arados - mecanização agricola

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Mecanização Agrícola Arados Prof. Alcir José Modolo

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Mecanização Agrícola

Arados

Prof. Alcir José Modolo

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ARADOS

1-Introdução

O arado é um dos principais implementos utilizados no preparo do solo, por ser

um implemento que ao revolver o solo realiza a incorporação de restos culturais,

fertilizantes e corretivos, melhora a infiltração da água; controle de ervas daninhas;

descompacta a camada de solo trabalhada, que pode chegar aos 40 cm de

profundidade, melhorando a infiltração de água e a aeração; realiza a construção de

curvas de níveis.

O uso deste implemento tem sido muito discutido devido as técnicas de plantio

direto que vem sendo muito difundido em todo o país, além das técnicas de preparo

vertical do solo.

A eficiência de campo para os arados é em torno de 70 a 90 % e sua velocidade

de trabalho está em torno de 4,5 a 5,5 km/h.

2 - Classificação dos arados

2.1-Quanto à forma de acoplamento

Os arados montados são a maioria para estes tipos de implemento, neste tipo de

acoplamento, o arado é acoplado aos três pontos do sistema hidráulico. Mas, além dos

arados montados podemos encontrar os arados semi montados, que pouco são

encontrados, onde o acoplamento é realizado nos dois pontos inferiores do sistema

hidráulico.

Os arados de arrasto mais recentemente tem sido fabricado no Brasil,

geralmente para os tratores de grande potência. A diferença na constituição em relação

aos arados montados se restringem à acoplamentos de rodas que irão realizar o controle

da profundidade e do cabeçalho para o acoplamento na barra de tração.

2.2-Quanto ao tipo do órgão ativo

Arados de Aivecas

Os arados de aivecas montados é formado basicamente por relha, aiveca, sega,

rastro, coluna e chassis.

- Relha - Este componente tem por finalidade de realizar o corte horizontal da

leiva do solo e iniciar a elevação desta leiva.

- Aiveca - Tem por finalidade realizar em alguns casos o corte vertical e

completar a reversão da leiva de solo.

A aiveca pode ter diversos formatos, sendo que pode variar de acordo com a

utilidade do arado. A aiveca helicoidal destinam para uma aração superficial e rápida,

deixando um solo com torrões grandes. A semi helicoidal (Universal ou Americana) é

recomendada para uma aração normal, deixando torrões grandes na parte inferior e

torrões menores na camada mais superficial. A aiveca cilíndrica é recomendada para

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arações com tração animal, deixando torrões de todo o tamanho misturado com o solo

pulverizado. A aiveca recortadas são recomendadas para solos pegajosos.

- Sega - Este elemento é quem realiza o

corte vertical da fatia de solo a ser invertido, ela

tem a finalidade de cortar a vegetação, quando

existe uma grande quantidade de cobertura vegetal

no solo a ser preparado

- Rasto - É o componente responsável pela

estabilidade do arado. Ele é arrastado na parede do

sulco, equilibrando as forças do implemento.

- Coluna - Tem a finalidade de

prender as outras parte no chassis.

- Chassis - A função é prender

vários órgão ativos, para que possam ser

dimensionados para tratores de diversas

potências.

- Pontos de acoplamento - É por

onde é acoplado a fonte potência.

- Mecanismos de segurança - Para

evitar a quebra dos componentes do arado de aivecas, estes arados tem mecanismos de

segurança que por meio de fusíveis ou por molas evitam cargas elevadas no

implemento que possam danifica-los.

Nos arados de aivecas utilizados encontrados para a tração animal encontramos

a maioria do componentes encontrados nos arados montados para a tração tratorizada.

AS diferenças encontradas estão na possibilidade de encontrar um facão substituindo a

sega; uma alça de atrelamento substituindo os pontos de acoplamento; a instalação de

uma roda para o auxílio do controle de profundidade; e de rabiças para o controle do

implemento.

Os arados de aivecas utilizados na tração animal geralmente trabalham com uma

largura de corte que pode variar até 30 cm e uma profundidade que chega até os 18 cm,

mas que tem em média em torno de 15 cm de profundidade.

Para a realização da aração o facão ou a sega circular realiza o corte vertical do

solo enquanto a relha realiza o corte horizontal e inicia o movimento para a inversão da

leiva, que é continuado pela aiveca. Dependendo do tipo de aiveca, a leiva gira no ar,

sofre um deslocamento lateral e volta de invertida sobre a leiva anterior.

O arado de aivecas tem uma maior facilidade de trabalhar em solos mais

compactados, tem capacidade para trabalhar a uma maior profundidade, tem uma

capacidade melhor inverter a leiva do solo.

Por outro lado necessita uma maior força de tração, não trabalha

satisfatoriamente em solos com obstáculos como pedras, tocos e raízes; Tem

problemas de embuxamento quando trabalha em locais com grande quantidade de

vegetação; necessita de mais cuidados na regulagem; e são implementos mais pesados.

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Arados de Discos

O arados de discos é formado basicamente por :

- Discos - É o elemento que corta e

inverte a leiva de solo;

- Mancais - Elemento que da liberdade

para que o disco gire;

- Roda Guia - Elemento que dá

estabilidade lateral ao trator e que auxilia no

controle de profundidade do implemento;

- Colunas - Elemento que prende o os

discos e mancais no chassis;

- Chassis - Elemento onde são presos todos os componentes do arado de disco.

- Pontos de acoplamento - Depende da fonte de potência a ser utilizado para

tracionar o arado.

Os arado de discos para tração animal são pouco utilizados, sendo o arado de

aivecas a maioria.

A leiva é cortada pelas bordas do disco e é deslocada para o lado quando o disco

gira. A parte de baixo da leiva se desloca para o lado e se pulveriza (solos duros e

friáveis) ou vai para cima e cai em forma de grandes lascas (solos semi plásticos). A

parte de cima da leiva é levantada pelo disco e cai no chão ficando pulverizada.

As vantagens do arado de disco em relação ao de aivecas esta na menor força de

tração; facilidade no trabalho em locais com resíduos e obstáculos; facilidade em

trabalhos em locais com vegetação; ser um equipamento mais leve; e mesmo com

falhas na regulagens consegue realizar um bom trabalho.

As desvantagens estão na pior qualidade do serviço de inversão da leiva, menor

profundidade de trabalho, dificuldade no trabalho em áreas compactadas.

2.3-Quanto à movimentação do órgão ativo

O arado Fixo tem uma particularidade que

é o trabalho somente em um sentido, com isto um

numero maior de manobras será necessário, e um

acabamento mais eficiente será necessário, Já que

o arado faz com que o solo trabalhado seja

lançado geralmente para o lado direito do trator,

quando visto por trás.

Já o arado reversível tem a vantagem de

lançar o solo para ambos os lados, através da

reversão dos órgão ativos.

No caso dos arados de discos reversíveis, a

reversão ocorre com a movimentação do chassis,

podendo esta movimentação ser realizada por meio

mecânico ou por meio do sistema hidráulico do trator.

Para os arados de aivecas a reversão ocorre por

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meio de giro do chassi que faz com que as aivecas que estavam na parte superior

comecem a trabalhar enquanto que as aivecas que estavam a trabalho são suspendidas.

Mas existem no mercado as aivecas de reversão horizontal, neste caso as aivecas

realiza um giro na horizontal na coluna.

3-Regulagens dos arados

Os arados assim como todos os implementos montados no sistema hidráulico do

trator necessitam de nivelamento longitudinal e transversal; e centralização do

implemento.

O nivelamento longitudinal do implemento é realizado no braço do terceiro

ponto do trator. O nivelamento transversal é realizando na manivela do segundo ponto

inferior. A centralização do implemento é realizada nas correntes estabilizadoras.

Para o acoplamento dos arados no trator algumas regulagens devem ser

analisadas, tais como a bitola do trator e a lastragem do trator. A bitola é um fator

importante, pois caso a bitola não esteja ajustada para o arado utilizado, dificilmente

ocorrerá a regulagem ideal para o arado. A bitola para o arado de aivecas pode ser

calculada pela expressão abaixo:

B/2=L/2+P/2

onde: B é a metade da Bitola do trator:

L é a largura de trabalho do arado; e

P a largura do pneu.

No caso dos arados de discos se soma á metade da bitola, um valor de

aproximadamente 10 cm, devido a forma de sulco deixada pelo arado.

3.1-Arados de aivecas

Nos arados de aivecas as regulagens fica por parte da sucção vertical e

horizontal, em função do tipo do solo.

3.2-Arados de Discos

Nos arados de discos podem ser reguladas os ângulos verticais e horizontais, a

largura de corte do arado, a pressão da mola da roda guia e os ângulos de trabalho da

roda guia, e os pontos de acoplamentos do arado no sistema de três ponto do sistema

hidráulico.

O ângulo vertical é dada entre uma linha traçada entre as bordas do disco e uma

linha perpendicular ao solo. A alteração do ângulo vertical tem por finalidade dar uma

maior ou menor facilidade de penetração dos discos no solo. Um maior ângulo faz com

que os discos tenha uma maior facilidade de penetração, enquanto o contrário, um

ângulo maior uma menor facilidade de penetração.

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O ângulo horizontal é dada pelo ângulo formado entre uma linha horizontal ente

as bordas do discos e uma linha paralela ao movimento do trator. A alteração deste

ângulo pode fazer com que o disco gire de forma mais rápida ou mais lenta. Um menor

ângulo dá uma maior facilidade do disco girar e é utilizado quando se tem uma

superfície com grande quantidade de cobertura vegetal, já o maior ângulo pode ser

utilizado quando não se quer uma pulverização muito grande do solo, ou a aração será

realizada a uma velocidade muito alta.

A alteração do ângulo horizontal não promove aumento na largura de corte no

arado, apenas o aumento da largura individual do discos. A alteração da largura de

corte é dada quando alterada a posição da barra transversal, onde são acoplados os dois

pontos inferiores.

A pressão da mola da roda guia pode ser alterado para realizar um controle de

profundidade do arado. Uma maior pressão na mola da roda guia faz com que o arado

trabalhe a uma menor profundidade de da trabalho.

Os ângulos de trabalho da roda guia também podem ser alterados, podendo ser

variados os ângulos horizontais e verticais, sendo o motivo uma maior estabilidade

lateral do implemento. Um maior ângulo horizontal e vertical é a condição de maior

estabilidade.

Os pontos de acoplamento é um outro fator a ser observado, na torre de

acoplamento podemos encontrar até 5 pontos para o acoplamento do terceiro ponto,

além de ter mais algumas variações no trator. No implemento o ponto mais baixo na

torre, é o ponto indicado para o trabalho em solos leves e soltos, e o ponto mais alto o

ponto indicado para o trabalho em solos pesados. O ponto de acoplamento no trator é

diferente para cada tipo de fabricante de trator.

4-Força de tração

A força de tração nos arados pode ser estimadas por meio de equações.

Arados de aivecas

Tipo de solo Equação

Argila siltosa 7 + 0,049 x S2

Silte arenoso 3 + 0,032 x S2

Franco arenoso 2,8 + 0,013 x S2

Areia 2 + 0,013 x S2

Arados de Discos

Tipo de solo Equação

Argila 5,2 + 0,039 x S2

Franco 2,4 + 0,045 x S2

5-Formas de trabalho

- Contínuo com manobras na cabeceira.

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Para a realização deste tipo de manobras, é necessário ter em mãos um arado

reversível.

- Fechando o talhão, com canto arredondado

É um dos métodos que podem ser utilizados quando não se tem um arado

reversível e não se tem problemas relacionados com a topografia

- Fechando talhão com manobras na diagonal

Utilizado também quando não se tem problemas com topografia e por falta de

um arado reversível.

- Fora para dentro

Utilizado quando se tem problemas de topografia e não se tem um arado

reversível disponível.

- Abrindo o talhão, com giro de 2700

Utilizado quando não se tem problemas de topografia e pela ausência de um

arado reversível.