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Page 1: Aquarela da capa por©_Carlos_M._Rodrigues_Proje... · PARTE I — O CHAMADO Amigo Leitor 10 Capítulo 1 – O Convite 12 Capítulo 2 – Eu uso óculos 15 Capítulo 3 – A Descoberta
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Aquarela da capa por: Maria João Sacagami

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Advertência

Segundo o filósofo Humberto Rohden, a substituição da tradicional palavra latina crear pelo neologismo moderno criar é aceitável em nível de cultura primária porque favorece a alfabetização e dispensa esforço mental — mas não é aceitável em nível de cultura superior, porque deturpa o pensamento. Crear é a manifestação da Essência em forma de existência — criar é a transição de uma existência para outra existência. Podemos dizer, deste modo, que o Poder Infinito é o Creador do Universo enquanto um fazendeiro é criador de gado. Por isto, preferimos a verdade e a clareza do pensamento a quaisquer convenções acadêmicas... (Extraído dos Livros de Huberto Rohden – Editora Alvorada, São Paulo).

Não somente em homenagem a este grande pensador que passou por este mundo, que acima de tudo procurou a Verdade oculta no estudo da filosofia, como também pela precisão de conceitos em seus estudos direcionados à revelação do “Ser Crístico” no homem, adotaremos a terminologia “Crear” em nossas colocações. O Autor

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ÍNDICE Prefácio do Editor 06

PARTE I — O CHAMADO Amigo Leitor 10 Capítulo 1 – O Convite 12 Capítulo 2 – Eu uso óculos 15 Capítulo 3 – A Descoberta do Eu 17 Capítulo 4 – A “Sacação” Cósmica 22 Capítulo 5 – A Vontade Divina 26 Capítulo 6 – A Reconciliação 29 Capítulo 7 – Meditação – A Jangada da Consciência 31 Capítulo 8 – A Decisão 34 Capítulo 9 – Projeções de Consciência 35 Capítulo 10 – O Cântico das Criaturas 40 Capítulo 11 – Projeção nos Quatro Elementos 44 Capítulo 12 – O Relaxamento 47 Capítulo 13 – Projeções de Relaxamento 49 Capítulo 14 – Evocação à Verdade 52 Capítulo 15 – Projeção de Evocação 55 Capítulo 16 – Cântico ao Fogo Sagrado 57 Capítulo 17 – O Sol Espiritual. 59 Capítulo 18 – Cântico das Águas da Vida 62 Capítulo 19 – O Ciclo da Água 64 Capítulo 20 – Cântico ao Sopro Divino 66 Capítulo 21 – Tubo de Luz 68 Capítulo 22 – Cântico à Mãe Terra 69 Capítulo 23 – Vulcão Ígneo 71 Capítulo 24 – Fechando o Ciclo 73 Capítulo 25 – O Abismo 76 Capítulo 26 – Mergulhando no Abismo 79 Capítulo 27 – O Exercício 81 Capítulo 28 – O Sentimento 87 Capítulo 29 – Esclarecimentos 90

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PARTE II – DEFINIÇÕES Capítulo 30 – Definições 96 Capítulo 31 – A “Voz do Silêncio 99 Capítulo 32 – O Mestre Interior 104 Capítulo 33 – A Fraternidade Branca 106 Capítulo 34 – O Processo de “Chanelling” 109 Capítulo 35 – A Iniciação 112 Capítulo 36 – A Dualidade 117 Capítulo 37 – A Árvore do Conhecimento 121 Capítulo 38 – A Linguagem Energética 125 Capítulo 39 – O Número 130 Capítulo 40 – O Karma 132 Capítulo 41 – O Caminho do Meio 136 Capítulo 42 – A Crucificação 139 Capítulo 43 – A Ascensão. 141 Capítulo 44 – Os Chacras 143 Capítulo 45 – Abstrações 146

PARTE III – MENSAGENS Pétalas de Rosas 150 A Flor de Lótus 154 O Raio Dourado da Sabedoria 156 O Deserto 160 A Maturidade Espiritual 164 A Transformação Alquímica 168 O Caminho, a Verdade e a Vida 173 O Cavaleiro da Vontade Divina 176

CONCLUSÃO Final da Viagem 180 A Despedida 188

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PREFÁCIO DO EDITOR José Carlos M. Rodrigues nasceu na cidade e estado de São Paulo, em 18 de agosto de 1967, filho de imigrantes portugueses naturais da região de Bragança, na província de Trás-Os-Montes. Tendo feito os seus estudos secundários dentro da área técnica (eletrotecnia), deu uma volta de cento e oitenta graus nas suas inclinações acadêmicas (ou seria já a evidência do seu univer-salismo?), acabando por licenciar-se em Economia pela USP e em Direito pela PUC-SP. Como é comum acontecer entre os bus-cadores na senda espiritual de longa data começou, desde tenra idade, a sentir-se atraído por assuntos esotéricos. Foi marcado pela leitura das obras de diver-sos autores e pelas doutrinas de diversas cor-rentes de pensamento ocultista, das quais a So-ciedade Teosófica constituiu a pedra mais impor-tante. De educação tradicionalmente cristã, o primeiro autor que mais o marcou foi Emmet Fox, com as obras “Sermão da Montanha” e “Os Dez Mandamentos”. Seguidamente, Joel Goldsmith, através da obra “A Arte de Curar pelo Espírito” aju-dou a direcionar as suas buscas mais pelo campo espiritual-ocultista. Essa linha veio a consolidar-se com a leitura de obras de Allan Kardec e Francisco

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Cândido Xavier. Foi então que descobriu Helena Blavatsky, Leadbeater, Annie Besant e Krishna-murti. O seu reaprendizado esotérico estava quase completo; encontrava-se preparado para reapren-der o caminho que o ligaria diretamente às Fontes da Sabedoria. Participou, então, de alguns grupos esotéricos que contribuíram para consolidar a sua formação não estando, presentemente, vinculado a qualquer organização. Este seu livro é o primeiro resultado público da longa caminhada já percorrida. Todo ele foi es-crito sob inspiração das esferas superiores, tanto quando o autor fala na primeira pessoa do singular como quando fala na segunda do plural — obvia-mente cumprindo uma função de canal mediador. Outros se seguirão. Neste momento, está traba-lhando num conjunto de poemas inspirados, provi-soriamente intitulado “Desígnios Poéticos”. Está a ser preparado superiormente para trazer à luz, brevemente, uma obra ligada à Economia da Nova Era. Todos sabemos (ou sentimos) que a velha sociedade de tipo ocidental se encontra caduca, cheia de modelos hoje completamente ultrapassa-dos e ansiosa por novas formulações que a ajudem a sair do endêmico estado de depressão, inadaptação, desânimo e pobreza que hoje pauta os seus dias. Por isso, muitos discípulos estão encarnados aqui e agora com a Missão específica de trazerem até nós os alicerces da nova sociedade do terceiro milênio nas áreas fundamentais da educação, da economia, da

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política, da religião, etc. Por isso nos sentimos particularmente entusiasmados com a notícia da obra que está a ser inspirada a José Carlos M. Rodrigues sobre o tema fundamental da Economia, numa época onde os modelos tradi-cionais já demonstraram a sua falência e o neo-liberalismo não parece satisfazer as necessidades das populações. Não tomaremos mais tempo ao estimado leitor. É hora de inciarmos a leitura deste livro e, através de uma jornada mágica até às alturas da nossa mente abstrata, ensaiarmos uma tentativa de auto-conhecimento de mãos dadas com nosso Mestre interior. Assim é! Amerlântis (1995)

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PARTE I

O CHAMADO

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Amigo Leitor Este é o primeiro trabalho literário do autor. Pode ser considerado uma experiência nova tanto para mim que o escrevi sob inspiração superior como para você que o lê. Assim, ambos nos pode-mos considerar marinheiros de primeira viagem — viagem esta que começou num domingo de manhã durante um refrescante banho de chuveiro. Vou-lhes contar como nasceu este livro... Domingo, dia 26 de setembro de 1993. Des-perto e, como um ato de rotina, começo o dia tomando banho. Já há algumas semanas vinha re-cebendo uns “toques”, ou melhor, “impressões” relativas ao conteúdo deste livro. A pergunta natu-ral que fiz a mim mesmo foi: “Para quê escrever um livro sobre este tema?”. Do mesmo modo, caro leitor, você pode estar se perguntando “Porque es-tou lendo este livro?”. Vamos, então, desenrolar o “novelo” deste acontecimento que juntos estamos presenciando. A primeira impressão simbólica que surgiu como resposta à minha pergunta foi a imagem de um rio. Observando esse rio, percebi que, desde a sua nascente até à foz, ele segue um caminho natural, percorrendo sempre uma trajetória de har-monização à sua passagem. Assim, o rio me transmitiu um sentimento de flexibilidade. De repente, ele se transformou num feixe de luz,

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indicando que a luz da Consciência também segue um caminho natural e de flexibilidade. Cada homem, animal, vegetal ou átomo, pode ser considerado um caminho de ação da “Consciência” e todos os seres interligam-se através de fios de luz em suas múltiplas ações. Assim, neste momento, a minha ação ao escrever este livro interliga-se com a sua ação que o lê. Ambos, eu e você, fazemos parte deste processo de Consciência, aqui e agora, de modo que o ato de escrever este livro tornou-se apenas um processo de auto-conhecimento onde eu, através da palavra escrita, vou-lhes passar algumas “impressões” que se manifestam em minha Consciência e que, a partir deste momento, tornam-se nossas impressões porque eu as estou compartilhando com você, amigo leitor. Façamos, então, do fluxo da Consciência, um rio que nos une...

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Capítulo 1 O Convite

Vamos, neste momento, amigo leitor, procurar relaxar e nos concentrar unicamente na respiração. Observe a sua respiração, procurando torná-la tranqüila. Se houver necessidade, respire profundamente e expire suavemente alguns minutos antes de continuarmos na nossa jornada até que você possa se sentir inteiramente presente na ação de ler este livro. Eu, através da minha capacidade de ima-ginar, encontro-me diante de um lago de águas claras e cristalinas. Acompanhe-me. Está uma noite agradável e uma suave brisa toca o meu corpo, fazendo com que eu me sinta confortável e em paz. A luz do luar reflete-se sobre as águas do lago, construindo um caminho de luz prateado em minha frente. Ouço um grilo cantando nas proxi-midades, cri, cri,...cri, cri..., como se um sino tocasse pausadamente a todo instante. Olho para o céu e vejo a infinidade de estrelas brilhando. Parece que cada estrela pulsa num ritmo próprio e fico maravilhado ao contemplar este cenário da Creação, como se eu me entregasse a este ato único de observar uma noite calma, tranqüila, com um céu estrelado... De repente, uma luz no céu começa a se deslocar, parecendo que uma estrela cadente avança em minha direção. Permaneço calmo,

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tranqüilo, apenas contemplando este fenômeno. A luz se aproxima cada vez mais e percebo que, em cima de mim, se manifesta um pássaro branco e luminoso, como se fosse um cisne branco que consegue ficar imóvel no alto, da mesma forma que um beija-flor* consegue ficar parado no ar. À medida que o pássaro bate as asas, lança sobre o meu ser uma chuva de luz prateada fazendo com que eu fique cada vez mais calmo; uma profunda paz brota de meu coração. O cisne branco bate as asas no ritmo das batidas do meu coração ocorrendo uma profunda interação entre nós dois. Eu sinto o cisne branco dentro de mim e consigo estabelecer uma comunicação com esse ser alado. —— Quem és, pássaro alado, e o que queres de mim? — perguntei. —— Eu sou o pássaro de sua imaginação consciente e ao mesmo tempo sou um canal entre você e sua Alma estelar. E você, quem é? — perguntou a ave. Após esta pergunta, uma profunda indagação se manifestou em minha Consciência. Afinal, eu que perguntei ao pássaro quem era, percebi que desconhecia quem eu próprio era, o que sou e o que serei. O pássaro olhou para mim de uma forma carinhosa e aumentou as batidas das suas asas, como se fosse continuar o seu vôo alado, dizendo: —— Venha comigo, amado desconhecido de si mesmo — convidou. —— Mas como? — perguntei. — Eu não sei

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voar... —— Apenas acompanhe-me em sua mente e sinta-se unido a mim, que eu o levarei às alturas das estrelas do infinito que contempla — disse o pássaro. Nesse momento percebi que o conhecimento que eu procurava encontrava-se nesse pássaro e que dependia exclusivamente de mim a decisão de partir em busca do desconhecido... Este é o convite que faço também a você, leitor deste livro. Tudo o que será relatado nas páginas seguintes terá um teor altamente subjetivo e alegórico. “Ficção ou realidade?” — Pode ser a pergunta natural que você, como leitor, faça. Como um conselho de amigo, não se prenda aos detalhes da sua mente concreta e da sua visão deturpada pela observação do nosso plano físico mas procure dar asas às percepções mais sutis da sua Consciência. Procure seguir o pássaro da sua imaginação acompanhando simplesmente estes relatos como se estivesse num mundo mágico, que existe apenas dentro de si. Com certeza nos encontraremos nesse mundo...

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Capítulo 2 Eu uso óculos

—— Como posso te chamar? — perguntei ao pássaro —— Tenho muitos nomes mas nenhum traduz a minha real identidade — respondeu ele. —— Não entendo! — retruquei. —— Chame-me, então, de “Ron”. Será apenas um código entre nós para que possa me identificar. Vamos, em primeiro lugar, mudar os seus óculos — disse-me o pássaro. —— Óculos? — perguntei. — Eu não uso óculos... —— Observe o mundo em que se encontra — disse Ron.— Será que todos os homens vêem o mesmo mundo que você vê? —— O que tudo isso tem a ver com os óculos que tu disseste que eu uso? — perguntei. —— A forma como vê o mundo são os “óculos” que a sua Consciência usa neste momen-to da sua jornada. — respondeu carinhosamente Ron. Naquele momento fiquei parado olhando para o nada como se estivesse fazendo uma descoberta... —— Interessante! — exclamei. Eu não sabia que usava óculos. Será que posso tirá-los ou mesmo mudar de óculos? — perguntei a Ron. —— O importante neste momento, não é encontrar uma resposta à sua pergunta, mas

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perceber que usa uns óculos que traduzem o mundo para si. Vou deixá-lo, neste instante, para que possa meditar mais sobre este nosso diálogo. — ia-se despedindo Ron. —— Espera, Ron. — insisti. — Eu tenho muitas perguntas e preciso da tua ajuda para compreender tudo o que me disseste. — disse suplicando. —— Lembre-se, meu amigo — disse Ron olhando-me carinhosamente — Eu não tenho respostas para as suas perguntas. Aliás, eu não vim lhe trazer respostas, mas sim acrescentar mais perguntas àquelas que já tem. —— Então, também já não quero que tu fiques — disse indignado a Ron. — Eu não preciso de mais dúvidas, pois já tenho muitas questões que não consigo entender e a tua presença parece que não me ajudará em nada — retruquei como uma criança irada. Ron riu-se de mim e levantou vôo, desapa-recendo no céu infinito... Enquanto Ron desaparecia, eu pensava comigo mesmo: “Éh!, eu uso óculos...”

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Capítulo 3 A descoberta do Eu

Após alguns momentos de contemplação — e digo momentos pois desde as primeiras páginas que escrevi até este capítulo, se passou exata-mente um ano — hoje, dia 25 de setembro de 1994, recomeço a escrever o livro. Esta seqüência vos parecerá uma ruptura com o padrão que vínhamos adotando. Entretanto, o conhecimento do “Eu” implica, necessariamente, uma ruptura com todos os padrões anteriores. Se estais preparados para prosseguir adiante e aceitar as mudanças que naturalmente vos acontecerão à medida que transformais os vossos padrões de Consciência, vamo-nos preparar para uma autêntica “descoberta do Eu”. Se fecharmos os olhos, permanecendo conscientes, começamos a entrar em contato exclusivamente com o mundo interno. Para cada um esta experiência se apresentará de uma forma definida. Uns verificarão que em suas mentes existem inúmeros pensamentos e até imagens de fatos que ocorreram ao longo do dia. Outros se depararão com sentimentos diversos — o que pode provocar um certo desconforto. Mas o que todos irão concluir é que, com este simples exercício, por incrível que pareça, poderão ter a mais pura certeza da existência do “Eu”’. Parece simples, não é? Vários filósofos já

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discutiram este tema e inúmeras teorias procuram definir o “Eu”, que é apontado como “aquele que conhece”. Enquanto os materialistas consideram esse “Eu” como sendo originado por mecanismos puramente químicos e orgânicos do cérebro, os metafísicos afirmam que o “Eu” é um ser do mundo Espiritual e portanto alheio às funções puramente metabólicas do corpo físico. Nós vamos abandonar o plano de indagação e conflito entre essas correntes filosóficas e perceber unicamente o seguinte: Enquanto permaneço consciente, de olhos fechados, percebo “algo” que me permite “observar” pensamentos e sentimentos que em mim se expressam. Esse “algo”, que não consigo explicar e que existe por si mesmo, simplesmente denominarei de “Eu”, pois é a partir desse centro que existe uma percepção consciente. Através dessa percepção observo que qualquer teoria que procure explicar a origem do “Eu” torna-se inútil, pois o “Eu” explica-se por si próprio. Podemos dizer que o “Eu” não se funda-menta numa lógica tridimensional mas transcende a compreensão física. Da mesma forma, não existe uma “prova para o Eu” possível de ser concretizada. É inútil procurar compreender o “Eu” em sua essência simplesmente observando as infinitas manifestações externas de Sua Consciência. Podemos dizer, então, que somente se pode “compreender” o “Eu” vivenciando-se o que ele é. Disto provém o mantram sagrado “Eu sou o que sou” e, à medida que deixais de viver

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apenas voltados para o mundo exterior e passais a mergulhar dentro do vosso Cosmos interno, podereis encontrar esse centro de Consciência em vós. O objetivo é trazer-vos cada vez mais a esse centro, de forma a poderdes agir com mais cons-ciência nos vossos atos, tanto externos quanto internos. Dessa auto-análise resultará a “Desco-berta do Eu” e verificareis que sempre o “Eu Sou” esteve convosco e continuará a estar por toda a eternidade. Na Verdade, em sua essência, isto é simples e está ao alcance de todos. Por isso, quanto mais descobrirdes sobre vós mesmos, mais tereis em vós o sentimento de independência. Verificareis que todas as respostas sempre estiveram diante de vós, mas os vossos olhos não conseguiram percebê-las. Esse é o retorno ao lar divino a que todos os autênticos místicos se referem e só depende de vós descobrirdes o vosso verdadeiro Ser e a vossa verdadeira identidade. Para isso, tereis que abrir mão de todas as ilusões que vos afastam do vosso centro. Tereis que unir todos os opostos e superar todas as dualidades que existem nas vossas mentes finitas para conhecerdes o centro de Tudo o que existe e que está dentro de vós e de toda a Creação. Este é o único caminho de auto-conhe-cimento pois enquanto não estiverdes preparados para uma completa entrega à Verdade que reside dentro de vós jamais alcançareis a compreensão dos mistérios do Ser e do Não-Ser e sempre

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permanecereis na dúvida que consumiu tantos filósofos e os levou ao aniquilamento. Aceitai, desde já, que Vós sois o Caminho, a Verdade e a Vida e, enquanto não vos decidirdes a observar o mundo como aprendizes, constantemente estareis presos às aparências externas e à “teia” cármica que construístes. Chegou a hora de vos libertardes de todos os “óculos” que ocultam a verdadeira luz dos vossos olhos para que as trevas da vossa ignorância se dissipem com o aprendizado do vosso auto-conhecimento. Neste momento, o profundo amor de Ron se projeta sobre mim. Sinto como se uma vibração de puro amor divino tomasse conta do meu ser e vejo agora um pássaro rosado batendo as asas sobre a minha cabeça. As batidas de suas asas entram em sintonia com os batimentos do meu coração e, a cada movimento de contração e dilatação de suas asas, ondas de energia rosa alimentam meus corpos energéticos, purificando e intensificando o sentimento de perdão interno. Neste instante, abro a minha mente para aceitar todas as minhas imperfeições e percebo que todos os meus erros são fruto da minha ignorância. Percebo que, cada vez mais, irei alcançar a Verdade, na medida em que me perdoo e me liberto de todo o sentimento de culpa que carrego simplesmente por ser ignorante dessa Verdade. Permaneço respirando a energia de Amor Universal que o pássaro da minha Consciência telúrica projeta sobre mim e observo que a minha autocrítica silencia-se

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conforme o raio amoroso do perdão queima todos os meus sentimentos negativos de vingança e dissipa todas as formas-pensamento que me afastam do meu centro de equilíbrio energético e do meu Eu. “Eu Sou o Que Sou”, e aceito tudo o que sou neste momento da minha existência como forma de aprendizado sobre o meu ser. Tudo o que existe é apenas um reflexo da minha Consciência e somente quando observo este reflexo percebo o meu Ser e descubro que, atrás de todos os reflexos, encontra-se a verdadeira Luz e o meu verdadeiro Ser. Assim permaneço em silêncio...

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Capítulo 4 A “Sacação” Cósmica

A gíria fornece alguns termos interessantes. Considerando que o processo de constituição de um vocábulo em gíria parece surgir naturalmente da cultura popular e, portanto, de uma área mais afastada do conhecimento puramente intelectual, podemos dizer que esses termos traduzem verdades que passam despercebidas do meio acadêmico. Neste ponto, vamos considerar um termo muito usado no Brasil e que traduz uma verdade profunda: Sacar. Segundo o dicionário Aurélio, sacar, na gíria, significa entender, compreender, manjar. Entre-tanto, o significado deste termo ultrapassa essa simples classificação gramatical. Podemos até dizer que sacar constitui um termo independente e completo. Vamos refletir sobre isso: Quando se descobre uma resposta através de um vislumbre intuitivo sobre alguma questão, presencia-se uma sensação de profundo entendi-mento que dificilmente pode ser expressa em palavras. Entra-se em contato com uma percepção tão clara para o próprio que não existem mais dúvidas relacionadas com aquela questão. Essa faculdade humana que os homens denominam intuição constitui a maior prova da realidade extra-sensorial e do mundo espiritual. O homem não consegue entender esta

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faculdade enquanto se utiliza do seu raciocínio intelectual pois ela transcende os limites da mente concreta e fundamenta-se na abstração da Cons-ciência humana. O termo sacar deve ser entendido no contexto intuitivo, ou seja, quando se saca alguma coisa, atingiu-se o nível intuitivo da percepção consciente que permite alcançar uma compreensão clara sobre o fato que se está analisando. Será importante compreender que as Verdades do Espírito só podem ser analisadas, em sua essência utilizando-se a faculdade da intuição e não por processos puramente analítico-racionais. Assim, a todo o candidato que deseje alcançar a compreensão de si mesmo, é importante esclarecer que o primeiro passo a ser dado refere-se ao desenvolvimento da intuição. Mas, como será que se adquire esta capacidade? Eis a questão a que nos dedicaremos agora. Podemos dizer que não existe um método específico para se alcançar a percepção intuitiva. Observa-se apenas que a intuição se manifesta naturalmente na mente humana quando esta se encontra em silêncio, ou seja, quando o homem pára de pensar. Muitas vezes, quando vos deparais com um problema a ser solucionado, ficais pensando horas e horas sobre esse problema e a sua solução. De repente, quando verificais que todas as possibili-dades que conheceis não conseguem resolvê-lo, as vossas mentes param de pensar e eis que surge em vós uma intuição que esclarece o problema em questão. Desta forma podeis

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descobrir muitas respostas para os problemas de difícil solução para vós em qualquer momento. Deveis começar a treinar parar o vosso pensamento analítico e deixar fluir em vós perce-pções intuitivas. Poeticamente, pode-se dizer que deveis ouvir a Voz do Silêncio e prestar a máxima atenção a essa voz, suave e calma, que reside dentro de vossas Consciências. Verificareis, então, que não estais sozinhos nesse processo. Na verdade, sempre estivestes acompanhados por esse Eu consciente que, em algumas termino-logias mais modernas, denomina-se Eu Superior ou Eu Divino. Passai a respeitar todos os estágios de Consciência que observais tanto em vós como nos vossos semelhantes. Começai a perceber que todos os conceitos, idéias e impressões da reali-dade são relativos e dependem exclusivamente do grau de integração do ser no seu centro espiritual, ou seja, no seu Eu Superior. Quanto mais integrados estiverdes nesse centro, mais sabereis sobre o que existe por detrás de todas as aparências externas e menos dúvidas guardareis em vossos corações enquanto que, quanto mais afastados estiverdes desse centro, mais inseguros vos sentireis e mais presos a conceitos rígidos estareis, de forma que dificil-mente podereis alcançar a Verdade, sendo neces-sário ficardes dependentes e até escravos do mundo externo. Assim, podereis dizer que estareis cada vez mais sacando o Cosmos ao vosso redor, estabele-

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cendo em vós padrões construtivos e eliminando os padrões destrutivos e involutivos aos quais inconscientemente ficastes presos. Estareis, deste modo, compreendendo mais a Vontade Divina e vos tornando instrumentos dessa Vontade. Novamente Ron se manifesta pairando sobre a minha mente de forma que as pulsações de suas asas energéticas enviam ao meu ser uma sutil luz dourada. Sinto a sua irradiação pulsar dentro do meu coração e um profundo raio dourado-cristal é direcionado sobre o meu cérebro físico, energizando-o e acelerando as ligações elétricas dos meus neurônios. Permaneço alguns segundos recebendo essas vibrações e, uma voz suave, no interior da minha mente, começa a se manifestar e me passa a seguinte orientação: “Permita que a energia dourada do seu Espírito purifique todos os padrões mentais, eliminando os conceitos voltados ao seu ser involutivo e construindo em si conceitos voltados para a Consciência e capazes de transparecer a sua autêntica realidade espiritual. Sinta essa energia como se fios de ouro estivessem interligando todas as suas células mentais permitindo que a energia pura e dinâmica da sua Consciência Superior possa se expressar em idéias transparentes e verdadeiras, eliminando suas dúvidas mais profundas e permitindo que entre em contato com a realidade Cósmica inerente ao seu Espírito Divino”. Permaneço, assim, centralizado nesse estado de Consciência.

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Capítulo 5 A Vontade Divina

Escrever sobre a Vontade Divina pode ser comparado ao ato de se tentar enxergar uma célula a olho nu. Deveis vos conscientizar de que a Vontade Divina não pode ser compreendida unicamente pelos vossos sentidos habituais mas deve ser sentida no mais profundo estado de Consciência que vós podeis atingir atualmente. Por outras palavras, deveis acima de tudo, procurar desenvolver os vossos sentidos superiores para saberdes sobre Aquele que tudo sabe e tudo fez e que em vossa terminologia chamais de Deus. Não queremos dizer com isto que jamais podereis compreender a Vontade Divina ou que Deus se encontre em uma dimensão inatingível. Queremos esclarecer apenas que toda a procura da Verdade começa em vós através de um processo de expansão natural das vossas capacidades perceptivas, permitindo atingir a compreensão oculta do Universo dentro e fora de vós. Neste sentido, a Vontade Divina não constitui uma ação distante de vós, nem tão-pouco uma imposição ao vosso livre-arbítrio. Conforme conheceis mais sobre a vossa realidade interna e expandis a vossa Consciência e os vossos sentimentos, encontrareis Deus dentro de vós e a Sua Vontade não será algo distante de vós mas

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será também a vossa vontade. Para esclarecer melhor este estudo vamos utilizar uma comparação: A Vontade Divina é semelhante à vontade do homem que acorda do seu sono inconsciente. Após esse despertar da Consciência, não porque ouvistes alguém dizer mas porque vivenciastes esse despertar, não mais encontrareis uma vontade separada da Vontade Divina mas sereis autênticos instrumentos da Consciência Superior do vosso Espírito Estelar. Portanto, vamos começar a falar de um modo através do qual possamos caminhar juntos em um processo de expansão de Consciência para que não haja divergências entre nós mas apenas estados de Consciência integrados na procura da Verdade e na compreensão da Vontade Divina, para agirmos o mais possível integrados nessa Vontade. Ron se manifesta na minha mente, trans-parecendo uma luz azul-cristalina irradiante e bri-lhante, parecendo que, nas extremidades das suas asas ardem chamas azuis e um calor agra-dável irradia-se em direção ao meu ser. Cada vez mais, Ron torna-se luminoso e o calor expande-se em minha Consciência, queimando todos os padrões inconscientes e contrários à Vontade Divina, fortalecendo a Chama da Verdade em meu coração. À medida que Ron bate as suas asas energéticas, a minha mente silencia-se e a voz silenciosa torna-se uma realidade e não apenas uma figura de linguagem poética, traduzindo-se nos seguintes pensamentos:

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“Eu Sou um Ser de Luz em ação e desperto o Poder da Palavra de forma a expressar a Vontade do Verbo Divino. Invoco o poder do Eu Sou o que Sou para purificar os meus canais de percepção e permitir que a Vontade Divina aja com menor resistência e todas as dúvidas que me afastam do caminho sejam dissipadas na Chama do Verbo que se manifesta em minha Consciência.” Escuto então uma voz de trovão que pro-nuncia: “Acorde e retorne ao seu verdadeiro lar. Acorde e liberte-se das ilusões da sua ignorância! Acorde e entre em sintonia com a Minha Vontade que é de trazê-lo à sua origem Divina para que um dia possa escutar em seu coração a minha Voz pronunciar: Meu filho. Em ti Sou o que Sou e a Minha Vontade é que tu sejas o que Sou”... Permaneço em um profundo silêncio, consciente da minha realidade divina.

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Capítulo 6 A Reconciliação

—— Ron! Onde estás? Por que não escutas o meu chamado? Sinto-me só e cheio de dúvidas em minha mente! Meus pensamentos são confu-sos e não consigo permanecer em nenhuma paz de espírito. O que está acontecendo, Ron, que não consigo mais alcançar a voz do silêncio nem sentir mais a tua presença tão agradável e amorosa? Onde estás, Ron? Nestes momentos de crise que parecem ser eternos e muitas dúvidas aparecem, porque não ouvimos mais a voz da Consciência? Por que nos sentimos abandonados? Muitas perguntas ocor-rem porém poucas respostas aparecem. Real-mente, percebemos que não há inferno maior do que aquele encontrado dentro de nós. Não há sofrimento maior do que aquele que atinge toda a nossa estrutura de Consciência. Nada pode ser comparado a estes momentos de crise interior durante os quais nos deparamos com a nossa loucura inconsciente e entramos em contato com as trevas mais profundas em nós. Então, uma voz suave e carinhosa se mani-festou e começou a falar:

“Estas são as tempestades do oceano da tua Consciência e somente aqueles que realmente desejam alcançar a Verdade mais profunda em seu coração podem ultrapassar essas tempes-

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tades e atingir terras mais sólidas de compreensão interna. Pode-se fazer a seguinte comparação: O homem que acordou e procura retornar ao lar divino é semelhante àquele que decide abandonar a sua terra de origem e, primeiramente, constrói uma embarcação para viajar pelo Oceano Infinito que encontra no horizonte. Após navegar incansável pelo Oceano, descobre que o seu navio não mais o poderá conduzir, percebe que se tornou um náufrago e que só lhe resta deixar-se conduzir pelo Oceano com que se depara, acreditando com fé que alcançará uma terra capaz de garantir a sua sobrevivência. Somente aquele que deseja intensamente encontrar a Verdade poderá vencer a fome, o medo, a solidão e as tempestades que lhe são impostas pelo naufrágio no Mar da Verdade e chegar vivo à Terra Prometida. Ao chegar a essa terra, agradece profundamente a Deus por tê-lo conduzido e percebe que está muito mais vivo e feliz do que na sua terra de origem embora encontre-se cansado e consumido pela viagem que realizou. E assim prossegue infinitamente atingindo cada vez mais uma autêntica reconciliação interna consigo e com o Universo”. Após ouvir esta suave voz, permaneci em profundo estado de reconciliação interna e a minha crise interior dissipou-se completamente, como se a tempestade do mar das minhas dúvidas se tivesse transformado num mar calmo, tranqüilo e irradiante...

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Capítulo 7 Meditação:

A Jangada da Consciência Num estado de perfeita contemplação, pre-senciei a imagem de uma jangada rústica com uma vela branca e irradiante navegando pelas águas do mar como se estivesse deslizando suavemente sem exercer nenhum atrito e seguindo simplesmente o impulso do vento. Permaneci algumas eternidades contemplando a imagem e absorvendo a atmosfera de paz e harmonia transmitida por essa projeção. Subitamente, uma gaivota alada pousou na jangada e começou a me transmitir mensagens que confortaram a minha alma como se eu estivesse bebendo uma água refrescante após percorrer um caminho árido e estafante. —— Amado discípulo: — balbuciou a gaivota que nesta altura já havia se identificado como sendo uma personificação de Ron — Observe esse cenário. Até que ponto consegue absorver esta experiência e fundir-se com ela? Até que ponto a sua mente consegue desprender-se e mergulhar na experiência? Que dúvidas, perguntas e sentimentos existem ocultos em seu ser? Observe tudo o que acontece em seu interior e qual é a expressão da sua Consciência diante das palavras que ouviu de mim... Nesse momento, a gaivota alada começou a

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voar e se perdeu no horizonte infinito, deixando-me em estado de reflexão. Assim permaneci por alguns instantes completamente absorto nos meus pensamentos... De repente, a gaivota (Ron) colocou-se acima da minha cabeça e mergulhou completa-mente na minha mente, transformando-se em pensamentos profundos: “Sempre que possível, deve reservar alguns momentos da sua vida terrestre para ficar consigo próprio. Deve buscar dentro de si os meios de se conectar com a infinita realidade da sua Consciência. A esses momentos pode chamar de períodos de meditação e perceberá que, quanto mais se entregar a eles, mais a sua vida inteira se transformará numa constante meditação. Não mais terá que parar para meditar mas cada vez mais parará apenas quando algum motivo alheio fizer com que escape do seu centro de Consciência. A meditação, em si, pode ser comparada a uma jangada que lhe permite navegar no Oceano Infinito da sua Consciência. Toda a técnica de meditação será apenas válida se lhe possibilitar desprender-se completamente e navegar nesse Oceano de modo a permitir uma integração interna e uma percepção maior da Verdade. Deve procurar qual é a jangada que possibilita esse encontro com a Verdade em si. Pode utilizar, no começo, jangadas externas mas apenas quando conseguir construir a sua jangada interior poderá atingir mais profundamente a Verdade e saciar a sua sede de conhecimento.

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Verificará também que as jangadas que irá construir se tornarão cada vez mais desnecessárias pois conseguirá permanecer em completa Consciência sem ter que refazer as suas ligações com os planos espirituais. Assim, os instrumentos ou técnicas de meditação desaparecerão e você mesmo será a expressão da mais profunda Meditação.”

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Capítulo 8 A Decisão

Neste ponto, amigo leitor, vamos fazer uma análise do que até o momento já foi exposto. Através dos sete primeiros capítulos, procu-ramos trazer-vos a uma compreensão do que pode ser um caminho de auto-conhecimento. Utilizamos vários símbolos e evocamos os dons da imaginação inerentes a vós. Para muitos, o que foi exposto até aqui não passa de uma história da carochinha sem significado algum. Outros, estão lendo esta obra para ver até que ponto o autor vai continuar com as suas fantasias e ilusões e qual seja a intenção maldosa que está atrás das ingênuas colocações iniciais. Todavia, sabemos que existem aqueles leitores que estão lendo este livro porque sentem um “Chamado Interior” mais forte do que a voz das suas contra-dições mentais fundadas na lógica das suas mentes racionais. A esses leitores que têm fome de espírito e sede de conhecimento acima dos seus impedimentos internos, chamaremos “irmãos da senda oculta”, pois provaram que estão prontos para continuar a escalar os “Himalaias da Consciência”. Podeis-vos considerar, neste ponto, como se realmente estivésseis subindo uma montanha e dependesse unicamente de vós continuardes ou não essa subida. Este é, portanto, um momento

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de decisão e vos alertamos para o fato de que a leitura desta obra nada mais acrescentará em vós do que o conhecimento que realmente já existe nas vossas Consciências Superiores. Este não é um livro de salvação nem um livro para eleitos, mas apenas um guia prático de orientação para a vossa jornada evolutiva. É hora de reflexão, amigo leitor. É hora de parar alguns instantes esta leitura e questionar se o caminho até agora apresentado condiz com a sua necessidade neste momento. É hora de fazer um julgamento justo e independente para que possa dizer sim ou não conscientemente pois, sem esta reflexão, o que será apresentado daqui para frente será inútil e corresponderá a uma perda de tempo, tanto para você quanto para nós. Esperamos que aquilo que expusemos até ao momento lhe permita decidir com consciência, pois para nós é importante que comece a ler este livro, não como um fator puramente externo a si, mas sim como se participasse de cada frase que foi escrita de modo a viver juntamente conosco esses estados de Consciência. Aguardamos a sua resposta e como símbolo deste momento, a próxima folha será em branco para que o reflexo da luz nela possa ser tão claro quanto a sua decisão interna...

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Capítulo 9 Projeções de Consciência

Para aqueles que decidiram ir adiante, vamos continuar apresentando o cenário da nossa jornada de auto-conhecimento. Nos oito capítulos anteriores esboçamos, na verdade, um desenho sobre o método de projeção consciente direcio-nado ao auto-conhecimento. Agora vamos colorir esse desenho para torná-lo mais claro e preciso. Perguntamos: O que já aprendestes até ao presente momento com a leitura desta obra? Conseguistes vivenciar as experiências já rela-tadas? Que sentimentos e estados internos de Consciência conseguistes alcançar? Neste ponto, seria importante começardes a escrever juntamente conosco o vosso livro, anotando, na medida do possível, as vossas experiências para poderdes refletir sobre elas de forma mais abrangente. É importante, também, que vos mantenhais abertos e receptivos durante a leitura, reservando um momento oportuno para críticas e reflexões sobre as experiências que vivenciais neste ato. É com esse intuito que vos indicamos que façais uma espécie de diário daqui em diante, pois passaremos a apresentar alguns exercícios direcionados à expansão das vossas Consciências; escrever sobre essas experiências ajudar-vos-á muito a materializar as energias mais sutis com que entrareis em contato, o que vos possibilitará harmonizar os veículos ou corpos de

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expressão da Consciência. Nos capítulos antecedentes expusemos de uma forma sutil o que daqui para frente colocaremos de um modo mais preciso. Na verdade, agimos como se vos estivéssemos apre-sentando um projeto e esperamos a vossa resposta positiva para concretizar esse projeto. Por isso, a vós que decidistes navegar nesses mares, chamaremos carinhosamente de discípulos, embora nós também sejamos discípulos em outras dimensões. Sobre vós, projetamos todo o nosso amor e toda a nossa Sabedoria para que tudo o que somos possais ser também em vosso plano embora já o sejais no eterno presente da nossa compreensão dimensional mas em estado ainda potencial. Em outras palavras, nós vos percebemos como seres que dormem o sono da inconsciência mas que, no momento do milagre da Creação determinado para cada um, despertareis do vosso estado de lagartas e vos tornareis borboletas conscientes da presença do Eu Sou em Vós. Em nome d’Aquele que É por toda a Eternidade, rogamos ao magnífico Hierofante da Sabedoria que projete em vossas Consciências a percepção grandiosa das vossas Reais Identidades. A Vós, Espírito irradiante da Verdade, solicitamos que ilumineis as mentes desses discípulos, para que cada um possa encontrar o seu Mestre interior e prosseguir independente e livre da ignorância que o tornou escravo do mundo ao seu redor. Evocamos a Grande Presença da

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Chama Trina em Vós para que, em vossos centros de Consciência, se acenda a Luz da Sabedoria e em vossos corações pulsem os movimentos da Grande Sinfonia Cósmica projetada na Creação pela presença irradiante do Eu Sou o Que Sou, Foi e Será por toda a Eternidade. AUM! Certos da vossa decisão interna, vamos projetar em vossas Consciências, nos capítulos seguintes, cenários que permitirão aos discípulos seguir com mais fé e perseverança o difícil mas ao mesmo tempo maravilhoso caminho do conheci-mento sobre si próprios. Tudo o que vos transmitiremos, na verdade, será um estímulo de apoio na vossa jornada, pois ninguém pode seguir o Caminho da Verdade por vós nem tão-pouco pegareis caronas* nesse caminho. Compete exclusivamente a vós essa tarefa. Porém, percebereis que não estareis tão sozinhos nesse caminho como vos sentistes nos primeiros passos que destes. Cada vez mais, encontrareis amigos verdadeiros na jornada pois muitos podem ser os caminhos mas um só é o objetivo: atingir a Grande Unidade do Conhecimento Universal. Por isso, amados discípulos, convidamo-vos a mergu-lhar na leitura desta obra tentando encontrar nestas páginas algumas palavras de Sabedoria que possam alimentar-vos nos momentos mais difíceis dos vossos processos e estimular-vos a vencer os obstáculos que encontrareis, interli-gando-vos mais intensamente com a verdadeira corrente de Amor, Luz e Sabedoria que se projeta

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do Centro Iluminado da Consciência em direção às periferias obscuras da ignorância do inconsciente coletivo das vossas ilusões egoístas. Assim como o desejo do Creador é trazer os seus filhos de volta ao lar da Creação Cósmica, assim também nós agimos, nos colocando como instrumentos da Creação, desejando compartilhar convosco do Grande Banquete dado pela Graça Divina aos seus filhos amados. Nós saudamos a Creação refletindo o nosso mais profundo sentimento de Amor por vós. Em verdade, embora vos chamemos de discípulos, somos todos discípulos da Infinita Sabedoria do Ser Eterno que reside no Centro de Tudo e, ao mesmo tempo, nas periferias do Nada. Aprende-mos cada vez mais a nos unir a essa Sabedoria, compartilhando tudo e permitindo que as Águas da Verdade transbordem em nossas Consciências e saciem a nossa sede até que possamos atingir a meta de alcançar, na Eternidade, a Fonte das Águas Vivas do Eu Sou o Que Sou em Nós. Que a Grande Consciência se projete em nós para que nos projetemos na Verdade e na Vida Eterna. AUM.

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Capítulo 10 O Cântico das Criaturas

Observar a Natureza, seus ciclos e transfor-mações, já constitui uma altíssima forma de meditação. De fato, considerando que Deus não pode ser compreendido – mas sim revelado – torna-se muito mais fácil procurar essa revelação na Natureza para depois podê-la refletir em vós. Tudo o que existe constitui uma Obra do Creador Único que se manifesta em Sua Creação permanecendo oculto na Sua Plenitude de Ser. A compreensão da Verdade se reflete tanto na compreensão do mundo externo quanto do mundo interno ou psicológico. Como estais com a vossa atenção mais direcionada para os aspectos externos do que para os internos, iremos buscar ao mundo natural que observais os meios de interligação consciente com a Divindade que ignorais por desconhecerdes a Verdade sobre vós mesmos. Vamos procurar nos fenômenos naturais projeções de Consciência e demonstrar como essas projeções se refletem em vós, fortalecendo-vos no caminho de auto-conhecimento pelo qual decidistes prosseguir. Um exemplo marcante do encontro cons-ciente com o Creador refletido na Natureza foi, no vosso plano, a vida do nosso amado irmão que, em certo momento, assumiu a personalidade de São Francisco de Assis. A devoção desse

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altíssimo Ser ainda pulsa em todos os movimentos verdadeiramente religiosos e, principalmente, nos corações dos seus devotos. São Francisco, em seus estados mais elevados de Consciência, expressava a alegria das suas revelações através de cânticos que deixou como presentes à humanidade. Esse espírito devocional deve ser cultivado por todos discípulos que realmente desejam atingir a iluminação. Como testemunho desse espírito, reproduzimos aqui o último cântico composto por São Francisco antes da sua morte física e deseja-mos que o seu exemplo vivo se possa refletir em vós de modo a construir em vossas Consciências o elo de Devoção mais puro à Verdade, à Luz e à Vida.

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Cântico das Criaturas Altíssimo, onipotente, bom Senhor. Teus sejam o louvor, a glória, a honra e todas as bençãos. A Ti somente, Altíssimo, eles são devidos, E homem algum é digno de mencionar teu Nome. Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas. Muito particularmente pelo Senhor nosso irmão, o Sol, Que nos dá os dias e com o qual nos iluminas. Ele é belo e irradiante, com grande esplendor. De Ti, Altíssimo, traz o testemunho! E louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Lua e pelas estrelas Que formastes no céu, claras, preciosas e belas! Louvado sejas, meu Senhor, por nosso irmão o Vento, E pelo ar, pelas nuvens e pelo sereno e por todos os tempos Com os quais sustentas as tuas criaturas! Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Água, Que é muito útil, e humilde, preciosa e casta! Louvado sejas, meu Senhor, por nosso irmão, o Fogo, Com o qual iluminas a noite, E que é belo e alegre, robusto e forte! E louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a

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mãe Terra, Que nos mantém e nos governa, E produz os diversos frutos e as flores coloridas e as ervas! Louvai e bendizei meu Senhor e agradecei-lhe, E servi-o com grande humildade! (Do livro “O Yoga Espiritual de São Francisco de Assis”, de François Chevique, tradução de Nair Lacerda, Editora Pensamento, São Paulo)

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Capítulo 11 Projeção nos Quatro Elementos

Nos meios esotéricos é comum ouvir-se falar muito dos quatro elementos: Terra, Fogo, Ar e Água. Na verdade, atrás dessa simbologia existe uma profunda revelação sobre a manifestação da Divindade na Natureza. O discípulo, para alcançar essa revelação, deverá dedicar vários momentos à meditação até perceber mais claramente o que são os Quatro elementos da Creação e quais as implicações de ordem prática no seu processo de desenvolvimento e expansão de Consciência. Deveis-vos acostumar a manter um certo estado de perplexidade diante do milagre da Vida, não procurando querer compreendê-lo mas apenas percebê-lo conscientemente através da revelação em vossas Consciências e pelo desper-tar das vossas faculdades espirituais. Por isso, deixaremos que descubrais por vós mesmos o que na realidade constituem os Quatro Elementos. Vamos, neste sentido, realizar algumas experi-ências com esses elementos para que possais percebê-los em vós e assim descobrirdes a sua verdade oculta. A vossa Consciência manifesta-se, princi-palmente, por um foco de atenção direcionado por vós. Estais conscientes de algo quando direcionais o vosso foco de atenção para esse algo. Muitas vezes, o vosso foco se assemelha a um carro

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desgovernado, parecendo-vos que não tendes controle algum sobre o que percebeis no vosso mundo. Justamente, enquanto não aprenderdes a dirigir esse carro, continuareis escravos do mundo em que vos encontrais e presos a muitas ilusões. Um dos primeiros passos nesse processo consiste em aprender a direcionar o foco da vossa Consciência de forma autônoma e determinada, de modo a poderdes investigar o mundo interno e externo a vós através de um centro individual de percepção consciente: Eu Sou o Que Sou. Nos capítulos anteriores procuramos trazer-vos a esse centro de percepção. Agora, vamos ensinar-vos a observar o mundo a partir desse centro de modo a elucidar a vossa Consciência sobre o que é a Unidade do Universo. As vossas mentes concretas e tridimensionais procurarão manter o controle, resistindo às percepções mais intuitivas. Passareis por momentos de conflito intenso mas, gradativamente, conseguireis silen-ciar a vossa mente concreta e ouvir a “Voz Silenciosa” do vosso Foco Central da Consciência, que denominamos Espírito, atuando de forma integrada com a Verdade e a Sabedoria Universal. Realizaremos, então, algumas projeções de Consciência com o intuito de vos indicar alguns métodos de silenciardes as vossas mentes para ouvirdes a voz da Verdade que vibra intensamente em vós desde o princípio até o fim dos tempos. Utilizando a metáfora da jangada, vamos ensinar-vos a construir algumas jangadas até que vós possais construí-las sozinhos para velejar no

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grande Oceano da vossa Realidade Universal. Utilizaremos as pontes de ligação que a Natureza possui para trazer-vos de volta ao Elemento Único que existe em vós e que externamente se mani-festa nos Quatro Elementos. Viajaremos, assim, pelos quatro elementos da Natureza. O passaporte para essa viagem consiste em alcançar um momento de relaxamento, seguido de um momento de Evocação à Verdade manifesto pelo desejo interno de descobri-la. Será que estais preparados para adquirir esse passaporte?

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Capítulo 12 O Relaxamento

Relaxar é desligar-se das preocupações referentes às vossas vidas temporais para vos refazerdes energeticamente das exigências físicas do vosso plano. Pode parecer simples mas esse ato, para vós, será de extrema dificuldade. O homem moderno encontra-se envolvido em muitos afazeres, quer estes sejam referentes ao trabalho, quer sejam relativos às formas de lazer da sociedade. Se observardes, verificareis que toda a vossa atenção, em estado de vigília, acaba se consumindo por uma ação constante da vossa mente que exige sempre algum envolvi-mento com atividades que a alimentem. Mesmo os vossos meios de lazer não vos permitem relaxar, aumentando ainda mais a vossa ansiedade. Estais sempre correndo contra o tempo, esperando que todos os vossos sofrimentos e aborrecimentos desapareçam como num passe de mágica. Procurais a pílula da felicidade e quereis comprá-la a preços modestos, ou seja, quereis dominá-la. Muitas vezes, os vossos divertimentos não passam de máscaras onde escondeis a vossa grande infelicidade e insatisfação. As vossas men-tes materialistas são, na realidade, centros de vazio profundo. Toda a realidade material, por mais paradoxal que isto vos possa parecer, não consegue preencher o enorme vazio que sentis quando parais realmente por alguns instantes na vossa vida diária.

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Estareis sempre presos à dualidade felicidade-infelicidade enquanto permitirdes que o vosso mestre continue sendo a vossa mente tridi-mensional. Somente se começardes a procurar o centro das vossas Consciências e escutardes o que a Voz Silenciosa tem realmente para vos transmitir encontrareis a verdadeira felicidade que é a única que prevalece por toda a eternidade. Estas palavras não são promessas nem procuram criar esperanças falsas. Elas são um chamado para aqueles que encontraram uma Verdade maior do que aquela a que estais presos. Nós desejamos, de todo o coração, trazer-vos esta revelação para expressar o Amor Real que somente a Verdade Real pode construir. Antes de julgardes falsas estas palavras e condenardes quem as escreve ou dita, ouvi com atenção e participai das experiências de projeção que apresentaremos adiante. Como relaxar e silenciar as vossas mentes tão perturbadas e envolvidas com tantas ativida-des? Unicamente vós o podereis fazer. Esta é uma decisão somente vossa e enquanto não perceberdes que a vossa Consciência está acima da vossa mente dificilmente conseguireis relaxar e participar de estados mais profundos de auto-percepção. Todo o relaxamento começa e termina em vós, e apenas quando estiverdes dispostos a agir direcionados para a procura da Verdade tereis força suficiente para vencer a esfinge das vossas dúvidas e decifrar o enigma da vossa existência.

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Capítulo 13 Projeções de Relaxamento

Cada um deve procurar a forma de relaxar mais adaptada para si próprio. Podeis utilizar alguns exercícios físicos, controlar a vossa respiração, ouvir músicas apropriadas, usar incensos aromáticos, enfim, existe uma grande variedade de métodos e técnicas à vossa disposição. Apresentaremos um método complementar e talvez tão óbvio que perguntareis se realmente o que exporemos chega a constituir algum método específico. Quando falamos em relaxamento certamente que uma das primeiras idéias que surge é permanecer alguns momentos em contato com a natureza. De fato, procura-se até construir as clínicas de repouso em lugares onde a beleza da natureza ainda não tenha sido totalmente man-chada pela ação egoísta do homem. Sempre que tiverdes possibilidade deveis procurar retiros na natureza e aproveitar as vossas férias para entrar em contato com a harmonia dos ciclos naturais e sentir a vida pulsante em todo o meio natural. Entretanto, como as vossas vidas não permitem com frequência esse contato, não deveis ficar esperando pelas vossas férias para realizar essa interação com a natureza. “Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai à montanha” – eis um dito popular que traduz o que

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estamos querendo dizer. Vós tendes a capacidade de imaginar e de vos transportardes para lugares naturais existen-tes nas vossas mentes. Vós podeis projetar os vossos focos de Consciência em direção à natureza registrada nas formas de pensamento que absorveis, tanto pela contemplação de paisagens naturais quanto pela leitura descritiva desses lugares. Assim, mãos à obra! Imaginai, por exemplo, que estais cami-nhando calmamente por uma praia. Nesse processo, trazei à vossa mente todas as impres-sões que puderdes associar a esse momento. Senti a brisa do mar tocar os vossos corpos; escutai o barulho das ondas na praia, observando a luz do sol refletida nas águas; observai as gaivotas no céu, etc. Apelai para todas as impres-sões que vos pareçam agradáveis e facilitem o vosso relaxamento. Um outro exemplo pode ser a projeção de vossa mente para uma caminhada num bosque. Procurai imaginar e visualizar um caminho num bosque, sentindo o aroma natural da vegetação ao vosso redor, ouvindo o canto dos pássaros, sentindo o vento balançar as folhas e tocar suavemente o vosso rosto, etc., ou qualquer outra projeção que fordes capazes de fazer e sentirdes apropriada para a vossa viagem mental de relaxamento. Percebei que existem muitas projeções de relaxamento que podeis encontrar no exemplo da natureza. Utilizai a vossa imaginação e procurai as formas mais adaptadas aos vossos processos

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individuais. Só não deveis ficar esperando que o relaxa-mento surja espontaneamente pois acabareis, com certeza, adormecendo, pelo tédio de a vossa mente ficar parada procurando relaxamento. Este deve surgir naturalmente dessas projeções e verificareis que quanto mais colorirdes com a vossa imaginação estes exercícios de relaxamento mais facilmente conseguireis atingir a quietude mental necessária para o vosso processo de auto-conhecimento.

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Capítulo 14 Evocação à Verdade

Após a vossa frequência atingir níveis satis-fatórios de relaxamento, tanto físico como mental estareis prontos para iniciar a viagem de auto-conhecimento de uma forma mais aprofundada. Neste ponto, a vossa vontade deve atuar e deveis desejar ardentemente penetrar nas revelações da Verdade sobre vós. Mais uma vez afirmamos que não basta relaxar e esperar que algo aconteça pois o que provavelmente acontecerá será entrardes em estado de sono profundo. Deveis, após o relaxa-mento, evocar a Grande Consciência Universal que pulsa em vós para que esta vos ensine como ser perfeitos. “Sede perfeitos como o vosso Pai Celestial”, eis uma recomendação que vos foi transmitida pelo Cristo manifesto na personalidade de Jesus. Assim, se realmente cultivardes esse sentimento de procura da Verdade, certamente encontrareis o caminho que conduz à Vida Eterna dentro de vós. Esse é o sentido da Evocação e quanto maior fôr o sentimento de humildade com que fizerdes a vossa evocação mais rápidamente encontrareis vosso Mestre interior que vos condu-zirá à completa compreensão do vosso Universo de Consciência. Não vos decepcioneis se, no começo, as vossas evocações não parecerem ser

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capazes de atingir os planos do espírito. Tão-pouco deveis acreditar que, através delas, conse-guireis atender os pedidos de satisfação dos vos-sos caprichos pessoais. A evocação não deve ser direcionada para um pedido específico. Tende cuidado para não limitardes a vossa evocação aos caprichos das vossas mentes concretas que, com certeza, farão tudo para projetar evocações mascaradas, de caráter puramente egoísta. Mesmo estando relaxados, deveis sempre permanecer àlerta para que não vos enganeis. Como diz um ditado popular: “O inferno está cheio de boas intenções”... Cuidado, portanto, para não vos iludirdes projetando em vossas evocações desejos egoístas de satisfação pessoal. Não deveis pedir por aqueles que julgais amar nas vossas evocações e procurai deixar de querer salvar a humanidade ou resolver problemas alheios durante as vossas projeções de Cons-ciência. Permanecei centrados em vós, esquecendo o mundo em que estais carmicamente presentes. Portanto, todas as evocações deverão ser neutras, objetivas e claras, direcionadas unicamente para a procura da Verdade. Com esse sentimento, percebereis que não existem fórmulas mágicas para realizar uma evocação, nem tão-pouco poemas recitados. Na verdade, se tiverdes a chama da procura da Ver-dade bem acesa, deveis reforçá-la em vossa evocação, fortalecendo-vos para olhar a verdade

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de frente por mais dolorosa que ela vos pareça. O encontro com a Verdade acabará com as vossas ilusões, eliminando o centro de ilusões que é refletido pelas mentes concretas direcionadas unicamente para a percepção da dualidade existencial. Encontrareis dentro de vós uma resis-tência à Verdade e presenciareis o conflito em vossas Consciências ao procurardes libertar-vos das ilusões cármicas do vosso mundo. A evocação é importante porque fortalecerá a criança crística que existe dentro de vós, permitindo que esse centro crístico se expanda e ultrapasse as fronteiras do vosso egoísmo. Evocai, amados discípulos, a Verdade mais profunda que sentirdes em vossos corações e permiti que as ilusões que ocultam essa verdade caiam e se dissipem na Chama Eterna do Cristo Pessoal que existe em vós e que constitui o autêntico Filho de Deus. Vós já sois filhos do Altíssimo; basta reconhecerdes diretamente essa Verdade.

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Capítulo 15 Projeção de Evocação

A evocação é um momento único e não existem fórmulas padronizadas para realizá-la. Não transmitiremos nenhuma evocação para que não vos prendais às nossas palavras e acrediteis que, ao pronunciá-las, já estais fazendo uma evocação verdadeira. Competirá a cada um descobrir qual é a melhor forma de cultivar a chama da verdade dentro de si e o desejo de encontrá-la. Como um impulso para que possais dar esse primeiro passo, vamos vivenciar convosco uma projeção de evocação para adquirirdes confiança nas nossas palavras e sentirdes consistência no que procuramos vos transmitir. Utilizando a vossa capacidade mental de visualização e projeção, visualizai uma vela acesa (se sentirdes dificuldade, podeis acender uma vela e observar atentamente a sua chama, procurando projetar a vossa mente nela) e dirigi o vosso centro de atenção para a Chama. Projetai as vossas mentes para ela procurando permanecer concentrados nessa projeção. Observai a serenidade da chama da vela que queima suavemente de forma consistente e determinada. Assim como uma vela permanece acesa até que forças externas a apaguem, deveis procurar manter a vossa chama acesa. Perguntamos:

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Quem poderá apagar a chama da vossa vela? Quais as forças externas que podem apagar a chama da vossa vela? Com certeza, após meditardes alguns instantes, observareis que nenhuma força externa pode apagar a projeção da chama em vós, a não ser vós próprios. Vós sois os senhores de vós mesmos e, projetados na vossa Chama Interna, evocai o vosso Mestre interior para que possais encontrar a Verdade personificada na Criança Crística que procura crescer dentro de vós. Permanecei em vossa chama interna, evocando a Verdade da vossa real natureza Divina.

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Capítulo 16 Cântico ao Fogo Sagrado

Louvor a Ti, Chama Divina! Aquece a caverna da minha mente Iluminando completamente o meu Ser. Fogo Sagrado da Creação, Faz-me Perfeito como a Divindade Unindo todos os átomos isolados Num corpo de Luz cintilante. Louvor a Ti, Chama Divina Que nunca se apagará Permanecendo acesa por toda a Eternidade! Centelha Flamejante do Universo Direciona a minha mente à Verdade Queimando em mim as ilusões, Transparecendo a mais pura Perfeição! Vamos projetar as nossas mentes para a paisagem natural de uma praia numa noite calma, tranqüila e estrelada. Nesse ambiente, resolveis acender uma fogueira para vos aquecerdes. Após acendê-la, ficais observando-a e absorvendo o seu calor. Permanecei observando as chamas da vossa fogueira mental escutando o barulho da madeira a queimar, procurando sentir o calor originado pela manifestação do fogo. Projetai as

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vossas mentes para essa fogueira, sentindo que o carvão escuro das vossas imperfeições e ilusões arde nas chamas do Fogo Sagrado. Senti que o Fogo Divino das vossas Centelhas Espirituais transmuta as vossas resistências internas à Verdade e funde todas as vossas divisões internas numa Perfeita Unidade. Permiti que o calor do Fogo Sagrado energize os vossos corpos, fortifi-cando-vos e intensificando o vosso desejo de encontrar a Verdade dentro de vós, através de um profundo auto-conhecimento. Os estouros da lenha queimando na fogueira são como se os vossos bloqueios e traumas estourassem e liber-tassem a energia negativa que neles estava acumulada. Senti que o Fogo Sagrado purifica-vos completamente e permanecei absorvidos nessa projeção até que o vosso carvão seja consumido pelas chamas desse Fogo. Após vos sentirdes purificados pela ação do Fogo Sagrado, ides tomar um refrescante banho de mar, e permaneceis na vossa praia, sentindo a suave brisa noturna que toca o vosso corpo...

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Capítulo 17 O Sol Espiritual

Projetai as vossas mentes para uma praia deserta e tranqüila. Estais no horário do nascer do Sol e começais a observar no horizonte o globo solar surgindo e iluminando a madrugada. Senti como se vós também estivésseis nascendo junta-mente com o Sol, permitindo que as energias ígneas do Sol nascente façam com que vossos corpos despertem e vossa criatividade se expanda. Sois agentes creadores de vossa natureza interna e tudo o que sois corresponde a uma Creação da vossa Consciência. Deixai de culpar as circunstâncias externas pela vossa infelicidade pois percebeis que vós sois os agentes responsáveis pelo que vos acontece. Senti o poder da Creação expresso em vosso Sol Central e a responsabilidade por construirdes um mundo mais perfeito e condicente com a vossa real identidade. Observai o reflexo do Sol sobre as águas do mar e o infinito mar de luz que se manifesta em vossa direção. Mergulhai nesse oceano luminoso e permiti presenciar em vós o sentimento de Amor Universal expresso na Creação Universal da Divindade Solar. Recebei nos vossos corações o maravilhoso raio dourado do fogo solar, energi-zando todos os vossos centros corporais, iluminando a vossa Consciência e fortalecendo a

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Verdade dentro de vós. Respirai as energias da manhã, saudando com alegria o irmão Sol que aparece no horizonte da vossa Consciência, despertando a Vida em todos os vossos átomos e em todo o vosso Ser. Percebei que dentro de vós também existe um Sol, pois vós sois o Sol Central do vosso Universo individual e cada impulso do vosso coração corresponde a um nascer do Sol em vós, trazendo vida e energia a todas as partes do vosso corpo. Permanecei absorvendo a energia solar e voltai a vossa atenção para o horizonte oposto a vós. Visualizai montanhas na direção oposta à vossa praia mental e o Sol se dirigindo a esse horizonte. Estais prestes a presenciar o pôr-do-sol e contemplais a serenidade da Natureza que se despede do irmão Sol. Escutai o canto dos pás-saros despedindo-se do irmão Sol e permiti-vos cantar juntamente com eles o hino de agrade-cimento ao Sol por mais um dia de aprendizado sobre a Verdade. Agradecei profundamente à Vida que se expressa em vós, prometendo interna-mente que, no dia seguinte, procurareis ser mais perfeitos e realizar obras mais perfeitas. Perdoai-vos pelos erros cometidos nesse dia, reconhe-cendo que eles foram originados pela vossa ignorância. Acreditai que o Grande Pai Solar vos ensinará a ser Perfeitos como Ele é. Abri vossos corações aos ensinamentos do vosso Pai Solar, transparecendo cada vez mais a Luz da Perfeição em vossas ações e atitudes. Assim, permanecei em profundo estado de contemplação, escutando

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as batidas do vosso coração e reconhecendo que, a cada expansão e contração de vosso coração, o vosso Sol Espiritual nasce e põe-se no horizonte da vossa Consciência...

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Capítulo 18 Cântico das Águas da Vida

Grande Oceano de Vida, Possa eu mergulhar em Tuas profundezas, Atingir a essência de Tua realeza, Transparecendo a imensidão do Teu Amor. Profundas Águas da Vida, Cristais líquidos da Creação, Fazei-me ser transparente para a Verdade! Louvo-te a Ti, Vida Cristalina, Recebendo em meu coração a Tua abundância, Saciando a minha sede de justiça, Contemplando a expressão de Tua Pureza imaculada! Profundas Águas da Vida, Purificai os meus corpos translúcidos, Esculpindo em mim a Perfeição! Projetai as vossas mentes para uma floresta tropical, exuberante e plena de Vida. Procurai nessa floresta um riacho de águas transparentes e escutai o canto das suas águas ao deslizar pelas rochas em seu caminho. Seguindo esse riacho, encontrareis uma cachoeira; nesse ponto, parai e ficai observando a queda natural da águas. Que tal tomardes um banho na cachoeira? Visualizai as águas banhando os vossos corpos e vos massa-

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geando. Senti-vos cada vez mais relaxados e energizados pelas águas da cachoeira. Elas vão-se tornando cada vez mais brilhantes e cristalinas, purificando-vos e saciando a vossa sede pela Verdade. Recebei as Águas da Vida em todo o vosso ser consciente, cantando juntamente com as águas da cachoeira o canto da Vida expresso nas Águas do Grande Oceano da Creação. Deixai-vos esculpir pelas águas, sentindo que o seu toque retira as camadas imperfeitas de vosso ser e permite que o Perfeito Ser-Diamante se Manifeste. Vós sois hoje pedras rústicas que, ao serem esculpidas pelas Águas da Vida, irão se transformar em perfeitos diamantes, transpare-cendo a luz do Creador. Senti essa purificação se manifestando em vós enquanto permaneceis na cachoeira, celebrando a Grande Unidade conforme vos fundis com o Grande Oceano da Consciência pela purificação e pelo batismo das Águas da Vida sobre vós.

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Capítulo 19 O Ciclo da Água

Vamos trabalhar agora com a projeção do ciclo da água nas vossas mentes. Projetando-se para o interior dos vossos cérebros, visualizai dentro das vossas cabeças um lago de águas claras e cristalinas. Projetai, nesse lago, todas as vossas dúvidas, preocupações, ansiedade, medos, inseguranças e todos os sentimentos negativos que tiverdes no momento. Senti que, à medida que realizais essa projeção, as águas do vosso lago mental começam a se evaporar pelo atrito gerado pelos vossos sentimentos negativos. Senti que, conforme as águas do vosso lago se evaporam, carregam consigo a vossa negatividade e ides ficando cada vez mais purificados das vossas imperfeições. Toda a vossa negatividade fica aprisionada nas nuvens escuras formadas pela evaporação do vosso lago mental. As nuvens escuras da vossa negatividade entram em contato com a Grande Eletricidade Cósmica e relâmpagos começam a estourar a negatividade contida nas nuvens da vossa mente. Senti que os relâmpagos vão purificando as energias das vossas nuvens e estas começam a se transformar novamente em

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água líquida, começando a chover. O vosso lago mental forma-se novamente, desta vez energizado e purificado, esperando que dele bebais para saciar a vossa sede de Verdade.

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Capítulo 20 Cântico ao Sopro Divino

Divino Alento Creador, Soprai em mim a Vida, Fortalecendo-me na procura da Verdade! Instrumento do Som Universal, Harmonizai os meus corpos, Sintonizando-me na Sinfonia Cósmica, Eliminando os ruídos do meu Ser. Divino Alento Creador! Expressão pura do Sopro Divino Possa eu, bendizer-vos, na Eternidade! Que a brisa suave da Creação, Mantenha-me atento e vigilante, Afastando de minha Consciência Todas as manifestações de imperfeição! Projetai as vossas mentes sobre a vossa conhecida praia, colocando-vos na posição de lótus de frente para o mar. Escutai o som suave das ondas e o movimento de vai e vem das águas do mar na areia da praia. Concentrai a vossa atenção nesse movimento sentindo que, a cada onda que se aproxima, uma suave brisa toca todo o vosso corpo e vós absorveis o ar puro dessa brisa suave. Sintonizai a vossa respiração com o

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movimento de vai e vem das ondas do mar, procurando vos integrar nessa sinfonia da natureza. Visualizai que a energia prânica do Sopro Divino manifestada na brisa suave que vos toca irradia-se por todos os vossos corpos, purificando-vos e energizando-vos. Concentrando-vos neste exercício respiratório, evocai a Presença do Eu Sou o Que Sou, pronunciando a cada expiração “Eu Sou o Que Sou”, sentindo que em vós se manifesta o Sopro Divino da Creação. Reconhecei que tendes responsabilidade por aquilo que creais com as vossas palavras dirigidas ao mundo que vos parece exterior a vós. Aquilo que falais deve se tornar cada vez mais a manifes-tação do Verbo Divino, Perfeito e Imaculado. Vigiai constantemente os vossos pensamentos, filtrando as imperfeições em vossa Consciência, deixando de expressá-las na fala dirigida aos vossos irmãos, perdoando aqueles que vos dirigem palavras ofensivas pois sabeis que esses atos são fruto da vossa ignorância sobre vós mesmos.

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Capítulo 21 Tubo de Luz

Visualizai em vossos pés um círculo branco de energia. Senti que estais apoiados nesse campo energético e que, pelos chacras e pontos energéticos de vossos pés, absorveis a energia prânica que se dirige a todos os vossos órgãos e células corporais. Permanecei nesta visualização até que possais vivenciar e sentir realmente essa energização prânica. Após sentirdes que estais repletos de energia prânica, viva e irradiante, visualizai e senti que o disco energético que está nos vossos pés começa a se expandir e um campo de energia prânica começa a circundar o vosso corpo como se ficásseis envolvidos por um tubo de energia. Visualizai que esse canal energético torna-se cada vez mais irradiante e luminoso, formando um tubo de luz branco-cristal. Senti que esse tubo irradia desde os vossos pés até às dimensões da vossa Consciência Superior, unificando-vos e fortalecendo a vossa ligação com o vosso Mestre interior. Através deste exercício, procurai elevar o vosso padrão vibratório, sentindo que ides purificando o vosso canal de ligação com os planos superiores da vossa Consciência conforme o vosso tubo de luz vai-se formando. Que a paz permaneça convosco.

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Capítulo 22 Cântico à Mãe Terra

Terra que sustentas teus filhos, Acolhe em teu ventre a Creação, Expandindo em cada semente que alimentas A Consciência do Divino Pai-Creador. Alimenta os meus corpos com teus sais minerais Fundindo em minhas células a perfeição, Purificando o meu ser em tua energia ígnea. Divina Mãe Terra! Ensina-me a viver em harmonia com o Todo, A celebrar a cada dia o nascimento Da Verdade em meu Ser. Acolhe-me em teus braços Aquecendo em mim a esperança Da vida Eterna na infinita Creação! Estais caminhando em uma estrada de terra vermelha e úmida. Senti em vossos pés o frescor da terra que pisais e percebei que, a cada passo que dais, todos os pontos energéticos nos vossos pés são ativados pela energia da terra. Perma-necei andando nesse caminho e absorvendo essa energia, sentindo-vos cada vez mais relaxados conforme caminhais. Senti o cheiro da terra molhada e respirai esse aroma natural originado

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da terra fresca, como se o caminho de terra tivesse sido molhado pela chuva. No momento em que vos sentirdes satisfeitos permanecei parados sentindo que o chão sob os vossos pés começa a se tornar cada vez mais pastoso e continuais entrando na terra, até que percebeis que vossos pés estão cobertos por ela. Mentalizai que dos vossos pés começam a brotar raízes que vão interligando vossos corpos à terra. Senti-vos como árvores e, pelas raízes dos vossos pés, absorvei o alimento da Mãe Terra, fortificando e energizando todos os vossos centros de Consciência e nutrindo todos os vossos corpos. Sois como bebês que estão sendo amamentados pela Mãe Terra que vos acolhe em seus braços amorosos. Permanecei concentrados nessa ligação com a Mãe Terra, sentindo uma grande Unidade entre todos os filhos de Vossa Mãe e um grande respeito pela Vida que se manifesta na Natureza...

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Capítulo 23 Vulcão Ígneo

Visualizai um vulcão. Senti que a energia gravitacional da terra puxa a vossa negatividade para o interior desse vulcão e que o peso que carregáveis começa a ser aliviado. Quando o vosso vulcão mental ficar cheio com o lixo que acumulastes em vossa(s) vida(s), evocai a energia ígnea da Mãe Terra, pedindo que ela vos liberte das vossas ilusões e prisões materiais: “Grande Mãe Terra, lançai sobre mim a vossa energia ígnea, purificando-me das minhas imperfeições”. Permanecei nesta evocação até que possais perceber que, no centro do vulcão, a energia ígnea da Mãe Terra começa a se manifestar e todo o vosso lixo colocado no vulcão começa a se transmutar e a se transformar em lava ígnea que reflete a energia viva da Mãe Terra. Quando todo o lixo do vosso vulcão se transformar em lava, mentalizai que ele começa a entrar em erupção. Senti o poder da energia ígnea da Mãe Terra se expressando na erupção e permiti que a energia expressa na lava incandescente do vulcão, alimente as vossas células mentais e elimine as formas-pensamento negativas que existem nos vossos inconscientes. Permanecei nesta projeção

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somente o tempo que achardes necessário. Não procureis queimar todo o vosso lixo de uma só vez nem penseis que, ao fazerdes este exercício, estareis livres de todos os vossos padrões negativos. Sabei que vós tendes pontos de saturação e que as vossas estruturas de ego* resistirão a estes exercícios de projeção, dificul-tando ao máximo a sua execução. Trabalhai apenas o necessário para cada dia, não ultrapas-sando a vossa capacidade de acumulação de energias. O mais importante é a frequência e a qualidade das vossas projeções e não a quan-tidade de energia com que entrais em contato ou que podeis suportar. Não procureis também usar estas projeções para resolver problemas de outras pessoas nem tão-pouco curá-las, evitando fazer projeções direcionadas à humanidade como se tivésseis que salvá-la. Concentrai-vos unicamente em vós, esquecendo os problemas dos vossos parentes, amigos, vizinhos e do mundo repleto de conflitos em que viveis.

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Capítulo 24 Fechando o Ciclo

Amados discípulos. Encerramos, com o capítulo anterior, o ciclo dos quatro elementos. Procuramos mostrar-vos, desde como trabalhar a expansão da vossa Consciência pela projeção mental do vosso centro de percepção, até aos fenômenos naturais que presenciais em vosso plano físico e que expressam a energia dos quatro elementos. Procurai, sempre que possível, observar esses fenômenos naturais através de retiros na Natureza, procurando integrar-vos com as energias que estão no cenário desses fenômenos. Trabalhai pela purificação dos vossos corpos energéticos e pela transmutação consciente dos vossos carmas, procurando resolver e harmonizar os conflitos que encontrardes nas vossas vidas. Acreditai, amados discípulos, que nada vos acontece por um simples acaso e que tudo o que passais constitui uma colheita do que certamente plantastes ao longo da vossa jornada da Cons-ciência. Nunca estareis sozinhos pois, mesmo quando o mundo vos parecer desmoronar, sempre existirá uma luz no final do túnel – se tiverdes fé suficiente para encontrá-la. Sabei, também, que a maior Vontade do Universo é trazer-vos de volta ao Seu centro e que todos os seres que vão se libertando dos pesos

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que os mantêm estacionados nas periferias da Consciência acabam trabalhando para ajudar no despertar daqueles que ainda estão cegos para a Verdade. Vós sois como Sementes Divinas que foram lançadas pelo Universo até encontrarem as condições necessárias para o seu germinar. Existem sementes que num solo são mais resis-tentes do que outras que não conseguem germinar nele. Porém, no Universo, existem infinitos solos e infinitas oportunidades para que todas as sementes possam encontrar o seu caminho e germinar. Assim, amados discípulos, mais cedo ou mais tarde, sentireis a Verdade da vossa origem divina despertar dentro de vós e ireis começar a crescer cada vez mais em direção à luz da vossa realidade Cósmica. Podemos dizer que as trevas que encontra-reis no vosso caminho são apenas “solos” que farão com que a semente luminosa de vossa realidade espiritual desperte. O sofrimento que passais em vossos ciclos cármicos pode ser considerado infinitamente pequeno diante do esplendor da Luz e do Amor do Pai-Creador que constitui em Si a origem e o fim de toda a Creação. Deus, que não pode ser compreendido nem tão-pouco explicado, não possui opositores nem duas faces. Todos os demônios aos quais temeis constituem, na verdade, apenas manifestações da ilusão gerada pela separação entre o vosso centro e a Unidade Cósmica. Os seres que se opõe à

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vontade Divina podem ser considerados sementes que resistem à Verdade até ao momento em que encontrarão o solo adequado para a sua germi-nação. Acreditai que o Amor do Creador pulsa em todos os átomos da Creação e o seu magnetismo irradia-se por todos os centros de Consciência, pronunciando intensamente o chamado de retorno à Sua morada celestial. A parábola do filho pródigo é a compreensão mais profunda dessa verdade transmitida pelo Cristo no vosso plano de Consciência. Se realmente sentirdes esse chamado, reconhecereis que vós sois o filho pródigo e que um banquete vos aguarda no regresso ao vosso lar divino. Compartilhai, conosco, deste banquete!

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Capítulo 25 O Abismo

O homem, ao assumir uma personalidade no plano físico, por motivos cármicos que alcançam uma compreensão além dos limites deste livro, se depara com um “abismo” que o separa da sua real identidade espiritual. Denominamos de “abismo” esse fenômeno pelo fato de parecer impossível ao homem transpor essa distância entre o plano material e o plano espiritual. Esse fenômeno constitui, em si, o grande enigma da existência humana e decifrá-lo significa participar de um autêntico processo de auto-conhecimento. Somente através de um mergulho profundo em si poderá o homem ultrapassar os limites da sua percepção física e vislumbrar os primeiros raios de luz da Verdade Espiritual. Pode-se comparar o homem a um ser que passou a sua existência numa caverna escura e, portanto, se acostumou à escuridão, não podendo entrar em contato direto com a luz do Sol pelo fato de não ter condições de suportá-la. Assim, o discípulo deve-se acostumar a conviver com “o pão nosso de cada dia”, ou seja, ter a consciência de que apenas gradativamente vai sendo preparado para sair da caverna escura em que se encontra para poder contemplar diretamente com seus próprios olhos o esplendor da Luz solar.

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Dúvidas e perguntas sempre vos acompa-nharão e observareis que não ireis encontrar uma resposta definitiva para todas as vossas indaga-ções. Aliás, percebereis que em vossas mentes concretas já existem muitas respostas, sendo necessário jogar fora muitos conceitos e postu-lados que aceitais como verdades intocáveis e constituem, em si, os fundamentos do vosso “castelo de ilusões”. O pior obstáculo que um discípulo encontra na sua jornada de Consciência consiste no orgulho intelectual e na certeza do saber, utilizados unicamente como formas de poder. Por isso, um dos primeiros passos no processo de auto-conhecimento consiste em se desfazer dessas roupas conceituais e se despir do orgulho do intelecto, colocando-se diante de si mesmo como uma criança que começa a descobrir o mundo em que se encontra. A esse fenômeno damos o nome de “despertar da Criança Crística” que existe em cada ser humano. O homem, no plano físico da Consciência, ignora completamente a sua origem e a sua real identidade espiritual. Digamos que existe um véu que envolve a percepção humana impossibilitando ao homem olhar a Verdade Cósmica da sua Cons-ciência Espiritual e Divina, por falta de outra terminologia mais adequada na vossa linguagem verbal. Estamos apenas apresentando um fato claramente demonstrável para vós sem procurar discernir sobre o motivo ou a causa desse

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fenômeno. Não nos compete esclarecer publica-mente uma questão que necessita de uma acele-ração energética adequada na estrutura de Cons-ciência do discípulo que está disposto a seguir o caminho do auto-conhecimento e da descoberta da Verdade. Esse enigma constitui o motivo pelo qual escrevemos esta obra e também o motivo pelo qual a estais lendo. Se realmente compreendestes a razão deste livro, sabereis que a resposta ao enigma da existência humana compete a vós encontrar. Tereis que vencer o abismo de vossa ignorância e alcançar a plenitude da Sabedoria Cósmica em vossa Consciência. Boa viagem, amados discípu-los! Estaremos sempre convosco se realmente desejais descobrir a Verdade sobre vós.

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Capítulo 26 Mergulhando no Abismo

Projetai as vossas mentes até um abismo. Idendificai esse abismo com a graduação da vossa ignorância, permanecendo alguns instantes observando e analisando a sua dimensão e procurando encará-lo de frente, sem temor ou vergonha de vos deparardes com a realidade da sua existência. Através dessa análise inicial, deveis iden-tificar qual é o ponto mais baixo do vosso abismo e qual é a sua profundidade. Projetai a vossa Consciência até à sua base evocando, através da vossa vontade mais profunda, a intenção de sairdes dele. Visualizai que, conforme expressais essa vontade, ides construindo uma escada dourada e, ao mesmo tempo, ides subindo pelos degraus dessa escada feita com a energia dourada da Sabedoria Cósmica que existe em vós. Mentalizai a seguinte afirmação: “Eu Sou o construtor da minha liberdade e ao mesmo tempo o destruidor da minha escravidão”. Senti que, ao construirdes essa escada, ides elevando a vossa vibração e iluminando a vossa Consciência, preenchendo-vos com a energia dourada da Sabedoria que vai iluminando a vossa

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ignorância e abrindo os vossos canais para a contemplação da Verdade dentro de vós. Senti, realmente, que ides elevando os vossos padrões de Consciência a níveis superi-ores à medida que ides subindo pela escada da Sabedoria e pelas encostas do abismo da vossa ignorância, sentindo que, no topo desse abismo, uma Luz irradiante começa a se manifestar. Abri vossos corações para essa Luz e recebei em vossas Consciências a Luz dos vossos Mestres interiores, procurando integrar-vos com esses Seres de Luz que vos auxiliam no caminho do auto-conhecimento à procura da Verdade. Procurai sentir as energias do topo do vosso abismo e as mensagens ou impressões que elas vos passam, registrando-as, se achardes neces-sário, em um diário de experiências sobre a vossa meditação de projeção de Consciência. Que a Paz permaneça convosco, amados discípulos.

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Capítulo 27 O Exercício

O que já expusemos até ao presente momento deixa bem claro que o caminho do auto-conhecimento é bem mais prático do que vós imagináveis e encontra-se à disposição de todos e não somente daqueles que chamais doutores do conhecimento em vosso mundo. Pela educação que recebeis no vosso plano, todos os “doutores” passam por uma iniciação em inúmeras teorias, exercícios de raciocínio puro e especulações científicas. Uma deficiência educativa do vosso plano consiste na dissociação que fazeis entre teoria e prática. Por isso, o vosso ensino encontra-se tão fragmentado que poucos jovens conseguem se realizar em suas profissões ao perceberem que muito pouco do que apren-deram nas universidades é utilizado na prática das suas profissões. Evidentemente, existem profis-sões mais técnicas e aparentemente mais próxi-mas da prática paralelamente àquelas que são mais abstratas e, portanto, mais próximas da teoria. Todavia, o que se observa no geral é que o vosso ensino não consegue unir de forma satisfatória a prática com a teoria. É por isso que nós procuramos, além de conceitos e princípios (teoria), passar-vos os exercícios (prática) que vos permitirão interagir com as energias, por forma a desenvolverdes os vossos centros energéticos, despertando as vos-

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sas estruturas para níveis de percepção mais abrangentes sobre a Verdade. Podemos dizer também que, através das muitas alegorias, comparações e parábolas utilizadas nesta obra, procuramos despertar o vosso interesse pela meditação, apresentando o método de projeção da Consciência direcionado para a ampliação dos vossos níveis de percepção consciente. Assim, através dos capítulos precedentes, apresentamos um esquema prático de auto-conhecimento. Se sentirdes afinidade com o que apresentamos até agora, podeis organizar os exercícios de projeção de Consciência de forma a construir um método de meditação diário dire-cionado para a ampliação dos vossos horizontes de percepção. Tornamos a dizer que este método de meditação deverá ser praticado somente por aqueles que, realmente, sentirem uma grande afinidade com o que já apresentamos e não surtirá nenhum efeito com aqueles que o praticarem apenas por curiosidade ou com um interesse meramente egoísta. Este método não tem por objetivo desenvolver poderes psíquicos, nem tão-pouco vos permitir realizar qualquer tipo de viagem astral ou desenvolver qualquer poder mediúnico. Evidentemente, se persistirdes nestes exercícios podereis entrar em contato com os Mestres Espirituais que vos orientarão no vosso processo de auto-conhecimento. Porém, esses Seres se

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manifestarão naturalmente durante a vossa prática, podendo ou não se identificar aos seus discípulos. O importante será a mensagem ener-gética que vos será passada com o sentido de ampliar a vossa compreensão sobre a Verdade em vós. Ninguém está autorizado a utilizar o nome de nenhum dos seus instrutores para dizer que recebeu uma mensagem, com o sentido de mani-pular a Consciência daqueles que, por estarem famintos de Verdade, esqueceram-se que compete a cada um trabalhar pelo seu alimento diário. Não queremos, com isso, dizer que todo o processo de “chanelling”* que observais atual-mente seja falso ou puramente fruto da manipu-lação egoísta de alguns mediadores. Queremos deixar bem claro que a pessoa que recebe mensagens do plano espiritual não deve ser cultuada como um deus nem deve ser considerado como verdadeiro tudo o que ela vos transmite. Existe muita interferência entre os planos do Espírito puro e o plano da matéria mais densa em que vos encontrais. Utilizai o bom senso e o vosso sentimento interno para analisar as mensagens que receber-des, bem como aquelas com que entrais em contato por direcionamento externo de outras pessoas. O que importa realmente é o conteúdo da mensagem; nem tanto a sua forma. Procurai vos concentrar em mensagens que não estejam voltadas para fatos externos mas que transmitam conceitos ou princípios que vos permitam enxergar

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mais longe. Quando tocamos no aspecto do poder mediúnico, não queremos criticar o espiritismo de Allan Kardec. Também não é nossa intenção nos colocarmos como superiores a esses fenômenos. Apenas vos estamos alertando para o fato de que, embora muito já se tenha estudado sobre a “mediunidade” em vosso plano, esse fenômeno ainda permanece muito mal entendido. Vos advertimos, também, que é errado procurar o desenvolvimento espiritual visando apenas adquirir poderes psíquicos como forma consciente ou inconsciente de exercer poder sobre os fatos ou as pessoas que participam convosco do aprendizado no vosso plano e com isso satisfazer os vossos desejos pessoais. Em síntese, procurai alcançar um estado de neutralidade ao optardes por seguir o método da projeção de Consciência, evitando comparações com outros métodos e todas as formas de crítica destrutiva que vos impeçam de continuar o vosso caminho à procura da Verdade. Não alimenteis sonhos ou fantasias nem procurai fugir da vossa realidade cármica. O que realmente transforma o homem é uma autêntica mudança de padrões em sua Consciência desde que ele esteja disposto a se desfazer dos padrões que constituem as raízes de sua prisão e infelici-dade. Assim, o método que vos apresentamos tem por objetivo permitir-vos mergulhar nas profun-dezas da vossa Consciência e descobrir as novas realidades que sempre existiram e sempre exis-

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tirão na percepção Cósmica da vossa Verdadeira Identidade Espiritual. Aqueles que se identificarem realmente com este processo, poderão praticar a projeção diaria-mente, dedicando alguns momentos do seu dia, com a seguinte ordem de exercícios: 1. Projeção de relaxamento. (Capítulo 13). 2. Projeção de evocação. (Capítulo ,15). 3. Uma das sequências de projeção sobre os

quatro elementos, ou seja: a) seqüência do elemento fogo: Capítulos 16 e 17; b) seqüência do elemento água: Capítulos 18 e 19; c) seqüência do elemento ar : Capítulos 20 e 21; d) seqüência do elemento terra: Capítulos 22 e 23.

Escolhei as sequências que mais se adaptam à vossa realidade presente, procurando variá-las de forma a trabalhardes com todos os elementos. Tereis facilidade em trabalhar com alguns elementos e dificuldade com outros. Procurai vencer essas dificuldades de forma a propiciar um equilíbrio em vós desses elementos. Projeção do Mergulho no Abismo: Capítulo 26. Estas quatro projeções realizadas na seqüência descriminada acima constituem o que

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chamamos de “Exercício Prático de Auto-Conheci-mento”. Indicamos a sua prática àqueles que sen-tirem interesse ou afinidade pelo método aqui apresentado. Aconselhamos a todos que procurem entender bem os exercícios de projeção indicados para que possam alcançar a tônica energética necessária a um bom desempenho neste processo de auto-conhecimento. Acreditai em vós e tende coragem para ultrapassar as dificuldades que vos aparecerão pela frente. Sempre estaremos convosco.

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Capítulo 28 O Sentimento

Aconselhamos a todos os discípulos que trabalhem por um refinamento em seus senti-mentos. Podeis comparar-vos a um aparelho de rádio que está sendo sintonizado com as frequên-cias da Consciência. No começo, captareis, natu-ralmente, mais ruídos do que música. Conforme fordes ampliando os vossos horizontes de percep-ção através das vossas meditações diárias conseguireis sintonizar-vos em padrões mais refinados de energia e ouvireis, bem como partici-pareis mais ativamente, da grande Sinfonia do Universo. Deveis procurar manter uma grande integridade nos vossos sentimentos. Quando falamos em sentimentos, queremos dizer tudo o que podeis perceber por intermédio de todos os vossos sentidos a respeito de algo. Normalmente, quando se fala em sentimento, se associa a idéia do que vós sentis unicamente no vosso “coração” ou com a empatia que tendes por algo ou alguma pessoa. Em termos técnicos, poderíamos dizer que o termo sentimento encontra-se apenas associado àquilo que captais pelo vosso chacra cardíaco. Desde já, dizemos que essa interpretação restrita tem ocasionado inúmeras confusões nos discípulos e fragmentado as suas Consciências não permitindo que

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tivessem alcançado um discernimento mais correto sobre si próprios. Sentimento é tudo o que podeis perceber ou tendes consciência no momento. Quando analisar-des uma questão, procurai realizar uma investi-gação profunda, colocando todo o vosso ser e procurando captar tudo o que puderdes com os vossos sentidos. Em termos práticos, seria como se, ao vos deparardes com uma flor, além de observardes visualmente todos os seus detalhes, sentirdes o seu perfume, tocardes a sua textura, verificardes o seu paladar, pudésseis também ampliar essas percepções através do despertar de outros “sentidos”, expandindo a vossa Consciência sobre a flor que observásseis. Um outro ponto a ser considerado consiste no termo visualizar que muitas vezes utilizamos nos exercícios de projeção. Quando dizemos para visualizar algum cenário específico, é como se vos pedíssemos para criar um filme em vossa mente referente a esse cenário. Após a criação desse filme, passamos a vos pedir para sentir o que presenciais, como se tivéssemos pedido que entrásseis nesse filme e dele participásseis. Este constitui, na verdade, o princípio de todo o exercício de projeção de Consciência e, quanto mais fácilmente puderdes projetar o filme na vossa mente e dele participar, mais facilmente entrareis em contato com as energias envolvidas nesses exercícios. Por isso, não fragmenteis a vossa percepção esquecendo-vos de sentir com todos os vossos

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recursos disponíveis no momento. Deste modo, conseguireis vislumbrar a Verdade de forma mais integral, ampliando a vossa percepção.

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Capítulo 29 Esclarecimentos

Amigo leitor. Chegamos ao fim desta primeira parte. Para mim, como escritor deste livro, está sendo uma experiência inédita e até surpre-endente. Uma pergunta vós certamente estais fazendo: “Afinal, quem está escrevendo esta obra?”. Essa não é uma resposta muito simples de dar. Evidentemente que, em termos unicamente materiais, cabe a mim produzir este livro. Porém, em termos mais espirituais, a fonte inspiradora do que está sendo relatado é o que em termos ocultos se denomina “A Grande Unidade da Fraternidade Branca”. Posso, portanto, ser considerado como um canal transmissor destas mensagens energéticas recebidas. Desde já, peço-vos desculpa pelas imper-feições desta obra pois, em muitos casos, a linguagem energética, ao ser traduzida em linguagem verbal, deixa muitos pontos obscuros. Imaginem uma língua com apenas cem palavras e outra com mil palavras. Logicamente a língua com mil palavras permitirá descrever um fenômeno de forma mais precisa do que a língua com apenas cem palavras. Se levarmos em conta, também, a precisão que uma língua permite transmitir com os seus

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conceitos, verificamos que nenhuma linguagem humana é suficientemente adaptada para trans-mitir as verdades mais profundas do Espírito, o que muitas vezes produz interpretações errôneas sobre os assuntos transcendentes ou metafísicos. É mais ou menos isto o que se observa perante uma mensagem energética. Existem, hoje em dia, inúmeros livros que falam sobre a Fraternidade Branca e a atuação dos Mestres Ascensos no plano físico, descre-vendo as suas identidades, bem como algumas das personalidades que assumiram ao longo das suas encarnações. Pode ser-vos útil entrar em contato com essa realidade abrindo as vossas mentes à atuação desses Seres através da leitura de algumas obras sobre esse tema. Podemos classificar os “obreiros do espírito”, basicamente, em duas categorias: Alguns se dedicam a preparar o solo; outros se dedicam a plantar as sementes. Evidentemente, esta classifi-cação é relativa, pois alguém que é chamado a realizar um trabalho de finalidade mais “espiritual”, em vossa classificação (de certa forma todos os trabalhos, em si, são espirituais) é, ao mesmo tempo, um preparador do solo e um semeador embora, num ponto de vista temporal, possa tender mais para um lado e menos para o outro. A elaboração deste trabalho só foi permitida porque muitos Servidores da Verdade têm vindo a preparar o caminho para estas revelações, o que permitiu torná-lo muito mais sintético, prático e direcionado para a revelação simples da Verdade

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dentro de cada um. O contato consciente entre um discípulo e o seu Mestre interior constitui uma experiência inédita e impossível de ser comunicada àqueles que não a realizaram. Da mesma forma que um cego jamais poderá saber como é o mundo ao seu redor visualmente, assim é também para aqueles que ainda não estão preparados para abrir os seus olhos para as realidades do Espírito. Podem-se escrever centenas de livros descrevendo a vida em outras dimensões mas isso será insuficiente para quem que ainda não despertou acreditar nas verdades relatadas. O método de projeção de Consciência não pode ser considerado como o único caminho que pode ser seguido. Podemos dizer que a tônica energética deste método não se adapta a todos os discípulos que procuram a Verdade tal como num jardim podemos encontrar inúmeras flores mas apenas algumas tocam os sentidos de quem as observa. Posso sentir a manifestação de uma profunda energia de Amor e Doação irradiada pelos Seres que orientam a elaboração deste trabalho, fortalecendo-me e encorajando-me no desempenho desta tarefa. Muitas vezes perguntei qual o sentido deste livro se, por experiência própria, aprendi que a Verdade não pode ser ensinada, mas apenas vivenciada. Como resposta às minhas dúvidas, foi-me mostrado que a Verdade pode ser comparada a um alimento (pão) que pode (e deve) ser compartilhado. Para que

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todos tenham acesso à fonte desse alimento deve-se cada vez mais distribuí-lo pois, conforme damos e nos doamos, mais receberemos. Da mesma forma, quanto mais água flui por um canal mais esse canal funde-se com a sua Fonte que, figuradamente, pode ser descrita como o “Grande Oceano da Verdade”. Nesse sentido, esta obra procurará fornecer alguns subsídios para que cada um possa vivenciar o encontro com a Verdade em si próprio. A atuação de um Mestre em seu discípulo pode ser comparada à atuação de um catalisador numa reação química, ou seja, o Mestre não pode “salvar” o discípulo da sua ignorância, mas pode “acelerar” o despertar desse discípulo, abrindo as janelas que lhe ocultam a luz. Na verdade, agimos como átomos em uma reação em cadeia. À medida que acordamos para a nossa verdadeira origem Espiritual, agimos como se fôssemos partí-culas mais aceleradas da “Grande Reação Nuclear da Verdade” e contribuímos para que a vibração da Unidade Cósmica atinja os pontos mais resistentes ao Seu Chamado. Iniciaremos uma nova fase do nosso estudo apresentando definições preliminares aos discípu-los com o sentido de esclarecer alguns pontos obscuros que podem dificultar o processo de auto-conhecimento. Forneceremos apenas algumas indicações para que possais adquirir mais confiança em vós e no que já expusemos. Até breve.

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PARTE II

DEFI�IÇÕES

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Capítulo 30 Definições

O Insondável que se pode sondar Não é o verdadeiro insondável. O inconcebível que se pode conceber Não indica o inconcebível. No inominável está a origem do Universo. O que é nominável constitui a mãe de todos os seres. O Ser indica a fonte incognoscível. O Existir nos leva pelos canais cognoscíveis. Ser e Existir são a realidade total. A diferença entre Ser e Existir, É apenas de nomes. Misterioso é o fundo Da sua Unidade. Eis em que consiste a Sabedoria suprema. (Do livro Tao Te King — tradução de Humberto Rohden, Editora Alvorada, São Paulo)

Os conceitos devem ser entendidos como roupas que a mente humana utiliza para se apresentar como uma entidade distinta perante si mesma. Os fenômenos relacionados com a capa-cidade racional do ser denominado “homem” ainda permanecem desconhecidos. A ciência não conse-gue explicar como o cérebro humano consegue diferenciar-se do cérebro dos animais e o que permite ao homem conseguir “pensar” e raciona-

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lizar sobre o mundo em que se encontra. O conhecimento humano sempre se depara com limites pequenos e muitas máscaras cien-tíficas encobrem a verdadeira ignorância do homem sobre si mesmo e sobre o Universo ao seu redor. Até que ponto podereis realmente conhecer a realidade como ela é? Quais serão os limites da vossa percepção e como podereis ultrapassar esses limites? Eis algumas perguntas iniciais quando começais a procurar a Verdade dentro de vós. “Eu só sei que nada sei”. Esta afirmação muito conhecida nos vossos meios filosóficos traduz a essência do ensinamento que queremos vos apresentar neste capítulo. Realmente, sempre que utilizardes as faculdades das vossas mentes concretas e analíticas chegareis à conclusão de que todo o conhecimento que podeis adquirir no plano físico não vos conduzirá a nenhum lugar. Falta-vos o elo de ligação que vos permitirá atingir uma unidade interna para poderdes alcançar a verdadeira Sabedoria. Esse elo pode ser considerado como o silêncio interno. Somente quando conseguirdes atingir um estado de contemplação profunda e uma quietude mental necessária, conseguireis entender os mistérios do Universo e a razão da vossa existência. Agora perguntamos: Qual é a utilidade da vossa mente concreta e racional se vos afirmamos que deveis silenciá-la para alcançardes a Verdade? Será possível acalmar o turbilhão de pensamentos e ouvir a “voz do

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silêncio” como uma realidade existencial? O que é a “voz do silêncio” e quem é o “autor” dessa voz? Vamos procurar subir, degrau por degrau, os vossos processos de auto-conhecimento e saber esperar o momento certo para esclarecer cada dúvida que guardais nos vossos corações ansiosos pela Verdade. As respostas a essas perguntas só poderão ser encontradas pelo contato direto com essa “voz misteriosa” que afirmamos ser a “fonte de água” capaz de saciar a vossa sede de Verdade. Se realmente desejais saciar a vossa sede, utilizai a projeção das vossas Consciências ao encontro da fonte que se encon-tra dentro de vós.

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Capítulo 31 A “Voz do Silêncio”

O perfume de uma flor Estará sempre presente Na Consciência do homem Que desenvolve sua sensibilidade Para sentir esse perfume Com toda a intensidade No mais profundo aspecto Do seu Ser. Para se ouvir o Som das Esferas Que parece inaudível aos sentidos comuns Devem-se eliminar os ruídos Sintonizando-se com os padrões Cósmicos. Assim como o perfume de uma flor, Assim como o Som das Esferas, Assim a “Voz do Silêncio” se expressa. O pequeno poema acima apresentado pode vos parecer sem sentido perante o vosso desejo de conhecimento analítico. As mentes concretas e dirigidas às necessidades puramente materiais do plano físico sempre exigirão uma resposta condi-cente com os seus conceitos limitados. Pode-se comparar a mente humana ao casulo de uma borboleta. Sua utilidade é passa-geira e deve ser considerada apenas um veículo

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de um Ser Espiritual que está se formando. Por outras palavras, as experiências proporcionadas pela mente do homem são apenas meios de se construir um “centro de Consciência” capaz de despertar o Ser Espiritual do seu sono profundo. O processo de formação do ego, em sentido psicológico, é importante para propiciar a ascensão do “Eu Sou” na vossa Consciência. Esse fenômeno pode ser classificado como o início do processo de iluminação a que todo o discípulo do ocultismo se submeterá. O ego do homem se compara a uma “lagarta” que vai crescendo até ao ponto em que forças naturais iniciam o processo de formação do “casulo” e a sua conseqüente transformação em “borboleta”. Se observardes uma lagarta, verificareis que a sua atividade restringe-se a “comer sem parar” toda folhagem que puder consumir. A vossa mente, nesse estágio, age de uma forma similar, ou seja, sempre estareis procurando “entender” ou construir “conceitos” que vos forneçam respostas para as vossas dúvidas mais profundas. Entre-tanto, por mais que aparentemente saibais dentro do intelecto, sempre sentireis uma insatisfação interna e a necessidade constante de “dominar” o mundo externo através da imposição do poder intelectual. No fundo, procurareis preencher o vazio que as vossas teorias vos transmitem e satisfazer a vossa fome pela Verdade. Um alimento incompleto sempre vos deixará com fome. Somente um alimento integral con-segue satisfazer a vossa necessidade real e

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fornece os nutrientes necessários. Analisando o que comeis verificareis como ainda estais presos ao estágio da “lagarta”. Os vossos supermercados estão cheios de guloseimas atraentes e supérfluas. Quando comeis um biscoito muito salgado passais a exigir um biscoito muito doce, entrando num ciclo vicioso que vos faz andar em círculos. Utilizamos este exemplo baseado na vossa alimentação para que percebais que esse fenô-meno externo constitui apenas um estágio de Consciência que internamente se manifesta em vós. Como “lagartas”, estareis sempre ansiosos pelos extremos e necessitareis de vivenciar uma dualidade cada vez mais presente. Tudo o que enxergardes através das vossas mentes concretas pode ser comparado a um alimento incompleto e insuficiente para vós. Entretanto, quanto mais vivenciais a dualidade, maior será a vossa insatisfação e sofri-mento fazendo com que procureis seguir o “cami-nho do meio” definido por um autêntico processo de auto-conhecimento. Podeis vos comparar a um fósforo que está sendo riscado na caixa, ou seja, quanto mais ides de um lado para o outro, maior será o atrito traduzido em conflitos internos e assim conseguireis acender a vossa Chama interna e queimar a vossa ignorância. Continuando com o exemplo do fósforo, perguntamos: O que faz com que o fósforo se acenda e incendeie a madeira que o sustenta? Se vos recordardes do que aprendestes nas vossas

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escolas primárias sabereis que o atrito com a superfície áspera da lixa provoca uma reação química que liberta energia e queima a madeira, fazendo o fogo do fósforo. Da mesma forma se procederá convosco, ou seja, o atrito provocado pelo vosso estágio de “lagarta” fará com que surja em vós a borboleta oculta e podereis voar para horizontes totalmente desconhecidos e inatingíveis para vós no estágio anterior. Esse processo de transformação de “lagarta” para borboleta é diferente para cada indivíduo. Entretanto, como sois representantes do gênero humano, dizemos poeticamente que, durante esse processo, a voz da vossa borboleta interna começa a chamar-vos de volta à vossa real identidade, procurando silenciar as dúvidas exis-tentes na vossa “lagarta” externa. Denominamos essa voz misteriosa de “Voz do Silêncio”, que sempre permanecerá incompreensível para as vossas mentes concretas da mesma forma que uma lagarta, ao se deparar com uma borboleta, jamais imaginará que um dia ela será também uma borboleta. O método de projeção de Consciência que já apresentamos tem por objetivo acelerar esse processo em vós da mesma forma que um agente catalisador pode acelerar uma reação química. Podemos dizer que a vossa prática será o vosso Mestre inicial e o vosso desejo de conhecer a Verdade o “pão” que vos alimentará perante as dificuldades encontradas em vosso estágio de lagarta. Sabei que, para nascer a borboleta que

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existe em vós, uma lagarta terá que morrer e resistirá com todas as suas forças à extinção. Passareis por conflitos existenciais e “provas de fogo” e muitas vezes procurareis fugir da Verdade que começará a se apresentar através da “Voz do Silêncio” que passará a ser ouvida com mais intensidade. Tende fé e a certeza de que o univer-so de uma borboleta é muito mais real, pleno e abarcante do que aquele que vivenciais em vosso estágio de “lagarta”.

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Capítulo 32 O Mestre Interior

—— Ron, por mais que já mo tenhas dito, não consigo entender quem tu és realmente. —— Amado discípulo — disse carinhosa-mente Ron — Você só saberá quem eu sou real-mente quando descobrir mais sobre a sua real identidade. —— O processo de auto-conhecimento tem um fim?— perguntei a Ron. —— Não. — respondeu ele. —— Então, como saberei quem eu sou? —— Embora a Verdade seja infinita, passará por inúmeros estágios no caminho que conduz à Sabedoria e mais se conhecerá. Quanto mais sobe uma montanha, maiores são os horizontes que presencia. — respondeu Ron. —— Tu és o meu Mestre interior? — perguntei. —— Sou um instrumento do seu Mestre interior. — respondeu Ron. —— Então, quem é o meu Mestre interior? — perguntei ansioso. —— A Verdade é o único Mestre que possui. — respondeu Ron. —— Ora, Ron. Tudo o que me dizes é muito belo e profundo. Porém, às vezes pareces “chover no molhado”* — retruquei indignado. —— Meu filho, — disse carinhosamente Ron

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— a sua ignorância não lhe permite perceber que todos nós somos representantes da Verdade Cósmica e Filhos de Deus. Nenhum ser nominável poderá ser considerado o seu verdadeiro Mestre mas apenas um representante do seu Mestre interior. Este constitui a autêntica “Voz do Silêncio” que pode ouvir se permanecer receptivo às suas revelações. Analise um corpo humano. Sabe que inúmeras células se interligam para formá-lo. Podemos dizer que existe uma Unidade maior que aglomera as suas partículas e permite que se forme o seu corpo material. A esse centro Cósmico de Unidade que permite a existência de todos os seres denominamos “Pai Creador” e a Ele servimos. A presença desse centro está em toda a Creação e procura trazer todos os átomos isolados de volta à sua origem divina. Conforme vamos conhecendo a Verdade, agimos como centros dinâmicos da Unidade Cósmica e passamos a ser discípulos mais fiéis do Mestre Interior. Neste ponto, todos os seres creados são Mestres e discípulos da Verdade e, dependendo do pólo em que se encontram, agem mais de um lado ou mais do outro. O importante não é o nome do Mestre ou quem ele é mas sim a Sua mensagem. Após esta resposta de Ron, permaneci em estado de contemplação perante as suas palavras tão vivas e irradiantes, de modo que uma profunda paz se manifestou em meu coração e as minhas perguntas se dissiparam completamente.

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Capítulo 33 A Fraternidade Branca

Neste momento, uma Luz Branca irradiante projetou-se sobre a minha Consciência trazendo-me um sentimento de Unidade e Fraternidade interior e transmitindo-me uma mensagem sobre a Fraternidade que se expressa em todos os seres que reconhecem as suas verdadeiras identidades espirituais. Uma voz começou a falar no centro da minha mente: “Nós somos os agentes intermediários entre a Vontade Divina e a vontade humana. Agimos como cavaleiros da Verdade e da Justiça e lutamos para que o homem se integre na Vontade do seu Mestre Interior e se transforme num Ser Divino e Filho do Altíssimo. Recebemos o chamado interno de zelar pelo desenvolvimento do Ser Crístico nas estruturas humanas e contribuir para a aceleração das partículas isoladas do Planeta Terra num centro de Unidade capaz de servir de Veículo ao Anjo Solar que é o represen-tante do Plano Divino para este sistema. Ascendemos em nossos processos de Cons-ciência seguindo as aberturas iniciáticas que o Planeta Terra nos possibilitou. O nosso trabalho consiste em abrir cada vez mais esses canais de Iniciação solar por forma a que um maior número de Almas possa ingressar nos estágios superiores de Consciência. De certa forma, podeis nos

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considerar como irmãos mais velhos que procuram vos orientar contribuindo para que o Plano Divino se materialize no “espelho terrestre” e a Terra possa se transformar num “Planeta-Diamante” e projetar a luz da “Consciência Divina”. Temos como lema a Liberdade de Consciência expressa na Igualdade da Unidade Cósmica e refletida no Amor fraterno do Creador Universal. Dentro desse alicerce trino (Liberdade, que expressa a Vontade do Pai, Igualdade, que traduz a condição do Filho e Fraternidade, que manifesta o Amor da Mãe) construiremos a Grande Pirâmide da Verdade e irradiaremos a Luz da Chama Trina do Três em Um que purificará todos os átomos da vossa resistência à Vontade do Creador. Pela união com esse propósito agimos como se constituíssemos uma Unidade e formamos um só Corpo para a manifestação do Cristo Solar que se projeta em todos os planetas do Seu sistema.” Amados discípulos. Procuramos traduzir na vossa linguagem o que para nós traduz-se num Sentimento profundo que pulsa em todos os átomos dos nossos corpos energéticos. Perante a Transcendência do Pai Creador o silêncio é o meio de comunicação mais apropriado para representá-Lo. Embora o Inatingível não possa ser represen-tado, em nossas Consciências percebemo-Lo como a Luz Branca da Síntese e procuramos atingir a perfeição nos infinitos raios de luz colorida que procuram expressar os infinitos atributos divinos do Pai Creador. Procuramos fazer das

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nossas vidas uma aquarela de múltiplas cores para que, no conjunto dos nossos atos, possamos representar a perfeição da Luz Branca e o Amor expresso no ato da Creação. Convidamo-vos a participar nesta aquarela da Consciência e contribuir com as vossas tônicas para a construção de um cenário mais condicente com a Vontade do Anjo Solar em expressar o Plano da Divindade para que possais receber em vossos corações o êxtase de vivenciar a Unidade da Consciência.

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Capítulo 34 O Processo de “Chanelling”

“Chanelling” ou “Canalização” corresponde a um fenômeno que começa a ser observado no vosso plano e se traduz pelo aparecimento de pessoas que vêm recebendo “mensagens” de inúmeros seres extra-físicos de acordo com a experiência e tônicas energéticas de cada mensa-geiro. No princípio este processo começou a se manifestar de forma espontânea em algumas pessoas que foram direcionadas a se desenvolver como receptores e transmissores de mensagens. De uma certa forma, esse grupo de almas que recebeu tal missão cármica agiu como um jato de água apontado à rocha resistente da ignorância humana e procurou amolecer o terreno para possibilitar que sementes espirituais fossem intro-duzidas na Consciência coletiva da humanidade. Podeis observar a expansão de movimentos relacionados com a Nova Era e verificar inúmeros tipos e modalidades de trabalhos voltados para a expansão da Consciência. Evidentemente que o joio e o trigo estão presentes nesse processo. Compete-vos realizar a colheita interna e aprender a separar as sementes da Verdade (Trigo) das sementes da Ignorância (Joio). Alguns anos atrás não se poderia pensar em transmitir publicamente assuntos relacionados

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com o processo de Iniciação e, conseqüente-mente, quem violasse este preceito seria esmagado pela ignorância dos analfabetos do espírito. As religões assumiram dogmas inquestio-náveis para a preservação do sistema de poder da classe dominante. O ato de ser um homem religi-oso assumiu um caráter meramente externo, exigindo-se apenas o cumprimento dos rituais dogmáticos que garantissem o título de “eleitos” àqueles que os seguissem. Assim, a Verdade apresentou-se cada vez mais oculta e distante da vida prática dos homens. Este processo de cristalização da Cons-ciência na matéria densa caracterizou-se por um rompimento com as verdades do espírito, fechando-se os canais de ligação com os planos superiores da Consciência. Como dissemos anteriormente, “a borboleta espiritual encarnou na lagarta material com o sentido de acordar para a sua verdadeira identidade”. Por um processo cármico definido, os canais de ligação com os planos do espírito começam a se construir novamente, possibilitando que o homem entre em contato com a sua Verdade interna e descubra a sua Origem Divina. Portanto, a “canalização” ou ligação com as dimensões superiores da Consciência começará a ser cada vez mais freqüente e um maior número de pessoas presenciará na prática das suas vidas o encontro com seu Mestre interior que as conduzirá à descoberta do Eu Sou o Que Sou que reside dentro de cada ser.

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Não temais este momento de transformação planetária em que vos encontrais e permiti que as vossas estruturas alcancem o dinamismo neces-sário para a continuidade das vossas vidas em um novo cenário de Consciência. É hora de reflexão sobre as vossas prisões materiais e de decisão de abandonar o casulo em que vos encontrais permi-tindo que a borboleta que reside em vós possa voar em direção às “Flores do Espírito” e absorver o “Néctar da Verdade” que jaz oculto em vossos corações.

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Capítulo 35 A Iniciação

Para se preservar a revelação da Verdade nos períodos de escuridão que a humanidade tem passado, têm sido guardados no coração de alguns homens mais sintonizados com os planos do espírito os mapas de retorno ao divino lar esquecido. Em linguagem oculta, esses mapas são denominados Mistérios e a sua apresentação ou descobrimento constitui o que muitos autores ou escolas esotéricas chamam de Iniciação. Constituíram-se muitas Escolas de Mistérios que realizavam rituais de Magia direcionados à preparação dos discípulos para a Iniciação. Entretanto, pelo fato de o processo iniciático inten-sificar o processo energético dos discípulos, observou-se que muitos membros deixaram-se consumir pelas suas sombras inconscientes e acabaram deturpando a verdade e utilizando os dons psíquicos adquiridos para a realização de interesses pessoais. Entretanto, embora a tradição original da Iniciação encontre-se deturpada em muitos meios esotéricos, os princípios fundamentais – por estarem ocultos e protegidos da intervenção da sombra – permanecem válidos e garantirão àqueles que os souberem decifrar o direito de participar no processo iniciático e atingir mais rápidamente o encontro dos mapas de retorno à

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casa do Pai Celestial. A Iniciação não constitui nenhum ato sobrenatural nem tão-pouco garantirá a “salvação” do discípulo. É comum observar em muitos discí-pulos um certo orgulho por se acharem iniciados nos mistérios ocultos. Desde já afirmamos que todo processo iniciático que cultive esse senti-mento deve ser considerado falso e ilusório. Deveis ter consciência também de que, para o Pai Celestial, não existem eleitos ou escolhidos. A Iniciação não torna ninguém especial ou faz com que se adquira o termo de “eleito” ou santo. Cuidado com aqueles que se dizem Mestres iniciados em vosso plano e “vendem” a salvação aos seus discípulos. Ninguém pode iniciar alguém através da mera realização de um ritual mágico. Observa-se com frequência que muitas pessoas são iludidas por charlatães do espírito que garantem às suas vítimas que podem considerar-se iniciadas desde que participem dos seus rituais de Iniciação. Evidentemente que, nos meios esotéricos mais puros, é comum celebrar rituais simbólicos de Iniciação com o sentido de marcar a Consciência do discípulo para esse fenômeno. Todavia, a Iniciação do discípulo sempre foi um processo totalmente individual e esses rituais eram reali-zados apenas com um sentido educativo e simbólico. Deve-se anular a idéia de que a Iniciação esteja vinculada a qualquer ritual mágico e perceber apenas que o processo iniciático depende mais do discípulo do que necessaria-

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mente do seu Mestre. Podeis perguntar: “Afinal, a que corresponde realmente a Iniciação?” Como resposta elementar, podemos dizer que a Iniciação corresponde a uma ligação consciente do discípulo ao seu Mestre interior com o sentido de acelerar o processo de libertação. A Iniciação pode ser considerada como um presente do Pai Celestial concedido aos seus filhos que demonstram suficiente maturidade espiritual para encontrarem os caminhos de retorno ao lar divino. Vamos traduzir isto numa parábola: Era uma vez um rei que concedeu aos seus três filhos a missão de entregar a mesma carta ao reinado vizinho e trazer uma resposta o mais rápidamente possível. O primeiro filho partiu o mais depressa que pode, esquecendo-se de se preparar para seguir o longo caminho existente entre os dois reinados. Chegado a metade do percurso, teve que desistir por terem acabado as pequenas provisões recolhidas à pressa e porque tinha medo de morrer. O segundo filho, que ainda estava em preparação para seguir o difícil caminho em direção ao reinado vizinho, ao ver o fracasso do seu irmão, desistiu da missão recebida do pai, considerando-a impossível de realizar. Já o terceiro, embora tenha visto que os seus dois irmãos falharam, resolveu partir em direção ao longínquo reinado vizinho com fé e determinação no seu coração de que conseguiria cumprir a sua missão. Chegado a metade do caminho e embora tivesse se preparado antes de partir, percebeu que

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as suas provisões estavam-se acabando. Mesmo assim, continuou firme no seu propósito ao ponto de preferir a morte a regressar à terra de seu pai sem ter cumprido a sua missão. Continuando na sua jornada, verificou que toda a preparação que tinha realizado não seria suficiente para conduzi-lo ao reinado vizinho e, nesse momento, simples-mente se ajoelhou e rogou a Deus que o ajudasse na sua missão. Passados alguns instantes, não conseguindo encontrar uma saída, começou a chorar e pediu perdão a si mesmo por não ter podido prosseguir. Nesse momento, um ancião, vendo o desespero do jovem príncipe, aproximou-se e perguntou: —— Filho, por que choras? —— Choro por não ter conseguido chegar ao reinado vizinho para entregar esta carta que o meu pai me mandou. —— Não chores mais pois eu conheço um atalho que te conduzirá a esse reinado no tempo que precisas. —— É mesmo!? — exclamou o príncipe. — Mas, quem és tu e como viestes parar aqui? — perguntou desconfiado. —— Sou apenas um velho que um dia já passou por uma situação semelhante à tua e que pode ajudar-te no cumprimento da tua missão. E assim, o terceiro filho conseguiu realizar a missão e retornou vitorioso ao seu reinado, sendo recebido com alegria pelo seu pai que, ao vê-lo, disse: —— Agora já posso descansar em paz

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porque já tenho um substituto para o meu trono. —— Mas como, meu pai? Ainda estais tão forte e cheio de vitalidade!... — retrucou o filho. —— Encontraste um ancião no teu caminho? — perguntou o rei —— Sim. — respondeu o filho. — Como sabeis? —— Esse ancião é o teu avô que um dia determinou-me a mesma missão. Agora vou ao encontro dele e aguardarei os teus filhos quando tu próprio lhes determinares esta mesma missão a eles. E assim o jovem príncipe assumiu o reinado de seu pai certo de que um dia passaria essa tradição a um de seus filhos que o substituiria. Os seus dois irmãos que falharam, indignados pela atitude do pai, abandonaram o reinado à procura de outras alternativas para as suas vidas. Meditai nestas palavras e encontrai a Iniciação dentro de vós.

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Capítulo 36 A dualidade

Desde o vosso nascimento até à vossa morte vos deparareis com o fenômeno da dualidade em vosso plano. Nascer-Morrer, Masculino-Feminino, Ativo-Passivo, Dia-Noite, etc, tudo se manifesta em polaridade e vos parece que, quanto mais entrais em contato com a Luz, maiores são as trevas encontradas. Afinal, a dualidade é um fenômeno Universal ou constitui uma característica do vosso plano? Vamo utilizar algumas abstrações para compreendermos melhor esse fenômeno. Para a Consciência ser consciente de si mesma necessita de um “espelho” que a reflita. Dizemos que “o Creador espelha-se em Sua Creação ao ponto de a Creação fundir-se com o próprio Creador”. Esse fenômeno pode ser considerado como a causa da dualidade. Percebei que existe um princípio Cósmico que determina a distinção dualística da realidade. Entretanto, será que esta realidade deve ser considerada sempre em dois prismas: Creador-Creação? Por mais estranho que vos pareça, a resposta a esta pergunta é negativa. Chamamos a esta questão o “paradoxo da dualidade” e o seu esclarecimento necessita de muitos momentos de meditação por parte dos discípulos. Este é um dos enigmas da existência

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humana e dificilmente pode ser transmitido verbal-mente, necessitando que cada um encontre essa resposta dentro de si. Porém, embora saibamos que não vamos conseguir explicar a questão de forma satisfatória, podemos fornecer algumas indicações que elucidarão os discípulos e os ajudarão no encontro da Verdade. Considerem o Pai Creador como sendo o “Átomo Primordial” de toda a Creação. Esse “Átomo Primordial” transcende toda a compre-ensão das Suas creaturas e qualquer tentativa de entendê-Lo ou justificá-Lo corresponderá a um ato vão. Vamos associar a imagem de uma esfera a esse “Átomo Primordial”. Imaginem essa “Esfera de Consciência” projetando-se no espaço da mesma forma que um raio de luz se projeta num espelho. Cada projeção desta esfera no espaço constrói um caminho distinto de conhecimento da Consciência sobre si mesma. Assim, essa “Esfera Primordial” vai construindo infinitos caminhos para a Consciência e a projeção da Sua Luz sobre os caminhos já percorridos pela Esfera origina os demais átomos de Consciência ou Espíritos. Portanto, todos os seres do Universo são, em essência, divinos e filhos do Creador Universal. Porém, não são perfeitos como o Pai Celestial, embora possam se tornar perfeitos como Ele é, ou seja, os filhos do Creador são perfeitos em estado potencial, devendo seguir os caminhos de conhecimento já traçados pelo Creador para se tornarem perfeitos como Ele é. Os caminhos traçados pelo Creador podem ser chamados os

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“Caminhos Naturais da Consciência”. Os demais átomos-espíritos vão procurar seguir esses caminhos da forma mais natural que eles conse-guem. Dependendo da resistência desses átomos-espíritos ao caminho natural do Creador, dizemos que um Espírito ingressa tanto mais nos planos da dualidade quanto mais resiste ao caminho natural determinado pelo seu Creador, pois é a resistência às leis do Universo que origina a ilusão da dualidade entre Creador-Creação e faz com que esses filhos resistentes sofram a separação da Fonte Primordial de toda a Sabedoria, Luz e Felicidade. Daqui provém o mandamento: “Ho-mem, conhece-te a ti mesmo e sê feliz em tua Divindade”. Vamos sintetizar o que dissemos na seguinte imagem: Imaginai uma régua numérica que vai de zero até ao infinito. O Creador encontra-se no infinito e o Seu mergulho desse infinito até ao zero dessa régua constitui um caminho de Consciência que Ele percorre. Os demais átomos-espíritos, ao mergulharem da posição em que se encontram em direção ao zero dessa régua, poderão sofrer a ilusão da dualidade e ultrapassar o “zero natural” ingressando nos padrões negativos dos vossos números, caindo na dualidade e no sofrimento que esta produz. Assim se manifesta o processso da Consciência e da Creação. Esperamos que estas abstrações possam ajudar-vos a compreender quem vós sois real-mente e a perceberdes a vossa Divindade essen-cial. Cada um deve buscar dentro de si a resposta

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a estas indagações e somente a vossa prática de auto-conhecimento e o vosso amadurecimento poderão convencer-vos do magnífico Universo que podeis encontrar dentro de vós.

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Capítulo 37 A Árvore do Conhecimento

Vamos analisar neste capítulo a “queda do homem do paraíso por ter desobedecido aos mandamentos de Deus e comido do fruto proibido”. Esta questão simbólica relatada no Velho Testamento mantém-se como um arquétipo fornecido à humanidade para que ela possa encontrar o caminho de retorno à sua origem. Decifrar este arquétipo corresponde a uma tarefa do discípulo que procura a Verdade dentro de si e novamente esclarecemos que o ensinamento que vos transmitiremos consiste apenas em algumas indicações para ajudar-vos na vossa caminhada. A alegoria de Adão e Eva encontra-se muito presente nas mentes dos homens e muitas inter-pretações fornecidas por estudiosos, quer dos assuntos religiosos, quer do próprio meio cientí-fico, procuram desvendar os mistérios contidos nesta história que ainda permanecem ocultos ao conhecimento humano. Não é por acaso que muitas verdades foram transmitidas aos homens através de parábolas e alegorias. Evidentemente que, se a mente humana estivesse preparada para aceitar a Verdade como ela é, não seria necessário ocultar muitas reve-lações e procurar preservá-las em “contos fantás-ticos” ou simbólicos. Além disso, deve-se consi-derar que a vossa linguagem verbal é deficiente

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para transmitir as Verdades mais sublimes do Espírito. Com base nas abstrações do capítulo anterior, viajaremos na “Árvore do Conhecimento” para elevar os padrões mentais dos discípulos e prepará-los para aceitar o auto-conhecimento como o único método possível de responder a todas as perguntas e silenciar todas as dúvidas. Trazei às vossas mentes a imagem da régua numérica fornecida no capítulo anterior. Afirmamos que o Pai Creador se encontra no infinito dessa régua e, no Seu processo de auto-conhecimento, mergulha desse infinito até à graduação “zero” dessa régua, traçando um caminho natural para os demais átomos-espíritos creados. Esse ponto zero pode ser considerado como sendo a divisão no plano material dos opostos, ou seja, a constituição do “Yin” e do “Yang” nesse plano. Os átomos-espíritos creados, ao atingir esse ponto zero deveriam adquirir consciência de que a separação ou ruptura das suas estruturas em polaridades materiais constitui uma ilusão e, mediante essa revelação íntima em suas Consciências, retornariam à origem da Unidade Espiritual. Entretanto, pela imperfeição desses espíritos que estão aprendendo a “ser perfeitos como o Pai Celestial”, muitos permanecem nessa ilusão e sofrem uma “queda” do paraíso em que se encontram com o sentido de vivenciarem a dualidade de forma mais concreta permitindo que o “fogo da unidade” desperte nas suas Consciências adormecidas. Podemos dizer que o

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“homem comeu do fruto proibido da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal” e ingressou no seu ciclo cármico de sofrimento para “acordar” da ignorância de sua verdadeira origem. Nesse sentido, a queda do paraíso não pode ser consi-derada boa nem má. O pecado original, assim como todo o pecado, foi fruto da ignorância e o homem não está condenado a “carregar esse pecado pela eternidade”. Infelizmente, as vossas religiões procuram “vender” a salvação desse pecado fazendo com que acrediteis que a simples obediência a elas, ou melhor, aos interesses daqueles que as manipulam, será capaz de redimir a humanidade da sua queda. Com base neste postulado, muitos justos morreram por se negarem a seguir tais preceitos puramente egoístas. Muitas guerras religiosas fundamentaram-se na crença de que somente a religião de uma das partes deveria ser considerada como verdadeira e a missão dos seus eleitos seria a destruição e perseguição dos seus opositores. Vejam como a ignorância imperou e ainda está presente no vosso mundo, gerando muitos conflitos desnecessariamente e construindo um verdadeiro inferno nas vossas vidas. Podeis construir um paraíso ou viver num inferno, dependendo unicamente de vós essa decisão. Sabei que, na Natureza, quando um animal sofre uma queda, procura simplesmente aprender com essa experiência e evita cometê-la novamente, tentando levantar-se o mais rapidamente possível. Não vos sintais culpados por terdes sido expulsos do paraíso nem aceiteis

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mais nenhuma imposição daqueles que querem apenas levar vantagem sobre a vossa ignorância. Se caístes, sabei que existem muitos “braços amigos” dispostos a ajudar-vos a vos erguerdes novamente. Contai conosco. Poderíamos continuar viajando ainda mais sobre este tema mas com certeza nenhum benefício vos seria acrescentado. O importante desta questão e o que desejamos enfatizar é a necessidade de reconhecerdes que a vossa queda teve origem unicamente na vossa ignorância e que compete unicamente a vós decidirdes “vos erguer novamente e reconstruir o paraíso perdido e saudosamente esperado”. Este é o chamado deste livro.

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Capítulo 38 A Linguagem Energética

No vosso mundo existem inúmeras línguas e formas de comunicação. Entretanto, conforme ides alcançando níveis de percepção mais concor-dantes com a Verdade, verificareis que todos os seres começam a se expressar em uma única língua compreensível a todos e capaz de refletir os estágios mais íntimos das suas Consciências. Nos referimos à linguagem energética. Ninguém precisa de aprender essa lingua-gem em nenhuma escola específica. Na verdade, essa língua é comum e nata a todos os espíritos. Constitui, em síntese, a expressão pura da Cons-ciência Universal que reside em toda a Creação. Nenhuma linguagem humana aproxima-se do dinamismo de expressão da linguagem energética, embora possamos dizer que determinadas línguas conseguem traduzir as verdades espirituais de forma mais precisa do que outras. De fato, nos períodos em que a ignorância era maior, preser-varam-se muitas tradições e ensinamentos de caráter iniciático em línguas específicas que ainda hoje são pouco conhecidas ou divulgadas. Porém, mesmo essas línguas utilizadas mais especifica-mente para guardar esses ensinamentos ainda estão longe da dinâmica que a linguagem energética possibilita.

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Por isso, dizemos que a Verdade está dis-ponível para todos pois até aqueles que são considerados analfabetos no vosso mundo podem ter acesso à compreensão dos ensinamentos espi-rituais, uma vez que estes dependem do desen-volvimento intuitivo e da abertura dos canais humanos às dimensões mais elevadas da Cons-ciência. Isto explica a razão porque muitos homens que nunca entraram em contato com as escolas do vosso mundo possam transmitir tanta Sabedoria em suas palavras e em seus exemplos de vida. De certo modo, a melhor forma de aprenderdes mais sobre vós mesmos será vos considerardes “analfabetos do espírito”, pois quanto mais julgardes saber sobre o oculto, maiores serão as dificuldades para aceitardes a Verdade como ela é, sem preconceitos teóricos ou questionamentos dogmáticos. Os ensinamentos vinculados ao ocultismo que vos estão sendo fornecidos devem ser inter-pretados apenas como “aceleradores dos vossos campos energéticos” e jamais como verdades inquestionáveis. Podereis ler milhões de livros sobre assuntos espirituais e decorar inúmeras doutrinas e até fingir que seguis os princípios mais elevados da ética e os mandamentos das vossas religiões que continuareis cegos se não permitirdes que todos esses ensinamentos abram os vossos canais de ligação com os planos superiores do Espírito. Nenhuma doutrina religiosa poderá salvar os

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homens que acreditam que basta apenas cumprir rituais para garantir o lugar que merecem no céu imaginário das suas mentes ignorantes. A verdadeira religião manifesta-se mais num ato interno do que necessariamente externo. A cari-dade espiritual consiste em ajudar aqueles que realmente querem ser ajudados a saír do abismo da sua ignorância e beber da fonte da Sabedoria dos seus Espíritos Divinos. Nesse sentido, podemos dizer que a Verdade não pode ser comunicada diretamente pela linguagem humana mas transcende os vossos conceitos e os limites do vosso raciocínio analítico. Por isso, os ensinamentos mais elevados encon-tram-se transmitidos em forma de parábolas, alegorias e símbolos que parecem adquirir uma compreensão mais global, pois em todas as línguas do vosso mundo essas verdades estão disponíveis para aqueles que realmente desejam encontrar o caminho de retorno à sua verdadeira origem. Os discípulos devem-se acostumar a aceitar a linguagem energética nas suas meditações, muitas vezes apresentada como um sentimento, uma imagem e até mesmo um símbolo. Pode-vos parecer estranho mas até mesmo um raio de luz colorido poderá ser a resposta a muitas indaga-ções do discípulo. Não espereis que a “voz do silêncio” se manifeste como se um locutor falasse constantemente nos vossos ouvidos na vossa linguagem cotidiana. Muitas vezes necessitareis de algum tempo

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para traduzirdes determinadas mensagens que vos serão transmitidas. Às vezes verificareis que precisais de mudar os vossos conceitos e formas de ver o mundo para atingirdes o significado verdadeiro de uma mensagem energética que vos será apresentada. Entretanto, tudo vos será colocado na medida em que tiverdes condições de assimilá-lo em vossos campos energéticos. Sabei que, se vós não derdes o primeiro passo, nada poderemos fazer para vos ajudar a sair do poço de ilusões em que vos encontrais. Aconselhamos, nos primeiros contatos com o vosso Mestre interior, a escreverdes sobre as experiências vivenciadas nas vossas meditações com o sentido de vos ajudardes na compreensão e tradução da “energia” que vos fôr enviada pelos vossos orientadores espirituais. Procurai manter a máxima neutralidade possível durante os exercí-cios de projeção de Consciência, deixando as perguntas para depois da sua prática. Será importante que realmente silencieis as vossas mentes questionadoras para poderdes absorver conscientemente a energia transmitida pelos vossos Mestres interiores nos vossos processos de auto-conhecimento. Fé e perseverança serão necessários para atingirdes êxito no encontro da Verdade dentro de vós. Dúvidas sempre existirão. Muitas vezes pode-reis ser enganados pelas vossas sombras incons-cientes que resistirão à luz enviada por vossas centelhas divinas. Todavia, todas as dificuldades encontradas no vosso caminho e todas as quedas

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em que incorrerdes somente reforçarão a vossa intenção de atingir a compreensão do Universo da vossa existência. Tende a certeza de que, quando a vossa única meta fôr a Verdade, todos os véus das ilusões cairão diante dos vossos pés.

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Capítulo 39 O Número

Geralmente, utilizais os números em vossas vidas apenas como meios de contagem de quanti-dades. Por outro lado, a matemática tem desenvol-vido muitos teoremas e postulados, atingindo níveis cada vez mais abstratos e servindo de “linguagem” para muitas revelações intuitivas de cientistas, quer físicos, quer astrônomos que procuram desvendar os mistérios do Universo. Nos meios espiritualistas, encontra-se muito presente o estudo da Numerologia como forma de permitir ao homem uma melhor compreensão sobre si próprio. Enfim, os números parecem transcender o campo meramente quantitativo e passam a assumir um significado simbólico que permite uma melhor compreensão do Universo, tanto interno quanto externo ao homem. Afinal, qual é a magia que existe por detrás dos números? Será possível revelar os mistérios universais utilizando os símbolos numéricos? Qual é o significado que os números assumem para todos aqueles que desejam ser autênticos discí-pulos da Verdade? Para responder a estas per-guntas, vamos invocar a capacidade abstrata das vossas mentes e viajar pelo mundo dos números... O Átomo-Espírito Universal, inominável e incompreensível, manifesta-se pela sua Unidade inquestionável e transcendente, representada pelo número «1». Como Pai-Creador, Ele projeta-se em

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Seu processo de Auto-conhecimento no espelho da Sua Creação, refletindo-se na Mãe Universal de todos os seres, que se representa pelo número «3». Enfim, a Creação originada por esse processo manifesta-se no Filho e corresponde ao número «2». Essa Trindade básica pode ser compreendida como a origem dos números e, a partir das relações entre esses Três Elementos, formam-se todos os demais números e todo o Universo. O zero deve ser entendido apenas como uma marca dimensional, pois o número «10» e o número «1» diferenciam-se qualitativamente apenas pela distância dimensional entre eles. Deste modo o Universo encontra-se escalonado por relações numéricas precisas que se refletem em toda a Creação. Pode-se dizer que Deus geometriza o seu Universo e estabelece distinções quantitativas em seus filhos através da projeção de seus raios de luz numericamente estabelecidos. O estudo da Cabala hebraica poderá fornecer maiores informações sobre a questão do Número aos discípulos que se sentirem afinizados com esse tipo de abstrações. O que deve ser ressaltado neste momento é a relevância de se compreender que os números são importantes instrumentos simbólicos para a dinamização da Consciência dos discípulos e que, muitas vezes, sereis convidados a ingressar no mundo mágico dos números para alcançardes uma compreensão mais profunda sobre vós próprios e sobre o maravilhoso Universo em que vos encontrais presentes.

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Capítulo 40 O Carma

O termo “carma” já se encontra muito difundido na cultura da sociedade moderna. Geral-mente ouve-se a expressão: “Que carma na minha vida!” Percebe-se que, na sua interpretação mais popular, associa-se o “carma” com as dificuldades encontradas na vida. Evidentemente que essa é uma interpretação errônea e desprovida do verdadeiro significado do “carma”. O carma, por ser um termo sânscrito, apresenta algumas dificuldades na sua tradução puramente gramatical. Deve-se considerar que o sânscrito é uma língua simbólica, capaz de representar de uma forma mais fiel as verdades mais elevadas do espírito. Assim, vamos procurar escrever sobre o Carma da forma mais abrangente possível, sem nos prendermos à tradução deste termo na vossa linguagem. Podemos dizer que o Carma é a Lei do Equilíbrio do Universo. Através dessa Lei Cósmica expressa-se a Justiça Divina na sua Creação. O Carma não é só uma lei física de “Ação e Reação”, ou seja, “a cada ação corresponderá uma reação contrária”. Transcende esse postulado básico da física e alcança os níveis mais elementares da Consciência. Utilizando os conceitos já apresentados nos capítulos anteriores, quando o “Átomo-Espírito Pri-

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mordial” projeta-se no espelho da Creação, traça um caminho natural de auto-conhecimento. Os demais átomos-espíritos creados por reflexo da ação do Creador são chamados a seguir esse caminho de evolução para alcançarem o nível de Perfeição do seu Creador. Qualquer deslocamento que um átomo-espírito realize em relação ao seu caminho natural provoca a manifestação de ener-gias creadoras originadas na Fonte Primordial da Consciência do Pai-Creador que procuram trazer de volta ao caminho original o átomo-espírito que dele se afastou. A ação magnética-gravitacional sobre esse átomo-espírito pode-se chamar de “Carma”. Deste modo, podeis verificar que o Carma origina-se pela ação da Consciência Divina sobre a projeção de sua Creação, procurando ensinar o caminho da Perfeição aos seus filhos. Neste sentido, o Carma não é um efeito negativo que se projeta sobre vós, mas constitui um autêntico chamado à vossa Origem Cósmica. Um outro fator a ser considerado corres-ponde à associação que se faz do Carma com um balanço das ações do espírito sobre o mundo da matéria. Fala-se em débitos ou créditos que o espírito adquire mediante a sua conduta no mundo material e explica-se o sofrimento humano em função do saldo desse balanço, associando-se o sofrimento ao saldo devedor. Porém, essa associ-ação deve ser considerada uma forma muito rudi-mentar para se compreender a dimensão trans-cendente do Carma. Para a Divindade não existem boas ou más

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ações. Existem apenas ações corretas ou atitudes erradas. Se um átomo-espírito empenha-se em aperfeiçoar-se e compreender o caminho natural traçado pelo seu Creador, procurando segui-lo em seu coração, permitirá que as Forças Cósmicas ajam sobre ele e mantenham a sua Consciência mergulhada no Oceano do Equilíbrio da Justiça Divina. Entretanto, se esse espírito afasta-se desse caminho natural, desliga-se da sua Fonte Primordial e passa a sofrer a queda no Nada da existência, perdendo o contato com a Luz da Graça Divina e ingressando nas trevas da igno-rância e do sofrimento. Embora o átomo-espírito possa cair e mer-gulhar na ilusão, o infinito Amor do Pai-Creador procura chamar esse filho de volta à Sua morada divina procurando trazê-lo para a Sua Unidade Primordial. Para isso, envia um de seus filhos despertos ao mundo das ilusões para demonstrar a Luz e ensinar o “Caminho do Meio” àqueles que se mantêm nas periferias da dualidade das suas Consciências adormecidas. Envia o Cristo, ou seja “Aquele que foi ungido pelo Poder Divino” para revelar a Verdade Espiritual aos seus irmãos caídos. O Cristo vem ao mundo, simplesmente, para salvar os homens da sua ignorância e ensinar as leis Universais da Consciência para permitir que todos retornem ao Paraíso perdido pela desobe-diência a essas leis. As leis de Deus não são restrições impostas aos homens. Na verdade, são os princípios da sua própria libertação. Seguir os

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mandamentos do Pai-Creador corresponde a se transformar num Filho-Creador e compartilhar da Sua Gloriosa Vida Universal. Os caminhos de Deus e as leis que orientam os átomos-espíritos a seguir esses caminhos sempre conduzirão à Perfeição e ao Êxtase da Felicidade Eterna. A aceitação do Carma e a sua compreensão são atitudes inteligentes e são o princípio da conversão de uma Alma à sua Origem Divina. Procurai aprender com todos os acontecimentos, tanto externos quanto internos pelos quais passais, conscientes de que o vosso sofrimento poderá vos redimir e purificar da dualidade em que vos encontrais. Sabei que o Amor do vosso Pai Celestial sempre estará disponível se abrirdes os vossos corações à Sua Presença. Que a Paz permaneça convosco.

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Capítulo 41 O Caminho do Meio

Analisando o processo de ação do Pai-Creador Universal, podemos dizer que o ato da Creação manifesta-se por um padrão determinado pela Vontade do Creador. Esse modelo energético imprimido na Matéria Cósmica constitui o que na linguagem oculta denomina-se de “Caminho do Meio” ou “Caminho Natural” de expansão da Cons-ciência. O Pai-Creador, pela Sua infinita Perfeição diante de Seus filhos, permanece num estado de equilíbrio eterno. Dizemos que Ele encontra-se numa “Unidade Vibracional de Energia” capaz de sintetizar a Sua infinita Creação em um só pensa-mento da Sua Consciência. Para nós, o Pai-Creador é o “Ser Puro, Perfeito e Imaculado”, onde se encontram todos os modelos e padrões da Perfeição a ser alcançada pelos Seus filhos. No mundo das creaturas, observa-se a divisão da energia em três princípios ou números básicos: O Pai, A Mãe e o Filho. Essa constituição trina da Creação não se encontra em equilíbrio nos filhos creados, devendo estes aprender a alcançá-la. Podemos dizer que os átomos-espíritos creados necessitam de passar pela experiência da dualidade para atingirem a síntese em suas Consciências.

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O Átomo-Espírito Creador determina um caminho natural a ser seguido pelos Seus filhos que desejam alcançar a Sua plenitude existencial de Ser. Entretanto, pela resistência originada pela imperfeição desses filhos, observa-se que muitos átomos-espíritos necessitam de passar por uma experiência mais intensa nos padrões da dualidade de Consciência. Dizemos que esses filhos caem desse caminho natural e ingressam num processo cármico de sofrimento e ilusão. Os filhos caídos deparam-se com experi-ências de ruptura entre as energias “Yin” e “Yang”, permanecendo em desequilíbrio e passando por ciclos cármicos que procuram equilibrar a Consciência desses átomos-espíritos caídos nos padrões originais da Unidade do seu Creador. Para retornar ao paraíso perdido, esses espíritos deverão encontrar o “Caminho do Meio” ou seja, o “Caminho de Equilíbrio Natural” para as suas energias conflitantes e atingir a verdadeira Paz e Harmonia internas. O “Caminho do Meio”, portanto, é um padrão energético de Consciência originado pelo auto-conhecimento e pela procura da Verdade nos discípulos que desejam encontrar a sua Origem Espiritual e compartilhar do Êxtase Cósmico de seu Pai-Creador. Observai que não existe uma definição exata para esse caminho, pois corresponde a um constante auto-aprendizado através de uma expansão de Consciência originada pelo processo de auto-conhecimento. Conforme ingressais nesse

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processo ireis alcançar níveis de compreensão mais profundos sobre o “Caminho do Meio” e como segui-lo de forma a atingirdes a Unidade Interna da vossa Essência Divina.

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Capítulo 42 A Crucificação

A crucificação pode ser comparada ao processo de amadurecimento de uma fruta. Na natureza, quando uma árvore frutífera começa a florescer, passa por alterações constantes na sua estrutura a fim de gerar os frutos que contêm as suas sementes, ou “bebês árvores”, prontas para nascer. Existe toda uma cadeia energética própria entre o estado de flor e o estado de fruta. Esta, permanece nos galhos da sua árvore-mãe até ao momento em que se torna madura e pronta para seguir o seu caminho natural de desenvolvimento. Assim, vós sois frutos do Pai-Creador que estão sendo formados na Árvore da Mãe Universal até que um dia alcançareis a maturidade necessária para proliferarem as sementes da Creação Cósmica que existem em vós, assim contribuindo para a expansão do Universo e da vossa Cons-ciência. A crucificação corresponde ao momento de maturidade de uma Alma que se encontra suficien-temente amadurecida para participar no ciclo da Creação Universal e manifestar a Vontade do seu Pai-Creador, sendo um agente consciente das Leis que regem o Universo. Todos os discípulos que ingressam no caminho do auto-conhecimento alcançarão, no

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momento oportuno, esse estágio interno e pas-sarão pelo ritual energético da Crucificação, sedi-mentando a Síntese em sua Consciência e retor-nando ao seu “Caminho Natural” que os conduzirá à integração com o seu Pai-Creador. Jesus, representante do Cristo Universal, vivenciou no vosso mundo esse fenômeno regis-trando simbolicamente na vossa Consciência coletiva esse chamado à vossa verdadeira origem. O sofrimento da crucificação corresponde ao vosso conflito interno originado pela dualidade em que a vossa Consciência se encontra. Os opostos em vós lutarão até ao fim pela sua sobrevivência, resistindo constantemente à vossa espiritualização e dificultando o vosso processo de auto-conhe-cimento. Passareis por esse sofrimento, mas tende a certeza de que tudo isso se apresentará como uma ilusão após terdes alcançado a vossa Crucificação interna e ingressado na legião dos autênticos “Filhos Ungidos” ou “Cristos” do Pai-Creador Universal. Abri os vossos corações à presença irradiante das vossas centelhas divinas e permiti que todos os véus ilusórios que vos mantêm apri-sionados nos vossos ciclos cármicos de sofrimento se dissipem e revelem a grandiosa Luz da Verdade que existe dentro de vós. Que o nosso amor permaneça convosco.

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Capítulo 43 A Ascensão

Em capítulos anteriores, utilizamos a metá-fora da borboleta para vos esclarecer sobre o processo de auto-conhecimento. A ascensão pode ser compreendida como o exato momento em que a lagarta se transforma na maravilhosa borboleta e voa em direção ao Universo transcendente em que se encontra. Este fenômeno ultrapassa toda a vossa compreensão atual e dificilmente pode ser expres-so em palavras vossas. Da mesma forma que vós não conseguis transmitir a ninguém exatamente o que é o gosto de uma maçã – embora o possais descrever o mais detalhadamente possível de modo a fornecer uma impressão sobre esse gosto a quem nunca tenha comido uma maçã – assim também acontece quanto às verdades espirituais. Não procureis alcançar a ascensão em vossas mentes prendendo-vos a conceitos exter-nos sobre esse processo. Utilizai um conceito apenas como utilizais uma roupa, ou seja, estai sempre prontos a tirá-lo no momento em que não mais seja necessário. Gradativamente, vos forne-ceremos conceitos e informações mais precisos sobre o mistério da Creação que se expressa em vós e iremos conduzir-vos aos estágios neces-sários para a vossa transformação energética até que possais ascender no Fogo Sagrado das

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vossas Centelhas Divinas e ingressar na Eterna Luz e no Eterno Amor do Pai-Creador Universal. Tende fé e coragem para mergulhardes no Oceano Infinito da Verdade que se encontra dentro de vós. Tende a certeza de que, nas profundezas desse Oceano, nos encontraremos e compartilharemos do Pão Nosso de Cada Dia que nasce em nossos corações e nos alimenta e fortalece na nossa busca interior pela Verdade. Que a nossa Fé permaneça convosco.

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Capítulo 44 Os Chacras

O termo “Chacra” encontra-se muito difun-dido, hoje em dia, principalmente nos meios e na linguagem esotérica moderna. Podemos dizer que esse termo adquiriu uma interpretação própria e se incorporou em muitas culturas sociais distintas. Não iremos apresentar um estudo detalhado sobre o que são os “Chacras” e quais as suas funções. Abordaremos apenas alguns princípios extraídos do que já apresentamos até ao mo-mento, com o sentido de possibilitar aos discípulos alcançar uma melhor compreensão sobre o tema. “Chacra”, numa interpretação genérica, pode ser considerado como um “vórtice energético funcional” existente nos vossos corpos energé-ticos. Fazendo uma comparação com a vossa estrutura física, é como se fosse um “órgão” da vossa estrutura energética. A cultura esotérica costuma classificar a estrutura energética do homem como sendo composta por sete centros de energia principais ou sete “chacras”. Com certeza, todos os leitores de obras deste gênero já leram ou já ouviram essa classificação em algum trabalho específico. Utilizando os conceitos que já apresentamos, iremos denominar de “chacras” os números dimensionais da estrutura energética sustentada pelos átomos-espíritos nos seus caminhos

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evolucionais de Consciência. Assim como o Átomo-Espírito Creador manifesta-se por princí-pios numéricos e se encontra numa dimensão inatingível para todos os Seus filhos, embora estes possam aproximar-se d’Ele percorrendo os caminhos da Sua Consciência, os átomos-espíritos creados apresentarão uma estrutura numérica definida e cada número da sua estrutura corresponde a um vórtice energético específico ou “chacra”. O homem contém dentro de si infinitas dimensões energéticas da mesma forma como existem infinitos números. Nesse sentido, dizemos que existem infinitos “chacras” em vós; porém, podemos dividi-los nas dimensões numéricas que desejarmos, de acordo com o interesse do nosso estudo. Imaginai, como exemplo, um microscópio comum e um microscópio eletrônico. Este, consegue observar mais dimensões do que o outro. Diríamos que o microscópio comum classifica o homem nos “chacras” que consegue perceber, enquanto o microscópio eletrônico vai classificar o homem em outras dimensões de “chacras”. Poderíamos continuar “viajando” mais nestas abstrações; porém, sabemos que muitos ficariam perdidos nas nossas colocações e não conseguiriam acompanhar o que estamos expondo. Da mesma forma que um cientista no vosso mundo apresenta uma linguagem distinta e comunicável apenas no meio acadêmico em que se encontra, assim também ocorre nos nossos

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estudos de auto-conhecimento. Podemos dizer que existem alunos que se encontram no curso primário, outros no ginásio*, outros no colegial** e, outros ainda, nas faculdades. Quem está num nível universitário consegue observar um fato utilizando “abstrações” mais abrangentes do que aqueles que ainda estão aprendendo a ler e a escrever. Por isso, vos convidamos a ingressar neste processo de auto-conhecimento para que possais caminhar juntos com os vossos Mestres interiores e possais aceitar os vossos limites até ao momento oportuno para ultrapassá-los. Tende paciência e determinação pela descoberta da Verdade dentro de vós.

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Capítulo 45 Abstrações

Percebei que, conforme procurais explica-ções mais fundamentais, com certeza ingressais em níveis mentais mais abstratos. Para atingirdes esses níveis deveis passar por uma preparação específica através da prática diária dos vossos exercícios de auto-conhecimento. Podeis comparar-vos a um foguete espacial. Para esse foguete voar até ao espaço deve aquecer os seus motores até atingir o impulso necessário para a subida. Esse impulso corresponderá à vossa determinação em realizar as vossas meditações diariamente. Evidente-mente, não deveis realizar os exercícios de projeção por obrigação. Deveis realizá-los apenas se vos sentis afinizados com esse método. Somente podereis ingressar no espaço do vosso Universo interior se realmente desejardes participar dessa descoberta. Sem esse desejo íntimo, não conseguireis decolar com a nave de vossa mente para as dimensões mais sublimes do vosso Ser. Acima de tudo, sede honestos convosco próprios, praticando esses exercícios apenas se eles despertarem em vós um interesse específico capaz de permitir a vossa ligação com o vosso Mestre interior. O vosso mundo interior é um mistério sem palavras. Ficareis surpresos com a imensidão a

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ser explorada dentro de vós. Ficareis ainda mais surpreendidos ao observar que, quanto mais conhecerdes sobre vós, mais sabereis sobre o Universo que vos rodeia e com certeza alcançareis níveis de realização pessoal mais intensos e verdadeiros. Podeis dizer que o Amor Universal ligará todos os vossos átomos num perfeito centro de Luz e uma felicidade irradiante surgirá nos vossos corações repletos da Sabedoria Cósmica. Todo o sofrimento que passastes será esquecido como se tivesse sido apenas um leve arranhão em vossa pele e percebereis como é maravilhoso ser um Filho Consciente da Luz Universal. Nós desejamos que a humanidade deste planeta desperte do sono da sua ignorância e desfrute do magnífico banquete celestial. Deseja-mos que a Unidade do Pai Solar irradie-se por todos os átomos-espíritos presentes neste globo-escola e permita que a verdadeira Fraternidade nasça nos corações dos homens e una todos os seres deste planeta no canto de Glória ao Altís-simo Senhor da Creação e Glória aos Filhos Despertos da ilusão. Passaremos a uma nova etapa na nossa exposição em que nos dirigiremos a vós através de algumas mensagens para finalizarmos a impressão da nossa energia neste trabalho, ajudando-vos a identificar os vossos Mestres interiores quando chegar o momento de conhecê-Los. O nome que o vosso Mestre interior poderá vos dar deve ser compreendido apenas como um

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código de identificação entre vós. Muitas vezes os vossos Mestres não se identificarão com nenhum nome específico ou utilizarão nomes que somente vós podereis conhecer. Não vos prendais a esses nomes nem vos considereis superiores se, por exemplo, receberdes uma mensagem de algum Mestre que se identifique por uma personalidade de destaque histórico no vosso plano. Lembrem-se: os Mestres interiores estão à disposição de todos aqueles que realmente procuram a verdade no seu íntimo e não escolhem discípulos específicos nem fazem distinções entre eles. Ninguém pode se considerar um eleito ou o porta-voz exclusivo de algum Mestre impondo a sua pseudo-verdade àqueles que ainda não conseguem distinguir a autêntica Luz da luz mascarada pelas trevas da ignorância. Até breve.

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PARTE III

ME�SAGE�S

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Pétalas de Rosas Que uma chuva energética de pétalas de rosas projete-se em vossas Consciências purifi-cando-vos nas vossas atitudes e fortificando-vos na vossa jornada de auto-conhecimento. A beleza de uma simples rosa reflete a grandiosidade de Deus e o seu infinito Amor. Como podeis ficar indiferentes a essa revelação sublime da Creação Universal, alimentando tanto ódio em vossos corações egoístas e mesquinhos? Perante tanta guerra, originada pela igno-rância humana, bastaria que vossos líderes políti-cos abrissem os seus estreitos olhos e contem-plassem a singela forma de uma rosa para perce-berem que todos os motivos que causam os desentendimentos entre os homens não passam de ilusões que não levarão a nenhum lugar. O homem encontra inúmeros exemplos à sua disposição que comprovam a existência de Deus e revelam o Seu infinito Poder. Como podeis permanecer cegos a estas demonstrações tão evi-dentes na Natureza que procurais destituir da presença do Altíssimo? Como podeis continuar agindo como hipócritas que procuram esconder o Sol com uma peneira? Não há mais tempo para esse tipo de comportamento humano e o Anjo Solar deste sistema mostrará a sua espada de luz e romperá todas as correntes de ignorância que prendem os homens nas suas cavernas escure-cidas e sombrias e o fazem esquecer de sua

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verdadeira origem divina. Os vossos corações ainda estão muito fechados para a luz da Sabedoria do Pai-Divino. Procurais complicar as vossas vidas, prendendo-vos em muitas ilusões materiais e criando muitos conflitos simplesmente por não permitirdes que o dom da humildade se manifeste em vossas Consciências. A Natureza fornece o modelo exem-plar da simplicidade nos seus ciclos e revela a beleza estampada em seus filhos como um ato puro de contemplação da Divindade. Vários artistas já procuraram reproduzir a beleza de uma rosa, mas nenhum conseguiu traduzir na sua obra a vida que existe nessa flor e se expressa pelo seu maravilhoso perfume. Somente o Creador pode soprar a vida em Sua Creação e vós viveis unicamente porque o vosso Pai Divino vos ama profundamente ao ponto de vos perdoar todas as iniquidades e saber que um dia retornareis à Sua divina morada. Amados filhos. Permiti que a Divindade se expresse em vós, construindo por vosso inter-médio um mundo condicente com a vossa realidade espiritual. Libertai-vos das doenças que alimentais pela vossa resistência à Verdade e aprendei a viver com saúde seguindo os exemplos da Natureza. Buscai o equilíbrio interno e não tenhais medo de cometer erros, pois o Universo vos compensará, desde que haja uma verdadeira intenção em descobrirdes a Verdade nos vossos corações. Em vossas essências encontrareis a

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expressão de uma rosa divina. Podeis vos comparar à beleza de uma rosa se permitirdes a manifestação dos vossos espíritos divinos nas vossas vidas. Se achais uma rosa bela, sabei que ela o é simplesmente por apresentar menor resis-tência à atuação do seu Creador e servir a Sua intenção creadora. Existe um perfume sublime em vós que se encontra oculto, esperando ser descoberto e expresso em vossos atos. Libertai essa Essência Divina que reside em vós e entregai-vos à Sabedoria do vosso Pai-Celeste. “Quem ama as rosas, suporta os espinhos”. Aprendei com as dificuldades encontradas em vossas vidas e buscai alcançar a vossa rosa mística que se encontra oculta nos vossos corações. Fazei do vosso sofrimento apenas espinhos que protegem a pureza de vossa rosa interior das investidas daqueles que permanecem na ignorância e procuram ocultar-vos a Verdade para poderem vos dominar. Nenhuma espada e nenhum poder material é maior do que o simples encanto de uma rosa que expressa o Amor do Creador direcionado para a sua Creação. Entregai as vossas armas de ódio e deixai que o escudo do Amor Universal vos proteja de toda a ignorância que encontrais nos vossos caminhos. Uma rosa é um símbolo da Síntese do Uni-verso. Embora existam espinhos em seus galhos, estes são utilizados apenas para proteger a divindade contida na rosa. Assim deveis agir, utilizando o vosso poder de destruição apenas

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para permitir que uma nova obra divina seja realizada. Podeis vos comparar a construtores que procuram alcançar a perfeição em suas constru-ções. Utilizando-se dos materiais disponíveis, procuram fazer o melhor que podem para atender o modelo projetado nas suas Consciências. Entre-tanto, conforme permitem que a graça divina aja em seus corações, percebem que a obra construída anteriormente precisa de ser desfeita para dar lugar a uma nova obra mais perfeita e fiel ao novo modelo apresentado. Assim, sempre procuram construir uma realidade mais perfeita, destruindo as imperfeições encontradas, aprovei-tando todos os materiais da obra anterior e eliminando aqueles que são inadequados para a nova realidade. Guardai o símbolo da Rosa Mística* em vossos corações e evocai o seu poder projetando em vossas Consciências a imagem energética de uma rosa sempre que precisardes de ultrapassar alguma dificuldade. Visualizai que, do centro da vossa rosa, fluem os raios do Amor Universal que vos fortalecem, e que, dos espinhos de vossa rosa, projetam-se espadas de fogo que rompem todas as energias que resistem à construção de uma obra mais perfeita e concordante com a Verdade que encontrais nos vossos corações. Que todas as vossas dúvidas se dissipem na simplicidade traduzida por uma rosa. Que o amor do meu sagrado coração permaneça convosco. Vossa Mãe, Maria

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A Flor de Lótus Amados Filhos. No interior das vossas Consciências reside uma Flor de Luz que pode ser simbolizada pela Flor de Lótus*. Esse símbolo do oriente, utilizado para representar o despertar de uma Alma da sua ignorância para a Verdade, corresponde a um autêntico exemplo de ensinamento da Natureza ao homem. A Flor de Lótus nasce em terras pantanosas e espelha uma beleza nesses lugares sombrios. O homem pode ser comparado a essa flor, permane-cendo em estado de semente nos pântanos da vida até ao momento em que se sensibiliza para a Luz da sua Identidade Espiritual. No momento do seu nascimento para a Luz, a semente humana começa a se desenvolver até que um ramo ultrapassa as terras pantanosas em que se encontra e desabrocha numa magnífica Flor de Lótus que traduz a Divindade oculta em todas as creaturas. Por um chamado de Amor Universal refletido no mais alto sentimento de compaixão por esta humanidade, permaneço em constante estado de meditação direcionado à vossa libertação e sempre podereis entrar em sintonia com a energia do Pai-Creador expressa em meu Ser mergu-lhando na Flor de Lótus existente na vossa Consciência. Visualizai uma Flor de Luz com sete pétalas

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de cor branco-cristalino. No centro dessa Flor, reside o meu Templo e lá recebo todos aqueles que desejam compartilhar de um momento de Evocação ao Grande Pai-Creador do Universo e proferir a saudação mais profunda de “Aleluia” à Sua Divina Obra. Cada pétala da vossa Flor de Luz representa um portal energético direcionado ao aperfeiçoamento dos sete raios expressos do Creador. Procurai entrar em contato com a vossa Flor de Luz de forma a receber as energias mais puras do Pai-Creador em vossas Consciências, permi-tindo que sejais um canal de expressão da Sua Vontade para poderdes cantar juntamente conosco o Hino de Louvor a toda a Creação. Que o Amor Universal floresça em vossos corações. Gautama

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O Raio Dourado da Sabedoria

Queridos discípulos. O auto-conhecimento corresponde ao único caminho seguro que vos possibilitará encontrar a Paz interior e a Felicidade que tanto procurais. Compreender-se a si mesmo, em síntese, significa compreender o Universo, tanto interno quanto externo. Significa realizar a ligação com todas as múltiplas formas de existência de tal modo que possais sentir todos os átomos da Consciência expressos em vós mesmos. Quando comeis uma fruta madura, sentis uma enorme satisfação interna, pois percebeis que essa fruta vos consegue preencher todas as necessidades alimentares do momento. Podeis dizer que ela adapta-se perfeitamente à neces-sidade física de vos alimentardes. A Sabedoria pode ser comparada a um fruto que está se amadurecendo dentro de vós até ao momento em que podeis desfrutá-lo e sentir o êxtase da Creação se manifestar em todos os vossos centros de Consciência ao se preencherem com esse alimento divino. O sábio não se distancia do conhecimento nem o apresenta como algo separado de si mesmo. Tudo o que expressa origina-se nas profundezas da sua Consciência desperta e

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exprime uma vibração de integralidade com o Universo. No vosso mundo, muitos eruditos acreditam que a sapiência se encontra nos diversos livros que registraram em suas mentes, decorando-os. Procuram impressionar as suas platéias forne-cendo inúmeras citações, teorias e postulados como se fossem os donos da verdade. Dificilmente aceitam uma contradição ao que expoem e procuram humilhar todos aqueles que duvidam das suas explicações. Agem como se fossem avestruzes e preferem esconder as cabeças nos buracos das suas teorias vazias e desprovidas da experiência, procurando fazer com que todos os acompanhem nos seus asilos da ignorância. O conhecimento que não se origina na experiência é ilusório e incapaz de gerar a autêntica serenidade presente nos espíritos de todos aqueles que se tornaram sábios integral-mente. Experiência não se restringe unicamente a uma ação externa. Podeis fazer milhares de exercícios respiratórios e ser capazes de realizar inúmeras posturas de hatha-yoga que continuareis ignorantes sobre as verdades do Yoga se não realizardes esses exercícios integralmente, com todo o vosso Ser. Assim, podemos dizer que adquiris uma experiência real sobre algo quando conseguis vos fundir com esse algo de forma que não mais o enxergueis como um elemento externo a vós. Assim, um sábio é aquele que consegue romper a ilusória distância que o separa do

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Universo (tanto interno quanto externo) em que se encontra. Consegue atingir, deste modo, a verdadeira Unidade do Conhecimento e interligar todos os aparentes pontos periféricos da sua Consciência ao seu Centro de Percepção Espiri-tual. Dizemos que a mente de um sábio perma-nece vazia em sua plenitude. Isto vos parece uma contradição, pois imaginais que todo o sábio contenha em sua mente todo o conhecimento do Universo. Novamente vos enganais sobre a verdadeira Sabedoria pois, se realmente a conhe-cêsseis, saberíeis que o Infinito Conhecimento não pode ser contido num recipiente finito mas apenas pode ser manifestado da mesma forma que por uma torneira pode passar um Oceano de água embora essa torneira não possa conter esse Oceano nos seus estreitos canais. O vazio da mente de um sábio não pode ser confundido com o vazio da mente de um ignorante. Este possui uma mente vazia por não saber nada sobre a sua real identidade. Aquele possui uma mente vazia exatamente por saber tudo aquilo que é. Muitos acreditam que o vazio mental significa deixar de pensar ou conseguir parar a mente. Existem muitos exercícios no vosso plano para a esse efeito. Novamente vos enganais, pois a mente do sábio não é um “nada existencial” mas um “todo incomunicável”. O vazio da mente de um sábio pode ser entendido como o vazio de um recipiente pronto para ser preenchido com água.

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Todos os seus pensamentos estão direcionados para a Unidade da sua Consciência permitindo que esta possa expressar a integral Sabedoria que existe em seu Ser. Silenciar a vossa mente significa focalizá-la na procura da Verdade que existe dentro de vós. Significa deixar de pensar externamente sobre algo mas trazer esse algo para dentro de vós. Em outras palavras, significa realmente pensar com a vossa Consciência, ou seja, parar de pensar utilizando-vos apenas de conceitos externos e começar a pensar através dos vossos próprios recursos internos. Podeis compartilhar os vossos conceitos sobre o Universo com os vossos semelhantes interagindo com as múltiplas visões sobre a reali-dade transcendente a vós. Entretanto, se apenas vos alimentais das percepções externas – esquecendo-vos de procurar o alimento da Sabe-doria dentro de vós – estareis sempre depen-dentes e escravos do mundo exterior. A vossa felicidade dependerá sempre da felicidade alheia e procurareis segurar aqueles que aparentemente vos trazem essa ilusória felicidade. Poeticamente utiliza-se a expressão “ouvir a voz do silêncio” dentro de vós, exigindo-se que silencieis as vossas mentes. Esse ato corresponde à mais pura manifestação da Sabedoria em vós, pois permite que vos interligueis à vossa fonte interna de conhecimento. Deveis focalizar as vossas mentes no vosso “Centro Interno” deixando de vos prender às periferias da dualidade externa.

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As vossas mentes são ótimos instrumentos da dualidade pois correspondem ao veículo que vos permite entrar em contato com as periferias da vossa Consciência. Silenciar a vossa mente corresponde a perceber que existe em vós “Algo” superior que vos permite transcender os limites impostos no vosso plano existencial. Deste modo, passais a agir direcionados por esse “Eu Sou o Que Sou” e conseguis penetrar nos mistérios da vossa existência. Sois um grandioso enigma a ser desvendado. O conhecimento do vosso Universo Interno exige a determinação de um cavaleiro disposto a lutar pelo cumprimento do seu mais puro ideal. No vosso percurso encontrareis várias fontes interligadas ao Oceano de Sabedoria que existe dentro de vós, até que possais mergulhar nas profundezas desse Oceano e contemplar vossa Verdadeira Essência e a vossa Verdadeira Origem Espiritual. Reconhecei a vossa Filiação Divina, inter-ligando-vos ao raio dourado da Sabedoria do Creador Universal, vivenciando o Êxtase da Creação em vosso coração que se torna repleto de Amor e Vontade de servir a Perfeição do vosso Espírito Universal. Libertai-vos da ignorância e de todo sentimento de ódio presente em vós pelo simples desconhecimento da Verdadeira Presença do “Eu Sou o Que Sou” em vós. Que o nosso Amor permaneça convosco. Lanto e Kuthumi

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O Deserto Amados Filhos. Caminhar sobre as areias de um deserto corresponde a um ato profundo de auto-conheci-mento pois permite que entreis em contato com a revelação do símbolo do “Nada”. Alcançar a compreensão de si mesmo sim-plesmente reconhecendo o vazio que existe nas creaturas finitas significa permitir que a Plenitude do Ser irradie-se por todos os vossos átomos, interligando-os em uma Perfeita estrutura da Consciência Espiritual. Todas as creaturas que permanecem na ilusão da sua existência independente do seu Creador agem como átomos isolados na sua igno-rância e caminham para o “Nada existencial” e para a sua destruição. Aparentemente, no deserto não há vida e não encontrareis condições favoráveis à vossa existência. Corresponde a uma região com dese-quilíbrio climático e apenas as formas de vida adaptadas a essas condições permanecem nesse cenário. Podemos dizer que o deserto encontra-se no extremo de uma polaridade energética e sus-tenta-se mediante a dualidade do plano material. O mesmo poderíamos dizer a respeito das condições polares do vosso planeta. Neste caso, abordamos uma paisagem desértica, porém fria e com muita água. Assim, percebam que o deserto corresponde a um efeito específico inerente à

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polarização da energia, pois tanto as regiões mais quentes e secas quanto as regiões mais frias e geladas manifestam poucas formas de vida em seu habitat e apresentam inúmeras limitações à vida. Podemos dizer que todas as polaridades (Yin e Yang) em desequilíbrio acabam gerando um “deserto” para os seres que são afins a esse nível energético. Se permaneceis em um estado de Consciência dividido e tendente ao conflito, procu-rando permanecer num dos pólos, estareis em desequilíbrio e com certeza mais próximos do Nada existencial. Uma creatura que desconhece a sua ligação com seu Creador comporta-se de forma semelhante, permanecendo nos “desertos da sua ignorância”. Quando percebeis que realmente não sois nada e que a vossa existência não tem sentido sem a devida conexão com a Fonte Cósmica da Creação, passais a agir de forma interligada com a Vontade Divina e permitis que o “Todo Creador” preencha o vosso “Nada existencial” fazendo com que sejais repletos de toda a abundância de Luz, Amor e Sabedoria do vosso Pai-Creador. Até quando desejareis caminhar pelos desertos vazios de vossa existência humana resistindo ao chamado da Unidade Cósmica? Abri os vossos corações ao Raio Rubi da esperança e fortalecei a chama da Presença Divina em vós, unificando todos os vossos átomos isolados e

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constituindo um autêntico veículo de canalização das energias das vossas “Centelhas Divinas”. Projetai em vossas Consciências um coração rubi de cristal e senti que esse coração pulsa na sintonia cósmica da Creação. Senti que o vosso coração entra cada vez mais em sintonia com o coração de rubi e um raio rubi de Amor Universal irradia-se em direção a todos os vossos chacras, harmonizando as energias presentes nos vossos campos energéticos. Permanecei em sintonia com essa projeção procurando abrir o vosso coração a uma verdadeira entrega ao vosso Eu Superior por forma a que o vazio das vossas ilusões seja preenchido pela plenitude da Verdade existente no vosso Centro Unitário de Luz. Entregai-vos à Luz, para que possais dizer com toda a vossa convicção: “Haja Luz no deserto das minhas trevas!” “Haja Amor no deserto do meu coração!” “Haja Sabedoria no deserto da minha mente!” Sede um “Nada preenchido pelo Grande Todo”. Que o meu Amor permaneça convosco. Vossa irmã, Nada

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A Maturidade Espiritual Amados Filhos. Observando a Natureza no vosso plano, podeis dizer que existem ciclos naturais de expres-são da Vontade Creadora de Deus. Todas as obras da Natureza aproximam-se de uma perfei-ção que os homens procuram imitar em suas construções. Infelizmente, o comportamento humano ainda está distante de uma ação conjunta com o equi-líbrio natural. Sempre que intervindes na Natureza acabais desequilibrando vosso sistema e gerando rupturas nos ciclos naturais. Por que razão o homem age de forma desin-tegrada com a ação da Natureza? Com certeza, a resposta a esta pergunta representa tirar as más-caras da vossa ignorância e revelar o eu inferior que alimentais na vossa Consciência. Evidentemente que toda a ação destruidora do homem é um reflexo do seu estágio de Cons-ciência fixado na divisão interna e no conflito entre os seus opostos energéticos. Não podereis respei-tar a Vida que se manifesta em toda a Creação se não aceitardes a Vida em toda a sua plenitude dentro de vós. O ato de aceitar a Vida significa interligar-se com a Fonte Creadora Universal, participando conjuntamente desse ato de revelação divina. O reconhecimento do milagre da vida e a sua expressão em vossa Consciência traduzem o nível

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de maturidade espiritual de que participais. De um modo geral, observando a ação coletiva da humanidade, podemos dizer que vos encontrais num estágio primário de percepção espiritual. Embora tenhais alcançado um desenvol-vimento material considerável permitido pelo vosso pseudo-desenvolvimento tecnológico, verificareis que ainda continuais completamente ignorantes das verdades espirituais e distantes de uma ação concordante com essas verdades. Será que caminhais para a destruição apocalíptica da vossa civilização? Qual será o futuro desta humanidade caída e resistente ao chamado da Divindade? Em termos Cósmicos, dizemos que o futuro do homem é a Luz, independentemente do espaço temporal e do sofrimento que este experimente pela sua ignorância. Deveis perceber que, na Natureza, tudo se transforma e caminha para um nível de perfeição mais ajustado com a Vontade do Creador. Todas as transformações, quer externas, quer internas que passardes neste momento cósmico em que vos encontrais, com certeza serão orientadas pela mais sublime Justiça Divina e corresponderão a ações necessárias ao vosso amadurecimento espiritual. É interessante observar como vos colocais como vítimas do sofrimento que passais. Sempre achais que o Universo não é justo e ficais revoltados com o aparente “castigo” que sentis como uma imposição ao vosso livre arbítrio. Muitos gostariam de ter uma vida de reis, onde

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todas as suas vontades egoístas pudessem ser satisfeitas. É muito comum também encontrar aqueles que procuram negar o mundo em que se encon-tram, refugiando-se em retiros isolados e crentes de que serão salvos do fogo do inferno por se afastarem de todos os prazeres mundanos. Impri-mem um sacrifício de sofrimento e dor a si mesmos como forma de se purificarem dos seus pecados. Evidentemente que estas duas posições opostas não conduzirão ninguém à Vida Eterna. Enquanto as vossas Consciências permanecerem presas na dualidade continuareis sendo imaturos e, conseqüentemente, sujeitos às forças Cósmicas do Equilíbrio Universal que parecerão contrárias aos vossos interesses. O primeiro passo a ser dado na aquisição da maturidade espiritual corresponde à aceitação das vossas condições atuais com o sentido de procurardes compreender o caminho do meio e agir unicamente com a intenção de seguir esse caminho fazendo da vossa vida uma autêntica obra de arte destinada à manifestação da Unidade das vossas Consciências Divinas. Procurai aprender com o exemplo da Natureza e fazei das vossas ações atitudes da vossa Consciência não vos importando se o que fazeis é certo ou é errado, mas apenas procurando aprender a seguir o verdadeiro caminho da retidão espiritual. Fazei dos vossos sofrimentos lições a serem evitadas, permitindo que a pedra bruta do

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vosso ser ignorante se transforme no maravilhoso diamante do vosso Espírito. Permiti que a Sabedoria amadureça em vós da forma mais natural possível, para atingirdes a maturidade espiritual correspondente ao modelo impresso pela Vontade do Creador nos vossos Espíritos Divinos. Com certeza vos libertareis dos vossos sofri-mentos e ilusões. Este é o desejo de toda a Creação. Rowena

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A Transformação Alquímica Amados Irmãos: Que o raio violeta da transmutação alquímica atinja os vossos centros energéticos, acelerando as vossas partículas e unindo-as num corpo de Luz, Amor e Sabedoria. A Magia vos acompanha desde os tempos mais remotos do surgimento das vossas Consciên-cias em estruturas humanas. Existe em vós uma certa admiração pelo impossível manifesto nos atos de magia. No mundo moderno, podeis observar o ato de muitos mágicos ilusionistas capazes de realizar “shows” fantásticos e indescritíveis para os vossos sentidos comuns. Por mais surpreendentes que possam ser esses espetáculos, certamente pode-mos dizer que não passam de quimeras e fantasias provenientes da manipulação de algu-mas leis naturais que agem independentemente da vontade de quem as desencadeia. A Magia oculta não tem nada a ver com esses “atos mágicos” realizados pelos ilusionistas profissionais. Esses mágicos podem divertir as suas platéias, mas certamente jamais transfor-marão o chumbo no ouro mais sublime. Não queremos dizer com isto que vos ensinaremos a fabricar o metal ouro utilizando o metal chumbo, mas apenas usamos estes termos em sentido figurado, querendo dizer que iremos

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transformar o elemento material chumbo presente nos vossos corpos energéticos no elemento espiritual ouro, ou seja, ireis vos transformar em seres espiritualizados. Este fenômeno de espiritualização da matéria pode ser compreendido como o verdadeiro ato de Magia e constitui a raiz de todo o ensinamento mágico-ocultista legítimo. Portanto, preparai-vos para as transformações alquímicas que ocorrerão em vós durante o vosso processo de aprendizado espiritual. A alquimia pode ser compreendida como a ciência da transformação energética da estrutura material. No seu aspecto mais físico, os estudos alquímicos confundiram-se, noutros tempos, com o que é hoje a vossa química moderna. Porém, nos ensinamentos ocultos que eram ministrados aos discípulos com certa preparação iniciática, forne-ciam-se os verdadeiros processos alquímicos capazes de garantir a esses discípulos os meios seguros para o desenvolvimento da sua percepção extra-sensorial e da sua Consciência. De certa forma, o “poder mágico” fornecido a muitos discípulos do ocultismo que não desenvolveram a maturidade necessária para empregá-lo contribuiu para a manipulação mágica destinada à pura satisfação de caprichos pessoais e aos interesses egoístas dos seus praticantes. Assim como todas as crianças que brincam com o fogo um dia se queimam, assim aconteceu com esses discípulos que se afastaram do seu caminho iniciático.

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Quando uma criança se queima com o fogo, seguramente que passa a respeitá-lo e procurará aprender a utilizá-lo de forma mais segura. Por isso, os atos desses discípulos são considerados irrisórios diante dos seus Mestres que aguardam o dia do retorno desses filhos pródigos que saberão na prática que ninguém fica impune quando “brinca” com a justiça divina. Alertamo-vos para que não cometais os mesmos erros desses vossos irmãos. Se procurais a Magia apenas para adquirirdes poder sobre o mundo em que vos encontrais, esquecei a sua existência, pois o preço cármico desse comporta-mento é muito alto e com certeza não estareis livres de o pagar se acaso desobedecerdes a esse preceito básico da autêntica Magia direcionada para o auto-conhecimento. Desde já condenamos todas as ações mágicas praticadas com sentido egoísta e exortamo-vos a que vigieis para não cairdes em tentação, pois a distância entre a Magia Branca e a magia negra é muito estreita. Que a vossa Consciência seja o vosso juiz. Podemos dizer que a Magia é um caminho de conhecimento das leis do Universo com o sen-tido de permitir ao seu praticante fundir-se com a Consciência Cósmica da Creação. Ninguém pode fazer absolutamente nada que não seja permitido pela Vontade Máxima do Pai-Creador Universal. Aqueles que acreditam que podem vir a adquirir algum poder através da Magia estão completa-mente enganados, pois todos os seus atos

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mágicos são controlados pela Lei da Vontade Divina. Se o homem utiliza-se da Magia negativa-mente, o faz apenas porque o Creador permite que os seus filhos experimentem a dualidade do bem e do mal para se conscientizarem da sua Unidade Espiritual Eterna e Infinita. Aqueles que acreditam possuir o poder da Magia para impor a sua vontade ao mundo externo acabarão descobrindo que apenas estão “brincando nos campos do seu Senhor” e o sofrimento originado pela dualidade em que se encontram fará com que retornem ao verdadeiro caminho da Luz. Despertai o Mago que existe em vós celebrando em cada dia o ritual de ação de graças ao Creador conjuntamente com todos os seres de luz que manifestam em suas Consciências a Sua Vontade. Quanto mais puderdes participar dessa celebração da Vida Universal, mais adequada-mente podereis dizer que realmente sois “Magos” e a “Magia do Amor Universal” vos transformará definitivamente em “Seres de Luz” despertos da vossa ignorância. A maior transformação alquímica que uma Alma pode passar é a sua entrega à Vontade do Creador. Abri os vossos corações à Presença do Altíssimo e transformai as vossas vidas num verdadeiro “Milagre” que somente a verdadeira Magia permite concretizar. Que a magia que existe numa simples flor violeta possa desabrochar em vossos corações o verdadeiro sentimento do Amor e unir as vossas

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Consciências à Consciência Cósmica do Creador Universal. Que a Paz permaneça convosco. Vosso Amigo, Saint-Germain

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O Caminho, a Verdade e a Vida

Todos sabem atualmente que o vício de fumar prejudica a saúde. Porém, observa-se que, mesmo sabendo essa verdade, muitos continuam ou até começam agora a praticar esse vício. Da mesma forma pode-se dizer a respeito de todos os erros que o homem vem cometendo. Por que será que o homem, embora consiga distinguir o certo do errado, continua errando tanto? Afinal, o que está errado com esta huma-nidade que tanto parece caminhar rumo à sua destruição? Por mais absurdo que vos possa parecer, podemos afirmar que o maior erro que cometeis é justamente não reconhecerdes o vosso erro ou procurardes evitá-lo. Por outras palavras, enquanto a vossa decisão de não fumar fundamentar-se no “medo de fumar”, nunca estareis livres de cometer esse erro. A vossa decisão de não fumar deve surgir pelo reconhecimento em vossa Consciência do mal que esse ato pode causar à vossa saúde e não apenas por uma recomendação externa a vós que apenas imprime um sentimento de temor. Como será que se adquire a consciência do bem e do mal ao ponto de atingir a verdadeira liberdade? Será que o homem deve experimentar

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o mal para ter consciência do bem ou vice-versa? Deveis vos despir de toda a hipocrisia com que estais acostumados a conviver e analisar estas questões da forma mais profunda que puderdes. Parai de agir como se fosseis “santos” e reconhecei quanta maldade existe em vós, embora se encontre disfarçada nos vossos atos incons-cientes. O ato de reconhecer o “bem e o mal” em vós constitui o primeiro passo para encontrardes o “elo perdido” e reconstituirdes o Ser Integral e Único do qual fostes originados. Enquanto estiverdes perdidos entre os opostos, continuareis presos aos vossos erros, embora saibais o caminho certo a seguir. Ser ou não Ser? Fumar ou não Fumar? Amar ou não Amar? Eis a questão. Permiti que o “Sim” ou o “Não” provenham das profundezas das vossas Consciências, procurando agir de acordo com o padrão mais alto de Verdade que puderdes alcançar. Se realmente agirdes com o sentido de descobrir a Verdade, o Universo inteiro fará com que encontreis a res-posta mais apropriada para o momento em que vos encontrais, permitindo que alcanceis a liber-dade em vossas Consciências. Desta forma, todos os vossos preconceitos perdem o sentido e um sentimento de respeito a vós mesmos começa a se manifestar, fazendo surgir o verdadeiro Amor em vossos corações pois, na medida em que percebeis que somente vós sois o Caminho, a Verdade e a Vida,

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conseguireis distinguir o certo do errado e escolher conscientemente sem medo de errar. Que a Paz esteja convosco. Vosso amigo, Jesus

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O Cavaleiro da Vontade Divina

Amados Irmãos: Que a espada do Guardião da Verdade vos liberte da ignorância contida em vossos corações. A vontade do homem pode ser comparada ao ato de dirigir um carro com os olhos fechados, conduzindo os passageiros a um inevitável aci-dente. Afinal, em que consiste o vosso livre-arbítrio e o vosso poder de escolha sobre os fatos que presenciais? Pergunto-vos: Podeis realmente acertar na vossa escolha se a vossa capacidade de “ver” encontra-se encoberta pelos véus da ignorância? Enquanto o homem acreditar num “eu” separado da Unidade do Universo, a sua vontade sempre o conduzirá a caminhos tortuosos e cheios de sofrimento. Podeis-vos orgulhar do vosso livre-arbítrio assim como um homem se orgulha dos seus castelos de areia. Por mais belos que sejam esses castelos, a sua duração é curta e ilusória e jamais constituirão um abrigo seguro para quem os construiu. A forma mais segura de seguir o caminho do auto-conhecimento, sem escapar pelas laterais desse caminho, consiste em adquirir um senti-mento de humildade diante do Grandioso Mistério da Vida. Alimentai em vossas Consciências esse

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sentimento, reconhecendo a vossa insignificância perante o Universo em que vos encontrais. Isto não significa que deveis vos anular e agir como robôs perante os fatos externos, mas sim que deveis sempre procurar o elo de conexão com a Verdade Infinita, procurando seguir a Vontade do vosso Creador. Esse comportamento se compara à decisão de abandonar os óculos da vossa ignorância e utilizar o telescópio capaz de alcançar o espaço infinito das vossas Consciências. A procura da Verdade deve constituir um ideal a ser seguido em vossos corações. Dizemos que esse ideal é como uma chama que precisa ser sempre alimentada para não se apagar. Direcionai a vossa vontade para a intenção de seguir a Verdade e de agir de acordo com a Vontade Divina, sendo autênticos “cavaleiros da Vontade do vosso Creador Universal”, zelando pelo ideal de atingir a vossa libertação. Que a Chama Azul da expressão da Vontade Divina esteja acesa em vossos corações. Vosso amigo, Morya

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CO�CLUSÃO

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Final da Viagem Chegamos ao final desta viagem. Espero que tenhais participado, juntamente comigo, desta experiência de auto-conhecimento. O conteúdo desta obra se compara apenas a uma cartilha de Iniciação à Verdade que se en-contra no coração de todos os homens. Os temas apresentados constituem um convite a todos os leitores para participarem do processo de auto-conhecimento indicado neste trabalho. Somente a prática dos exercícios de projeção de Consciência poderá dizer aos mais céticos se os assuntos abordados nestas páginas constituem ficção ou realidade. Independentemente dos resultados e do método apresentado neste livro, desejo a todos os leitores que encontrem o verdadeiro caminho de retorno à sua origem e sedimentem nas suas Consciências o encontro com a Verdade mais profunda em seu Ser. É interessante observar como o homem encontra-se tão distante do óbvio. Se todos perce-bessem como as suas vidas são efêmeras neste plano e como se desperdiça tanta energia em atitudes mesquinhas, com certeza poderíamos restaurar logo o “reino de Deus” nesta terra árida e desértica em que vivemos. Poderíamos ser muito felizes nesta dimensão se respeitássemos mais a manifestação da Vida do Creador na Natureza que procuramos destruir apenas para satisfazer os nossos caprichos

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pessoais. Podemo-nos comparar a um cachorro que morde a própria cauda e fica dando voltas como se esse ato baseado em sua ilusão pudesse amenizar a dor real que sente. Diante das revelações mais profundas que pude alcançar, percebi que a nossa liberdade depende unicamente de uma decisão interna de seguir um caminho de auto-conhecimento e ilumi-nar a escuridão da nossa ignorância. Basta essa intenção para que realmente possamos encontrar os nossos Mestres interiores que nos auxiliarão durante a nossa jornada. O reconhecimento do seu Mestre pelo discí-pulo constitui uma experiência indescritível e compara-se ao nascimento de uma criança. Somente a mãe que deu à luz sabe realmente o que é esta experiência e dificilmente pode trans-miti-la às outras mulheres que ainda não passaram por esse processo. A partir dessa Iniciação, ou seja, do encontro com o Mestre Interior, dificilmente o discípulo abandona o caminho do auto-conhecimento, pois reconhece nesse caminho a Luz que o libertará das trevas de sua ignorância. Esta obra procura fornecer aos discípulos que desejam ardentemente encontrar a Verdade, um elo de ligação com a Consciência dos seus Mestres Interiores, que são os únicos capazes de orientá-los ao encontro real da Verdade. O autor deste livro coloca-se na sua devida posição: apenas foi um porta-voz dessas revela-ções e, da mesma forma como recebeu este

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presente um dia, passa adiante esta corrente energética de Amor, Luz e Sabedoria, convidando todos aqueles que se sentirem afinizados com estas mensagens a serem elos dessa corrente e participarem diretamente destas revelações em suas Consciências. Ninguém poderá vos conduzir ao descobri-mento da Verdade, a não ser vós mesmos. Os vossos Mestres interiores nada poderão fazer se não houver uma abertura em vossas Consciências capaz de permitir a interação com esses Seres de Luz. Lembrem-se: “Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece”. Aqueles que desejam encontrar o Mestre apenas para satisfazer uma curiosidade pessoal ou adquirir conhecimento com o sentido de aumentar o seu poder material com certeza se decepcionarão com o método indicado por esta obra. Que a Luz possa iluminar a caverna escura dos seus corações e convertê-los ao caminho da Verdade. Sabei separar o joio do trigo pois não estareis isentos de cair em tentação. Não penseis que podeis esconder-vos atrás dos vossos Mestres Interiores quando encontrardes dificuldades ou mesmo que o fato de conhecê-los será suficiente para eliminar todas as sombras que residem nos vossos inconscientes. O verdadeiro Mestre não se coloca à disposição do seu discípulo para ser usado por este mas apenas o orienta e ajuda a ultrapassar os obstáculos encontrados. É comum observar a queda de muitos

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discípulos devido ao sentimento de orgulho com que se deparam quando reencontram o seu Mestre interior. Passam a se sentir como eleitos e acreditam que têm por missão salvar a humani-dade. Alertamos-vos para não cometerdes esse erro, pois deveis sempre ter como mandamento principal que o caminho do auto-conhecimento é único e orientado a cada discípulo pelo seu próprio Mestre. Também se verifica que existe muita confusão na nossa compreeensão em relação aos Mestres Ascensos que foram chamados para assumir o cargo de Mestre Interior de muitos discípulos. Em geral constata-se que diversos desses discípulos disputam a prerrogativa de serem os discípulos deste ou daquele Mestre Ascenso como se houvesse alguma diferença nesta questão. Observa-se, também, que muitos discípulos disputam entre si as mensagens recebidas nas suas meditações, enchendo-se de orgulho quando recebem mensagens de Seres de Luz que assumi-ram personalidades de destaque no nosso plano em encarnações anteriores. Como exemplo, quando um discípulo recebe uma mensagem de Jesus considera-se especial e acredita dever transmitir aos outros esta mensagem com o sentido unicamente de se engrandecer, embora se apresente perante os seus irmãos como um “servo da luz”. Esse comportamento não é o mais correto no momento de revelação que a humanidade agora passa, devendo ser evitado pelo discípulo

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que deseja realmente encontrar a Verdade. Os Mestres Ascensos podem ser consi-derados como irmãos que se encontram num “curso superior” na escola do auto-conhecimento e estão muito mais próximos de nós do que imaginamos. Por outras palavras, não devem ser considerados como “santos” a ser idolatrados nem como agentes provedores de milagres para os seus discípulos. Para evitar essas confusões, acaso recebais alguma mensagem de um Mestre Ascenso, perguntai ou meditai antes de torná-la pública e se convém ou não publicá-la assinada com o nome de quem a transmitiu. Evidentemente, saibam que nenhum canal que recebe uma mensagem está livre de interferência, pois mesmo no nosso plano se verifica como as informações podem se deturpar ao passarem de boca em boca, quanto mais quando essas informações provêm de planos energéticos superiores... As mensagens enviadas pelo Mestre ao seu discípulo são energéticas e serão traduzidas de acordo com a capacidade receptiva do discípulo que muitas vezes poderá não compreender plena-mente alguma mensagem e necessitará refazer os seus conceitos para interpretá-la adequadamente. O processo é parecido com uma torneira que recebe água pela primeira vez: — primeiro sai a sujidade do encanamento e algumas rajadas de água para depois jorrar a água sem interrupção. Não se pode garantir que todos aqueles que praticarem os exercícios deste livro descobrirão o

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seu Mestre Interior e terão êxito nesse processo imediatamente. Para alguns, estes exercícios facilitarão esse encontro e auxiliarão muitos que apenas estão precisando de um “empurrãozinho” para encontrarem os seus Mestres. Outros desis-tirão de prosseguir com este método e com certeza acharão tudo isto uma ilusão da mente do autor. Existirão aqueles que utilizarão este método como complementar de outros e continuarão prosseguindo na sua jornada evolutiva de acordo com as suas tônicas vibratórias. Independentemente dos resultados, deve-se deixar bem claro que esta obra não vende nenhuma ligação com os Mestres Ascensos e o seu autor não tem nenhum interesse em adquirir seguidores fanáticos ou fundar alguma religião específica. Na verdade, as Consciências de todos os homens já se encontram conectadas com os seus Mestres Interiores, bastando apenas que o homem desperte para essa ligação e acelere o processo de retorno à sua casa espiritual. Na linguagem humana os pronomes pos-sessivos, “meu, seu, teu, nosso, etc” são utilizados basicamente, como o nome indica, para indicar posse. Porém, quando dizemos “o meu Mestre”, “os vossos Mestres”, etc, não queremos dizer que o Mestre seja algum brinquedo a ser utilizado pelo discípulo. Apenas dizemos que “tal” Mestre direciona o processo deste ou daquele discípulo pela afinidade energética que os mantém unidos neste processo de auto-conhecimento. Por isso, não queirais transformar o Mestre Interior num

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símbolo de poder espiritual capaz de derrotar aqueles que se opoem aos vossos interesses pessoais. Ninguém pode utilizar o Mestre para impor a sua vontade egoísta aos irmãos ignorantes da Verdade e com isto dominá-los ou fazer com que atendam ao seu interesse pessoal. Sede coerentes convosco próprios e respeitai a Justiça Divina que, aparentemente, pode tardar mas jamais falhar. Podemos dizer que a essência principal desta experiência que compartilhamos não é constituida pelo conteúdo deste livro, mas sim pelo que vos trouxe até ela. Tudo o que foi relatado apenas procurou fazer com que o chamado dos vossos Mestres Interiores fosse percebido por vós e com isto orientar-vos nesse reencontro com a Verdade em vossos corações. Sintonizai-vos com o chamado e permiti que as vossas Consciências sejam abertas como “flores que saúdam o sol da manhã”. Que o “bom senso” seja o nosso guia e possa nos orientar sempre em direção à Luz do final do túnel da nossa ignorância. Desde já peço desculpa pelas imperfeições deste trabalho e espero que estas “Pérolas de Sabedoria” que recebi e procuro transmitir possam ser guardadas no santuário dos corações de todos aqueles que se sentirem sintonizados com este processo de auto-conhecimento. Peço àqueles que não se adaptarem ao presente processo que respeitem este trabalho da mesma forma como respeitam as suas crenças e ideais, mesmo que sejam contrá-

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rios às mensagens desta obra. Enfim, que nós, como homens, respeitemos os nossos seme-lhantes exatamente por serem como nós: simples-mente homens. Que a Paz dos nossos Mestres permaneça conosco. Um abraço do Autor, José Carlos M. Rodrigues

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A Despedida Neste momento, refletindo sobre este livro, encontro-me a contemplar o infinito, perdido num olhar profundo. Sinto a presença de Ron que se manifesta e pergunta: —— Você é o mesmo que eu anteriormente encontrei? —— Não sei, Ron. Será que podemos dizer que evoluímos? —— Uma semente que se transforma em árvore, evolui? – perguntou Ron. —— Em princípio parece que sim, mas ao mesmo tempo parece que não. — respondi. —— Podemos dizer que uma semente para evoluir, involui. — disse carinhosamente Ron. —— Como assim? — perguntei. —— Uma semente, ao se tornar uma árvore, morre como semente e se transforma em árvore. Assim sois vós, sempre morrendo (involuindo) e renascendo (evoluindo) em outras dimensões de Consciência. — respondeu sabiamente Ron. —— Interessante! — retruquei. —— Muito bem, amado discípulo. É hora de partir. — disse Ron. —— Mas como, Ron? Vais-me abandonar? — perguntei indignado. —— Observe o infinito. — disse Ron. Quando se conscientizar do infinito em si, sempre estará partindo em direção a esse infinito. Siga-me

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e acompanhe-me nesta jornada. — disse amorosamente Ron. E assim partimos em direção à Verdade Infinita contida em nossas Essências...