araken - marcas do tempo

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ARAKEN M ARCAS DO T EMPO

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Page 1: Araken - Marcas do Tempo

ARAKENM A R C A S D O T E M P O

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Créditos

Patrocínio

Benafer S. A. Comércio e Indústria

Apoio Cultural

Galeria Toulouse

Coordenação Editorial

Araken Hipólito da Costa

Design Gráfico e Tratamento de Imagens

Rosana Guter Nogueira

Fotografia

Marco Antônio Teixeira

Ângela Barbour

Caroline Valansi

Sergio Greif

Textos

Leonor Amarante

Guilherme Vergara

Fernando Cocchiarale

Revisão

Dirce Brízida

Versão para a Língua Inglesa

Carlos Brown Scavarda

Encadernação (livros de artista)

Imaginarte

Cálculo Estrutural e Detalhamento (escultura)

Leonardo Santos

Roberta Viana

Carpintaria (escultura)

Carlo Pagani

Produção Gráfica

Luiz Ludgerio Pereira da Silva

Impressão

Stamppa

Agradecimento Especial

Benjamin Nasario Fernandes Fillho

Direitos Reservados a Araken Hipólito da CostaRua José Roberto Macedo Soares, 17 - Gávea

CEP 22470-100 - Rio de Janeiro - RJTel.: (21) 2274-6708

E-mail: [email protected]

A676a Araken, 1946-Araken : marcas do tempo / [textos Leonor Amarante, Guilherme Vergara, Fernando

Cocchiarale ; versão para a língua inglesa Carlos Brown Scavarda]. - Rio de Janeiro :Paper Mill, 2006

184p. : il. color.

ISBN 85-87438-06-9

1. Araken, 1946-. 2. Pintura brasileira - Século XX. I. Amarante, Leonor. II. Vergara, Guilherme. III.Cocchiarale, Fernando, 1951-. IV. Título.

06-4495. CDD 759.981CDU 7.036(81)

08.12.06 13.12.06 017293

CIP-BRASIL. Catalogação na FonteSindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

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ARAKENM A R C A S D O T E M P O

PATROCÍNIO

Paper Mill

Editora

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ARAKEN

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Sumário

Objetos

do Tempo

70

Série

Amarela

50

Campo

de Pouso

10

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Dourado

84

Biblioteca

120

Cronologia

166

Versão

178

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Campo de Pouso

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Memorial da América Latina

Galeria Marta Traba – SP

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Memorial da América Latina

Galeria Marta Traba – SP

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Performance realizada no

Museu Histórico Nacional – RJ

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Poética EspacialLeonor Amarante

Crítica de Arte

Curadora da I e da II Bienal do Mercosul juntamente com Fábio Magalhães

Pintor, aviador, arquiteto e pensador, Araken (Hipólito da Costa) revela em traços vigorosos seus universos, aparentemente distantes,

mas unidos pela vontade do fazer e do pensar. Arte e Aviação caminharam juntas no trilhar de uma trajetória incomum. Sua cultura

visual foi acumulada desde os tempos de piloto de aviões de caça, quando desenhava os céus com arriscadas acrobacias, até às

experimentações em terra firme. Em seu ateliê, coragem e desafio sempre foram os fios condutores de sua inventividade. Com o

manche (direção de avião), ele fazia nos ares o que faz hoje com o pincel. Os traços nascem como acrobacias pictóricas sobre telas e

lonas de grandes dimensões. Sua experimentação gira em torno do espaço, valendo-se do silêncio ou do vazio. Ao sobrevoar a

Amazônia, por exemplo, a imensidão de verdes ficou gravada em sua retina e, mais tarde apareceu em paisagens abstratas. Ao voar,

Araken sentia as imagens se multiplicarem dentro dele. Sabe-se que é praticamente impossível expressar artisticamente certas

experiências sensoriais, no entanto o expressionismo surgiu para traduzir as pulsações do artista e exprimir suas reivindicações.

Araken entende a pintura como uma espécie de energia cósmica, um fazer impulsionado ainda na adolescência. Sua formação mescla

as influências do pai, também ligado à Aeronáutica, e da mãe, professora de balé. O racional e o lúdico temperam seu caráter artístico,

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também enriquecido com estudos de filosofia e suas preocupações metafísicas, além de arquitetura e teologia. O discurso analítico

deixa claro que nenhuma ação artística profunda está livre da carga subjetiva do artista. No entanto, a pintura informalista, expressi-

onista abstrata de Araken é, ao mesmo tempo, lógica e racional, fria e apaixonada, religiosa e profana. Sua crença no fazer artístico é

ambivalente, ponderada por universos distintos habitados pelo homem e por um ser superior.

Na produção de Araken, o sentido do mundo é apenas insinuado, sugerido, deixando o espectador encontrar o significado, ou

simplesmente esperar que essa significação se manifeste. Com energia e pinceladas nervosas, sua pintura se movimenta entre o tátil

e o sensorial. Seus marrons-terra recebem sugestões do antigo mestre Ivan Serpa, uma reverência com pontos de transmutação.

Araken transforma suas telas, de cores vibrantes, em soluções cromáticas com uma organicidade que se move num universo particu-

larizado. O desenho, colocado em segundo plano, emerge no matérico, entre texturas de tensão submersa.

As telas e lonas imensas, às vezes, se deixam invadir por tons sóbrios, heranças antropológicas de sua produção, que também é

tomada por cores fortes e vivas, trabalhadas com gestos carregados de materialidade. A coreografia desenhada harmoniza-se com as

texturas e formas, nascidas de traços fortes, coloridos e precisos. As pinceladas se entrelaçam de maneira anárquica e, muitas vezes,

não privilegiam qualquer centro de interesse, nem qualquer zona de repouso. Há telas mais densas que sobrepõem complexas

passagens sucessivas do pincel encharcado de tintas com emanações luminosas, plenas de alegria. O controle sobre a intensidade de

luz respeita sua paleta, dominada por uma pintura matérica, ora terrosa, ora repleta de vermelhos, verdes e azuis intensos.

Campo de PousoQuem assistiu ao filme O Aviador, de Scorsese, sobre a vida de Howard Hughes, o pioneiro da Aviação Comercial, pode ter uma idéia

da paixão que a liberdade de voar exerce sobre o Homem. “Pilotar é uma forma perfeita de arte”, confessou-me Joseph Beuys, artista

alemão, mito do pós-guerra, numa entrevista na “Documenta”, de Kassel, em 1982.

Não é por acaso que tudo o que envolve essa arte faz parte das preocupações de Araken. Hélices, chapas para apoio de registro de

vôo, manches, planos de pouso, tudo em suas mãos recebe uma nova função e plasticidade, e se transforma em arte. Quase nada

escapou ao seu olhar atento durante os vôos rápidos e rasantes. Tudo o que o impressionava era registrado em foto, e depois,

transposto para a tela. Os mapas aéreos dos campos de pouso são emblemáticos da história protagonizada pelo pintor/aviador ou

vice-versa, que se sentia um Ícaro desenhando os céus. Para ele, Aviação e Arte são expressões muito próximas. “O vôo é uma dança

no espaço. Numa esquadrilha, cada piloto tem de confiar no outro para que possa realizar todas as manobras acrobáticas. É como

se você dançasse nas nuvens.”

Os mapas plotados, cópias em branco e preto do acervo do Instituto de Cartografia da Aeronáutica, transformam-se em obras de arte

com as intervenções pictóricas de Araken e nos remetem à História da Aviação. A tensão entre o desenho histórico, confidencial, e o

gesto impregnado de tinta, dá vida à “paisagem” oficial. Congela e qualifica seu expressionismo que explora a espacialidade.

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Nessa mostra, a pintura de ação norteia o conjunto sem deixar de lado os conceitos de memória, duração e tempo. Ao resgatar a

matéria, ele a coloca como elemento vivo e pulsante, que se expande e cria uma tensão positiva. O real e o imaginário se plasmam na

mesma paisagem congelada em foto, com intervenção do presente. Passado e futuro têm o mesmo peso nesse instantâneo que

reflete sobre a existência, a solidão e problematiza a perenidade da obra.

O grafismo impresso em um cinza rebaixado recebe a pintura luminosa, estabelecendo um jogo de forma versus fundo, com o

domínio da materialidade pulsante. O exercício do olhar sobre planos diferentes distorce a realidade, incorpora e cria novas Imagens

que não descrevem, mas representam uma densidade de cor que pulsa na retina do espectador.

O campo de pouso, como Araken define, é o local de onde as aeronaves decolam para o céu e, após o vôo, pousam suavemente, como

águias voltando ao ninho. Ele acredita que o início de uma missão aérea é uma tentativa de sobrepujar a realidade e transcender a

leveza do espaço, para depois voltar à terra. Em seu discurso, afirma que ao tentar compreender a realidade sobrenatural, o homem

utiliza três caminhos que se interligam e possibilitam o aprofundamento na busca da transcendência. O primeiro é a filosofia, em

particular a metafísica, voltada para a pesquisa do ser e a verdade pelo uso da razão. O segundo é a teologia, que permite crer naquilo

que não se vê, e o terceiro é a arte, por meio da qual a sensibilidade percebe o invisível e o traduz em diversas linguagens. “Com esses

três instrumentos o homem está apto a adentrar no campo de pouso transcendental”, acredita.

Araken se insere num grupo de artistas que se expressa por meio de canais diferenciados. Sua inquietação provoca reflexões sobre

a contemporaneidade e os caminhos futuros de sua produção. O movimento é a mola propulsora de sua pintura, cujo processo de

criação é amplo e coloca seu raio de ação além do campo “pictórico”. Araken inventa poéticas com gramáticas, que funcionam como

base para manipulação de gestos, que um dia já foram mentalizados em vôos. Desde o início de sua trajetória optou pelas cores, com

emanações luminosas, plenas de alegria.

Suas pinturas rompem o mundo cênico e espetacular e tentam novas formas de ação. Os pincéis fazem o movimento do olhar e

rompem o espaço, ora de maneira anárquica, ora organizada. Araken disponibiliza a fantasia do acaso em suas pinceladas, retendo

luz, cor e forma. Às vezes ele apóia suas pinturas em deslocamentos efêmeros, soltos e fugazes, deixando seu traço neo-expres-

sionista aberto a um novo estímulo, que se encaixa e dialoga com o espaço. Seu olhar fraciona a realidade e recompõe o cenário

disperso no tempo.

Seu objeto tridimensional, executado em madeira, nos lembra engenharia para refletir o tempo. A plataforma do campo de pouso

realinha o olhar do espectador, regrado por situações estáveis e comuns. Ele utiliza uma linguagem codificada por estímulos constru-

tivos, que se ergue a partir de uma geometria reinventada.

No todo, suas telas têm força especial no domínio da materialidade e colocam foco em questões como emoção/reflexão, nutrindo a

pintura de progressivas linguagens impregnadas de um abstracionismo generoso.

São Paulo, fevereiro de 2005

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Os bailarinos Marcelo Malleti, Ângela Viegas e Bruno Souzada Ópera Brasil, dirigido por Fernando Bicudo

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Esboço

Cálculo estrutural e detalhamento (escultura):Leonardo Santos e Roberta Viana

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Coreografia de Antonio Gaspardo Corpo de Baile do Municipal – RJ

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A Forma dá o Ser

Técnica mista sobre lona, 1,40 x 1,58m, 2004

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Conversão

Técnica mista sobre lona, 1,40 x 1,77m, 2005

Fé e Razão

Técnica mista sobre lona, 1,78 x 4,10m, 2004

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Técnica mista sobre tela,

1,90 x 2,56m, 2005

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Matéria-Prima e Forma Substancial

Técnica mista sobre tela, 1,65 x 1,90m, 2006

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Razão e Sensibilidade

Técnica mista sobre tela,

1,91 x 2,93m, 2004

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As Causas do Ser

Técnica mista sobre tela, 1,95 x 1,85m, 2003

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Em Busca de Sentido

Técnica mista sobre tela, 1,97 x 1,88m, 2005

Luz no Coração

Técnica mista sobre lona, 1,78 x 4,07m, 2004

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Tudo Flui

Técnica mista sobre tela, 1,90 x 1,95m, 2003

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Combate Aéreo

Técnica mista sobre tela, 1,95 x 1,90m, 2003

Sensibilidade

Técnica mista sobre tela, 1,90 x 3,74m, 2005

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Pintura sobre fotografia aérea, 1,29 x 1,20m, 2005

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Pintura sobre fotografia aérea, 1,29 x 1,20m, 2005

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Campo de PousoCampo de pouso é o local de onde as aeronaves decolam para os céus e, após o vôo, pousam suavemente, como águias voltando ao

ninho. Por isso, o campo de pouso necessita de uma infra-estrutura complexa para apoiar a operação aérea, a qual é composta por

pessoal habilitado e dedicado, torre de controle, pátio de estacionamento, sistema de iluminação e navegação, e tantos outros

elementos.

Para o piloto, o início da missão é sua tentativa de sobrepujar a realidade natural, e, assim, experimenta a transcendência na leveza

do espaço, após a qual retorna ao solo firme e sente o aconchego da terra-mãe.

Quando a vontade do homem procura compreender a realidade sobrenatural, então utiliza três caminhos interligados, que possibili-

tam aprofundamento na busca da transcendência. O primeiro é a filosofia, em particular a metafísica, voltada para a pesquisa do ser e

para a verdade pelo uso da razão. O segundo é a teologia, que, por meio da fé direcionada pela revelação, permite crer naquilo que não

se vê. O terceiro é a arte, na qual a sensibilidade percebe o invisível e o traduz em diversas linguagens.

O homem, deste modo, após alçar vôos na fé, na razão e na sensibilidade, adentra o “campo de pouso transcendental”. Nele repousa

em paz, se aprofunda no conhecimento e no amor, preparando-se para novas decolagens e desvendando campos, assim na terra

como nos céus.

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Jóia Campo de Pouso

sobre prancheta de vôo, ouro, 3cm, 2005

Tubo de Pitot

Resina de poliéster, 9 x 22 x 26cm, 2005

Livro de Artista

(Campo de Pouso), 22 x 22cm, 2001

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Série Amarela

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Boca Amarela

Técnica mista sobre tela, 97 x 91cm, 2003

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Conversão I

Técnica mista sobre tela, 1,40 x 1,80m, 2004

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Oração

Técnica mista sobre tela, 0,70 x 1,00m, 2004

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Tudo é feito de Fogo

Técnica mista sobre tela, 0,96 x 1,20m, 2006

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Atelier do artista

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Marcas do TempoLuiz Guilherme Vergara

Professor do Departamento de Arte da UFF

Diretor do Museu de Arte Contemporânea de Niterói

A primeira visita ao atelier do Araken logo remete ao desafio solitário de cada artista diante de todas as viradas tecnológicas, estéticas

e existenciais que afetaram radicalmente a História da Arte e principalmente da pintura moderna. Entre as camadas de pinceladas

invadindo as fotos aéreas, ou nas grandes telas estendidas no chão, se revelava uma dobradura visceral das memórias do piloto para

a expressão artística, do filósofo para o teólogo, da fenomenologia à metafísica da criação. A série de interferências sobre registros

do tráfego aéreo cruzando rotas calculadas entre campos de pouso, (à primeira vista lembrou Anselm Kiefer) não expressavam para

a vista nenhuma busca por céu de brigadeiro, mas a inquietude, sem repouso, de pinturas que recompõem lembranças matéricas de

vôos internos de quem diz não a qualquer tipo de certeza, mas sim à deriva estética.

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Para um piloto é parte de sua profissão cruzar tempestades, penetrar cortinas em vôos cegos por neblinas, apenas seguindo cartogra-

fias e torres de comando. Mas diante de suas pinturas nos perguntamos: como estas aventuras da Aviação vão se depositar na alma

do artista, para serem resgatadas como matéria pictórica? Como transporte estético e existencial, as pinturas de grande porte de

Araken são produzidas no chão tornando-se um metaterritório, não de pouso, mas de vôos supra-sensoriais, poiesis, inaugurando

sentidos pela produção de massa plasmática. Existe um algo mais que transpira ou sobrevoa suas pinturas seguindo um termo

utilizado por Bernett Newman1 – arte plásmica (plasmic art).

Seu processo de criação é de entrega total ao fluxo poético, não sob o controle do juízo estético da techne, isto é, ele se dá sem

separação entre ação e expressão, dando vazão a uma urgência existencial aqui e agora. Quando um piloto comanda a nave, ele

estende ou entende o avião, o vôo e o ambiente, como extensões do seu corpo-consciência alargada, em uma posição especial em

relação a vida, colado e descolado do mundo. Aí também se define a tensão entre a condição humana presa à terra e o ponto

arquimediano, tão bem elaborado pela Hannah Arendt2. Da mesma maneira, Araken elabora suas pinturas no chão, o que também

reproduz a vista de cima, ecoando a experiência do olhar do piloto – sobrevoando o tecido do mundo. Esta é a conjugação que

distingue Araken de apenas mais um pintor expressionista revisitando a experiência de Pollock. O processo de criação das pinturas

do Araken materializam este ponto de impasse entre liberdade (vôo) e as limitações da condição humana, incorporando o fenômeno

de sua experiência da navegação aérea para a criação artística, unidas como vôos da alma.

Pode-se falar também de uma dimensão áurica – plasmadora que paira como atmosfera e éter sobre as telas do Araken, que é

muito mais um campo de descargas do que de pouso, acumuladas por uma vida dedicada às horas de viagens e visões aéreas. A

pintura de Araken não é de cartografia e controle, mas de transbordamentos, como camadas de alta tensão que modelam uma

paisagem noturna vista através de filtros infravermelhos, memórias da alma em seus vôos por terras estrangeiras – o território da

arte. Estas são as anotações que introduzem a fenomenologia da criação e percepção de suas obras, cujos principais atributos

dizem respeito à natureza plásmica, pois ultrapassam a retina e o intelecto para atingir a intuição ou a clarividência multisensorial.

Nesta mesma ordem, essas pinturas colocam o espectador também em uma posição aérea, contemplando massas de cor-tinta

suspensas sobre situações concretas da realidade dos registros fotográficos, ou territórios totalmente imaginários, sem linha de

horizonte – infinitos em todas as direções.

Por outro lado, estas enormes lonas estão contaminadas por uma arqueologia da pintura, um fenomenologia hermenêutica, que não

prescindiu dos avanços das novas tecnologias de transporte e comunicação visual do século XX. Visitar o atelier deste artista é

também viajar no tempo das crises da pintura na História da Arte diante da confluência de mudanças nas escalas da velocidade dos

meios de transporte, os equipamentos fotográficos de produção de imagens, que modelam e são produtos de uma cultura visual em

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Fragmentos

Técnica mista sobre papel, 60 x

45cm, 2003

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um mundo em movimento acelerado de incertezas em todas as direções. Ao mesmo tempo, estas pinturas servem de base para uma

meditação sobre a dissolução das fronteiras entre o visível e o invisível, e mais ainda, a categoria dos novos horizontes múltiplos e

mutantes de visão do mundo. Assim, diante das abstrações matéricas de Araken somos também remetidos às primeiras vanguardas

da pintura moderna, que anunciavam o desafio do artista como o de tornar visível as novas realidades espirituais e físicas da quarta

dimensão, ou de um mundo regido por múltiplos pontos de vistas móveis como nas experiências espaciais de Tatlin ou Duchamp, ou

dos ambientes plásticos do grupo De Stijl 3. A razão cartesiana, juntamente com a perspectiva, davam lugar a uma estética ambiental,

não representacional da realidade, mas construtora de uma situação artística que dissolvia divisões entre o sujeito e o campo da obra

de arte, rompendo relações fronteiriças entre o dentro e o fora, o macro e o micro, luz e matéria, o abstrato e o concreto. Neste

contexto também era introduzida uma nova leitura de mundo segundo um ponto de vista móvel e relacional. Araken, como aviador,

viu este mundo de cima, como um leitor móvel sobrevoando tecidos topológicos e este parece ser o seu desafio, expressar como

consciência estética esta experiência humana.

A vida deste artista, piloto-teólogo, dá suporte para que sua pintura seja um território existencial. A complexidade que envolve as

camadas de sentido da seu trabalho repassa as viradas e rupturas de um século de crises da condição humana – entre indivíduo,

arte e sociedade. Com Araken vemos estas superposições entre experiência humana, História da Arte e experimentação artística,

mas que unem o vôo do avião à semelhança com a forma pura suspensa no espaço organizado pelas ordens construtivas da

abstração geométrica, porém chegam nas suas telas contaminadas de existência e caos. Assim é também com as fotos aéreas,

onde a intervenção artística é metáfora da invasão da experiência artística, acidental, liberada ao máximo de um controle formal ou

figurativo-formal, em um mundo programado em rotas com pousos predeterminados. Araken faz do território de registros e

memória da realidade uma nova geografia das ações humanas sem fronteiras. Araken potencializa o piloto pela arte, buscando dar

expressão viva à condição experimentada pela Aviação de transitar por um ponto “arquimediano” em relação ao mundo (como

define Hannah Arendt) de leitura móvel e suspensa (aérea) de mundo, ou melhor, entre mundos.

Esta relação tão impalpável entre a experiência da aviação e a expressão artística foi experimentada também por Joseph

Beuys. Por caminhos diferentes, Araken busca também ressignificar a energia humana e potencializar o material pelo espi-

ritual. É impossível dimensionar o quanto fica marcado na consciência humana, em cada caso desses artistas aviadores, a

experiência do vôo-velocidade e altura. O que nos remete a um outro caso, como o de Will iam Turner (1775-1851), que se

submetia a velocidade dos meios de transporte como condição fenomenológica da criação artística, em uma experiência de

imersão direta no movimento dos trens e navios, expondo-se totalmente à percepção do confronto permanente com a

atmosfera do sublime, a tempestade, como sistema de forças irracionais, naturais ou supra-humanas. A vontade de poiesis

no contato direto com a experiência de mundo é a pulsão vital dessa genealogia romântica e existencial da arte.

William Turner

Rain, Steam and Speed

(Chuva, Vapor e Velocidade)

Óleo sobre tela, 90,8 x 121,9cm, National Gallery, London,1844

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Árvore Verde

Técnica mista sobre tela, 0,95 x 1,48m, 2006

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Comentar sobre a trajetória de vôo do Araken, artista-piloto, é repassar uma trajetória acumulativa de saltos transculturais e transtem-

porais que vem modelando a posição do criador diante de sua obra e do mundo que o envolve. Na pintura, ou na sua crise de

referenciais, que não mais se comprime dentro de uma moldura, ou se produz sobre um cavalete, até à sua emancipação como

produção de uma realidade espacial ou ambiental de mundos paralelos, se concretizam simultaneamente momentos de transportes

entre visões imaginárias e experiências vividas. Se Turner precisou das viagens de trem ou dos barcos que enfrentam tempestades,

Robert Delaunay (1885-1941)busca um referencial novo a partir da visão aérea de mundo. Para ambos, a expressão desse estar no

mundo moderno não cabia mais dentro dos cânones de alienação que modelavam a pintura como uma janela para um espectador

imóvel e fora do tempo e do espaço.

Ver de cima, ver de dentro, ver de muitos lados simultâneos, são parâmetros da pintura moderna que se acumulam na pintura do

Araken. A viagem noturna de suas obras resgata em Paisagens e Figuras atmosferas e faces barrocas. Seu apelo para uma estética

existencial também remete a uma complexidade barroca entre luz matérica e esperança/brilho contrapondo a mais densa treva.

Este clima tão grave da condição humana, reflete agora não mais o piloto sobrevoando um mundo com tempestades, mas medita-

ções da alma que atingem tanto o teólogo como o artista. Não se poderia deixar de fora desta arqueologia do trabalho de Araken

uma referência à matéria da luz de Rembrandt que incluía pó de vidro para produzir brilho e transcendência. Em um determinado

momento desta trajetória artística, Araken apresenta uma série de pinturas onde faces e olhares ressurgem do mundo abstrato das

manchas – como Goya elas emergem do sono da razão. Ou elas trazem de volta para o humano a Odisséia cósmica de um criador

poeta-cego, como Ulisses.

Robert Delaunay

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Transazul

Técnica mista sobre tela, 1,17 x 2,64m, 2005

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Acompanham este retorno ao figurativo paisagens imaginárias quase dantescas ou sublimes, que têm em comum um rasgo pelo qual as

massas de luzes se acendem como forças nebulosas de esperança. Este lugar de pouso pode ser visto como território de autopoiesis,

pois encarnam o encontro de forças opostas, entre o desespero e o triunfo, o caos e uma emergente nova ordem, ainda não totalmente

consciente – é um coincidatio oppositorum. Mas também apontam para um momento de encontro do artista com si mesmo, cuja força

está na visão esclarecedora da arte que desfaz o mais antigo temor, mas ao mesmo tempo todas as presunçosas esperanças ainda não

conscientes. Traz para o consciente o que estava a deriva como forças e vôos internos.

A segunda visita ao atelier de Araken remeteu a um tempo labiríntico – daí infinito de Borges – quando se percebe melhor o quanto

a realidade biográfica do artista se confunde com a sua obra, seu vocabulário simbólico e imaginário é também território autopoiético.

Os objetos do tempo são compostos de assemblagens a partir de seu relicário, predominantemente ligado a sua profissão de piloto

da aviação. Mais uma vez, estes objetos são contundentes testemunhas do tempo e complexidade da identidade do artista. Porém

eles são justapostos segundo uma ordem que ultrapassa os seus sentidos funcionais. Mais uma vez Araken subverte inclusive a

natureza e ordem dos coisas que materializam a sua memória e identidade enquanto piloto, pelo comando impulsivo da vontade de

voar e constantemente migrar pela arte, que se nutre pela subversão das organizações rígidas e lógicas da condição humana. Essas

assemblagens oferecem um instigante contraponto entre a objetividade das coisas que compõem seu cotidiano e a carga atmosférica

de suas pinturas existencialistas.

Araken alega que a arte deu sentido a sua vida. Certamente, pois o artista foi erguido pelas experiências de vôo do piloto, pelas horas

e visões de um olhar que cruza diferentes mundos, para encontrar a si mesmo. Da mesma forma, o teólogo foi redimido das presun-

çosas especulações humanas pela criação artística da luz que a alma plasma do caos, como criação de espelhos retrovisores que

tornam visíveis os vôos internos nas entranhas dos movimentos da alma.

Estes comentários sobre a obra de Araken se inspiram na própria contundência plástica, principalmente de suas pinturas, o que leva

a pensar o como se alimentam mutuamente a experiência humana e a criação artística. Este texto é resultado dessas visitas e

conversas no seu atelier, onde se estabeleceu uma apreciação fecunda do quanto estão interligadas a busca humana e a vontade artística,

que no caso de Araken constituem a própria substância heróica do ato criativo – ser conjugada estética, ética e existencialmente.

(Footnotes)

1. Newman, Barnett. Sellected Writings and Interviews. Berkeley e Los Angeles, University of Califórnia,1992.

2. Arendt, Hannah. A Condição Humana. Rio de Janeiro, Editora Forense-Universitária Ltda.,1981.

3. Fundado por Theo van Doesburg e Piet Mondrian, em 1917, na Holanda, buscava uma visão moderna para a arte.

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6 9Atelier do artista

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Objetos do TempoO olhar do artista sempre procura captar a beleza das coisas do cotidiano. Assim, vai registrando, paulatinamente, na sua memória,

as imagens recolhidas pela sua sensibilidade.

Nessa mostra, Araken traz à tona as lembranças da infância com os goleiros do jogo de botão, escalados não no gol, mas lado a lado,

numa composição alegre e divertida.

De outra feita, o artista extrai, do chão das casas, os tacos marcados pelo tempo, reunidos em poucas peças, e, impregnando-os de

tinta, simboliza esteticamente a trajetória de uma época.

Objetivando influir no tempo, aplica chapas de acrílico na cor laranja sobre suas pinturas abstratas, induzindo o olhar do espectador

a retroceder no tempo.

Por último, tecendo com cadarços coloridos uma cabeça de manequim, transformando-a com uma trama visceral – a humanização

do rosto, nos convida a pensar como as marcas do tempo nos remetem a lembranças felizes de nossas vidas.

Essa exposição marca a primeira individual do artista, onde a pintura não é mais o foco principal, mas coadjuvante do objeto.

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Futebol

Composição de 12 peças de jogo de botão em resina

de poliéster em caixa acrílica, 21 x 15 x 4cm, 2004

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Folic Galeria

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Marcas do Tempo

Cordões elásticos sobre cabeça de manequim

em caixa de acrílico, 40 x 30 x 30cm, 2006

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Amarelos

Composição de 24 peças de jogo de botão em

resina de poliéster em caixa acrílica, 21 x 31 x 4cm, 2006

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Condecoração

Composição de 36 peças de jogo de botão em resina

de poliéster em caixa acrílica, 21 x 48 x 4 cm, 2006

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Pegadas do Tempo II

Técnica mista sobre taco de madeira em caixa acrílica,

41 x 21 x 4cm, 2006

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Pegadas do Tempo I

Técnica mista sobre taco de madeira em caixa acrílica, 20 x 34 x 4cm, 2006

Pegadas do Tempo III

Técnica mista sobre taco de madeira em caixa acrílica, 14 x 42 x 4cm, 2006

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Limpa-vida

Composição de 30 peças de espuma em caixa acrílica, 30 x 40 x 4cm, 2006

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Aquiraz

Chapa acrílica sobre tela com aplicação de renda em caixa acrílica, 30 x 40 x 4cm, 2006

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Fogo de Santelmo

Técnica mista sobre tela com sobreposição de chapa acrílica, 95 x 1,95m, 2005

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Dourado

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Série Dourada

Técnica mista sobre papel dourado,

28 x 28cm, 2006

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Série DouradaFernando Cocchiarale

Filósofo

Professor de História da Arte da PUC-RJ e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage

Curador geral do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

Araken é um artista pintor. O teor enfático da afirmação refere-se não somente à sua preferência por esse meio ancestral da arte,

como também, sobretudo, às afinidades de sua obra com o sentido atual do termo pintura, tal como foi consolidado a partir da década

de oitenta do século passado. Cada trabalho de Araken parece demonstrá-lo. A pincelada expressiva e encorpada, a valorização de

gestos soltos, não estudados, ou ainda sua adequação aos gêneros nos quais a pintura se consolidou como arte a partir da Renascen-

ça e do Barroco (paisagem, natureza morta, retrato etc.).

Foi somente nos últimos cinco séculos que a produção artística do Ocidente incorporou os valores da autoria individual, da

separação do trabalho humano em duas esferas diferentes: a criação (arte) e a produção utilitária (artesanal e proletária); e a

contemplação estética como única e privilegiada função da obra de arte. Esses valores evidenciam o surgimento de um novo

agente na vida social, o homem.

A Renascença situou o homem no centro da vida secular, tecida pela burguesia comercial contra a religiosidade dominante na Idade

Média. Essas novas condições implicaram não apenas na invenção do indivíduo (o livre arbítrio), mas do artista, do autor e, numa certa

medida, da própria pintura.

Antes da invenção da pintura a óleo e da tela, esse meio não podia ser avaliado a partir dos parâmetros acima listados. Predominan-

temente icônicos, feitos diretamente sobre paredes, especialmente preparadas com gesso, de modo a receber ainda úmidas a

pintura planejada para aquele dia, os afrescos tinham de ser projetados. Por isso jamais possibilitaram algo parecido com aquilo que

o Barroco propôs pela primeira vez: uma pintura para o olhar e não para ilusão tátil. Só então a pintura se torna pictórica (Wölfflin,

“Conceitos Fundamentais da História da Arte”), no sentido aceito do termo entronizado na década de oitenta.

A produção de Araken pertence a essa genealogia que começa com a arte barroca e daí para diante manifesta-se em diversos Ismos,

derivados da idéia de uma expressão das pulsões interiores do indivíduo (o expressionismo alemão, o expressionismo abstrato

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Sofrimento é uma Cirurgia na Alma

Técnica mista sobre tela, 1,40 x 1,40m, 2004

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americano dos anos cinqüenta, o neo-expressionismo da década de 1980) impossível num mundo como o pré-renascentista, no qual

a noção de pessoa não coincidia com a valorização da esfera subjetiva.

É sintomático que as telas da Série Dourada deste artista possuam uma escala cromática restrita aos marrons, ocres, pretos, verme-

lhos, laranjas e brancos, paleta próxima àquela do Barroco. Voltada para a representação de luz e sombra, essa paleta tornou-se

essencial para trabalhos que pretendiam ter uma atmosfera dramática. Sem considerar, evidentemente, o dourado, que pode ser

remetido à influência dos ícones bizantinos e da pintura medieval.

Araken é um pintor, já que não está interessado em representar os objetos a partir de seus contornos, qual os egípcios, os gregos e

os pintores clássicos, por exemplo, mas torná-los visíveis a partir da luz e da sombra que constrói com tinta e manchas .É como se o

que vemos tivesse sido arrancado das entranhas não só do artista, como também das profundezas do quadro por meio da pintura.

Os rostos das pinturas Dourada olhar e Dourada olhar 2 parecem emersos de seus fundos. Pequenos e luminosos olhos de conta

fitam-nos, de algum lugar dentro da tela, com seu olhar obsessivo, penetrante e inquiridor. Já as paisagens, ao contrário, parecem

resultar em um ponto não designado entre o olhar do artista e as poucas referências do mundo objetivo. Dentre elas a Dourada artista

no campo reúne numa única pintura a cena paisagística difusa, tempestuosa e uma pequena figura em silhueta, sem rosto ou

identidade, como se fosse possível reduzir mundo e sujeito ao estado de pintura.

Esse estado de liberdade experimentado por Araken e por todos os artistas derivou da conquista progressiva da chamada autonomia

da arte, iniciada com a valorização do indivíduo e a separação entre arte e artesanato, no século XVIII. Circunstância histórica excepci-

onal que gerou duas grandes possibilidades, maneiras ou métodos de criar, conforme os temperamentos dos artistas: uma mais

pensada, projetada, testada, objetiva; e, a outra, mais intuitiva, processual, inesperada, subjetiva.

Por ser a pintura de uma idéia, a primeira não se apoiava na pincelada matérico-expressiva, ou na surpresa. Já a segunda, por ser

pintura do próprio fazer em processo, inversamente, precisa valorizá-lo com enfáticas evidências gestuais, resíduos das pinceladas e

tudo aquilo que a singulariza de forma irrepetível.

Uma divergência polarizada entre projeto e expressão possui uma lógica semelhante àquela das duas faces de uma mesma moeda.

São diferentes, mas afins. Tanto uma, quanto outra valorizam a ação do sujeito em aspectos complementares: o cognitivo (comum a

todos, Kant) e o individual.

A mesma polarização manifesta-se nas duas grandes vertentes, nas quais se dividiu o abstracionismo (década de cinqüenta). A

geométrica e a informal. Essa é, certamente, a ponte para outro traço característico da obra de Araken. Ele pinta, alternada ou

simultaneamente, pinturas figurativas e abstratas já que o processo para fazê-las é idêntico – enfrentamento com a obra no ato de

produzi-la. Suas abstrações informais correspondem coerentemente às formas mais expressivas que o artista extrai do filão

figurativo, num diálogo no qual sai vitoriosa a pintura.

Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2006

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Córrego

Técnica mista sobre tela, 1,06 x 1,46m, 2006

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Natureza Morta

Técnica mista sobre tela, 54 x 89cm, 2005

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Luz do Saber

Técnica mista sobre tela, 69 x 72cm, 2006

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Fóssil

Técnica mista sobre tela, 1,38 x 55m,

2006

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Luz no Coração I

Técnica mista sobre tela, 1,00 x 1,50m, 2004

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Pão da Vida

Técnica mista sobre tela, 92 x 1,50m, 2006

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Pedra no Caminho

Técnica mista sobre tela, 1,05 x 1,45m, 2006

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Tênis

Técnica mista sobre madeira, 77 x 56cm, 2006

Sapato

Técnica mista sobre madeira, 55 x 76cm, 2006

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Noturno

Técnica mista sobre tela, 1,40 x 1,80m, 2006

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Caminhando no Escuro

Técnica mista sobre madeira, 1,00 x 1,23m, 2006

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Janela do meu Jardim

Técnica mista sobre madeira, 49 x 58cm, 2006

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Árvore Vermelha

Técnica mista sobre tela, 82 x 92cm, 2006

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Coração

Técnica mista sobre tela, 30 x 40cm, 2006

Saltimbancos

Técnica mista sobre plástico com

sobreposição de chapa acrílica,

30 x 40cm, 2006

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Paisagem ao Longo

Técnica mista sobre tela, 30 x 40cm, 2006

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Artista no Campo

Técnica mista sobre tela, 82 x 92cm, 2005

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Árvore no Vale

Técnica mista sobre tela, 61 x 48cm, 2005

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Boca

Técnica mista sobre tela, 97 x 82cm, 2006

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Boca da Medusa

Técnica mista sobre tela, 97 x 92cm, 2006

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Olhar 1

Técnica mista sobre tela, 74 x 53cm, 2006

Olhar 2

Técnica mista sobre tela, 74 x 53cm, 2006

Olhar 3

Técnica mista sobre tela, 74 x 53cm, 2006

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Cristo Morto 1

Técnica mista sobre tela com sobreposição de chapa acrílica, 34 x 1,76m, 2006

Cristo Morto 2

Técnica mista sobre tela com sobreposição de chapa acrílica, 34 x 1,76 m, 2006

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Eu

Técnica mista sobre lona,

2,20 x 1,80m, 2006

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BibliotecaBiblioteca

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Livro I Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada na arte é

uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da imagem captada pelos

órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 20 pinturas sobre cartões-convites da série amarela, com a dimensão de 15 x 21cm, realizadas entre os anos

de 2005 e 2006.

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Livro II Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada na

arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da imagem

captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 20 pinturas sobre cartões-convites da série amarela, com a dimensão de 15 x 21cm, realizadas entre

os anos de 2005 e 2006.

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Livro III Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada

na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da

imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 36 pinturas sobre cartões-convites do Morro Dois Irmãos, com a dimensão de 21 x 15cm, realizadas

entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro IV Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada

na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da

imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este l ivro é composto por 36 p inturas sobre cartões-convites do Morro Dois I rmãos, com a d imensão de 21 x 15cm,

realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro V Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada na

arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da imagem

captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 25 pinturas sobre papel, com a dimensão de 21 x 15cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro VI Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada

na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da

imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 25 pinturas sobre papel, com a dimensão de 21 x 15cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro VII Este l ivro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibi l idade mani-

festada na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibi l idade não apenas como a capacidade de atingir

além da imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este l ivro é composto por 25 pinturas sobre cartões-postais, com a dimensão de 14,5 x 10,5cm, realizadas entre os anos de

2005 e 2006.

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Livro VIII Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibil idade manifes-

tada na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além

da imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este l ivro é composto por 25 pinturas sobre cartões-postais, com a dimensão de 14,5 x 10,5cm, realizadas entre os anos de

2005 e 2006.

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Livro IX Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada

na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da

imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro de estudo apresenta intervenções pictóricas no livro “LES PALAIS DU RÊVE” – Arthaud et Paris-match – Paris, 1970,

com dimensão de 31 x 24cm, visando às avaliações estéticas e de matérias de pintura, realizadas entre os anos de 2004 e 2006.

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Livro X Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada na

arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da imagem

captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro de estudo apresenta intervenções pictóricas no livro “FORMA 1930-1940” – industrial design in Italy, com dimensão

de 37 x 24cm, visando às avaliações estéticas e de matérias de pintura, realizadas entre os anos de 2004 e 2006.

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Livro XI Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada

na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da

imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro de estudo apresenta intervenções pictóricas no livro “SCARVES” – chic simple components – Thames and Hudson, com

dimensão de 13,5 x 11,5cm, visando às avaliações estéticas e de matérias de pintura, realizadas entre os anos de 2004 e 2006.

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Livro XII Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibil idade manifes-

tada na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além

da imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 53 pinturas sobre papel, com a dimensão de 29,5 x 21cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro XIII Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifestada na

arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da imagem

captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 53 pinturas sobre papel, com a dimensão de 29,5 x 21cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro XIV Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibil idade manifes-

tada na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além

da imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 53 pinturas sobre papel, com a dimensão de 29,5 x 21cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro XV Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibil idade manifes-

tada na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além

da imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 53 pinturas sobre papel, com a dimensão de 29,5 x 21cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro XVI Este l ivro faz parte do Projeto Biblioteca , com o objetivo de demonstrar que a sensibi l idade mani-

festada na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibi l idade não apenas como a capacidade de atingir

além da imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 53 pinturas sobre papel, com a dimensão de 28 x 20,5cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro XVII Este l ivro faz parte do Pro jeto Bibl ioteca , com o objet ivo de demonstrar que a sensib i l idade

manifestada na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibi l idade não apenas como a capacidade de

atingir além da imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 27 pinturas sobre papel, com a dimensão de 30 x 42cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro XVIII Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifes-

tada na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da

imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este livro é composto por 30 pinturas sobre papel, com a dimensão de 30 x 40cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro XIX Este livro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade manifesta-

da na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibilidade não apenas como a capacidade de atingir além da

imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este l ivro é composto por 10 pinturas sobre lona, com a dimensão de 40 x 50cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro XX Este l ivro faz parte do Projeto Biblioteca, com o objetivo de demonstrar que a sensibi l idade mani-

festada na arte é uma forma de conhecer a realidade. Entendemos a sensibi l idade não apenas como a capacidade de atingir

além da imagem captada pelos órgãos sensíveis, mas de perceber a essência das coisas.

Este l ivro é composto por 36 pinturas sobre papel, com a dimensão de 50 x 65cm, realizadas entre os anos de 2005 e 2006.

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Livro XXI Este l ivro-pintura intitula-se SÉRIE AMARELA. Sobre cartões amarelos, procura traduzir a interfe-

rência do gesto pictórico, condensando a transcendência da pintura na intimidade do manuseio do l ivro.

SÉRIE AMARELA contém sete exemplares originais, sendo cada um composto de cinco pinturas em tinta acrí l ica e betume

sobre papel com 21 x 42cm de dimensão.

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Livro XXII Como pintor e aviador, procurei unir através das cores as vistas aéreas de diversos campos de

pouso deste imenso Brasi l . Nomeei esta série CAMPOS DE POUSO, em alusão aos momentos vividos no retorno de cada

missão aérea, pintados com a alegria e a beleza daqueles instantes eternos.

“Campos de Pouso” contém dez exemplares or ig inais , sendo cada um composto de c inco p inturas em t inta acr í l ica e

betume sobre fotos aéreas, cedidas pelo Instituto de Cartografia da Aeronáutica, com 22 x 22cm de dimensão.

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Cronologia

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RIO DE JANEIRO 1946

ARAKEN HIPÓLITO DA COSTA

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Araken, Dom Estevão Bettencourt e

Dr. Carlos Frederico

Graduação

1965/1968 Escola de Aeronáutica.

1975/1980 Arquitetura e Urbanismo, Faculdades Integradas Bennett.

1998/2000 Filosofia, Faculdade João Paulo II.

2000/2003 Teologia, Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro.

Pós-Graduação

1987 Curso de Estado-Maior e Superior de Comando da Aeronáutica.

1989/1990 Escola Superior de Guerra Aérea – Paris, França.

1991 Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais.

2005 Mestrado em Ciências Aeroespaciais – Universidade da Força Aérea.

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Exposições Individuais

2006 Objetos do Tempo, Folic Galeria.

2005 Campo de Pouso, Memorial da América Latina, São Paulo.

Campo de Pouso, Museu Histórico Nacional.

2004 Galeria de Arte IBEU.

Objetos do Tempo, Espaço Cultural Maurice Valansi.

2003 Série Amarela, Galeria Toulouse.

2002 Transcendência, Galeria Cândido Mendes, Ipanema.

2001 Espaço Cultural Mauá, RB1.

1999 Centro Cultural do CREA.

1998 Centro Cultural dos Correios.

1997 Galeria Referência, Brasília.

Galeria Toulouse.

1995 Galeria Marlene Gastal, Brasília.

1986 Galeria Macunaíma, FUNARTE.

1974 Casa Raimundo Cela, Fortaleza.

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Exposições Coletivas

2006 Art Bo, Feira Internacional de Arte de Bogotá, Colômbia.

2005 Pintemos Juntos AMINCA.

Atelier Imaginarte.

Conexão Brasil 2005, Bolsa do Rio.

L’Espace Quadra et Société Générale, Paris.

Nano Intervenção, Atelier Eliane Prolik, Curitiba.

Múltipla Escolha, Alegria Vinhaes Galeria de Arte.

2003 Panorâmica 2002, Galeria Cândido Mendes, Ipanema.

Dialogues 4B, Pyrénées/Brésil, Palais des Congrès, em Lourdes.

Celebração 1993/2003, acervo do Centro Cultural dos Correios.

Arte Atemporal, Centro Cultural dos Correios.

Núcleo de Arte Contemporânea, Galeria Mira Schendel.

2002 Plaza Summer Festival, Niterói.

1ª CREART, CREA.

2001 Imaginatrium, Instituto de Arquitetos do Brasil.

Galeria Villa Riso, ao lado de Kuperman, Largman, Nicholson e M. Fernandes.

1999 Action Painting, com o Grupo Tinta, Rock in Rio Café.

Exposição conjunta com José Veras, no Centro Cultural Cândido Mendes.

Inaugural do Café da Moda.

Pintura: 500 anos depois no Rio, no Espaço Cultural dos Correios.

1998 12eme Salon des Arts de Mangecy, Paris.

Uma Homenagem a Dali, na Galeria Metara.

Brésil: Espace et Couleur, na Galeria da Villa Riso.

Gallery 98, no Casa Shopping.

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172

1996 28ºFestival Internacional da Pintura, Chateau-Musée de Cannes-Sur-Mer, França.

Galeria Casa Grande, Goiânia; Galeria Referência, Brasíl ia; Galeria Toulouse, Rio, Aeroportos Internacionais de Brasíl ia e

de São Paulo, Coletiva itinerante, com mais três artistas: Vergara, Tozzi e Gerchman.

Danses e Couleurs du Brésil, em Lyon, França.

1995 Da Cor do Rio, Espaço Cultural dos Correios.

Frente a Frente, no Espaço Cultural dos Correios.

1994 1994 Museu da República.

Brésil: Espace et Couleur , com itinerância em Bruxelas, Paris, Frankfurt, Porto e Lisboa.

Espaço, ao lado de Barrão, Tozzi, Granato, João Magalhães, Zerbini e Rubens Gerchman, no Espaço Cultural dos Correios.

1º Salão MAM-Bahia de Artes Plásticas, em Salvador.

Action Painting, da Galeria Metara, no Barra Free Shopping.

1993 O Espaço, Galeria Toulouse, ao lado de Rubens Gerchman e Gustavo Zalamea.

1992 Exposição/Concurso L’Art et les Quatre Elements, na Galerie Akie Aricchi, Paris.

Brésil Aujourd’ hui, Galerie Debret, Paris.

1991 Mougins-Prestige, 3º Salon, em Maire de Mougins, França.

1990 Quinzaine Brésil, em Rennes, na França.

Avant Première ao 22º Festival de Pintura, na Embaixada do Brasil em Paris e no Chateau-Musée de Cannes-Sur-Mer, França.

Três Latino-Americanos (Ramirez, Araken e Fernando Barata), na Galeria Akie Aricchi, Bartille, Paris.

Pinturas sobre Papel, pequenos formatos (Araken e Duthoit), na Galeria de Nesle, Paris.

1989 Artistas do Rio, Museu do Ingá, Niterói, ao lado de Arthur Carneiro, Daniel Senise, David Largman e João Magalhães.

Espace Latin Americain, Paris.

Coletiva na Galerie de Nesle.

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173

1988 Composto – 80 Anos de Imigração Japonesa, na Casa de Cultura Laura Alvim e na Fundação Mokiti Okada, São Paulo.

1º Salão Baiano de Artes Plásticas, em Salvador.

1ª Mostra de Arte Contemporânea, no Museu Aeroespacial.

1987 O Rosto e a Obra n° 8, Galeria de Arte IBEU.

Rio de Janeiro, Galeria da Villa Riso.

1985 Novíssimos, Galeria de Arte IBEU.

1973 XXIII Salão de Abril, Fortaleza.

Mostra de Arte dos Jogos Universitários.

1972 XXII Salão de Abril, Fortaleza.

6º Aniversário da Casa de Raimundo Cela.

Unifor Plástica, Universidade do Ceará.

IV Salão Nacional de Artes Plásticas do Ceará.

Coletiva na Galeria Gauguin.

Prêmios1972 Prêmio de aquisição no XXII Salão de Abril, Fortaleza.

1973 Prêmio de aquisição no XXIII Salão de Abril, Fortaleza.

2004 Prêmio de viagem por ter sido selecionada como a melhor exposição de 2004, na Galeria IBEU.

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Atividades Artísticas� Ilustra a capa do livro de poesias “Os Sinais”, de José Lívio Dantas, RJ, Editora Everbooks, em 1999.

� Texto para o catálogo da exposição “Pinturas 500 anos depois no Rio”, em fevereiro de 2000, no Espaço

Cultural dos Correios.

� Leciona Pintura no Ateliê do Bureau do Artista de 2000 a 2002.

� Escreve sobre Filosofia da Arte na revista “Downtown em Conexão”, de 2000 a 2001.

� Participa de um quadro sobre pintura no programa de televisão “Antes e Depois”, na CNT, em 2000.

� Ilustra, na “Folha de São Paulo” – Caderno Mais! A poesia “Canção do Exilado”, de José Almino, em 12 de maio de 2002.

� Ilustra a capa do livro “Poesia de Brasília: duas tendências”, de J. R. de Almeida Pinto, Editora Thesaurus, em 2002.

� Leciona Pintura no Núcleo de Arte Contemporânea da Universidade Estácio de Sá, na Casa das Artes, de 2003 a 2005.

� Palestra sobre Pintura Contemporânea, no Bureau do Artista, em 8 de maio de 2003.

� Palestra “Fé, Razão e Sensibilidade na História da Pintura”, na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica,

em 3 de agosto de 2003.

� Palestra no Centro Cultural dos Correios, em 21 de outubro de 2003.

� Texto para o Folder da exposição “Série Amarela”, na Galeria Toulouse, em novembro de 2003.

� Palestra no Centro Cultural do IBEU, em 28 de abril de 2004.

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Bibliografia� Jornal “Tribuna do Ceará”, “Araken abstrato”, de Bené Fonteles, em 27 de maio de 1974.

� Apresentação de Heloysa Jauçaba na Casa Raimundo Cela, em 27 de maio de 1974.

� Apresentação de Marc Berkowitz da individual, na Galeria Macunaíma, em 1º de março de 1986.

� Jornal “O Globo” – Rio Show, Frederico Morais, em 14 de março de 1986.

� Catálogo do 22º Festival Internacional de La Peinture, com apresentação de Risoleta Córdula, em 3 de maio de 1990.

� Catálogo de exposição “Três Latino-americanos”, na Galeria Akie Aricchi, com texto de apresentação de Isaac Ortizar, em setembro de 1990.

� Revista “Artension” (França), nº 17, em 9 de outubro de 1990.

� Catálogo da exposição “Espaço”, no Espaço Cultural dos Correios, com apresentação de Gilberto Chateaubriand, em setembro de 1994.

� “Jornal do Brasil” – Caderno B, “Mais Espaços para a Criação”, Paulo Reis, em 7 de setembro de 1994.

� Jornal “Tribuna da Imprensa”, “Para voar muito mais alto”, Bete Nogueira, em 8 de setembro de 1994.

� Palestra no Via Parque para o 4º Caminho das Artes, em 25 de maio de 2004.

� Texto “O artista e a Cultura” para o “Jornal Cátedra” – Caderno Especial, em 20 de junho de 2004.

� Editor da “Revista aeronáutica” a partir de julho de 2004, tendo publicado 12 edições até setembro de 2006.

� Leciona Filosofia da Arte, na Casa de Cultura da Universidade Estácio de Sá, em 2006.

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176

� Jorna l “ O G lobo ” , “ Se te Concepções de A r t e Con tempo rânea ” , Te resa C r i s t i na P imenta , em 15 de se tembro de 1994 .

� Revista “Artpress”, nº 194, França, em setembro de 1994.

� Ca tá l ogo da e xpos i ç ão na Ga l e r i a Ma r l ene Gas t a l , B r a s í l i a , c om t e x t o de Fe r nando B i cudo , em se t emb ro de 1995 .

� “Jornal de Brasília” – Caderno Dois, “Vôos de Araken com Sopros”, Chico Neto, em 12 de setembro de 1995.

� Jornal “Correio Brasi l iense” – Caderno Dois, “A Emoção de voar expressa em Pinturas”, em 18 de setembro de 1995.

� Jornal “O Popular” – Caderno Dois, “Mostra reúne quatro Artistas Consagrados”, Lara Nercessiam, Goiânia, em 27 de agosto de 1996.

� “Jornal de Brasília” – Caderno Dois, “Cinqüentões da Pesada”, Angélica Torres, em 28 de agosto de 1996.

� Catálogo da exposição na Galeria Referência, com apresentação de Alice Prado de Carvalho – Profª. Drª. em Teoria, História e Crítica de Arte –

UNB, Brasília, em março de 1997.

� “Jornal de Brasí l ia” – Caderno Dois, “Luz quebrada pela Ponta de Lâminas”, Paulo Paniago, em 20 de março de 1997.

� Incluído no “Dicionário de Pintores Brasileiros”, de Walmir Ayala, Editora UFPR.

� Exposição individual no Espaço Cultural dos Correios, com apresentação de Carlos Frederico Calvet da Silveira, Doutor em Filosofia, em

outubro de 1998.

� “Jornal do Brasil” – Caderno B, “José Veras e Araken em Exposição”, em 17 de maio de 1999.

� Jornal “O Globo” – Caderno B, “Festa para a Pintura Brasileira nos Correios”, Daniela Name, em 26 de fevereiro de 2000.

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177

� Jornal “O Globo” – Caderno Barra, “Tintas do Otimismo”, Sanny Bertoldo, em 14 de janeiro de 2001.

� Lançamento do livro “ARAKEN”, documentando 30 anos de sua obra, promovido pela Editora Soraia Cals e escrito pelo Crítico Geraldo

Edson de Andrade, em 7 de maio de 2002.

� “Jornal do Comércio” – Último Lance, “Trajetória de um Artista motiva Livro e Exposição”, Ledy Mendes Gonzáles, em 28 de abril de 2002.

� “Diário do Nordeste” – Caderno Três, “Livro mostra Obra e Trajetória de Araken”, Fortaleza, em 4 de maio de 2002.

� Obra prima-net “Artista da Vez”, Fernanda Lopes, em 29 de maio de 2002.

� Incluído no “Dicionário das Artes Plásticas do Ceará”, publicado no Centro Cultural Oboé, em 2003.

� Catálogo da exposição “Campo de Pouso”, com texto de Leonor Amarante, em 2005.

� Filmagem documentando a performance “Campo de Pouso”, em 2005, do coreógrafo Gaspar, do Corpo de Baile do Municipal, e três

bailarinos da Ópera Brasil, dirigido por Fernando Bicudo.

Araken e Adriana

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178

Versão

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179

Individual Exhibition2006 Objects of Time, Folic Gallery.

2005 The Landing Field, Latin America Memorial, São Paulo.

The Landing Field, National Historical Museum.

2004 IBEU Gallery.

Objects of Time, Maurice Valansi Cultural Space.

2003 The Yellow Series, Toulouse Gallery.

2002 Transcendence, Cândido Mendes Gallery, Ipanema.

2001 Mauá Cultural Space, RB1.

1999 CREA Cultural Center.

1998 Post Office Cultural Center.

1997 Reference Gallery, Brasília.

Toulouse Gallery.

1995 Marlene Gastal Gallery, Brasília.

1986 Macunaíma Gallery, FUNARTE.

1974 Raimundo Cela House, Fortaleza.

Academic Background1965/1968 Air Force Academy.

1975/1980 Architecture and Urban Planning, Faculdades Integradas

Bennett (Bennett Integrated Colleges).

1998/2000 Philosophy, Faculdade João Paulo II (João Paulo II College).

2000/2003 Theology, Pontifícia Universidade Católica (The Catholic

University), Rio de Janeiro.

Post Graduate Studies1987 Senior Air Force Staff and Command Course.

1989/1990 Superior Air War School – Paris, France.

1991 Aerospace Policy and Strategy Course.

2005 M.Sc. in Aerospace Sciences – The Air Force University.

A R A K E NRIO DE JANEIRO 1946

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Collective Exhibitions2006 Art BO - International Art Fair in Bogotá, Colombia

2005 Let us paint together AMINCA. Imaginarte Atelier.

Brazil Connection 2005, Rio de Janeiro Stock Exchange.

L’Espace Quadra et Société Générale, Paris.

Nano Intervention, Eliane Prolik Atelier – Curitiba.

Multiple Choice, Alegria Vinhaes Art Gallery.

2003 2002 Panorama, Cândido Mendes Gallery, Ipanema.

Dialogues 4B, Pyrénées/Brésil, Palais des Congrès in Lourdes.

Celebration 1993/2003, Post Office Cultural Center Collection.

Atemporal Art, Post Office Cultural Center.

Contemporary Art Nucleus, Mira Schendel Gallery.

2002 Plaza Summer Festival, Niterói. 1ª CREART, CREA.

2001 Imaginatrium, Architects’ Institute of Brazil.

Ipanema Art Gallery, together with Christina Oiticica and

David Largman.

2000 Maison de Clotilde de Vaux Gallery, Paris.

Villa Riso Gallery, together with Kuperman, Largman, Nicholson and

M. Fernandes.

1999 Action Painting with the Grupo Tinta, Rock in Rio Café.

Joint exhibit ion with José Veras, at the Cândido Mendes

Cultural Center.

Inaugural Exhibition at the Fashion Café.

Painting: 500 later in Rio, at the Post Office Cultural Space.

1998 12eme Salon des Arts de Mangecy, Paris.

A Tribute to Dali, at the Metara Gallery.

Brésil: Espace et Couleur, at the Villa Riso Gallery.

Gallery 98, at Casa Shopping.

1996 28 t h I n te rnat iona l Pa in t ing Fes t i va l , Chateau-Musée de

Cannes-Sur-Mer, France.

Casa Grande Gallery, Goiânia; Referência Gallery, Brasília; Toulouse

Gallery, Rio, Brasília and São Paulo International Airports, itinerant

collective exhibition, together with three more artists: Vergara,

Tozzi and Gerchman.

Danses and Couleurs du Brésil, in Lyon, France.

1995 In Rio’s Color, Post Office Cultural Space.

Face to Face, in Post Office Cultural Space.

1994 1994 The Museum of the Republic.

Brésil: Espace et Couleur, itinerant in Brussels, Paris,

Frankfurt, Oporto, and Lisbon.

Space, together with Barrão, Tozzi, Granato, João Magalhães,

Zerbini and Rubens Gerchman, at the Post Office Cultural Space.

1st MAM-Bahia Plastic Arts Salon, in Salvador.

Action Painting, Metara Gallery, at the Barra Free Shopping.

1993 Space, Toulouse Gallery, together with Rubens Gerchman and

Gustavo Zalamea.

1992 Exhibition/ L’Art et les Quatre Elements Competition, at the Akie

Aricchi Gallery, Paris.

Brésil Aujourd’ hui, Galerie Debret, Paris.

1991 Mougins-Prestige, 3rd Salon, at the Maire de Mougins, France.

1990 Quinzaine Brésil, in Rennes, France.

22nd Painting Festival Avant Première, at the Brazilian Embassy in

Paris, and at the Chateau-Musée de Cannes-Sur-Mer, France.

Three Latin Americans (Ramirez, Araken and Fernando Barata)

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181

Artistic Activities� Illustrates the cover of the poetry book “The Signs”, by José Lívio

Dantas, RJ, Everbooks Printers, 1999.

� Text for the catalogue of the “Paintings 500 years later in Rio”, in

February 2000, at the Post Office Cultural Space.

� Taught painting at the Artist’s Bureau Atelier from 2000 to 2002.

� Writes about Philosophy of Art in the “Dowtown in connection”

magazine, from 2000 to 2001.

� Participated in a report on painting on the “Before and After” television

program, in CNT, 2000.

Prizes1972 Acquisition prize at the XXII April Salon, Fortaleza.

1973 Acquisition prize at the XXIII April Salon, Fortaleza.

2004 Travel prize for having been elected the best 2004 exhibition

at the IBEU Gallery.

at the Akie Aricchi Gallery, Bartille, Paris.

Painting on paper, small formats (Araken and Duthoit), at the

Nesle Gallery, Paris.

1989 Rio Artists, Ingá Museum, Niterói, together with Arthur Carneiro,

Daniel Senise, David Largman and João Magalhães.

Espace Latin American, Paris.

Collective exhibition at the Nesle Gallery.

1988 Composite - 80 of Japanese Immigration, Laura Alvim

House of Culture and at the Mokiti Okada Foundation, São Paulo.

1st Bahia Plastic Arts Salon, Salvador.

1st Contemporary Art Exhibit, Air and Space Museum, Rio.

1987 The Face and Work # 8, IBEU Art Gallery.

Rio de Janeiro, Villa Riso Gallery.

1985 Brand New Ones, IBEU Art Gallery.

1973 XXIII April Salon, Fortaleza.

Art Show at the University Games.

1972 XXII April Salon, Fortaleza.

6th Anniversary, Raimundo Cela House.

Unifor Plastic Arts, Ceará University.

IV National Plastic Arts Salon in Ceará.

Collective exhibition at Gauguin Gallery.

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182

� Illustrated the poem “The Exile’s Song” by José Almino, in the Folha

de São Paulo newspaper – the Mais! section, on May 12th, 2002.

� Illustrated the cover of the book “Brasília Poetry: two trends”, by

J. R. de Almeida Pinto, Thesaurus Editors, 2002.

� Taught Painting at the Estácio de Sá University Contemporary Art

Nucleus, House of Arts, from 2003 to 2005.

� Lecture on Contemporary Painting at the Artist ’s Bureau on May

8th, 2003.

� Lecture on “Faith, reason, and sensitivity in the History of Painting”

at the Air Force Officers’ Development School, on August 3rd, 2003.

� Lecture at the Post Office Cultural Center, October 21st, 2003.

� Text for the “Yellow Series” exhibition folder, at the Toulouse Gallery,

in November 2003.

� Lecture at the IBEU Cultural Center, April 28th, 2004.

� Lecture at the Via Parque Mall for the 4th Path to the Arts, on May

25th, 2004.

� Text “The artist and the culture” for the Catedra Journal – Special

Issue, on June 20th, 2004.

� Writer for the Aeronautic Revue as from July 2004, having published

10 editions until July 2006.

� Professor of Philosophy of Art at the Estácio de Sá University House of

Culture, 2006.

Bibliography� Ceará Tribune Newspaper “Abstract Araken” by Bené Fonteles,

on May 27th, 1974.

� Introduction by Heloysa Jauçaba at the Raimundo Cela House

on May 27th, 1974.

� Introduction by Marc Berkowitz to the individual exhibition at the

Macunaíma Gallery, on March 1st, 1986.

� O Globo Newspaper – Rio Show, Frederico Morais, on March 14th, 1986.

� 22 nd de La Peinture Internat ional Fest iva l Cata logue with an

introduction by Risoleta Córdula on May 3rd, 1990.

� “Three Latin Americans” exhibition catalogue at the Akie Aricchi gallery,

with an introductory text by Isaac Ortizar, in September, 1990.

�#17 Artension Revue (France), on October 9th, 1990.

� “Space” exhibition catalogue, at the Post Office Cultural Space

with an introduction by Gilberto Chateaubriand in September, 1994.

� Jornal do Brasil, Part B, “more spaces for creation” by Paulo Reis

on September 7th, 1994.

� Tribuna da Imprensa newspaper “To fly much higher ” by Bete

Nogueira on September 8th, 1994.

� O Globo newspaper “Seven Contemporary Art Concepts” by Teresa

Cristina Pimenta on September 15th, 1994.

� #194 Artpress Revue, France, September, 1994.

� Marlene Gastal Gallery exhibition catalogue, Brasília, with a text by

Fernando Bicudo, September, 1995.

� Jornal de Brasília, Part Two “Flights with Araken” Chico Neto on

September 12th, 1995.

� Correio Brasiliense newspaper - Part Two, “The emotion of flying

expressed in paintings”, on September 18th, 1995.

� O Popular newspaper – Part Two “Art show brings together for

well-known artists” by Lara Nercessiam, Goiana, on August 27th, 1996.

� Jornal de Brasília – Part Two “Serious Fiftysomethings”, Angélica

Torres, on August 28th, 1996.

Page 183: Araken - Marcas do Tempo

183

� Reference Gallery exhibition catalogue, with an introduction by

Alice Prado de Carvalho – PhD in Theory, History and Criticism of

Art – UNB, Brasília, March, 1997.

� Jornal de Brasília – Part Two “Light broken by the tip of blades”,

by Paulo Paniago, on March 20th, 1997.

� Included in the Brazil ian Painters’ Dictionary by Walmir Ayala,

UFPR Editor.

� Individual exhibition at the Post Office Cultural Space, with an

introduct ion by Car los Freder ico Calvet da Si lve i ra – PhD in

Philosophy, October, 1998.

� Jornal do Brasil – Part B “José Veras and Araken in exhibition”,

May 17th, 1999.

� O Globo Newspaper – Part B “A Feast for Brazilian painting at the

Post Office” by Daniela Name, on February 26th, 2000.

� O Globo Newspaper – Barra Section, “Colors of optimism”, by

Sanny Bertoldo, on January 14th, 2001.

� Launch of the book “ARAKEN”, portraying 30 years of his work,

promoted by editor Soraia Cals and written by critic Geraldo Edson

de Andrade, on May 7th, 2002.

� Jorna l do Comérc io – Úl t imo Lance, “The path of an art is t

motivates a book and an exhibition”, by Ledy Mendes Gonzáles

on April 28th, 2002.

� The Northeast Daily – Part Three “book shows Araken’s work

and path”, Fortaleza, on May 4th, 2002.

� Net-masterpiece “Artist of his times”, by Fernanda Lopes on May

29th, 2002.

� Included in the Ceará Plastic Arts Dictionary published in the Oboé

Cultural Center in 2003.

� Landing Field exhibit ion catalogue, text by Leonor Amarante,

in 2005.

� Fi lm documenting the Landing Field performance, in 2005, by

Choreographer Gaspar, from the Municipal Theater Ballet Group,

and three bal let dancers f rom Opera Brasi l , d i rected by

Fernando Bicudo.

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