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REDAÇÃO

MÓDULO 8 Recurso de Repetição

Professora Rosane Reis

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a está longe de ser um defeito de expressão

riquíssimo e muito útil para a expressão

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A repetição de um item lexical é um procedimento linguístico que concorre para efetivar, no texto, algumas relações semânticas ou pragmáticas à medida que faz o discurso progredir. Esse tipo de recorrência pode ser:

1. de termos (reiteração de um mesmo item lexical);

2. de estruturas (paralelismo sintático);

3. de conteúdos semânticos (paráfrase);

4. de recursos fonológicos (metro, ritmo, rima, assonância, aliteração) e

recorrência de tempos e aspecto verbal.

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A reiteração do mesmo item lexical,

“ que o é , creio que o Filho é , creio que o Espírito Santo é , e juntamente que estas três pessoas são realmente distintas, outra vez, e mil vezes, que a Pessoa do , e a Pessoa do Filho , e a Pessoa do Espírito Santo , não são três , senão um só .”

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A , ou paralelismo

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra (Carlos Drummond de Andrade)

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A

Em horas inda louras, lindas

Clorindas e Belindas, brandas

Brincam nos tempos das Berlindas

As vindas vendo das varandas.

(Fernando Pessoa)

Esta estrofe de Pessoa é um exemplo soberbo do uso expressivo da aliteração e da assonância. Neste caso, a acumulação sonora cria um efeito musical tão intenso que nos leva a colocar num plano secundário o conteúdo.

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A Valsa Tu, ontem, Na dança Que cansa, Voavas Co’as faces Em rosas Formosas De vivo, Lascivo Carmim;

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A , a paráfrase

“A interdição de um site pode estimular especulações nesse sentido, diante do princípio da proporcionalidade, ou seja, a razoabilidade de interditar um site, com milhares de utilidades e de acesso de milhões de pessoas, em virtude de um vídeo de um casal.”

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Ilustrando:

Eu sei que a gente se acostuma.

Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceita ler todo dia de guerra, dos números da longa duração[...]” ( Marina Colasanti, Eu sei, mas não devia)

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Comentário:

• A repetição do termo acostuma veicula a ideia de rotina enfadonha;

• A repetição de estruturas sintáticas como porque não seguidas de verbo no presente do indicativo com valor habitual demonstram que os motivos são sempre os mesmos;

• A repetição do mesmo tempo verbal – infinitivo – dando instrução de que as ações são infinitas;

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• A repetição do item esquece dá instruções de sentido sobre intensificação, i.e., esquece coisas importantes cada vez mais.

• A repetição progressiva de verbos que logo depois são contrapostos por outros que também serão contrapostos dando a ideia de que os costumes são feitos à base da negação de uma atividade por outra de sentido oposto: não ter vista ... não olhar; não olha .....não abrir; não abre ... acender; se acostuma ... esquece.

A repetição da estrutura aceitando ... aceita demonstra a repetição do item lexical em torno do qual o texto se estrutura (aceitar) trazendo consigo a instrução de que as coisas são como são e não há porque mudá-las. E também não há explicação plausível para o fato de aceitar: aceita porque aceita, não se explica, conforma-se

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CONCLUSÃO

Como a repetição se destaca por sua natureza retórica, tendo em vista a sua função proeminentemente persuasiva, pode ser usada, ainda que com cautela, numa redação argumentativa.

Em síntese, reconhecemos que a repetição nada mais é do que a recorrência intencional, com ou sem variações, de unidades linguísticas formais, ou semânticas, num determinado enunciado. Por conseguinte, podemos dizer, então, que a identidade da repetição está na natureza do elemento repetido e na intencionalidade de quem repete.

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