, reduzindo os nveis de barulho, oferecendo abrigo para animaise aves e melhorando a atravidade das cidades, entre os muitos benecios que nos proporcionam.

    Alguns dos problemas que as rvores urbanas enfrentam no ambiente das cidades so: o solocompactado ou alterado, com a presena de entulhos; decincia de gua e nutrientes; temperaturasmodicadas; poluio do ar; radiao solar alterada (sombreamento); espao reduzido para crescertanto para as razes como para a copa; podas drscas (mulao da rvore); danos mecnicos (porveculos, cortadores de grama, anelamento do tronco, e outros) e o vandalismo.

    2. oBJEtIVoO objevo desta publicao de orientar e auxiliar os gestores da arborizao urbana no plane-

    jamento e manejo da arborizao das cidades. A nfase principal de discur os principais elementos eetapas para a elaborao do Plano Diretor da Arborizao Urbana (PDAU). Esse Plano Diretor deve ser odocumento balizador das aes para que a arborizao urbana contribua efevamente para a melhoria

    da qualidade de vida dos paranaenses.

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    3. FUnDamEntao lEgalO Plano Diretor da Arborizao Urbana PDAU deve ser um documento elaborado, discudo e

    aprovado pelos municpios com a parcipao da populao. Deve ser um instrumento complementar

    ao Plano Diretor do Municpio ou Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Municipal, alm de estarem consonncia com a Lei Orgnica do Municpio. O Plano Diretor uma exigncia do Estatuto da Ci-dade, aprovado pela Lei 10.257, de 10 de julho de 2001.

    A Constuio Federal, em seus argos 182 e 183, dene a polca urbana, determinando queo instrumento bsico da polca de desenvolvimento e expanso urbana o Plano Diretor Municipal(Anexo 1). O planejamento na esfera local ressurgiu, com vigor, nos anos noventa. Para alm da exi-gncia constucional, o intenso crescimento das cidades brasileiras refora o papel do planejamentolocal como importante instrumento para organizao das aes governamentais, visando o bem-estarcolevo e a jusa social. A viso atual do Plano Diretor difere bastante de sua concepo anterior. Demero documento administravo com pretenso de resoluo de todos os problemas locais, desconsi-derando as prcas sociais quodianas, o Plano Diretor assume a funo de, como instrumento, inter-ferir no processo de desenvolvimento local, a parr da compreenso integradora dos fatores polcos,econmicos, nanceiros, culturais, ambientais, instucionais, sociais e territoriais que condicionam asituao encontrada no Municpio. O Plano Diretor, deixa de ser o plano de alguns para ser de todos,construdo a parr da parcipao dos diferentes setores sociais, fazendo com que, colevamente,ocorra a sua elaborao, implementao e sua natural e necessria reviso. As estratgias, original-mente adotadas, podem ser revistas aps a avaliao responsvel e consequente do Plano Diretor,permindo mudanas nos rumos anteriormente traados e perseguidos (OLIVEIRA, 2001).

    De acordo com o Estatuto da Cidade, o Plano Diretor deve ser aprovado por lei municipal e seconstui em instrumento bsico da polca de desenvolvimento e expanso urbana. Como parte detodo o processo de planejamento municipal, o Plano Diretor dever estar integrado ao plano plurianu-al, s diretrizes oramentrias e ao oramento anual. Muitos municpios j elaboraram o Plano Diretorpara todo o territrio municipal; outros o limitaram s cidades-sede; outros h que desenvolveram

    seu Plano Diretor considerando tambm as cidades dos seus respecvos distritos. Vrias abrangnciaspodem ser idencadas. Contudo, muitos municpios, apesar da obrigatoriedade constucional deelaborao de Plano Diretor nas cidades com mais de 20.000 habitantes, em vigor desde 1988, aindano o elaboraram. importante assinalar que obrigatrio, pelo Estatuto da Cidade, que as cidadesintegrantes de regies metropolitanas e aglomeraes urbanas, as pertencentes a reas de especialinteresse tursco e, ainda, as inseridas na rea de inuncia de empreendimentos ou avidades comsignicavo impacto de mbito regional ou nacional elaborem seus respecvos planos diretores, mes-mo que tenham menos de 20.000 habitantes (OLIVEIRA, 2001).

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    4. concEItoS DE aRBoRIcUltURa, FloREStaURBana E gESto Da FloRESta URBana

    A arboricultura pode ser denida como a arte e a cincia do plano e culvo de uma rvore oupequeno grupo de rvores, arbustos ou trepadeiras lenhosas (HARRIS, CLARK, MATHENY, 1999). J aoresta urbana o conjunto de todas as rvores e vegetao associada que estejam dentro e em voltade povoamentos humanos densos, ou seja, nas reas urbanas.

    A oresta urbana inclui as rvores plantadas em caladas, parques, praas, jardins, quintais,estacionamentos, cemitrios e bosques urbanos. O conceito de oresta urbana inclui as rvores e ve-getao localizadas tambm em reas suburbanas e periurbanas.

    A Sociedade Americana de Engenheiros Florestais deniu a Gesto da Floresta Urbana comosendo um ramo especializado da Engenharia Florestal, que tem como objevo o culvo e o manejo dervores urbanas por sua presente e potencial contribuio siolgica, sociolgica e econmica para obem-estar da sociedade urbana (MILLER, 1988). Inerente a esse objevo est a funo de educar a po-pulao urbana sobre o papel das rvores e outras vegetaes no ambiente urbano. Num sendo maisamplo, a Gesto da Floresta Urbana abrange um sistema mul-administravo que inclui a manutenodas rvores urbanas em geral, a reciclagem dos resduos de vegetao, o manejo das bacias hidrogr-cas municipais e do habitatde animais silvestres, a recreao ao ar livre e o manejo da paisagem, em

    toda a rea urbana e periurbana.

    5. gESto Da FloRESta URBana:plano DIREtoR Da aRBoRIZao URBana

    O Plano Diretor da Arborizao Urbana PDAU um documento que resulta de um planejamen-to minucioso, contendo as diretrizes, metas, aes, normas etc., para a realizao de objevos de curtoe longo prazo. Um PDAU deve ser baseado em: um sistema de inventrio dinmico; reer os valoresda comunidade; estabelecer metas a curto, mdio e longo prazo; prioridades para as avidades deplano e manuteno e o estabelecimento de uma polca de remoo e reposio de rvores.

    As vantagens que um PDAU corretamente desenvolvido pode, potencialmente, apresentar so:menos interferncia das rvores com prdios e construes; menores problemas com doenas; menormanuteno e menores custos em termos de podas de limpeza e remoo de rvores; menores danos

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    nas caladas; uma arborizao estecamente mais agradvel; maior segurana para o pblico; meno-res custos de poda para resolver conitos com a ao area; e menores interrupes nas linhas detransmisso de eletricidade, telefonia, TV a cabo etc.

    5.1 InVEntRIo Da aRBoRIZao URBana: SUBSDIoS paRa o pDaUA arborizao urbana um patrimnio pblico, como outro qualquer, que pertence ao poder

    pblico. Os engenheiros orestais e outros prossionais que atuam na rea de arborizao urbanatm vrias responsabilidades associadas com a manuteno e manejo da vegetao urbana, mas a suaresponsabilidade principal, na maioria das cidades, a de cuidar das rvores de rua em vias pblicas.

    A rvore de rua denida como aquela rvore de propriedade pblica, crescendo na via pblica,geralmente na calada, entre as propriedades e o meio-o. So tambm rvores de rua aquelas rvoresque esto crescendo no canteiro central de avenidas, rvores plantadas em ruas sem calada e meio--o.

    5.1.1 Inventrio O Que Temos?

    O manejo de qualquer recurso comea com o inventrio do mesmo e o manejo da arborizaourbana no uma exceo. O inventrio o primeiro passo para um bom plano de manejo. No concebvel que um administrador tente fazer um plano de manejo da arborizao urbana sem uminventrio das rvores. Contudo, aparentemente, a maioria dos gestores da arborizao urbana estmanejando esse recurso, extremamente valioso, sem conhecer por quantas rvores so responsveis,quais as espcies presentes, as suas condies, seus tamanhos e onde elas esto localizadas.

    Um inventrio de rvores de rua pode ser denido como a metodologia de obteno de dadossobre rvores urbanas e organizao desses dados em informaes ulizveis. Os dados resultam daobservao individual da rvore e as informaes so valores agregados como total, mdias, porcenta-gens, grcos ou tabelas para fornecer subsdios para o manejo.

    Os inventrios de rvores de rua no precisam ser complexos ou exausvos nas caracterscas

    a serem medidas. No entanto, devem proporcionar um nvel mnimo de informao, para permir aogestor tomar decises de manejo inteligentes.

    A necessidade de inventrio varia de acordo com:

    a) o tamanho da cidade;

    b) o nvel de servio desejado (qualidade da gesto);

    c) os problemas potenciais ou j existentes na vegetao urbana.

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    13SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    Alguns programas de gesto da arborizao urbana podem funcionar bem com esmavas sim-ples de apenas algumas caracterscas das rvores. Outras cidades podem necessitar de um sistemade inventrio mais soscado que requeira o uso de um computador e sofware adequado para essanalidade. Cada cidade diferente e cada uma pode ter necessidades diferentes de manejo para suasrvores de rua.

    Um inventrio mais efevo aquele que feito ou adaptado para as necessidades especcasda comunidade. As cidades que estejam iniciando um novo programa de gesto da sua arborizao ur-bana precisam estabelecer metas e objevos preliminares de manejo e ento desenvolver um sistemade informao para obter os dados necessrios para alcanar essas metas e objevos (ARAUJO, 1992).

    5.1.2 objevs

    O objevo geral do inventrio de rvores de rua fornecer informaes essenciais para auxi-liar o administrador na tomada de decises. Os objevos especcos devem ser: fornecer um registroatualizado dos recursos; auxiliar no planejamento; subsidiar a programao; monitorar as tarefas demanuteno; e auxiliar nas tomadas de decises de manejo, principalmente quando for desenvolvidoo oramento. Uma vez que se estabeleceu a necessidade de um inventrio, a prxima etapa a suarealizao.

    5.1.3 Tipos de Inventrio

    Os principais pos de inventrios de rvores de rua so:a) Inventrio parcial ou por amostragem: so avaliados de 2 a 10% da populao de rvores;

    b) Inventrio completo ou censo avaliado 100% da populao.

    O propsito de se usar amostragem o de fornecer esmavas dos parmetros (altura, dime-tro etc.) de interesse, a um custo razovel e com acurcia suciente para os ns de manejo. Por estarazo, o inventrio por amostragem mais provvel de ser usado no caso de grandes populaes dervores de rua, quando o custo de um censo seja muito elevado. O inventrio por amostragem forne-

    cer informaes para alguns parmetros desejados e num certo grau de conabilidade, porm seminformaes individualizadas por rvore para a maior parte da populao.

    O uso de inventrio completo ou censo possibilita o registro e a criao de um sistema de con-trole por rvore. Cada rvore tem uma cha, em papel ou arquivo digital, onde so registrados todosos seus dados. Nessa cha individual podem ser registradas as aes de manuteno (podas, controlede pragas, controle de doenas, controle de erva-de-passarinho etc.) e as reclamaes e solicitaes demoradores. Esse sistema pode ser l caso uma rvore seja objeto de ligio.

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    14 SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    5.1.4 Fases de um Inventrio

    5.1.4.1 Planejamento

    Alm de determinar os objevos do inventrio e decidir quais os dados a serem coletados, umformulrio ou cha de inventrio deve ser desenvolvido para a coleta de dados. O formulrio deve ser

    construdo de tal forma que se tenha espao para anotar informaes adicionais que no foram ante-cipadas. Uma sugesto de cha de inventrio, desenvolvido e testado pelos autores apresentada emanexo (Anexos 2A e 2B).

    Uma parte do planejamento consiste em desenvolver uma lista de variveis a serem medidascom suas respecvas codicaes e desenvolver regras de como as variveis sero medidas, como asrvores sero numeradas e como outras situaes de campo sero tratadas de maneira que haja con-sistncia nas medies.

    Os dados a serem coletados no inventrio devem ser aqueles que forneam a informao neces-sria a um custo razovel. Deve-se evitar a coleta de dados supruos que podem ser interessantes,mas no so essenciais. A seguir, so apresentados alguns dados que podem ser necessrios e queesto agrupados em quatro categorias:

    a) Data e equipe: a data da coleta de dados; nome dos responsveis pela coleta de dados.

    b) Localizao da rvore:

    - Nmero da amostra; bairro; nome da rua;

    - Nmero da casa (nmero do endereo postal);

    - Nmero da rvore;

    - Coordenadas da rvore (quando exisr mais de uma rvore por endereo).

    c) Caracterscas da rvore:

    - Idencao da espcie (nome popular e botnico);

    - Dimetro do tronco (DAP);

    - Altura da rvore;

    - Condio da rvore;

    - Presena de pragas (Exemplo: erva-de-passarinho);

    - Necessidade de manejo (principalmente a poda).

    d) Caracterscas do meio (podem, eventualmente, ser importantes se forem usadas para esta-belecer novos planos, remoo etc.):

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    15SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    - Largura da calada;

    - Quandade e po de trfego;

    - Presena de redes de servios (eletricidade, telefonia etc.);

    - Presena de marquises;- Idencao do local de novos planos de rvores;

    - Outras informaes, como distncias de postes e esquinas.

    Um dos dados de maior importncia que deve ser coletado no inventrio o referente con-dio da rvore (MFPA, 1986). Um mtodo para avaliar a condio de rvores urbanas discudonos Anexos 3 e 4 (ARAUJO, A. J. de; ARAUJO, M. N. de, 2006). A condio pode ser avaliada em cincocategorias: excelente, boa, regular, ruim e pssima. Essa informao nos habilita de imediato, a iniciar

    o processo de idencao de rvores de risco que so aquelas que potencialmente podem causar da-nos ao patrimnio ou vida das pessoas. Essa metodologia foi usada em vrias cidades, como Curibae Ira, com excelentes resultados (SCHALLENBERGER et al., 2010).

    Os dados do dimetro e da altura podem ser avaliados como variveis connuas ou discretas. Secomo varivel connua, o DAP (Dimetro Altura do Peito, ou seja, a 1,30 m acima do solo) pode sermedido em cenmetros, ulizando-se uma suta ou ta diamtrica. Se medido como varivel discreta,o dimetro pode ser registrado em cinco ou mais classes, como por exemplo:

    1 < 10 cm

    2 11 a 20 cm

    3 21 a 30 cm

    4 31 a 40 cm

    5 > 40 cm

    A altura tambm pode ser medida com aproximao de decmetros, ulizando um hipsmetro(Blume Leiss e outros) ou tambm pode ser avaliada visualmente e registrada em formulrio em clas-ses, como por exemplo:

    1 < 4 m

    2 4,1 a 6,0 m

    3 6,1 a 8,0 m

    4 8,1 a 10,0 m

    5 > 10,0 m

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    16 SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    Antes de iniciar o inventrio, deve-se testar tudo em um inventrio piloto, medindo alguns blo-cos ou ruas em diferentes partes da cidade e fazer os ajustes necessrios do procedimento e se ne-cessrio, escrever um manual de instrues para que seja ulizado pelos coletores de dados. Estetreinamento discudo a seguir.

    5.1.4.2 Treinamento da EquipeQuando a equipe formada por voluntrios, estagirios ou funcionrios sem experincia em in-

    ventrios necessrio realizar sesses de treinamento. No treinamento deve-se explicar o objevo doinventrio, as regras das medies e as expectavas de qualidade do trabalho. Ento, deve-se conduziruma ou mais sesses de prca nas ruas, trabalhando com todas as pessoas envolvidas. Geralmente, umaequipe de duas pessoas o mais eciente (uma para medir e outra para anotar os dados). Devem-se for-mar tantas equipes quanto forem necessrias para cumprir a etapa de coleta de dados de acordo com ocronograma estabelecido. Deve-se explicar o procedimento de como lidar com espcies arbreas desco-

    nhecidas e outros problemas que requeiram adiamento da coleta de dados e necessidade de assistncia.A idencao dos parcipantes com crach, camiseta da instuio e capacete pode ajudar a

    evitar problemas de suspeita ou incidentes. A populao deve, na medida do possvel, ser nocadasobre o inventrio atravs de notas em rdios e jornais. A equipe deve ser orientada sobre como lidarcom a populao quando abordada. Distribuir um paneto, explicando sobre o projeto de inventrio, um bom instrumento para reduzir o problema de tempo gasto em explicaes.

    5.1.4.3 Superviso

    A histria dos inventrios de rvores de rua no passado ensina que a vericao da exado dacoleta de dados essencial. A natureza e a intensidade da superviso podem variar bastante, mas, namaioria dos casos, ela deve ser regulada pela pessoa responsvel pelo projeto. Uma breve reunio di-ria pode ser uma boa medida para discur novos problemas e achar solues para os mesmos.

    5.1.5 Anlise dos Dados e Relatrio Final

    recomendvel o uso de um computador para processar os dados do inventrio. Podem ser usa-

    das planilhas eletrnicas ou programas especcos. Existem alguns sofwares cada qual com diferentescapacidades e limitaes.

    O maior benecio do inventrio computadorizado sua capacidade de gerar rapidamente su-mrios das informaes, como por exemplo: nmero total de rvores; quais as espcies existentes;percentagem de cada espcie em relao ao nmero total de rvores; diversidade de espcies; dime-tro mdio ou classes diamtricas por espcie; altura mdia ou classes de altura por espcie; classes decondio das rvores; presena de pragas ou doenas; necessidades de poda, necessidade de remo-o, quantavo de novos locais para plano; e outras informaes.

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    5.1.6 Us e auiz d Iveri

    Os relatrios de inventrios devem ser ulizados ao mximo para a gesto da oresta urbana.Os inventrios connuos necessitam de atualizao regular (KIELBASO et al.). Isso requer um proce-dimento claro para adicionar os novos dados. Em cidades mdias e grandes, isso pode ser uma tarefa

    diria para um ou mais funcionrios, tanto para registrar as informaes das equipes de campo, comotambm atender telefonemas dos cidados que demandam por servios relacionados s rvores. Asmanutenes de rvores realizadas, queda de rvores, novos planos e outras mudanas devem seradicionadas aos dados de inventrio.

    A atualizao do inventrio um item oramentrio diferenciado dos recursos necessrios pararealizar o inventrio. As despesas relacionadas com a coleta connua de dados em campo podem serincludas como item oramentrio da manuteno da arborizao.

    5.1.7 avi de audes

    A etapa de inventrio da arborizao urbana no deve se limitar apenas avaliao das rvoresexistentes e dos potenciais locais para novos planos. importante avaliar os valores e atudes dacomunidade e as suas expectavas (ARAUJO, 1984). Deve-se tambm descrever os agentes de mu-dana (bicos, pblicos e privados), que afetam a arborizao urbana e seus impactos existentes epotenciais.

    5.2 oBJEtIVo E mEtaS paRa o FUtURo: o QUE QUEREmoS com o pDaUO planejamento nada mais do que pensar antecipadamente sobre aes futuras. A antecipa-

    o do futuro baseada nas anlises das tendncias atuais, sendo a projeo dessas tendncias paraalm do presente. Predizer o futuro uma tarefa incerta e o risco de erro aumenta com a duraoda projeo. Mas, apesar desses riscos, no podemos deixar de planejar, pois, muitos dos problemasatuais da arborizao de ruas so resultados diretos de no se tentar antecipar esses problemas nopassado (MILLER, 1988).

    Os programas municipais de gesto da arborizao urbana devem ter como principal objevo omanejo das rvores de ruas, parques, praas, cemitrios, bosques urbanos, cintures verdes e outrasreas pblicas. Pode envolver tambm alguma regulao em relao vegetao em propriedadesprivadas, quando se trata da segurana e do bem-estar da populao. A maioria dos programas muni-cipais de gesto da arborizao urbana tem como responsabilidade principal a de manejar as rvoresde rua, plantadas em caladas entre o meio-o e as propriedades privadas e nos canteiros centrais.

    O desenvolvimento de uma declarao de objevos para o futuro da arborizao urbana de umacidade um excelente exerccio quando feito em grupo. Ele deve visualizar uma situao ideal para a

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    arborizao urbana, como por exemplo, que nos prximos 10 a 20 anos a cidade tenha um nmeromximo de rvores de rua; baixo custo de manuteno, diversidade de espcies e idades etc. Uma vezdesenvolvidos os objevos, deve-se elaborar um documento escrito, de compromisso para o qual oprograma de arborizao urbana possa ser direcionado.

    Um exemplo de objevo para o futuro poderia ser, por exemplo: At o ano de 2030, a arbori-zao urbana da cidade de Ira/PR, estar diversicada em termos de espcies e tambm de idades;todos os espaos disponveis e adequados em vias pblicas sero preenchidos com rvores saudveise de qualidade, que iro proporcionar bem-estar e segurana ao povo iraense. As rvores de ruas epraas iro contribuir para a reduo do custo de energia, aumentando o valor das propriedades, pro-porcionando habitatpara a fauna silvestre, embelezando os centros e bairros da cidade e projetandouma imagem de qualidade de vida para os visitantes e empresrios. A arborizao urbana ser tambmusada como um meio para a educao ambiental, inspirando os residentes a cuidar melhor das rvores

    de suas propriedades e tambm proteger as rvores de rua.

    5.3 PLANO DE MANEJO

    O plano de manejo elaborado para angir os objevos de manejo por prioridade dentro de um cro-nograma de planejamento determinado. O horizonte de planejamento deve ser de 20 anos, considerandoa taxa de mortalidade das rvores urbanas. Nesse perodo, as seguintes avidades devem ser includas noplano de manejo do PDAU: a) priorizar o plano de plano: para proporcionar uma ma cobertura arbrea;b) priorizar o plano de manuteno: determinar as avidades de manejo (poda etc.) que tm a maior urgn-cia; c) denio da polca de reposio/substuio: a remoo de rvores de risco deve ter alta prioridadedevido segurana e responsabilidade civil (aes indenizatrias); d) denio da diversidade de espciese estrutura de idades: estabelecimento de novas espcies adequadas s condices urbanas; e) estabelecerum programa de informao e educao ambiental: a comunidade deve saber que um engenheiro orestalou prossional habilitado est trabalhando e com quais objevos. Um programa ou projeto para ser bem--sucedido deve ter o apoio da comunidade; f) avar a ao de agentes de mudana: agentes e procedimen-to de mudana devem ser avados para alcanar as metas e os objevos estabelecidos.

    5.4 aJUStE Do plano DE manEJo

    Um plano de manejo para um perodo de 20 anos na melhor das hipteses, incerto. Os ajus-tes do plano permitem a avaliao connua do programa de manejo, novos inventrios, avaliao deatudes da populao e novos valores da comunidade, fornecendo subsdios para a melhoria do planode manejo. A funo mais importante de novas informaes a de fazer com que o plano de manejofornea respostas s incertezas do futuro.

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    Sumarizando, os quatro itens fundamentais para o desenvolvimento de um Plano Diretor daArborizao Urbana so:

    a) um inventrio das rvores de rua e das atudes da comunidade;

    b) desenvolver objevos e metas de manejo, usando a informao do inventrio e as expecta-

    vas da comunidade;c) desenvolver um plano de manejo para alcanar esses objevos; e

    d) realimentao com novas informaes para monitorar todo o processo do Plano Diretor.

    6. pRogRama DE plantIo DE RVoRES URBanaSDe modo geral, um programa de plano de rvores urbanas consiste no estabelecimento das

    rvores em locais pblicos e inclui as seguintes etapas: seleo de espcies; produo de mudas ouaquisio; plano e manuteno ps-plano, incluindo irrigao, proteo, ferlizao, e avidades deeducao sobre a importncia das rvores.

    As avidades de plano podem variar entre as cidades, desde o caso onde todas as rvores soplantadas por esforos privados at onde o plano de todas as rvores feito pela Prefeitura Munici-pal. Em muitas cidades pode exisr uma combinao dos esforos pblicos e privados para o estabele-

    cimento das rvores urbanas.Qualquer que seja a forma de plano das rvores urbanas, uma lei municipal deve estabelecer o

    controle de todas as rvores plantadas nas caladas, canteiros centrais, praas e outros locais pblicosda cidade. Do ponto de vista legal, as caladas e canteiros centrais so logradouros pblicos e, na maio-ria das cidades, a prefeitura responsvel por todas as rvores em locais pblicos, indiferentementede quem tenha plantado as rvores.

    6.1 SElEo DE ESpcIESA primeira fase do programa de plano de rvores urbanas consiste na seleo de espcies

    apropriadas para o clima e o ambiente da cidade, bem como do local apropriado para o plano nascaladas. Isso deve comear com uma lista de espcies recomendadas para a regio. Cada local deplano deve ser analisado e espcies apropriadas devem ser selecionadas para o plano. Alguns fato-res podem inuenciar na seleo de espcies, que so a seguir discudos:

    a) O Fator Local considerar as limitaes sicas e ambientais

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    liies sis inclui as seguintes situaes:

    i) Presena de redes pblicas: areas os postes e aes, limitando o crescimento da copa, esubterrneas, limitando o crescimento das razes;

    ii) Arquitetura das construes: distncia de construo das casas, presena de marquises nos

    prdios, muros etc., limitando o porte das rvores;iii) Largura das caladas e do gramado: limitando o espao de crescimento das rvores.

    Limitaes ambientais inclui os seguintes fatores:

    i) Edcas (solo): compactao, inltrao, entulhos, pH etc.;

    ii) Climcas: temperatura e precipitao;

    iii) Biolgicas: problemas de insetos e doenas, j que as rvores urbanas esto sujeitas a estres-ses muito maiores do que as rvores rurais;

    iv) Poluio do ar: problema crnico em cidades grandes.b) O Fator Social inclui os seguintes:

    i) Valores e atudes: em relao arborizao urbana, que pode variar entre bairros, cidades,regies e culturas;

    ii) Beleza estca: avaliao subjeva que pode variar de pessoa a pessoa, incluindo atributoscomo o tamanho das rvores, cor e tamanho das folhas, hbito da copa, po de or, po de casca etc.;

    iii) Segurana pblica: alm de podas programadas e corretas, os fatores que determinam a

    resistncia quebra por ventos fortes so o ngulo de insero dos galhos, a resistncia sica da ma-deira e o apodrecimento. Espcies com frutos grandes ou txicos, espinhos, ramicao baixa e razessuperciais, que levantam e quebram as caladas, devem ser evitadas;

    iv) Expresso social negava: insasfao pblica com rvores devido alta produo e quedade frutos e folhas, tronco descascando, brotaes basais, odores desagradveis etc.

    c) O Fator Econmico inclui os custos de plano, manuteno e remoo:

    i) Custo de plano inclui no somente o custo das mudas e do plano, mas tambm a sobrevi-

    vncia por um dado perodo ps-plano. Pode ser mais econmico em longo prazo plantar uma esp-cie que seja mais cara, mas que tenha uma alta taxa de sobrevivncia. De modo similar uma espciede baixo custo pode sair mais cara em longo prazo se requerer manuteno frequente no perodo doplano;

    ii) Custo de manuteno: varia muito de espcie para espcie. As rvores tm necessidade depoda em ciclos regulares, de controle de insetos e doenas, de uso de cabos e braadeiras para evitarquebra de galhos, de poda de razes quando essas levantam caladas;

    iii) Custo de remoo: depende de vrios fatores como: altura, dimetro da copa e localizao

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    da rvore em relao a estruturas e ulidades pblicas prximas. Quanto maior a rvore maior o custode remoo.

    6.2 DIVERSIDaDE DE ESpcIES E IDaDES

    Existe uma tendncia histrica por parte de prefeituras de selecionar apenas algumas espciespara serem plantadas como rvores de rua. Com o caso clssico da doena do olmo (Ulmus americana)e sua desastrosa consequncia nos Estados Unidos, a diversidade de espcies tornou-se um ponto--chave para o sucesso do manejo das rvores de rua. Plantar espcies variadas ajuda a evitar perdascatastrcas, contudo, diversidade demais pode criar certos problemas como, por exemplo, a disponi-bilidade limitada de espcies adaptadas s condies de rua e diculdades de manuteno.

    Do ponto de vista arquitetnico, uma nica espcie da mesma idade proporciona uma melhorunidade estca na rua ou no bairro. As avidades de manuteno so mais fceis de planejar e maisecientes quando se est lidando com uma populao uniforme de rvores. Contudo, a diversidade importante no manejo das rvores de rua, tanto do ponto de vista de espcie como de idade.

    A unidade arquitetnica e ecincia na manuteno podem ser alcanadas plantando-se umaespcie em uma ou algumas quadras. A diversidade pode ser tambm obda mudando-se as espciesde modo regular por rua ou por quadras.

    A diversidade de idades pode resultar do cronograma de plano e das reposies. H uma ten-dncia de plantar em um momento uma ou mais quadras, e isso cria classes de idade por quadra

    ou bairro. A reposio de rvores individuais por sua vez traz diversidade de idades. Considerando alongevidade menor das rvores de rua, a diversidade de idades uma preocupao menor do que adiversidade de espcies.

    Para minimizar os riscos uma recomendao de que uma espcie no ultrapassem 5% de todaa populao de rvores, ou seja, que sejam ulizadas mais de 20 espcies na arborizao de uma ci-dade (BARKER, 1975). Outra recomendao, objevando garanr a diversidade de espcies de quea densidade relava de uma espcie no ultrapasse 10% do total da populao de rvores existentesnuma cidade e ainda que as densidades relavas de um gnero e de uma famlia no ultrapasse, res-

    pecvamente 20% e 30% (SANTAMOUR, 1990).

    6.3 a pRoDUo DE mUDaS altaS

    As mudas para uso em arborizao urbana so denominadas de mudas altas. Elas devem teruma altura total de no mnimo 2,50 m e um fuste (tronco livre de ramos) de no mnimo 2 m. As mudasaltas podem ser produzidas em viveiros municipais ou adquiridas de viveiros comerciais.

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    Historicamente, nos Estados Unidos da Amrica, mudas eram transplantadas de orestas navaspara viveiros municipais para um crescimento adicional e depois plantadas nas ruas das cidades. Sendoas mudas gratuitas e com baixos custos de mo de obra, os viveiros comerciais no podiam comperem termos de preo com os viveiros municipais. A predominncia de Ulmus americana e deAcer sac-charum, nas ruas de muitas cidades dos Estados Unidos, no incio do sculo XX, foi uma consequncia

    dessa prca. Os problemas de doenas e o aumento dos estresses ambientais nas cidades colocaramum m nesse po de produo de mudas de rvores de rua. Culvares de espcies navas e de no-navas tm sido desenvolvidos naquele pas para substuir as espcies inicialmente ulizadas.

    No Brasil, o uso de mudas de porte inadequado para a arborizao urbana tem causado insuces-sos e problemas. As mudas sobreviventes normalmente requerem maiores cuidados e maiores custosde manuteno. O conceito de muda alta tem sido divulgado e aceito, resultando numa melhoria naqualidade das mudas para planos urbanos. J existem no Brasil alguns viveiros comerciais produzindomudas altas, embora aprimoramentos tcnicos se faam necessrios.

    As vantagens de se adquirir de viveiros comerciais mudas altas prontas para serem plantadas so:

    a) as mudas altas devem vir prontas para serem plantadas, sendo eventualmente necessriospequenos cuidados (poda) em razes e copa;

    b) se no atenderem as especicaes de qualidade descritas no contrato, podem ser rejeitadassem custos adicionais para a cidade;

    c) geralmente as mudas so de melhor qualidade devido natureza compeva do setor.

    Para adquirir boas mudas altas de viveiros comerciais importante estabelecer um contratominucioso com descries especcas de qualidade, custo, garanas e o direito de rejeitar quando asespecicaes no esverem atendidas, no momento da entrega das mudas.

    6.4 PLANTIO

    Um programa de plano de rvores de rua deve ter o objevo de plantar rvores em todosos locais disponveis, em algum momento no futuro. O inventrio deve idencar esses locais parao plano. Espaos adicionais de plano podem vir a se tornar disponveis com o desenvolvimento ecrescimento urbano, projetos de revitalizao de reas, remoo de rvores mortas ou remoo dervores de risco.

    As perdas de rvores de rua ocorrem geralmente nos primeiros anos aps o plano, principalmentena primeira estao de crescimento. Produzir ou adquirir mudas altas representa um invesmento razovelpara a cidade e poder ser um grande desperdcio de recursos se no se assegurar a maior chance possvelda sua sobrevivncia. A maioria das perdas de mudas altas pode ser evitada com o uso de mudas de quali-dade, manuseio apropriado, seguido de cuidados adicionais durante o perodo de estabelecimento.

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    As mudas altas devem ser plantadas em covas de tamanho e profundidade apropriados (deacordo com o seu tamanho), podadas corretamente, ferlizadas e irrigadas e o solo protegido comcobertura morta.

    O tutoramento deve ser feito somente quando necessrio para a proteo ou ancoramento edeve ser removido aps a primeira estao de crescimento. As rvores jovens precisam ser bem cui-dadas, principalmente durante o primeiro ano. Isso inclui irrigao em pocas de seca, vistoria dostutores e sua posterior remoo.

    O vandalismo citado como a causa principal da mortalidade de rvores jovens. Existem trsmeios para reduzir o vandalismo:

    a) Mudanas sicas: plantar mudas maiores ou com caracterscas mais resistentes;

    b) Mudanas de manejo: idencar os locais de vandalismo e mudar os mtodos de proteodas mudas plantadas;

    c) Envolvimento do pblico: com aes de educao ambiental, transmindo valores sobre aimportncia das rvores e desenvolvendo um senso de orgulho e valorizao das rvores do bairro.

    6.5 ESpaamEnto EntRE RVoRES

    Existe certa tendncia de rvores serem plantadas muito prximas umas das outras, para darum impacto visual imediato. Um dos problemas de espaamentos muito prximos a transmisso dedoenas por meio das razes ou copas. Outro problema, que no to evidente, o impacto no custo

    de manuteno no futuro. As rvores plantadas, muito prximas umas das outras, podem aumentaro custo de poda medida que elas cresam. O sombreamento mtuo das rvores pode causar maisgalhos mortos. As rvores muito prximas sofrem estresse, deixando-as mais susceveis a doenas eataques de insetos e fungos.

    O espaamento entre rvores deve considerar o tamanho adulto da espcie a ser plantada. As-sim por exemplo: para rvores de porte pequeno, 7 m; para rvores de porte mdio, 10 m; e pararvores de porte grande, 15 m.

    O espaamento entre rvores deve ser baseado nas caracterscas de cada cidade, na larguradas caladas e em outras limitaes como, por exemplo, o espao disponvel para a rvore crescer nacalada, o que inuencia tambm na escolha do tamanho da espcie a ser plantada. A largura dos lotese a entrada de carros em residncias tambm podem ser importantes para determinar o espaamento,uma vez que os proprietrios podem se senr no direito de ter pelo menos uma rvore em frente desua casa.

    O distanciamento de rvores da esquina de ruas deve ser de no mnimo 9 m e da entrada decarros, de no mnimo 4,5 m. O distanciamento de hidrantes e postes deve ser de no mnimo 3 m.

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    7. pRogRama DE manUtEnoDE RVoRES URBanaS

    A poda uma das prcas mais importantes na manuteno de rvores urbanas. Se for bemconduzida, pode reduzir danos causados por vento, ataques de insetos, problemas de doenas e me-lhorar a arquitetura da copa. As rvores bem podadas so mais atraentes, saudveis e vivem maistempo do que as rvores no podadas ou mal podadas. A remoo imediata de ramos quebrados oumortos um exemplo da preveno de problemas futuros por meio da poda.

    Algumas pessoas acreditam que as rvores devem ser podadas todos os anos, seja necessrioou no. Um bom exemplo disso a poda drsca de rvores em forma de pirulito, anualmente. Essepo de poda no uma boa prca de trato cultural. A poda deve ser feita quando existe uma boa

    razo para isso. Existem vrias razes para podar as rvores urbanas.

    7.1 tIpoS E RaZES paRa FaZER a poDa

    As trs principais razes para se fazer a poda so:

    ) d de fr u edu: realizadas para melhorar a aparncia ou valor estco. Asrvores so podadas desde muito jovens para desenvolver a forma desejada. Pode incluir a remoo degalhos mortos, danicados ou fracos, para melhorar a aparncia da copa. Ainda, a remoo de alguns

    ramos laterais ou terminais pode restaurar ou reparar o equilbrio da copa.

    b) d de ue u iez: realizada para manter a rvore saudvel e evitar problemasfuturos. Consiste da remoo de ramos enfraquecidos pelo estresse ambiental ou quebrados pelastempestades de vento, podendo evitar os ataques de doenas e insetos e ajudar as rvores a se recu-perarem mais rapidamente. Danos srios podem ser evitados podando-se os galhos e ramos desneces-srios para que o ar passe mais facilmente atravs da copa. A melhor aerao pode reduzir o desen-volvimento de doenas fngicas nas folhas e no tronco. Esse po de poda inclui a remoo de um dosramos nas bifurcaes em forma de V. Deve-se podar um dos ramos para evitar danos futuros pelovento. Deve-se efetuar tambm a remoo de ramos que esto em atrito ou se friccionando uns comos outros, evitando assim o desenvolvimento de leses ou descascamento dos ramos.

    ) d de seur: realizada para manter a segurana da populao e de bens materiais.Consiste na remoo dos ramos mortos antes de se desprenderem das rvores, podendo evitar danos propriedade e evitar ferimentos em alguma pessoa e outros acidentes. A poda dos ramos que inter-ferem nas linhas dos servios de ulidade pblica deve ser realizada, de preferncia, por equipes trei-nadas da companhia responsvel. Algumas rvores crescem muito prximas a edicios e necessitam de

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    poda para evitar dano no edicio ou na rvore. Inclui tambm a remoo dos ramos baixos de rvoresque estejam interferindo (sica ou visualmente) na passagem de pessoas ou de veculos.

    As podas podem ainda ser classicadas em pesadas e leves, dependendo de sua intensidadequanto remoo de galhos e ramos:

    a) Poda pesadaOs ramos so cortados sem nenhuma considerao sua localizao no tronco da rvore. Esse pro-

    cedimento normalmente resulta na perda da forma natural da rvore, devido s amputaes feitas. Podetambm resultar no crescimento de muitos brotos-ladres e brotaes basais. um po de poda que des-gura a arquitetura natural da copa, com desvalorizao estca da rvore. Deve ser evitada ao mximo.

    b) Poda leve

    Consiste na remoo dos galhos junto ao ponto de sua insero ou origem. o corte na insero(drop crotch) ou forquilha, sendo um dos ramos (geralmento o menor) removido, rente insero. Esseprocedimento uma tcnica de poda em que a rvore no perde a sua forma natural e permite maiorpassagem da luz na copa da rvore, ajudando a desenvolver ramos mais fortes e menor nmero debrotaes epicrmicas. A supercie de corte da poda deve ser lisa (sem farpas) e prxima do tronco ougalho, produzindo a menor leso possvel.

    7.2 QUanDo FaZER a poDa?

    Quanto mais jovem for a rvore, menores sero as leses e mais fceis de cicatrizarem. A poda

    deve se feita preferencialmente no inverno. As razes so:a) facilita o desenvolvimento de calos nas cicatrizes de poda na estao de crescimento, seguinte

    ao inverno;

    b) baixa avidade de insetos e doenas;

    c) as rvores esto dormentes, no afetando a capacidade de produo de seiva;

    d) a ausncia de folhas pode facilitar a viso geral da rvore.

    7.3 CICLO DE PODA

    O ciclo de poda o nmero de anos que transcorre para podar todas as rvores urbanas in-cludas no programa de manuteno. Assim, uma cidade com 50.000 rvores e um ciclo de 5 anos,dever realizar a poda de um quinto de suas rvores a cada ano, ou seja, 10.000 rvores por ano. Destaforma, cada rvore receber essa ao de manuteno a cada cinco anos. A durao do ciclo de podadepender do nmero de rvores na cidade e dos recursos oramentrios alocados para a manuten-o. O ciclo de poda mo ir variar baseado na condio das rvores, espcies e idades da populao

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    de rvores e nas caracterscas climcas da regio. Algumas cidades adotam dois ciclos de poda: de 3anos para rvores jovens e de 7 anos para rvores adultas.

    7.4 gUIa paRa Uma poDa REgUlaR

    A seguir so apresentadas algumas recomendaes para uma poda regular de rvores urbanas:a) Remover todos os ramos mortos, morrendo ou doentes para evitar que os fungos e doenas

    passem para outras partes da rvore;

    b) Remover os ramos que estejam crescendo em direo ao centro da rvore, atritando ou cru-zando-se entre si;

    c) Remover os ramos que estejam cados (crescendo para baixo);

    d) Fazer um corte de conduo para manter um broto terminal principal, removendo os ramos

    compedores;e) Fazer um corte correvo para eliminar um dos ramos da rvore com bifurcao em V. Essas

    rvores tm uma insero fraca desses ramos e podem quebrar ou rachar com o vento ou com o pr-prio peso do ramo;

    f) Remover brotaes epicrmicas porque elas desenvolvem ramos com fraca ancoragem, muitosusceveis de danos pelo vento;

    g) Se a copa ainda parecer densa, talvez seja necessrio uma poda leve para reduzir a densidade

    da copa.

    7.5 MTODO DE TRS CORTES

    O mtodo de trs cortes deve ser realizado para a remoo de galhos e ramos mdios e grandes(em dimetro), para evitar que ocorra descascamento da parte do tronco, abaixo do ponto de inserodo ramo, no momento da cada do mesmo.

    Consiste das seguintes etapas:

    a) Faz-se o primeiro corte na parte inferior do ramo, a uma distncia de 30 a 60 cm do tronco. Ocorte pode ser at a metade do dimetro do ramo;

    b) Faz-se o segundo corte na parte superior do ramo, um pouco alm do corte inferior. Esse cortevai provocar a cada do ramo;

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    c) Faz-se o lmo corte prximo ao colar do ramo para eliminar o toco. Se o corte vai ser de cimapara baixo ou de baixo para cima depender da insero do ramo.

    7.6 tRatamEnto Da lESo DE poDa oU oUtRaS lESES

    Existem controvrsias se o tratamento dos cortes da poda com produtos inibidores da avi-dade microbiana so ecazes ou no. Alguns autores armam que a principal funo de aplicar essesprodutos mais de natureza cosmca e que esses produtos podem causar danos ao processo decomparmentalizao (SHIGO, 1981).

    7.7 DEnDRocIRURgIa

    O preenchimento de uma cavidade em um tronco de rvore, com concreto ou outros materiais

    no evita o desenvolvimento de apodrecimentos. A dendrocirurgia uma prca abandonada pela ISA(Sociedade Internacional de Arboricultura) porque a mesma concluiu que tal procedimento no bene-cia as rvores, podendo inclusive antecipar o declnio das mesmas.

    No existem evidncias experimentais ou ciencas para sustentar que o tratamento de cavida-des em rvores seja benco s mesmas. Existem evidncias que esses tratamentos de cavidadadespodem ser, de fato, prejudiciais. A remoo total da madeira apodrecida dentro da cavidade qua-se impracvel. E fazendo isso, provavelmente danicam-se as barreiras da comparmentalizao eabrem-se novas leses para o apodrecimento (HARRIS; CLARK; MATHENY, 1999).

    7.8 oUtRaS opERaES DE manUtEno DE RVoRES URBanaS

    Alm da poda, outras operaes de manuteno de rvores urbanas so tambm importantes.Entre elas pode-se citar: a) ferlizao ou adubao; b) proteo contra insetos e doenas por meio demanejo integrado de pragas; c) remoo e substuio de rvores.

    8. EXEMPLOSAlgumas cidades brasileiras e entre elas algumas cidades paranaenses so consideradas como

    detentoras de uma boa arborizao urbana. Entre elas citam-se Porto Alegre/RS e Vitria/ES e no Pa-ran as cidades de Curiba e Maring. So realmente cidades bem arborizadas. No caso de Curibadestacam-se as reas verdes, que por serem numerosas, proporcionam populao muitas oportuni-dades de lazer e recreao, contribuindo sensivelmente para a qualidade de vida dos curibanos.

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    No caso de Porto Alegre, h um Plano Diretor de Arborizao Urbana, aprovado por Resoluodo Conselho Municipal do Meio Ambiente (Res. 05, de 28 de setembro de 2006). Esse plano substuiuum anterior, denominado Plano Diretor de Arborizao de Vias Pblicas, de maro de 2000. O PDAUreconhece a existncia de uma Floresta Urbana na cidade de Porto Alegre, considerando-a funda-mental para a manuteno da qualidade de vida da populao.

    No se pode julgar a arborizao de uma cidade apenas pelo nmero de rvores que possua.A qualidade de uma arborizao, obda por inventrios que analisem a condio das rvores, fatorfundamental para avaliar a ecncia do manejo aplicado arborizao. Uma breve vistoria de rvoresem muitas cidades paranaenses ou uma visita aos viveiros municipais suciente para concluir que hmuito que melhorar para termos bons exemplos a serem citados, que sejam comparveis a padres in-ternacionais. Essa necessidade de aprimoramento tem inclusive movado manifestaes do MinistrioPblico Estadual em alguns municpios do Estado do Paran.

    Em cidades americanas, para outorgar uma espcie de selo de qualidade para o reconheci-mento da qualidade de gesto da arborizao urbana, considera-se, entre outros indicadores, o quantode recursos aplicado na gesto da oresta urbana por habitante.

    9. conclUSES

    H uma crescente urbanizao no Estado do Paran e ao mesmo tempo um aumento da cons-cienzao ambiental da populao. Isso resulta numa maior demanda por uma arborizao urbanade boa qualidade, com servios ecientes e de resposta rpida, por exemplo, quando h solicitaesde poda, corte, remoo ou plano de rvores.

    A atuao de prossionais habilitados na execuo de aes solicitadas pela populao de fun-damental importncia para que melhorem as atudes e a sasfao da prpria populao em relaos rvores urbanas.

    H necessidade que os municpios paranaenses priorizem aes em relao sua oresta urba-na, com prossionalismo e alocao adequada de recursos, elaborando o seu Plano Diretor da Arbori-zao Urbana e o implementando com ecincia.

    Os autores esperam que as discusses apresentadas neste Caderno Tcnico possam contribuirpara o esforo comum de melhorar a arborizao urbana das cidades paranaenses, contribuindo assimpara a melhoria da qualidade de vida de nosso povo.

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    29SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    10. REFERNCIASARAUJO, M. N. de. Sample tree inventory system City of East Lansing, Michigan. In: MICHIGAN

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    11. aUtoRES

    mihik nki de aruj, cREa 16396/D

    Engenheira Florestal graduada pela Universidade Federal do Paran (1985) e Master of Scienceem Cincias Florestais Arborizao Urbana, pela Michigan State University (1994), Estados Unidosda Amrica. Foi bolsista do CNPq (Iniciao Cienca, 1983 e Ps-graduao no exterior, 1990-1995).Recebeu os seguintes prmios: Award for Academic Excellence da Michigan State University (1979);White Lily Award e SGI Cercate of Gratude, ambos da Soka Gakkai Internaonal, Tokyo, Japo; Ro-bert F. Brevitz Scholarship Award da Michigan Forestry and Park Associaon, Estados Unidos da Am-rica (1992). membro da Sociedade Nacional Honorria Florestal dos EUA (Xi Sigma Pi); da SociedadeNacional Honorria de Pesquisa Cienca dos EUA (Sigma Xi); da Internaonal Society of Arboriculture(ISA); da Sociedade Brasileira de Arborizao Urbana (SBAU) e da ALACS Academia de Letras, Artes eCincias da Regio Centro-Sul do Paran. Atualmente professora dos Cursos de Engenharia Florestal eEngenharia Ambiental da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paran (UNICENTRO), em Ira/PR,onde leciona as disciplinas de Arborizao Urbana, Gesto da Arborizao Urbana, Silvicultura Urbana,Cincias Ambientais e Florestais e Tcnicas de Educao Ambiental.

    ai Js de aruj, cREa-pR 3349/D

    Engenheiro Florestal graduado pela Universidade Federal do Paran (1969), Master of Scienceem Ecologia Florestal (1978), Philosophy Doctor (PhD) em Genca Florestal (1980) e Ps-doutoradoem Silvicultura Urbana pela Michigan State University, Estados Unidos da Amrica. Foi professor daUniversidade Federal do Paran (1970-1997), exercendo as funes de chea de departamento, coor-denador de curso e pr-reitor, entre outras. Foi professor visitante da Michigan State University (1990-1995), quando estabeleceu e dirigiu o Programa de Intercmbio Acadmico entre MSU e UFPR, intula-do: Biodiversidade, Proteo e Manejo de Ecossistemas no Brasil. Atualmente professor da Unicentro

    Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paran, Ira. Na Unicentro foi vice-chefe e chefe do Depar-

    tamento de Engenharia Florestal de 2001 a 2011. O Curso de Engenharia Florestal da Unicentro obteveconceito mximo nos ENADEs 2005 e 2008 (Provo do MEC) e em 2010 recebeu cinco estrelas na ava-liao dos cursos de Engenharia Florestal do Brasil. membro tular do Comit de ca em Pesquisada Unicentro. coordenador nacional do NEBio Ncleo de Estudos de Bioca da BSGI e consultordo Departamento de Cienstas da BSG Associao Brasil Soka Gakkai Internacional. Publicou mais de120 trabalhos em peridicos, anais de eventos (trabalhos convidados, voluntrios e psteres), livros,captulos de livros e relatrios tcnicos. Recebeu vrios prmios e honrarias como: Honra ao Mrito, da

    U i id d F d l d P P i d Al C ib i P i d S k G kk i I i l

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    31SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    Universidade Federal do Paran; Prmio de Alta Contribuio Pesquisa, da Soka Gakkai Internacional(Japo); Prmio Cultural, do Instuto de Filosoa Oriental (Japo); Prmio de Estudos Canadenses,do Governo do Canad; Medalha Militar Correia Lima (Exrcito Brasileiro); entre outras. membroda Sociedade Nacional Honorria Florestal dos EUA (Xi Sigma Pi); da Sociedade Nacional Honorriade Agricultura dos EUA (Alpha Zeta); da Sociedade Nacional Honorria de Pesquisa Cienca dos EUA

    (Sigma Xi); da Internaonal Society of Arboriculture (ISA) e da Sociedade Brasileira de Bioca. Foi pre-sidente da Sociedade Brasileira de Arborizao Urbana (SBAU) e fundador do Captulo Brasil da ISA. atualmente vice-presidente da ALACS Academia de Letras, Artes e Cincias do Centro-Sul do Paran.

    12. ANEXOSANEXO 1 CAPTULO DA POLTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DA CONSTITUIO FEDERAL

    ANEXO 2A INVENTRIO DE RVORES URBANAS

    ANEXO 2B INVENTRIO DE RVORES URBANAS

    ANEXO 3 GUIA PARA AVALIAR A CONDIO DE RVORES URBANAS

    ANEXO 4 INSTRUES PARA UTILIZAR O GUIA PARA AVALIAR A CONDIO DE RVORES URBANAS

    ANEXO 1

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    32 SRIE DE caDERnoS tcnIcoS Da agEnDa paRlamEntaR aRBoRIZao URBana

    ANEXO 1

    captUloS Da poltIca DE DESEnVolVImEnto URBano Da conStItUIo

    FEDERALArt. 182. A polca de desenvolvimento urbano, executada pelo poder pblico municipal, con-

    forme diretrizes gerais xadas em lei tm por objevo ordenar o pleno desenvolvimento das funessociais da cidade e garanr o bem-estar de seus habitantes.

    1 O Plano Diretor, aprovado pela Cmara Municipal, obrigatrio para cidades com mais devinte mil habitantes, o instrumento bsico da polca de desenvolvimento e de expanso urbana.

    2 A propriedade urbana cumpre a sua funo social quando atende s exigncias fundamen-

    tais de ordenao da cidade expressas no Plano Diretor. 3 As desapropriaes de imveis urbanos sero feitas com prvia e justa indenizao em

    dinheiro.

    4 facultado ao poder pblico municipal, mediante lei especca para a rea includa no PlanoDiretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietrio do solo urbano no edicado, subulizado ouno ulizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

    I parcelamento ou edicao compulsrio;

    II imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;III desapropriao com pagamento mediante tulos da dvida pblica de emisso previamente

    aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de at dez anos, em parcelas anuais, iguais e su-cessivas, assegurados o valor real da indenizao e os juros legais.

    Art. 183. Aquele que possuir como sua rea urbana de at duzentos e cinqenta metros qua-drados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposio, ulizando-a para sua moradia ou de suafamlia, adquirir-lhe- o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural.

    1 O tulo de domnio e a concesso de uso sero conferidos ao homem ou mulher, indepen-dentemente do estado civil.

    2 Esse domnio no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

    3 Os imveis pblicos no sero adquiridos por usucapio.

    Fonte: CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

    ANEXO 2A

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    ANEXO 2A

    InVEntRIo DE RVoRES URBanaS

    Data:____/____/____ Responsvel:_____________________

    Rua/Praa:______________________

    Bairro:____________________ Amostra:__________

    rv n N da casa Espcie H (m) CAP (cm) Dim. copa (m)Condio da rvore

    CT TC VA DP VC LR TP

    Ep: Erv-de-ssrihnveis de ifes:0 nenhuma1 1% - 30%2 31% - 70%3 71% - 100%

    Necessidade de manejo: (1) Poda

    0 Sem necessidade de poda1 Poda de limpeza para a rerada de galhos secos, doentes ou malformados, sem alterar aarquitetura de copa pica da espcie2 Poda de correo: rerada de galhos, podendo alterar a arquitetura de copa picada espcie3 Podas de limpeza e poda de correo

    Antonio Jos de Araujo, Rev. 03 maio 2011

    anEXo 2B

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    anEXo 2B

    InVEntRIo DE RVoRES URBanaS

    Data:____/____/____ Responsvel:_____________________

    Rua/Praa:______________________

    Bairro:____________________ Amostra:__________

    rv. nN dacasa

    EPNecessidade de manejo Nec. de plano Mortalidade Observaes

    1 2 3 4 5 6 7 8 9

    neessidde de ej:(2) Controle de pragas (5) Remoo(3) Controle de doenas (6) Outras (reparos, ferlizao etc.)(4) Controle de EP (7) Necessidade de plano

    0 = no 1 sim

    (8) Nmero de rvores aplantar(9) Mortalidade0 = no 1 - sim

    Antonio Jos de Araujo, Rev. 03 maio 2011

    ANEXO 3

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    ANEXO 3

    gUIa paRa aValIaR a conDIo DE RVoRES URBanaS

    FATOR VaRIao Do FatoR 1 pontoS atRIBUDoS

    Condio do Tronco(CT)

    Slido e sadio (5)Sees de casca faltando (3)Apodrecimento e ocos extensivos (1)

    ________

    Taxa de CrescimentoRecente (TC)

    Na mdia ou acima para a espcie (3)Abaixo da mdia para a espcie (2)Crescimento insignicante (1)

    ________

    Viidde d rvre(Va)

    Sem sinais de morte regressiva (dieback) (5)Morte regressiva em estgio intermedirio (3)Dois ou mais galhos principais mortos, morteregressiva em estgio avanado (1)

    ________

    Des, prs e pr-sitas (DP)

    Sem infestaes ou injrias desgurantes presentes (3)Com infestaes crnicas ou desgurantes (2)Com infestao avanada, usualmente fatal (1)

    ________

    Vir d c (Vc)

    Ver:Folhas de tamanho e cor normais (5)Folhas de tamanho reduzido ou um pouco descoloridas (3)Folhas pequenas, clorcas, apresentando severos sinaisde queima ou cor outonal antecipada (1)Iver:Gemas de tamanho normal, trgidas (5)Gemas de tamanho reduzido (3)Gemas pequenas, muitas gemas mortas (1)

    ________

    LongevidadeRemanescente (LR)

    Acima de 20 anos (3)De 5 a 20 anos (2)Menos de 5 anos (1)

    ________

    TOTAL DE PONTOS ________

    1 O nmero de pontos a ser atribudo est entre parnteses. Valores intermedirios so aceitveis.

    Antonio J. de Araujo, Rev. 03 maio 2011

    ANEXO 4

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    ANEXO 4

    InStRUES paRa UtIlIZaR o gUIa paRa aValIaR a conDIo DE RVoRES

    URBanaSFonte: ARAUJO, A. J. de; ARAUJO, M. N. de. (2006).

    Para a avaliao da condio de rvores urbanas so ulizadas seis variveis discretas ou fatores, a seguir dis-cudos:

    CT Condio do Tronco

    O tronco da rvore examinado quanto integridade e imperfeies sicas como apodrecimen-to e ocos extensivos ou sees de casca faltando. A nota pode variar de 1 a 5. A nota mxima (5) atri-buda a um tronco slido e sadio, uma nota intermediria (3) quando houver sees de casca faltandoe a nota mnima (1) dada quando exisrem apodrecimentos e ocos extensivos.

    Danos sicos causados casca decorrentes de podas mal executadas tambm devem ser consi-derados. Ataques de insetos, doenas ou parasitas existentes sobre o tronco, entretanto, no devemser considerados neste fator, mesmo que exsudaes e outros sinais sejam evidentes.

    TC Taxa de Crescimento RecenteO crescimento recente avaliado pelos lanamentos ou segmentos de crescimento observveis

    na extremidade dos ramos ou galhos. Esse crescimento varivel entre espcies. A experincia doavaliador muito importante e vai sendo adquirida e consolidada medida que aumenta o nmero deavaliaes realizadas. Na maioria das espcies os lanamentos podem ser idencados pelas cicatrizesda gema dormente que antecede cada novo lanamento na estao de crescimento.

    A nota mxima pode variar de (3) para um crescimento em torno da mdia ou acima, para aespcie, (2) se refere a uma taxa de crescimento abaixo da mdia para a espcie, at a nota mnima (1)para um crescimento insignicante.

    Va Viidde d rvre

    A vitalidade avaliada em relao ocorrncia de sinais de morte regressiva (dieback). Dieback a morte regressiva de brotos e ramos, parndo da ponta (extremidade) do ramo, em direo suabase. Podem ser causadas por muitos fatores, como fungos, bactrias, temperaturas baixas, seca, dre-nagem e aerao decientes, toxidez qumica e ataque de insetos.

    A nota pode variar de 1 a 5. A nota mxima (5) atribuda quando no exisrem sinais de morte

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    regressiva. Uma nota intermediria (3) pode ser atribuda quando forem observados sinais de morteregressiva em estdio intermedirio e a nota mnima (1) atribuda quando dois ou mais ramos princi-pais esverem mortos, com morte regressiva em estdio avanado.

    Dp Des, prs e prsisA nota pode variar de 1 a 3. A nota mxima (3) atribuda quando a rvore esver sem infesta-

    es ou injrias desgurantes presentes. A nota (2) atribui-se quando a rvore esver com infestaescrnicas ou desgurantes. J a nota mnima (1) atribuda quando a rvore esver com infestaoavanada, usualmente fatal.

    A ocorrncia de erva-de-passarinho deve ser considerada neste fator. importante mencionarque a existncia de eptas (vegetais que vivem sobre outros sem rerar nutrientes, apenas apoiando-

    -se neles) sobre a rvore no deve ser confundida com a infestao de parasitas como o caso da erva--de-passarinho. Doenas e pragas sobre o tronco ou copa devem ser consideradas neste fator.

    Vc Vir d c

    O vigor avaliado pelo tamanho e cor das folhas. Em rvores sem folhas devido estao doano, a avaliao pode ser feita pelas gemas presentes nos ramos da rvore. As gemas ou brotos sotecidos que originam as brotaes ou ores. A avaliao de gema ou brotos exige um treinamento efamiliaridade com as caracterscas da espcie em observao.

    Na maioria das vezes o vigor da copa pode ser avaliado pelas folhas. A nota pode variar de 1 a 5.A nota mxima (5) atribuda quando as folhas so de tamanho e cor normais. Uma nota intermediria(3) pode ser atribuda quando as folhas forem de tamanho reduzido ou um pouco descoloridas e a notamnima (1) quando as folhas forem pequenas, clorcas, apresentando severos sinais de queima ou decor outonal antecipada.

    Quando a avaliao basear-se nas gemas ou brotos, atribui-se a nota mxima quando as gemasforem de tamanho normal a trgidas. A nota intermediria (3) pode ser atribuda quando as gemas fo-

    rem de tamanho reduzido e a nota mnima (1) quando forem gemas pequenas e muitas gemas mortas.

    LR Longevidade Remanescente

    A longevidade remanescente refere-se esmava de quantos anos a rvore poder ainda viver.A longevidade natural varivel entre espcies e importante conhecer-se essa informao. A avalia-o da longevidade remanescente, entretanto, deve caracterizar a expectava de vida para o indivduoem anlise.

    A nota pode variar de 1 a 3. A nota mxima (3) atribuda quando se esma que a rvore possa

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    A nota pode variar de 1 a 3. A nota mxima (3) atribuda quando se esma que a rvore possaviver acima de 20 anos. Uma nota intermediria atribuda para uma expectava de vida entre 5 a 20anos e a nota mnima quando essa expectava menor do que 5 anos.

    TP Total de Pontos

    O total de pontos obdo pela soma das notas atribudas para os seis fatores:

    TP = CT + TC + VA + DP + VC + LR

    Classes de Condio

    Observa-se que trs dos fatores tm um peso maior no total de pontos, por suas notas variaremde 1 a 5. Eles so a condio de tronco, a vitalidade da rvore e o vigor da copa. Esses fatores repre-

    sentam diretamente a sade da rvore. Os outros trs fatores (taxa de crescimento; doenas, pragas eparasitas; longevidade remanescente) tm um peso menor, por suas notas variarem de 1 a 3.

    A nota mnima que uma rvore pode receber 6 e a nota mxima 24. As notas so agrupadasde modo a denir classes de condio, que so em nmero de cinco, a saber: Excelente (24 a 22); Boa(21 a 18); Regular (17 a 13); Ruim (12 a 9); Pssima (8 a 6).

    As rvores em condies ruins ou pssimas necessitam, normalmente, de uma ateno imedia-ta. So indivduos que podem ser rvores de risco, o que pode ser conrmado por avaliaes comple-mentares. rvores que representam um risco potencial vida ou patrimnio devem ser removidas.

    A informao de como se distribuem as rvores de uma oresta urbana em classes de condio defundamental importncia para as decises e aes de manejo dessa oresta.

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