apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

35

Upload: luisprista

Post on 21-Jun-2015

1.709 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42
Page 2: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

1. Os sentimentos do sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou contrariedade, pela ‘insónia” que o afecta a meio da noite (v. 3); a surpresa e alguma satisfação ou consolo, ao deparar com uma luz acesa numa outra janela, sinal de que não é o único a estar acordado àquela hora:

Page 3: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

“E, de repente, humano! O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (vv. 4-5); e algum interesse e até fraternidade para com aquele desconhecido insone como ele: “Quem serás?” (v. 10) e “Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!” (vv. 4-5).

Page 4: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

2. No poema estão representadas sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22.

Estão também presentes sensações auditivas — “no silêncio todo” (v. 1) e “Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!” (v. 18).

Page 5: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

É de registar, ainda, a presença de sensações tácteis nos versos 15-16: “Sobre o parapeito da janela da traseira da casa! Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro.”

Finalmente, no verso 2, há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto: “tictac visível”.

Page 6: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

3. O verso 13 do poema pode significar que as duas luzes são o traço de união entre aqueles dois seres na solidão da noite. São elas que aproximam os dois únicos seres humanos acordados. No fundo, aquelas duas luzes acesas são a arma comum que os irmana contra a solidão e as trevas do mundo.

Page 7: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

4. A apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!” — convoca a nostalgia da infância e a consciência da sua perda irreparável. O facto de o seu companheiro de insónia não ter luz eléctrica, usando, porventura, um candeeiro a petróleo, fez irromper a imagem meiga de uma “infância perdida”, povoada de afetos que contrastam com a solidão e a insónia do presente.

Page 8: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42
Page 9: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42
Page 10: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Sou um guardador de rebanhos.

1

Metáfora

O sujeito poético aproxima-se da natureza. A afirmação é a primeira premissa do silogismo constituído pelos três primeiros versos, cuja conclusão será «o sujeito poético é um guardador de sensações».

Page 11: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Penso com os olhos e com os ouvidos / E com as mãos e os pés, / E com o nariz e a boca.

4-6

Enumeração

Com este inventário de órgãos sensoriais reforça-se o que se estipulara no v. 3 (a prevalência do sentir físico).

Page 12: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Penso com os olhos e com os ouvidos / E com as mãos e os pés, / E com o nariz e a boca.

4-6

Polissíndeto

A articulação dos termos através da conjunção «e» ajuda a representar o eu lírico como ingénuo, simples, infantil, ao mesmo tempo que acentua o citado predomínio das sensações.

Page 13: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Penso com os olhos e com os ouvidos / E com as mãos e os pés, / E com o nariz e a boca.

4-6

Gradação

Hierarquizam-se as sensações de acordo com o grau de conhecimento que permitem apreender: as impressões visuais são a primeira fonte de saber, seguindo-se as auditivas, as tácteis, as olfativas e, por fim, as gustativas.

Page 14: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

E com as mãos e os pés / E com o nariz e a boca.

5-6

Anáfora / Paralelismo

Através da arrumação paralelística, consegue-se estilizar, «poetizar», o segmento, que pretendia também afirmar a simplicidade (caeiriana) do eu.

Page 15: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la / E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

7-8

Metáfora / Quiasmo

Exemplifica-se o que se teorizara antes (o poeta só pensa através das sensações — no caso, visão, olfato, gosto). No v. 7, a ação sensorial está à direita (pensar = visão e olfato); no verso 8, a ordem é a contrária (gosto = pensar).

Page 16: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Me sinto triste de gozá-lo tanto,

10

Antítese

O quase paradoxo marca talvez a aversão do eu à perceção mental do gozo.

Page 17: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

E fecho os olhos quentes,

12

Sinestesia

Um pouco forçadamente, talvez se possa considerar haver aqui uma associação do tacto («quente») à visão («olhos»), que, de novo, tenderia a valorizar o domínio das sensações.

Page 18: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,

13

Metáfora

Sugere-se a importância do sentir (do «corpo»), que seria a única via de acesso à «realidade».

Page 19: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Sei a verdade e sou feliz.

14

Paralelismo / Bipartição do verso

Na sequência da metáfora anterior, confirma-se a supremacia do sentir sobre o pensar, assume-se a sensação como a autêntica forma de conhecimento e única fonte de felicidade.

Page 20: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42
Page 21: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42
Page 22: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

a. A expressão sublinhada na frase «Sou um guardador de rebanhos» (v. 1) desempenha a função sintática de sujeito.

Predicativo do sujeito

Page 23: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

b. O pronome «lhe» (v. 8) recupera o referente «fruto» (v. 8).

E comer um fruto é saber-lhe o sentido. antecedente anáfora

Page 24: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

c. Os vocábulos «olhos» (v. 4), «ouvidos» (v. 4), «mãos», «pés» (v. 5), «nariz» e «boca» (v. 6) são hipónimos de «corpo» (v. 13).

Não, seriam hipónimos do hiperónimo ‘órgãos do corpo humano’.

São merónimos do holónimo ‘corpo’.

Page 25: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

d. O conector «quando» (v. 9) introduz um nexo causal.

O nexo é ordem temporal.

Page 26: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

e. No contexto do poema, as palavras «rebanho», «pensamentos» (v. 2) e «sensações» (v. 3) mantêm entre si uma relação semântica de equivalência.

Page 27: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42
Page 28: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

«Cruz na porta da tabacaria!»

Campos ou Pessoa ortónimo?

Regularidade métrica;

Regularidade rimática;

Regularidade estrófica;

Não haver nervosismo de Campos.

 

Aparente alusão ao mesmo contexto de «Tabacaria».

Page 29: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Escreve síntese de «O mural de Pessoa» (p. 72).

Regras das sínteses estão na p. 327 (falta porém a indicação de que, não havendo outra indicação, a síntese terá ¼ da extensão do texto-fonte, talvez não mais de oitenta palavras).

Page 30: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Em «O mural de Pessoa», Manuel Halpern propõe-nos uma transposição da ficção pessoana da heteronímia para o contexto contemporâneo das redes sociais. A divulgação de cada heterónimo far-se-ia por perfis, já se vê falsos, no Facebook. Diverte-se o cronista a imaginar como seriam as páginas de cada um dos heterónimos, adaptando as suas idiossin-crasias conhecidas à situação que imagi-nou, ao mesmo tempo que conjetura a popularidade que teriam junto de outros membros.

Page 31: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42
Page 32: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42
Page 33: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

«Cruz na porta da tabacaria!»

Campos ou Pessoa ortónimo?

Regularidade métrica;

Regularidade rimática;

Regularidade estrófica;

Não haver nervosismo de Campos.

 

Aparente alusão ao mesmo contexto de «Tabacaria».

Page 34: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42
Page 35: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 41-42

Apreciações ao trabalho de cada um

até agora (em Gaveta de Nuvens).