apuraÇÃo das informaÇÕes · passo a passo para a apuraÇÃo jornalÍstica fase i –...
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RUMORES, VERSÕES E DADOS
� O jornalismo trabalha com a articulação de outros discursos. O jornalista reconstrói o acontecimento a partir de relatos de testemunhas que participaram direta ou indiretamente do fato.
� Por isto, o trabalho de apuração e captação tem o objetivo de construir dados a partir de rumores e versões.
� A captação não se esgota apenas na obtenção de duas versões – os chamados “dois lados” – mas em contribuir para a construir no leitor indicadores de certeza.
PROPOSTA DE CAPTAÇÃO JORNALÍSTICA
� Proposição de Luiz Costa Pereira Júnior:� Compreender a limitação genérica de toda a apuração
jornalística (a realidade jamais caberá no “apurado”, será sempre o “disponível”)
� Checagem das informações (afastar os rumores e caminhar para os dados)
� Rigor nos dados (buscar sempre a exatidão)� VISÃO PLURAL DOS ACONTECIMENTOS
� Nível de incerteza (consciência da fragilidade dos resultados, de como é relativa a validade do que se apurou).
� Necessidade de solidez (sensibilidade de saber o quanto o destinatário da informação deseja um chão sólido para posicionar-se)
� A conduta do jornalista é de buscar uma e única verdade mas com espírito “aberto” para não cegar diante da evidência contrária ou ignorar a pluralidade de versões possíveis.
PASSO A PASSO PARA A APURAÇÃO JORNALÍSTICA
� FASE I – ELABORAÇÃO DA PAUTA� Pista Inicial + Sondagem inicial + Preparação da pauta
� FASE II – PRÉ-PRODUÇÃO� Análise das fontes + Seqüência da abordagem
� FASE III – PRODUÇÃO� Confrontação da informação + Checagem
� FASE IV – PÓS-PRODUÇÃO� Redação + Produção visual da reportagem + Reserva
de documentação
FASE I – ELABORAÇÃO DA PAUTA
� Plano de ação:� Relação de informações que já obtivemos� Relação de informações que nos faltam� Lista de fontes: onde localizar a informação que nos falta,
quais as fontes mais importantes e consistentes.� Check-list da qualidade da pauta
� Repórter mostra desconhecimento?� Apresenta contraponto ás informações dadas pelas fontes?� Personagens escolhidos são pouco relevantes?� Dados apurados atualizam questão abordada na pauta?� Premissa está forçada, equivocada ou fundada em preconceito ou
senso comum?� Há problema de enfoque que determina abordagem equivocada?� Levantamento prévio de informações está desatualizado?� Na apuração, o repórter percebeu que a informação não se
encaixava o que pensara ao propor a pauta?� A matéria exige tanta explicação prévia para convencer da sua
importância que não se justifica?
FASE II – PRÉ-PRODUÇÃO
� Análise estratégica das fontes� Hierarquia da autoridade� Produtividade (quantidade e qualidade da informação
que uma fonte pode dar)� Credibilidade (confiabilidade e regularidade – RISCO:
virar refém de determinadas fontes)� Check-list de análise das fontes:
� Relações, valor, situação, riscos e credibilidade das fontes� Conceitos complementares, informações que supomos que
sabem e a relação que supomos que as fontes têm com o fato� Até que ponto não estamos sendo usados por fontes
legitimadas por sua autoridade, produtividade e credibilidade anterior e não fazemos uma avaliação isenta sobre o real valor que as informações têm para o público.
FASE II – PRÉ-PRODUÇÃO
� Por ordem de importância:� Documentar-se ao máximo sobre cada fonte, começando
pelas fontes secundárias, documentais e técnicas e confrontar com a fonte principal.
� Ordenar a abordagem partindo da fonte de menor para a de maior importância apenas para fins de se preparar para as entrevistas seguintes
� Sempre deixar cada fonte preparada para nova consulta
� Por ordem de crítica� Começar pelas desfavoráveis, passando pelas técnicas e
neutras e terminando com as favoráveis.� Este procedimento permite ter um marco crítico inicial para
medir o interesse\impacto da notícia para depois ir para os argumentos que irão mediar o confronto com as fontes favoráveis.
FASE III - PRODUÇÃO
� Contato com a fonte (oportunidade de defesa de quem foi implicado na notícia)
� Cada apuração abrem novos vazios de informação a serem preenchidos com mais investigação.
� Checar se o repórter ficou refém da fonte� Pende para o peixe que uma delas lhe vendeu� Engole as versões sem questionamentos� Não esgota o que o entrevistado tem a informar� Engole opinião de apelo fácil� Atribui atitudes de uma fonte baseado no depoimento de
outra� Aceita informação de crédito duvidoso
� Checagem da informação (verificação)� Revisão do material apurado
TÉCNICAS PARA ENTREVISTA
� Construção ativa da entrevista:� Por que estou escrevendo isto?� Sobre o que julgo importante escrever?� O que me incomoda na realidade que vejo?� O que me desassossega?
� O jornalista deve distinguir entre “olhar a realidade”(apenas recebê-la) e “vê-la ativamente” (buscá-la).
15 COISAS QUE NÃO PODEMOS ESQUECER QUANDO ENTREVISTAMOS
1. Pergunte primeiro se pode gravar, fotografar ou filmar.2. Esteja informado sobre o entrevistado.3. Faça um roteiro4. Testar os equipamentos5. Na dúvida, senhor ou senhora6. Ouça de verdade7. Não dispute com o entrevistado8. Não roube a idéia de ninguém9. Reconheça o limite10. Desconfie da memória11. Não invente nada e nem ninguém12. Tenha paixão de conversar com o outro13. Pergunte por último14. Solte o fio...15. Escolha os temas e edite