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A nova configuração da sociedade civil organizada: os múltiplos tipos de ações coletivas do novo milênio Organizado por Myrian Del Vecchio, a partir do texto “DAS AÇÕES COLETIVAS ÀS REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS”, de Ilse Scherer-Warren

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Novos movimentos sociais Diferença entre movimentos sociais e coletivos de ações Tipos de ação coletivas do novo milênio Ilse Scherer-Warren

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Page 1: Apresentação2   versão alunos

A nova configuração da sociedade civil organizada: os múltiplos tipos de ações coletivas do novo milênio

Organizado por Myrian Del Vecchio, a partir do texto “DAS AÇÕES COLETIVAS ÀS REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS”, deIlse Scherer-Warren

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Das ações coletivas às redes de movimentos sociais• Globalização e a informatização da sociedade• Diversificação e complexificação dos movimentos

sociais.• Emergência de novos sujeitos sociais, novas formas

de organização e articulação e cenários políticos mais dinâmicos.

• Necessidade de compreensão acerca da nova configuração da sociedade civil organizada, explicitando os múltiplos tipos de ações coletivas do novo milênio.

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Distinção entre as noções de uso de ações coletivas e de movimentos sociais

Ações coletivas

• Conceito empírico • Ação reivindicativa ou de protesto

realizada por meio de grupos sociais• Noção enérica e abrangente• Diferentes níveis de atuação

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A teoria geral sobre ações coletivas de Melluci: “Challenging Codes – collective action in the information age” (1996).

• Envolve uma estrutura articulada de relações sociais, circuitos de interação e influência, escolhas entre formas alternativas de comportamento (p. 18).

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Conceito de movimento social (Melucci)

Os movimentos sociais seriam uma das possibilidades das ações coletivas.

• 1. envolvem solidariedade• 2. manifestam um conflito • 3. excedem os limites de compatibilidade

do sistema em relação à ação em pauta.Autorreflexividade dos sujeitos e das organizações dão origem a ações sob a forma de redes sociais e coletivas (p. 113-17).

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Complexidade de formas de interação em rede

Três níveis de relações, que interagem e se complementam, mas enquanto categorias analíticas devem ser diferenciadas.

•Redes sociais•Coletivos em rede•Rede de movimentos sociais

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Redes sociais• Comunidade de sentido.• Atores ou agentes sociais são considerados

como os nós da rede.• Ligados pelos laços da rede (tipos de interação

com certa continuidade ou estruturação.• Exemplos de redes sociais: redes de parentesco,

redes de amizade, redes comunitárias variadas (religiosas, recreativas, associativismo civil, etc.), contendo ou não uma organização formal.

• Redes organizacionais de mobilização da sociedade civil ou redes propositivas de políticas sociais ou públicas, deve-se fazer a distinção entre coletivos em rede e rede de movimentos sociais.

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Coletivos em rede• Conexões entre organizações empiricamente

localizáveis.

• Esses coletivos podem vir a ser segmentos (nós) de uma rede mais ampla de movimentos sociais, que se caracteriza por ser uma rede de redes.

• O movimento social, no caso o movimento ambientalista, deve ser definido como algo que vai além de uma mera conexão de coletivos (SCHERER-WARREN, 2007b).

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Rede de movimentos sociais• Movimentos sociais: redes sociais complexas,

que transcendem organizações empiricamente delimitadas que conectam, sujeitos individuais e atores coletivos em torno de uma identidade ou identificações comuns, de uma definição de um campo de conflito e de seus principais adversários políticos ou sistêmicos e de um projeto ou utopia de transformação social.

• As identidades e os conteúdos das lutas podem ser específicos ou transidentitáriosambientalista, etc.).

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Rede de movimentos sociais

• Em síntese: movimentos sociais na sociedade contemporânea podem ser mais amplamente explicados quando os atores sociais ou formas de coletividade que os compõem forem tratados a partir de uma perspectiva de análise de redes sociais e organizacionais.

• Rede de movimentos sociais: síntese articulatória, amálgama ou redes das redes do agir e pensar coletivo;

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Quando existe o movimento socialUm movimento social existe quando há:

• Princípio de identidade construído coletivamente.• Definição coletiva de um campo de conflitos e dos

adversários centrais.• Construção de projeto de transformação ou de utopias

comuns de mudança social.

A rede de movimentos sociais refere-se, pois, à uma comunidade de sentido que visa a algum tipo de transformação social e que agrega atores coletivos diversificados, constitutivos do campo da sociedade civil organizada.

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Sociedade civil: acréscimos ao conceito clássico

• Sociedade civil é um conceito clássico da sociologia política. Na atualidade , ele tende a ser utilizado num modelo de divisão tripartite da realidade: Estado, mercado e sociedade civil.

• Está preferencialmente relacionado à esfera da defesa da cidadania e suas respectivas formas de organizações em torno de interesses públicos e valores, distinguindo-se do conceito de Estado e mercado.

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Sociedade civil: acréscimos ao conceito clássico

• O termo “terceiro setor” tem sido empregado para denominar as organizações formais sem fins lucrativos e não-governamentais com interesse público.

• A sociedade civil é a representação de vários níveis de como os interesses e os valores da cidadania se organiza em cada sociedade, para encaminhar ações em prol de políticas sociais e públicas, protestos sociais, manifestações simbólicas e pressões políticas. Esses níveis são expressão de interesses mais restritos, específicos, particularizados ou localizados, mas também de articulações de constelações mais amplas, universais ou globalizadas (atuação da sociedade civil organizada).

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Níveis organizacionais na atual sociedade civil: tipologia geral

• Organizações de base ou associativismo localizado

• Organizações de articulação e mediação política

• Mobilizações na esfera pública

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Organizações de base ou associativismo localizado

• Forças associativistas são expressões locais e/ou comunitárias da sociedade civil organizada.

• Buscam participar de redes nacionais e transnacionais de movimentos;

• MAS: em nível local, existem também coletivos informais, sem nenhuma ou pouca institucionalidade.

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Organizações de articulação e mediação política

• Buscam se relacionar entre si para o empoderamento da sociedade civil, representando as organizações e movimentos do associativismo localizado.

• Interlocução e as parcerias mais institucionalizadas entre a sociedade civil e o Estado, possíveis a partir dos meios técnicos que as viabilizam.

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Mobilização na esfera pública • Formas de protestos sociais de maior abrangência ou mais

conjunturais, que compõem um terceiro nível organizacional.• Fruto da articulação de atores dos movimentos sociais localizados,

das ONGs, dos fóruns e redes de redes, mas buscam transcendê-los por meio de grandes manifestações na praça pública, incluindo a participação de simpatizantes, para produzir visibilidade através da mídia e efeitos simbólicos para os próprios manifestantes e para a sociedade em geral, como forma de pressão política das mais expressivas no espaço público contemporâneo.

Alguns exemplos: Marcha Nacional Pela Reforma Agrária, de Goiânia a Brasília (maio/2005).Parada do Orgulho Gay.

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Rede de movimento social• Articulação entre vários atores ou organizações que

participam dos níveis organizacionais já citados.

Pressupõem: Identificação de sujeitos coletivos em torno de valores, objetivo ou projetos em comum. Construção de “identidade” coletiva ou “identificação grupal”, a definição de “adversários” ou “opositores” e um “projeto” ou “utopia”.

Tende a ser o nível mais complexo, mais politizado e orientado por um desejo de transformação.

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Rede de movimento social

Fonte: Scherer-Warren, 2006

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Articulação em torno de novas identidades políticas e de valores

• Associativismo localizado ou setorizado ou, ainda, os movimentos sociais de base locais percebem a necessidade de se articularem com outros grupos com a mesma identidade social ou política, para ganhar visibilidade, produzir impacto na esfera pública e obter conquistas para a cidadania.

• Nesse processo articulatório, atribuem legitimidade às esferas de mediação (fóruns/redes) entre os movimentos localizados e o Estado e buscam construir redes de movimento com relativa autonomia.

• Tensão permanente no seio do movimento social entre participar com e através do Estado para a formulação e a implementação de políticas públicas ou em ser um agente de pressão autônoma da sociedade civil.

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Articulação em torno de novas identidades políticas e de valores• Nas sociedades globalizadas, multiculturais e complexas, as identidades

tendem a ser cada vez mais plurais e as lutas pela cidadania incluem, múltiplas dimensões do self: de gênero, étnica, de classe, regional; mas também dimensões de afinidades ou de opções políticas e de valores: pela igualdade, liberdade, paz, sustentabilidade social e ambiental, respeito à diversidade e às diferenças culturais etc.

• As redes, por serem multiformes, aproximam atores sociais diversificados, dos níveis locais aos mais globais, de diferentes tipos de organizações e possibilitam o diálogo da diversidade de interesses e valores. Ainda que esse diálogo não seja isento de conflitos, o encontro e o confronto das reivindicações e lutas referentes a diversos aspectos da cidadania, permite aos movimentos sociais passarem da defesa de um sujeito identitário único à defesa de um sujeito plural.

• Exemplo: Articulação das Mulheres Brasileiras (AMB), rede tradicionalmente feminista, que hoje carrega um sub-título que diz Articulação de Mulheres Brasileiras - umaarticulação feminista e anti-racista.

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Transversalidade de direitos na luta pela cidadania

Fonte: Ilse Scherer-Warren, 2005

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Empoderamento das redes e sua participação em novas formas de governança

• Para os sujeitos se tornarem atores de novas formas de governança precisam participar em diversos espaços: mobilizações de base local na esfera pública; empoderamento por meio de fóruns e redes da sociedade civil; participação nos conselhos setoriais, no orçamento

• participativo e em outras parcerias entre sociedade civil e Estado; e, nos últimos anos, a busca de uma representação ativa nas conferências nacionais e globais de iniciativa governamental em parcerias com a sociedade civil organizada.

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Empoderamento das redes e sua participação em novas formas de governança

• No espaço das organizações de base local e nas mobilizações (locais e mais globais) é onde se reafirmam e se consolidam:

• as identidades coletivas, reforçando o sentimento de pertencimento

• os simbolismos/místicas das lutas, criando-se a ideia de unidade na diversidade e força interior para prosseguir

• os projetos/utopias, que dão longevidade e significação ao movimento

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Empoderamento das redes e sua participação em novas formas de governança

A cidadania se fortalece e amadurece nesses espaços na medida em que as seguintes condições se fazem presentes:

• No espaço de representação, como nos fóruns da sociedade civil, é onde vai se construindo de forma mais sistemática as propostas para a transformação social e formas de negociação com o Estado e o mercado.