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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL ‐ RIMA COMPLEXO EÓLICO HARMONIA MAIO/2014   APRESENTAÇÃO       A Rialma Energia Eólica S.A apresenta a SEMACE o documento denominado:       Relatório de Impacto Ambiental—RIMA  Complexo Eólico Harmonia      Maio de 2014  

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL ‐ RIMA 

COMPLEXO EÓLICO HARMONIA 

MAIO/2014 

 

 

APRESENTAÇÃO 

 

 

 

 

 

 

A Rialma Energia Eólica S.A apresenta a SEMACE o documento denominado: 

 

 

 

 

 

 

Relatório de Impacto Ambiental—RIMA  

Complexo Eólico Harmonia  

 

 

 

 

Maio de 2014 

 

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

COMPLEXO EÓLICO HARMONIA

MAIO/2014

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INDICE 1. Informações Gerais 9

1.1 Identificação do Empreendimento 9

1.2 Identificação do empreendedor 10

2. Caracterização do Empreendimento 12

2.1 Objetivo Geral 12

2.2 Localização e acesso 13

3. Descrição Técnica do empreendimento 15

3.1 Caracterização Técnica 15

3.1.1 Componentes do Sistema 16

3.1.2 Sistemas e Equipamentos Elétricos 17

3.1.3 Instalações de Média Tensão 17

3.1.4 Características da Subestação Elevatória 18

3.1.5 Obras Civis 19

3.2 Cronograma de Implantação 22

3.3 Fase de Implantação 22

3.4 Fase de Operação 22

4. Alternativas do empreendimento 22

4.1 Alternativa Locacionais 22

4.2 Alternativas Tecnológicas 23

5. Aspectos Legais do Empreendimento 23

5.1 Outras Legislações 25

6. Planos e Programas Co-Localizados 25

6.1.1 Planos e Programas Governamentais 25

7. Áreas de Influência do empreendimento 26

7.1 Área de Influência – AID 27

7.2 Área de Influência – AII 27

8. Diagnóstico Ambiental 27

8.1 Metodologia 27

8.2 Meio Físico 27

8.2.1 Caracterização climática 27

8.2.2 Qualidade do Ar 28

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8.2.3 Níveis de ruído 28

8.2.4 Geomorfologia 28

8.2.5 Pedologia 29

8.2.6 Recursos hídricos 29

8.2.7 Geologia 31

8.3 Meio Biótico 31

8.3.1 Flora 31

8.3.2 Inventário Florestal 32

8.3.3 Fauna 32

8.4 Meio Socioeconômico 33

8.4.1 Metodologia 33

8.4.2 Diagnóstico da área de influência Indireta (AII) 33

8.4.2.1.1 Aspectos Históricos 33

8.4.2.1.2 Aspectos Demográficos 34

8.4.2.1.3 Infraestrutura Física 34

8.4.2.1.4 Infraestrutura Social 35

Educação 35

Saúde 35

Turismo, Lazer e Cultura 36

Organização Social 36

Segurança Pública 37

8.4.2.1.5 Estrutura Fundiária 38

8.4.2.2.1 Aspectos Históricos 38

8.4.2.2.2 Aspectos Demográficos 39

8.4.2.2.3 Infraestrutura Física 39

8.4.2.2.4 Infraestrutura Social 40

8.4.2.2.5 Estrutura Fundiária 42

8.4.2.3.1 Aspectos Históricos 42

8.4.2.3.2 Aspectos Demográficos 43

8.4.2.3.3 Infraestrutura Física 43

8.4.2.3.4 Infraestrutura Social 44

8.4.2.3.5 Estrutura Fundiária 46

8.4.3 Diagnóstico da Área de Influência Direta (AID) 46

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8.5 Zoneamento Geoambiental 60

9. Identificação e Análise dos Impactos Ambientais 61

9.1 Procedimentos Metodológicos para avaliação dos Impactos Ambientais 61

9.2 Impactos Ambientais sobre Meio Físico 64

9.3 Impactos Ambientais sobre Meio Biótico 69

9.4 Impactos Ambientais sobre Meio Antrópico 73

10. Proposição de Medidas Mitigadoras 80

10.1 Fase de Instalação 81

10.2 Fase de Operação 81

10.3 Cronograma de Execução das Medidas Mitigadoras 83

11. Programas de Controle e Monitoramento Ambiental 83

11.2 Programas de Gestão Ambiental do Empreendimento 83

12. Compensação Ambiental 87

12.1 Procedimentos Metodológicos para o Cálculo de Compensação 87

12.1.1 Grau de Impacto (GI) 88

12.1.2 Impacto sobre a Biodiversidade (ISB) 88

12.1.3 Comprometimento de Área Prioritária (CAP) 88

12.1.4 Influência em Unidade de Conservação (IUC) 89

12.1.5 Índices de Cálculo 89

12.1.5.1 Índice Magnitude (IM) 89

12.1.5.2 Índice Biodiversidade (IB) 90

12.1.5.3 Índice Abrangência (IA) 90

12.1.5.4 Índice Temporalidade (IT) 91

12.1.5.5 Índice Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP) 92

12.1.6 Cálculo do grau de Impacto (GI) 93

12.1.6.1 Influência em Unidades de Conservação (IUC) 93

12.1.6.2 Comprometimento de Área Prioritária (CAP) 93

12.1.6.3 Impacto sobre a Biodiversidade (ISB) 93

12.2 Valoração da Compensação Ambiental 95

13. Conclusões 96

14. Bibliografia 97

15. Glossário 103

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INDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – LOCALIZAÇÃO GEORREFERENCIADA. 14

FIGURA 2 – VISTAS GERAL E INTERNA DA TURBINA EÓLICA DA PLATAFORMA WEG/MTOI. 15

FIGURA 3 - DIMENSÕES ESTRUTURAIS WEG/MTOI TWT 2.3 MW. 16

FIGURA 4 - LAYOUT DO CANTEIRO DE OBRAS. 21

FIGURA 5 - TRECHO DA RODOVIA PARA ACESSO A ESTRADA DA COMUNIDADE PINDOGUABA. 47

FIGURA 6 - ESTRUTURA DAS CASAS DA COMUNIDADE PINDOGUABA. 48

FIGURA 7 - ESCOLA DE PINDOGUABA. 49

FIGURA 8 - FONTE DE RENDA – ARTESANATO DA FIBRA DO CROÁ. 50

FIGURA 9 - ENTREVISTA COM O SR. FRANCISCO TRAJANO. 51

FIGURA 10 - GRÁFICO DE ESCOLARIDADE. 51

FIGURA 11 - INFRAESTRUTURA DE SAÚDE. 52

FIGURA 12 - INFRAESTRUTURA DE EDUCAÇÃO. 53

FIGURA 13 - INFRAESTRUTURA EM SEGURANÇA. 53

FIGURA 14 - INFRAESTRUTURA DE EMPREGO. 54

FIGURA 15 - IMPORTÂNCIA DO PROJETO PARA A LOCALIDADE. 54

FIGURA 16 - ENTREVISTAS COM OS MORADORES DE JABURUNA. 55

FIGURA 17 - PRINCIPAL FONTE DE RENDA. 55

FIGURA 18 – ESCOLARIDADE. 56

FIGURA 19 - ESCOLA ESTADUAL F. LUÍS DA SILVA EM JABURUNA. 56

FIGURA 20 - CLASSIFICAÇÃO DO LUGAR ONDE MORA 57

FIGURA 21 - INFRAESTRUTURA DE SAÚDE 57

FIGURA 22 - INFRAESTRUTURA DE EDUCAÇÃO 58

FIGURA 23 - INFRAESTRUTURA DE SEGURANÇA 58

FIGURA 24 - INFRAESTRUTURA DE EMPREGO 59

FIGURA 25 - INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 59

FIGURA 26 - IMPORTÂNCIA DO PROJETO 60

FIGURA 27 - CRITÉRIOS QUALITATIVOS UTILIZADOS PARA A AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS DO

EMPREENDIMENTO, ATRAVÉS DO MÉTODO DA MATRIZ DE INTERAÇÕES. 63

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ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1: IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR 10

QUADRO 2: IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTORA 10

QUADRO 3: IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA. 11

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APRESENTAÇÃO

O presente Relatório de Impacto Ambiental - RIMA tem por objetivo subsidiar o Termo de Referência Nº 1043/2013 – DICOP / GECON, emitido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará – SEMACE, a fim de dar continuidade no processo de Licenciamento Ambiental do Complexo Eólico Harmonia, composto por oito Centrais Geradoras Eólicas – CGE; Harmonia I, Harmonia II, Harmonia III, Harmonia IV, Harmonia V, Harmonia VI, Harmonia VII e Harmonia VIII localizado na microrregião da Serra da Ibiapaba, mais especificamente nos municípios cearenses de Ibiapina, Ubajara e Tianguá. Este Relatório, já previsto na Política Nacional do Meio Ambiente e em outros mais dispositivos legais, compõe a documentação necessária para que o licenciamento ambiental de implantação do projeto seja concedido e, por isso, se dá em elemento técnico-legal.

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1. Informações Gerais

1.1 Identificação do Empreendimento

O presente RIMA tem como meta demonstrar a viabilidade ambiental das Centrais Geradoras Eólicas – CGE Harmonia I, Harmonia II, Harmonia III, Harmonia IV, Harmonia V, Harmonia VI, Harmonia VII e Harmonia VIII com potência instalada de 29,9 MW cada, a serem localizadas nos municípios cearenses de Ibiapina, Ubajara e Tianguá. As CGE Harmonia I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII estão inseridas no Complexo Eólico Harmonia, empreendimento de geração eólica que concentrará a operação de oito centrais geradoras a serem instaladas ao seu devido tempo e com os licenciamentos cabíveis na região da Serra de Ibiapaba. O projeto, instalação e operação das CGE em estudo são de responsabilidade da Rialma Energia Eólica S/A-CE, empresa de capital privado do setor de geração elétrica. Para efeito de estudo ambiental e licenciamento ambiental, uma vez que a Rialma tem interesse irrestrito em implementar e operar as oito Centrais Geradoras Eólicas de forma concomitante, foi sugerido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE a elaboração de um EIA que contemplasse todas as CGE do Complexo Eólico Harmonia. Nas fases de instalação e operação, conforme determina a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – cada CGE será gerida por agentes de geração definidos por Sociedades de Propósito Específico - SPE. Em virtude de ser um complexo de parques eólicos, que pretende ser instalado em áreas próximas, municípios vizinhos, com quase a totalidade as mesmas características geológicas, geomorfológicas e fitossociológicas, o termo de referência para este estudo contempla diretrizes para elaboração dos estudos das oito Centrais Geradoras Eólicas Harmonia.

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1.2 Identificação do empreendedor

O empreendimento é um projeto da Rialma Energia Eólica S/A-CE, empresa de capital privado do setor de geração elétrica, sendo assim identificada:

Quadro 1: Identificação do empreendedor

Empreendedor Rialma Energia Eólica S/A-CE

CNPJ 15.014.934/0002-30

Endereço SIT Papiranga, rodovia CE 187 km 20, zona rural Ubajara/CE

Telefone/Fax 61-3298-8800

Representante Legal

Emival Ramos Caiado Filho

Endereço SIA, Trecho 17, Lote 1080, Brasília – DF-CEP: 71.200-000

Contato Ricardo Malaquias Ferreira

Telefone/Fax 61-3298-8800

E-mail [email protected]

Quadro 2: Identificação da empresa consultora

Empresa Consultora

Vento Consultoria

CNPJ-MF 09.185.685/0001 - 62

Endereço Matriz: SCN, Quadra 2, Bloco D, Ed. Liberty Mall, Torre B, Sala 833,

Brasília – DF / CEP 70.712-903

Fone/Fax Matriz: (61) 3046 - 7746

E-mail [email protected]

Representante Legal

Helton Garcia Fernandes

CPF 169.194.618-94

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Quadro 3: Identificação da equipe técnica.

Nome Função Empres

a Formaç

ão

Registro Profission

al

CTF/ IBAMA

Assinatura

Ricardo Malaqui

as Ferreira

Resp.Técnico/Diretor

Rialma Eng. Civil

CREA/DF 12675/D

Breno Ferreira de Melo

Apoio técnico Rialma Eng.

Florestal.

CREA/DF 15264/D

2246228

Saulo

Ranieri de

Miranda Cunha

Apoio Técnico Rialma Estág.En

g Amb.

-

Neyla Caldeira

Alves

Meio antrópico

Vento Eng. Amb.

CREA/MG 154.174-D

5625367

Cirano Gomes Ribeiro

Meio Físico Vento Eng. Amb.

CREA/DF 20.726-D

5443736

Handerson

Fernando Nunes Moura

Meio antrópico

Vento Gestor Amb.

CRQ-PI 18.200.18

3

5405070

Rafael Mendes Haddad

Geoprocessamento

Vento Eng.

Agrônomo.

CREA/DF 18.650-D

5626269

Igor Cavalcan

ti de Oliveira

Apoio Técnico Vento Biólogo CRBio

77.883/05-D

5241033

Isabelle Felício

Lira Meio físico Vento Geóloga

CREA-CE 060.855.2

47-0

5506363

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2. Caracterização do Empreendimento

2.1 Objetivo Geral

A energia eólica é uma opção justificada por diversos motivos, especialmente pelo seu baixo impacto ambiental e pelo fato de promover a substituição de fontes energéticas oriundas de combustíveis fósseis (que contribuem para o aumento significativo da poluição atmosférica). A energia eólica concentra seus impactos no sítio de instalação, no caso específico uma área com elevado nível de antropização, não sendo necessária a relocação de pessoas ou de infraestruturas. Não existe perda de habitat por grandes supressões de vegetação ou represamento de água, também não existem emissões atmosféricas de nenhum tipo na operação nesse tipo de empreendimento. O Complexo Eólico Harmonia irá deixar de emitir ao meio ambiente, pelo menos, 1,3 milhão de toneladas de CO2 durante todo o seu prazo de autorização. Vale ressaltar que, conjunturalmente, o Brasil tem despachado térmicas sistematicamente, usinas estas que contribuem de maneira negativa para a poluição atmosférica. Aproveitamentos eólicos apresentam baixíssima utilização de solo (<1% no caso do projeto sendo avaliado), permitindo a preservação da flora e fauna locais. As intervenções construtivas são de baixo impacto, estando concentradas em poucos meses e com limitada ação física na geografia local. Fora isso, são projetos com descomissionamento de baixa complexidade, permitindo a remoção integral das estruturas implantadas e recomposição da vegetação. Atualmente, a energia eólica já é vista como estratégica para a expansão da oferta de energia elétrica no país. No Brasil, os períodos de menor capacidade dos reservatórios das hidrelétricas, coincidem exatamente com os períodos de maiores ventos e, portanto de maior geração de energia nas Usinas Eólicas. Essa complementaridade já comprovada entre as fontes eólicas em nosso país potencializa uma maior confiabilidade e estabilidade do Sistema Elétrico Brasileiro. Diante do exposto acima, nota-se que a exploração da energia eólica é de extrema importância no desenvolvimento regional do estado do Ceará.

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2.2 Localização e acesso

O Complexo Eólico Harmonia será situado na microrregião da Serra do Ibiapaba no estado do Ceará. A Serra de Ibiapaba está localizada a aproximadamente 318 km de Fortaleza. O acesso se dá partindo-se de Fortaleza pela BR-020 até a entrada da BR-222, sentido Umirim. Seguindo na BR-222, por mais 300 quilômetros, até Tianguá, passando pelas cidades de Itapagé, Sobral e Frecheirinha. A cidade de Tianguá liga os outros municípios sede (Ubajara e Ibiapina) dos parques eólicos que compõem o Complexo Eólico Harmonia por meio de rodovias estaduais.

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Figura 1 – Localização georreferenciada.

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3. Descrição Técnica do empreendimento

3.1 Caracterização Técnica

Os equipamentos que serão instalados foram escolhidos por refletir uma tecnologia amplamente testada, que se adapta muito bem às características do regime de ventos da região e de grande confiabilidade. A figura abaixo apresenta detalhes do modelo de aerogerador WEG/MTOI utilizado no projeto. Abaixo, segue a informação da turbina eólica adotada:

Modelo: TWT 2.3 MW

Fabricante: WEG/MTOI

Diâmetro do Rotor, em (m): 120,00

Altura do eixo dos rotores dos aerogeradores, em (m): 120,00

Figura 2 – Vistas geral e interna da turbina eólica da plataforma WEG/MTOI.

A Figura 3 apresenta um desenho com as dimensões do modelo de aerogerador WEG/MTOI utilizado no projeto.

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Figura 3 - Dimensões estruturais WEG/MTOI TWT 2.3 MW.

3.1.1 Componentes do Sistema

O TWT 2.3 é um aerogerador com controle ativo do ângulo de passo das pás e rotação variável do rotor. Todas as funções do aerogerador são monitoradas e controladas por uma unidade de controle, baseada em microprocessadores instalados no painel de comando e controle da turbina, localizados no piso de entrada da torre. A turbina é montada sobre uma torre de concreto, e é pintada com tinta especial anti-corrosiva. A seguir serão listados os principais componentes que compõem o aerogeradores a ser instalado no Complexo Harmonia.

I. Rotor;

II. Sistemas de Passo das Pás (PITCH);

III. Gerador Elétrico;

IV. Sistema de Frenagem do Aerogerador;

V. Sistema de Orientação da Nacele (YAW);

VI. Sistema de Controle;

VII. Nacele;

VIII. Sistema de Medição de Vento, dados meteorológicos e Sinalização Aérea;

IX. Sistema de Segurança;

X. Torre;

XI. Fundação;

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XII. Operação do Aerogerador;

3.1.2 Sistemas e Equipamentos Elétricos

A energia será gerada em 690 V e elevada para 34,5 kV por um transformador de 2.350 kVA. A potência total instalada será de 29,9 MW. O parque eólico é composto dos seguintes subsistemas:

I. Instalações de Baixa Tensão e Geração;

II. Centros de Transformação;

III. Transformador de Baixa/Média Tensão;

IV. Cabos e Conexão Cubículo-Transformador;

V. Cubículo de Conexão à rede de Média Tensão

3.1.3 Instalações de Média Tensão

I. Redes Internas do Parque

A rede de Média Tensão está projetada para recolher a energia produzida pelos aerogeradores e conectá-los à subestação do parque eólico. No desenho, foram considerados os seguintes critérios:

Valeta paralela à estrada quando possível;

Todos os circuitos de transporte de energia no interior do parque serão subterrâneos

com tensão de 34,5 kV;

Cabos: isolamento EPR;

Configuração dos circuitos, de forma que não seja superada a intensidade admissível e

que o aerogerador não seja desconectado.

II. Conexão entre Centros de Transformação e Rede de Média Tensão

A interconexão dos Centros de Transformação de cada circuito será realizada mediante feixes de cabo unipolar de isolamento seco tipo EPR-105º de diferentes seções, sendo a seção máxima de condutor 630 mm².

III. Características da Rede de Média Tensão

As seções de condutor serão adaptadas em cada tramo de circuito às cargas máximas previsíveis em condições normais de serviço. A capacidade utilizada em cada uma das seções de cabo para as condições específicas de cada um dos circuitos foi calculada de acordo com a norma NBR.

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No desenho SD 1- 08 e SD 1- 09, em anexo ao presente relatório, pode ser observado os detalhe do diagrama unifilar e uma planta com a subestação coletora a ser implantada para o Complexo Eólico Harmonia, respectivamente.

IV. Aterramento

A grande maioria dos componentes do aerogerador é metálica e estão interconectados entre si. A separação entre tais componentes é reduzida, o que impede guardar as distâncias de segurança caso os elementos fossem independentes (referenciados a diferentes potenciais). A estratégia de proteção no interior do aerogerador se baseia na equipotencialidade, minimizando desta forma as diferenças de tensão internas entre as diferentes massas. Uma correta instalação de aterramento facilitará a descarga de energia do raio e reduzirá as probabilidades de dano à instalação. Os valores máximos admissíveis das tensões de toque e passo no corpo humano serão os definidos nas normas IEC e NBR.

V. Rede de Comunicação

Os aerogeradores, as estações meteorológicas e o equipamento de medida da subestação principal estarão diretamente conectados por meio dum laço de comunicações de fibra ótica ao sistema de controle do parque, situado no quarto anexo à sala de cubículos da subestação. O sistema de controle incluirá um “host computer” (HC) com aplicação gráfica de fácil manejo que irá controlar diferentes parâmetros da operação e da produção do parque eólico. Todo o parque eólico terá a supervisão e controle local desde o quarto de controle situado na subestação. Os aerogeradores, as estações meteorológicas, a rede elétrica e própria subestação principal serão conectadas ao computador local na sala de controle mediante um enlace de fibra ótica. Um “driver” adaptará as informações recebidas desde o enlace de comunicações para sua conexão coma s portas de entrada do computador local (HC) de controle do parque. Será feita a conexão com outros pontos de controle remoto exteriores à instalação de geração, mediante enlaces de fibra ótica nas linhas elétricas de evacuação de energia, ou através de enlaces via rádio.

3.1.4 Características da Subestação Elevatória

Característica Geral

A Subestação Coletora e Elevadora do Complexo Harmonia (34,5 kV/230 kV) será do tipo convencional, com barramento duplo com disjuntor de transferência e um transformador elevador com potência nominal de 30/35 MVA, com tensão primária de 34,5 kV e tensão secundária de 230 kV. As conexões do transformador nos barramentos de 34,5 e 2308 kV serão através de disjuntores.

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Serão construídas 05 entradas de linhas na tensão de 34,5 kV com disjuntores que serão conectadas no barramento de 34,5 kV da subestação, cuja finalidade é captar a energia gerada nas centrais eólicas. A SE do Complexo Harmonia terá uma entrada de linha em 230 kV com disjuntor, para conexão na linha de transmissão que conectará a Subestação Elevadora ao SIN (Sistema Interligado Nacional) através do barramento de 230 kV da Subestação Sobral II. Proteção

O sistema de proteção será dotado de relés microprocessados com as respectivas funções de proteção requeridas para esse sistema. O mesmo terá as proteções primárias e alternadas com registrador de perturbações e demais requisitos exigidos para acesso a rede básica. Descrição da Conexão do Empreendimento na Rede de Distribuição

A energia gerada será transmitida por meio de Linha de Transmissão Aérea numa tensão de 230 kV. Saindo da coletora SE Emissora do Complexo Eólico Harmonia indo em direção a SE Sobral II (Município de Sobral- CE), num total de aproximadamente 90 km de Linha. A Linha de Transmissão respeitará as normas da concessionária local e mais a questão socioambiental. A linha de transmissão será projetada de acordo com as prescrições da Norma Técnica NBR 5422, da ABNT, ou de sua sucessora, de forma a preservar, em sua operação, as distâncias de segurança nela estabelecidas. Serão previstas a circulação das capacidades de longa e de curta duração da LT e a ocorrência simultânea das seguintes condições climáticas:

Temperatura máxima média da região;

Radiação solar máxima da região;

Brisa mínima prevista para a região, desde que não superior a 1m/s.

3.1.5 Obras Civis

Serviços a serem executados em cada área para a instalação dos geradores eólicos:

Construção das estradas internas do parque, para transporte dos equipamentos e

deslocamento das gruas;

Plataformas para a operação das gruas junto às torres, para elevação dos

equipamentos;

Instalação das torres;

Obra civil da subestação;

Fundações dos aerogeradores;

No desenho da obra civil foram tidos em conta os seguintes critérios:

Aproveitar ao máximo os caminhos existentes;

Estradas de acesso de 5 metros de largura total e sobre larguras de acordo à

especificação do fabricante dos aerogeradores;

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Áreas para montagem dos aerogeradores. Terão dimensões de 25 X 35 m, de acordo

com as especificações da IMPSA WIND. São necessários para que a grua possa

transportar e elevar a torre, o rotor e a gôndola nos pontos determinados. A

plataforma não precisará ser pavimentada, sendo suficiente uma extensão e

compactação das terras com taludes cuja estabilidade garanta o suporte da grua;

Fundações dos aerogeradores. O tipo de fundação será definido na oportunidade da

elaboração do projeto executivo do Complexo Harmonia;

Fundação da torre meteorológica. O tipo de fundação será definido na oportunidade

da elaboração do projeto executivo do Complexo Harmonia;

Acondicionamento e restauração paisagística das superfícies afetadas pelas obras.

Na Figura 4 é apresentado o layout do Parque Harmonia.

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Figura 4 - Layout do Canteiro de Obras.

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3.2 Cronograma de Implantação

O prazo previsto para implantação do projeto é de 12 meses, após a concessão da Licença de Instalação emitida pelo órgão Ambiental.

3.3 Fase de Implantação

Esta fase se dá pela instalação do projeto em si, perfazendo o assentamento do canteiro de obras, a construção das vias de acesso e fundações, a instalação e montagem das turbinas eólicas, instalações elétricas, edificações, além de testes finais e comissionamento.

3.4 Fase de Operação O Complexo Eólico Harmonia está projetado para uma capacidade instalada de 29,9 MW em cada um dos oito parques, através da operação de 13 aerogeradores constantes em cada um. A energia será produzida e vendida no mercado de energia elétrica nacional, que se dará pelo leilão de energia elétrica de fonte eólica, com contrato de 20 (vinte) anos.

4. Alternativas do empreendimento

4.1 Alternativa Locacionais

O clima predominante do Nordeste brasileiro é o semiárido, que é caracterizado por altas temperaturas e baixo volume pluviométrico. A exceção é o litoral da região, onde atuam sistemas meteorológicos que provocam maior quantidade de precipitação. Ao longo do ano, existem dois períodos bem definidos, o seco e o chuvoso, que ocorrem em diferentes períodos dependendo do local. Os ventos alísios, intensos e constantes, sopram de leste ao longo de todo o ano sobre o Nordeste e são responsáveis por esta Região apresentar o maior potencial eólico do País. A alternativa preferencial para a localização de um empreendimento é sempre aquela que se mostra social e ambientalmente menos impactante, levando-se em consideração, também, as questões técnicas e econômicas. A Serra da Ibiapaba demonstrou ser uma alternativa muito interessante, isso se deve ao fato que, a serra reuniu características que viabilizam tecnicamente o projeto, tais como:

Recurso Eólico Disponível: vento na intensidade e constância exigida;

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Disponibilidade de Terrenos: a área deve ser compatível com o porte do

empreendimento, e a documentação deve ser regularizada e sem impedimentos

ambientais;

Infraestrutura da Região: estradas de acesso para o transporte de equipamentos, e

conexão elétrica para escoamento da energia gerada.

Os estudos para verificação do potencial eólico da região da serra de Ibiapaba garantiram através das medições anemométricas, a grande disponibilidade do recurso eólico.

4.2 Alternativas Tecnológicas

Dentre as tecnologias para produção de energia estão:

I. Hidreletricidade – Usinas Hidrelétricas;

II. Hidreletricidade – Pequenas Centrais Hidrelétricas;

III. Usinas Termoelétricas;

IV. Usinas Nucleares;

V. Usinas Solares;

VI. Usinas Eólicas;

Devido ao pequeno porte da vegetação na região e o regime de hidrologia superficial sem potencial hidrelétrico, além da ótima disponibilidade do recurso eólico no estado do Ceará, as duas opções mais viáveis em material de energia são a Solar e a Eólica.

5. Aspectos Legais do Empreendimento

O presente capítulo apresenta os principais aspectos legais referentes ao projeto de implantação do Complexo Eólico Harmonia, no Estado do Ceará. Compreende a especificação e a análise das principais leis e normas ambientais nos âmbitos federal, estadual e municipal relacionadas com a proposta do empreendimento visando a orientar o pedido de Licenciamento Ambiental e a viabilizar a sua implantação e operação em conformidade com a legislação vigente. O meio ambiente é qualificado como bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida, conforme preconiza o artigo 225 da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988, que, além disso, determina que o meio ambiente ecologicamente equilibrado seja um direito difuso, que possui natureza indivisível. É um bem que a todos pertence e, ao mesmo tempo, a ninguém especificamente o possui. Trata-se de garantia constitucional, insculpida na CF/88. A Política Nacional do Meio Ambiente – Lei federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, artigo 2º, inciso I, considera o meio ambiente como patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido para uso da coletividade. São objetivos dessa Lei (art. 2º): a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando

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assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

Em se tratando de legislação Estadual, o Capítulo IV da Constituição Estadual refere-se ao meio ambiente e aos direitos e deveres de preservá-lo, tendo como principais agentes o poder público e a coletividade, a fim de se obter um ambiente equilibrado para garantir qualidade de vida para as futuras gerações. Além disso, a legislação ambiental que dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente, a Lei 11.411, de 28 de dezembro de 1987, criou o Conselho Estadual do Meio Ambiente – COEMA –, e a Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE. No que diz respeito à Legislação Municipal, serão tratadas as legislações pertinentes aos três municípios que o Complexo Eólico Harmonia abrange: Tianguá, Ubajara e Ibiapina. O município de Tianguá se organiza de forma autônoma, regendo-se por sua Lei Orgânica, promulgada em 31 de maio de 1990, bem como por sua Lei de Diretrizes. Esta última institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do município, que orienta o processo de desenvolvimento urbano com o fim de garantir melhor qualidade de vida à população, sob a luz de seus objetivos gerais, dentre os quais se destacam garantir ao morador e ao visitante o desfrute de ambiente saudável na cidade e propor medidas que solucionem os possíveis conflitos de uso de solo e ocupação de solo, principalmente aqueles que degradem o meio ambiente. Sancionada em 2000, a Política Ambiental do Município de Tianguá tem por base os princípios de participação, cidadania, desenvolvimento sustentável, conservação dos ecossistemas e da biodiversidade, responsabilidade objetiva, precaução, elaboração de Agenda 21 e princípio do poluidor-pagador. O município de Ubajara possui em sua Lei Orgânica, de 05 de abril de 1990, uma seção que trata do Meio Ambiente. Nesta seção, são estabelecidas competências aos órgãos de administração direta, que se destacam a exigência de estudo prévio de impacto ambiental, a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a preservação e conservação do meio ambiente. A Lei Orgânica do município de Ubajara se orienta considerando as áreas especiais previstas no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, plano este com diretrizes aprovadas em sua Lei Municipal 712, de 29 de junho de 2004. O município de Ibiapina exprime sua autonomia política mediante a Lei Orgânica Municipal, promulgada em 05 de abril de 1990, que tem, dentre outros princípios, a proteção ao meio ambiente. Sob a luz deste princípio, cabe ao município instituir e manter programas que assegurem a proteção do meio ambiente, da fauna e da flora, em cooperação com a União e os Estados. A política ambiental do Município de Ibiapina, instituída pela Lei 352, de 09 de outubro de 2006, dispõe sobre a competência municipal, os instrumentos de ação, fiscalização e controle ambiental, gestão dos atributos naturais do município e dá outras providências.

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5.1 Outras Legislações

O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo complexo, que se subdivide em várias etapas, de modo que a realização de uma depende da outra, e que culmina na prática do ato administrativo específico, qual seja, a licença ambiental. Sendo a Complexo Eólico Harmonia um empreendimento voltado para a produção de energia eólica, ele se sujeita ao Licenciamento Ambiental, conforme previsto na Resolução n.º 237 do CONAMA, motivo pelo qual foi elaborado o presente Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), conforme exigência do órgão estadual competente, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará - SEMACE. É importante citar que no EIA estão descritos todas as legislações, resoluções, instruções Normativas e Portarias pertinentes ao empreendimento em nível federal, estadual e municipal.

6. Planos e Programas Co-Localizados

Quanto à inserção regional do empreendimento, foram levantados os Planos e Programas governamentais ou privados existentes em nível regional, estadual e municipal, implementados ou projetados, que exerçam influência sobre a área do projeto. A seguir, serão descritos os mais relevantes.

6.1.1 Planos e Programas Governamentais

Alguns programas governamentais destinados à região do Complexo Eólico Harmonia são:

Plano de Desenvolvimento Inter-regional Vale do Coreaú e Ibiapaba (PDIR)

Plano Inter-regional de Transportes (PIT) do Vale do Coreaú e Ibiapaba;

Sistema estruturante de acessibilidade regional e Inter-regional;

Ampliação de subestações abaixadoras e expansão da rede de distribuição elétrica nas

áreas preferenciais para investimentos do PDIR;

Inventário da disponibilidade de água subterrânea;

Plano Inter-regional de Recursos Hídricos (PIRH) do Vale do Coreaú e Ibiapaba e

Estruturação do Comitê de Bacias Inter-regionais;

Plano Inter-regional de Esgotamento Sanitário (PIES) do Vale do Coreaú e Ibiapaba;

Plano Inter-regional de Resíduos Sólidos (PIRS) do Vale do Coreaú e Ibiapaba;

Implantação do sistema de telefonia fixa e móvel em distritos e vilas;

Expansão e integração dos sistemas de suporte à telefonia fixa e móvel e à

transmissão de sinal de TV em sedes, distritos e vilas existentes.

Programas destinados aos Sistemas Habitacionais, ao Turismo e ao Desenvolvimento Urbano:

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Programa de Aceleração do Crescimento (pac);

Programa Pró-Moradia;

Mutirão de Água;

Programa Pró-Saneamento;

Programa de Modernização do Setor Saneamento (pmss);

Programa kfw (Programa de Saneamento Básico Rural do Ceará);

Projeto Arranjos Produtivos Locais (apl);

Programa Luz para Todos;

Pró-Saneamento iii;

Comunidade Solidária;

Telepostos / Alô Ceará;

Programa de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Turismo no Nordeste

(PRODETUR/NE I);

Programa de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Turismo no Nordeste

(PRODETUR/NE II);

Projeto de Desenvolvimento Urbano e Gestão de Recursos Hídricos (PROURB);

Programa de Combate a Pobreza Rural no Ceará – PCPR;

Programa de Gerenciamento e Integração de Recursos Hídricos (PROGERIRH);

Plano de Desenvolvimento Sustentável da Região Turística do Meio Norte

(PDSRT/MEIO NORTE).

7. Áreas de Influência do empreendimento

Preconizada na Resolução CONAMA 01/86, a delimitação das Áreas de Influência de um determinado projeto auxilia na avaliação de impactos ambientais inerentes a este, principalmente no direcionamento de coleta de dados.

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7.1 Área de Influência – AID

As AID são regiões que sofrem, pela proximidade com o empreendimento, grande influência deste, já que estas áreas compreendem as principais rotas de transporte e operacionais. A AID foi definida pela área arrendada, onde será instalado o Complexo Eólico Harmonia.

7.2 Área de Influência – AII

As AII são delimitadas pelas áreas que sofrem algum tipo de interferência do empreendimento, porém interferências de natureza indireta, visto que essas regiões não estão em contato direto com o projeto. A AII foi delimitada como sendo os municípios de Ibiapina, Tianguá e Ubajara, no estado do Ceará, onde será implantado o Complexo Eólico Harmonia.

8. Diagnóstico Ambiental

O Diagnóstico Ambiental busca a compreensão do ecossistema como um todo da região do empreendimento. Para tal, o melhor entendimento de todos seus componentes, o meio físico, o meio biótico e o meio antrópico, é essencial. Juntamente com a análise do três aspectos, pretende-se caracterizar a atual condição ambiental da área de influência do Complexo Eólico Harmonia.

8.1 Metodologia

8.2 Meio Físico

O diagnóstico do meio físico se deu a partir de dados secundários encontrados em literatura e de visitas a campo. As informações apresentadas enfatizarão caracterização climática, da qualidade do ar na região, dos níveis de ruído do ambiente, geomorfológica, da dinâmica costeira e sedimentar, dos dolos, dos recursos hídricos e usos da água.

8.2.1 Caracterização climática

O estado do Ceará apresenta clima predominantemente semiárido, com períodos escassos de chuva, compreendendo desde 500 mm a 1800 mm de chuva por ano, a depender da região. A região de interesse, onde será instalado o Complexo Eólico Harmonia, é a região noroeste do estado. Seu microclima é diferenciado do restante do Ceará por haver terrenos rebaixados em elevados. Por isso, as temperaturas variam de 22° a 26° C.

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De acordo com a série histórica de precipitação de cada um dos três municípios onde o empreendimento será instalado, percebe-se que a maior taxa de precipitação se dá entre os meses de março e abril. A média anual de precipitação de cada município é de 1.714,18 mm/ano em Ibiapina, 1.404,18 mm/ano em Tianguá e 1.528,06 mm/ano em Ubajara. Outro fator climático importante para se analisar são os ventos. Pelo fato de o empreendimento ser um Complexo de geração de energia elétrica com força motriz a força dos ventos, é interessante saber dados como velocidade e direção dos ventos. Tendo em vista que os ventos são decorrentes da diferença de pressão entre regiões, a pressão atmosférica também se faz objeto de estudo para o empreendimento. A região do empreendimento e seus municípios possuem uma pressão atmosférica que varia entre 1009 hPa e 1010 hPa (Ipece, 2012). Os ventos, de acordo com estudos, variam entre 5,8 e 6,5 m/s, sendo que o mês cm menor velocidade dos ventos é abril (ARAÚJO, 2010).

8.2.2 Qualidade do Ar

A qualidade do ar é um dos fatores essenciais à qualidade de vida e ao bem-estar do ser humano. A poluição atmosférica é definida como qualquer forma de matéria ou energia de intensidade, concentração, tempo ou características que tornem o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, ao bem-estar público, ao meio ambiente ou a segurança. As fontes de poluição podem ser naturais ou antropogênicas, móveis ou estacionárias, compostas, diretas ou indiretas, lineares ou difusas, além de serem caracterizadas sob aspecto do transporte, mistura ou reações químicas. De acordo com dados levantados, não existem fontes significativas de poluição atmosférica, já que a ocupação e o tráfego de veículos são reduzidos. Além disso, os padrões atmosféricos de qualidade do ar são atendidos.

8.2.3 Níveis de ruído

Considerando as legislações vigentes, foram realizadas medições a fim de monitorar os níveis de ruído na região do empreendimento. Apesar de a norma NBR 10.151, que define os limites de ruídos para as diferentes regiões, indicar o valor de 40 decibeis A para sítios e fazendas no período diurno, os valores medidos foram, em sua maioria, acima deste valor. Visto que o relevo da região é de suave a ondulado e que se trata de uma região com altas velocidades de vento, era de se esperar que o ruído fosse ligeiramente acima do limite. Mesmo quando fracos, os ventos são o principal gerador de ruídos na região.

8.2.4 Geomorfologia

A geomorfologia regional do noroeste do Ceará envolve três unidades geomorfológicas: Depressão Sertaneja, Planaltos residuais e Planalto da Ibiapaba, sendo que as áreas de influência do empreendimento se localizam nesta última, em sua maioria.

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O relevo de capadas é formado por estruturas geológicas acima de 600 metros com porção plana na parte superior. A Chapada da Ibiapaba, região do empreendimento, se caracteriza como “cuesta” cujo relevo possui uma escarpa íngreme voltada para o Ceará e outra com declive suave voltada para o Piauí. As altitudes médias são de 750 metros. A geomorfologia se faz presente no âmbito de se prevenir, entre outras negatividades, os processos erosivos. A erosão, apesar de ser um processo natural, vem se intensificando devido a atividades antrópicas. Suas consequências são a perda de solos férteis, poluição da água e do ar, assoreamento de cursos hídricos, entre outros. A AID, em decorrência de sua ocupação e da ocupação do solo, expõe algumas áreas, fazendo com que o processo erosivo aconteça. Entre essas regiões em que é possível a erosão, se destacam trilhas de gado, estradas de acesso, locais com manejo agrícola impróprio com remoção vegetal.

8.2.5 Pedologia

Regionalmente são caracterizados solos do tipo Areia Quartzosa Distrófica, Podzólico Vermelho Amarelo Eutrófico, Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico e Solos Litólicos Eutróficos (EMBRAPA, 2006). Segundo Pereira e Silva (2005), do ponto de vista pedológico, coloca-se que “Argissolos Vermelho-amarelo” caracterizam o solo nos segmentos de relevo mais elevado e “Neossolos Litólicos” ocorrem no setor mais rebaixado. Na área em que empreendimento será localizado, são reconhecidos somente a Areia Quartzosa Distrófica e o Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico. Na atual classificação pela EMBRAPA (2006), as Areias Quartzosas Distróficas estão incluídas na classificação de Neossolos, que compreende solos constituídos por material mineral, ou por material orgânico pouco espesso, que não apresentam alterações expressivas em relação ao material originário devido à baixa intensidade de atuação dos processos pedogenéticos. O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa 2006) indica que os Latossolos são típicos das regiões equatoriais e tropicais, ocorrendo também em zonas subtropicais, distribuídos, sobretudo, por amplas e antigas superfícies de erosão, pedimentos ou terraços fluviais antigos, normalmente em relevo plano e suave ondulado. São originados a partir das mais diversas espécies de rochas e sedimentos, sob condições de clima e tipos de vegetação os mais diversos. Têm sequencia de horizontes A, B e C com pouca diferenciação de subhorizontes e transições usualmente difusas ou graduais.

8.2.6 Recursos hídricos

O Ceará é formado por onze regiões hidrográficas, a região onde será implantado o Complexo Harmonia, o qual abrange três municípios, pertencem a duas bacias hidrográficas: o município de Tianguá/CE pertence à Bacia Hidrográfica Coreaú. E os municípios de Ubajara/CE e Ibiapina/CE pertencem à Bacia Poti – Longá, conforme mapas retirados do Caderno Regional da Bacia do Coreaú e Caderno Regional da Bacia Poti – Longá, elaborado pelo Instituto de

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Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (INESP, 2009) e organizados pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e Conselho de Autos Estudos e Assuntos Estratégicos. De acordo com o Caderno Regional da Bacia do Coreaú, esta bacia é composta da área drenada pelo rio Coreaú e seus tributários, além de microbacias que se abrem diretamente para o Oceano Atlântico, perfazendo um total de 10.633,66 Km². As altitudes variam de 0m (litoral) a pouco menos de 900 m (Cuesta da Ibiapaba), apresenta as menores amplitudes pluviométricas do Estado com médias mínima e máxima anuais de aproximadamente 1000 mm (norte da bacia) e 1.350 mm (sul da bacia), respectivamente. Drena terrenos cristalinos e sedimentares, onde as tipologias litológicas dão à rede de drenagem uma feição dendrítica e paralela. Na área de influência direta do empreendimento, alguns corpos hídricos se encontram nas proximidades das poligonais das CGEs, são eles: os rios Jaburu, Bom Jesus e riacho Jatobá. Além destes rios há também o Açude Jaburu que é responsável pelo abastecimento, por adutoras, dos municípios de Ubajara, Tianguá, Ibiapina, Viçosa do Ceará, Carnaubal, São Benedito e Guaraciaba do Norte além de alguns distritos. Na Bacia Hidrográfica Poti-Longá, segundo o Caderno Regional da Bacia Poti-Longá, a quantificação e caracterização das captações de água subterrânea nas bacias, geradas a partir da sistematização do cadastro dos pontos d’água da CPRM e nos cadastros de poços da Funceme, Sohidra, Cogerh, DNOCS, Funasa, SDR e empresas privadas, até 2006, mostram a existência de 2.173 pontos d’água, sendo: 1.945 poços tubulares; 204 poços amazonas e 24 fontes naturais, captando água tanto em rochas sedimentares como cristalinas. No que diz respeito às águas subterrâneas, com base nos dados dos poços cadastrados que captam água dos aquíferos das bacias Poti-Longá, tem-se que a disponibilidade efetiva instalada é de 14,08 milhões de m3/ano, capaz de beneficiar, aproximadamente, 51.400 famílias. Na Bacia Hidrográfica do Coreaú, segundo o Caderno Regional da Bacia do Coreaú, a quantificação e caracterização das captações de água subterrânea na bacia, geradas a partir da sistematização do cadastro dos pontos d’água da CPRM e nos cadastros de poços da Funceme, Sohidra, Cogerh, DNOCS, Funasa, SDA e empresas privadas, até 2006, mostram a existência de 1.096 pontos d’água, sendo: 1.043 poços tubulares; 45 poços amazonas; e 8 fonte natural, captando água tanto em rochas sedimentares como cristalinas. A grande maioria das captações (95,16%) desta bacia é representada por poços tubulares. Os 1.043 poços tubulares estão distribuídos por toda Bacia e captam água dos seguintes aquíferos: porosos (44,20%), cársticos (4,03%), aluviais (4,99%) e fissurais (46,79%). No que diz respeito às águas subterrâneas, com base nos dados dos poços cadastrados que captam água dos aquíferos da bacia do Coreaú, tem-se que a disponibilidade efetiva instalada é de 9,33 milhões de m3/ano, capaz de beneficiar, aproximadamente, 34.000 famílias. Nas áreas de influência do empreendimento, correspondente aos municípios de Ibiapina, Tianguá e Ubajara, tem-se que as águas subterrâneas são representadas por três domínios hidrogeológicos: rochas cristalinas, sedimentares e depósitos aluvionares.

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O principal aquífero sedimentar é o aquífero da Formação Serra Grande, localizado na borda oriental da serra da Ibiapaba. De toda a Bacia Sedimentar do Parnaíba, somente os arenitos da Formação Serra Grande estão no território cearense, podendo alcançar uma espessura da ordem de 300 m. É constituída de arenitos muito silicificados apresentando, assim, um comportamento de aquífero fissural cujos poços chegam a profundidades de 67 m, vazões de 3,7 m³/h e STD de 348 mg/L em média segundo Cenário Atual dos Recursos Hídricos do Ceará - Pacto das Águas (INESP, 2008).

8.2.7 Geologia

O arcabouço geológico presente na área de influência regional do empreendimento envolve dois domínios bem caracterizados: a bacia do Parnaíba e o Domínio Médio Coreaú. Todas as CGEs do empreendimento encontram-se dentro do domínio da Bacia do Parnaíba, no Grupo Serra Grande. E na porção leste do empreendimento encontra-se o Domínio Médio Coreaú, descrito como segue, de forma simplificada, pois não abrange diretamente a área do empreendimento, mas apenas a área de influência regional. A região de dobramentos do Médio Coreaú (Torquato & Nogueira Neto, 1996) é caracterizado por um elevado grau de heterogeneidade, devido à multiplicidade de origens e idades dos terrenos que a constituem. Com base em pesquisas anteriores podem-se distinguir seis unidades litoestratigráficas principais: Complexo Granja, Grupo Martinópole, Grupo Ubajara, Granitos Brasilianos, Grupo Jaibaras e Coberturas Sedimentares (Santos et al, 2008). Na área de influência regional do empreendimento encontram-se o Grupo Ubajara, Grupo Jaibaras e Grupo Martinópole pertencentes ao Domínio Médio Coreaú. A Bacia do Parnaíba, que também contou na sua origem e evolução com formação de rifts intracratônicos resultantes da separação do megacontinente Panótia (CABY e ARTHAUD, 1995), os quais foram posteriormente abortados, recobre, portanto, terrenos antigos dobrados durante o Ciclo Brasiliano. A camada sedimentar mais antiga da Bacia do Parnaíba – o Grupo Serra grande - aflora em superfície fazendo contato com esses terrenos dobrados, metarmofizados e plutonizados. A coluna sedimentar da bacia apresenta uma espessura da ordem de 3.400m e pode ser dividida em cinco sequências deposicionais, denominadas de sequências siluro-ordoviciana (I), devoniana (II), carbonífero-triássica (III), jurássica (IV) e cretácica (V), separadas por discordâncias regionais e correlacionáveis a eventos tectônicos de natureza global (Soares et al., 1978; Góes et al., 1993 e Góes & Feijó, 1994, in: CPRM 2001).

8.3 Meio Biótico

8.3.1 Flora

A flora é caracterizada pela caatinga, vegetação que compreende o semiárido brasileiro. A fisionomia da caatinga é muito variada, com um número elevado de comunidades vegetais, desde áreas de vegetação arbustiva e rala até florestas impenetráveis, atingindo facilmente 8

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metros de altura. Há presença de espécies micrófilas e decíduas, além de adaptações como espinhos, acúleos, folhas e caules suculentos. O predomínio de ervas anuais caracteriza essa vegetação. A flora da caatinga apresenta um grau de endemismo importante e suficiente para que a mesma seja reconhecida como uma vegetação distinta. Ocorrem pelo menos 18 gêneros e 318 espécies endêmicas em toda a caatinga.

8.3.2 Inventário Florestal

O inventário florestal não foi realizado até o fechamento do estudo. Apesar disso, é nítido o fato de que a cobertura vegetal nativa da região do empreendimento se encontra extremamente descaracterizada, devido ao uso do solo que se deu quando a área foi ocupada. Existem poucos fragmentos de vegetais nativos, já que grande parte deu lugar à agricultura de subsistência e à fruticultura, como a de caju, maracujá, acerola e outras.

8.3.3 Fauna

A fauna da região da Caatinga é muito rica e possui alto grau de endemismo. Onde se localizará o empreendimento, apesar disso, não se percebe tal fato, pois há uma antropização bem acentuada. Para fins de caracterização, então, se destacam os seguintes grupos: herpetofauna e ornitofauna, em se tratando da região do Complexo Eólico. Fazendo parte da herpetofauna, os anfíbios aparecem nas épocas de chuva, já que necessitam de água para sua metamorfose. Alguns exemplares comuns, se destacam o sapo-cururu (Rhinella paracnemis) e o cururuzinho (Rhinella granulosa), que aparecem em quase todos os locais abertos, com as primeiras chuvas da estação úmida, a jia (Leptodactylus sp.), o sapo boi (Proceratophrys cristiceps) e outras espécies. Ainda no grupo de herpetofauna, os répteis se fazem animais ecologicamente muito importantes, já que são, muitas vezes, carnívoros, se alimentando de insetos e outros artrópodes, de minhocas e de pequenos vertebrados. Há também aqueles que se alimentam de vegetais. Os répteis da região que se destacam são Philodryas olfersii (cobra-verde); Oxybelis aeneus (cobra-cipó ou bicuda); Micrurus ibiboboca (coral verdadeira); Iguana iguana (camaleão); Ameiva ameiva (calango) e outros. A ornitofauna, ou avifauna, também se faz de um grupo de extrema importância para a manutenção do equilíbrio ecológico, já que controlam populações das quais se alimentam e fornecem material orgânico para o ambiente de forma mais abrangente por meio de seus dejetos. As aves aliadas aos répteis constituem os principais membros da fauna Tetrápoda desse ambiente, os quais se alimentam principalmente de frutos e insetos. Dentre as espécies mais abundantes estão: Columbina talpacoti (rolinha); Mimus saturninus (sabiá); Crotophaga ani (anum-preto); Gnorimpsar chopi (graúna); Chlorostilbon aureoventris (beija-flor), entre outras.

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8.4 Meio Socioeconômico

Para este diagnóstico do meio antrópico, ou seja, socioeconômico, foram considerados os seguintes aspectos: dinâmica populacional; uso e ocupação da terra; caracterização socioeconômica; estrutura produtiva e de serviços; organização social, infraestrutura e serviços públicos; patrimônio histórico, cultural, paisagístico e arqueológico; lazer, turismo e cultura dos municípios de Ubajara, Tianguá e Ibiapina, no estado do Ceará.

8.4.1 Metodologia

O diagnóstico do meio socioeconômico possibilita a compreensão da dinâmica de vida das populações afetadas pelo empreendimento, por meio de levantamento de dados primários e secundários. Para elaboração do diagnóstico da AID foram priorizados os dados primários, enquanto para a caracterização da AII foram priorizados os dados secundários por permitirem análises estatísticas baseadas em informações oficiais. Como primeira atividade do estudo, foi elaborado um check-list para subsidiar no levantamento dos dados. Foram levantadas e avaliadas informações obtidas junto aos órgãos oficiais federais, estaduais e municipais e instituições de pesquisa, assim como aquelas fornecidas por lideranças locais, durante pesquisa de campo. Desta forma, paralelamente, iniciou-se a etapa de preparação de roteiro para coleta de dados em campo e levantamento de dados secundários nas fontes publicadas pelas instituições de pesquisa governamentais e não governamentais reconhecidas, tais como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada – IPEA, Confederação Nacional de Municípios, entre outras.

8.4.2 Diagnóstico da área de influência Indireta (AII)

A Área de Influência Indireta (AII) dos empreendimentos compreende os municípios de Tianguá, Ubajara e Ibiapina, localizados no Estado do Ceará. Dessa forma, o diagnóstico descreve e analisa aspectos socioeconômicos desses municípios que influenciarão ou serão influenciados pela instalação do empreendimento.

8.4.2.1 Município de Tianguá – CE

8.4.2.1.1 Aspectos Históricos

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Os primeiros habitantes de Tianguá foram João Batista e sua esposa D. Isabel Francisca de Jesus, registrando-se no ano 1796, com uma faixa de uma légua de terras nas quais hoje é a cidade de Tianguá. Deste casal nasceu Bonifácio Batista Leal, herdando a maior parte das terras. Dele nasceram seus filhos que provaram do lugar que deram o nome de Chapadinha. Em 1840, Francisco Batista Leal, filho de Bonifácio Batista Leal casou-se com D. Gonçala Maria de Jesus o qual ficaram conhecidos e tratados por Pais Velhos. Após o nome dado por seus primeiros habitantes, Tianguá recebeu o nome de Barrocão, distrito de Paz de Vila Viçosa Real do Ceará; sob a jurisdição de Pernambuco, em 31 de julho de 1890, pelo decreto nº33; o município instalou-se em 12 de agosto de 1890 e recebeu a denominação de Tianguá; por efeito do decreto estadual nº 193, de 20 de maio de 1931, sendo novamente instalado a 04 de dezembro de 1993. Foi em fase do decreto nº448, de 20 de dezembro de 1938 que a vila foi elevada a condição de cidade, sendo fundador desta cidade o coronel Manoel Francisco de Aguiar. Pelo decreto estadual nº62 de 09/09/1890, vila de Barrocão passou a denominar-se Tianguá. O município é constituído de 5 distritos: Tianguá, Arapá, Caruataí, Pindoguaba (ex- Palmeirinha) e Tabainha, divisão territorial datada 1968, permanecendo assim em divisão territorial realizada em 2005. O nome Tianguá é indígena e deriva do riacho dessa denominação, afluente do Itaculumi. Significa, segundo Pompeu Sobrinho, "o lugar onde costuma aparecer o espectro do córrego (ou água)" e provém de ti (ty) au (aua) guá (guaba). A primeira câmara municipal de Tianguá foi empossada em 12 de agosto de 1890 pelo presidente da intendência municipal de Viçosa – Tenente Domingo Benício da Silveira e pelo secretário da mesma – Coronel José Antônio Coelho de Albuquerque, em virtude a ordem do presidente do Estado. E a primeira escola para o sexo masculino foi criada em 23 de novembro de 1899 e teve como professora D. Maria de Carvalho.

8.4.2.1.2 Aspectos Demográficos

A população do município de Tianguá, no ano de 2010, segundo o Censo Demográfico do IBGE é de 68.901 habitantes, distribuídos em 45.828 residentes na zona urbana e 23.073 residentes na área rural. A população quanto ao sexo está distribuída em 34.179 homens e 34.722 mulheres.

8.4.2.1.3 Infraestrutura Física

O município de Tianguá apresenta uma estrutura habitacional diversificada, com grandes áreas desocupadas e outras fortemente habitadas. Esse município possui uma área em expansão econômica e também se encontra no planejamento municipal projetos para desenvolver a

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área urbana, como também a área rural. Verifica-se que o maior número de domicílios do município de Tianguá concentra-se na zona urbana, representando 67,44%. O sistema público de abastecimento de água do município de Tianguá é realizado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE. A distribuição de água do município de Tianguá tem uma cobertura de 99,26%, havendo principalmente na sede municipal uma rede geral de distribuição, porém outras formas de abastecimento nas comunidades da zona rural que utilizam poços profundos para abastecimento. No município de Tianguá chama à atenção a baixa cobertura de esgotamento sanitário, aspecto este necessário de investimento maciço o que implica na diminuição considerável de doenças provenientes desta situação. No município não há Estação de Tratamento de Esgotos – ETE, e a maioria da população utiliza de fossa rudimentar, a chamada fossa negra.

8.4.2.1.4 Infraestrutura Social

Educação

A rede de ensino municipal de Tianguá é de responsabilidade do poder executivo local, por meio da Secretaria Municipal de Educação em parceria com a rede estadual de ensino Estas instâncias estabelecem as diretrizes da política estadual e faz cumprir a legislação pertinente local, estadual e federal. O sistema de ensino da rede particular também é considerado parte do sistema e, assim, está sujeito a cumprir regras e legislação pública específica para o setor, tais como cadastro de documentos, professores, currículos, programas e conteúdos. Os serviços educacionais são oferecidos tanto pela rede pública quanto pela rede particular de ensino, embora alguns níveis sejam oferecidos somente pela rede pública. Mesmo nos casos em que o setor privado disponibiliza o serviço, nota-se que prevalece a demanda no setor público. O município possui alfabetização de jovens e adultos, classes de alfabetização, creches, Educação de Jovens e Adultos (EJA), para ensinos fundamental, médio e técnico; ensino regular que vai do pré-escolar ao nível médio e ensino superior. O município possui todos os níveis de educação, do ensino básico ao ensino de pós-graduação.

Saúde

Em Tianguá - CE, o sistema de saúde é considerado de município de pequeno porte, ou seja, precisa ser referenciado para um município maior (polo) em seu entorno, o que caracteriza a gestão básica do sistema, onde o atendimento local não oferece uma diversidade de serviços de saúde não encontrado em municípios menores, tais como centro de especialidades, centro

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de zoonoses e internação. Neste sentido, é possível que o município faça parte de um consórcio intermunicipal onde participam outros municípios, o que daí entende-se como além de atender os próprios cidadãos, estes são encaminhados para maiores centros urbanos em casos de maior complexidade, como cirurgias, diálise e outros tratamentos. Contribuindo para que os habitantes busquem atendimento em outras localidades, sobretudo Sobral e em Fortaleza.

Turismo, Lazer e Cultura

O município de Tianguá faz parte do complexo turístico de Serra do Ibiapaba, de extrema importância para a economia do Estado do Ceará justamente pelo turismo. Entre os municípios desta Macro Região Turística, os cinco núcleos urbanos de maior relevância em população, bens e serviços, consolidando portanto, seu domínio regional no litoral, Itapipoca e Camocim, no sertão, Sobral e Crateús e na serra, Tianguá. O patrimônio histórico do município é compreendido por diversos pontos turísticos e históricos, com destaque para as igrejas. Destaca-se como patrimônio histórico de cunho religioso a Catedral Paróquia de Santana que possui um grande acervo de imagens de gesso e madeira bem como móveis seculares. E a Casa da Memória de José Evangelista Vasconcelos, seu acervo compõe-se de mobiliário, fotografias e objetos das famílias ilustres do município, cujo objetivo principal é o resgate da história, dos costumes e das tradições culturais de Tianguá. No que diz respeito à cultura, o órgão gestor de política é a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto. Existe também uma Legislação Municipal de Fomento à Cultura e a Legislação Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico.

Organização Social

Dentre as organizações sociais e programas governamentais em funcionamento no município, podemos destacar, dentre outros:

o Conselho Tutelar; o Entidades Religiosas; o Programa Agentes Comunitários de Saúde - PACS; o Programa Saúde da Família – PSF; o Associação Tianguaense de Apoio a Famílias e Vítimas do Trânsito; o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tianguá; o Associação de Transportes Alternativos;

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o Programa Bolsa Família; o Centro de Promoção da Mulher; o Conselho Municipal de Saúde; o Conselho Municipal de Assistência Social; o CRAS – Centro de Referência de Assistência Social; o Associação dos moradores; o PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.

Segurança Pública

Quanto à segurança pública, o município de Tianguá possui infraestrutura de segurança pública precária, o órgão gestor é a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, o município também dispõe de Delegacia de Polícia Civil, Delegacia Regional de Tianguá e Corpo de Bombeiros.

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8.4.2.1.5 Estrutura Fundiária

O município de Tianguá tem uma área total de 909 km². Desse total, 36.026 ha são ocupados com a atividade agrícola, sendo 7.406 ha com lavoura permanente e 20.291 ha com lavoura temporária. No quesito de utilização da terra, a predominância no município são aqueles estabelecimentos que cultivam lavouras temporárias com 3.326 unidades que ocupam 20.291 hectares. Os estabelecimentos com lavoura permanente vêm logo a seguir com 1.229 unidades perfazendo 7.406 hectares. As maiores produções da lavoura permanente do município de Tianguá são os cultivos de respectivamente em toneladas: maracujá, banana, mamão, abacate, laranja, manga e tangerina.

8.4.2.2 Município de Ubajara – CE

8.4.2.2.1 Aspectos Históricos

O atual município de Ubajara era habitado primitivamente pelos índios tabajaras. A primeira penetração foi feita por volta de 1604, por Pero Coelho de Souza, que tentou conquistar as terras férteis da Serra de Ibiapaba. Auxiliado pelos jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira, promoveu ele a pacificação dos índios e o desenvolvimento das aldeias que começavam a proliferar às margens do arroio Árabe. A obra de jesuítas foi interrompida, no entanto com o trucidamento do padre Francisco Pinto, pelos índios tocarijus durante uma cerimônia religiosa, no dia 11 de janeiro de 1608, no local onde hoje se ergue a cidade de Ubajara. Em 1877, acossadas pela seca e pela falta de viveres, várias famílias emigraram das zonas atingidas, instalando-se nos sítios Buriti, Pitanga e Pavuna as primeiras levas – as famílias de Bartolomeu Fernandes do Rêgo, Manuel Luís Pereira, Manuel Soares e Silva e Francisco Soares e Silva. Quando a grande seca as atingiu, deslocaram-se para o lado sul de uma lagoa, denominada Lagoa de Jacaré, primitivo nome do município. O núcleo foi se desenvolvendo até que, em 1884, um incêndio o destruiu, obrigando os moradores a passarem para as terras do lado oposto da lagoa. Em poucos meses reconstruíram o povoado. Em 1886 foi erguida a capela em honra de São José, sagrada no ano seguinte pelo primeiro vigário da freguesia de São Pedro de Ibiapina, a cuja jurisdição pertenceu durante muitos anos. Nos anos de 1896 a 1906 a antiga capela foi demolida e outra mais ampla e aprazível foi erguida no local. No dia 22 de novembro de 1934, Dom José Tupinambá da Frota, decretava, oficialmente, a criação da paróquia. Uma grande remodelação da matriz começou em 10 de

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maio de 1941. Nessa reforma foi construída a torre e parte da igreja que faltava. A obra foi inaugurada em 10 de dezembro de 1950. O distrito da paz foi criado em 1890. Em 1915 conseguiu o município autonomia administrativa, passando a denominar-se Ubajara. A Origem do topônimo: indígena, com a significação do “senhor da canoa” (ubá-canoa e jará-senhor, nome de um cacique vindo do litoral e que por muito tempo habitou a gruta de Ubajara). Distrito criado com a denominação de jacaré por ato de 12/02/1890, subordinado ao município de Ibiapina, sede na povoação de Jacaré. Elevado à categoria de município com denominação de Ubajara, pela lei estadual nº 1279 de 14/05/1915, desmembrado de Ibiapina. Sede na povoação de Jacaré, constituído do distrito sede, instalado em 31/12/1915. Pela lei municipal nº 481, de 22/04/1994, é criado o distrito de Nova Veneza, ex-povoado e anexado ao município de Ubajara. Em divisão territorial datada de 01/06/1995, o município é constituído de 4 distritos: Ubajara, Araticum, Jaburuna e Nova Veneza, assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005. Em 24/08/1915 pela lei estadual nº 1279, ocorreu alteração de Jacaré para Ubajara.

8.4.2.2.2 Aspectos Demográficos

A população do município de Ubajara, no ano de 2010, segundo o Censo Demográfico do IBGE é de 31.787 habitantes, distribuídos em 15.350 residentes na zona urbana e 16.437 residentes na área rural. A população quanto ao sexo está distribuída em 15.760 homens e 16.027 mulheres.

8.4.2.2.3 Infraestrutura Física

O traçado urbano é formado por algumas vias estreitas algumas avenidas largas, todas pavimentadas. Todas as rodovias citadas encontram-se razoavelmente bem conservadas, apresentando alguns trechos danificados pela chuva. Diariamente há várias opções de ônibus para Ubajara, saindo de Fortaleza e de Teresina. Há transporte coletivo que faz o trajeto das localidades mais afastadas à sede municipal. O saneamento básico, composto pela rede de esgotamento sanitário, coleta de resíduos sólidos e água tratada são indicadores fundamentais para aferir a qualidade de vida e saúde de um Município, Estado ou País. O saneamento básico é precário e o serviço é considerado inadequado em sua grande maioria. A seguir são apresentados dados mais detalhados acerca dos serviços de saneamento básico. Em relação ao atendimento dos serviços de saneamento básico, conforme dados do IBGE, esse serviço é precário no município. O abastecimento de água de Ubajara é feito através de adutoras que fazem a captação no Açude Jaburu, por meio de flutuador e bomba. Existe uma estação de tratamento de água

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localizada no município onde é feita a floculação, coagulação com, decantação, filtração, adicionado flúor e cloro na água e distribuída para três municípios e distritos. A maior parte dos domicílios 98,15% é atendida pela rede geral de abastecimento de água. Há outras formas de abastecimento nas comunidades da zona rural que utilizam poços profundos para abastecimento. Segundo a Companhia de Água e Esgoto do Ceará, foi registrado no ano de 2010 uma taxa de cobertura urbana de esgoto no município de apenas 6,59% e no Estado de 28,87%, índices consideravelmente baixos.

8.4.2.2.4 Infraestrutura Social

Educação

A rede de ensino municipal de Ubajara é de responsabilidade do poder executivo local, por meio da Secretaria Municipal de Educação em parceria com a rede estadual de ensino. Estas instâncias estabelecem as diretrizes da política estadual e faz cumprir a legislação pertinente local, estadual e federal. O sistema de ensino da rede particular também é considerado parte do sistema e, assim, está sujeito a cumprir regras e legislação pública específica para o setor, tais como cadastro de documentos, professores, currículos, programas e conteúdos. Os serviços educacionais são oferecidos tanto pela rede pública quanto pela rede particular de ensino, embora alguns níveis sejam oferecidos somente pela rede pública. Mesmo nos casos em que o setor privado disponibiliza o serviço, nota-se que prevalece a demanda no setor público. O município possui alfabetização de jovens e adultos, classes de alfabetização, creches, Educação de Jovens e Adultos (EJA), para ensinos fundamental, médio e técnico; ensino regular que vai do pré-escolar ao nível médio e ensino superior.

Saúde

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará - SESA, no ano de 2011 foram levantados dados de que a organização e o funcionamento da saúde pública no município estruturam-se da seguinte forma: o município possui vinte e seis estabelecimentos de saúde, conveniados ao Sistema Único de Saúde, vinte e quatro públicos e 2 privados; dentre eles um hospital geral; treze postos de saúde; três clínicas especializadas/ambulatório de especialidades; uma unidade mista; 1 unidade de vigilância sanitária; três unidades básicas de saúde; um centro de atenção psicossocial; uma unidade de serviço auxiliar de diagnóstico e terapia; uma farmácia isolada.

Turismo, Lazer e Cultura

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O município de Ubajara tem como principal ponto turístico O Parque Nacional de Ubajara, um dos mais importantes atrativos naturais, embora seja o menor entre os 35 parques Nacionais brasileiros em área, com 563 hectares. Foi criado pelo Decreto nº 45.954, de 30 de abril de 1959 e alterado pelo decreto nº 72.144 de 26 de abril de 1973. O Parque Nacional de Ubajara oferece um clima bastante agradável com muita área verde. Ideal para quer um contato mais íntimo com a natureza. Há variedade de trilhas em meio à fauna e flora ricas e algumas opções de esportes de montanha. Para quem não estiver disposto a andar, há um teleférico, o que reduz o passeio em duas horas. O diferencial é a bela paisagem natural que pode ser contemplada do alto. Em se tratando de cultura local, existem patrimônios que, ainda hoje, são preservados alguns locais que fazem parte do patrimônio histórico de Ubajara. Dentre eles, se destacam a asa da Família Magalhães, a Casa da Florância e a Igreja Matriz.

Organização Social

Dentre as organizações sociais e programas governamentais funcionando no município, podemos destacar, entre outros:

o Conselho tutelar o Entidades Religiosas; o Programa Agentes Comunitários de Saúde - PACS; o Programa Saúde da Família – PSF; o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ubajara; o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ubajara; o Associação de Transportes Alternativos; o Programa Bolsa Família; o Centro de Promoção da Mulher; o Conselho Municipal de Saúde; o Conselho Municipal de Assistência Social; o CRAS – Centro de Referência de Assistência Social; o Associação dos moradores; o PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

Segurança Pública

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Quanto à segurança pública, o município de Ubajara possui infraestrutura de segurança pública precária, o órgão gestor é a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, o município também dispõe de Delegacia de Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. Há muitas reclamações dos moradores pela falta de segurança no município, onde a tranquilidade típica das cidades pequenas não existe mais e que poderia ser minimizado caso a cadeia pública fosse administrada corretamente e o reforço policial.

8.4.2.2.5 Estrutura Fundiária

Analisando a estrutura fundiária da região dos municípios da microrregião da Ibiapaba e os demais municípios da área de influência, havendo na primeira um predomínio de minifúndios com áreas inferiores a 10 ha, as quais correspondem a 51% do total de imóveis cadastrados pelo INCRA nessa microrregião. Com relação a área ocupada pelo imóveis rurais da área de influência, verifica-se que ainda existe uma grande concentração de terras pertencentes a um numero reduzido de proprietários. Desde as suas origens, a microrregião de Ibiapaba é diferenciada das regiões circunvizinhas pela sua elevada densidade de ocupação agrícola e pela intensidade de uso de seu solo. Estas, são justificadas principalmente pelas privilegiadas condições climáticas e pedológicas da região, quando as mesmas são consideradas em relação as áreas semiáridas situadas nos demais municípios das áreas de influência do PNU.

8.4.2.3 Município de Ibiapina – CE

8.4.2.3.1 Aspectos Históricos

O território que compõe o município de Ibiapina foi primitivamente notável reduto e aldeia do Chefe Diabo Grande chefe da poderosa nação Tabajara, cujos domínios se estendiam no cimo da Serra Grande, pertencia à Capitania do Piauí, passando em 1741, à jurisdição do Ceará. Em 1820 já se erguia tosca capelinha de taipa, sob a invocação de São Pedro, e em torna do qual se agrupavam alguns casebres. Fatos de suma importância se desenrolaram no território de Ibiapina, Pero Coelho de Souza, português de nobre família, filho de Açores, em 1603 veio para as terras do Ceará Grande e, não resistindo à tentação de subir a Serra de Ibiapaba, conhecida como a “Terra da Promissão”. Toda serra de Ibiapaba era dominada por dois poderosos e temíveis chefes indígenas: Diabo Grande e Mel Redondo.

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Vários combates foram travados, Pêro Coelho, tendo em vista a conquista do alto da serra combateu ferrenhamente contra Diabo Grande, cuja aldeia estava localizada no local onde se hoje ergue a cidade de Ibiapina. Pero Coelho foi quem primeiro dominou a Ibiapaba. Partindo de Pernambuco, os padres Luiz Figueira e Francisco Pinto foram para a Serra de Ibiapaba onde tiveram o primeiro contato com Irapuan, de onde seguiram para a aldeia de Diabo Grande, tendo-lhes servido de guia Diabo Ligeiro. Os dois missionários conseguiram dominar os silvícolas, erguer capela, fundar escola e pacificar os mais exaltados. A missão Jesuítica foi o ponto de partida para fundação da futura vila de Ibiapina, que apesar das lutas constantes, extinguindo-se e renascendo, consolidou-se o domínio e a pacificação dos nativos, resultando na definitiva edificação do arruado de 1820. Em 1833, a povoação de São Pedro de Ibiapina foi transformada em distrito de paz. O Distrito criado com a denominação de São Pedro de Ibiapina, por ato provincial de 18/03/1842, subordinado ao município de Benedito. A alteração toponímica municipal foi alterada de São Pedro de Ibiapina simplesmente Ibiapina pelo decreto estadual nº448, de 20/12/1938.

8.4.2.3.2 Aspectos Demográficos

A população do município de Ibiapina, no ano de 2010, segundo o Censo Demográfico do IBGE é de 22.157 habitantes, distribuídos em 10.743 residentes na zona urbana e 13.065 residentes na área rural. A população quanto ao sexo está distribuída em 11.933 homens e 11.875 mulheres.

8.4.2.3.3 Infraestrutura Física

A infraestrutura viária que tem como principal eixo de integração a rodovia federal BR-222 (em precárias condições de trafegabilidade), contando também com uma boa malha viária estadual que liga as principais localidades. Em termos regionais, o PDR – Plano de Desenvolvimento Regional classifica o sistema viário como deficiente e ressalta a necessidade de melhorá-lo com vistas à maior fluidez de comunicação e transporte entre os municípios da região. Principalmente no centro, o traçado urbano é formado por vias estreitas e a pavimentação não alcança todas as ruas do município. O abastecimento de água de Ibiapina é feito através de adutoras que fazem a captação no Açude Jaburu, por meio de flutuador e bomba. Existe uma estação de tratamento de água localizada no município onde é feita a floculação, coagulação com, decantação, filtração, adicionado flúor e cloro na água e distribuída para três municípios e distritos. A maior parte dos domicílios 89,38% é atendida pela rede geral de abastecimento de água. Há outras formas de abastecimento nas comunidades da zona rural que utilizam poços profundos para abastecimento.

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No município de Ibiapina chama à atenção a baixa cobertura de esgotamento sanitário, aspecto este necessário de investimento maciço o que implica na diminuição considerável de doenças provenientes desta situação. No município não há Estação de Tratamento de Esgotos – ETE, e a maioria da população utiliza de fossa rudimentar, a chamada fossa negra, diretamente sobre o solo a céu aberto ou canalizados para algum curso d’água.

8.4.2.3.4 Infraestrutura Social

Educação

A rede de ensino municipal de Ibiapina é de responsabilidade do poder executivo local, por meio da Secretaria Municipal de Educação em parceria com a rede estadual de ensino. Estas instâncias estabelecem as diretrizes da política estadual e faz cumprir a legislação pertinente local, estadual e federal. O município possui alfabetização de jovens e adultos, classes de alfabetização, creches, Educação de Jovens e Adultos (EJA), para ensinos fundamental, médio e técnico; ensino regular que vai do pré-escolar ao nível médio e ensino superior. O município possui todos os níveis de educação, do ensino básico ao ensino de graduação, conta também com o campus da Universidade Estadual Vale do Acaraú.

Saúde

O sistema de saúde pública do município de Ibiapina obedece às diretrizes e regras do Ministério da Saúde, mesmo porque para receber recursos financeiros federais é necessário seguir todos os trâmites e organizar o sistema municipal de acordo com a legislação do SUS, que obriga o município a prestar contas e comunicar todos os agravos suspeitos e acontecidos, pois o Ministério da Saúde possui um banco de dados nacional sobre o tema. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará - SESA, no ano de 2011 foram levantados dados de que a organização e o funcionamento da saúde pública no município estruturam-se da seguinte forma: o município possui vinte e uma unidades de saúde ligadas ao SUS, destas, vinte são públicas e uma privada; possui um hospital geral; nove postos de saúde; três clínicas especializadas; uma unidade de vigilância sanitária; quatro centros de saúde de unidade básica de saúde e um centro de atenção psicossocial.

Turismo, Lazer e Cultura

Os patrimônios foram construídos ou produzidos pelas sociedades passadas, por isso representam uma importante fonte de conhecimento, informação, pesquisa e preservação cultural do município é compreendido por pontos turísticos e históricos, com destaque para as

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igrejas. Ainda hoje são preservados alguns locais que fazem parte do patrimônio histórico de Ibiapina, dentre eles, se destacam a Igreja de São Francisco e a Igreja Matriz de São Pedro. O município de Ibiapina com seu clima agradável, cachoeiras exuberantes, além da prática de trilhas comum na região torna-se um grande atrativo turístico. Os principais pontos Turísticos são a Bica do Monte Belo, a Cachoeira da Jurema e a Gruta Nossa Senhora de Lourdes.

Organização Social

Dentre as organizações sociais e programas governamentais funcionando no município, podemos destacar, entre outros:

o Conselho Tutelar;

o Entidades Religiosas;

o Programa Agentes Comunitários de Saúde - PACS;

o Programa Saúde da Família – PSF;

o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibiapina;

o Associação de Transportes Alternativos;

o Programa Bolsa Família;

o Centro de Promoção da Mulher;

o Conselho Municipal de Saúde;

o Conselho Municipal de Assistência Social;

o CRAS – Centro de Referência de Assistência Social;

o Associação dos moradores;

o PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.

Segurança Pública

Quanto à segurança pública, o município de Ibiapina possui infraestrutura de segurança pública precária, o órgão gestor é a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, o município não dispõe de Delegacia de Polícia Civil, onde os detidos são encaminhados para a cadeia pública municipal de Tianguá. O município também conta com a Guarda Civil de Ibiapina.

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Há muitas reivindicações sobre a Deficiência na Segurança Pública e na Justiça, principalmente na ausência de delegacias e superlotação de presídios municipais.

8.4.2.3.5 Estrutura Fundiária

O município de Ibiapina tem uma área total de 414,93 km². Desse total, são ocupados com a atividade agrícola, 4.017 ha com lavoura permanente e 5.172 ha com lavoura temporária. No quesito de utilização da terra, a predominância no município são aqueles estabelecimentos que cultivam lavouras temporárias com unidades que ocupam hectares. Os estabelecimentos com lavoura permanente vêm logo a seguir com unidades perfazendo hectares. As maiores produções da lavoura permanente do município de Ibiapina são os cultivos de respectivamente em toneladas: maracujá, banana, mamão e laranja.

8.4.3 Diagnóstico da Área de Influência Direta (AID)

A Área de Influência Direta – AID foi demarcada como o perímetro onde os impactos da implantação dos aerogeradores e das principais rotas de transporte dos equipamentos operacionais terão mais alcance sobre a comunidade e, nesse caso, ficou estabelecida uma faixa de 500 metros após a demarcação do limite do Parque, sendo esta a área onde serão instaladas as CGE. Para o presente diagnóstico de meio antrópico, considerou-se a Área Diretamente Afetada (ADA) como componente da AID. Ao analisar as áreas onde as Centrais Geradoras Eólicas (CGE) serão instaladas, evidenciam-se que as comunidades Cachoeira do Boi Morto, Águas Belas, Sítio Porteiras, Várzea, Jaburuna, Salgado, Moitinga, Jaburu I, Sítio São João, Bom Jesus, Pindoguaba e o Assentamento Progresso Inharim estão inseridos na AID e serão impactadas por serem circunvizinhas às ADA.

8.4.3.1 Diagnóstico Socioeconômicos das Comunidades

I. Comunidade Pindoguaba Localizada na área do município de Tianguá, com área x e distante aproximadamente 20 km da sede municipal. O histórico oral remonta sua origem pela 1ª família que chegou em 1890. No ano de 1970, foi erguida a capela e a doação de terra que começou com a construção de novas casas. O primeiro nome da comunidade foi Palmeira, em seguida Palmeirinha e por fim Pindoguaba, não se definiu ao certo a origem do nome, alguns dizem que tem origem indígena, outros que por causa de um olho d’água.

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Características Demográficas Os dados da população são aproximados, segundo informações obtidas pelo líder da comunidade, Pindoguaba possui cerca de 500 famílias. Organização Social, Infraestrutura e Serviços Públicos A principal estrada da comunidade é a rodovia CE-187, que possui asfalto de boa qualidade e mais 7 km de estrada sem asfalto.

Figura 5 - Trecho da Rodovia para acesso a estrada da comunidade Pindoguaba.

Fonte: Vento Consultoria e Engenharia Ambiental, 2013.

Habitação Foram mapeadas cerca de 500 edificações na comunidade, grande maioria apresenta condições razoáveis, construídas em alvenaria com ligação de energia elétrica e água encanada, mas ainda há muitas casas sem piso e reboco.

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Figura 6 - Estrutura das casas da comunidade Pindoguaba.

Fonte: Vento Consultoria Ambiental, 2013.

Saneamento A maioria das casas possui água encanada, mas observar-se que grande maioria é proveniente de poços profundos e caçimbão. Segundo relato dos moradores existe serviço de coleta que recolhe o lixo uma vez por semana. Na comunidade não existe serviço de coleta e tratamento de esgoto, para disposição final dos efluentes domésticos, utilizam fossa negra, condição que potencializa a probabilidade a contaminação do lençol freático. Resíduos Sólidos Apesar de existir a coleta dos resíduos sólidos, realizada pela prefeitura municipal, em caminhões coletores, é possível constatar que o serviço não atinge toda população residente, quando o caminhão não passa na comunidade uma vez na semana para recolhimento do lixo, os moradores levam para algum terreno baldio ou realizam a queima do mesmo. Transporte Existe um ônibus especifico para o transporte de jovens e crianças em idade escolar e que não são atendidas pelas instituições de ensino locais. Para o deslocamento até o município de Tianguá são utilizados carros fretados. Educação A comunidade registrou no ano de 2011 39 matrículas em creches e pré-escola, 70 nos anos iniciais e 14 matrículas na educação de jovens e adultos, ensino com educação especial foram registrados 8 matrículas.

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Figura 7 - Escola de Pindoguaba.

Fonte: Vento Consultoria Ambiental, 2013.

Saúde Há um posto de saúde, o PSF – Programa de Saúde da Família que atende os moradores duas vezes por semana. O programa mais efetivo na comunidade é o Programa Agente de Saúde que com atendimento de cerca de 200 famílias por mês. Outros casos mais graves são levados para Tianguá ou Sobral e uma das queixas do moradores é a falta de transporte para esses municípios com melhor infraestrutura. Estrutura Fundiária De acordo com as informações dos moradores, os mesmos não possuem a posse das terras, ou seja, são terras ocupadas sem titulação, terrenos de posse que buscam a legalização fundiária. Características Econômicas Grande parte dos moradores são agricultores ou artesãos. Devido o longo período de estiagem na região, cerca de quase três anos sem chuva, muitos deles cultivam apenas para a própria subsistência. Há dificuldades na oferta de empregos e apenas quando o inverno é bom surgem mais oportunidades de trabalho. Outras formas de renda são geradas por meio da empresa Nutrilaite que emprega grande parte da população, a prefeitura, aposentaria e programas do Governo.

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Figura 8 - Fonte de renda – Artesanato da fibra do croá.

Fonte: Vento Consultoria Ambiental, 2013.

Entrevista com Líderes Comunitários A entrevista na comunidade foi realizada no dia 16/10/2013 com o Sr. Francisco Trajano, de 48 anos, reconhecido como líder atuante da Associação dos Moradores de Pindoguaba. O Sr. Francisco Trajano, agente comunitário de Saúde, descreve que hoje existem cerca de 500 famílias em Pindoguaba e que a maioria ainda é agricultores ou artesãos. Quanto ao uso das terras, a criação de galináceos e suínos é predominante, entre os pequenos plantios destacam-se o feijão, milho e mandioca. A atividade de agricultura na região é de baixa tecnologia, arado e 50% é de forma rudimentar, sendo poucos que possuem trator. Outro destaque mencionado é a extração da folha de croá para produção de artesanatos através da fibra. Quando foi indagado quanto os principais problemas da comunidade, destacou a falta de emprego, de infraestrutura nas escolas e o uso de entorpecentes. Francisco enfatizou a possibilidade de se beneficiar com a implantação da CGE na região e que este empreendimento traga oportunidades também aos moradores.

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Figura 9 - Entrevista com o Sr. Francisco Trajano.

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Entrevistas com a população da comunidade Pindoguaba No dia 16/10 de 2013 foram realizadas entrevistas com cinco moradores da comunidade. As principais atividades econômicas desenvolvidas na região é a agricultura com 80% dos entrevistados e apenas 20% são funcionários públicos. Observa-se que grande parcela da população entrevistada possui baixa escolaridade, uma vez que 40% possui apenas o ensino fundamental completo, 20% ensino fundamental incompleto, 20% ensino médio completo e 20% curso técnico.

Figura 10 - Gráfico de escolaridade.

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

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Quando questionamos sobre o grau de satisfação em relação ao local onde residem, observem que unanimidade na resposta positiva. Os moradores argumentam que mesmo em certas limitações, consideram bom viver na comunidade Pindoguaba. Nota-se portanto que nenhum morador escolheu entre as opções “satisfatório” ou “ruim”, sendo que 100% dos habitantes consideram bom o lugar onde residem. Em relação à infraestrutura da saúde pública os moradores estão insatisfeitos e consideraram em sua maioria, regular ou ruim afirmando a falta de condições necessárias de equipamentos e de profissionais de saúde. Apesar da infraestrutura do posto de saúde atender casos de menor complexidade, uma das principais reclamações é a falta de atendimento médico e odontológico diário, que atualmente acontece uma vez por semana, situação que prejudica a qualidade da saúde da população.

Figura 11 - Infraestrutura de Saúde.

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

A respeito da estrutura em educação pública a população questionada mostrou-se dividida quanto ao grau de satisfação nesse quesito, 40% consideram boa e regular e apenas 20% consideram ruim.

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Figura 12 - Infraestrutura de educação.

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

No fator segurança, % da população entrevistada alegam a situação na comunidade como regular e x% considera como bom.

Figura 13 - Infraestrutura em Segurança.

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

No quesito emprego, 60% dos entrevistados consideram regular, contudo 40% consideram que as oportunidades de trabalho são ruins, apontando a falta de indústrias na área como a causa dessa situação. Nenhum dos entrevistados indicou a questão de emprego como bom.

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Figura 14 - Infraestrutura de emprego.

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Segundo os entrevistados, 40% consideram como muito importante para o município, a instalação do empreendimento, pois o fator de geração de empregos e energia é um fator preponderante.

Figura 15 - Importância do projeto para a localidade.

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

II. Comunidade Jaburuna Entrevistas como os moradores de Jaburuna

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Figura 16 - Entrevistas com os moradores de Jaburuna.

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

No dia 15 de outubro de 2013, foram realizadas cinco entrevistas com os moradores da comunidade. Os resultados são apresentados a seguir: As principais atividades econômicas desenvolvidas na região destacam-se: a agricultura com 25% aposentaria comércio e prefeitura também apresenta 25% como principal fonte de renda dos moradores da comunidade.

Figura 17 - Principal fonte de renda.

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

Observa-se que uma grande parcela da população entrevistada possui baixa escolaridade, uma vez que 60% possui o ensino fundamental incompleto e 20% possuem ensino médio

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incompleto e 20% completo. O ensino médio da comunidade é um anexo de Ubajara, cursos técnicos e profissionalizantes é necessário se deslocar para o município sede.

Figura 18 – Escolaridade.

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

Figura 19 - Escola Estadual F. Luís da Silva em Jaburuna.

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Quando questionamos o grau de satisfação e relação ao local onde residem, observou-se que 40% consideram bom o lugar onde vivem e apenas 20% consideram ruim.

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Figura 20 - Classificação do lugar onde mora

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

Em relação a infraestrutura da saúde pública os moradores estão insatisfeitos e consideram, em sua maioria, regular ou ruim, afirmando a falta de condições necessárias e equipamentos e de profissionais da saúde. Em casos de endemia ou casos mais complexos é necessário os moradores se deslocarem Sobral ou Fortaleza. Na comunidade há agentes de saúde que visitam as famílias frequentemente principalmente no cuidado de hipertensos.

Figura 21 - Infraestrutura de Saúde

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

A respeito da infraestrutura em educação pública, a população questionada mostrou-se dividida quanto ao grau de satisfação nesse quesito, 60% afirmaram que a educação da comunidade é regular, 20% boa e 20% ruim.

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Figura 22 - Infraestrutura de educação

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

No fator segurança, 60% da população entrevistada alegam a situação da comunidade como regular e 40% consideram a segurança da comunidade como ruim, foi relatado por alguns moradores a ocorrência de assaltos a mão armada e recentemente um assassinato. De acordo com alguns moradores na comunidade houve casos isolados de violência, mas não o suficiente para considera-la violenta.

Figura 23 - Infraestrutura de Segurança

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

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No quesito emprego 20% dos entrevistados consideram regular, já que as atividades de prestação de serviços ocorrem principalmente na sede do município de Ubajara por sua proximidade. Contudo 60% consideram que as oportunidade de trabalho são ruins.

Figura 24 - Infraestrutura de emprego

Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

No que diz respeito o transporte, todos os dias é disponibilizado transporte público por meio de ônibus ou micro ônibus para o município sede, 40% dos entrevistados consideram o transporte bom e regular para os dois casos, apenas 20% o considera ruim.

Figura 25 - Infraestrutura de transporte

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

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Segundo os moradores entrevistados, 40% consideram como muito importantes para a comunidade a instalação do empreendimento, pois o fator de geração de empregos e produção de energia na região é um fator muito importante. A resposta “importante” e representa 40% dos entrevistados e “não sabe” representam 20%.

Figura 26 - Importância do projeto

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

8.5 Zoneamento Geoambiental

A compartimentação ambiental dos parâmetros físicos e biológicos possíveis de serem cartografados é apresentada no Mapa de Zoneamento Ambiental da área de influência direta do empreendimento O estudo de Zoneamento Geoambiental teve como base o mapeamento detalhado dos componentes ambientais, os meios físico, biótico e antrópico. Após este mapeamento individual de cada meio, a partir de levantamento de dados básicos preliminares, forma definidas áreas e unidades homogêneas no ambiente em questão, as quais se agrupam devido às suas características geológicas, geomorfológicas, pedológicas e biológicas que se inter-relacionam ou guardam compatibilidade ambiental.

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9. Identificação e Análise dos Impactos Ambientais

A identificação e análise de impactos ambientais do Complexo Eólico Harmonia adotaram os critérios e métodos especificados pela Resolução CONAMA Nº 01/86, que atribui critérios aos impactos previstos pelo estudo e utiliza uma matriz de interação de impactos para auxiliar na definição da viabilidade ambiental do empreendimento. O reconhecimento dos impactos da atividade humana sobre as inter-relações de todos os componentes do ambiente natural, apresentando o termo “impacto” usado como sinônimo de “efeito” de uma ação em curso ou uma proposta foi historicamente introduzido pelo congresso americano, por meio da NEPA – National Environmental Policy Act, em 1969. Com esta mesma abordagem, BOLEA (1989) disse que o impacto ambiental de um projeto sobre o meio ambiente pode ser definido como a diferença entre a situação do meio ambiente no futuro modificado, após a realização do projeto, e a situação do meio ambiente no futuro com uma evolução normal, sem o projeto. Esta definição, onde é introduzida uma dimensão dinâmica. Quanto aos métodos de avaliação de impacto ambiental, de acordo com a literatura especializada (MOREIRA, 1985; SILVA, 1994, 1999), entende-se que são instrumentos utilizados para coletar, analisar, avaliar, comparar e organizar informações sobre os impactos ambientais originados de uma determinada atividade modificadora do meio ambiente, onde também são consideradas as técnicas que definirão a forma e o conteúdo das informações a serem repassadas aos setores envolvidos.

9.1 Procedimentos Metodológicos para avaliação dos Impactos

Ambientais

De acordo com a literatura especializada (MOREIRA, 1985), entende-se que métodos de avaliação de impacto ambiental são instrumentos utilizados para coletar, analisar, avaliar, comparar e organizar informações sobre os impactos ambientais originados de uma determinada atividade modificadora do meio ambiente, onde também são consideradas as técnicas que definirão a forma e o conteúdo das informações a serem repassadas aos setores envolvidos. A caracterização e avaliação dos impactos ambientais do empreendimento tem como base a Resolução CONAMA 01/86 e considera como foco da análise: i) a importância dos atributos ambientais a serem alterados; ii) a distribuição das alterações no tempo e no espaço e; iii) a magnitude e a confiabilidade das alterações previstas. O método definido para a avaliação dos impactos ambientais do empreendimento foi a Matriz de Interação, na qual utiliza quadrículas definidas pela intercessão de linhas e colunas.

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Funciona como uma listagem de controle bidimensional, uma vez que as colunas podem representar as ações / atividades impactantes e as linhas os fatores ambientais / compartimentos impactados (meio biótico, físico e antrópico). A matriz é qualitativa quando são utilizados critérios de classificação de impactos ambientais para preencher as possíveis relações de impacto entre as suas linhas e colunas (SILVA, 1999). A partir do conjunto de informações do diagnóstico ambiental da região da área de inserção do empreendimento e da consulta feita aos técnicos responsáveis pelos levantamentos temáticos foram identificados impactos, durante cada uma das fases do empreendimento. Após a identificação desses impactos a matriz foi preenchida através do uso de critérios qualitativos, apresentados na Matriz de Impactos. O empreendimento foi avaliado quanto à geração de impactos em três diferentes fases:

Pré-Instalação (P): fase de pesquisa em campo, para a obtenção de dados técnicos e

ambientais, por equipes especializas e multidisciplinares de Engenharia, Topografia e

dos Meios Físico, Biótico e Socioeconômico Cultural.

Instalação (I): fase onde as atividades pertinentes à implantação das obras inerentes

ao empreendimento serão executadas;

Operação (O): fase que se inicia após o término das obras.

Junto a estes aspectos, os efeitos potenciais dos impactos foram qualificados de acordo com

os seguintes critérios.

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Figura 27 - Critérios qualitativos utilizados para a Avaliação de Impactos Ambientais do

empreendimento, através do método da matriz de interações.

Além dos critérios apresentados no quadro acima, o processo de avaliação de potenciais impactos ambientais a partir da instalação do Complexo Eólico Harmonia considerou a magnitude dos impactos, a severidade e a importância ou significância de cada impacto. A descrição de todos os impactos previstos em cada fase do empreendimento é exposta após a matriz de avaliação de impactos.

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9.2 Impactos Ambientais sobre Meio Físico

Aumento da Erosividade do Escoamento superficial

FASES ATIVIDADES IMPACTANTES ANÁLISE PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

Abertura de acessos, escavações e atividades

para implantação de canteiro de obras na AID e

AII.

Todas as atividades envolvidas, bem como, abertura de acessos e

escavações, caracterizam-se por geração de taludes de

corte e aterro, provocando o aumento da erosividade do

escoamento superficial.

PAC e Programa de Recuperação e Revegetação de

Taludes.

Valoração do Impacto Efeitos: Negativo Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto Prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário Descrição do impacto: As atividades envolvidas na implantação de um projeto com obras civis necessitam aberturas ou reabilitação de vias de acesso, nivelamento do terreno para canteiros de obras e escavações para base das torres dos aerogeradores. Tais atividades caracterizam-se por geração de taludes de corte e aterro, além do acumulo de solo orgânico proveniente dos nivelamentos e intervenções sobre o terreno.

Aumento nos Índices Sedimentáveis na lâmina d’água dos córregos e banhados

FASES ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação Intervenções na

superfície do terreno

Todos os tipos de intervenções na superfície do terreno e nas

vias de acesso não pavimentadas, interferem na

estabilidade dos solos.

PAC

Valoração do Impacto

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Efeitos: Negativo Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporária Descrição do impacto: A geração de material particulado proveniente do transito nas vias de acesso não pavimentadas, atividades operacionais que ocorrem nas praças de trabalho, abertura e/ ou revitalização de vias de acessos, escavações das fundações das torres dentre outras, interferem na estabilidade dos solos.

Geração e Dispersão de particulados suspensos no ar (fumaça e fuligem).

FASE ATIVIDADES IMPACTANTES ANÁLISE PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

Transporte de maquinas e equipamentos, tráfego de veículos e movimentação de terra das escavações e

terraplanagens.

Aumento da concentração de partículas no ar é decorrente da movimentação de solo e

material construtivo nos canteiros de obras.

PAC

Valoração do Impacto Efeitos: Negativo Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto Prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário Descrição do impacto: Motores desregulados emitem fumaça e fuligem densas, carregadas de poluentes, oriundos da queima dos combustíveis usados nos motores de maquinas, equipamentos, trafego de veículos pesados e leves durante atividade de obras civis, montagens e instalações. Periodicamente, se possível, promover a manutenção dos maquinários e veículos, mantendo os motores lubrificados e regulados. O objetivo de manter baixa as emissões atmosféricas de fumaça e fuligens, segundo as normas vigentes, com base na escala Ringelman. Periodicamente, se possível, promover a utilização de sistemas de aspersão de água sobre as vias não pavimentadas e sobre todas as áreas significativas do solo que ficarem descobertas, que sofrem interferência direta do transito de máquinas e veículos, especialmente em dias secos e ventosos.

Contaminação do Solo por óleos, Graxas e Produtos Químicos em geral.

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FASES ATIVIDADES IMPACTANTES ANÁLISE PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

Transporte, armazenagem e manuseio de produtos químicos de moderada a alta toxicidade e riscos, combustíveis, materiais

asfálticos, óleos e graxas para a manutenção do

maquinário e dos veículos. Uso eventual de tintas e vernizes, o que em casos

de derramamento acidental ocasionará

contaminação do solo.

Como possíveis cargas contaminantes figuram os efluentes domésticos das

instalações dos canteiros de obras e subestação assim

como os derivados de óleo- combustíveis utilizados na

implantação das estruturas de engenharia.

PAC

Valoração do Impacto Efeitos: Negativo Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto Prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário

Todos os resíduos sólidos gerados nesta fase de instalação serão recolhidos, segregados e destinados conforme a classificação do resíduo. Resíduos como borras, panos, estopas e outros materiais contaminados são classificados pela norma ABNT NBR 10.004 como classe I (perigosos) e terão destino adequado de acordo com a Lei nº 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos. Óleos usados serão encaminhados ao rerrefino de acordo com a Resolução CONAMA nº 362/2005, enquanto que os demais resíduos classe I serão dispostos em aterro para resíduos perigosos (ARIP). Para evitar acidentes que causem o derramamento de óleos, graxas e combustíveis, o abastecimento e manutenção dos veículos e máquinas envolvidos no empreendimento, bem como outras atividades que envolvam essas substâncias, serão feitos em local apropriado, dotado de bacia de contenção e caixa separadora de óleo e água.

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Geração de ruídos

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação e Operação

Atividades de transporte, montagem

mecânicas das torres dos aerogeradores,

construções civis e a operação /

funcionamento do parque eólico.

Este impacto está relacionado às atividades nos canteiros de obras, uso de maquinário

utilizado para implantação dos aerogeradores e demais

estruturas. A própria intensificação do trânsito de veículos de carga nas vias de

acesso aos aerogeradores acarreta em um aumento dos níveis de ruído em toda a AID.

Programa de Monitoramento de

Ruídos

Valoração do Impacto Efeitos: Negativo Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto Prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário

Descrição do impacto: Deslocamento e operação de maquinas pesadas, tais como gruas e guindastes, transito de caminhões de carga e veículos de apoio de médio porte, além das demais atividades de obras civis e montagens mecânicas. A operação dos aerogeradores, também geram ruídos na área do parque eólico. Em funcionamento, os aerogeradores produzem dois tipos de ruídos: os mecânicos, relacionados ao gerador e a caixa multiplicadora; e o aerodinâmico, causado pelas pás em contato com o ar, principalmente nas extremidades, onde a velocidade é maior (em torno de 65 m/s). Nas proximidades dos aerogeradores, tais ruídos, contínuos e ininterruptos, podem ser audíveis ou não (de baixa frequência), e tendem a influenciar o ecossistema local. Por exemplo, pássaros podem abandonar a área ou, no caso de aves migratórias, deixar de frequentar o local. No caso de operarem muito próximos a habitações, podem causar incômodos aos moradores do local ou aos proprietários que visitam a propriedade regularmente. Dada a novidade do empreendimento e a pouca informação existente sobre o assunto, esse impacto pode gerar controvérsias ao longo da operação do empreendimento, caso não haja esclarecimentos sobre o tema e a geração e interferência do ruído não seja monitorada.

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Impactos Visuais e Alteração da Paisagem

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Operação Atividades de operação

/ funcionamento do parque eólico.

Uma vez erguidas e operando, as torres com as pás seguirão causando impacto visual de

alteração da paisagem natural.

PGA, PGRS, PAC.

Valoração do Impacto Efeitos: Dificil Qualificação Derivação: Direto Abrangência: Regional Ocorrência: Médio Prazo Reversibilidade: Irreversível Dinâmica: Permanente

Descrição do impacto: as pás das turbinas produzem sombras e/ou reflexos móveis que são indesejáveis nas áreas residenciais; este problema é mais evidente em pontos de latitudes elevadas, onde o sol tem posição mais baixa no céu. Dentre outros parâmetros que se podem relacionar são: o tamanho da turbina, seu design, números de pás, cor e números de turbinas em um parque. As máquinas de grande porte são objetos de muita visibilidade e interferem significativamente nas paisagens naturais.

Interferência Eletromagnética

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Operação Atividades de operação /

funcionamento do parque eólico.

A interferência eletromagnética acontece quando a turbina eólica é instalada entre os receptores e transmissores de ondas de rádio,

televisão e microondas. As pás das turbinas podem refletir parte da

radiação eletromagnética em uma direção, tal que a onda refletida

interfere no sinal obtido.

Não se aplica

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Valoração do Impacto Efeitos: Dificil Qualificação Derivação: Direto Abrangência: Regional Ocorrência: Médio Prazo Reversibilidade: Irreversível Dinâmica: Permanente Descrição do impacto: Estudos realizados pela EWEA têm mostrado que o projeto cuidadoso de uma fazenda eólica evita qualquer distúrbio em sistemas de telecomunicações (ondas de rádio e microondas são utilizadas para uma grande variedade de propósitos de comunicação). Isto, contudo, não é suficiente para uma correta determinação das questões envolvidas uma vez que qualquer grande estrutura em movimento pode produzir interferência eletromagnética (IEM). A interferência eletromagnética acontece quando a turbina eólica é instalada entre os receptores e transmissores de ondas de rádio, televisão e microondas. As pás das turbinas podem refletir parte da radiação eletromagnética em uma direção, tal que a onda refletida interfere no sinal obtido. Turbinas eólicas podem causar IEM por reflexão de sinais das pás de modo que um receptor próximo recebe um sinal direto e um refletido. A interferência ocorre porque o sinal refletido é atrasado devido à diferença entre o comprimento das ondas alterado por causa do movimento das pás. A IEM é a maior em materiais metálicos, que são refletores e mínimos para pás de madeira, que absorvem. A fibra de vidro reforçada com epoxi, que é utilizada na maioria das pás modernas, é parcialmente transparente às ondas eletromagnéticas e, portanto diminui o efeito da IEM (McGOWAN et al, 2000).

9.3 Impactos Ambientais sobre Meio Biótico

A intervenção do espaço físico para implantação do empreendimento resulta na alteração do ambiente natural, em diferentes escalas, tendo como consequência modificações nas relações bióticas existentes até o momento anterior ao da perturbação. Assim, as alterações das qualidades bióticas resultantes das ações necessárias à implantação e operação das Centrais Geradoras foram determinadas levando-se em conta os estudos realizados em campo, bem como os levantamentos de dados secundários, para os diferentes grupos faunísticos e para flora. Eles são apresentados a seguir:

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Supressão da Vegetação

FASES ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

Atividades de supressão da vegetação,

destruição dos habitats, destruição de

componentes físicos da paisagem.

A perda da cobertura vegetal e a fragmentação de habitat são apontadas como as principais

causas da extinção de espécies e contribuem significativamente

para o declínio da biodiversidade global. Os efeitos da supressão

vegetal atuam sobre a fauna silvestre causando a perda de

locais para abrigo e nidificação, alteração da temperatura,

umidade e incidência de luz no local e diminuição da oferta de

recursos alimentares.

PAC, Programa de Segurança,

Proteção ao Meio Ambiente

e Saúde Ocupacional; Programa de Controle da Supressão

Vegetal, PRAD e

Programa de Educação

Ambiental.

Valoração do Impacto Efeitos: Negativo Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Irreversível Dinâmica: Permanente

Este impacto se dá principalmente pela supressão da vegetação nas áreas que serão afetadas pela construção dos acessos, no traçado das redes de média tensão e demais infraestruturas da obra. De forma geral, a perda da cobertura vegetal e a fragmentação de habitat são apontadas como as principais causas da extinção de espécies (FAHRIG, 1997) e contribuem significativamente para o declínio da biodiversidade global (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Os efeitos da supressão vegetal atuam sobre a fauna silvestre causando a perda de locais para abrigo e nidificação, alteração da temperatura, umidade e incidência de luz no local e diminuição da oferta de recursos alimentares. Entretanto, os efeitos negativos da fragmentação do habitat variam de acordo com a área e a forma do fragmento. A perda de habitat é a ameaça mais séria para a maioria das espécies de vertebrados que atualmente enfrentam a extinção. (PRIMACK, et al. 2001). Então, o tipo de desmatamento previsto para o empreendimento consistirá na abertura de acessos, áreas de saias do aterro, áreas de empréstimo lateral de material e áreas destinadas às plataformas das unidades de aerogeradores. Vale ressaltar que as áreas da saia dos aterros e áreas de empréstimo serão recuperadas durante implantação do Complexo Eólico Harmonia.

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Afugentamento e atropelamento da Fauna silvestre

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

O aumento do tráfego de veículos durante a fase de

instalação aumento os riscos de

atropelamento de animais nativos,

causando também o afugentamento e

distúrbios à fauna.

As atividades relacionadas a construção do

empreendimento, deverão atingir as

espécies que habitam as áreas

naturais existentes no interior e

entorno da área.

Plano de Gerenciamento de Tráfego; PAC; PGA,

Programa de Monitoramento

e Resgate de Fauna

Valoração do impacto Efeitos: Negativo Derivação: Indireto Abrangência: Regional Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário Durante as etapas de construção do empreendimento será observado um aumento na circulação de pessoas e veículos envolvidos na obra que deverão utilizar os ambientes presentes na área de influência das CGE em tela. Os efeitos deste impacto decorrem do número de acidentes que podem ser causados através do atropelamento de animais que transitam pelas estradas de acesso à obra e em possíveis acidentes com veículos pesados durante as ações de transporte e supressão da vegetação. Além disso, com um maior número de pessoas circulando nas vias de acesso e na área de influência do empreendimento, deve-se considerar a possibilidade do incremento à caça e captura de animais para fins de alimentação e domesticação, ou mesmo a predação, em função do desconhecimento ou medo, de espécies que possam preocupar a população, caso das serpentes peçonhentas. Os atropelamentos em rodovias podem ser considerados um importante fator-causa na mortalidade de alguns animais silvestres, gerando impactos negativos para essas espécies (TROMBULAK e FRISSEL 2000). A fauna frequentemente utiliza as estradas para alimentação, deslocamento ou termo-regulação, ficando vulnerável aos veículos que a utilizam. Em muitos dos casos, o atropelamento de um animal resulta no atropelamento de outro, principalmente de carnívoros que são os que, normalmente, sofrem este tipo de ameaça, por apresentarem uma grande capacidade de deslocamento e pelo comportamento de se alimentar de outros animais mortos (SILVEIRA 1999).

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Morte de Aves e Morcegos

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

A implantação de uma usina eólica

pode gerar de forma indireta e direta

danos sobre as aves e morcegos, como o risco de colisão com

os aerogeradores.

A localização dos parques eólicos é

um fator mais importante na

determinação dos impactos. Quanto mais próximas se

encontram as turbinas da área de

alimentação, migração e repouso

de aves, maior a probabilidade de

mortes.

Programa de Monitoramento de

Avifauna

Valoração do impacto Efeitos: Negativo Derivação: Indireto Abrangência: Regional Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário Analisando os estudos apresentados e outros tantos existentes, constata-se que existem impactos negativos significativos sobre a avifauna e quiropterofauna; porém, esses impactos podem e estão sendo reduzidos, tomando-se as devidas precauções antes de iniciar a operação dos parques eólicos. São essas: evitar a instalação de turbinas em áreas importantes de habitat, como as de repouso, alimentação e reprodução; evitar áreas de corredores de migração; arranjar adequadamente as turbinas em áreas importantes de habitat, como as de repouso, alimentação e reprodução; evitar áreas de corredores de migração; arranjar adequadamente as turbinas no layout do parque, sendo a melhor forma a de um conjunto denso para espécies locais e em linha paralela à rota de imigração para aves migratórias; usar torres tubulares e com pás de materiais sintéticos, ao invés das treliçadas e com pás metálicas, implantar sistema de transmissão subterrâneo, aumento da velocidade do vento de partida, (Camrago, 2005 e Arnett et al. 2009).

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9.4 Impactos Ambientais sobre Meio Antrópico

Interferências no cotidiano da População do Entorno

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

Incremento no tráfego de máquinas

e veículos; intervenções físicas

nas áreas; circulação de

pessoas estranhas ao meio

(funcionários das obras).

A inserção de pessoas estranhas

ao meio (funcionários das

obras), bem como a movimentação causada pelo

tráfego de veículos poderá gerar mudanças no cotidiano da

população localizada no

entorno das áreas a serem impactadas.

Programa de

Comunicação Social

Valoração do impacto Efeitos: Negativo Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Irreversível Dinâmica: Temporário

Durante o período das obras poderá ocorrer interferências no cotidiano dos moradores situados nas áreas afetadas, pela instalação das torres, abertura de novos acessos e implantação do canteiro de obras. Acrescenta-se que a circulação de pessoas estranhas a este meio portadoras de valores e hábitos culturais diferentes, poderá acarretar modificações nas questões de convívio e de segurança locais. No entanto, contribui para amenizar os efeitos desse possível impacto de baixa ocupação humana dos estabelecimentos rurais das áreas afetadas. Desde modo, os impactos incidentes sobre o modo de vida da população local são considerados, no geral, significativos, com grau de magnitude médio e médio grau de severidade.

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Geração de Expectativas por parte da População Local

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação Construção da CGE propriamente dita.

A implantação da CGE poderá gerar

expectativas na população,

principalmente no que diz respeito à

contratação de mão de obra.

Programa de Comunicação Social

Valoração do impacto Efeitos: Difícil Qualificação Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário

Todo e qualquer empreendimento gera expectativas na população quanto às reais interferências em suas terras e no cotidiano local, principalmente na fase de contratação de mão de obra. Deste modo, este é um impacto negativo, direto, local, de curto prazo, reversível, temporário, de magnitude localizada, severidade baixa e seu grau de importância é significativo.

Ampliação das Oportunidades de Trabalho

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

Execução das obras de implantação das Centrais Geradoras

Eólicas.

Acréscimo na oferta de emprego na

região de inserção do

empreendimento, que priorizará a

contratação de mão de obra local não

especializada.

Programa de Comunicação Social;

Programa de

Educação Ambiental.

Valoração do impacto Efeitos: Positivo Derivação: Direto Abrangência: Regional Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Reversível

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Dinâmica: Temporário Este é um impacto positivo, direto, de abrangência regional, de médio prazo, uma vez que os empregos diretos e as oportunidades criadas são transitórios e condicionados ao cronograma executivo das obras, reversível, temporário, de grande magnitude e severidade grande, portanto, seu grau de importância é muito significativo. Entretanto, observa-se que, vinculado à contratação da mão de obra, será realizada a capacitação da mesma para execução dos serviços necessários à implantação das obras o que trará benefícios permanentes a todos os contratados e, consequentemente, à comunidade local.

Conhecimento na Área de Educação Ambiental, Segurança do Trabalho e Saúde

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação Execução de

palestras

A execução de um Programa de

Educação Ambiental permitirá um

incremento no conhecimento da

população afetada

Programa de Proteção à Saúde;

Programa de

Educação Ambiental.

Valoração do impacto Efeitos: Positivo Derivação: Direto Abrangência: Estratégica Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: irreversível Dinâmica: Permanente Promover atividades formativas e instrumentos de informação nas áreas de Educação Ambiental, Segurança do Trabalho e Saúde (o que ocorrerá quando da execução da Programa de Educação Ambiental) é fundamental para trabalhadores e comunidades nas proximidades da implantação do Complexo Eólico, pois conhecimento gera mudanças de paradigmas, de valores, atos e atitudes. Portanto, este é um impacto positivo, direto, de abrangência estratégica, de curto prazo, irreversível e permanente, de grande magnitude, severidade baixa, sendo considerado seu grau de importância muito significativo uma vez que a disseminação de conhecimentos e informações gera mudanças permanentes na qualidade de vida de trabalhadores e comunidades.

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Geração de Resíduos Sólidos Efluentes

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

Execução das Obras de implantação da Central Geradora

Eólica e do Canteiro de obras

A geração de resíduos sólidos e

efluentes líquidos é inerente a qualquer obra. Dessa forma,

para que tais resíduos não

causam danos ao meio ambiente, os mesmos deverão

receber tratamento e destinação adequados.

Programa Ambiental de Construção;

Programa de

Educação Ambiental.

Valoração do impacto Efeitos: Negativo Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário A implantação de empreendimentos resulta em geração de resíduos sólidos e efluentes que são lançados no meio ambiente, podendo alcançar e contaminar solos e cursos d’água, necessitando de processos de armazenamento e tratamento. Para isso, é necessário o desenvolvimento de um sistema de monitoramento confiável e efetivo, onde as exigências da legislação ambiental pertinente ao caso sejam aplicadas. Portanto, este é um impacto negativo, de derivação direta, de abrangência local e regional, de curto prazo, reversível e duração temporária (enquanto durarem as obras), possui magnitude grande, severidade média, sendo considerado seu grau de importância significativo.

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Aquecimento do mercado global

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação

Contratação de mão de obra local e fluxo

dos trabalhadores da obra

A ocupação de postos de trabalho

pela população local, gerados pela

implantação do empreendimento,

resulta num incremento na

renda das famílias desses

trabalhadores e, consequentemente,

num aumento de consumo no

mercado local.

Não se aplica

Valoração do impacto Efeitos: Positivo Derivação: Indireto Abrangência: Regional Ocorrência: Médio prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário As atividades econômicas geradas pela implantação do empreendimento tendem a aumentar com o fluxo dos trabalhadores da obra, que passam a referenciar as comunidades e o município para aquisição de bens e serviços. Além disso, a contratação da mão de obra local aporta recursos financeiros significativos que poderá beneficiar o comércio local. Este impacto é positivo, indireto, localizado, de médio prazo, reversível e de caráter temporário, magnitude grande e severidade média, portanto, seu grau de importância é significativo.

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Aumento da Arrecadação de Impostos para o Município

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Implantação e operação

Execução de obras e serviços para a implantação e

operação das CGEs.

O aumento da arrecadação de

impostos é resultado direto da

instalação e operação do

empreendimento, bem como do

aquecimento do mercado local.

Não se aplica

Valoração do impacto Efeitos: Positivo Derivação: Indireto Abrangência: Local Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Reversível Dinâmica: Temporário Em relação à arrecadação de impostos e tributos, a implantação e operação do Complexo Eólico gera acréscimo no que diz respeito ao recolhimento municipal, principalmente, com relação aos Impostos Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN e ao imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS. O aumento de arrecadação do ISSQN ocorrerá, principalmente, em decorrência do incremento das atividades da área de bens e serviços, incluindo a contratação de mão de obra para contrução do parque Eólico. Já o ICMS trará acréscimos nas arrecadações municipais principalmente com relação à maior circulação de mercadorias (por exemplo, para compra de materiais e equipamentos). Deste modo, este é um impacto positivo, indireto, de abrangência local, com ocorrência de curto prazo, é reversível, temporário, de magnitude muito grande e severidade grande, com grau de importância muito significativo, tendo em vista sua temporalidade, embora permaneça na fase de operação do empreendimento, porém, em menor escala.

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Desativação dos Postos de Trabalho

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Operação Desmobilização da

mão de obra

A finalização das obras significará a desmobilização da

mão de obra, representando a

inversão do quadro relativo às

oportunidades de emprego geradas na fase de implantação

do empreendimento.

Programa de Comunicação Social

Valoração do impacto Efeitos: Negativo Derivação: Direto Abrangência: Local Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Irreversível Dinâmica: Permanente

Um programa de contração de mão-de-obra adotado, capaz de definir metas de contratações locais pode vir a ser uma medida significativa, mas adotar uma política de desmobilização que mantenha os trabalhadores e o poder público municipal informado quanto ao caráter transitório dos empregos gerados é fundamental para não gerar expectativas por parte dos trabalhadores. Este é um impacto negativo, direto, de abrangência local, de curto prazo, irreversível e de dinâmica permanente, de média magnitude e severidade média, portanto, seu grau de importância é medianamente significativo.

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Desaquecimento do comércio após as Obras

FASE ATIVIDADES

IMPACTANTES ANÁLISE

PROGRAMAS ASSOCIADOS

Operação Desmobilização da

mão de obra

A finalização das obras significará a desmobilização da

mão de obra e, consequentemente o desaquecimento do comércio local.

Programa de Comunicação Social

Valoração do impacto Efeitos: Negativo Derivação: Indireto Abrangência: Local Ocorrência: Curto prazo Reversibilidade: Irreversível Dinâmica: Permanente

A conclusão das obras e o inicio da operação do Complexo Eólico, pressupõem além da desmobilização da mão de obra, o desaquecimento da economia local, em função da transferência ou perda de postos de trabalho, cuja parte da renda até então circulou pelo município. Portanto esse é um impacto negativo, direto, de abrangência local, de curto prazo, irreversível e de dinâmica permanente, de média magnitude e média severidade, portanto, seu grau de importância é medianamente significativo.

10. Proposição de Medidas Mitigadoras

As medidas mitigadoras são propostas em uma sequência, levando em consideração as ações dos componentes da Central Eólica relativos às fases de implantação e operação, uma vez que na fase de estudos e projetos as ações do empreendimento pouco irão interferir no geoecossistema da sua área de influência direta. Essa etapa pode ser considerada uma fase de gabinete, sendo os efeitos gerados predominantemente benéficos, ressaltando que a maioria das ações desta fase já está concluída. As medidas mitigadoras são fundamentais para o meio ambiente, mesmo as alternativas menos impactantes terão que ser compensadas para atenuar os seus efeitos.

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10.1 Fase de Instalação

A área do empreendimento do licenciamento ambiental deverá ser demarcada;

Construir guarita de segurança na entrada da área do empreendimento para controle

do trânsito de pessoas e veículos na área licenciada durante a implantação das obras;

Colocar placa de identificação do empreendedor e do empreendimento com os

respectivos registros junto ao CREA-CE e à Prefeitura Municipal;

Sinalizar a área no sentido de restringir a entrada de pessoas ao local da obra;

Preparar local adequado para a estocagem de materiais de construção civil e das peças

e equipamentos a serem instalados. Isto deverá ser feito somente dentro da área

licenciada, em local protegido das correntes eólicas;

Montar uma infraestrutura de saúde capaz de prestar os primeiros socorros, com um

técnico habilitado na equipe;

Os habitantes da região deverão ser contatados com relação a trabalhos efetuados no

turno da noite;

O canteiro de obras deverá ser construído visando o bem estar dos trabalhadores,

oferecendo ambientes limpos, arejados e condições sanitárias adequadas;

Contar com um serviço eficiente de limpeza e manutenção de lixo e demais dejetos

resultantes das diversas ações do empreendimento;

Com o objetivo de evitar acidentes, o tráfego de veículos pesados deverá ser

controlado e sinalizado.

10.2 Fase de Operação

Durante o funcionamento do parque eólico, os principais serviços a serem prestados

serão os de vigilância, para evitar atos de vandalismo;

Cada aerogerador tem um sensor que registrará continuamente a direção e

intensidade do vento. Estes dados poderão ficar à disposição de órgãos de pesquisa e

de meio ambiente;

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Sinalizar a área com placa indicativa da SEMACE referente à Licença de Operação;

Manter sempre em perfeito estado de consercação as obras-de-arte especiais

realizando limpezas regulares e manutenção nos bueiros, como também recuperação

da pista de rolamento antes e depois do período chuvoso;

Aprimorar e manter boas relações com as populações circundantes.

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10.3 Cronograma de Execução das Medidas Mitigadoras

As medidas mitigadoras serão executadas conforme as fases de implantação do projeto avançarem. A partir do momento em que os órgãos de licenciamento liberarem a documentação pertinente, serão necessários 14 meses para a construção e início da operação da usina.

11. Programas de Controle e Monitoramento Ambiental

Os Planos e Programas de Controle e Monitoramento Técnico e Ambiental possuem como fundamental objetivo as propostas de solução, buscando diminuir e/ou compensar impactos ambientais possíveis ou reais causados pelo empreendimento ou ações do projeto desde as fases de planejamento até a de operação. Os Planos e Programas propostos, portanto, são:

11.2 Programas de Gestão Ambiental do Empreendimento

Programa de Gestão Ambiental (PGA)

O PGA se fundamenta na necessidade de gerir as atividades referentes ao empreendimento, sua instalação, operação e manutenção, em conjunto com as atividades do meio ambiente. Para que seja possível essa gestão comum, o PGA promove a livre informação ambiental entre os agentes envolvidos nas fases do empreendimento. Além disso, o PGA também administra os demais planos e programas ambientais, a fim de que a execução das ações ambientais mitigadoras se torne mais eficiente, impossibilitando que impactos não previstos ocorram e, assim, melhorando a qualidade ambiental do empreendimento.

Programa de Auditoria Ambiental

O Programa de Auditoria Ambiental se dá no sentido de gerenciar o projeto em suas questões ambientais, isto é, prover a documentação necessária para que o licenciamento ambiental em todas as fases do projeto ocorra sem problemas. Como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) fazem parte dessa documentação, a auditoria ambiental também age em suas aplicações. Ou seja, a auditoria ambiental se faz presente em todo o processo de licenciamento ambiental do empreendimento por meio da Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) de forma contínua. O objetivo do Programa de Auditoria Ambiental é detectar e equacionar os problemas técnicos ambientais por meio de políticas e diretrizes do empreendimento, do desempenho do

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empreendimento, de todas as pessoas envolvidas nele direta ou indiretamente, a fim de que os padrões de conformidade legal sejam atendidos.

Programa Ambiental de Construção (PAC)

Uma vez que o grande empecilho ambiental do empreendimento são seus impactos na fase de instalação, o PAC se torna necessário, propondo dispositivos e rotinas de controle ambiental durante a fase de obras. Essas ações visam a reduzir os potenciais impactos e seus impactos contíguos já previstos no estudo. O PAC incluirá cuidados pertinentes à fauna, à flora e aos recursos naturais pertencentes na área de influência do empreendimento, conjuntamente com as questões construtivas do projeto. O seu maior objetivo é diminuir esses impactos a partir de acompanhamentos em toda a fase de construção.

Programa Ambiental de Operação e Manutenção

Conjuntamente com o PAC, o Programa Ambiental de Operação e Manutenção se propõe a reduzir os riscos ambientais, agora nas fases que conferem a operação e manutenção do empreendimento, principalmente aqueles que se referem a aerogeradores, torres de transmissão e cabos e podas na vegetação próxima ao empreendimento. O objetivo deste programa é a busca pela eficiência das fases de operação e manutenção, através de rotinas de monitoramento, de vistorias, até possível intervenção em infraestruturas de proprietários de terras.

Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR)

De acordo com requisitos estabelecidos em normas, o PGR tem como objetivo garantir a eficiência dos processos e a gestão integrada de segurança, meio ambiente e saúde, através de acompanhamento, medições, análises e implementações de melhoria contínua.

Plano de Atendimento à Emergência (PAE)

O PAE busca a proteção de todos os elementos referentes ao empreendimento, isto é, as pessoas, o meio ambiente, os equipamentos e as instalações aplicados ao canteiro de obras, além das relações com as comunidades adjacentes. Para tal, haverá uma equipe de prontidão em tempo integral para atender às emergências do empreendimento.

Plano de Gerenciamento de Tráfego (PGT)

Este plano se dará a partir de um conjunto de ações de caráter mitigatório e preventivo inerentes ao sistema viário e no tráfego veicular na fase de obras do empreendimento. Sua justificativa se dá em função de reduzir os impactos que este tipo de atividade provoca, promovendo a fluidez e a segurança do tráfego.

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Plano de Eventual Desativação do Empreendimento

O referido plano propõe as etapas a serem seguidas caso o empreendimento tenha de ser desativado, desde sua desmontagem, até a destinação final dos componentes dos aerogeradores. Para que seja feita de forma organizada não impactante, os empreendedores realizarão um cronograma detalhado de trabalho de desativação, se esta for necessária.

Programa de Monitoramento dos Processos Erosivos

Este programa se justifica pelo fato de haver possíveis focos de erosão devido à instalação de algumas estruturas do empreendimento. Então, o objetivo deste programa é monitorar e controlar o solo para que não haja erosão, evitando, assim, os danos causados por ela.

Programa de Monitoramento de Ruídos e Vibrações

Pelo fato de equipamentos do empreendimento, englobando aqueles que fazem parte tanto da fase de instalação como da de operação, serem fontes de vibrações e ruídos em seus funcionamentos, este programa se faz necessário. O objetivo deste programa é o monitoramento e o controle das vibrações e dos ruídos a fim de que eles tenham seus impactos sobre o meio ambiente e sobre os seres vivos minimizados.

Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Líquidos

O intuito deste programa é planejar, programar, coordenar, analisar e avaliar as atividades pertinentes à política de gestão e proteção ambiental na área do empreendimento. Para que isto seja cumprido, o programa estabelece procedimentos a serem adotados, para que os impactos ambientais decorrentes dos resíduos sólidos e líquidos sejam minimizados.

Plano de Monitoramento da Qualidade da Água

O objetivo deste plano é controlar e monitorar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, através de análises físico-químicas de amostras coletadas na área de influência do empreendimento. Sob a luz deste bem ambiental, será possível determinar o grau de influência do empreendimento sobre o meio ambiente, já levando em consideração o trabalho dos outros planos e programas ambientais.

Plano de Monitoramento da Qualidade de Solo

Ainda acerca de bens ambientais que terão sua qualidade possivelmente alterada, esse plano visa a controlar e monitorar a qualidade do solo, buscando monitorar suas características químicas e mineralógicas em amostras coletadas na área de influência do empreendimento.

Plano de Conservação Paisagística

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Este plano se dará na área de influência direta do empreendimento, buscando evitar impactos significativos de cunho ambiental, bem como garantindo a qualidade dos recursos naturais. Apesar de a atividade de geração de energia elétrica por fonte eólica em si não produzir efluentes ou resíduos sólidos, a fase de instalação do empreendimento possui potencial de alteração morfológica do solo, quando a construção das bases dos aerogeradores e do canteiro de obras, e produção de efluentes, comprometendo os aspectos paisagísticos locais.

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)

Como já exposto nas justificativas e nos objetivos dos outros planos e programas, o empreendimento possui a capacidade de alteração nos componentes naturais, como o solo, a paisagem, a cobertura vegetal, pela instalação dos equipamentos. Entretanto, é possível a recuperação das áreas degradadas, o que é o objetivo deste programa. Com a finalidade de minimizar os impactos, além de controlá-los, o PRAD, aliado às legislações ambientais pertinentes, indica ações de recuperação a serem adotadas e executadas concomitantes às obras.

Programa de Desmatamento Racional

Este programa visa a atender a necessidade intrínseca ao empreendimento de desmatar certas áreas para a construção dos aerogeradores e das vias de acesso e manutenção. Conhecidos os impactos no solo e na fauna, este programa proporcionará, de forma passiva e direcionada, a dispersão da fauna diretamente afetada, evitando, portanto, a perda de exemplares da fauna por atropelamento nas vias.

Programa de Monitoramento da Fauna

O objetivo deste programa é o acompanhamento antes, durante e depois da implantação do empreendimento, de populações de animais da região onde será instalado o empreendimento, no intuito de quantificar a diversidade e densidade das populações naturais e bioindicadoras, para que a biodiversidade local possa ser conservada. Além disso, esse acompanhamento visa a conhecer a real extensão dos impactos causados à fauna local, para implementar ações de manejo, controle e monitoramento.

Programa de Educação Ambiental

Utilizando-se da Educação Ambiental para promover novas formulações e atuações dos indivíduos e coletivos no ambiente em que estão inseridos, este programa propõe um diálogo entre empreendedor, gestão ambiental da obra e trabalhadores, para minimizar os impactos negativos e potencializar os positivos, por meio da socialização, formação e informação socioambiental. O programa deve, então, nortear ações e atividades voltadas para a disseminação de informações sobre os impactos socioambientais, além de promover atividades formativas com o s trabalhadores da obra para que incentivem a educação ambiental.

Programa de Saúde da População

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O fato de a saúde das comunidades próximas à obra e dos próprios trabalhadores desta atrelar em si um fator de qualidade socioambiental durante a implantação do empreendimento faz com que a exposição desta população aos efeitos da obra deva ser diagnosticada e monitorada. Outro objetivo desse programa é proporcionar os serviços de prevenção de riscos à saúde e à integridade física desta população, a partir de práticas de educação em saúde.

Plano de Proteção ao Trabalhador e Segurança do Ambiente de Trabalho

Este plano se baseia nas disposições contidas nas Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, que deverão ser cumpridas e incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários. Desta forma, o plano terá abrangência em todas as fases do empreendimento, e contribuirá para um maior comprometimento dos trabalhadores para com os objetivos do empreendimento.

Programa de Comunicação Social

Este programa funcionará em acordo com os outros programas ambientais, informando a comunidade da área de influência do empreendimento as atividades a exercidas nas fases do empreendimento, bem como as ações dos outros programas. A comunicação será realizada por meio de cartazes, cartilhas, campanhas informativas, entre outros, trazendo informações das alterações da vida da população local.

Programa de Resgate de Achados do Patrimônio Arqueológico, Cultural e Histórico

Este programa tem como objetivo o resgate de sítios arqueológicos e históricos descobertos durante a fase de instalação do projeto. A partir de estudos mais aprofundados, áreas de interesse de resguardo ao Patrimônio Arqueológico Material serão identificadas e definidas, para que os achados sejam preservados e o local conservado.

12. Compensação Ambiental

De acordo com a legislação vigente e com o Termo de Referência desenvolvido pela SEMACE, este relatório foi realizado, descrevendo componentes para a análise de impactos ambientais do Complexo Eólico Harmonia. Acordando com o Decreto Federal de número 6.848, de maio de 2009, informações necessárias para o cálculo de Grau de Impacto, o GI, foram geradas, a fim de que este relatório contemple o item de cálculo de Compensação Ambiental, bem como Além disso, a planilha de desembolso físico e financeiro total dos investimentos do empreendimento.

12.1 Procedimentos Metodológicos para o Cálculo de Compensação

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Para que o Grau de Impacto possa ser calculado, fatores e impactos negativos somente são analisados. Para o cálculo de cada caráter adverso, são consideradas a Magnitude, a Abrangência e a Temporalidade, ou Duração, atribuindo valores inteiros de 0 (zero) a 4 (quatro). Para tanto, o cálculo do Grau de Impacto (GI) se faz pela seguinte fórmula: , em que

Impacto sobre a Biodiversidade;

Comprometimento da Área Prioritária;

Influência em Unidades de Conservação.

12.1.1 Grau de Impacto (GI)

12.1.2 Impacto sobre a Biodiversidade (ISB)

O Impacto Sobre a Biodiversidade (ISB) retrata os impactos do empreendimento que atuam diretamente sobre a biodiversidade, seja em sua área de influência direta ou indireta. Os impactos diretos sobre a biodiversidade que não se propagarem para além da área de influência direta e indireta não serão levados em consideração para as áreas prioritárias. O ISB é calculado por:

( )

, em que

Índice Magnitude;

Índice Biodiversidade;

Índice Abrangência;

Índice Temporalidade.

O valor do ISB varia entre 0 e 0,25%.

12.1.3 Comprometimento de Área Prioritária (CAP)

O Comprometimento de Área Prioritária (CAP) mensura efeitos que o empreendimento tem sobre a área prioritária em que se encontra, atribuindo a relação entre a significância dos impactos frente às áreas prioritárias afetadas. Mesmo aqueles empreendimentos que não impactam significativamente a biodiversidade local podem alterar a dinâmica de processos ecológicos, interferindo em áreas prioritárias. O cálculo do CAP se faz da seguinte maneira:

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, em que

Índice Magnitude;

Índice Comprometimento de Área Prioritária;

Índice Temporalidade.

O CAP tem como valor que varia entre 0 e 0,25%.

12.1.4 Influência em Unidade de Conservação (IUC)

A Influência em Unidade de Conservação (IUC) é medida de acordo com a influência que o empreendimento tem sobre as Unidades de Conservação ou suas zonas de amortecimento. A IUC varia de 0 a 0,15%, sendo igual a 0 quando não houver nenhuma influência nesses tipos de área e sendo diferente de zero de acordo com os valores dos grupos abaixo: G1: parque (nacional, estadual ou municipal), reserva biológica, estação ecológica, refúgio de vida silvestre e monumento natural=0,15%; G2: florestas (nacionais ou estaduais) e reserva de fauna = 0,10%; G3: reserva extrativista e reserva de desenvolvimento sustentável = 0,10%; G4: área de proteção ambiental, área de interesse ecológico relevante e reservas particulares do patrimônio natural = 0,10%; G5: zonas de amortecimento de unidades de conservação = 0,05%.

12.1.5 Índices de Cálculo

12.1.5.1 Índice Magnitude (IM)

O Índice de Magnitude avalia existência e relevância dos impactos ambientais negativos significativos sob os diversos aspectos ambientais analisados de forma integrada. O IM varia de 0 a 3.

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Valor Atributo

0 Ausência de impacto ambiental negativo significativo.

1 Pequena magnitude do impacto ambiental em relação ao

comprometimento dos recursos ambientais.

2 Média magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao

comprometimento dos recursos ambientais.

3 Alta magnitude do impacto ambiental negativo.

12.1.5.2 Índice Biodiversidade (IB)

O IB varia de 0 a 3 e avalia o estado da biodiversidade antes da implantação do empreendimento.

Valor Atributo

0 Biodiversidade se encontra muito comprometida.

1 Biodiversidade se encontra medianamente comprometida.

2 Biodiversidade se encontra pouco comprometida.

3 Área de trânsito ou reprodução de espécies consideradas endêmicas ou

ameaçadas de extinção.

12.1.5.3 Índice Abrangência (IA)

A partir de avaliações sobre a extensão espacial dos impactos negativos sobre os recursos ambientais, o IA varia entre 1 a 4.

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Valor

Atributos para empreendimentos

terrestres, fluviais e lacustres

Atributos para empreendimentos

marítimos ou localizados nas faixas terrestre e

marítima da Zona Costeira

Atributos para empreendimentos

marítimo (profundidade em relação à lâmica

d'água)

1 Impactos limitados à

área de uma microbacia Impactos limitados a um

raio de 5 km Profundidade maior ou

igual a 200 metros

2

Impactos que ultrapassem a área de

uma microbacia, limitados à área de uma

bacia de 3ª ordem

Impactos limitados a um raio de 10 km

Profundidade menor que 200 e maior que 100

metros

3

Impactos que ultrapassem a área de

uma bacia de 3ª ordem, limitados à área de uma

bacia de 1ª ordem

Impactos limitados a um raio de 50 km

Profundidade menor que 100 e maior que 50

metros

4 Impactos que

ultrapassem a área de uma bacia de 1ª ordem

Impactos que ultrapassem um raio de

50 km

Profundidade menor que 50 metros

12.1.5.4 Índice Temporalidade (IT)

O IT se refere à resiliência do ambiente ou bioma onde o empreendimento se insere, avaliando a persistência dos impactos negativos e varia de 1 a 4.

Valor Atributo

1 Imediata: até 5 anos após a instalação do empreendimento

2 Curta: superior a 5 e até 15 anos após a instalação do empreendimento

3 Média: superior a 15 e até 30 anos após a instalação do

empreendimento

4 Longa: superior a 30 anos após a instalação do empreendimento

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12.1.5.5 Índice Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP)

O ICAP possui um valor que varia de 0 a 3 atribuído de acordo com o comprometimento sobre integridade de fração significativa da área prioritária impactada devido à implantação do empreendimento, conforme mapeamento oficial de áreas prioritárias, aprovado mediante ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente.

Valor Atributo

0 Inexistência de impactos sobre áreas prioritárias ou impactos em áreas

prioritárias totalmente sobrepostas a unidades de conservação.

1 Impactos que afetem áreas de importância biológica alta.

2 Impactos que afetem áreas de importância biológica muito alta.

3 Impactos que afetem áreas de importância biológica extremamente alta ou

classificadas como insuficientemente conhecidas.

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12.1.6 Cálculo do grau de Impacto (GI)

12.1.6.1 Influência em Unidades de Conservação (IUC)

O Complexo Eólico Harmonia se localiza parcialmente em uma Unidade de Conservação Federal, a Área de Proteção Ambiental Serra do Ibiapaba, além de estar também em áreas da zona de amortecimento do Parque Nacional de Ubajara. Desta forma, a localidade se enquadra no G1, fazendo com que o IUC = 0,15%.

12.1.6.2 Comprometimento de Área Prioritária (CAP)

De acordo com a formulação do cálculo do CAP, devem-se considerar os três índices, sendo eles o de Comprometimento de Área Prioritária, o de Magnitude e o de Temporalidade. Pelo fato de, na área de influência indireta, haver as áreas prioritárias do Planalto da Ibiapaba do Norte/Jaburuna e da Chapada Ibiapaba, é atribuído o valor de ICAP = 3. A magnitude analisada do impacto em relação ao comprometimento dos recursos ambientais é considerada pequena, sendo, portanto, IM = 1. Para o índice de temporalidade, analisou-se o contrato inicial do empreendimento para a geração e distribuição de energia elétrica, que é de 20 anos. Porém, com o sucesso do projeto e com a renovação do seu contrato, esse tempo aumentará, o que leva a IT = 3. Na aplicação dos valores dos índices na fórmula, tem-se:

12.1.6.3 Impacto sobre a Biodiversidade (ISB)

Como já descrito neste relatório, a área de implantação do empreendimento se encontra antropizada e degradada devido à sua ocupação e ao seu uso de solo, mesmo sendo hoje um ambiente de baixo nível de ocupação. Apesar disso, existe ainda certa importância nos remanescentes naturais da área. Portanto, se faz necessária a valoração do impacto à biodiversidade local causado pela instalação do empreendimento. De acordo com a formulação para o cálculo do ISB, deve-se ainda atribuir valores aos seus quatro índices, o Magnitude (IM), o Biodiversidade (IB), o Abrangência (IA) e o Temporalidade (IT).

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Para o primeiro, o fato de a biodiversidade mais afetada ser a avifauna e a quiropterofauna, a magnitude atribuída a esse impacto ambiental negativo em relação à biodiversidade é pequena, sendo, portanto, conferido o valo de IM = 1. Ainda em se tratando de biodiversidade, porém agora sobre o IB, como a biodiversidade está pouco comprometida, seu valor é de IB = 2. Em termos de espacialidade, os impactos são limitados à microbacia e a um raio de 5 km, atribuindo o valor de IA = 1. No tocante da resiliência do ambiente ou bioma onde o empreendimento está inserido, embora o contrato de geração e distribuição de energia elétrica do Complexo Eólico Harmonia ser de 20 anos, as estruturas permanecerão no local por mais tempo, vislumbrando o sucesso e a extensão do projeto por um período mais longo. Então, o valor atribuído de é de IT = 3. Quando aplicados os valores dos índices na fórmula de ISB, tem-se:

( )

Para a determinação, então, do Grau de Impacto, tem-se:

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12.2 Valoração da Compensação Ambiental

A Compensação Ambiental é valorada para fins de contrapartida financeira nos impactos causados sobre o meio ambiente pelo empreendimento. Seu valor pode ser calculado pelo produto do Grau de Impacto (GI) com o Valor de Referência (VR). O Valor de Referência corresponde ao valor total dos investimentos para a implantação do empreendimento, que está estimado em R$ 4.200.000,00/MW (quatro milhões e duzentos mil reais por megawatt), custeados por capital próprio e financiamentos específicos para a geração de energia. De acordo com a formulação, então, a Compensação Ambiental (CA) é calculada:

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13. Conclusões

A viabilidade da energia eólica é eminente no tocante das questões ambientais, pois seu baixo impacto ambiental em supressões vegetais e na biodiversidade promove ainda mais a substituição das fontes energéticas por combustíveis fósseis. A região da Serra do Ibiapaba, por ter um dos maiores potenciais eólicos do país, se faz uma localização de ótima ocupação pelo Complexo Eólico Harmonia. Além do mais, o fato de não necessitar grandes esforços a realocação de infraestrutura e habitações facilita esta ocupação. Apesar disso, existem impactos no meio ambiente. Mesmo sendo pouco significativos, há interferências no meio biótico, sendo a alocação de aerogeradores e a conformação das centrais facilitadas pela pequena área necessária a ser modificada, estando limitada somente às bases dos aerogeradores e às vias de acesso das subestações e os canteiros de obras. Em se tratando de fauna, os impactos também são reduzidos pelas medidas mitigadoras propostas. Devem-se levar em consideração também os impactos positivos pela implantação do Complexo Eólico Harmonia, sendo que estes se dão desde a fase de planejamento do projeto, perdurando enquanto o Complexo estiver em operação. Estes impactos positivos são de cunho socioeconômico principalmente, beneficiando a comunidade próxima à Central Eólica com empregos nas fases de implantação e de operação dos parques. Em consequência disso, aumenta-se a renda local, o crescimento do comércio, da arrecadação tributária e do nível de qualidade de vida da população. Na fase de operação, além dos empregos diretos e indiretos gerados em decorrência da implantação do Complexo Eólico Harmonia, existe também o fator de geração de energia elétrica para a região da Serra do Ibiapaba. As comunidades ali presentes se beneficiarão com a maior disponibilidade de energia elétrica, melhorando sua qualidade de vida. É fato que a implantação do empreendimento modificará a rotina da região e de suas comunidades. Porém, como previsto no Estudo de Impacto Ambiental – EIA – e neste relatório, deverão ser seguidos os planos e programas propostos, a fim de que a população tenha conhecimento das atividades do Complexo Eólico Harmonia. Além disso, as medidas mitigatórias também dispostas neste relatório deverão ser adotadas para que se minimizem ou se anulem os impactos negativos em benefício dos impactos positivos, tanto para o meio ambiente, quanto para a população.

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15. Glossário

A

Abundância: Termo que indica o número de indivíduos presentes num biótopo ou uma área determinada. Ação Popular: É o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos - ou a estes equiparados - lesivos ao patrimônio federal, estadual e municipal, ou de suas autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiros públicos. Aceiro: Prática utilizada por bombeiros e agricultores no combate e prevenção de incêndios florestais. Consiste numa faixa de terra aberta em volta da área que está sendo queimada ou que se quer proteger, mantida livre de vegetação, com capina ou poda, a qual impede a invasão do fogo. Acidente: Acontecimento repentino e imprevisto, provocado por ação do homem ou da natureza, com efeitos relativamente limitados no tempo e no espaço, susceptíveis de atingirem as pessoas, os bens ou o ambiente. Adutora: Tubulação normalmente sem derivações que liga a captação ao tratamento da água, ou o tratamento à rede de distribuição. Aeróbio: Organismo para o qual a presença de oxigênio é indispensável à sua sobrevivência. Aerogerador: Também denominado de turbina eólica, é um dispositivo destinado a converter a energia cinética contida no vento em energia elétrica. A quantidade de energia gerada depende: da velocidade do vento; do diâmetro do rotor e do rendimento de todo o sistema. Afluente: Qualquer curso d'água que deságua em outro maior, ou num lago, ou lagoa. Agente patogênico: É o agente capaz de provocar doenças. Agente Tóxico: Qualquer substância exógena em quantidade suficiente que, em contato com o organismo, possa provocar uma ação prejudicial, originando um desequilíbrio orgânico. Agrotóxico: Qualquer produto químico de ação tóxica empregado na agricultura, por exemplo para matar insetos considerados pragas (inseticidas), ervas invasoras (herbicidas), fungos que geram doenças (fungicidas). Também chamados de defensivos agrícolas (sobretudo pela indústria química), pesticidas ou praguicidas. Água superficial: água encontrada na parte mais rasa de uma coluna de água, caracterizaa em geral, por densidade mais baixa do que a água do fundo, principalmente em virtude da

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temperatura mais alta. Água que se encontra abaixo da superfície da terra, nas formas sólida, líquida ou gasosa. Água subterrânea: suprimento de água doce sob a superfície da terra, em um aquífero ou no solo, que forma um reservatório natural para o uso do homem. Que ocorrem naturalmente no subsolo e podem ser extraídas e utilizadas para consumo. Águas territoriais: Comportam as águas territoriais uma discriminação que gradualmente se admitiu na prática estatal, duas faixas autônomas. A primeira ocupa as reentrâncias do litoral, baías, portos, abras, recôncavos, estuários, enseadas, assemelhadas aos lagos e rios, denominadas águas interiores. A outra de contorno aproximadamente paralelo à costa confina mais adiante com o mar alto, de largura constante, menos dependente da terra, o mar territorial (...) a banda paralela à costa, onde o Estado ribeirinho detém, com ressalva de trânsito nóxio desses navios (navios estrangeiros), poderes similares aos que exerce em seu território terrestre. Avaliação de Impacto Ambiental (AIA): Instrumento de política ambiental, formado por um conjunto de procedimentos capazes de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos ambientais apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão e por eles considerados. Anaeróbio: Condição a qual não existe disponível qualquer forma de oxigênio. Análise de riscos: É uma técnica de prevenção de acidentes na qual se analisa as características de um empreendimento/atividade levando em consideração seus riscos potenciais, vulnerabilidades, medidas de segurança, entre outros. Análise de situação: Análise feita frente a situações de emergência, de forma a determinar ações a serem postas em prática. Antedunas: Também chamadas "dunas exteriores", podem ser cobertas periodicamente pelo mar que avança. Ao recuar o mar, a água que persiste entre as partículas de areia evapora e um grande teor salino se origina, por conseguinte, nessas areias. Antrópico: Resultado das atividades humanas - sociais, econômicas e culturais - no meio ambiente. Aquífero: Formação porosa (camada ou estrato) de rocha permeável, areia ou cascalho, capaz de armazenar e fornecer quantidades significativas de água. Área contaminada: Área onde há comprovadamente poluição causada por quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados, e que determina impactos negativos sobre os bens a proteger. Área de drenagem: Área de uma bacia hidrográfica, em que o escoamento respectivo contribui para uma dada seção. Área de Proteção Ambiental (APA): Categoria de unidade de conservação cujo objetivo é conservar a diversidade de ambientes, de espécies, de processos naturais e do patrimônio

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natural, visando a melhoria da qualidade de vida, através da manutenção das atividades socioeconômicas da região. Esta proposta deve envolver, necessariamente, um trabalho de gestão integrada com participação do Poder Público e dos diversos setores da comunidade. Pública ou privada, é determinada por decreto federal, estadual ou municipal, para que nela seja discriminado o uso do solo e evitada a degradação dos ecossistemas sob interferência humana. Área de risco: Área suscetível de ser afetada pelas consequências de um acidente. Área degradada: Área onde há a ocorrência de alterações negativas das suas propriedades físicas, tais como sua estrutura ou grau de compacidade, a perda de matéria devido à erosão e a alteração de características químicas, devido a processos como a salinização, lixiviação, deposição ácida e a introdução de poluentes. Área rural: É a área do município, excluídas as áreas urbanas, onde são desenvolvidas, predominantemente, atividades rurais. Área sensível: Local de elevado valor ecológico, econômico etc., e que eventualmente possa ser afetado por um acidente. Área urbana: É a cidade propriamente dita, definida de todos os pontos de vista - geográfico, ecológico, demográfico, social, econômico etc. - exceto o político-administrativo. Em outras palavras, área urbana é a área habitada ou urbanizada, a cidade mesma, mais a área contígua edificada, com usos do solo de natureza não agrícola e que, partindo de um núcleo central, apresenta continuidade física em todas as direções até ser interrompida de forma notória por terrenos de uso não urbano, como florestas, semeadouros ou corpos d'água. Assoreamento: Processo em que lagos, rios, baías e estuários vão sendo aterrados pelos solos e outros sedimentos neles depositados pelas águas das enxurradas, ou por outros processos. Aterro controlado - aterro para lixo residencial urbano, onde os resíduos são depositados recebendo depois uma camada de terra por cima. Na impossibilidade de se proceder a reciclagem do lixo, pela compostagem acelerada ou pela compostagem a céu aberto, as normas sanitárias e ambientais recomendam a adoção de aterro sanitário e não do controlado. Ato administrativo: É a manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, que tem por objetivo constituir, declarar, confirmar, alterar ou desconstituir uma relação jurídica entre ela e seus administrados ou dentro de si própria. Audiência pública: Procedimento de consulta à sociedade, ou a grupos sociais interessados em determinado problema ambiental ou potencialmente afetados por um projeto, a respeito de seus interesses específicos e da qualidade ambiental por eles preconizada. Avaliação ambiental: Expressão utilizada com o mesmo significado da avaliação de impacto ambiental, em decorrência de terminologia adotada por algumas agências internacionais de cooperação técnica e econômica, correspondendo às vezes a um conceito amplo que inclui outras formas de avaliação, como a análise de risco, a auditoria ambiental e outros procedimentos de gestão ambiental. Avaliação de danos: Método de exame sistemático de um equipamento, sistema, instalação, comunidade ou área geográfica, com o objetivo de definir e quantificar os danos humanos,

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materiais e ambientais e os prejuízos econômicos e sociais provocados por um determinado evento. Avifauna: Conjunto das espécies de aves que vivem numa determinada região.

B

Bacia hidrográfica: Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes. A noção de bacias hidrográfica inclui naturalmente a existência de cabeceiras ou nascentes, divisores d'água, cursos d'água principais, afluentes, subafluentes, etc. Em todas as bacias hidrográficas deve existir uma hierarquização na rede hídrica e a água se escoa normalmente dos pontos mais altos para os mais baixos. O conceito de bacia hidrográfica deve incluir também noção de dinamismo, por causa das modificações que ocorrem nas linhas divisórias de água sob o efeito dos agentes erosivos, alargando ou diminuindo a área da bacia. Baixada: Zonas próximas ao mar, geralmente extensas de baixa altitude que também são chamadas de planícies. Balanço Híbrido: Balanço das entradas e saídas de água no interior de uma região hidrológica bem definida, levando em conta as variações efetivas de acumulação. Biodegradação: Processo de decomposição de uma substância, no ambiente físico, através de sistemas biológicos. As substâncias biodegradáveis não tendem a se acumular no ambiente. Biodiversidade: referente à variedade de vida existente no planeta, seja terra ou água. É o conjunto de todas as espécies de plantas e animais e de seus ambientes naturais, existentes em uma determinada área. É também um termo que se refere à variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em determinada região. Bioma: Amplo conjunto de ecossistemas terrestres caracterizados por tipos fisionômicos semelhantes de vegetação, com diferentes tipos climáticos. É o conjunto de condições ecológicas de ordem climática e características de vegetação: o grande ecossistema com fauna, flora e clima próprios. Os principais biomas mundiais são: tundra, taiga, floresta temperada caducifólia, floresta tropical chuvosa, savana, oceano e água doce. No Brasil, ocorrem os seguintes grandes biomas: Floresta Amazônica, Floresta Atlântica, Cerrado, Caatinga, de :Floresta de Araucária, Campos e Zonas de Transição (pantanal, Zona Costeira). Brigadas de combate: Grupo responsável pelo primeiro combate ao fato gerador da situação de emergência, formado por todo o pessoal de turno (Operadores, vigilantes e marítimos), que estiver em serviço no horário da ocorrência anormal.

C

Caatinga: Vegetação lenhosa xerofítica muito estacional, de fisionomia variável, que engloba a maior parte do Nordeste brasileiro, havendo muitas espécies suculentas, rica em Cactaceae, Bromeliaceae e Leguminosae, desde esparsa e rala, até floresta caducifólia espinhosa. Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental: Registro obrigatório de pessoas físicas e jurídicas que se dediquem à prestação de serviços de

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consultoria sobre problemas ecológicos e estudos ambientais, de um modo geral, ou se dediquem à fabricação, comercialização, instalação ou manutenção de equipamentos, aparelhos e instrumentos de controle de poluição, instituído pela Resolução nº 001, de 16.03.88, do CONAMA, regulamentando assim o artigo 17 da Lei nº6.938, de 31.08.81. Capacidade de escoamento: Estimativa expressa em volume ou peso da carga que pode ser transportada, por dia, de um para um outro local, pelos meios de transporte disponíveis. Cenozóico: era geológica que compreende o intervalo de tempo que vai de 65 milhões de anos atrás até os dias atuais, estando constituída por três períodos geológicos conhecidos como Quaternário, Neógeno e Paleógeno. Central Geradora Eólica (CGE) ou Parque Eólico: é um espaço, terrestre ou marítimo, onde estão concentrados vários aerogeradores destinados a transformar energia eólica em energia elétrica. Central Geradora Hidrelétrica (CGH): unidade geradora de energia com potencial hidráulico igual ou inferior a 1.000 kW, normalmente com barragem somente de desvio, em rio com acidente natural que impede a subida de peixes. Cerrado: Tipo de vegetação que ocorre no Planalto Central brasileiro, em certas áreas da Amazônia e do Nordeste, em terreno geralmente plano, caracterizado por árvores baixas e arbustos espaçados, associados a gramíneas, também denominado campo cerrado. Chapada: Denominação usada no Brasil para as grandes superfícies às vezes horizontais situadas a mais de 600m de altitude, que aparecem na região Centro-Oeste e também com dimensões menores no Nordeste. Chuva: Precipitação de água líquida, sob forma de gotas. Clima: Conjunto de condições meteorológicas predominantes numa determinada região, caracterizada estatisticamente a longo prazo a partir de elementos meteorológicos registados nessa região (valores médios, variâncias, probabilidade de ocorrência de valores extremos, entre outros) que são influenciados pala altitude, latitude, continentalidade etc. Compensação ambiental: É um mecanismo financeiro de compensação pelos efeitos de impactos não mitigáveis ocorridos quando da implantação de empreendimentos, e identificados no processo de licenciamento ambiental. O ordenamento jurídico brasileiro prevê a compensação ambiental em algumas situações: (i) compensação por dano ambiental irreversível; (ii) compensação para supressão de Área de Preservação Permanente; (iii) compensação de Reserva Legal; (iv) compensação para supressão de Mata Atlântica e (v) compensação para implantação de empreendimentos causadores de significativo impacto ambiental. Contaminação – Introdução no meio ambiente de organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou outros elementos, em concentrações que possam afetar a saúde humana. É um caso particular de poluição. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA): É o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, instituído pela Lei 6938, de 31 de agosto de

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1981, com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. Conservação da natureza: Uso ecológico dos recursos naturais, com o fim de assegurar uma produção contínua dos recursos renováveis e impedir o esbanjamento dos recursos não renováveis, para manter o volume e a qualidade em níveis adequados, de modo a atender às necessidades de toda a população e das gerações futuras. Conservação do solo: Conjunto de métodos de manejo do solo que, em função de sua capacidade de uso, estabelece a utilização adequado do solo, a recuperação de suas áreas degradadas e mesmo a sua preservação. Conservação: Desenvolvimento de ações de proteção dos recursos naturais para determinado uso. Sistema flexível ou conjunto de diretrizes planejadas para o manejo e utilização sustentada dos recursos naturais, a um nível ótimo de rendimento e preservação da diversidade biológica. Uso racional de qualquer recurso da natureza através de medidas que assegurem a sua renovação ou auto-sustentação, podendo ser efetuado a utilização econômica dos recursos naturais. Contaminação: Introdução no meio ambiente de organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou outros elementos, em concentrações que possam afetar a saúde humana. É um caso particular de poluição. Corpo d’água: Denominação genérica para qualquer manancial hídrico; curso d’água, trecho de rio, reservatório artificial ou natural, lago, lagoa ou aquífero subterrâneo.

D

Dano ambiental: Qualquer alteração provocada por intervenção antrópica. Declive: é a inclinação do terreno ou da encosta, considerada do ponto mais alto em relação ao mais baixo. A declividade é o grau de inclinação de um terreno em relação a linha do horizonte podendo ser expressa também em percentagem, medida pela tangente do ângulo de inclinação multiplicada por 100. Decomposição: em Biologia – processo de conversão de organismos mortos, ou parte destes, em substâncias orgânicas e inorgânicas, através da ação escalonada de um conjunto de organismos. Em geomorfologia – alteração das rochas produzidas pelo intemperismo químico. Degradação Ambiental: Prejuízos causados ao meio ambiente, geralmente resultante de ações do homem sobre a natureza. Um exemplo é a substituição da vegetação nativa por pastos. Termo usado para qualificar os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade ou a capacidade produtiva dos recursos ambientais. Delta: São regiões costeiras alagadas pelas águas da desembocadura dos rios, onde também ocorrem ilhas e canais formando uma intrincada rede, havendo também uma influência moderada das correntes marinhas.

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Demografia: Estudo estatístico do tamanho da população humana, crescimento, densidade e distribuição etária. Depósitos Flúvio-marinhos: depósitos sedimentares originados pela ação combinada de processos fluviais e marinhos (litorâneos). Em geral, são encontrados em planícies costeiras e em deltas marinhos. Depósitos Lagunares: sedimentos em geral mais finos (sílitico-argilosos) do que os de mar aberto, mais ou menos ricos em matéria orgânica. A fauna e a flora associados em geral eurihalinas e euritermais, sendo mais ou menos típicas desse ambiente. Fragmentos de conchas de moluscos, predominantemente de ostras, podem constituir parcela importante desses sedimentos. Depósitos Litorâneos: Sedimentos ligados à deriva litorânea, situados entre os níveis de preamar e baixa-mar. Em zonas litorâneas abertas, são relativamente comuns os sedimentos arenosos e cascalhos, enquanto que em zonas litorâneas protegidas predominam depósitos arenosos finos e silítico-argilosos. Depósitos Litorâneos pleistocênicos, correspondentes a níveis marinhos mais baixos que o atual, são abundantes sobre a plataforma continental. Desenvolvimento sustentado: Modelo de desenvolvimento que leva em consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social ecológico, assim como as disponibilidades dos recursos vivos e inanimados, as vantagens e os inconvenientes, a curto, médio e longo prazos, de outros tipos de ação. Tese defendida a partir do teórico indiano Anil Agarwal, pela qual não pode haver desenvolvimento que não seja harmônico com o meio ambiente. Assim, o desenvolvimento sustentado que no Brasil tem sido defendido mais intensamente, é um tipo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades econômicas do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras. Desmatamento: Também chamado desflorestamento, é a prática de corte, capina ou queimada que leva à retirada da cobertura vegetal existente em determinada área em geral para fins de pecuária, agricultura ou expansão urbana. Destocamento: É um procedimento agrícola de limpeza de solo através da retirada dos tocos ou restos de árvores que foram queimadas ou cortadas. Na maioria dos casos é executado por meios mecanizados. Diagnóstico ambiental: É a completa descrição e análise dos recursos ambientais da área de influência do projeto e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto. Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM): é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, instituída pelo Decreto 1.324/94, na forma da Lei 8876/94, dotada de personalidade jurídica de direito público, com autonomia patrimonial, administrativa e financeira, com sede e foro em Brasília e Distrito Federal e jurisdição em todo o território nacional. Este órgão tem a finalidade de promover o planejamento e o fomento da exploração mineral e do aproveitamento dos recursos minerais e superintender as pesquisas geológicas minerais e de tecnologia mineral, bem como assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo o Território Nacional.

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Drenagem: Remoção natural ou artificial da água superficial ou subterrânea de uma área determinada. Duna: colinas de areia acumuladas por atividade de ventos, mais ou menos recobertos por vegetação. As dunas podem ser classificadas segundo as formas, orientação em relação ao vento, em transversais, longitudinais, parabólicas, piramidais. Elas ocorrem mais tipicamente nas porções mais centrais dos desertos, mas também podem ser encontradas em regiões litorâneas ou em margens fluviais. Dunas costeiras ou marítimas: São acumulações arenosas litorâneas, produzidas pelo vento, a partir do retrabalhamento de praias e restingas. Dunas fixas: depósitos areno-quartzosos marinhos fixados, dotados de revestimento vegetal de porte variado, que impede a sua movimentação pela ação dos ventos, constituindo áreas de recarga de aquíferos através de infiltração das águas pluviais.

E

Ecossistema: Unidade de funcionamento do meio ambiente. Um ecossistema tem dinâmica própria, resultante da relação entre todos os seres vivos da área com fatores químicos químicos e físicos do local. Seu funcionamento segue mecanismos que influenciam formas de reprodução, migração e comportamento das espécies. Educação Ambiental: Processo de aprendizagem e comunicação de problemas relacionados à interação dos homens com seu ambiente natural. É o instrumento de formação de uma consciência, através do conhecimento e da reflexão sobre a realidade ambiental. Efluente: Descarga de poluentes no meio ambiente, parcial ou completamente tratada ou em seu estado natural. Pode ser líquido ou gasoso. EIA/RIMA: Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, respectivamente, que são obrigatórios para análise, pelo órgão ambiental, no processo de licenciamento ambiental do empreendimento. Emergência: Situação de gravidade excepcional que obriga a adoção de medidas apropriadas. Emissão atmosférica: Descarga de substâncias e/ou energia no ar. Energia elétrica: é a capacidade de uma corrente elétrica realizar trabalho. Essa forma de energia pode ser obtida através da energia química ou da energia mecânica. Através de turbinas e geradores que transformam essas formas de energia em energia elétrica. Energia eólica: produzida a partir da força dos ventos, a energia eólica é abundante, renovável, limpa e disponível em muitos lugares. Essa energia é gerada por meio de aerogeradores, também denominados de turbinas eólicas, nas quais a força do vento é captada por hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador elétrico. A quantidade de energia transferida é função da densidade do ar, da área coberta pela rotação das pás (hélices) e da velocidade do vento. As formas de aproveitamento dessa energia estão associadas à conversão da mesma em energia mecânica ou elétrica.

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Energia primária: Tem como fonte os produtos energéticos providos pela natureza na sua forma direta: petróleo, gás natural, carvão-vapor, carvão metalúrgico, resíduos vegetais e animais, energia solar, eólica e outras. Energia secundária: Tem como fonte produtos energéticos resultantes do processamento da energia primária nos centros de transformação, como: óleo diesel, óleos combustíveis, gasolinas automotiva e de aviação, gás liquefeito de petróleo, nafta, querosene iluminante, gás canalizado e de coqueria, carvão mineral, carvão vegetal, álcool e outros. Equipamento de Proteção Individual (EPI): Todo equipamento, bem como complemento ou acessório, destinado a ser utilizado pelo trabalhador para se proteger dos riscos, para sua segurança e saúde. Erosão: Processo pelo qual a camada superficial do solo ou partes do solo são retiradas pelo impacto de gotas de chuva, ventos e ondas e são transportadas e depositadas em outro lugar. Inicia-se como erosão laminar e pode até atingir o grau de voçoroca. Espécie: Em biologia, unidade básica de classificação dos seres vivos. Designa população ou populações de seres com características genéticas comuns, que em condições normais reproduzem-se de forma a gerar descendentes férteis. Também entendida como uma unidade morfológica sistemática onde suas características externas são razoavelmente constantes, de forma que a espécie possa ser reconhecida e diferenciada das outras por seu intermédio. As espécies dividem-se em subespécies e agrupam-se em gêneros. Espécie pioneira: Espécie vegetal que inicia a ocupação de áreas desabitadas de plantas em razão da ação do homem ou de forças naturais. Estudo do Impacto Ambienta (EIA): Instrumento da política ambiental, com a finalidade de identificar, predizer e descrever as alterações positivas ou negativas de determinada ação antrópica sobre a qualidade da vida dos seres humanos e dos recursos naturais. Evaporação: Processo pelo qual um líquido é transformado lentamente em vapor. Evapotranspiração: Quantidade de água transferida do solo à atmosfera por evaporação e transpiração das plantas. Exótico: Qualificação dada a uma planta ou animal presente numa área geográfica, da qual não se origina. Por exemplo, o eucalipto no Brasil é espécie exótica, por ser uma espécie de planta originária da Austrália. Extrativismo: Ato de extrair madeira ou outros produtos das florestas ou minerais.

F

Falésia: Forma de relevo litorâneo abrupto e escarpado, resultante do trabalho de erosão realizado pelo mar e por outros agentes. No litoral brasileiro a partir do Espírito Santo para o Nordeste, ocorrem muitas falésias em terrenos argilosos, embora o conceito de falésia se estenda a todo relevo, com as características já citadas que se forma com a força erosiva do mar.

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Fanerozóica: tempo geológico abrangido entre as eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, quando do surgimento da vida em todas as suas expressões. Fauna: Conjunto de animais que habitam determinada região. Fauna silvestre: Conjunto de animais que vivem livres em seu ambiente natural. Fitoplâncton: Conjunto de plantas flutuantes, como algas, de um ecossistema aquático. Flora: Totalidade das espécies vegetais que compreende a vegetação de uma determinada região, sem qualquer expressão de importância individual. Fonte de contaminação: Local onde foi gerada a contaminação ou onde funciona ou funcionou uma atividade potencialmente contaminadora.

G Gases de Efeito Estufa (GEE): São substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificultam seu escape para o espaço. Isso impede que ocorra uma perda demasiada de calor para o espaço, mantendo a Terra aquecida. Geologia: Abrange o conhecimento da estrutura terrestre e dos seus processos, e da origem mineral dos solos. Geomorfologia: Estuda as formas do relevo terrestre e a sua configuração superficial. Os aspectos do relevo condicionam a composição e a textura dos solos, determinam a altitude, exposição e declividade. Gerenciamento de riscos: Formulação e implantação de procedimentos (técnicos ou administrativos), que visam controlar e reduzir os riscos existentes. O gerenciamento deve também permitir que a instalação opere dentro dos níveis de segurança considerados toleráveis. Gestão ambiental: A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental, normalmente em conjunto com o desenvolvimento de uma atividade.

H

Habitat: Local onde vive um organismo. Característica ecológica de um local específico habitado por um organismo ou populações adaptadas ao ambiente, no qual realizam sua interação ecológica.

I

Igarapés: Pequeno rio, estreito e navegável, que nasce na mata e deságua num rio maior. Ilha: Porções relativamente pequenas de terras emersas circundadas de água doce ou salgada.

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Impacto ambiental: Qualquer alteração das propriedades físico-químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, enfim, a qualidade dos recursos ambientais. Impacto ecológico: Refere-se ao efeito total que produz uma variação ambiental, seja natural ou provocada pelo homem, sobre a ecologia de uma região, como, por exemplo, a construção de uma represa. Incêndio florestal: É o fogo sem controle que incida sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural. Indicadores ecológicos: Referem-se a certas espécies que, devido a suas exigências ambientais bem definidas e à sua presença em determinada área ou lugar, podem se tornar indício ou sinal de que existem as condições ecológicas para elas necessárias. Infraestrutura urbana: Conjunto de obras que constituem os suportes do funcionamento das cidades e que possibilitam o uso urbano do solo. Inquilinismo: Associação interespecífica harmônica em que os indivíduos de uma espécie alojam-se em outra, obtendo proteção e suporte. Insolação: Exposição direta aos raios solares. A insolação é variável em cada lugar, segundo as condições climáticas e a importância da poluição atmosférica. Nas cidades, depende das partículas e da turbidez do ar. Intemperismo: É o conjunto de processos que provocam a decomposição e desintegração de minerais e rochas. Exclui a ação das chuvas e ventos, que se considera como essencialmente erosiva.

J

Jusante: Uma área ou um ponto que fica abaixo de outro ao se considerar uma corrente fluvial ou tubulação na direção da foz, do final. O contrário de montante.

L

Lago: Extensão de água cercada por terra que se forma quando uma cavidade da superfície terrestre enche-se de água ou quando uma drenagem natural é obstruída e as águas se acumulam atrás das barreiras. Lagoa: Superfície d'água de pequena extensão e profundidade. Laterização: Processo característico das regiões intertropicais de clima úmido e estações chuvosa e seca alternadas, acarretando a remoção da sílica e o enriquecimento dos solos e rochas em ferro e alumínio. Quando o processo se completa, temos solos transformados em rochas (lateritos).

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Latitude: sistema de coordenadas esféricas para a medida de distâncias angulares relacionadas com o plano do equador. Varia de 0º a 90º (latitude Norte) do equador ao Polo Norte e de 0º a 90º (latitude Sul) do equador ao Polo Sul. Leilão A-1: processo licitatório para a contratação de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existentes realizado com 1 (um) ano de antecedência do início do suprimento. Excepcionalmente, no ano de 2013, o início de entrega poder-se-á dar no ano da licitação. Leilão A-3: processo licitatório para a contratação de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração novos realizado com 3 (três) anos de antecedência do início do suprimento. Esse leilão foi criado para viabilizar empreendimentos de médio prazo de maturação, como, por exemplo, os empreendimentos termelétricos. Leilão A-5: processo licitatório para a contratação de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de geração realizado com 5 (cinco) anos de antecedência do início do suprimento. Esse foi criado para viabilizar empreendimentos de longa maturação, como, por exemplo, os empreendimentos hidrelétricos. Leilão de Ajuste: processo licitatório que tem por objetivo complementar a carga de energia necessária ao atendimento do mercado consumidor dos agentes de distribuição, até o limite de 1% do mercado de cada distribuidora. Leilão de Energia de Reserva – LER: Seu objetivo é elevar o patamar de segurança no fornecimento de energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional (SIN) com energia proveniente de usinas especialmente contratadas para este fim. Leilão de Fontes Alternativas – LFA: Os leilões de fontes alternativas foram criados com o objetivo de incentivar a diversificação da matriz de energia elétrica, introduzindo fontes renováveis e ampliando a participação de energia eólica e da bioeletricidade. Leilão de Projeto Estruturante: São leilões de compra de energia proveniente de projetos de geração de caráter estratégico e de interesse público, que asseguram a otimização do binômio modicidade tarifária e confiabilidade do Sistema Elétrico, bem como garantem o atendimento à demanda nacional de energia elétrica, considerando o planejamento de longo, médio e curto prazos. Leilões de Energia Elétrica: São processos licitatórios realizados com o objetivo de contratar a energia elétrica necessária para assegurar o pleno atendimento da demanda futura no Ambiente de Contratação Regulada – ACR (mercado das distribuidoras). Lençol freático: É um lençol d'água subterrâneo que se encontra em pressão normal e que se formou em profundidade relativamente pequena. Licenciamento ambiental: Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

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Linha de Transmissão (LT): é um sistema usado para transmitir energia eletromagnética. Esta transmissão não é irradiada, é sim guiada de uma fonte geradora para uma carga consumidora, podendo ser uma guia de onda, um cabo coaxial ou fios paralelos ou torcidos. Lixiviação: Arraste vertical, pela infiltração da água, de partículas da superfície do solo para camadas mais profundas.

M

Manancial: Qualquer corpo d'água, superficial ou subterrâneo, utilizado para abastecimento humano, industrial, animal ou irrigação. Manejo: Aplicação de programas de utilização dos ecossistemas, naturais ou artificiais, baseada em teorias ecológicas sólidas, de modo a manter, de melhor forma possível, nas comunidades, fontes úteis de produtos biológicos para o homem, e também como fonte de conhecimento científico e de lazer. Manejo sustentável: Forma planejada de interferir no ambiente natural. Compreende procedimentos baseados em conceitos ecológicos, permitindo o uso do ambiente sem provocar alterações na dinâmica das populações ou grande impacto ambiental. Mapeamento: representação cartográfica de informação ou dados sobre um ou mais fatores ambientais. Mar: Divisão geográfica da superfície contínua de água salgada que forma o oceano. Em geral, os mares são áreas circundadas pelas margens dos continentes; embora seus limites sejam algumas vezes delineados arbitrariamente, costumam refletir as diferenças físicas, químicas ou biológicas entre o mar e outro. Material Particulado (MP) e Partículas Inaláveis (PI): É um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo o tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. Esse poluente resulta da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios. Matriz de interação: Método usado para identificar impactos pela verificação sistemática de cada atividade de um projeto com cada parâmetro ambiental, para registrar se um dado impacto tem probabilidade de ocorrer. Caso positivo, marca-se a célula correspondente à intercessão da atividade com o parâmetro ambiental. Medidas compensatórias: Medidas tomadas pelos responsáveis pela execução de um projeto, destinadas a compensar impactos ambientais negativos, notadamente alguns custos sociais que não podem ser evitados ou uso de recursos ambientais não renováveis. Medidas corretivas: Significam a introdução de ações isoladas ou em conjunto para proceder à remoção de poluente do ambiente, bem como das medidas adotadas para mitigar os impactos ambientais adversos ou reabilitar áreas degradadas. Medidas de prevenção: Medidas de segurança, adotadas com a finalidade de diminuírem a probabilidade de ocorrência de acidentes.

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Medidas mitigadoras: São aquelas destinadas a prevenir impactos negativos ou reduzir sua magnitude. Nestes casos, é preferível usar a expressão 'medida mitigadora' em vez de 'medida corretiva', também muito usada, uma vez que a maioria dos danos ao meio ambiente, quando não podem ser evitados, podem apenas ser mitigados ou compensados. Medidas preventivas: Consta de somatória de medidas para evitar a dispersão e ocorrência de poluente no ambiente, bem como a inserção de ações de gestão ambiental que impeçam o aparecimento de impactos ambientais adversos nas atividades modificadoras da qualidade ambiental. Meio antrópico ou socioeconômico: Compreende o uso e ocupação do solo, os usos da água e a socioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. Meio biótico: Compreende a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente. Meio físico: Compreende o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas. Metais pesados: São metais recalcitrantes, como o cobre e o mercúrio - naturalmente não biodegradáveis - que fazem parte da composição da muitos pesticidas e se acumulam progressivamente na cadeia trófica. Microclima: Conjunto das condições atmosféricas de um lugar limitado em relação às do clima geral. Monitoramento ambiental: Medição repetitiva, descrita ou contínua, ou observação sistemática da qualidade ambiental. Monitoramento: Observação, medição e avaliação repetitiva e continuada de dados técnicos em informações, de acordo com esquemas pré-estabelecidos no tempo e no espaço. Utiliza métodos comparativos com o propósito de conhecer todas as possíveis variáveis de um processo ou fenômeno. Montante: Um lugar situado acima de outro, tomando-se em consideração a corrente fluvial que passa na região. O relevo de montante é, por conseguinte, aquele que está mais próximo das cabeceiras de um curso d'água, enquanto o de jusante está mais próximo da foz. Mutualismo: Associação interespecífica harmônica em que duas espécies envolvidas ajudam-se mutuamente.

N Nascente: Local onde se verifica o aparecimento da água por afloramento do lençol freático. Nutrientes: Elementos ou compostos essenciais ao desenvolvimento e manutenção dos processos vitais dos organismos. Exemplo: carbono, oxigênio, nitrogênio e fósforo.

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O

Ocupação do solo: Ação ou efeito de ocupar o solo, tomando posse física do mesmo, para desenvolver uma determinada atividade produtiva ou de qualquer índole, relacionada com a existência concreta de um grupo social, no tempo e no espaço geográfico. Onívoro: Os consumidores de um ecossistema podem participar de várias cadeias alimentares e em diferentes níveis tróficos, caso em que são denominados onívoros. O homem, por exemplo, ao comer arroz, é consumidor primário; ao comer carne é secundário; ao comer cação, que é um peixe carnívoro, é um consumidor terciário. Oxidação: Processo pelo qual bactérias e outros microrganismos se alimentam de matéria orgânica e a decompõem. Dependem desse princípio a autodepuração dos cursos d’água e os processos de tratamento por lodo ativado e por filtro biológico.

P Padrão de segurança: Parâmetro que determina as quantidades-limite dos diversos elementos toleráveis na água de abastecimento, para garantir que a água não cause danos à saúde da população. Pantanal: geomorfologicamente, o Pantanal pode ser definido por uma extensa planície de sedimentos halocênicos onde se encontram alguns blocos falhados. Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais: São áreas relativamente extensas, que representam um ou mais ecossistemas, pouco ou não alterados pela ocupação humana, onde as espécies animais, vegetais, os sítios geomorfológicos e os habitats ofereçam interesses especiais do ponto de vista científico, educativo, recreativo e conservacionista. São superfícies consideráveis que contém características naturais únicas ou espetaculares, de importância nacional, estadual ou municipal. Passivo ambiental: Passivo ambiental pode ser entendido, em um sentido mais restrito, o valor monetário necessário para custear a reparação do acúmulo de danos ambientais causados por um empreendimento, ao longo de sua operação. Todavia, o termo passivo ambiental tem sido empregado, com frequência, para conotar, de uma forma mais ampla, não apenas o custo monetário, mas a totalidade dos custos decorrentes do acúmulo de danos ambientais, incluindo os custos financeiros, econômicos e sociais. Patrimônio Ambiental: Conjunto de bens naturais da humanidade. Patrimônio Cultural: É o conjunto de bens materiais, culturais, simbólicos e espirituais de uma sociedade, nos quais se incluem: os conjuntos urbanos, arquitetônicos e os sítios de valor histórico, paisagístico, arqueo1ógico, paleontológico e científico. Patrimônio Histórico / Cultural: É o conjunto de bens materiais ou simbólicos representativos dos conhecimentos e da experiência de um povo. Patrimônio Histórico: É a parte do patrimônio cultural que compreende as edificações, os monumentos, os espaços públicos, o acervo documental e bibliográfico, o complexo artístico de uma comunidade.

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Pequena Central Hidrelétrica (PCH): é toda usina hidrelétrica de pequeno porte cuja capacidade instalada seja superior a 1 MW e até 10 MW. Além disso, a área do reservatório deve ser inferior a 3 km². Por serem menores, são mais baratas de construir, causam um dano ambiental menor, podem ser construídas em rios com menor vazão e contribuem para a descentralização da geração de eletricidade. Percolação: Movimento lento da água do subsolo, com remoção ou dissolução de alguns constituintes do solo ou das rochas. Potencial Hidrogeniônico (pH): Indica a concentração de íons de hidrogênio em uma solução. É um parâmetro que serve para medir ou expressar a acidez ou a alcalinidade. O pH admite valores entre 0 e 14, sendo 7 o seu ponto neutro. Valores entre 0 e 7 significam que a substância é ácida e de 7 a 14, que é alcalina. A maior parte dos processos vitais se desdobram em um pH neutro. Na água potável distribuída pela rede de abastecimento, o pH deve ficar entre 6,0 e 9,5. Para manter essa faixa, as estações de tratamento adicionam cal à água distribuída à população, para deixá-la mais alcalina. Planície de inundação: Terras planas, próximas ao fundo do vale de um rio, inundadas quando o escoamento do curso d'água excede a capacidade normal do canal. Planícies fluviais: Planície formada pela deposição de material aluvial erodido em áreas mais elevadas. São terrenos baixos e planos junto aos cursos de água e são formadas por sedimentos aluvionares, constituídos de argila, silte e areia. Solos aluviais são formados basicamente pela atuação do intemperismo químico na mesma região em que ocorre o desgaste da rocha, conservando por isso as características (ex.: massapê e terra roxa). Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2021): É um dos principais instrumentos de planejamento da expansão eletro-energética do país. Apresenta importantes sinalizações para orientar as ações e decisões relacionadas ao equacionamento do equilíbrio entre as projeções de crescimento econômico do país e a necessária expansão da oferta, de forma a garantir à sociedade suprimento energético com adequados custos em bases técnica e ambientalmente sustentável. Poluente: Substância, meio ou agente que provoque, direta ou indiretamente qualquer forma de poluição. Poluição: É qualquer interferência danosa nos processos de transmissão de energia em um ecossistema. Pode ser também definida como um conjunto de fatores limitantes de interesse especial para o Homem, constituídos de substâncias nocivas (poluentes) que, uma vez introduzidas no ambiente, podem ser efetiva ou potencialmente prejudiciais ao Homem ou ao uso que ele faz de seu habitat. Poluidor: A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. Predatismo: Relação ecológica que se estabelece entre uma espécie denominada predadora e outra denominada presa. Os predadores caracterizam-se pela capacidade de capturar e destruir fisicamente as presas para alimentar-se.

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Preservação ambiental: Ações que garantem a manutenção das características próprias de um ambiente e as interações entre os seus componentes.

Q

Qualidade da água: Parâmetros físicos, químicos e biológicos que caracterizam a amostra. Queimada: A queimada é prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo de forma controlada para viabilizar a agricultura. A queimada deve ser regida pela aplicação controlada do fogo à vegetação natural ou plantada, sob determinadas condições ambientais que permitam que o fogo mantenha confinada a área, dentro de uma intensidade de calor e uma velocidade de propagação compatíveis com os objetivos do manejo. A queima deve ser autorizada pelo Ibama ou pelo órgão estadual competente. Quilovolt (kV): Unidade de medida de tensão elétrica. 1 kV representa 1.000 Volts (V).

R

Reação em cadeia: Processo físico-químico em que uma transformação gera outra. O calor gerado por uma combustão provoca mais desprendimento de gases ou vapores combustíveis, que mantêm a combustão. Reciclagem: É qualquer técnica ou tecnologia que permite o reaproveitamento de um resíduo, após o mesmo ter sido submetido a um tratamento que altere as suas características físico-químicas. Recursos ambientais: A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera. Recursos Naturais Não Renováveis: Aqueles sobre os quais toda exploração traz consigo, inevitavelmente, sua irreversível diminuição. Recursos Naturais Renováveis: Um recurso natural é renovável quando, uma vez aproveitado em um determinado lugar e num dado tempo, é suscetível de ser aproveitado neste mesmo lugar, ao cabo de um período de tempo relativamente curto. Reflorestamento: Processo que consiste no replantio de árvores em áreas que anteriormente eram ocupadas por florestas. Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA): É um estudo feito com base nas informações do EIA e é obrigatório para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como construção de estradas, metrôs, ferrovias, aeroportos, portos, assentamentos urbanos, mineração, construção de usinas de geração de eletricidade e suas linhas de transmissão, aterros sanitários, complexos industriais e agrícolas, exploração econômica de madeira etc. Reserva Extrativista (RESEX): É uma unidade de conservação utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. É de domínio público, com uso concedido às populações

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extrativistas tradicionais, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. Resíduos Sólidos: Também conhecidos popularmente como lixo, são despejos sólidos, restos, remanescentes putrescíveis e não putrescíveis (com exceção dos excrementos) que incluem papel, papelão, latas, material de jardim, madeira, vidro, cacos, trapos, lixo de cozinha e resíduos de indústria, instrumentos defeituosos e até mesmo aparelhos eletrodomésticos imprestáveis. Resíduos: Conjunto de materiais podendo compreender o que resta de matérias-primas, que após a utilização não podem ser considerados subprodutos ou produtos e de que, o seu possuidor pretenda ou tenha necessidade de se desembaraçar. Restinga: "Acumulação arenosa litorânea, paralela à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzida por sedimentos transportados pelo mar, onde se encontram associações vegetais mistas características, comumente conhecidas como 'vegetação de restinga'" (Resolução nº 004, de 18.09.85, do CONAMA). Risco: Medida de dano potencial ou prejuízo econômico expressa em termos de probabilidade estatística de ocorrência e de intensidade ou grandeza das consequências previsíveis. Rotas de dispersão: Caminho percorrido por um produto perigoso, através do meio ambiente (água superficial, água subterrânea, correntes aéreas).

S

Salinização: Acumulação de sais solúveis no solo, por processos naturais ou provocados pelos seres humanos, que pode tornar esses solos inadequados para o cultivo. Sambaquis: São monumentos arqueológicos compostos de acúmulo de moluscos marinhos, fluviais ou terrestres, feitos pelos índios. Nesses jazigos de conchas se encontram, correntemente, ossos humanos, objetos líticos e peças de cerâmica. Saneamento ambiental: Conjunto da ações que tendem a conservar e melhorar as condições do meio ambiente em benefício da saúde. Saúde pública: Ciência e arte de promover e recuperar a saúde física e mental, através de medidas de alcance coletivo e de motivação da população. Sedimentos: substâncias provenientes de processos erosivos, que são transportadas pelos rios e depositadas no fundo do mar. São responsáveis pela turbidez da água, quando encontram-se em suspensão. Sociedades de Propósito Específico (SPE): É uma sociedade empresária cuja atividade é bastante restrita, podendo em alguns casos ter prazo de existência determinado, normalmente utilizada para isolar o risco financeiro da atividade desenvolvida. É uma sociedade com personalidade jurídica, escrituração contábil própria e demais características comuns às empresas limitadas ou Sociedades Anônimas. As SPE foram criadas em dezembro de 2008, com a Lei Complementar nº 128, que alterou o artigo 56 da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas - MPEs (LC nº 123/06), introduzindo a figura da Sociedade de Propósito

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Específico, constituída exclusivamente de microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional. Solo: Material terrestre alterado por agente físicos, químicos e biológicos e que serve de base para as raízes das plantas. Subestação: Instalação elétrica de alta potência, contendo equipamentos para transmissão, distribuição, proteção e controle de energia elétrica. Funciona como ponto de controle e transferência em um sistema de transmissão elétrica, direcionando e controlando o fluxo energético, transformando os níveis de tensão e funcionando como pontos de entrega para consumidores industriais. Sucessão ecológica: sequência de comunidades que se substituem, de forma gradativa, num determinado ambiente, até o surgimento de uma comunidade final, estável denominada comunidade-clímax.

T

Temperatura: É uma medida da quantidade de energia que uma molécula desenvolve com seu movimento. É o elemento que define o clima, com exceção da gravidade é o mais importante dos fatores ecológicos. Terraplanagem ou Terraplenagem: Conjunto de operações de escavação, carga, transporte e descarga, com eventual compactação e acabamento executados a fim de passar-se de um terreno em seu estado natural para uma nova conformação topográfica desejada. Tratamento de água: É o conjunto de ações destinado a alterar as características físicas e ou químicas e ou biológicas da água, de modo a satisfazer o padrão de potabilidade adotado pela autoridade competente.

U

Umidade relativa: Para uma dada temperatura e pressão, a relação percentual entre o vapor d'água contido no ar e o vapor que o mesmo ar poderia conter se estivesse saturado, a idênticas temperatura e pressão. Umidade: Medida da quantidade de vapor d'água contido no ar atmosférico. Unidade de Conservação (UC): Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Urbanização: Concentração de população em cidades e a consequente mudança sociocultural dessas populações, ou ainda, aumento da população urbana em detrimento da rural. Significa, também, a aplicação dos conhecimentos e técnicas do planejamento urbano a uma determinada área. Um terceiro conceito seria a migração de ideias e gênero de vida da cidade (status urbano) para o campo; através dos meios de comunicação de massa, rádio, televisão, os campos vão adquirindo modo de vida urbano.

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Usina Hidrelétrica de Energia (UHE): unidade estrutural que tem por finalidade produzir energia elétrica através do aproveitamento do potencial hidráulico existente em um rio.

V

Vegetação: Quantidade total de plantas e partes vegetais como folhas, caules e frutos que integram a cobertura da superfície de um solo. Voçoroca: Último estágio da erosão. Termo regional de origem tupi-guarani, para denominar sulco grande, especialmente os de grandes dimensões e rápida evolução. Seu mecanismo é complexo e inclui normalmente a água subterrânea como agente erosivo, além da ação das águas de escoamento superficial. Vulnerabilidade: Grau de fragilidade de uma área ou atividade.

W Watt (W): é a unidade de potência do Sistema Internacional de Unidades (SI). É equivalente a um joule por segundo (1 J/s). São múltiplos mais utilizados do Watt: o Quilowatt (KW) equivale a 10³ W; Megawatt (MW) equivale a 106 W; Gigawatt (GW) equivale a 109 W. Watt-hora (Wh): é a medida de energia usualmente utilizada em eletrotécnica. 1 Wh é a quantidade de energia utilizada para alimentar uma carga com potência de 1 watt pelo período de uma hora. 1 Wh é equivalente a 3.600 joules. São múltiplos do Watt-hora: o Quilowatt-hora (kWh) equivale a 1.000 Wh ou 3,6×106 joules; Megawatt-hora (MWh) equivale a 1.000.000 Wh ou 3,6×109 joules; Gigawatt-hora (GWh) equivale a 109 Wh ou 3,6×1012 joules.

Z

Zona de amortecimento: Entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Zona de Convergência Intertropical (ZCIT): é um dos mais importantes sistemas meteorológicos tropicais e caracteriza-se por ser uma banda de baixa pressão e convergência (encontro) dos ventos alísios (ventos gerados pela rotação da terra e que chegam a ocupar 1/3 da superfície do planeta, soprando de NE no hemisfério norte e de SE no hemisfério sul) em baixos níveis, ou seja, próximo a superfície, ao longo da faixa equatorial. Zoneamento: É o instrumento legal que regula o uso do solo no interesse do bem-estar coletivo, protegendo o investimento de cada indivíduo no desenvolvimento da comunidade urbana.