apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 124-125

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1.

Vasco da Gama é, neste ponto da narrativa, narrador heterodiegético. É um narrador intradiegético (personagem da história em que este relato se encaixa), mas, nesta parte da narrativa, não é participante na ação, funciona como um qualquer «narrador de 3.ª pessoa.»

 

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2.1

Quando comparado com o «tamanho ajuntamento» (est. 43, v. 7) de soldados mouros, o exército português era reduzido («em força e gente tão pequeno», est. 42, v. 8; «tão pouco era o povo bautizado, / Que, pera um só, cem Mouros haveria», 43, vv. 3-4; «pera um cavaleiro houvesse cento», 43, v. 8). Por outro lado, também em experiência os inimigos são descritos como superiores, pois todos

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os reis mouros eram «experimentados nos perigos» (44, v. 3). Dada esta desproporção, ao conseguirem vencer os

seus inimigos hiperbolicamente apresentados (mais experientes e numerosos), os portugueses adquirem um valor excecional e, deste modo, assumem-se como heróis épicos, capazes de façanhas singulares e extraordinárias.

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2.2

A guerra é apresentada como o caminho para a fama («guerra, onde se alcança a ilustre fama», est. 44, v. 4), segundo o ideal cavaleiresco da época (da tradição medieval ainda).

 

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3.

Após a visão divina de D. Afonso Henriques, «os ânimos da gente / Portuguesa» ficaram «inflamados» (est. 46, vv. 1-2), deixando o exército mouro «atónito e torvado» (50, v. 1) e desorientado («Toma sem tento as armas mui depressa», est. 50, v. 2), o que acaba por levar à sua derrota (53, vv. 1-3).

 

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6.

O episódio da batalha de Ourique conferiu à reconquista e à independência nacional um caráter mítico, associando-se a fundação da nacionalidade a uma predestinação e o povo português a uma nação escolhida por Deus para expandir o seu império na terra, à luz do espírito de cruzada.

 

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No poema de Torga faz-se referência às mulheres («Pátria-Mãe-Viúva que ficava», v. 6), tristes e amarguradas («aos gritos e aos gemidos», v. 7), e aos navegadores que partem, animados por um «sopro viril de reação» (v. 10) e confiantes na sua coragem (vv. 13-16).

As estâncias d’Os Lusíadas destacam os mesmos grupos: «As mulheres c'um choro piadoso» (est. 89, v. 3) apresentam os mesmos sentimentos de «desesperação» e «medo» (89, v. 7). «Mãis, Esposas, Irmãs»

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(89, 5) estavam «descontentes» (88, 4) e já com saudades («Saudosos», 88, 4), presumindo que os nautas estariam «perdidos» (89, 2). Os marinheiros são apresentados de forma que acentua a sua fragilidade. Vasco da Gama confessa que se sentia «Cheio dentro de dúvida e receio» (87, 7), o que salienta a natureza humana e sensível dos navegadores e, posteriormente, realçará a sua dimensão épica, ao ultrapassarem todos os perigos e concretizarem um objetivo antes vedado aos homens.

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1.1.

A perífrase usada para designar a igreja de Belém associa esta ao local de nascimento de Cristo, o que remete para a ideia de que os portugueses estavam predestinados a cumprir a senda de Cristo.

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1.2

A apóstrofe «ó Rei» (v. 5) destina-se a captar a atenção do monarca de Melinde para a situação descrita, num momento de grande tensão emocional que poderia ter condicionado o sucesso da viagem. Vasco da Gama empenha-se em fazer sentir ao seu interlocutor que os portugueses não se revelam apenas fortes fisicamente, mas demonstraram grande dureza de ânimo e força de vontade para concretizar a missão incumbida pelo seu rei.

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2.

«A gente da cidade» acorrera ao local para ver partir «amigos» e «parentes» (est. 88, v. 2) ou para «ver somente» (est. 88, v. 3) e dar depois um passeio ao Centro Cultural de Belém.

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2.1.

Os presentes entendiam que, sendo a viagem um «tão longo caminho e duvidoso» (est. 89, v. 1), estaria desde logo condenada ao fracasso. Sentiam os marinheiros já «perdidos» (est. 89, v. 2) ou, na melhor das hipóteses, sabiam que não os iam «tornar a ver tão cedo» (est. 89, v. 8). As esposas já sonhavam o momento em que ficariam a sós com os seus amantes e as mães pensavam em adotar novas crianças em instituições do estado.

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Ainda se utiliza, atualmente, a expressão «ser um Velho do Restelo» para designar metaforicamente uma pessoa «conservadora, antiquada, ultrapassada, parada no tempo, que resiste à mudança, para quem qualquer empreitada parece impossível de realizar e que apregoa a desgraça».

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Praia das lágrimas (Carlos Tê / Rui Veloso)

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Ó mar salgado, eu sou só mais uma

Das que aqui choram e te salgam a espuma.

Ó mar das trevas, que somes galés,

Meu pranto intenso engrossa as marés.

Ó mar da Índia, lá nos teus confins,

De chorar tanto tenho dores nos rins.

Page 26: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 124-125

Choro nesta areia: salina será?

Choro toda a noite, seco de manhã.

Ai, ó mar roxo, ó mar abafadiço,

Poupa o meu homem, não lhe dês sumiço!

Que sol é o teu nesses céus vermelhos?

Que eles partem novos e retornam velhos!

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Ó mar da calma, ninho do tufão,

Que é do meu amor? Seis anos já lá vão!

Não sei o que o chama aos teus nevoeiros:

Será fortuna ou bichos-carpinteiros?

Page 28: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 124-125

Ó mar da China, Samatra e Ceilão,

Não sei que faça: sou viúva ou não?

Não sei se case: notícias não há...

Será que é morto ou se amigou por lá?

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TPC — (Em tepecê anterior já ficara pedida a preparação da leitura das estâncias nas pp. 174-175.) Prepara também a leitura em voz alta das estâncias nas pp. 178-179.

(Estudar gramática. Concluir Memorial.)

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